Primeiro momento

Primeiro momento

por Rosana Baptistella -
Número de respostas: 45

Primeiro momento : ouçam as orientações do podcast:

opção 1.   

 

opção 2.  


Leiam o texto abaixo, sem afobamento, calmamente.

Escolham um lugar e a forma como irão ler: sentados; deitados; andando; anotando; parando a leitura; voltando; repetindo; em silêncio ou não... permitam que o texto reverbere no corpo e na memória; experienciem a leitura.

 

 

As cores

Havia no nosso jardim um pavilhão abandonado e carcomido. Eu gostava dele por causa das janelas coloridas. Quando, lá dentro, ia passando a mão de vidro em vidro, transformava-me; ganhava a cor da paisagem que via na janela, ora flamejante, ora empoeirada, agora mortiça, depois luxuriante. Sentia-me como quando pintava a aquarela e as coisas se me abriam assim que eu as acometia numa nuvem úmida. O mesmo acontecia com as bolas de sabão. Eu viajava dentro delas pela sala e juntava-me ao jogo das cores das cúpulas até elas se desfazerem. Olhando para o céu, para uma joia ou para um livro, perdia-me nas cores. As crianças são suas presas fáceis por todos os caminhos. Naquele tempo podiam comprar-se chocolates em pacotinhos em cruz e com cada tablete embrulhada num papel de prata de cor diferente. A pequena obra, segura por um fio grosso dourado, reluzia em tons de verde e ouro, azul e laranja, vermelho e prata; e nunca havia duas cores para os meus olhos, e ainda hoje sinto a doçura que nessa altura os saciou. Era a doçura do chocolate que fazia as cores desfazerem-se-me mais no coração do que na língua. Pois antes que eu sucumbisse às tentações da guloseima, já o sentido superior tinha suplantado de um golpe o inferior, arrebatando-me. (BENJAMIN, 2013, p. 108)

BENJAMIN, Walter. Infância berlinense: 1900. Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2013. 1ª publicação em 1933.

 

Compartilhem aqui as memórias que surgiram de reverberações do texto (seja o texto como um todo, uma palavra, uma imagem, sonoridade das palavras etc...), em foto (máximo de 5 fotos), áudio (até 30 segundos) e/ou texto (máximo de 3.000 caracteres ou 500 palavras).

Selecionem materiais, histórias, objetos etc. e postem aqui, em algum dos formatos (e tamanhos) citados acima, até as 9h de quarta-feira, dia 28. * prorrogado até as 12h do dia 28

E fiquem atentos: na quarta-feira teremos um novo tópico com o segundo momento desta nossa construção coletiva do corpo analógico à memória digital.

 

 

 

(Editado por Ana Matte - terça, 27 nov 2018, 11:21)

Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Rosana Baptistella -

#paracegover : imagem feita a partir da planta dos pés de um bailarino

Das minhas memórias com "As Cores": pés do Fredyson Cunha, bailarino com quem trabalho, em um encontro em que lemos um texto buscando a reverberação no corpo. Gosto desses tons de marrom, terra, ocre e preto. Foto e imagem trabalhada pela fotógrafa Marli Wunder. 

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Re: Primeiro momento

por nara salles -
Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Carolina Dutra Berbet -

Das minhas memórias com as cores, trago o amarelo do biscoito de polvilho feito por minha avó Sebastiana, aquele cheiro de polvilho, frito no fogão azul, numa cozinha bem antiguinha.. que saudade das tardes na casa dela, rodeada de primos e tios... Ela era uma avó amorosa, bem baixinha, com cabelos brancos como a neve e olhos azuis como o céu.. A lembrança deste biscoito ficou tão marcada na minha memória que na minha primeira gravidez foi meu desejo de consumo comer aquele biscoito... Infelizmente minha avó já havia partido, não conheceu meus filhos, eles não experimentaram aquele delicioso biscoito amarelinho com gostinho de amor.. Ainda bem que temos a memória...Ahh a memória!!! Que saudade...

Anexo biscoito.jpg
Em resposta à Carolina Dutra Berbet

Re: Primeiro momento

por Giliane Sacramento -

Carol

Que linda memória, maravilhosa!

Que bom que teve a oportunidade de viver este momento, e este ser parte da sua memória. Talvez este seja o verdadeiro sentido da vida, viver momentos incríveis ao lado de quem amamos, e que de alguma maneira se tornam eternos...

Bjs

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Re: Primeiro momento

por Tiago Bassani -

cor-po paisagem. 

A cor da paisagem entranha no corpo e transfigura-se em significado. Gruda nas mãos e nos pés, extremidades que sente o pictórico. 

Recorda pelo corpo outras experiências por meio de uma retomada do passado.

O corpo sente de novo por meio da imagem, agora de maneira transformada. 

As linhas conduzem para essa rememoração. Agora levado pelas palavras para as imagens mentais e físicas que fazem retomar tempos.      

Anexo corpo.jpg
Anexo terra-pés.jpg
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Re: Primeiro momento

por Rosana Baptistella -

Cores, casarões, Benjamin, parcerias poéticas... me levam a lembranças da pesquisa que se fez de forma colaborativa. Trago na 1a foto, a Marli Wunder e a Neusinha Aguiar, dedicando sua sensibilidade às caixas-suporte de minha tese, com muitas cores, no Casarão de Barão, lugar de muita vida pulsante, muita arte. 

#paracegover: duas mulheres sentadas trabalhando com tecidos, fitas, linhas, tesouras, caixas em uma mesa grande, num casarão com janelas e porta antigos e grandes, com bandeirinhas coloridas no teto e nas janelas.

E, na 2a foto, um recorte da colaboração da Helô Cardoso também nas caixas-suporte da tese, em sua casa-ateliê, onde não faltam máscaras, figurinos, tecidos, fitas, livros, pinturas. 

#paracegover : detalhe de uma sala com uma mesa em primeiro plano com caixas, tecidos, bordados e fitas e uma mesa menor em segundo plano, com máscaras e livros.

E, em ambos os ambientes, sempre um bom café paulista, bem preto - mas muitas vezes em xícaras e pires coloridos.

#paracegover : café sendo servido de uma cafeteira vermelha, em uma xícara vermelha de ágata, com pratinho colorido; ao fundo, desfocado, verde da natureza.

Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Marina de Nascimento -

Também lembrei do trabalho - A gente escolhe o que gosta e as lembranças pessoais e profissionais tornam-se as mesmas, convergem. 

Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Crislaine Junqueira Aguiar Silva -

Cheirinho de pólvora nas mãos, vestido com bota, e laço de fita na cabeça ou no chapéu. Caricaturávamos a nós mesmos, caipiras. O cheirinho do milho quente, da pipoca com melaço, do amendoim torrado e a quenturinha da fogueira que ardia nas ruas exalando fumaça de arder os olhos miúdos em meio ao frio e a garoa do mê de junho. As cores das bandeirolas e balões de crepom e seda. Eram vermelhos brilhantes, amarelos reluzentes e tons de rosa, roxo. Azul clarinho também entrava na paleta para dar um ar mais leve. 

O barulho de cada estouro acompanhados de risos e gritos que salvavam o São João. 

Anexo 1395800_532171583536016_1585855670_n.jpg
Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Marina de Nascimento -
Olá, pessoal! Olá, Rosava! 

Adorei esse primeiro momento, pois "me bateu" como uma coisa relaxante. Mergulhei fundo nas minhas memórias e subi de volta à superfície com a foto abaixo.

Em resumo, sou professora de Português Língua como Língua Adicional, Estrangeira, como muitos ainda chamam.

Nessa imagem, apesar de haver várias nacionalidades diferentes, provindas de diferentes continentes, mas unidas pelo mesmo objetivo, nós estamos com cores muito parecidas. Foi, sim, uma coincidência, mas me marco um muito, porque a identificação de muitos países está ligada às cores, assim, parece que mesmo "diferentes", formamos um "todo" - somos um. 

Muito obrigada pela partilha!
Há varias pessoas, diferentes nacionalidades, vestidas com cores bastante semelhantes.
Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Ana Carla Barros Sobreira -

  me lembra, nao sei porque, as travessuras de infancia. Tudo era tao simples...Tao bom...

Em resposta à Ana Carla Barros Sobreira

Re: Primeiro momento

por Marina de Nascimento -

Olá, Ana Carla!

Obrigada por ter trazido um vídeo, estou acompanhando as postagens! Mas você acredita que de relance eu lembrei, comparando o rosto do menino, à frente, daquele menino sírio retratado após um bombardeamento?!

Depois que olhei com calma, fiquei mais feliz! Mas, também fiquei pensante. como pode a infância ser marcada de modos tão diferentes para diferentes indivíduos, não é mesmo?

Abraços!!

Marina!

Em resposta à Marina de Nascimento

Re: Primeiro momento

por Ana Carla Barros Sobreira -

nossa agora q to vendo a cara do menino sirio...triste...

Em resposta à Ana Carla Barros Sobreira

Re: Primeiro momento

por Marina de Nascimento -

Oi, Ana Carla! Realmente, lembra muito! Mas a diferença entre as experiências com relação à foto da qual lembramos e o vídeo que você postou são bem diferente, né? 

Eu acho muito bonitinho crianças falando, mas principalmente quando são outras línguas, porque eu fico muito curiosa. E o "big brother" tentando escapar deixou-me impressionada, parece que o pai percebeu e foi alinhando, desde jovens, acredito, precisamos ir mostrando aos meninos nossos valores éticos!

Abraço!

Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Breno de Campos Belém -

Olá Rosana Baptistella,


O primeiro momento de leitura do texto me remeteu ao dia 17 de abril de 2015 quando, no horário do almoço, ao assistir um jornal televisivo, tive o meu primeiro "contato" com os livros de colorir.  A reportagem falava o quão desestressante eram as atividades de colorir e por qual motivo ela estava ganhando novos adeptos, principalmente adultos.  Naquele momento eu vivia em um stress diário, por estar assumindo um novo cargo de gestão de um curso, sem ter tido capacitação para isso. A partir dali, passei a usar as cores, das mais diversas formas e materiais possíveis para me distrair, sair daquela realidade estressante e me transportar para um mundo em que eu pudesse fazer uma higiene mental.  Diante de um fenômeno chamado efeito borboleta, que inclui uma torção no pé e alguns meses sem poder andar, adotei as canetas esferográficas como material de estimação.  De 2015 pra cá, aperfeiçoei-me na técnica de utlizar as canetas esferográficas para colorir e creio que eu seja um dos poucos no Brazil que faz isso (a maioria prefere lápis de cor).  Passei a entendê-las de maneira que fui me aperfeiçoando nesse passa tempo e terapia que hoje em dia muitos me procuram para fazer trabalhos pagos em troca dessa "arte" que produzo.  Como não comecei a realizar esta atividade como trabalho, prefiro deixar desta forma, apenas como hobby/lazer.  Tudo o que remete a cores me faz lembrar disso e eu gosto muito de esvaziar minha mente com esta atividade.

Envio aqui dois dos meus "trabalhos" que eu mais gosto.  O Coringa e o Anúbis.


Espero ter contribuido de alguma forma.

Abraços.


Anexo esferográficas1.jpg
Anexo esferográficas2.jpg
Em resposta à Breno de Campos Belém

Re: Primeiro momento

por Marina de Nascimento -

Puxa, que legal sua intervenção Breno! Para mim é novidade, quando eu era mais nova eu pintava, não tenho !" a veia da coisa como você", mas acredito que a técnica ajuda muito! Vou pensar no assunto, porque agora ficou somente o estresse. 

Obrigada!

Abraços!

Em resposta à Marina de Nascimento

Re: Primeiro momento

por Breno de Campos Belém -

Pasme você, Marina.  Eu nunca tive (disse NUNCA mesmo) nenhuma "veia artística" em meu sangue.  Ao contrário, minhas práticas de infância, pré-adolescência e adolescência acompanharam a evolução tecnológica dentro de casa, com video games diversos, computador, advento da internet e, fora de casa, eu brincava muito  na rua com meus amigos, na época em que ainda tínhamos segurança para "sentar na porta de casa e conversar".  Eu iniciei toda essa "novidade" de colorir em 2015 mesmo.  Nem lápis de cor e nem canetas esferográficas eram parte de minha rotina de passa tempo em casa.  Ao contrário, sempre fui muito "fora da arte".  Não sabia desenhar, nunca tive aptdão pra nada que use as mãos e materiais artísticos.  O dia em que assisti a materia na TV foi o start, aquele efeito borboleta que me fez ir em busca de tentativas.  Fiu tentando, tentando, praticando, assistindo a alguns videos na internet, sobre perspectiva, luz em sombra, colocando cor aqui e ali, conversando com outros coloristas que consegui chegar a esse resultado de hoje.  Sei que ainda tenho muito o que aperfeiçoar, mas sei que com a motivação necessária posso melhorar a cada dia.  Tenho 35 anos de idade e isso tudo começou, do zero, após os 30.  Se eu, sem nenhum tipo de experiência com arte, cores, desenhos e colorações, consegui, qualquer pessoa, com a mínima vontade e motivação, também consegue.  Basta tentar!  Qualquer habilidade que a gente queira aprender e evoluir é preciso praticar e, pra que isso aconteça, é necessário começar.

Em resposta à Breno de Campos Belém

Re: Primeiro momento

por Marina de Nascimento -

Oi, Breno! Realmente, estou pasta! 

Eu diria que desde cedo você já tinha esse lado artístico, porque, realmente, gostei do resultado, mas fico muito contente de ser algo desenvolvido com esforço, a gente valoriza muito essas conquistas feitas com mais dificuldades e investimento de tempo, paciência e outras coisas! 

Concordo com você, com força de vontade, vamos longe!

Parabéns!


Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Giliane Sacramento -

Memórias da infância


Revivendo momentos da minha infância.


Fase mágica, o brincar e a imaginação constroem memórias afetivas cheias de significados que irão perdurar por toda a existência.

Engana-se quem pensa que o começo da vida é uma etapa que fica para trás depois que viramos adultos. É um ciclo vivo, que volta, e se renova. Ecos da criança que fomos continuam a ressoar dentro de nós no decorrer da vida.

 
Anexo IMG_20180707_072531.jpg
Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Rosana Baptistella -

Tiago, Marina, Crislaine, Ana Carla, Breno e Giliane, 

Muito obrigada pelas colaborações plurais, diversas, sensíveis.

Já vou adiantar a vocês os outros 2 momentos: 

2o momento: amanhã, quarta-feira, dia 28, abriremos um novo forum para uma conversa sobre as postagens-respostas à proposta desta conferência/debate performático (até as 9h este forum estará aberto a participações);

3o momento: será criado um vídeo com o material referente às memórias postadas por vocês e por todos os demais que venham a colaborar, discutir, refletir conosco.

Aguardo vocês amanhã! Lembrando que é assíncrono, mas temporal.

E continuo logada, vamos conversando!

Abraços,

Rosana


Em resposta à Rosana Baptistella

giulia zen

por Giulia Memea zen -

a arte liberta.

" ... eu quase que dentro da lata, misturo o látex do fundo com a água de cima, meus braços estão brancos pingando tinta, a criança me pergunta se não machuca, eu sorrio para seu questionamento e repondo lhe passando as mãos cobertas de tinta em seus braços, e te pergunto em reposta: esta doendo? ou esta mais fresco agora? ela me empurra de cima da lata e começa a mexer na tinta, fazendo agora o meu trabalho. Naquele dia o sol estava muito quente, queimando-nos as costas e deixando as marcas das gotas de tintas nos nossos corpos. ventava bastante, a menina ja havia acabado seu desenho, sugeri que jogasse gotinhas de tinta iguais do seu corpo no portão para finalizar. Acho que eu e ela nunca havíamos sido tão felizes e completas como naquele momento foi possível..."

Anexo a arte liberta.jpg
Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Ana Cristina Fricke Matte -

Profe,

O texto gerou lembranças.

Hoje as crianças olham de dentro das janelas das casas o mundo lá fora, e nesse tempo a mímica da lagartixa já deu o tom a muitas risadas. Naquele tempo, eu e minhas poucas colegas de travessuras olhávamos para dentro, em silêncio (ou quase).

Curiosas, queríamos tanto saber o sabor das cores internas e escuras das casas cujas janelas só se abriam a nossos olhos após pular alguns muros, que um dia não resistimos e começamos a entrar nas casas vazias no meio da semana de trabalho, pelas janelas!

Entrávamos quase sem conter o riso, mas quietas, com tanto cuidado que provavelmente nem minha irmã perita, naquele tempo nem nascida, teria conseguido encontrar nossas digitais. Pois íamos lá para tocar com o olhar, para sentir a energia da proximidade das cores proibidas que, como suspeitávamos, eram diferentes quando vistas de perto...

Anexo dentroDeCasa-brincandoDeTeatro.jpeg
Anexo eu-toda-toda.jpeg
Anexo janelasParaLeitura.jpeg
Anexo parceirasDeTravessuras.jpeg
Em resposta à Ana Cristina Fricke Matte

Re: Primeiro momento

por Rogério Migliorini -

Vou postar algumas fotos que guardo há tempos no pc e que tem a ver com cores. 

Adoro pinturas primitivas - art naif - por causa das cores, bem como as a forma como elas aparecem nas manifestações populares do mundo todo.

Caráter mascarado de dança popularasiática com vestimenta muito coloridaPintura naif de uma cidadezinha brazileira do interior retratando igreja, casas, pessoas na praça da matriz e tudo muito coloridoPintura meio naif de uma fazenda norte-americana, mostrando uma casa, dois moinhos e árvores nas cores amareladas de outono

Em resposta à Rogério Migliorini

Re: Primeiro momento

por Rogério Migliorini -

Vou postar mais duas imagens que acabaram de me chamar a atenção por terem algo tão em comum e, ao mesmo tempo, serem tão diferentes. Uma é a pintura de uma milonga argentina, a outra, da procissão de um funeral africano. 


Anexo funeral.jpg
Anexo milonga.jpeg
Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Jady Caroline de Sousa Costa -

Logo de cara pensei em colocar aqui uma foto que tirei quando fui ao Inhotim, naquele espaço das paredes coloridas. Quando estava procurando em minha galeria me dei conta que precisaria escolher pelo menos mais vinte fotos, fiquei triste porque o limite é de apenas cinco. Percebi que o que colore a vida e faz os momentos serem nostálgicos são as pessoas que caminham ao nosso lado, e por esse motivo queria colocar fotos de quem caminha comigo. Como isso não era possível, outra opção era colocar uma foto minha - sorrindo muito - mas isso seria um pouco narcisista, né!? 

Já estava desistido de escolher uma foto quando passei por essa, que estou junto dos meus irmãos segurando uma tela que deveríamos pintar em família, então fez mais sentido ainda a parte que digo que o que importa são as pessoas que colorem junto com a gente!


A foto com fundo azul tem três pessoas (duas meninas, uma de cada lado e um menino no centro) segurando uma tela de pintura que está centralizada. A tela está em branco. Cada um faz uma pose e tem no rosto uma expressão de alegria.

Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Péricles Christian -

Imediatamente lembrei de um dos lugares que mais amei conhecer, a Janela do Céu em Ibitipoca. É impossível ler as palavras janela e cores e não se lembrar deste lugar. Então resolvi compartilhar a primeira foto que tirei ao entrar no parque, o início do caminho que me permitiu contemplar tamanha beleza.

Entrada do parque

cachoeira janela do céu

Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Narayana Bonet -

A mesma chuva...

As imagens das flores e o cheiro de terra molhada junto ao cheiro de bolo de fubá assando; se misturam em lembranças do que já se foi, porém, nunca deixarão de ser.

A casa hoje reformada, ainda suspira de saudades das crianças hoje crescidas.

O jardim de descobertas permanece florido e ainda dança sob a chuva de lágrimas que o regam, para que este seja lembrado por quem se quer o conheceu.

(Editado por Rosana Baptistella - quarta, 28 nov 2018, 11:19)

Anexo narayana.jpg
Em resposta à Narayana Bonet

Re: Primeiro momento

por Iara Fricke Matte -

lembranças de um passeio recente... entre quatro paredes encontra-se o mundo!


nas mãos

vãos caminhos

 

chãos

da memória azul

num mundo despintado de cinza-gris

o intenso amarelo verão

respinga em mim

 

e desabrocha-me



Anexo IMG_6781-menor.jpg
Anexo IMG_6808-menor.jpg
Anexo IMG_6820-menor.jpg
Anexo IMG_6888-menor.jpg
Anexo IMG_7808-menor.jpg
Anexo IMG_8093 -menor.jpg
Anexo IMG_8309-menor.jpg
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Anexo IMG_8330-menor.jpg
Em resposta à Iara Fricke Matte

Re: Primeiro momento

por Iara Fricke Matte -

Todas as fotos foram tiradas por mim em 2018. 
São detalhes de quadros de museus ou igrejas 
na Espanha e Itália.
 
 
Foto 1 - detalhe da pintura Retrato de Antonia Canis, 
de Cornelis de Vos,1624. (Museu Thyssen Bornemisza, 
Madri, Espanha).
 
Foto 2 - detalhe da pintura Retrato de uma joven, 
de Paris Bordone,1543-1550. (Museu Thyssen Bornemisza, 
Madri, Espanha).
 
Foto 3 - detalhe da pintura Retrato de una mujer, 
de Bartholomäus Bruyn el Viejo,1538-1539. (Museu Thyssen 
Bornemisza, Madri, Espanha).

 

Foto 4 - detalhe da pintura XXXX, essa eu não anotei, 
mas vou tentar lembrar pois já conhecia a obra... 
(Museu Thyssen Bornemisza, Madri, Espanha).
 
Foto 5 - detalhe de escultura tirada numa igreja-museu 
em Orvieto, na Umbria, Itália. Não anotei o autor da escultura.
 
Foto 6 – detalhe da pintura Madonna col Bambino 
e due angeli de Mello da Gubbio, ca. 1350. 
(Museu Cívico de Gubbio) 

 

Foto 7 – detalhe da pintura Madonna col Bambino 
do Maestro di Cesi, de 1332.
 
 
Fotos 8 e 9 – detalhe de uma pintura da Anunciação, 
anônima, séc. XVII, encontrada na Norcia, 
igreja de Sant’Anna em Legogne (A aldeia de Legogne 
pertence ao município de Norcia, na província de Perugia, 
região da Umbria, Itália).

Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Rosana Baptistella -

Tiago, Crislaine, Marina, Ana Carla, Breno, Giliane, Nara, Carol, Aluísio, Giulia, Ana, Rogério, Daniel, Jady, Péricles, Narayana, Iara, Vivian e mais alguns que estão em contato, enviando ainda... 

Agradeço o interesse e a colaboração de vocês. 

Suas memórias, histórias, imagens, palavras, sabores, saberes, cheiros, infâncias, desenhos, cores... vão agora conversar, dentro de uma mesma narrativa. Como diretora deste debate performático, digo a quem não colocou nenhum texto ou legenda que, se quiser dizer/acrescentar algo sobre a imagem postada, fique à vontade. Senão, invento uma leitura minha, já que, como dizia Manoel de Barros, as memórias são inventadas e tudo que não invento, é falso (BARROS, 2006)*.

Importante: incluam crédito/ referência dos materiais postados; caso não sejam de arquivo pessoal, certifiquem-se de que são de domínio público ou creative commons. Não sendo, não poderemos usar. Portanto, se quiserem, substituam o material ou façam nova postagem, para podermos incluir na produção final. Vou deixar aqui aberto ainda hoje, para esta finalidade.

Aguardo! Obrigada.

(Logo mais vou abrir o forum do segundo momento, em que vamos conversar sobre este processo.)

Abraços,

Rosana


*BARROS, Manoel. Memórias Inventadas “A segunda infância”. São Paulo: Planeta, 2006.

Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Vivian Pinto Riolo -

Nas minhas memórias de infância, estou sempre fazendo arte... 

Arte de todos os tipos: de pintura a teatro. Sempre estive envolvida com um público! Desde as minhas bonecas às pequenas plateias de amigos ou familiares... 

O trabalho teatral (na igreja, nos orfanatos e asilos) e a dança fizeram parte da minha história até pouco tempo atrás e essa conferência-oficina me tem feito resgatar lembranças lindas que nesse corre corre de adulto eu acabei deixando escapar... Obrigada!

Anexo UEADSL_fotos.jpg
Anexo UEADSL_fotosII.jpg
Em resposta à Vivian Pinto Riolo

Re: Primeiro momento

por Eliane Piske -

Profe Rosana! Tudo bem?

Recebi o convite para coordenar a mesa, fiquei muito feliz pela oportunidade! Estava esperando as demais orientações para ir conversando, mas não aguentei! Terei que compartilhar as minhas percepções também, espero que coordenar possa ser participar também, hehe!

Fiquei muito, muito entusiasmada com tuas provocações e os relatos/postagens dos colegas também. Não aguentei aguardar o segundo momento para conversar com vocês!

O trecho que inquietou: “Olhando para o céu, para uma jóia ou para um livro, perdia-me nas cores. As crianças são suas presas fáceis por todos os caminhos” (BENJAMIN, 2013, p. 108). Pensei nas folhas/movimentos... “presas fáceis”: adultos ou crianças? Percebam que não estou referindo adultos versus crianças. Quais caminhos? “Quando, lá dentro, ia passando a mão de vidro em vidro, transformava-me” (BENJAMIN, 2013, p. 108). Podemos imaginar uma sala de aula fechada? O que/como fazemos? E a folha pode passar de mão em mão, como assim? Quais relações teriam uma folha e o vidro? “transformava-me” pela “auto(trans)forma(ação)”... Percebam a força dessa palavra pela/com as imagens, que tal?

Abraços, Eliane


Anexo ac55c65d-6d60-4801-b579-82f55623af0c.jpg
Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Rosana Baptistella -

Aberto o segundo momento! 

Aguardo comentários, reflexões, discussões, relatos, confissões... e começo pela minha confissão: vocês me fizeram lembrar desta música, nesta versão, com esta cenografia: 

Abraços,


Em resposta à Rosana Baptistella

Re: Primeiro momento

por Marina de Nascimento -

Muito bom saber que todos somos assim e, claro, poder interagir com pessoas tão iguais e diferentes ao mesmo tempo!

Muito obrigada,

abraços!