18/Novembro: O Semi-simbolismo na dança

registro 18/novembro

O semi simbolismo na dança: log da conferência de Isabel Coimbra para o STIS


18 de novembro de 2011/ sala #evidosol-1 da rede Freenode de IRC


[14:14] [acris] Pessoal, boa tarde!
[14:14] [acris] Vamos dar início a mais uma edição do STIS
[14:14] [acris] Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec
[14:15] [acris] Hoje temos a honra de chamar para proferir a conferência
[14:15] [acris] a professora Isabel Coimbra
[14:15] [acris] da Faculdade de Educação Física Terapia Ocupacional e Fisoterapia da UFMG
[14:16] [acris] responável pelo grupo de Dança Experimental
[14:16] [acris] e pelo Seminário Nacional de Dança Contemporânea
[14:16] [acris] que aconteceu semana passada
[14:16] [acris] Olá Isabel, seja bem vinda!
[14:17] [acris] A Isabel vai apresentar para nós a conferência Semi-Simbolimso na Dança
[14:17] [belcoimbra] oI Ana Oi para todos!
[14:17] [acris] belcoimbra: voce tem 50 minutos para apresentar
[14:17] [acris] depois abrimos para o debate, está bem?
[14:17] [belcoimbra] obrigada!
[14:17] [belcoimbra] Boa tarde e bem vindos!
[14:18] [acris] boa tarde!
[14:18] [belcoimbra] A Ana me apresentou mas
[14:18] [belcoimbra] é preciso registrar que antes de tudo sou uma bailarina e esse ser sempre foi o impulso em quase tudo em minha vida, em minha formação profissional e, sem duvida, para essa apresentação no STIS.
[14:18] [acris] :)
[14:18] [belcoimbra] Como o objetivo didático dos STIS (Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec (http://stis.textolivre.org/ ) é discorrer sobre um tópico teórico de uma das áreas de atuação e pesquisa do
[14:19] [belcoimbra] Programa Texto Livre de Semiótica e Tecnologia a proposta, hoje vou compartilhar nossa aproximação
[14:19] [belcoimbra] entre a Dança e a Semiótica focalizando o sistema semi-simbólico sob a luz da semiótica francesa
[14:19] [belcoimbra] Então Vamos lá... SEMI-SIMBOLISMO NA DANçA
[14:19] [belcoimbra] Num primeiro momento, como é possível explorar as relações entre linguagem e dança?
[14:20] [belcoimbra] Com certo conforto, acomodamos no espaço intelectual a noção de que podemos tomar certas práticas como linguagem
[14:20] [belcoimbra] quando apontamos para um caráter de regularidade na produção de sentido e eficácia comunicacional.
[14:20] [belcoimbra] Estes atributos que localizamos na linguagem em nossa experiência cotidiana e que, por analogia, emprestamos a outras práticas sociais, e nessa perspectiva, à dança-espetáculo.
[14:21] [belcoimbra] A linguagem em dança também pode ser um conjunto organizado de informações conceituais e procedimentos que mediam a comunicação configurando-se como um produto de um
[14:21] [belcoimbra] ato discursivo sempre marcado pelas condições em que foi produzido e pelas condições de sua recepção
[14:21] [belcoimbra] Assim como qualquer texto, o texto em dança funciona como um fio condutor que liga o bailarino ao público permitindo
[14:22] [belcoimbra] a interação concreta entre estes em uma situação de comunicação trazendo em si inúmeras possibilidades de significação
[14:22] [belcoimbra] E a Dança-espetáculo é um texto que acontece primeiro no espaço corporal.
[14:22] [belcoimbra] Interessante que em Bakhtin, podemos dizer que o corpo percebe, acrescenta linguagem e media, no interior do sujeito,
[14:23] [belcoimbra] um mundo que se transforma em sentido através da expressão do conteúdo imanente em si.
[14:23] [belcoimbra] Outro conceito utilizado por Bakhtin e que se relaciona amplamente à linguagem corporal e á semiótica é o dialogismo pelo fato
[14:23] [belcoimbra] de que os corpos são representados em um processo de evolução que não se conclui, pois seu universo está em permanente evolução
[14:24] [belcoimbra] O dialogismo decorre da condição de que o processo de interação entre os corpos constrói a imagem do homem e do mundo
[14:24] [belcoimbra] num processo de comunicação que visa a conhecer o ser humano em sua verdadeira essência.
[14:24] [belcoimbra] Propõe-se a conhecer o outro, pois na sua natureza, o “eu” não pode ser solitário em um universo povoado por uma multiplicidade de sujeitos.
[14:24] [belcoimbra] A comunicação dialógica entre o “eu” e o “outro” requer que o meu reflexo se projete nele e o dele em mim permitindo um espaço interacional em que o papel do outro é fundamental.
[14:25] [belcoimbra] Pelo ponto de vista da semiotica francesa a unidade de sentido é o texto e o texto por sua vez é um todo dotado de sentido
[14:25] [belcoimbra] Na comunicação textual o processo de geração de sentido é o objeto de interesse do semioticista.
[14:25] [belcoimbra] Bertrand (2003) aponta que a semiótica extrai uma parte importante de sua concepção de significação inspirada na fenomenologia e interessa-se pelo “parecer do sentido”,
[14:25] [belcoimbra] que se apreende por meio das formas de linguagem e, mais concretamente, dos discursos que o manifestam .
[14:26] [belcoimbra] é uma abordagem relativista de um sentido por vezes incompleto, pendente nas tramas do discurso.
[14:26] [belcoimbra] Ela define o estatuto das formas significantes como um espaço intersticial entre o sensível e o inteligível, entre a ilusão e a crença partilhada, na relação reciprocamente fundadora entre sujeito sensível e objeto percebido, destacando-se no horizonte da sensação. (Bertrand 2003.p. 20)
[14:27] [belcoimbra] O corpo semiotizado ganha ecos com Greimas, Zilberberg (entre outros). Para a semiótica francesa, o conteúdo existe potencializado até que seja manifestado pela junção com a expressão.
[14:27] [belcoimbra] Dessa junção, há a configuração da forma, que é constituída por significante e significado.
[14:28] [belcoimbra] Tem-se aí uma relação sígnica que proporciona todo esse “parecer do sentido”, apreendido por meio das formas de linguagem
[14:28] [belcoimbra] Para Greimas (1968) a linguagem gestual ainda pode produzir dois efeitos diferentes associados á sua função
[14:28] [belcoimbra] que pode ser dessemantizado (desprovido de sentido) ou semantizado (carregado de sentido).
[14:29] [belcoimbra] Assim gestos de função prática e, por exemplo, de função mítica são admitidos numa oposição prático vs. mítico em que um está diluído no outro no processo de comunicação.
[14:29] [belcoimbra] Mas além do corpo, o movimento, o tempo e espaço são elementos de uma presença – existência semiótica -
[14:29] [belcoimbra] uma estética de fronteiras que se entrecruzam materializando uma linguagem que dialoga com sentidos por vezes antagônicos.
[14:30] [belcoimbra] Por ser um caso particular de comunicação gestual (visual-auditiva) a dança vai relacionar expressão e conteúdo constituindo sistemas semi-simbólicos expressa sincreticamente.
[14:30] [belcoimbra] Ou seja, na dança o plano de expressão há que se considerar a pluralidade de linguagens que envolvem
[14:30] [belcoimbra] os movimentos corporais, a trilha sonora, o cenário, o figurino, a iluminação e outros “adereços”
[14:31] [belcoimbra] como, por exemplo, projeções simultâneas de imagens, tudo organizado num todo de significação para construir o sentido da obra.
[14:31] [belcoimbra] Nesse sentido, a dança-espetáculo como destinadora só cria sentido para o público-destinatário ao
[14:31] [belcoimbra] instaurar um contrato de comunicação marcado pela presença de um enunciador e de um enunciatário.
[14:32] [belcoimbra] Em se tratando de SEMIóTICA VISUAL E SEMI-SIMBOLISMO
[14:32] [belcoimbra] Tomamos o o texto como um todo dotado de sentido na semiótica francesa o plano da expressão passa a ser tomado como
[14:32] [belcoimbra] objeto de estudo quando ha uma relação entre uma forma de expressão e uma forma de conteúdo.
[14:33] [belcoimbra] A semiose se estabelece como uma relação entre uma categoria do significante e uma categoria do significado, relação necessária para entre categorias ao mesmo tempo indefinidas e fixadas num contexto determinado. (GREIMAS,1981 p. 116)
[14:33] [belcoimbra] A relação entre expressão (significante) e conteúdo (significado) denominada semi-simbolismo é arbitrária porque
[14:33] [belcoimbra] é fixada em determinado contexto (que tambem é um texto) mas é balizada pela relação estabelecida entre os dois planos da linguagem
[14:34] [belcoimbra] Ha textos em que o plano da expressão funciona apenas como veículo do conteúdo mas em outros casos
[14:34] [belcoimbra] o plano da expressão passa a fazer sentido por isso essa relação é considerada semi-simbólica.
[14:34] [belcoimbra] Floch, um dos principais fundadores da semiotica visual define semi-simbolismo semiotico como uma semiotica poética utilizando a definição de função poética de Roman Jacobson.
[14:35] [belcoimbra] Pietroforte (2004, p 9) esclarece que “a relação entre uma forma de expressão e uma forma de conteudo manifesta-se quando ha uma relação entre os eixos paradigmáticos de cada uma delas, e quando eles sao projetados no eixo sintagmático”.
[14:35] [belcoimbra] Mas atenção: nem toda relação semi-simbolica é poética e nem toda relação poética é semi-simbólica.
[14:36] [belcoimbra] No caso da dança-espetáculo em que o conteúdo é articulado por categorias semânticas exemplo vida vs morte,
[14:36] [belcoimbra] pode ter em sua expressão de acordo com uma categoria plástica luz vs trevas que remetem aos planos de conteúdo vida e morte respectivamente
[14:37] [belcoimbra] Assim toda semiótica plástica é semi-simbólica mas nem todo semi-simbolismo é uma semiotica plástica (Floch, 1985).
[14:37] [belcoimbra] Nos textos sincréticos como as da dança-espetáculo, por exemplo, podemos abordar categorias do plano de conteúdo e relacioná-las semi-simbolicamente a categorias
[14:38] [belcoimbra] do plano de expressão que envolvem compontes topológicos, cromáticos, e eideticos como pistas para uma sobredeterminação tímica ou fórica dos termos do quadrado semiótico.
[14:38] [belcoimbra] Pensando no percurso dos textos imagéticos a serem pesquisados a análise deve se voltar para dentro do texto na investigação de suas “marcas”,
[14:39] [belcoimbra] para seus mecanismos internos de agenciamento do sentido, e para o contexto que sustenta esse texto, ou seja, a intertextualidade contextual
[14:40] [belcoimbra] Essa abordagem permite analisar os sentidos do texto, questão a que se dedica a semiótica francesa ao examinar os mecanismos e procedimentos de seu plano do conteúdo.
[14:40] [belcoimbra] O plano de conteúdo de um texto é, nesse caso, concebido metodologicamente, sob a forma de um percurso gerativo de sentido
[14:41] [belcoimbra] Que vai do nível mais simples ao mais complexo, do mais abstrato ao mais complexo e concreto, num processo de enriquecimento gradativo
[14:42] [belcoimbra] Os três níveis de análise podem ser o fundamental, o narrativo e o discursivo.
[14:42] [belcoimbra] Como pequena ilustração ou aplicação propomos uma breve análise da obra Lê Sacre du Printemps coreografia alemã de Pina Bausch (1940-2009) estreada em 1984 e publicada inúmeras vezes no YouTube.
[14:43] [belcoimbra] Vejam é a primeira parte
[14:44] [belcoimbra] aumenta o som que que a trilha é muito boa!
[14:45] [acris] :)
[14:47] [acris] belcoimbra: melhor continuar, tem 15 min pra abrir para perguntas
[14:47] [belcoimbra] Para uma análise e leitura introdutória do vídeo da obra estudada concebemos o sentido como um processo gerativo, em um percurso que vai do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto.
[14:47] [belcoimbra] Nesse Percurso Gerativo de Sentido o nível fundamental é o ponto de partida para se determinar o percurso mais geral e abstrato da obra. (GREIMAS, 1975 e 1993)
[14:48] [belcoimbra] Em Lê Sacre du Printemps, de modo geral, o sentido é definido pela rede de relações estabelecidas entre os elementos do conteúdo.
[14:48] [belcoimbra] Esta rede de relações produz sentidos que podem ser orientados por categorias semânticas mínimas.
[14:49] [belcoimbra] Sinteticamente, a obra conta a história de uma jovem que deve ser sacrificada como oferenda ao deus da primavera em um ritual primitivo, a fim de trazer boas colheitas para a tribo
[14:49] [belcoimbra] Dessa forma, o tema vida vs. morte é muito presente no texto de Pina Bausch e a relação entre o termo simples vida com o termo simples morte define a categoria semântica mínima vida vs. morte,
[14:50] [belcoimbra] que é o nível fundamental do Percurso Gerativo de Sentido analisado.
[14:50] [belcoimbra] Esta rede fundamental de relações pode ser formalizada na relação entre os termos contrários vida vs. morte
[14:50] [belcoimbra] responsável pela orientação de seu sentido mais geral e abstrato vida → não-vida→ morte.
[14:50] [belcoimbra] Ao analisar a movimentação dos bailarinos, percebemos a presença predominância de movimentos circulares no corpo e no espaço cênico
[14:51] [belcoimbra] Vejam parte 2
[14:52] [belcoimbra] à medida que os bailarinos movimentam-se são formadas circunferências representando uma continuidade fluente ritmada e repetitiva.
[14:53] [belcoimbra] Outro aspecto observado é a crescente intensidade e repetição sistemática de movimentos em peso firme e espaço direto representado principalmente no movimento das mulheres.
[14:53] [belcoimbra] Vejam parte 3
[14:55] [belcoimbra] aceleremo video para o minuto 6
[14:55] [belcoimbra] A apoteose da obra acontece no final em que a virgem a ser sacrificada vai à exaustão através da repetição de uma sequência se movimentos executados intensamente
[14:56] [belcoimbra] Vejam parte 4
[14:57] [belcoimbra] acelerem para o min 6 novamente
[14:58] [belcoimbra] acelerem para o min 8!
[14:59] [belcoimbra] vejam o final!
[14:59] [acris] uau
[15:00] [belcoimbra] Vamos lá ....a côr predominante do figurino feminino é branca e do figurino masculino preto. Há um vestido vermelho em cena que será usado pela virgem a ser sacrificada.
[15:00] [belcoimbra] A luz é branca e tanto o piso como as laterais e fundo de palco são negros. Ainda há a trilha sonora que aqui não vamos considerar embora seja muito importante para uma análise do discurso da dança.
[15:00] [belcoimbra] Numa breve análise da obra, a circularidade e a execução dos movimentos intensos aliados à ocupação do espaço da tela do computador têm nas categorias cromática(branco vs vermelho),
[15:01] [belcoimbra] topológicas (linhas circulares vs linhas retilíneas) e
[15:01] [belcoimbra] eidéticas (contração vs dilatação) pistas para uma sobredeterminação tímica ou fórica dos termos dos planos do conteúdo e dos planos da expressão.
[15:02] [belcoimbra] obs:PE = plano de expressão e PC= plano de conteudo
[15:02] [belcoimbra] PE Branco vs Vermelho - PC Vida vs Morte
[15:03] [belcoimbra] PE Linhas circulares vs Linhas retilíneas - PC Sagrado vs Profano
[15:03] [belcoimbra] PE Contração vs dilatação – PC Opressão vs Liberdade
[15:03] [belcoimbra] Bem ... finalizando....
[15:04] [belcoimbra] Por certo há muitas leituras ainda a se fazer,
[15:04] [belcoimbra] Estamos em processo!
[15:04] [belcoimbra] REFERêNCIAS
[15:04] [belcoimbra] FLOCH, J. M. Petites mytologies de l’oeil et de de l’esprit : por une semiotique plastique. Paris/Amsterdam: Hadés/Benjamin, 1985
[15:04] [belcoimbra] GREIMAS, A.J. Sobre o sentido: ensaios semióticos. Rio de Janeiro: Vozes, 1975.
[15:05] [belcoimbra] GREIMAS, A. J. ; FOTANILLE, J. Semiótica das paixões: dos estados de coisas aos estados de alma. São Paulo: ática, 1993.
[15:05] [belcoimbra] GREIMAS, A. Semiotica e ciencias sociais.Sao Paulo:Cultrix, 1981
[15:05] [belcoimbra] PIETROFORTE, Antônio V.S. Análise do texto visual: a construção da imagem. São Paulo: Contexto, 2007.
[15:05] [belcoimbra] Fim! Obrigada!
[15:05] [acris] parabens, belcoimbra
[15:05] [belcoimbra] uf!
[15:05] [acris] obrigada! aberto a perguntas
[15:05] [Dani_Re] muito bom!
[15:06] [Dani_Re] belcoimbra, fiquei com uma dúvida: vc citou o enredo da história, pra isso vc parte de algum texto verbal?
[15:06] [acris] Bel, vou preferir me ater a sua analise, ok?
[15:06] [belcoimbra] ok
[15:06] [acris] o espetaculo é um objeto muito compelxo e não é nada facil pensar em semi-simbolismo
[15:06] [belcoimbra] com certeza..
[15:07] [acris] , porque há muitas relaçãoes acontecendo ao mesmo tempo entre o PC e o PE (usando suas siglas :D
[15:07] [belcoimbra] rss
[15:07] [acris] mas voce usou uma tecnica interessante, de focar alguns elementos que foram trazidos, penso eu, da linguagem da dança
[15:08] [acris] sempre é bom trabalhar assim, porque a linguagem técnica de cada arte geralmente traduz bem o pensamento do artista
[15:08] [acris] e da conta do plano do conteudo muito melhor que uma analise puramente semiotica,opiniao minha
[15:09] [acris] mas, por outro lado
[15:09] [acris] nao seria possivel encontrar a morte no vermelho se nao soubessemos que há um sacrificio
[15:09] [acris] de onde veio isso?
[15:09] [acris] onde na obra está dito que é um sacrificio?
[15:10] [acris] é uma pergunta
[15:10] [acris] preciso da resposta para saber como continuar
[15:10] [acris] belcoimbra: ?
[15:10] [belcoimbra] no roteiro da propria obra de Sagração da Primavera. Ha umsacrifio de morte
[15:10] [acris] é um roteiro escrito?
[15:11] [belcoimbra] sim
[15:11] [acris] isso é entregue ao público?
[15:11] [belcoimbra] sim
[15:12] [acris] bom, antes de continuar a ideia que eu vinha antes, acho que cabe um comentario importante sobre a diferença da apresentação presencial e da apresentação no video
[15:12] [acris] no video, isso nao é entregue ao publico
[15:12] [belcoimbra] é um texto de Stravinsky de 1913 montado coreograficamnete por Nigisnk
[15:12] [acris] o publico nao sabe disso, e se sabe, nao é por conta da obra que esta ali exposta
[15:12] [belcoimbra] sim
[15:12] [acris] belcoimbra: presencialmente eu posso controlar isso, posso garantir que o publico tenha o roteiro
[15:13] [acris] mas no video, pelo menos ali, como esta exposto no youtube, nao
[15:13] [belcoimbra] ok
[15:13] [acris] entao acho que é uma das coisas importantes a serem trabalhadas
[15:13] [acris] essa diferenciacao
[15:13] [belcoimbra] certo "fora de texto noa ha salvação" rsrs
[15:14] [acris] do que é proposto para leitura do espetaculo em cena e no video
[15:14] [acris] acho que pode dar algumas ideias bem interessantes
[15:14] [acris] mas confesso que nao vai ser facil fazer isso
[15:14] [acris] porque o analista é um ser humano
[15:15] [Dani_Re] acris, mas se se trata de uma obra famosa, o público pode ter acesso a esse texto verbal, ne?
[15:15] [Dani_Re] e ele pode ser tomado como análise tbm, acho
[15:15] [acris] por mais que ele tente ser imparcial, nao da pra negar o efeito residual que uma primeira leitura tem, ainda mais essa, feita encima do espetaculo como proposto em palco
[15:15] [belcoimbra] sim é muito conhecido pq é consideradoum "classico"
[15:15] [acris] Dani_Re: como garantir? isso nao faz parte da obra proposta no youtube
[15:15] [acris] nao esta la
[15:16] [Dani_Re] mas a belcoimbra pode citar no corpus dela
[15:16] [acris] teria que estar para fazer parte do objeto
[15:16] [Dani_Re] por isso q disse q pode ser tomada na análise
[15:16] [acris] pode, mas isso nao é analise do video do youtube, vai ser analise da montagem do video do youtube com um texto que não faz parte desse objeto
[15:16] [Dani_Re] essa relação da dança com essa história parece q já foi construída
[15:16] [acris] o objeto é o objeto
[15:17] [acris] não importa
[15:17] [acris] vejam, qual o objetivo da analise semiotica? dar conta do sentido verdadeiro da obra?
[15:17] [acris] ou olhar praquilo que temos em mãos e ver como isso produz efeitos de sentido?
[15:18] [belcoimbra] nao , do parecer do sentido..
[15:18] [acris] não digo que seja proibido citar
[15:18] [acris] inclusive, entra como contexto
[15:18] [Dani_Re] ah, no objetivo da pesquisa nao tem o cotejo do texto escrito com a dança?
[15:18] [acris] mas na hora de analisar, é necessário ter consciencia de que é contexto, não é parte da obra analisada
[15:18] [acris] e isso faz diferença
[15:18] [Dani_Re] pensei q já tivesse tudo no corpus
[15:19] [acris] a tese pode tomar o roteiro como referencial. mas vai ser extremamente importante destacar as diferentes leituras de quem teve e de quem não teve acesso a ele
[15:19] [acris] porque isso faz diferença
[15:20] [Dani_Re] a Norma disse em aula um dia q o plano do conteúdo de uma pintura e de um poema pode ser o mesmo, de onde pode ser depreendido um estilo
[15:20] [Dani_Re] eu nao tinha pensando nisso antes
[15:21] [Dani_Re] talvez ajude nessa análise
[15:21] [Dani_Re] esta numa obra do Zilberberg sobre estilo em obras de arte
[15:21] [acris] inclusive, porque na hora de analisar o semi-simbolismo, vida e morte tem muito a ver com o roteiro... eu tentaria o exercicio de buscar a leitura semi-simbolica sem o roteiro. vai dizer muito sobre os efeitos da colocação da dança no youtube
[15:22] [acris] é, mas estilo é contexto tambem. pode ajudar na analise sim
[15:22] [Dani_Re] belcoimbra, sugiro essa leitura, acho q pode ajudar vc: "Des styles sémiotique aux styles picturaux" - Zilberberg
[15:22] [acris] estilo é contexto quando penso em algo como "escolas"
[15:22] [acris] legal
[15:22] [Dani_Re] mesmo q vc nao trabalhe com pintura, os conceitos podem ajudar
[15:23] [acris] podem sim, porque dança tem uma parte visual muito importante
[15:23] [belcoimbra] to pensando... msmo sem o roteiro escrito algo acontece com a mulher que veste o vestido vermelho
[15:23] [acris] acontece sim, belcoimbra
[15:23] [acris] eu revi o movimento existe algo, talvez, de exclusão antes de mais nada
[15:23] [belcoimbra] movimento + vermelho+ acelração da musica+ etc
[15:24] [acris] e no fundo, exclusão tem a ver com morte
[15:24] [acris] mas é na relação
[15:24] [acris] com os outros
[15:24] [acris] nao significaria a mesma coisa se nao houvesse o contraponto
[15:24] [belcoimbra] SIM!!!
[15:24] [belcoimbra] ela foi escolhida e excluida..
[15:25] [acris] talvez exclusão e inclusão sejam uma categoria mais abstrata que vida e morte nesse caso
[15:25] [belcoimbra] me lembrei do bulling
[15:25] [acris] nossa, é mesmo :D
[15:25] [acris] eu to pensando aqui
[15:26] [belcoimbra] no roteiro escrito avirgem morre na so assistindo quem pode garantir!
[15:26] [acris] que quanto mais abstratas as categorias, mais facil de lidar com a falta do roteiro e achar linhas comuns a leitura, independente do contexto, inclusive de forma a mostrar os diferentes efeitos produzidos pela visão no palcoi, direta, e a visão no video, indireta
[15:27] [belcoimbra] pode realmente "parecer" um desmaio..
[15:27] [acris] é, um desmaio, uma desistência, um cansaço...
[15:27] [acris] moralizações mil :D
[15:27] [belcoimbra] uauuu
[15:27] [woodsonfc] Que viagem!
[15:27] [belcoimbra] to adorando...
[15:28] [belcoimbra] sabe... acho que uma analise semiotica deve ser sempre feita em grupo... rsrs
[15:29] [acris] belcoimbra: muito interessante mesmo essa análise. Acho que vocevai ter que optar por um trabalho muito focado no objeto, de aplicação mesmo, porque levantar possibilidades teoricas novas a partir de uma obra complexa como essa, só no seu pos doutorado, quando terminar a analise da obra
[15:29] [acris] rs, sempre é bom pensar juntos mesmo!
[15:29] [belcoimbra] sabe, que a direção de Pina a coreografa é que a bailarina vao ao extremo?
[15:29] [woodsonfc] é, preciso disso tb, apresentar o meu para discutir
[15:30] [belcoimbra] kkkkkkkkk
[15:30] [acris] :)
[15:30] [woodsonfc] ;-)
[15:30] [acris] bom, alguem quer fazer mais alguma colocação?
[15:30] [Dani_Re] belcoimbra, vc vai trabalhar com qts vídeos?
[15:30] [belcoimbra] nessa versao que mostrei a bailarina desmaia mesmo de exaustao!
[15:31] [acris] nossa
[15:31] [Dani_Re] eu nem chegaria ao final pra desmaiar :D
[15:31] [woodsonfc] No palco!
[15:31] [acris] nem eu, Dani_Re rs
[15:31] [woodsonfc] Eu desmaiaria para não entrar no palco
[15:31] [Dani_Re] :D
[15:31] [acris] :D
[15:32] [belcoimbra] penso em trabalhar toda a obra que dividaem quatro partes publicadas noyoutube
[15:32] [belcoimbra] KKKKKKKK..
[15:32] [acris] belcoimbra: , muito obrigada pela apresentação, é um trabalho fascinante!
[15:32] [Dani_Re] ah, me lembrei também do conceito de "cenografia" do Maingueneau, talvez possa ajudar
[15:33] [belcoimbra] verdade..... to apaixonada cada vez mais..
[15:33] [Dani_Re] se vc for trabalhar com obras do mesmo autor, dá pra encontrar uma cenografia autoral
[15:33] [Dani_Re] foi muito legal mesmo, parabéns!
[15:33] [belcoimbra] serio! n conheço.. me passa..
[15:33] [woodsonfc] Tem alguns conceitos legais que foram usados num
[15:33] [acris] na verdade é uma obra só, mas que está dividida em 4 partes no youtbe, não, belcoimbra ?
[15:33] [Dani_Re] está em "Cenas da enunciação" - Maingueneau
[15:33] [Dani_Re] muito bom esse livro
[15:34] [woodsonfc] numa oficina com um tal de Alexandrino
[15:34] [acris] acho que vale a pena consultar sim
[15:34] [belcoimbra] sim!
[15:34] [woodsonfc] Ele fala de reconhecimento e ...
[15:34] [acris] belcoimbra: esse publico nao foi numeroso, mas foi precioso :D
[15:34] [woodsonfc] esqueci,
[15:34] [belcoimbra] me mandem pore-mail TUDO!!! que vs tiverem...
[15:35] [woodsonfc] na dança
[15:35] [belcoimbra] sim... a qualidade é o que importa!
[15:35] [belcoimbra] Ana e á equipe STIS obrigada pela oportunidade de estudar e compartilhar nossas leituras e “devaneios”
[15:36] [Dani_Re] ;)
[15:36] [acris] amigos, vamos encerrar aqui! agradeço a todos pela participação, Dani_Re e Woodson, ótimas colocações, belcoimbra: o trabalho está mesmo indo na direção certa!
[15:36] [acris] parabéns!
[15:36] [acris] clap clap clap clap
[15:36] [Dani_Re] eu q agradeço
[15:36] [belcoimbra] aleluia!!!!
[15:36] [acris] clap clap clap clap
[15:36] [Dani_Re] clap clap clap clap
[15:36] [acris] clap clap clap clap
[15:36] [acris] clap clap clap clap
[15:36] [belcoimbra] :)
[15:36] [acris] :)
[15:36] [woodsonfc] parabéns
[15:36] [belcoimbra] to feliz!!!!
[15:36] [woodsonfc] que bom!
[15:36] [acris] parabéns!
[15:37] [belcoimbra] quero agradecer a torcida e o carinho de sempre e dos de sempre!!! rsrsr
[15:37] [acris] :D
[15:38] [belcoimbra] amigos se tiver alguma discrepañcia na teoria me falem, quero acertar!!! cada vez amis
[15:38] [acris] bom, preciso me retirar, tenho um outro evento em andamento esperando por mim... beijos!!!
[15:38] [belcoimbra] OK!!!
[15:38] [belcoimbra] bj Dani e Wood e Ana!!!
[15:38] [woodsonfc] bjs
[15:38] [Dani_Re] bjos, belcoimbra, vc está indo muito bem!
[15:39] [belcoimbra] ago
[15:39] [belcoimbra] obrigada!!!
[15:40] [belcoimbra] by!