Oi, Maisa!

Eu agradeço sua leitura atenta e sua devolução. Obrigado, ainda, por publicizar o trecho do Programa Roda Viva, no qual a jornalista Vera Magalhães recebe a atriz Taís Araújo, em edição que comemorava o Dia Internacional da Mulher. Aconselho que assistam na íntegra, pq é essencial!

Inclusive, Taís Araújo, trata, em um outro momento, da importância da representatividade na mídia e na literatura infantil - com personagens e protagonistas negras - para o fortalecimento de uma identidade negra gloriosa.

Maisa, sobre o meu trabalho, os dois relatos de experiência têm como cerne passagens que envolvem crianças. Crianças ‘afligidas’ nas suas constituições identitárias, ou seja, naquilo que diz respeito ao ‘si próprio’. Esse contexto de agonia é bastante impróprio (para ñ dizer outra coisa) em muitos aspectos, mas, principalmente, pq eram crianças.

Forte abraço!

Antonio José  

Maísa, agradecida pelo compartilhamento do excerto!

Trouxe um complemento a mais para a proposta do autor!

Elaine

Impressionante a inteligência desta mulher. 

Ainda não havia pensando nestes termos: Nossa história é bárbara, mas contada de forma romântica.

Infelizmente essa "maquiagem" passada na nossa história aprofundou ainda mais as diferenças entre o povos que constituem nossa cultura.

Por isso, é sempre bom lermos e refletirmos sobre trabalhos como desta mesa.

Gostei muito do vídeo, vou procurar este programa inteiro no youtube! 

Oi, Elaine!

Obrigado pela atenção e zelo!

Aproveito a toada iniciada por vc, acerca das discussões no espaço do UEaDSL, evento que muito me apetece, para “resenhar” brevemente o livro que estou lendo nesse momento. Refiro-me ao romance 'O Avesso da Pele' de Jeferson Tenório, oportuno ao tema da identidade racial abordado no relato de experiência, na entrevista da Taís Araújo e no papo que tá acontecendo nessa mesa.

Aconselho a leitura do 'O Avesso da Pele' por se tratar de uma narrativa que nos diz respeito, afinal, estamos em busca de nossa ancestralidade africana em um país racista, tentando fazer um ‘acerto de contas’ com nossa origem negra. Jeferson nos ajuda nessa viagem pra ‘dentro de si’.

Forte abraço!

Antonio José

Cilene, eu que agradeço sua participação.

Abraços!

Exatamente, Mateus!

Muito obrigado pela participação.

Mas, diga-me, por favor: quando vc passou a ter acesso a esse tipo de literatura? Foi na infância ou de modo tardio? Através da sua família ou da escola?

Forte abraço!

Antonio José

 Obrigada, Professor Antonio.

Relato da Aula: Lelê descobre a beleza de ser como é! (Trecho do livro).

 No dia 12 de novembro do ano de 2019, desenvolvi uma aula a partir  da História os Cabelos de Lelê.

Separei o livro, coloquei-o em uma caixa para criar expectativas e suspense nos estudantes, escolhi o momento mais oportuno para iniciar a leitura.

 Nesse dia, propositalmente fui com meus cabelos naturalmente soltos e à medida que eu lia a história, eu jogava-os para lá e para cá. Observei os olhares fixos, percebi algumas meninas ensaiando retirar os pompons de seus cabelos. Eu sorria positivamente rsrsrs.

Ao final, contei para eles a história dos meus cabelos e de como aprendi a amá-los. Enfatizei que nossos cabelos guardam uma história.

Levei o globo terrestre e disse que, existem muitas meninas como a Lelê, como eu e como elas pelo mundo, falei sobre o Continente Africano, ressaltando-o de forma positiva.

 O próximo passo foi a distribuição de uma atividade impressa: o desenho de um rosto, solicitei que desenhassem seus próprios cabelos, olhos, bocas e nariz. Pedir para que pintassem de acordo a cor de sua pele.

Fiz um quadro moldura dos Cabelos de Lelê, representada por uma pintura em isopor, deixando um espaço para aqueles(as) que se sentissem à vontade colocassem os seus rostos, pendurei-o na sala e fiquei observando. Foi muito gratificante! Ouvir os pedidos: “ Pró Ana, tira minha foto aqui! Fotografei meninas de cabelos crespos, cacheados e lisos.

E assim, a aula confirmou mais uma vez que, o trabalho pedagógico deve tematizar cotidianamente uma educação para a relações étnico-raciais e valorização das culturas afro-brasileiras e da diversidade presente na escola e no mundo.

Tem Mais!

No dia seguinte, logo no início da aula, uma aluna diz: “ Professora eu pedi para a minha mãe, que deixasse meu cabelo igual ao seu!

Senti um misto de sentimentos bons: alegria, emoção e gratidão. E assim, finalizo mais um relato que rememoro com saudades.

Quando a pandemia passar, vamos lecionar uma aula juntos?

Abração! Ana Maria Anunciação da Silva.

bom dia! eu me formei no final da década de 1990 e não tive disciplinas que trabalhassem conteúdos relativos aos direitos humanos. acho que essa vivência é comum a muitos profissionais da educação. foi em sala de aula, sobretudo trabalhando com a formação de professores, que fui me constituindo uma educadora atenta a questões que perpassam indivíduos e povos marginalizados e por meio de minha formação posterior (mestrado e doutorado)... por isso o papel fundamental da formação continuada na construção docente. 

abraços. 

Boa tarde, Antonio José.

1-Não tive acesso a uma educação, que se pautasse as práticas antirracistas. Muito pelo contrário, pois, "o belo, o limpo, o desejável, estavam sempre atrelado aos moldes europeus".

2- Na graduação de forma pontual. 

No entanto, na Pós- Graduação, especificamente nas disciplinas de Ciências Humanas e Educação e Diversidade, oferecidas pela Pós- Graduação em educação do Campo, tive nas aulas ministradas pelo Professor Antonio José de Souza, uma imersão na temática, inclusive me permitindo compartilhar as minhas vivências enquanto docente negra da roça. Pude testemunhar a luminosidade de seus pensamentos, falas e reflexões, sobre as possibilidades de práticas pedagógicas para as relações raciais. 

3- Não tive ofertada pelo Estado. Mas, a partir de um esforço pessoal, lendo, escrevendo, fazendo aquisição de livros escritos por negros, negros e negres, me inserindo em grupos de pesquisas que tem como objetivo o debate, estudo das relações raciais na docência.

Vida longa para esse intelectual, que está atravessando as fronteiras criadas pela colonização.

Nosso mundo, nosso tempo, se encontram.

Ana Maria.