Oi Gustavo, tudo bom?
Sim, eu havia colocado a PAIVA (2010)* que defende que o professor deve fornecer meios para fazer os alunos efetivamente usarem a língua em contextos reais de comunicação e fazer com que eles estejam imersos nesses ambientes assim como os animais o fazem ao "conhecerem um ambiente", explorando-o. Dessa forma, os jogos online seriam essa forma de promover as affordances ou propriciamentos, ou oportunidades além da sala de aula, conforme a autora defende. Porém, tive que tirar muita coisa para caber nas páginas! E acabei deixando apenas os criadores das teorias e dos conceitos mesmo! 

Mas muito boa a observação, obrigada! E quando testar com seus alunos, por favor, conte-nos como foi a experiência!

PAIVA, V. L. M. O. Affordances beyond the classroom. (no prelo). 2010. Disponível em: Acesso em 7 out 2018.

Parabéns pelo trabalho. Vejo hoje a língua inglesa muito importante para todos, e um trabalho que mostra uma facilitador para o aprendizado da mesma é de suma importância hoje em dia.

Boa tarde Breno, 

Exatamente, sofremos, nós, professores e alunos, o efeito borboleta a todo momento em nosso contexto de ensino e aprendizagem e em todos os ramos de nossas vidas, uma vez que tudo esta interligado e interdependente no universo! 
Respondendo a sua pergunta, os 35 alunos são estudantes de uma escola pública militar que somente no ano passado começou a aceitar meninas. Então desses 35, havia apenas 3 meninas. Assim, não observei total divergência, já que uma delas se comportou menos inibida e bem participativa, como vários garotos. Mas também havia vários alunos do sexo masculino mais acanhados em participar. Lembrando que a nossa escola, EPCAR, divide os alunos em nivelamento e os 35 supracitados são todos pertencentes ao nível B1a (2A). 

Outro detalhe digno de nota é que a rotina da escola é bem intensa e puxada para eles: eles moram na escola e têm aulas de matérias do ensino médio e de instrução militar de manhã e a tarde, educação física de segunda à quinta e avisos, palestras, dentre outros das 19h até as 20h ou 21h e de vez em quando ainda possuem acionamentos, para treinamento de prontidão militar, de madrugada. Além disso, tiram um serviço de escala de "vigias" do quartel também de madrugada e só são liberados no final de semana para irem para suas casas (somente os que moram perto, pois os que moram em estados distantes vão para casa apenas nas férias). Dado todo esse contexto, eles se mostraram muito receptivos com os jogos, pois nesta escola quartel, também há a ideia de que as aulas de inglês “aliviam” a rotina e os conteúdos ministrados por meio de livros, por mais comunicativa que seja a abordagem, não os interessam muito. Assim, os jogos são sempre bem aceitos para que eles saiam da “rotina” estressante. Um aluno, porém, informou que não gosta de jogos e prefere conteúdos ministrados em livros e aulas expositivas de gramática. Quanto aos 10 alunos que não haviam jogado, todos já tinham ouvido falar no jogo e foram os que se sentiram inibidos ao início do “bate papo”, mas se motivaram após incentivo dos colegas e de mim também.

Olá profª!
Entendo que a sala de aula é um tipo de comunidade de prática, mas que não devemos cristalizar o conceito e criar “comunidades de práticas” fictícias em sala de aula que imitam a realidade. Daí a importância de se explorarem as affordances fora do ambiente formal da sala de aula (PAIVA, 2010). É o mesmo que acontece com os Role Plays nas aulas baseadas em abordagens comunicativas. Penso que eles são práticas fictícias, mas que foram, sim, uma boa alternativa ao método audiolingual, repetitivo, reprodutivo e baseado em tradução. Mas hoje a era móvel e suas tecnologias já substituem os fake role plays, uma vez que o aluno tem oportunidades de “desvendar” realmente o mundo por meio online. Uma comunicação, ou uma comunidade de prática, que ele inventaria em sala de aula, ele pode participar realmente no meio online por meio das oportunidades de ‘imersão em casa’ oferecidas pelas tecnologias da informação DIAS (2018).

DIAS, Reinildes. Entrevista. Polifonia, v. 25, n.37.1, p. 01-170, 2018.

PAIVA, V. L. M. O. Affordances beyond the classroom. (no prelo). 2010. Disponível em: Acesso em 7 out 2018.

Obrigada Evelyn, penso que as affordances encontradas no meio lúdico, são boas formas de motivá-los na aprendizagem da língua. O professor deve sempre trabalhar a consciência crítico-reflexiva dos alunos sobre os objetivos para os quais estão aprendendo a língua, bem como todas as oportunidades e caminhos que se abrem ao aprender uma língua que está por toda parte como a língua inglesa!

Oi Natália! Exatamente! Tive muita dificuldade em diminuir o número de páginas e acabei deixando rios de literatura fora! Rsrs. Nós, da Letras, gostamos muito de escrever, rs. Aqui na EPCAR temos 4 tempos de inglês por turma, então eu realizei o jogo em 1 tempo por semana, o que deu para eles praticarem bem. Mas não utilizavam apenas o áudio, usavam muito o chat escrito também. No início, como afirmei, ficaram muito tímidos em conversar, mas com 3, 4 aulas foram “se soltando”, principalmente ao perceber que alunos (os que já jogavam e tinham melhor expressão oral), conseguiram êxito.

Com relação ao termo, há também o termo Geração P criado por Cope e Kalantzis (2012) para expressar os atuais alunos da era digital/móvel, que é participativa, produtora do conhecimento, acessa a informação por meio de diversas fontes e mídia, aprende em ambientes mais informais, de variadas fontes, como aplicativos, sites de redes sociais, jogos em rede, blogs e chats, por meio de diversos recursos, é criativa, trabalha em grupos colaborativamente, continua a aprender fora da sala de aula, nos ambientes móveis, em qualquer lugar e momento sendo, principalmente, é responsável por sua própria aprendizagem. Porém, minha intenção em usar ‘nativos digitais’, reside no fato de todos os meus alunos, lembrando que tenho alunos de todas as regiões do Brasil, Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sul e Sudeste, terem aparelho celular, internet (eles dividem no quartel e os que vão para casa nos finais de semanas possuem internet em suas casas), todos possuem redes sociais, e aplicativos de entretenimento diversos, alguns dos quais acessam todos os dias. Sei que não é essa a realidade de alunos, ou mesmo de crianças que não são nem alunas, pois não têm oportunidades nem de comer, quanto mais de irem à escola, por exemplo, nas regiões de seca de nosso país, que vivem com menos de 1 real por dia. E nós, profissionais da educação, temos que pensar práticas transformadoras para que a educação e os demais meios básicos de sobrevivência atinjam essas crianças também, mas isso é assunto para outro estudo. Penso, portanto, no termo nativo digital para os alunos nascidos no século XXI, que não conseguem viver sem suas tecnologias móveis e nem conseguiriam imaginar como seria um mundo não digital!

COPE, Bill; KALANTZIS, Mary. Literacies. Cambridge: Cambridge University Press, 2012. 464 p.

Sim, Pedro, temos a cada dia jogos melhores e gratuitos, que viralizam e acabam se tornando a “febre” do momento. Mesmo que passem rápido, são substituídos por outros, uma vez que tudo no nosso mundo está em constante mudança e evolução, graças a Deus! Rsrs. Não devemos temer a mudança! Penso que o meio lúdico é importante mesmo para promover essa motivação na aprendizagem da língua inglesa. Inclusive para mim, que me motivo enquanto professora em continuar aprendendo e evoluindo neste idioma por meio das músicas, com as quais aprendo sempre um vocabulário novo, uma expressão nova. Isso me motiva muito a continuar aprendendo! E Se não fosse a internet, também não sei “o que seria de mim” para aprender essas expressões informais que encontramos nas músicas todos os dias!

Boa noite Felipe, exatamente! Como Wong et al. (2015) afirmam, o brincar já implica no aprender e, por isso, nao deveriam nunca estarem separados! E essa segregação é o que promova a desestimulação nos alunos! 

Penso que um grande motivador para eles é justamente o fato de a língua inglesa estar presente em fatores lúdicos como jogos, apps diversos e músicas. E a tecnologia móvel facilita todo esse acesso que um dia foi bem restrito e hoje atinge à maioria das pessoas.

Sim, Edson, já é de muito tempo que eles estão inseridos nesse meio! Cabe a nós, professores, nos inserirmos também para estimulá-los no processo de ensino e aprendizagem. E nas aulas de língua inglesa, isso se torna bem mais fácil! Como dito, o jogo promove interação, defendidas por autores como Bakhtin (2006) e Vygotsky, 1988 em BAQUERO, (1998)., Hatch (1978) e Long (1996) como cruciais no processo de ensino e aprendizagem e na motivação dos alunos.

BAKHTIN, Mikhail (V. N. Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. 12 ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

BAQUERO, R. A Zona de Desenvolvimento Proximal e a Analise das Praticas Educativas. In: Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre, Artes Médicas, 1998, p. 97-116.

HATCH, E. Discourse analysis and second language acquisition. In: HATCH, E. (Ed.). Second language acquisition. Rowley, MA: Newbury House, 1978.

LONG, M.H. The role of linguistic environment in second language acquisition. In: RITCHIE, C.; BHATIA, T. K. Bhatia (Eds.) Handbook of second language acquisition. San Diego: Academic Press, 1996. p. 413-468.

Obrigada, Laura, exatamente, as tecnologias, em especial as móveis, são ferramentas primordiais na promoção da interação para nossos alunos, que antes estava completamente dependente de interações muitas vezes fictícias em sala de aula, ou de viagens para apenas aqueles que podiam pagar. 

Muito obrigada Jéssica!
Sim, a geração da era da informação clama por abordagens complexas de ensino e aprendizagem não só de língua inglesa, mas de todas as áreas. Inclusive a própria segregação das matérias deve acabar nas escolas, pois todas estão interligadas, assim como todos os agentes do universo. A transdisciplinaridade é o primeiro passo para a grande reformulação e evolução das escolas. 

Obrigada, Wallace!

Essa interação com estrangeiros dá um empoderamento aos alunos. Notei que muitos se sentiram orgulhosos de perceberem que tinham condições de comunicarem além da sala de aula. 

Exato, Matheus,

Quanto mais formas diferentes pudermos apresentar aos nossos alunos, melhores as condições deles fazerem suas escolhas na maneiras com que se encaixarem melhor, conforme seus diferentes perfis e estilos de aprendizado.

Obrigada Bárbara,

exatamente! alguns alunos meus inclusive de anos passados já chegaram a relatar que procuraram aprender inglês em cursinhos presenciais e online, ou de forma autônoma em livros e na internet por causa dos jogos e videogames!

Oi Marina!

Primeiramente eu fiz um questionário com os alunos sobre formas alternativas de aprendizagem, como gostariam que suas aulas fossem. Uma ideia bem inicial para meu pré-projeto de mestrado. 

Após o grande interesse deles em jogos, eu fiz outro questionário somente sobre jogos. E esse se sobressaiu. 
Também vejo que a oralidade é pouco discutida. E muitas vezes quando o é, pauta-se em reproduções, apresentações de perfis, ou mais em listenings. São poucos os trabalhos que focam realmente em conversas por meio de interações em contextos reais de uso da língua.

Oi Beatriz, você resumiu bem a ideia do trabalho.

A intenção é realmente aproximar de suas realidades, uma vez que todos estão constantemente conectados, interagem todos os dias por meio das tecnologias móveis, utilizam aplicativos diversos de interação e quando vão para a escola, acabam se desmotivando ao encontrar muitas vezes um ensino baseado predominantemente em abordagens lineares, que os vêem apenas como consumidores do conhecimento. Os jogos são realmente uma forma de lhes darem voz, lhes fazerem atuar, participar da comunidades global, interagir com falantes reais do mundo todo, como voce afirmou, promovendo a agência e tornando-os responsáveis por seus próprios processos de aprendizagem, tornando-os autônomos.

Oi Jaiza! Você fez um resumo excelente do trabalho. Exatamente, acho que na década vindoura vamos contar com vários jogos bons, gratuitos e menos pesados, de forma a facilitar cada vez mais a aprendizagem!