Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Comissão Organizadora C -
Número de respostas: 30

Monólogo De Um Professor Negrogay Situado

Autores

  • Antonio José de SouzaUniversidade Católica do Salvador (UCSal) / Secretaria Municipal de Educação de Itiúba/BA

Palavras-chave: 

Identidade negrogay, família inter-racial, docência, história de vida

Resumo

Trata-se de um estudo escrito por um interlocutor de primeira pessoa, que pensa alto. É o entrecruzamento das lembranças de uma história de vida com as experiências pessoais de um homem-professor interseccionado pela negritude, masculinidade e homossexualidade. O testemunho de um negrogay situado em uma família inter-racial de mulheres. Um instrumento de (auto)análise na docência e vivências escolares. É parte da tese de Doutorado, em construção, do autor – sob a orientação da Professora Drª. Elaine Pedreira Rabinovich.

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    Coordenadores de Mesa:

    Bárbara Amaral da Silva

    Silvane Aparecida Gomes

     

Em resposta à Comissão Organizadora C

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Silvane Gomes -

Olá, Antônio José!

Bem-vindo e que bom que trouxe sua proposta e perspectiva para o congresso!

Quando você traz uma proposta em primeira pessoa, você assume uma certa identidade provocativa e gera VOZ!  Voz esta, necessária em dias tão absurdamente excludentes! Que registro importante seu artigo propõe e poderá ser usado em discussões em sala de aula pelo país afora!

E, convidamos você a trazer outros capítulos de sua tese nos próximos eventos do Grupo Texto Livre!

Interaja com outros colegas, leia e comente suas proposta e fique à vontade pelos corredores do evento!

Abraço,

Em resposta à Silvane Gomes

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -

Oi, Silvane!

Eu agradeço sua leitura atenta e aproveito, também, para agradecer a recepção. 

Sejam todas/todos bem-vindas/os ao UEADSL 2021-2.

 Abraços.

 Antonio José

Em resposta à Comissão Organizadora C

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Bárbara Amaral Silva -

Bem-vindos a mais uma edição do Congresso Nacional Universidade EAD e Software Livre

Meu nome é Bárbara e vou coordenar a mesa do trabalho intitulado “Monólogo De Um Professor Negrogay Situado”, escrito por Antonio José de Souza. O texto traz a voz e as vivências de um professor negrogay, como ele mesmo se intitula, problematizando o espaço dado às culturas hegemônicas em detrimento daquele conferido às diversidades, no cotidiano escolar. Por fim, o autor chama a atenção para a necessidade de desenvolver a consciência coletiva dos alunos por meio de ações concretas.

Para iniciar nossa conversa, já vou levantar uma questão para os professores. Qual espaço a diversidade tem em suas aulas?

Abraços e bom evento a todos!


Em resposta à Bárbara Amaral Silva

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -

Oi, Bárbara!

Eu agradeço sua atenção.

Gostei muito da pergunta “pontapé inicial”... esperando as contribuições para, coletivamente, desenvolvermos um fecundo diálogo.

 Abraços!

Em resposta à Antonio José de Souza

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Bárbara Amaral Silva -

Olá, Antonio! 

Que bom dialogar com você aqui! Meu pontapé inicial foi para tirar as pessoas um pouco da zona de conforto. É muito fácil falar "precisamos trabalhar a diversidade em sala de aula", mas não fazer nada! Quero que as pessoas dividam as experiências delas aqui. 

Vou aproveitar e contar uma experiência minha mesmo em sala de aula. Enquanto era aluna de mestrado na UFMG, tive a oportunidade de lecionar em uma disciplina de produção textual acadêmica. Isso já tem alguns anos e não me lembro exatamente como tudo aconteceu. Lembro que levei um texto sobre o casamento homoafetivo, que estava em pauta na época. A minha ideia não era exatamente propor uma aula sobre isso, mas vi que os alunos começaram a conversar sobre o tema, e eu deixei. Deixei a discussão fluir e a minha tarefa ficou para a próxima aula. Mas achei que naquele momento a discussão era mais importante do que o que eu tinha planejado mesmo. 

Lendo o seu texto, vi o quanto isso é importante, mas, ao mesmo tempo, o que fiz foi pouco. Você deixa claro que intervenções pontuais não mudam, de fato, um pensamento hegemônico, que é construído e reforçado todos os dias!  

Gostaria que você compartilhasse mais da sua experiência em sala de aula. Quais ações concretas você já desenvolveu com os alunos? Como foi a recepção deles da tarefa? Você teve apoio da escola? (Vejo isso como mais um obstáculo a ser vencido, principalmente nos tempos trevosos em que estamos vivendo!!).   


Abraços

Em resposta à Bárbara Amaral Silva

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -

Oi, Bárbara!

Obrigado por compartilhar sua experiência. 

Realmente precisamos de algo que seja mais do que uma 'menção'. Mas, não posso negar a importância de quem "faz pouco" ou "o que foi possível". Eu estou na educação há quase 20 anos e no início de tudo eu nem podia falar sobre a minha homossexualidade com os(as) alunos(as). As minhas colegas professoras pediam que eu fosse 'reservado' nesse aspecto, alegando proteção (porque temiam o comportamento dos pais). A preocupação era genuína (eu, realmente, acredito nisso), no entanto era uma 'proteção' que 'ofendia' (entende?); afinal não se pode deixar "no armário" uma parte da sua singularidade ao entrar na escola. Seja aluno(a), professor(a) ou qualquer outro(a) funcionário(a)... ao chegar na escola (ou em qualquer outro lugar de existência), chega na completude. 

O que eu faço hoje? Fundamentalmente, EXISTO enquanto um professor-homem-negro-gay-etc-etc no mundo, na vida privada, na vida pública, na rua, na docência. Nesse sentido, existir é o mais importante. Pois, quem duvida que, ainda hoje (principalmente nesse hoje distópico), existam professores(as) escondendo suas identidades "assustadas"? 

Um abraço forte!

Antonio José       

Em resposta à Antonio José de Souza

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Bárbara Amaral Silva -

Obrigada pelo retorno, Antonio!


Se antes você nem podia falar sobre a sua homossexualidade, e agora está vendo algum espaço (ainda que insuficiente), é um indicativo que estamos caminhando para frente, apesar das inúmeras tentativas de frear esse avanço. 


Entendo perfeitamente que não é possível entrar na sala de aula como "metade" do que você é! E existindo você ensina melhor que qualquer aula! 

Obrigada!

Em resposta à Bárbara Amaral Silva

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -

"[...] existindo você ensina melhor que qualquer aula!" (SILVA, Bárbara Amaral, 2021, online).

Obrigado pela "conversa"!!!  

Em resposta à Antonio José de Souza

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Ana Maria Anunciação da Silva -


Boa noite, Antonio.

E que existência linda é a sua! quero te agradecer por ter chegado a minha/nossa roça como professor-homem-negro-gay.

A partir dessa sua chegança, livre e respeitosa, passo a estudar/escrever/pesquisar/publicar sobre a temática.  Sou grata, pois, foi com você que desenvolvi os sentidos formativos que se voltam para o reconhecimento e valorização da diversidade na escola, na roça e no mundo. 

Gratidão pela grandeza de sua EXISTÊNCIA. 

Se possível, escreva como é para você a participação no meu processo formativo na acadêmia/roça/escola/vida.

Abraços!

Ana Maria.


Em resposta à Ana Maria Anunciação da Silva

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -

Oi, Ana!!!

Obrigado, sempre!

O processo é... que eu aprendo mais com você (existindo com você) do que ensino. Fato!

Abraços!!! 

Em resposta à Antonio José de Souza

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Ana Maria Anunciação da Silva -


Antonio! Meu eterno.

Aprendemos um com o outro sempre. 

Gratidão pelos caminhos, andanças e ensinamentos.  

Abraços! Ana Maria




Em resposta à Comissão Organizadora C

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Ana Maria Anunciação da Silva -

Prezado Professor Doutorando Antonio José de Souza.

Quero agradecê-lo pelo presente, seu texto é um presente! Suas palavras me aquecem o frio desses tempos pandêmicos.

 Parabéns, por desnudar-se em poesia e lucidez “ revelar as coisas próprias de si”, (SOUZA, 2021), os ‘desajustes’ das circunstâncias de um tempo.

A sua escrita está serena, poética, leve e  revela o quanto AJUSTADO você é! Além de outras coisas, sua escrevivência é propositiva, pois nos faz refletir como a escola tem pautado a temática da diversidade, você faz um chamamento urgente e necessário.

O texto está lindo e impecável!

Abraços!

Ana Maria.

 

 


Em resposta à Ana Maria Anunciação da Silva

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -

Olá, querida Ana Maria!

Obrigado pela deferência!

Michel FOUCAULT, no livro O que é um autor? (1992), diz, entre outras coisas, que a escrita de si suaviza os perigos da solidão. Entendo que ao escrever em primeira pessoa palavra-e-vivência estou, em definitivo, escrevendo o coletivo (de-nós) de modo singular (de-si). Eis a síntese da categoria ‘Escrevivência’ de Conceição EVARISTO (2017).

Nesse sentido, quais são as suas escrevivências pessoais-e-coletivas, Ana Maria?

Forte abraço!

Antonio José


Referências

EVARISTO, Conceição. Becos da Memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2017.

FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: FOUCAULT, Michel. O que é um autor? Tradução de Antonio F. Cascais; Eduardo Cordeiro. Lisboa: Passagens, 1992, p. 129-160.

Em resposta à Antonio José de Souza

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Ana Maria Anunciação da Silva -

Olá! Querido Antonio.

As minhas escrevivências pessoais e coletivas nasce do encontro com um ‘outro’ em específico. Foi a partir de um convite providencial, que passei a escreviver, entender minha escrita/existência emaranhadas, ou seja, em um horizonte de sentido maior, como os ‘outros’.

A partir desse convite, passo a relacionar escrita, vivência e sentidos. Admito, pois, a escrevivência como uma interpretação de mim mesma em entrelace com ‘outros’.

Lhe dizendo melhor, no convite-providencial e no encontro-ancestral, passo a conceber texto-contexto numa perspectiva hermenêutica.

Abraços!

Ana Maria


Em resposta à Ana Maria Anunciação da Silva

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -

Oi, Ana... feliz por seu encontro hermenêutico.

Um forte abraço!

Em resposta à Antonio José de Souza

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -


No Roda Viva, Paulo Werneck pergunta à escritora Conceição Evaristo sobre seu processo de criação. Evaristo conta sobre a "escrevivência", a forma de escrever através de vivências, de uma palavra, uma música ou uma escuta.

Em resposta à Antonio José de Souza

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -

"Uma escrita narcísica tem como modelo, como suporte para análise pensar no mito de Narciso, o sujeito que perde diante da própria beleza. A "escrevivência" se distancia desse mito, preferimos pensar a partir de mitos afrobrasileiros [...] o mito de Narciso não reflete a beleza negra, ele é reconhecida a partir de um movimentos nosso de autoestima", diz a escritora Conceição Evaristo no #RodaViva.

Em resposta à Comissão Organizadora C

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Tielle Alves Souto -

Prezados autores, coordenadores de mesa e participantes, 

Estamos muito felizes com a participação de todos no Evento! Estou passando em cada fórum e vendo discussões e trocas de conhecimento muito enriquecedoras.

Gostaria de reforçar o convite para que todos possam entrar nos outros trabalhos do Roda e dos demais Palcos para prestigiá-los e trazer seu conhecimento que é algo muito importante para esse Evento. 
Além disso, peço para que os autores que já fizeram comentários no seu trabalho, convidem os demais para participarem também dos debates. 

Desde já, agradeço o empenho de cada um e desejo um ótimo evento para todos nós!

Grande abraço,

Tielle Alves (Coordenadora do Roda de Conversas)

Em resposta à Comissão Organizadora C

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Alexsandro Rosa Soares -

Olá, autor! Quero parabenizá-lo pelo trabalho que traz contribuições significativas acerca de memórias, desconstruções e resistência. A perspectiva testemunhal interseccionada pela negritude, masculinidade e homossexualidade, certamente viabiliza discussões e pensamentos para além dos padrões eurocêntricos institucionalizados. Parabéns pela escrita e gratidão por compartilhar.

Aproveito para convidá-lo e a todas e todos os participantes para conhecer o meu trabalho aqui na 'Roda de Conversas' e tecer as suas considerações.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR PESQUISADOR: PRÁTICAS INVESTIGATIVAS NOS CURSOS DE LICENCIATURA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO REDENTOR

Em resposta à Alexsandro Rosa Soares

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Antonio José de Souza -

Oi, Alexsandro!

Obrigado por sua leitura e por suas considerações. Fico feliz!

Abraços!  

Em resposta à Comissão Organizadora C

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Márcia Marília Teixeira Alves de Souza Duarte -

Olá, Antônio, boa tarde!

Parabéns pelo trabalho desenvolvido em sua tese. Texto leve e gostoso de ler que nos ajuda a refletir acerca da urgência de discussões profundas sobre a temática em todos os âmbitos da sociedade, principalmente nas escolas.

Abraços,

Márcia


Em resposta à Comissão Organizadora C

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Cíntia Moralles Camillo -

Boa noite, meu querido Antonio!

Primeiramente, parabéns pelo trabalho que você está desenvolvendo em sua tese. 

Seu texto flui e encanta, ameiii!

A sua temática me fez refletir sobre a importância de abordarmos nossas vivencias, nossas bagagens com esse tom de leveza que você traz no seu texto.

Um forte abraço.

Att, Cíntia.


Anexo esta.jpg
Em resposta à Comissão Organizadora C

Re: Monólogo De Um Professor Negrogay Situado | Antonio José de Souza

por Tielle Alves Souto -

Agradeço a todos que participaram das discussões de forma tão engrandecedora e prazerosa.

Aos coordenadores de mesa, um muito obrigada por mediarem as discussões.

Aos autores, meus parabéns por trazerem trabalhos tão significativos.

Aos participantes, um muito obrigada por trazerem grandes contribuições nas discussões.

Aproveito a oportunidade para convidá-los a participarem da próxima edição. 

Se cuidem e espero encontrá-los bem no próximo evento!!!Um grande abraço a todos!!!
Tielle Alves (Coordenadora do Palco Roda de Conversas)