Olá, Vanessa,
Jussara, Tielle e Aleques Mateus.
Parabenizo o trabalho de vcs!
O texto aborda um temário muito importante e, por isso, chamo atenção para a observância de outras significativas
variantes.
Digo
isso, pq o texto pode atingir um objetivo não desejado por vcs, qual seja:
estigmatizar, ainda mais, famílias brasileiras pobres, negras e pardas. De
fato, pesquisam mostram que a família é a primeira comunidade de um indivíduo,
contribuindo para constituição de suas identidades. No entanto, pesquisas
também são eloquentes em afirmar que as identidades não são “sólidas”, “fixas”,
“estáveis” e que outros fatores externos às famílias interferem nessas
identidades, por exemplo: a rua, a escola, a igreja, os coletivos, a
universidade, etc. De fato, a família é ninho e nó, ou seja, acolhimento e
conflito; família é contradição.
Nesse
sentido, trata-se de um problema não, apenas, das famílias pobres, mas de todas
as famílias. Pois, é um fenômeno mais complexo e outras variantes, como: o
Estado, a sociedade, a cultura, a mídia, os jogos eletrônicos, etc; devem ser
consideradas, através de uma abordagem relacional.
Lembrei-me
da declaração constrangedora feita, em 2018, pelo General Hamilton Mourão,
afirmando que: “[...] onde não há pai e avô, mas sim mãe e avó [têm-se]
fábricas de desajustados [...]”.
Por isso, gostaria
de refletir mais com vcs sobre esse meu adendo, sugerindo algumas leituras que, podem ser encontradas em PDF, e ajudam no debate.
CAVALLEIRO,
Eliane dos Santos. Do silêncio do lar ao silêncio
escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo:
Contexto, 2017.
CIAMPA,
Antonio da Costa. Identidade. In: LANE, Silvia Tatiana
Maurer; CODO, Wanderley (Org.). Psicologia social: o homem em movimento.
São Paulo: Brasiliense, 1997. p. 58-75.
FARIA
FILHO, Luciano Mendes de. Na relação escola-família, a criança como educadora:
um olhar sobre a Escola Nova em Minas Gerais. In: GONDRA, José Gonçalves
(Org.). História, infância e escolarização. Rio de Janeiro: 7Letras, 2002, p.
80-93.
KEHL,
Maria Rita. Em defesa da família tentacular. Fronteiras do pensamento. 2013.
Disponível em: <https://www.fronteiras.com/artigos/maria-rita-kehl-em-defesa-da-familia-tentacular>.
Acesso em: 13 set. de 2019.
LINS,
Daniel. O dedo no olho: micropolíticas do cotidiano. São Paulo: Annablume,
1999.
PERROT,
Michelle. O nó e o ninho, Revista Veja, 25 anos: reflexões para o futuro. São
Paulo, 1993, p. 75-81. Disponível em:
<https://vdocuments.mx/o-no-e-o-ninho-michelle-perrot.html>. Acesso em:
28 jul. 2020.
Forte
abraço!
Antonio
José de Souza