A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Coordenador UEADSL -
Número de respostas: 29

A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS

 

João Wanderley Geraldi

 

 

Foto do professor João Wanderley Geraldi

Texto escrito pelo professor João Wanderley Geraldi para o UEADSL2018.2.

 

 

Há algumas diferenças neste mar de escritas, como todos sabemos. No twitter ou no whatsapp qualquer mensagem superior a duas linhas é considerada longuíssima. E, no entanto, foi por estas redes que se fez a pregação (porque nãos se tratou de campanha com a discussão de ideias) na última campanha eleitoral. E agora se inaugurou um novo modo de comunicação entre um futuro governo que já manda e os governados: as informações são transmitidas pelo presidente eleito através do twitter e por ele ficamos sabendo quem serão seus futuros ministros sob os quais padeceremos.

Que profundidade reflexiva pode ter uma mensagem curta?

(...)

 

Que trazem as novas tecnologias de mais importante para a escola?

 

LEIA O ARTIGO COMPLETO:

JoaoWanderleyGeraldi-aEscolaEasTecnologias.pdf

Coordenação da Mesa: Leiva de Figueiredo Viana Leal e Adriane Teresinha Sartori
Tags: escola, tecnologia, ensino-aprendizagem, informação, reflexão
Em resposta à Coordenador UEADSL

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Angela Moreira -

Bom dia!

De fato é preciso rever o papel da escola diante de tantas informações, e do turbilhão de tecnologia. Acredito ser muito pertinente essas reflexões em um espaço como a Escola, somente assim, a educação fará sentido.


Angela 

Em resposta à Angela Moreira

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Sandraque Clementino Ribeiro Junior -

Eu acredito que o principal problema é que hoje em dia a informação mais chamativa é aquela que se destaca. Muitas vezes a partes mais importantes do conhecimento ficam ofuscadas por esse “show” de informação.

Creio que um dos papeis da escola é alertar as pessoas sobre não apenas consumir informação por gosto, mas também para adquirir verdadeiro conhecimento. Uma dieta só com doces não é saudável.  

Em resposta à Sandraque Clementino Ribeiro Junior

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Leiva de Figueiredo Viana Leal -

Sandra

obrigada por nos brindar com sua participação neste fórum. O texto da conferência  nos permite inferir um conjunto de ideias e elaborar ótimas reflexões, como a que você propõe em relação ao que a escola precisa ficar atenta, no contexto de muitas informações . O que o professor Wanderley sinaliza a partir do meio do texto é que a escola não tem sido o espaço de produção de conhecimento, formando jovens obesos em informação e anoréxicos em conhecimento. Desde as discussões de anos atrás, em que se começou a desenhar melhor a chamada sociedade do conhecimento, esse é um debate permanente: informação não é sinônimo de reflexão, de relações entre saberes e de sabedoria. Wanderley traduz isso em REFLEXÃO e aponta que a escola pode ser esse espaço no contexto desse mundo incerto e imprevisível.

Que bom que você está aqui conosco. Obrigada e volte outras vezes.

Leiva

Em resposta à Leiva de Figueiredo Viana Leal

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Jaiza Fernandes -
Concordo com você  Leiva e com o professor Wanderley. De fato, "informação não é sinônimo de reflexão, de relações entre saberes e de sabedoria." A informação são dados a seres processados por meio da reflexão. se isso não ocorre, não ha aprendizagem. Abraço!
Em resposta à Jaiza Fernandes

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Leiva de Figueiredo Viana Leal -

Jaíza

muito obrigada pela sua interlocução. Saber conviver e ensinar nesses tempos, exige mesmo um modo novo de sentir, de viver e de entender o que nos acontece. Eu mesma , em muitos momentos, sinto-me "atrasada " no tempo no que se refere às tecnologias digitais e aos desdobramentos incontroláveis de seus usos. Mas fico pasma em verificar em alguns  usuários de redes sociais, um outro "atraso": o do exercício de pensar. E mais, a ausência de respeito às pessoas e ao abandono dos valores que sempre permearam a história da humanidade. De que servirão a esses sujeitos aprender conteúdos de campos disciplinares? Para aumentar a maldade?Não pode ser. 

Espero que dessa tensão entre o que vivemos e o que gostaríamos de viver possam brotar ideias e propostas ; força e garra para cumprirmos melhor a nossa incumbência de educar.

Meu abraço

Leiva

Em resposta à Angela Moreira

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Leiva de Figueiredo Viana Leal -

Olá, Angela

que bom contar com você nesse diálogo. Você tem razão: Wanderley puxa o tema das tecnologias e escola para nos fazer pensar além do tema, ou seja, que ao tomar como foco as novas mídias, o que acaba se destacando é qual o sentido de uma escola em um contexto onde a circulação do conhecimento não é mais privilégio dela e em que nós, viventes professores, nos sentimos analfabetos diante do mundo de informações que atravessa nossa vida, nossas retinas, nosso pensamento....nos faz sentir atrasados e não nos reconhecemos pensadores e produtores de conhecimento.

Você reafirma a premissa que ele levanta: a escola precisa fazer sentido para ela mesma e para os que dela precisam. Só que sentido não se acha nas máquinas, mas nas pessoas. Só Wanderley mesmo para nos fazer refletir além da nossa pequenez.

Muito obrigada, Ângela, continue conosco.

Abraços 

Leiva

Em resposta à Angela Moreira

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Jaiza Fernandes -

Boa tarde, professor João Wanderley!

Gostei muito do seu artigo  acerca do papel da escola e das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs).  Certamente, os conteúdos debatidos na escola a partir de uma grade curricular são limitados, quando a maioria das pessoas, professores e alunos, tem a disposição um mar infinito de informações sobre inúmeras temáticas possíveis que a escola venha a pensar. Logicamente, acessar ao rede já devemos ter em mente temáticas a serem aprofundadas por nossos alunos, pois nos milhares de caminhos possíveis na rede, é provável que ele se perca, acesse milhares de informações, simultaneamente, e não aprofunde nenhuma. Na verdade, o importante hoje não é adquirir a informação, mas saber o que fazer com essa informação, que conhecimentos produzir a partir disso.  Daí a importância da mediação do professor através da qual orientará o  aluno a pensar, a refletir, a processar essa informação para não cair na superficialidade, no saber um pouco de tudo e não saber aprofundar nenhuma discussão sobre determinado assunto. 

Concordo com o Senhor, precisamos repensar o papel da escola, desde que não seja um repensar distorcido como fizeram os defensores da chamada "Escola sem partido".  Os políticos e pensadores defensores desse tipo de escola já perceberam o poder da informação não refletida disponível na  internet/redes sociais para controlar as pessoas que não refletem as informações encontradas no espaço virtual. Parece que essa gente também já percebeu que o papel da escola hoje é o da reflexão e por isso antes da escola perceber seu papel, ele é coibido.  Vamos dizer não a essa aberração chamada "Escola sem partido".  


Parabéns! Sucesso, professor! 

Em resposta à Coordenador UEADSL

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Ana Cristina Fricke Matte -

Geraldi,

muito obrigada por estar aqui conosco compartilhando suas reflexões sempre tão incisivas e brilhantes.

De fato, a escola não pode ignorar que as tecnologias digitais, em especial as tecnologias em rede, possuem outra natureza do que tecnologias mais tradicionais (como caneta e papel, que facilmente podíamos chamar de suporte,  na linha do que se fala em gêneros textuais e discursivos): a internet não é só um suporte.

Um e-mail corporativo pode ser comparado, sim, a uma carta corporativa recebida em escaninhos ou até pelo correio. No entanto, a carta é lida individualmente e não possui como possibilidade intrínseca um "responder a todos", como no e-mail; assim, a carta corporativa é mais hierárquica e com menos possibilidade de discussão de seu conteúdo. Em virtude disso, a carta em papel é mais definitiva que o e-mail. Aqui na UFMG vejo os dirigentes buscando formas de trazer para o e-mail essa característica, ao evitar a digitação do conteúdo de moções, declarações, normas etc: estes textos são escaneados e enviados em forma de imagem. No entanto, como digitar um e-mail é um processo mais ágil que [digitar + imprimir + assinar + escanear], este procedimento não se aplica a mensagens menos formais.

Antigamente, o saber enciclopédico era sinônimo de conhecimento referendado. Com a Wikipedia, para citar apenas um exemplo, o próprio conhecimento passou a ser discutível, mesmo quando se trata de formulações amplamente utilizadas pela comunidade científica.

Como você bem aponta, o conhecimento na internet está disponível numa escala nunca antes vista e é sempre renovável, exponencialmente acumulável. Nenhum livro didático pode fazer frente a isso.

Assim, quando você diz que a escola deixa de  ser um espaço privilegiado para obtenção do conhecimento e deveria assumir essa sua incapacidade de competir com a escalabilidade do conhecimento na rede, assumindo o papel de espaço para aprender a refletir e ler criticamente, eu completo dizendo que também cada ciência e cada teoria possui um modo especial de pensar e refletir e que a escola é o lugar por excelência no qual podemos aprender esse modo de pensar, o modus operandis de cada ciência, capacitando-nos a essa leitura crítica que, por sua vez, a internet cada vez menos valoriza.

Cada vez há mais polêmica na internet, o que não significa haver mais crítica: o que se percebe é que as redes sociais propiciam a formação de panelinhas e fortalecem a repetição: o internauta pode escolher - e , em geral, escolhe - viver alimentado de mais do mesmo, e mais e mais do mesmo numa mesmice sem fim, recrudescendo suas verdades.

Assim, pergunto: como a escola pode contrapor-se a essa onda de mesmice aguda, de memes e manchetes tomados como últimas palavras sobre assuntos que não chegaram a começar a ser discutidos, sem cair na infelizmente enfadonha exigência de um aprofundamento teórico que poderia, afinal, ser uma arma contra essa superficialidade toda?

Um forte abraço e seja bem vindo!

Ana

Em resposta à Coordenador UEADSL

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Leiva de Figueiredo Viana Leal -

Querido Wanderley, queridos e queridas participantes desse fórum

Em primeiro lugar desejo saudar nosso ilustre conferencista, professor, pesquisador e amigo dizendo da alegria e do orgulho de tê-lo conosco nesse debate e a todos e todas participantes desse evento. Com Wanderley temos aprendido a fazer transgressões necessárias quando nossa visão de mundo corre o risco de se pautar em uma visão harmoniosa da vida. Sempre nos alerta sobre a necessidade de irmos além dos fatos, das ideias e das palavras. Sair do lugar comum, da mesmice, do olhar benevolente que  gera imobilismo. Foi Wanderley , há uns anos atrás(tempos saudosos) que nos apresentou Bakhtin e daí o mundo nunca mais foi o mesmo para nós e nem nós fomos mais os mesmos como educadores. Linguagem, dialogia, interação, memória, constitutividade, responsividade, alteridade...um mar de emoções , de sonhos e  de esperança: poderíamos tomar o ensino da língua portuguesa como algo potencializador de sujeitos e fazer com que a palavra dita ou lida fosse a palavra vivida. Hoje, não é diferente: chega para nós, como sempre, intenso e inteiro, com o direito de dizer a sua palavra. É muito interessante traçar um paralelo entre as primeiras publicações de Wanderley, ao reivindicar que, na escola, os alunos tivessem o direito de produzir texto e não de amontoar palavras e hoje, em sua conferência, traduz o mundo contemporâneo, discutindo que as novas tecnologias e as novas mídias não alteraram o lugar da escola como o de reprodução das distinções sociais e nem conseguiram formar uma juventude para conviver num mundo com excesso de informações. Mas nos acalenta e nos direciona: apesar de, a escola é ainda o local privilegiado para encontros entre pessoas que pensam , destacando a reflexão como condição humana neste mundo de tantas perdições. Vale a pena. Obrigada, Wanderley.

Em resposta à Coordenador UEADSL

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Ana Carla Barros Sobreira -

E interessante como essa eleicao nos mostrou como ficou evidente essas novas formas de comunicacao, embora , saibamos que muitas vezes essas mesmas formas de comunicacao, usadas sem criticidade, e um perigo, perigo esse que vivenciaremos nos proximos quatro anos...

Em resposta à Ana Carla Barros Sobreira

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Leiva de Figueiredo Viana Leal -

Ana, boa noite!!

Sua presença aqui nos permite trazer à tona esse fenômeno de estupidez que assolou o país, fazendo com que pessoas, em especial os jovens, se transformassem em seres sem piedade e sem respeito, senão pelos ideais democráticos, pelo menos por respeito e educação ao outro. Questão de alteridade. E tudo acontecendo como se um poder pairasse acima de nós: as redes sociais! Não a vemos como imagem, como um rosto, não sabemos de onde vem , nem para onde vai. Simplesmente sofremos. Uma desolação, um desencanto? Até pode ser, mas pode ser algo além disso. As mesmas forças , os mesmos canais, as mesmas mídias que produziram a dominação, poderão produzir a libertação. Wanderley sinaliza para onde devemos ir: para o movimento da reflexão, como condição de salvarmos uns ao outros.

Um abraço para você e volte aqui mais vezes.

Obrigada. Leiva

Em resposta à Coordenador UEADSL

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Jussara Elizandra Braz -

Que maravilha  a discussão aqui iniciada!!! João Wanderley colocou sabiamente o "dedo na ferida" que muitos de nós padeceremos por um bom tempo....

Fico pensando em como somos frágeis diante do poder da tecnologia, que hora fere hora cura. E a escola como local da efervescência, do borbulhar do conhecimento acaba perdendo espaço e poder frente ao desafio que as tecnologias trazem consigo. É preciso repensar urgentemente sobre o papel da Educação, ou se prepara  o aluno para se tornar um cidadão crítico ou o mantém cego e instrumento de quem mantém o poder. Concordam?



Em resposta à Jussara Elizandra Braz

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Leiva de Figueiredo Viana Leal -

Boa noite, Jussara

sim, não há como discordar de você! O que o professor Wanderley nos provoca me parece ser o que você destaca: a ausência de formação das nossas crianças, dos nossos jovens e dos nossos adultos para o pensamento crítico que, no dizer dele, se revela na formação de mentes reflexivas. É a salvação para que não sejamos engolidos pelas mídias digitais . No entanto, o que nossa escola tem feito? Será que temos escolas que estão optando por fazer um debate sobre um tema polêmico ou dizer aos alunos que não é papo para a aula  e enche o quadro de tarefas de pergunte e responderemos , de siga o modelo, dentre outros.

Nossa escola está obsoleta e não é apenas pela ausência das tecnologias e das mídias ou  a não utilização delas, mas, como diz Wanderley: o buraco é mais embaixo. Precisa olhar para as pessoas, precisa dar voz e visibilidade às vozes que nela convivem , precisa fazer despertar em cada ser um projeto de vida e não uma ameba ambulante que não pensa, que não sabe, que não fui eu, que vegeta e que sucumbe à condição de ser um sujeito de sua história e da própria história. 

O papo está bom, mas paro por aqui. Muito obrigada. Apareça mais vezes. Leiva

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Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Vivian Pinto Riolo -

Aparentemente com a internet temos espaços de fala, mas em que medida falamos algo relevante e que produz novas posturas? Alunos e professores devemos pensar sobre tão importantes questões para dar nossas respostas de modo responsável.

A internet deu voz às pessoas: escrevemos mais, produzimos vídeos, áudios, expressamos com mais frequência “nossas” ideias em sociedade. Ocorre que essas vozes que agora circulam frequentemente, muitas vezes, pouco refletem um pensamento crítico, como o senhor bem disse.

A questão de como a escola pode ser esse espaço de reflexão é instigante e preocupante no contexto em que vivemos. De fato, há uma enxurrada de informações que são postas diariamente para a sociedade nos diversos espaços midiáticos e o acesso a elas se dá facilmente por meio de um simples “click”. Mas de que maneira poderemos proporcionar ao aluno esse espaço de fala reflexiva?

Levar os alunos a pensarem e se questionarem até que ponto essa fala do outro com que temos contato por meio das mídias nos penetra e nos altera enquanto sujeitos ou até que ponto somos meros reprodutores de discursos outros não parece ser tarefa fácil. Mas enquanto professores, somos sujeitos responsáveis por nossa voz, pelo nosso dito; somos provocados a responder ativamente ao que nos é posto e a fala o senhor me provoca a pensar nisso e no meu papel enquanto professora. Obrigada!

Gostaria de poder pensar junto essas questões aqui neste espaço! Estou muito animada com os comentários dos colegas!

Seja bem-vindo professor Geraldi! 





Em resposta à Vivian Pinto Riolo

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Leiva de Figueiredo Viana Leal -

Vivian

li com gosto seu texto endereçado ao professor Wanderley e nele identifiquei preocupações e inquietações que representam a voz de muitos de nossos pares. Na busca de diálogo com outros pensadores , destaco   o que o filósofo Bauman chama de  conceito de modernidade líquida. Wanderley igualmente nos chama a pensar na  fluidez de valores  e na volatilidade da instituição escola, que não é uma coisa nem outra, que caminha a passos de outros interesses, sem, com isso, servir de  referência para a convivência dos indivíduos e dos coletivos humanos à medida que avança o processo de globalização. Ao contrário, sofre ela mesma essa fluidez, por ter perdido sua função primeira que é educar sujeitos para a experiência de viver em tempos líquidos. E aqui faço uma distinção que está na gênese do pensamento geraldiano: não se trata  de formar sujeitos críticos, mas sujeitos com pensamento reflexivo e isso faz toda a diferença. Sabe Vivian, essa é nossa incumbência: a de sem abandonar o hipertexto que está mídia digital, conseguirmos produzir hipertextos em que um segura a mão do outro e de outro , até formar um hipertexto humano para educar e transformar. Algo como o poema de João Cabral: um galo sozinho não tece uma manhã.......

Vamos conversar mais. Vamos propor algumas possibilidades de criação de grupos de educadores que estejam dispostos a buscar respostas para questões que você nos deixa aqui.

Muito obrigada. Um prazer ter você aqui conosco.

Leiva

Em resposta à Coordenador UEADSL

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Anderson Silva -

Boa tarde, Prof. João!

Espero que esteja bem.

Sou fã de seu trabalho há muito tempo. Parabéns pela contribuição deixada em nosso país, pois suas pesquisas são de interesse nacional dentro do âmbito da linguagem e do pensamento crítico.

Sobre este trabalho específico aqui no evento, suas palavras foram precisas para o momento bolsonariano em que estamos vivendo (dentro da academia e em todos os setores, mas principalmente entre as paredes das escolas públicas).

Adorei a última parte do trabalho em que fala: "Somente quem reflete colocará em circulação, na internet, novas informações!!! E o que temos por enquanto é uma juventude obesa de informações e anoréxica de reflexões, porque a escola ainda não compreendeu que sua função atual é a reflexão, não a informação."

No mais, espero que seu texto alcance muito mais pessoas e que possamos todos sermos agentes de reflexão.

Abraço agradecido por compartilhar seu pensamento aqui conosco.

Anderson Silva.


Em resposta à Anderson Silva

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Leiva de Figueiredo Viana Leal -

Anderson, boa noite

Sinto-me motivada  pelo que expressa no final de seu texto endereçado ao professor Wanderley: "que possamos todos sermos agentes de reflexão."

Sua fala é , assim, inspiradora e nos coloca a questão de como alcançarmos , juntos, caminhos que nos levem a desenvolver em nós mesmos o pensamento reflexivo. Será que estamos prontos? Se não, como alcançarmos esse novo modo de conceber  educação?  Wanderley nos aponta esse caminho, desviante, como não poderia deixar de ser, vindo dele e nos deixa essa incumbência. 

Na verdade, as coisas não são tão simples e aqui ,em BH, estamos vivendo momentos de muita desolação, ao vermos uma escola privada, que tem compromisso com uma formação humana, pelo seu carisma e pela sua história, enfrentar uma ação judicial movida por aproximadamente 80 pais, com a alegação de que  a escola prega ideologia de gênero. Registramos nosso repúdio a esse acontecimento que a todos desrespeita. Mas, Anderson,  somos os que mais sofreremos nesses tempos que estão por vir e, por isso, devemos ser os mais preparados para lutar contra esses desmandos. Não temos muita clareza de como agir, mas já temos indícios suficientes para não ficarmos de braços cruzados. 

Muito obrigada pela sua presença aqui , entre nós.

Esperamos seu retorno.

Abraços

Leiva

Em resposta à Leiva de Figueiredo Viana Leal

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Anderson Silva -

Leiva, boa tarde!

Obrigado pelas palavras e tem minha solidariedade em relação às situações que estão passando por aí.

Acredito que tenhamos que cada vez mais estarmos inteirados de toda a legislação, seja nacional ou estadual, para nos ampararmos de maneira mais robusta, podendo se expressar e infelizmente nos defenderemos de sujeitos acríticos, que querem impor apenas uma ideologia.

Abraços e bom evento.

Anderson.

Em resposta à Anderson Silva

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Leiva de Figueiredo Viana Leal -

Anderson, muito obrigada pelo seu retorno e pela solidariedade demonstrada.

Você chama atenção para algo essencial: o conhecimento da legislação . Você está certo. Conhecendo-a podemos traçar caminhos distintos: nela nos apoiarmos pela garantia dos nossos direitos e a partir dela, lutar por  mudanças na legislação que esteja a favor do que necessitamos como cidadãos.

Muito obrigada.

Sucesso para você em sua vida pessoal e profissional.

Abraços e até outra oportunidade, querendo Deus.

União, força, resistência

Leiva

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Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por João Wanderley Geraldi -

 Creio que todas as contribuições aqui postas apontam para aspectos que são relevantes para pensar a educação neste mundo sem retorno da existência da internet e das redes. Realmente há uma superficialização das comunicações nas redes. Há até um presidente eleito incapaz de mais de 140 toques por falta de profundidade de raciocínio. 

E realmente o aspecto de que é aquilo que chama atenção que se torna informação para grande parte das pessoas... Há textos na internet, particularmente em blogs de reflexão, que tem leitura mínima!!! Quando escrevo um texto e posto no blog e tenho 100 acessos considero um sucesso de público. 

Discutir estas coisas é que é função da escola, muito mais do que ensinar ou propiciar o acesso à internet. O acesso já existe!!! O que não existe é reflexão sobre. E este é o papel da escola que muda de fisionomia neste século. 

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Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Rosa Mateus dos Santos -

Bom dia,a importância das novas tecnologias para o ensino, é a busca do conhecimento através da informação. Quando as novas tecnologia fazem parte do ensino pedagógico nas instituições, incentivando o  aluno a pesquisar dentro do método interacionista,

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Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Carolina Dutra Berbet -

Boa tarde Professor Wanderley

Este texto é um presente! Há tempos compartilho deste pensamento de que grande parte desta geração não consegue nem ler textos como este, de 5 páginas, consideram textos longos... A internet juntamente com a modernidade nos trouxe muitas coisas boas, mas a superficialidade dos pensamentos se multiplicaram também... São muito sábias suas palavras quando diz que esta juventude é "obesa de informações e anoréxica de reflexões"... As pessoas tem preguiça de ler, de pensar... Não sabem o que estão perdendo..

Muito obrigada!!

Em resposta à Coordenador UEADSL

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Carolina Dutra Berbet -

Boa tarde Professor Wanderley

Este texto é um presente! Há tempos compartilho deste pensamento de que grande parte desta geração não consegue nem ler textos como este, de 5 páginas, consideram textos longos... A internet juntamente com a modernidade nos trouxe muitas coisas boas, mas a superficialidade dos pensamentos se multiplicaram também... São muito sábias suas palavras quando diz que esta juventude é "obesa de informações e anoréxica de reflexões"... As pessoas tem preguiça de ler, de pensar... Não sabem o que estão perdendo..

Muito obrigada!!

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Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Mhdi Ibrahim Bader Khun -

Excelente texto! Uma pena que as redes sociais, por exemplo, não possam ser catalisadoras de informações seguras. Em meio à tanta tecnologia, só temos que lamentar. Mas, penso que a escola pode ajudar nesse processo de "boa seleção" de informações que se busca na rede.

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Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Giliane Sacramento -

Boa tarde Profº   Geraldi,

Seu artigo já é para nós uma "reflexão" se olharmos para nossa atualidade podemos notar os benefícios do avanço tecnológico assim como os malefícios, principalmente com relação a educação dos jovens.

A respeito da tecnologia na escola, seria necessário limitações e que esta não fosse a principal fonte de ensinar. É claro também, o que o excesso de tecnologia tem causado nos jovens atuais guiados pela banalidade que a internet muitas vezes oferece. 

Tomara que os livros não sejam deixados para traz...

 Obrigada pelo texto.


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Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Marco Antônio Peixoto -

Obrigado Professor João pela agradável leitura que o seu texto proporciona. Excelente reflexão da nossa realidade política e educacional. É preciso resistir e lutar por país melhor e principalmente formar pessoas melhores, mais humanas. 

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Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por Maria Cecília Silva de Amorim -

Olá professor João, estou bem contente em poder ler o seu texto e em poder escrever-lhe. Seu texto é instigante e fique a pensar sobre o nosso papel enquanto escola, enquanto motivadores da reflexão... antes ser presente significava a presença, agora não é mais necessário pois estamos nos comunicando e a comunicação rege a vida. Percebo que a tecnologia digital ou TDICs- Tecnologias digitais de informação e comunicação - termo usado por Toschi (2016) ainda demora a chegar à escola. e por mais que seja obrigatório por meiol de ead, por exemplo, há professores que ainda não aceitam tamanha novidade. Vejo então o entrave: a falta de albatetização e letramentos digitais. 

Em resposta à Coordenador UEADSL

Re: A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS - Conferencista: João Wanderley Geraldi

por João Wanderley Geraldi -

Boa tarde! Gostaria de agradecer a todos que leram este texto, que se manifestaram sobre ele e sobre a questão que as tecnologias trazem para a escola. Penso que uma escola poderá sobreviver sem internet... desde que desista de ser "a internet". A escola não pode funcionar como funciona a internet, como não funcionou como funciona a TV, como não funcionou como funciona o rádio, como não funcionou como funcionava a igreja medieval, mesmo esta censurando as cátedras. Mas a escola somente sobreviverá, e o exercício da profissão de professor não se extinguirá quando o próprio papel da escola deixar de ser o que foi durante a modernidade pré internet: deve sair da socialização dos conhecimentos para a reflexão sobre a vida contemporânea, reflexão informada pelo vivido e pelo que se conhece da herança cultural disponível. Lembremos: somos chamados a responder aos problemas atuais, que não foram problemas para aqueles que viveram e produziram o conhecimento disponível.