A questão da flexão de grau nos advérbios parece ser bem aceita até mesmo nas gramáticas normativas. O problema é que essas mesmas gramáticas induzem o professor a ensinar essa classe como "invariável", mesmo que os próprios gramáticos reconheçam falha essa invariabilidade. A proposta é buscar formas de conceituar a classe sem criar listas de exceções que sempre confundem os alunos, e trabalhando aspecto semânticos, e morfossintáticos como muitos gramáticos descritivos indicam, pode ser uma forma se encontrar uma conceituação mais correta (e quem sabe simples) para os advérbios.

O ensino dessa classe, por meio dos gêneros discursivos – utilizamos da perspectiva descrita por Mikhail Bakhtin –, pode aclarar mais o que tentamos tratar, uma vez que podemos utilizar desses suportes para evidenciar a relação que o advérbio desempenha no contexto gramatical empregado, atestando a invariabilidade tratada por alguns gramáticos, mas, é por meio desses suportes, também, que há a possibilidade de tratar os casos que fogem à regra, sendo inúmeros os gêneros discursivos que carregam esses traços, muitas vezes, ignorados por muitas gramáticas. A possibilidade de trabalhar com suportes do cotidiano do aluno pode favorecer a internalização dessa aprendizagem, além de facilitar a compreensão das exceções não previstas por um ideal normativo.

Primeiramente, gostaria de parabenizar o grupo pela relevância e pertinência da pesquisa realizada. No entanto, cabem algumas considerações para que vocês possam avançar nas discussões já levantadas:

* Cuidado com modalizações do tipo “parecer ser” para realizar análises.

* Cuidado com as expressões “ao encontro de” e “de encontro a”.

* Cabe revisão gramatical do artigo.

* Em relação à discussão acerca da utilização dos gêneros discursivos, embora vislumbre sua importância, não se aprofunda nas suas possíveis utilizações para o ensino dos advérbios. Fica a sugestão de proporem uma sequência didática que aborde a questão levantada.

Espero ter colaborado com a pesquisa e reforço minhas felicitações ao trabalho já realizado.

Obrigada Mirian, realmente quando se trata de Advérbios também sempre achei uma classe de palavra muito complicada tanto de compreender quanto de explicar, e quando o aluno se depara com a palavra "invariável" , acaba por limitar sua visão e estabelece fronteiras em seu senso crítico que não deveriam existir, por isso é importante que seja discutida a questão da invariabilidade dos advérbios, e como as gramáticas normativas são unânimes em classificar o advérbio como "palávra invariável" é importante apontar em contrapartida por exemplo quando Azeredo define em sua gramática, que as palavras são" entidades heterogêneas que, em comum, praticamente só tem o rótulo de palavra” (AZEREDO, 204, P. 44), sendo assim, de certa forma, a ideia de invariabilidade dos advérbios é um tanto antagônica, e é a partir dessa divergência de informações que é possível construir a reflexão tão necessária quando se trata das classes de palavras.

Um ótimo texto, sem dúvidas, esclarecedor. De antemão deixo meus parabéns ao grupo e acrescento que a controvérsia existente dentro da própria gramática normativa e suas definições é um ponto muito interessante a se discutir. Se a própria gramática não concorda entre seus autores e teóricos, logo concluímos que são rótulos falhos esses dados às classes de palavras de modo geral, até mesmo pela incoerência dessas definições, tal qual é vista muito claramente na fala e na escrita. No mais, gratidão ao grupo!

Obrigada Karina, essa foi realmente uma das visões que tentamos passar aos leitores!

Agradecemos pelo seu comentário, Karina.

Temos conhecimento que trilhamos por caminhos que muitos ainda têm receio de trilhar, mas, esperamos aclarar mais as ideias de todos quanto a necessidade de mudança. Obrigado!

Obrigada, Viviane pelo retorno! Realmente, a ministração das aulas dadas aos alunos sobre os advérbios ainda são fortemente influenciadas pela gramática normativa. Desse modo, os docentes devem/deveriam analisar as circunstâncias de fato (contexto social) do aluno a fim de ensiná-lo o uso prático da língua, por meio também do análise discursivo. Tornando o estudo dessa classe de palavras um mecanismo facilitador de aprendizagem ao invés de, simplesmente, obrigar o estudante a decorar os dogmas já convencionados como a “invariabilidade do termo” sem ao menos questionar as nuances dessa categoria.

Agradecemos a sua opinião, Vivianne.

Existe ainda dificuldades de se trabalhar essa classe com um olhar mais amplo, já que predomina no modelo de ensino atual, ainda, terminologia arcaicas e isso faz com que o processo de aprendizagem não flua como deveria. Esperamos, com esse artigo, incentivar uma discussão entre os docentes, além de uma possível mudança para melhor do processo de ensino. 

Gratos! 

Olá, Mariana! Obrigado por comentar!

Pois é, e como sempre temos observado, as gramáticas tradicionais se valem de exceções, como no seu bem pontuado exemplo. Essa atitude complica a vida do aluno, que se vê forçado, além de ter de decorar regras, precisa decorar uma lista de exceções. Isso, por fim, acaba por distanciar o aluno de sua língua.

Agradeço o comentário!

Pois bem, infelizmente as limitações impostas pela banca não nos possibilitaram explanar mais a questão do discurso, mas entendemos a importância social do discurso e que trabalhar a língua nesse contexto é uma forma de aproximar professor e aluno.

Agradecemos o comentário!

Então, Pâmella, por isso propomos os estudos de Bango, pois em seu livro Dramática do português, ele indica uma visão mais crítica em relação ao ensino de gramática, o que não significaria abolir a norma, mas entendê-la como fator de estratificação social.

Olá, Marcela!

Sim, os advérbios são uma classe complicada! Não obstante, Perini desconsiderar sua existência, propondo novas classificações. Entretanto, conforme procuramos dialogar, é importante, além de utilizar a morfossintaxe, que o professor busque novos mecanismos que auxiliem o aluno na apropriação da língua, e pensamos no discurso e nos gêneros, como forma de facilitar esse aprendizado.

Olá, Cellina, agradecemos o comentário!

Procuramos uma abordagem diferenciada das propostas atuais, e encontramos no discurso o caminho para tal, pois entendemos que o discurso é a concretização da língua. Sendo assim, cabe ao professor buscar formas de interação e proximidade com aluno de forma a humanizar o ensino. Pensando assim, será mais fácil aplicar os conteúdos de língua portuguesa.

Perfeito, Nayane!

É exatamente nossa proposta, e embora nosso artigo tenha focado nos advérbios, entendemos sim que esse estudo deve ser ampliado a todas as classes gramaticais.

Isso mesmo, Mirian.

Temos de ampliar as alternativas de ensino para que essa prática seja mais agradável de se trabalhar e, do outro lado, aprender também.

Agradecemos seu contato.

Obrigado, João.

Os suportes utilizados foram muitos, mas tentamos evidenciar ao máximo, tendo em vista os limites estruturais do artigo, os tratamentos direcionados a essa classe de palavras. 

Gratos!

Agradecemos, Priscila, pelo seu retorno.