STIS 2011

Site: Grupo Texto Livre
Curso: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC
Livro: STIS 2011
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Data: quarta, 12 mar 2025, 12:33

Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC 2011

Dados e registros das conferências e mesas do STIS 2011.

Para acessar cada uma, utilize o menu à sua direita.

Laboratório Semiotec - Texto Livre.org

25/Março: Epissemiótica: semiótica e epistemologia

Março/2011

"Epissemiótica: semiótica e epistemologia"/ Conferencista: Ana Cristina Fricke Matte

Data: sexta-feira, 25 de março de 2011 (registro não disponível)

08/Abril: Letramento visual

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Abril/2011

"Letramento visual"/ Conferencista: Flávia Felipe Silvino

Data: sexta-feira, 8 de abril de 2011 (registro não disponível)

15/Abril: O pensamento Saussureano no Brasil

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Abril/2011

"O pensamento Saussureano no Brasil"/ Conferencista: Jean Cristus Portella

Data: sexta-feira, 15 de abril de 2011 (registro não disponível)

12/Agosto: Teoria das catástrofes e a semiótica

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Agosto/2011

"Teoria das catástrofes e a semiótica"/ Conferencista: Ivã Carlos Lopes

Data: sexta-feira, 12 de agosto de 2011

registro 12/agosto

Teoria das catástrofes e a semiótica: log da conferência de Ivã Carlos Lopes para o STIS


12 de agosto de 2011/ sala #evidosol-1 da rede Freenode de IRC

 

[14:15] <AnaMatte> =============================================== Estamos dando início a mais uma conferência do STIS
[14:16] <AnaMatte> Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC (Laboratório de Semiótica e Tecnologia da FALE/UFMG)
[14:16] <AnaMatte> O STIS dedica-se a apresentar, de forma didática para um público interdisciplinar, elementos teóricos das mais variadas linhas de trabalho as quais, de uma ou outra forma, estão representadas nas pesquisas do grupo Texto Livre, responsável pelo laboratório.
[14:16] <AnaMatte> Gostaria de convidar o professor Ivã Carlos Lopes, da pós-graduação em Semiótica e Linguística da USP, para apresentar a conferência
[14:17] <AnaMatte> "Semiótica e morfodinâmica. Uma busca e suas vicissitudes"
[14:17] <AnaMatte> Ivã, você tem até 60 minutos para a palestra, depois abrimos para as perguntas, tudo bem?
[14:17] <lopesic> Sim, Ana, combinado.
[14:17] <AnaMatte> fique à vontade para começar
[14:18] <AnaMatte> os slides começam com o codigo iva-1 certo?
[14:19] <AnaMatte> pessoal, por favor coloquem o código no espaço indicado ao lado e cliquem em mostrar
[14:19] <AnaMatte> código iva-1
[14:19] <lopesic> Vamos lá. Boa tarde a todos e obrigado pelo convite. Desde já, quero me desculpar pela minha pouca proficiência em coisas de informática; mas, como estamos em companhia do Hugleo e da Ana Cristina, não há nada a temer sorriso
[14:19] <AnaMatte> sorriso
[14:21] <AnaMatte> lopesic: tudo bem?
[14:21] <lopesic> A Ana Cristina me convidou pra falar sobre semiótica e teoria das catástrofes. O tema é bem amplo, deu ocasião a muitas publicações e debates, e eu selecionei alguns aspectos disso tudo pra apresentar ao grupo e discutir com vocês hoje.
[14:21] <AnaMatte> ok
[14:23] <lopesic> Queria dizer umas palavrinhas pra introduzir o tema, antes de mais nada. Falando em semiótica e teoria das catástrofes (vou abreviar em TC), estamos nos referindo a uma teoria proveniente das humanidades e uma outra, das ciências chamadas "duras".
[14:25] <AnaMatte> lopesic: pode acelerar um pouco, ok?
[14:25] <lopesic> Não sou matemático, toda a minha formação é nas humanas e, sendo assim, só posso lidar com a teoria das catástrofes ao meu modo: queri dizer que não tenho condições de explorar os aspectos mais técnicos da TC. Mesmo os teóricos que lançaram as primeiras pontes entre semiótica e TC eram, geralmente, pessoas ligadas às humanas, com exceção de um pesquisador francês chamado Jean Petitot.
[14:27] <lopesic> A teoria das catástrofes é obra de um matemático e filósofo francês chamado René Thom e foi desenvolvida durante a década de 1960. Mas o primeiro livro em que R. Thom dá a público suas teses sai apenas em 1972, "Estabilidade estrutural e morfogênese".
[14:28] <lopesic> Pela mesma época, R. Thom acolhe em seu instituto de pesquisa um matemático inglês, E. Christopher Zeeman, que vai se empolgar com a teoria e, ao regressar à Inglaterra, será um dos seus principais divulgadores ao longo das décadas seguintes.
[14:29] <lopesic> Trata-se de uma teoria da geração, estabilidade e declínio das formas, muito amplamente falando. Por isso, a ideia de "morfogênese".
[14:32] <lopesic> René Thom vai falar em um número determinado de "morfologias arquetípicas", as quais serão denominadas "catástrofes". Esse termo deve ser tomado, não na acepção de "desastre", e sim numa acepção mais etimológica, designando uma mudança brusca de estado.
[14:32] [CTCP] Pedido de CTCP-PING recebido de hugleo, enviando resposta.
[14:33] <lopesic> Entre as catástrofes a que se refere René Thom, há uma lista particularmente relevante, aquelas que ele chamou de "catástrofes elementares", e que são em número de sete.
[14:34] <lopesic> Ele demonstrou que, para processos controlados por um número de "fatores de controle" inferior ou igual a quatro, a lista dessas morfologias elementares era uma lista finita. Somente aquelas sete catástrofes.
[14:36] <lopesic> Sendo morfologias gerais, independentes deste ou daquele domínio de experiência, as catástrofes elementares de René Thom foram sendo, pouco a pouco, utilizadas para modelizar uma paleta muito variada de fenômenos...
[14:36] <AnaMatte> pelo próprio Thom, certo?
[14:37] <lopesic> ... tecnonismo das placas, mudanças de fases da matéria, embriologia, comportamento animal, motins nas prisões, distúrbios da Bolsa de valores...
[14:38] <lopesic> Sim, o próprio Thom se encarregou de mostrar algumas das aplicações da teoria, mas os ingleses, Zeeman à frente, saíram aplicando a teoria, mais ou menos como uma ferramenta-pra-todo-tipo-de-coisa, o que trouxe problemas, como se pode imaginar.
[14:39] <lopesic> (desculpem, não "tecnonismo", mas "tectonismo das placas")
[14:39] <AnaMatte> sorriso
[14:40] <lopesic> Desde os finais dos anos 1970, começaram a surgir propostas pra aplicação da TC em teorias da linguagem. Uma das primeiras foi sugerida pelo aluno de Thom, Jean Petitot.
[14:41] <marcello> pode passar essa indicaçao biliográfica depois Ivã?
[14:41] <acris> [14:41] <marcello> pode passar essa indicaçao biliográfica depois Ivã?
[14:41] <lopesic> Muito cedo, o trabalho de Petitot foi partindo de uma discussão sobre as bases do "pensamento estrutural", que, na época, estava muito em voga nas disciplinas humanas.
[14:44] <lopesic> Sim, por exemplo: Jean Petitot & René Thom, "Sémiotique et théorie des catastrophes". Actes Sémiotiques - Documents GRSL, n. 47-48 (1983).
[14:44] <AnaMatte> lopesic: só para seu controle: passaram 25 minutos, ok? Pessoal, vou guardar seus comentários e repassarei todos no moment apropriado, ok?
[14:45] <lopesic> Mas, voltando às bases da TC de Thom: a lista das catástrofes elementares mostra um "desfile" de morfologias, umas após outras, que vão complexificando progressivamente as relações entre as unidades confrontadas.
[14:47] <lopesic> A primeira catástrofe elementar de Thom chama-se "Prega". Trata-se de uma singularidade contendo apenas um "eixo (ou variável) de estado" e um "eixo de controle"
[14:48] <AnaMatte> esta na figura?
[14:48] <AnaMatte> no iva-1
[14:48] <lopesic> Todas as catástrofes de Thom são dotadas de "espaços de estado" e "espaços de controle", determinados pelas equações que as geram, e que -- felizmente pra nós, humanóides -- se traduzem em topologias visíveis.
[14:49] <AnaMatte> sorriso
[14:50] <lopesic> Isso pode ser visto, no arquivo "iva-1", na pág. 14...
[14:51] <AnaMatte> que é a primeira imagem do iva-1 na parte de baixo da tela, confere?
[14:52] <lopesic> Nessa página, é a Fig. 3, que mostra uma linha horizontal dividida em dois segmentos por um ponto (seu ponto de catástrofe), no qual se passa de um "regime qualitativo" a outro.
[14:53] <AnaMatte> se quiserem visualizar melhor, fora do chatslide, em outra aba do navegador, abram: http://www.textolivre.pro.br/chatslide/apresentacoes/iva-1/iva-1.html
[14:54] <paulohsms1> eh oq parece uma folha dobrada ?
[14:54] <AnaMatte> nao, agora achei
[14:54] <AnaMatte> é na quinta imagem
[14:54] <AnaMatte> link direto:http://www.textolivre.pro.br/chatslide/apresentacoes/iva-1/img5.html
[14:54] <AnaMatte> mas cuidado pra nao fechar essa janela aqui, ok?
[14:55] <paulohsms1> ok
[14:55] <lopesic> Isso mesmo, Ana...
[14:55] <lopesic> Também se vê uma "prega" na sexta imagem desse arquivo, logo ao alto da página.
[14:56] <lopesic> ... com a legenda "Evolução dos mínimos de potencial (bifurcação)"
[14:56] <AnaMatte> esta imagem que tem S(0)?
[14:56] <lopesic> Sim, já é uma prega thomiana, mas cujas determinações estão representando actantes da teoria da narratividade de Greimas.
[14:57] <AnaMatte> yep!
[14:58] <marcello> S(0)?
[14:58] <lopesic> É, portanto, algo muito simples. A segunda catástrofe da lista das elementares é a que foi denominada "Encrespadura" pelo R. Thom, e ela traz mais informação em si.
[14:58] <AnaMatte> entao, pelo que estou entendendo a imagem, essa prega mais simples é a que possui maior concentracao de energia em um único ponto, certo?
[14:59] <AnaMatte> marcello: sexta imagem, que representa a pagina 92
[15:00] <AnaMatte> e esse s(o) é uma forma de representar a conjunção do sujeito com o objeto, certo? lopesic se eu estiver atrapalhando deixo pra falar depois, prefere?
[15:00] <lopesic> A prega é a mais elementar das elementares, nessa lista. Cada nova catástrofe integra a informação morfológica das anteriores, e vem agregar algo a mais.
[15:02] <lopesic> Não atrapalha, não, Ana, pelo contrário: é isso mesmo. Aquela prega ali está mostrando uma interpretação da passagem de um estado disjuntivo (Suj U Obj) pra um estado conjuntivo.
[15:03] <AnaMatte> é interessante que uma das operações mais simples da narrativa seja representada pelas catástrofes mais simples
[15:04] <lopesic> Já no caso da cúspide, é uma morfologia que traz duas pregas (são os "ramos" dela) acompanhadas de um outro tipo de singularidade, que é a "linha de conflito", correspondente à linha mediana da figura.
[15:05] <lopesic> (Cf. o "Slide 4", pág. 91, que mostra uma cúspide)
[15:05] <lopesic> Em tempo: eu tinha dito que a segunda catástrofe elementar se chama "Encrespadura", e agora estou falando em "Cúspide"...
[15:06] <AnaMatte> mhm
[15:06] <lopesic> "Cúspide" é o nome do "espaço de controle" da Encrespadura. A relação entre os espaços de estado e os espaços de controle é aquela que há entre um manifestante e um manifestado.
[15:07] <lopesic> Quer dizer, o espaço de controle é onde se *interpreta* o que ocorre nos espaços de estado.
[15:08] <lopesic> Olhando pra aquela figura do slide 4 (pág. 91): a folha em relevo (acima) é uma encrespadura / o plano projetado abaixo dela tem o desenho de uma cúspide (que é aquela forma em "ponta").
[15:09] * AnaMatte lopesic: voce tem oficialmente 10 min, mas nao tem problema se atrasar, ok, a gente amplia o tempo para perguntas no fim, só depende da tua disponibilidade
[15:10] <lopesic> Tudo bem, Ana!
[15:12] <AnaMatte> lopesic: as imagens às vezes são bi, às vezes tridimensionais, isso tem diferença pro tipo de catástrofe?
[15:12] <lopesic> Pra sermos breves: a terceira catástrofe chama-se "Cauda de Andorinha" e conta com 3 fatores de controle (um a mais que a Encrespadura). É, portanto, a última que se pode "desenhar" de maneira global. Ela está na primeira página do "iva-1", ali à esquerda.
[15:13] <lopesic> A quarta dessa lista é uma catástrofe denominada "Borboleta", que conta com 4 fatores de controle. Por essa razão, ela já não pode ser "desenhada" a não ser em secções que retratam um instante dentro de um processo temporal.
[15:15] <lopesic> Essas são as catástrofes que, até hoje, mais foram usadas pra modelizar coisas, em todos os domínios de aplicação.
[15:15] <AnaMatte> podemos pensar esses fatores de controle como eixos de um grafico? para entender porque não daria para "desenhar"
[15:16] <lopesic> Há três outras ainda "elementares", denominadas "umbílicos" ou "umbigos" (pois é), mas que já têm uma topologia bem mais complicada e que não foram tão amplamente utilizadas.
[15:16] <marcello> ou como dimensoes né... mais que 3 dimensoes nao dá pra desenhar
[15:16] <acris> [15:16] <marcello> ou como dimensoes né... mais que 3 dimensoes nao dá pra desenhar
[15:16] <lopesic> A morfologia que, de longe, mais se utilizou nas modelizações mais diversas foi a cúspide.
[15:17] <lopesic> Exatamente, não dá pra desenhar quando há mais de 3 dimensões espaciais. Mas as pessoas preferiram, muitas vezes, as mais simples da lista.
[15:18] <lopesic> Por exemplo, para nos aproximarmos da semiótica: Petitot interpretou a "prega" como o esquema da ideia de "contraditoriedade" no quadrado semiótico de A. J. Greimas.
[15:18] <AnaMatte> geralmente é possível limitar fatores de controle somente em situações fabricadas... como a metodologia narrativa
[15:18] <lopesic> Ou seja, presença VS ausência de uma determinação semântica.
[15:19] <lopesic> E interpretou a "cúspide" como o esquema da "contrariedade" (S1 vs. S2) no quadrado de Greimas.
[15:20] *** Você ajustou o modo do canal para 'não moderado'.
[15:20] *** Você muda o modo do canal para -z
[15:20] <lopesic> Fiz uma ilustração dessas correspondências em uma apresentação PowerPoint, não sei se é possível visualizar aqui...
[15:20] <AnaMatte> é sim
[15:21] <AnaMatte> o codigo é iva-2
[15:21] <lopesic> Ótimo!
[15:21] <lopesic> Como é que faz, Ana, pra ver aquilo aumentado?
[15:22] <AnaMatte> precisa abrir em outraaba do navegador
[15:22] <AnaMatte> deixa pegar o link
[15:22] <AnaMatte> http://www.textolivre.pro.br/chatslide/apresentacoes/iva-2/iva-2.html
[15:23] <AnaMatte> é só cuidar pra não fechar esta aba aqui
[15:24] <lopesic> Legal, consegui abrir com esse link. Então, vou ver se explico:
[15:24] <lopesic> o slide 1 mostra o quadrado semiótico (Greimas) das chamadas "modalidades epistêmicas", certeza, incerteza, improbabilidade, etc.
[15:25] <AnaMatte> crer ser x crer não ser
[15:26] <lopesic> Descontente com as denominações dessas modalidades em Greimas, o linguista Bernard Pottier ("inimigo amistoso" do Greimas) propôs uma re-etiquetagem das posições...
[15:27] <lopesic> (cf. slide 2)
[15:27] <lopesic>  que já parece mais interessante, e na qual ele completa duas outras posições do quadrado que o Greimas havia deixado em branco.
[15:28] <AnaMatte> onde decidível é o termo complexo e o indecidível, o neutro
[15:28] <lopesic> São as posições do complexo (decidível) e do neutro (indecidível)
[15:28] <AnaMatte> sorriso
[15:29] <lopesic> Mas o Bernard Pottier considerou que esse quadrado, mesmo reformulado com novos rótulos, ainda não dava conta da riqueza semântica desse eixo. Por isso, ele introduziu um outro tipo de representação gráfica, uma sinusóide...
[15:30] <lopesic> (cf. slide 3)
[15:30] <AnaMatte> lopesic: tirei a moderação pras intervenções, que estão bem comedidas, serem mais dinâmicas
[15:31] <lopesic> ... onde ele, Pottier, distribuiu um número maior de valores epistêmicos. É curioso que essa sinusóide começa e termina pelo mesmo valor.
[15:32] <AnaMatte> sim, é muito interessante, muito inteligente
[15:32] <lopesic> Não é casual: o Pottier queria marcar, mesmo, o efeito de "flutuação & retorno" da estrutura.
[15:33] <lopesic> A diferença entre esse "certo" inicial e aquele "certo" ao final da sinusóide é a orientação discursiva: eles "levam para" coisas diferentes, na sintagmática do discurso.
[15:34] <lopesic> O slide 4 mostra um esquema de cúspide, sem qualquer investimento de valores.
[15:35] <lopesic> São duas linhas de bifurcação (kb), mediadas por uma linha de conflito (kc).
[15:35] <marcello> essas estruturas supostamente representam o que?
[15:35] <marcello> as estruturas que flutuam e retornam
[15:36] <marcello> sao estruturas que representam alguma coisa, ou integram algum objeto? que objeto/
[15:36] <AnaMatte> antes do investmento de valores não representam nada, mas na imagem 3 temos as modalidades epistêmicas
[15:36] <AnaMatte> construção de sentido: relação entre crer e ser
[15:37] <lopesic> Sim, Marcello, é que o Pottier preferiu marcar o uso dessas modalidades discursivamente -- quer dizer, não apenas como posições paradigmáticas, mas sobretudo como transições de momento a momento dentro de um discurso.
[15:38] <lopesic> No slide 5, vemos novamente a cúspide, agora com os "gráficos de potencial" que mostram as diferenças qualitativas entre as suas diferentes regiões, dentro e fora dos dois ramos de bifurcação.
[15:41] <lopesic> O slide 6 traz a cúspide, já investida com os valores epistêmicos, que interpretei como uma constante "disputa" entre o saber-ser e o saber-não ser.
[15:41] <AnaMatte> boa
[15:42] <lopesic> Por exemplo, na posição do "duvidoso", o saber não ser prevalece sobre o saber-ser.
[15:43] <AnaMatte> mas não tanto quanto na posição do improvável, é muito interessante essa gradiência, mais que gradiência, continuidade mesmo
[15:43] <lopesic> Com um deslocamento um pouco mais "a leste", teremos o "improvável", posição na qual se acentua o predomínio do saber-não ser -- mas ainda em presença de algum saber-ser.
[15:44] <lopesic> É somente após a travessia da linha de bifurcação, ali à direita, que se passa (catastroficamente, isto é, por uma brusca descontinuidade) à região da "certeza negativa", quer dizer, do "excluído".
[15:45] <lopesic> Toda a região compreendida entre os ramos da cúspide é uma região de bi-modalidade, o que só permite passagens graduais entre os muitos valores que podem ocupá-la.
[15:46] <AnaMatte> brilhante. inclusive bem mais aplicável que o gráfico da tensividade, que nem preciso dizer que adoro...
[15:46] <lopesic> Já os caminhos que se podem fazer verticalmente, nesse esquema, correspondem às variações do mais decidível para o mais indecidível.
[15:47] <lopesic> Por fim, os outros quatro slides mostram algumas das trajetórias que dá pra fazer nessa paisagem "cuspóide"...
[15:48] <lopesic> ... do indecidível em direção à certeza, do indecidível em direção à certeza-negativa, etc.
[15:49] <lopesic> Talvez se possa pensar: mas, afinal, o que é que se ganha, na troca entre uns esquemas e outros?
[15:49] <lopesic> Do quadrado inicial até essa cúspide, a gente vai ganhando em flexibilidade descritiva o que a gente vai perdendo em simplicidade esquemática.
[15:51] <lopesic> A cúspide permite *ver*, por exemplo, a convergência dos percursos que levam das duas certezas (positiva e negativa) até a zona do indecidível.
[15:51] <AnaMatte> muda a visão da continuidade també, pela introdução de atratores, não sei se dá pra chamar esses fatores de controle de atratores... ou seriam os fatores de estado? talvez mais estados...
[15:51] <lopesic> (cf. slides 9 e 10)
[15:52] <lopesic> Os atratores são esses "poços" dos potenciais (cf. slide 5). A determinação localmente predominante é sempre a que ocupar o "poço" mais fundo.
[15:53] <lopesic> Ou, como já dizia Noel Rosa: "A verdade, meu amor, mora num poço..."
[15:53] <lopesic> sorriso
[15:53] <marcello> As pregas do Thom tem a forma sinusóide... tem a ver?
[15:53] <AnaMatte> mais ou menos como se o certo e o excluído fossem buracos negros? quanto mais perto de um, menor a influência do outro...  e quanto mais perto de um, o aumento da atração cresce tanto que podemos ter uma mudança brusca que não acontece nos estados intermediários. algo assim?
[15:53] <lopesic> Não é bem a mesma coisa.
[15:54] <danilorcesar> Ana... já podemos perguntar?
[15:54] <AnaMatte> sim, danilorcesar
[15:54] <cinalv> Gente, desculpe, entrei s
[15:54] <lopesic> (marcello) ... mas tem a ver, sim: com o tempo, o Pottier acabaria fazendo um amplo uso das estruturas do R. Thom, modelizando uma porção de pontos em linguística.
[15:55] <marcello> sim a relaçao parece clara
[15:56] <lopesic> Sim, Ana, essas "paisagens" das catástrofes do Thom ajudam a perceber, justamente, onde é que se distribuem relações graduais / relações descontínuas ou categoriais. Longa discussão em semiótica, como a gente sabe.
[15:56] <AnaMatte> é...
[15:56] <danilorcesar> teoria do caos e teoria das catástrofes em que elas se convergem? ou não convervem? qual a relação com a teoria da complexidade/sistemas complexos?
[15:59] <lopesic> (Danilo) Posso ver alguma convergência entre elas, por lidarem com problemas "morfológicos", na acepção mais genérica. Essa é uma tendência forte do pensamento dessas décadas e cada uma dessas teorias veio tentando responder a suas perguntas a esse respeito.
[15:59] <AnaMatte> lopesic: mesmo que o quadrado seja muito simplório, continuo achando que, se pensamos o quadrado como processos de negação e de implicação, o fundamento é o mesmo,  só que a TC consegue deixar mais claros os mecanismos de continuidade/descontinuidade
[16:00] <lopesic> Mas, de toda maneira, a gente não deve assimilar "teoria das catástrofes" com "teoria do caos". São teorias distintas, de autores diferentes. Só que surgiram + ou - pela mesma época, e tiveram algum sucesso de público...
[16:00] <marcello> concordo
[16:01] <belcoimbra> Olás!! quais as possibilidades de aproximação dessa teoria e graficos com o quadro tensivo de zilbeberg?
[16:01] <lopesic> Verdade, Ana. Tem também o fato de que a TC provém das matemáticas e das "ciências duras", o que confere a ela essa aura de cientificidade, da qual as humanidades, vira e mexe, sentem falta.
[16:02] <AnaMatte> aura de cientificidade: ótimo sorriso
[16:02] <marcello> ivã, vc já pensou na possibilidade de as cúspides serem formadas pelo fluxo de tensividade em um plano semântico qualquer?
[16:03] <lopesic> (Bel) Tem muito a ver, uma coisa com outra -- catástrofes e tensividade.
[16:03] <woodsonfc2> Não é só ser, mas fundamentalmente parecer cintífica
[16:03] <lopesic> Ambas estão refletindo sobre o conhecimento enquanto resolução descontínua de variáveis contínuas. Isso é R. Thom puro -- e também é Zilberberg, quase puro!
[16:04] <belcoimbra> uau!!
[16:04] <marcello> gostei
[16:05] <AnaMatte> exato
[16:05] <lopesic> Ei, Woodson, você tá aí? Que bom te ouvir.
[16:06] <belcoimbra> muito interessante essa perspectiva principalmente para o âmbiro da semiotica visual  e gestual
[16:06] <woodsonfc2> presente e operante ou ao lado do operado! Abraço !!! hehee
[16:06] <lopesic> É preciso saber, por outro lado, que nem tudo são sucessos, êxitos, nessa história da intervenção da TC em semiótica.
[16:06] <paulohsms1> hahaha
[16:06] <lopesic> (woodson)  sorriso
[16:07] <AnaMatte> lopesic: voce trabalhou com esta interface no teu doutorado. fala um pouco dele?
[16:08] <belcoimbra> boa pergunta, tb estou curiosa.. hehe
[16:08] <lopesic> Quero dizer, houve uma porção de discussões interessantes e profundas a esse respeito, mas, com o passar dos anos, os principais autores que vinham agitando essa interface foram se interessando por outros assuntos, e o campo acabou ficando meio vago.
[16:09] <AnaMatte> mas não deixou de ser uma abordagem super produtiva. só falta mais gente produzindo nela piscando
[16:10] <belcoimbra> tvz seja um caminho legal para uma interface com corpus arttisticos como por exemplo espetaculos de dança...
[16:10] <lopesic> No meu doutorado, trabalhei, numa primeira parte, com a interface "morfodinâmica & semiótica", e, a seguir, com as propostas da tensividade...
[16:10] <marcello> dá pra baixar teu doutorado em algum lugar ivã?
[16:11] <lopesic> Boa pergunta... não sei.  triste
[16:11] <lopesic> Talvez no banco digital de teses e dissertações da USP?
[16:11] <AnaMatte> lopesic: poderíamos pensar em modelos tensivos com base nessa distribuição dos pesos nos atratores ?
[16:12] <AnaMatte> nao sei se está tudo lá... a gente é dos antigos rs
[16:12] <lopesic> Sim, Ana, penso que podemos.
[16:12] <lopesic> Pois é!
[16:12] <woodsonfc2> Tentei ver os gráficos, mas não consegui ler as legendas
[16:12] <lopesic> Mas também é preciso saber que as perspectivas não são exatamente as mesmas.
[16:13] <AnaMatte> woodsonfc2: pode usar o link direto em outra aba do navegador pra ver maior: http://www.textolivre.pro.br/chatslide/apresentacoes/iva-2/img9.html
[16:13] <AnaMatte> lopesic: acha que dá pra resumir essas diferenças?
[16:14] <belcoimbra> eu gostaria de ter esses graficos para estuda-los mais..
[16:14] <lopesic> Por exemplo, as interpretações "catastrofistas" da semiótica levam, às vezes, pra uma leitura "naturalizante" da teoria. Não era esse o ponto de vista do Greimas.
[16:14] <AnaMatte> lopesic: neutralizante como?
[16:14] <belcoimbra> é possivel disponibiliza-lospara copia?
[16:15] <AnaMatte> belcoimbra: podemos colocar o pdf na publicacao do seminario
[16:15] <belcoimbra> perfeito!
[16:15] <lopesic> (Bel) É, acho que dá pra te passar os PDFs
[16:15] <AnaMatte> os pdfs..
[16:15] <belcoimbra> melhor ainda...obrigada!
[16:15] <lopesic> (Ana) Não uma leitura "neutralizante", mas uma leitura "naturalizante"
[16:16] <AnaMatte> lopesic: ontologizante?
[16:16] <lopesic> Por exemplo, o Petitot vê o modelo do percurso gerativo numa perspectiva, sim, até ontologizante.
[16:16] <lopesic> Parece doideira, certo?
[16:16] <marcello> pode me explicar melhor, ivã?
[16:17] <AnaMatte> é um campo sempre bem perigoso, mas quando a gente trabalha nessas interfaces isso sempre aparece, lopesic
[16:17] <lopesic> Ele interpreta as estruturas fundamentais do Greimas como alguma coisa que, digamos, corresponde "às próprias coisas", e não como um simulacro.
[16:17] <marcello> o que é uma leitura naturalizante da teoria semiótica?
[16:18] <AnaMatte> lopesic: é preciso ter claro os limites da teoria. o horizonte ontológico se quer "fora da linguagem", não é isso? enquanto a semiótica cuida da linguagem e não admite acesso direto ao mundo ontológico sem que seja por meio da linguagem, isso?
[16:18] <lopesic> Petitot vê a semiótica como uma antropologia do imaginário, mas lendo-a como quem lê uma ontologia, e não somente como simulação de fatos discursivos.
[16:18] <marcello> é doideira mas pode estar certo rs
[16:19] <lopesic> É por isso que o Petitot reinterpreta as relações entre nível fundamental e nível semionarrativo, no modelo do percurso gerativo...
[16:19] <belcoimbra> nossa, adorei essa ideia da semiotica como antropologia do imaginario!!
[16:20] <lopesic> Ele defende que os semas do nível fundamental não podem ser vistos como semas quaisquer...
[16:20] <marcello> desculpa de novo te pedir, mas pode dar essa referencia específica do petitot?
[16:20] <AnaMatte> lopesic: recentemente saiu um artigo na Nature sobre o tamanho do olho influenciando na percepção do tamanho e da distância das coisas... pra mim, isso só prova que nossa interpretação do mundo é sempre um simulacro, sempre mediada, nunca exata, nunca absoluta
[16:20] <lopesic> Petitot, Morphogenèse du sens, I. Paris, PUF, 1985.
[16:20] <marcello> obrigado
[16:21] <lopesic> Petitot, Physique du sens. Paris, Éditions du CNRS, 1992.
[16:21] <lopesic> Pois, justamente, Ana.
[16:22] <lopesic> Mas o Petitot defende a ideia de que, no nível fundamental de Greimas, não há realmente "semas" e sim o que ele denomina "pregnâncias assemânticas" (nome horrível).
[16:22] <AnaMatte> rs
[16:23] <belcoimbra> rrsrs
[16:23] <lopesic> Essas "pregnâncias" seriam algo como resquícios do animal que nós fomos (somos?), e que determinam o nosso comportamento de humanos.
[16:23] <AnaMatte> pontencialidades? isso não estaria mais pra substância que pra forma?
[16:23] <belcoimbra> nossa! to adorando essa Palestra....
[16:24] <AnaMatte> potencialidades*
[16:24] <marcello> quer dizer que os animais sao assemânticos?
[16:24] <lopesic> Perfeitamente, Ana: o Petitot sustenta que é necessário interpretar não apenas pela "forma do conteúdo", mas também pela sua substância, o modelo das profundidades em Greimas.
[16:24] <woodsonfc2> Estamos na Semântica Subatômica
[16:25] <geed> Estava em aula; por isso, voltei à palestra só agora. Mas, talvez, em vez de "assemânticos", deveríamos pensar em "pressemânticos", não?
[16:25] <marcello> mas as estruturas profundas sao *formas* e nao substancia, ou nao?
[16:25] <AnaMatte> lopesic: dificil de concordar... acho que o modelo do greimas pra emoção está muito mais de acordo, a emocao como o lugar do corpo que sente...
[16:26] <lopesic> As "pregnâncias" do nível profundo seriam algo como traços do anímico em nós -- e, por não compreendê-las, nós somos obrigados a inventar incessantemente histórias que as põem em cena travestidas de 1001 formas narrativas.
[16:26] <AnaMatte> marcello: é do que estou falando
[16:26] <lopesic> (Marcello) Sim, claro, em Greimas as estruturas profundas são forma, não substância.
[16:27] <lopesic> O que o Petitot está propondo é uma interpretação "metapsicológica" do modelo greimasiano.
[16:27] <AnaMatte> lopesic: parece-me que isso pode levar a confundir o percurso gerativo do sentido como se o sentido viesse das coisas em si... nada greimasiano
[16:27] <geed> lopesic; então, estamos, em um conflito entre o conceitual e o figurativo - nessa questão do anímico travestido em narrativa?
[16:28] <AnaMatte> geed: conceitual?
[16:28] <lopesic> Dito de outra maneira, o nível profundo de Greimas seria o lugar das... pulsões, e a conversão à narratividade seria necessária justamente porque os homens não sabem o que elas significam.
[16:28] <marcello> posso assimilar pulsão à tensividade?
[16:28] <lopesic> Como eles não têm a menor ideia do que significam os quatro "semantismos da semântica fundamental", que Greimas herdou da antropologia...
[16:29] <lopesic> isto é, natura-cultura-aventura-sepultura.
[16:29] <geed> AnaMatte: por essa última fala do Ivã, parece-me que a coisa é mesmo mais complexa que essa "simples" relação  entre o conceitual e o figurativo.
[16:30] <AnaMatte> lopesic: me parece que o Petitot está de certa forma negando o caráter estratégico - e não ontologico - do percurso gerativo
[16:30] <lopesic> Nessa reinterpretação, a narratividade (e tudo o que vem acima dela, na discursividade) corresponderia a "destinos de pulsões", no sentido freudiano da coisa.
[16:30] <AnaMatte> geed: eu só queria saber se voce estava falando de isotopia, nível discursivo, pra entender
[16:30] <lopesic> Exatamente, Ana!
[16:31] <lopesic> (Geed) Sim, é um conflito entre o abstrato e o figurativo...
[16:31] <geed> Ana: era nesse sentido mesmo que eu em referia a conceitual x figurativo. Mas sempre pressupondo as questões da "geratividade" propostas por Greimas.
[16:32] <AnaMatte> lopesic: mas isso não significa que usar a TC em conjunto com a semiotica leve necessariamente a essa reinterpretação ontologizante
[16:32] <lopesic> (Geed) ... ou, nos termos do Ziberberg, é o jogo entre o figurativo e o figural (mais ou menos a mesma ideia, afinal de contas)
[16:32] <AnaMatte> geed: yes
[16:33] <geed> Como temos discutido há anos: a velha questão de 'semiotizar' as outras teorias com que entramos em contato, resolveria o problema?
[16:33] <lopesic> Essa é a questão, Ana: se o uso da TC em semiótica estivesse necessariamente atrelado a uma leitura ontológica, convenhamos, todo o debate se tornaria menos relevante.
[16:34] <geed> Digo: "incorporá-las" à visada semiótica?
[16:34] <AnaMatte> talvez uma das questões mais importantes e mais difíceis para o semioticista seja esse aceite do conhecimento como produção de sentido e, portanto, por mais que, como seres humanos, sempre queiramos respostas ontológicas, como semioticistas temos que admitir que não são possíveis
[16:35] <lopesic> Também penso assim.
[16:35] <lopesic> A noção de simulacro sempre foi a principal arma de guerra da semiótica contra as ontologias.
[16:35] <AnaMatte> geed: sempre depende da pergunta que vocẽ quer responder. voce pode trabalhar sem misturar, pode semiotizar, pode misturar, mas qualquer trabalho interdisciplinar precisa de muita consciência epistemológica
[16:37] <geed> (Ana e Lopesic): nessa aceitação da eprspectiva semiótica, é sempre reconfortante a leitura do debate ente Greimas e Ricouer sobre as paixões, reproduzido naquele livro da Anne Hénault.
[16:37] <AnaMatte> lopesic: é importante falar disso, porque é quase uma regra que as pessoas, sempre que tem a possibilidade de "encontrar a verdade", querem crer nisso, é uma tentação enorme
[16:37] <AnaMatte> qual livro, geed ?
[16:37] <geed> Ana: se a memória não me trai: Le pouvoir comme passion...
[16:38] <lopesic> Preciso dizer como estou impressionado de constatar que essas questões motivam uma discussão tão rica aqui no STIS!
[16:38] <AnaMatte> mmm, interessante, obrigada, geed
[16:38] <marcello> ivã, vc acha que há alguma relaçao entre pulsão e tensividade?
[16:39] <AnaMatte> lopesic: :D
[16:39] <lopesic> Juro que é muito reconfortante pra combater o meu sentimento de insanidade solitária sorriso
[16:40] <AnaMatte> lopesic: agora voce pode juntar-se a nós no nosso sentimento de insanidade coletiva :D
[16:40] <geed> Mas Ivã: "de perto, ninguém é normal'...risos
[16:40] <lopesic> Isso mesmo, isso mesmo, estou dentro!
[16:40] <belcoimbra> kkkkkkkkk!!!
[16:40] <danilorcesar> concordo
[16:41] <AnaMatte> marcello: acho que o waldir beividas é que ia gostar de falar nisso, quem sabe a gente não chama ele da próxima vez?
[16:41] <marcello> ok Ana, desculpe ficar me intrometendo
[16:41] <lopesic> (Marcello) Pulsão e tensividade. A Ana acaba de responder no meu lugar: é um trabalho para o Waldir Beividas!
[16:41] <AnaMatte> pessoal, já passamos uma hora do tempo da palestra, precisamos liberar o Ivã
[16:41] <AnaMatte> pede desculpas não, marcello , foi bem apropriado!
[16:42] <lopesic> Tenho certeza de que ele vai adorar partcicipar aqui também, assim como eu.
[16:42] <belcoimbra> ...é muita ~viagem~ boa...  amo isso!
[16:42] <geed> Então, só nos resta agradecer, mais uma vez, ao Ivã por suas contribuiçoes semióticas...
[16:42] <AnaMatte> pessoal, muito obrigada a todos pela presença, pelo debate! e muitíssimo obrigada, Ivã, pela sua contribuição ímpar!
[16:42] <belcoimbra> valeu demais!!!!!! obrigadaIvan
[16:43] <lopesic> Poxa, quem agradece, de montão, sou eu mesmo!
[16:43] <marcello> abs a todos
[16:43] <AnaMatte> lopesic: foi um prazer enorme tê-lo conosco e espero que possamos estar juntos muito mais vezes, neste e outros meios
[16:43] <danilorcesar> Obrigado
[16:43] <belcoimbra> a proposito Ana , esse STIS tinha que ser mesmoo Ivan..hehehe
[16:43] <lopesic> Posso dar um aviso, Ana?
[16:43] <AnaMatte> pode, lopesic
[16:44] <lopesic> Vem aí o miniENAPOL de Semiótica 2011, é o encontro da área que fazemos todo ano aqui na FFLCH-USP, no qual os pós-graduandos (e alguns graduandos também) expõem as suas pesquisas em andamento.
[16:45] <lopesic> Todos são muito bem-vindos!
[16:45] <AnaMatte> pessoal, nossa pagina http://stis.textolivre.org/ esta desatualizada, mas logo esta e outras palestras estarão lá, assim como informações sobre os Cadernos Didáticos do STIS. a agenda já está lá
[16:45] <AnaMatte> obrigada, lopesic, tem o link?
[16:45] <lopesic> As inscrições estão abertas até início de setembro, pra apresentar comunicação.
[16:46] <lopesic> Link:
[16:46] <lopesic> http://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/
[16:46] <belcoimbra> abrçs a todos!!! inté!
[16:46] <AnaMatte> great! abraços e voltem sempre! lopesic: saudade, guri! valeu!
[16:46] <lopesic> Obrigado a todos, muitíssimo obrigado à Ana Cristina pelo convite e pela oportunidade, abraços.
[16:47] <AnaMatte> foi um prazer

Setembro: Aprendizagem Situada

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Setembro/2011

"Aprendizagem Situada"/ Conferencista: Elizabeth Guzzo de Almeida

Data: sexta-feira, 16 de setembro de 2011

registro Setembro

Registro de Conferência em chat escrito, de 16 de setembro de 2011:

 

Aprendizagem Situada

Conferencita: Elizabeth Guzzo

moderador: Equipe STIS


16 de setembro de 2011/ sala #evidosol-1 da rede Freenode de IRC

[14:06] <belcoimbra> Olá para todos vamos dar inicio ao nosso STIS de hoje.
[14:07] <acris> Olá! boa tarde!
[14:07] <Beth> Boa tarde!
[14:08] <belcoimbra> Bas Vindas a nossa paletrante de Hoje.Bem Vinda Beth
[14:08] <acris> :)
[14:08] <Beth> :)
[14:08] <belcoimbra> Bem vindos a todos!
[14:09] <belcoimbra> Vamos dar inicio ao nosso STIS com a Palavra da Professora Beth
[14:10] <belcoimbra> Beth sera que v poderai se apresentar? e Logo deposi iniciar sua paletsra.
[14:11] <belcoimbra> Termos at[e 60 min de apresentação e depois abriremos para  o bate papo
[14:11] <Beth> Sou doutoranda em Linguística Aplicada na FALE/UFMG e professora da Faculdade de educação da FaE
[14:12] <Beth> O objetivo didático dos STIS (Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec http://stis.textolivre.org/ ) é discorrer sobre um tópico teórico de uma das áreas de atuação e pesquisa do Programa Texto Livre de Semiótica
[14:12] <Beth> e Tecnologia visando um público interdisciplinar como o próprio grupo.
[14:13] <Beth> A partir dessa proposta, hoje focalizaremos a concepção de aprendizagem situada tendo como princípios a teorização de Jean Lave e Etienne Wenger
[14:13] <Beth> Dividiremos a apresentação em três partes: (1) a contextualização da teoria;
[14:13] <Beth> (2) a apresentação da teoria e
[14:13] <Beth> (3) aprendizagem situada e pesquisas recentes.
[14:14] <Beth> Então
[14:14] <Beth> 1.	Contextualização da teoria
[14:14] <Beth> Para Daniels (2003) os estudos de teorias tradicionais em cognição ignoram o contexto ou têm uma visão muito restrita sobre a relação entre a cognição e o contexto.
[14:14] <Beth> Embora algumas dessas teorias considerem os fatores sociais, a aquisição de conhecimento é vista como um processo individual.
[14:15] <Beth> Por outro lado, houve um crescimento de abordagens que buscam investigar a cognição em contexto como a aprendizagem situada (Lave, 1991) e a cognição distribuída (Salomon, 1993).
[14:15] <Beth> Ambas têm raízes nos estudos vygotiskianos e entendem que o conhecimento, pensamento e significado  são produções de atividades sociais.
[14:16] <Beth> Os estudos sobre a aprendizagem situada (para alguns autores cognição situada) iniciam-se a partir da década de 80 na antropologia. Uma obra de destaque é Cognition in practice de Jean Lave com sua primeira publicação em 1988.
[14:16] <Beth> Essa pesquisa de cunho etnográfico se desenvolveu em um projeto de Matemática para Jovens e Adultos nos EUA cujo objetivo foi
[14:16] <Beth> “investigar o uso da matemática in situ, observando os mesmos indivíduos em diferentes contextos em sua vida cotidiana” (Lave, 1991.p.14. Tradução nossa).
[14:17] <Beth> Este estudo focalizou situações que não são consideradas “acadêmicas”, fora da sala de aula como, por exemplo, a utilização da matemática no ato de fazer uma compra no supermercado, no ato de cozinhar ou no ato de fazer dietas
[14:17] <Beth> Com esse trabalho a autora buscou desenvolver um marco analítico alternativo para enfocar o estudo da prática cotidiana com raízes em Marx, Bourdieu, Giddens entre outros.
[14:17] <Beth> Posteriormente, essa autora publica juntamente com Etienne Wenger a obra mais conhecida Situated Learning: peripheral legitimate participation (1991).
[14:18] <Beth> Nessa obra, eles desenvolvem o conceito de aprendizagem situada a partir de um descritor analítico de engajamento de participação na prática e que será mais explorado na próxima seção.
[14:18] <Beth> passaremos agora ao ponto 2
[14:18] <Beth> 2.	Apresentação da teoria
[14:18] <Beth> A visão de aprendizagem situada se contrapõe à tradição funcionalista, essa abordagem inclui a separação da cognição do mundo social e se baseia também
[14:19] <Beth> na ideia de que o conhecimento consiste em unidades coerentes e isoladas cujas fronteiras e estrutura interna existem independentes do indivíduo. (Lave, 1991. p. 59)
[14:19] <Beth> Os trabalhos iniciais de cognição não consideravam o contexto ou forneciam uma perspectiva muito parcial da relação entre contexto e cognição. (Daniels, 2003. p.93)
[14:19] <Beth> A aprendizagem situada investiga o desenvolvimento da cognição (a aprendizagem) no contexto se apropriando de abordagens socioculturais como já mencionado anteriormente.
[14:20] <Beth> Lave (1991. p. 17) afirma que a cognição se distribui na mente, no corpo, na atividade e nos ambientes organizados culturalmente, no indivíduo, em outras pessoas, e em vários artefatos, tais como ferramentas físicas e simbólicas (Salomon, 1993).
[14:20] <Beth> Assim, a aprendizagem está distribuída entre os participantes, não no ato de uma pessoa, a distribuição do conhecimento está organizada socialmente.
[14:20] <Beth> A teoria da aprendizagem situada oferece um referencial analítico que enfoca o estudo da prática cotidiana.
[14:20] <Beth> Lave e Wenger (1991) afirmam que “podemos entender a aprendizagem situada como algo contínuo de nossa participação no mundo sendo a aprendizagem um aspecto integral e inseparável da prática social” (Lave; Wenger. p.31. Tradução nossa.).
[14:21] <Beth> Na medida em que para Lave e Wenger a aprendizagem está relacionada com o participar no mundo, os autores caracterizam essa participação como Participação Periférica Legítima (PPL).
[14:21] <Beth> O conceito de PPL implica na ideia de que os aprendizes participam de comunidades profissionais e que o domínio do conhecimento e da prática exige dos novatos que se direcionem à plena participação nas práticas socioculturais de uma comunidade. (Lave; Wenger. p.29).
[14:21] <Beth> Os autores relatam exemplos de pessoas envolvidas na solução de problemas relativos à sua participação em atividades  como as parteiras de Yucatec (México), alfaiates da Libéria (África), oficiais intendentes, açougueiros e alcoólicos anônimos
[14:22] <Beth> Os relatos demonstram pessoas agindo no mundo como membros de uma comunidade sociocultural acentuando a relação entre a atuação (dessas pessoas) e os ambientes, mostrando que o aprendizado está em consonância com diversas formas de produção.
[14:22] <Beth> Há relações importantes entre os membros da comunidade e o processo de participação e conhecimento. (Lave e Wenger, 1991. p.84)
[14:22] <Beth> Apesar de enfocar a aprendizagem em contextos não formais, esse estudo possibilitou levantar questões desafiadoras sobre aprendizagem e muitos autores (detalhados na seção seguinte)
[14:23] <Beth> têm se dedicado a pesquisar suas implicações no âmbito da educação dentro e fora da escola.
[14:23] <Beth> Os autores apreendem essa nova visão de aprendizagem a partir da PPL. Esta categoria é proposta como um descritor de engajamento na prática social que molda a aprendizagem como um constituinte integral.
[14:23] <Beth> Para Lave e Wenger (1991) “a participação periférica diz respeito a estar localizada no mundo social. Lugares e perspectivas em mudança fazem parte das trajetórias de aprendizagem dos atores, das identidades em desenvolvimento e formas de afiliação”. (Lave; Wenger. p. 36)
[14:24] <Beth> Assim, na PPL a aprendizagem é o processo do sujeito de tornar-se um membro pleno, engajando-se socialmente nas comunidades de prática. Lave e Wenger argumentam que a aprendizagem situada é, normalmente,
[14:24] <Beth> não-intencional e se dá quando indivíduos participam cada vez mais em “comunidades de prática”. O sujeito iniciante adquire conhecimentos, comportamentos e crenças estabelecidos na comunidade de prática e isso ocorre à medida em que ele participa mais e mais de uma comunidade.
[14:25] <Beth>  Mas o que seriam as comunidades de prática?
[14:25] <Beth> "A comunidade de prática é um conjunto de relações entre pessoas, atividade e mundo, ao longo do tempo e em relação com outras comunidades de prática tangenciais e sobrepostas (Lave; Wenger. p. 98).”
[14:25] <Beth> Desse modo, a participação em comunidades de prática se configura como o princípio da aprendizagem denominado por Daniels (2003) como “produção colaborativa” e que ocorre em conjunto com diversas práticas que possibilitam a participação periférica legítima.
[14:25] <Beth> Dizendo de outro modo, ela se “relaciona a uma maneira de ser no mundo social e não de vir a saber sobre ele.”
[14:26] <Beth> No artigo The practice of learning, Lave (1993) discute a questão do contexto, uma vez que aprendizagem situada diz respeito
[14:26] <Beth> às pesquisas da prática cotidiana de pessoas agindo nos cenários, a autora relata que esse fenômeno deve ser analisado no “the socially material world of that activity”.
[14:26] <Beth> Esse artigo é o de abertura da obra Understanding of practice em que vários autores escrevem sobre contextos múltiplos das atividades como
[14:27] <Beth> Huchins “aprender a navegar”, Engeström sobre a prática médica na Finlândia, e também em contexto escolar como o trabalho de Säljö e Wyndhamn.
[14:27] <Beth> Nesse texto, Lave reitera a ideia de que a aprendizagem é, então, um processo de mudança de compreensão na prática:
[14:27] <Beth> “Atividade situada sempre envolve mudanças no conhecimento e na ação (...) [e tais] mudanças (...) são centrais para o que nós chamamos de “aprendizagem.” (Lave, 1993. p.5-6)
[14:28] <Beth> Assim, o foco da aprendizagem situada se dá nos sistemas de interação os quais incluem
[14:28] <Beth> os sujeitos como participantes e as mudanças no conhecimento e na ação.
[14:28] <Beth> passaremos para a parte 3
[14:29] <Beth> 3. Aprendizagem situada e pesquisas recentes
[14:29] <Beth> Muitas pesquisas sobre a aprendizagem situada consistem em estudos principalmente na área de matemática, como demonstram os trabalhos da própria Lave (1984, 1991, 1993, 1996).
[14:29] <Beth> Atualmente, no Brasil, alguns estudos também têm como enfoque essa abordagem no âmbito da educação matemática como Frade (2003), Tomaz e David (2008), Miguel; Vilela (2008), Góes (2010), Oliveira (2010) e Rodrigues (2010).
[14:30] <Beth> No campo da sociologia educacional citamos Faria (2008), e Bergo (2011);
[14:30] <Beth> na linguística aplicada, temos Fontana (2010); e Paiva (2011) e Martins (2008) o último focaliza a complexidade, mas há menção sobre a aprendizagem situada
[14:31] <Beth> Também na linguística aplicada tendo em vista aspectos do uso da tecnologia e a aprendizagem situada podemos citar trabalhos estrangeiros como Herrington; Oliver, 2000a; Herrington; Oliver; Sparrow, 2000b;
[14:31] <Beth> Egbert, 2006; Krumsvik, 2008; Develotte; Mangenot; Zourou, 2005, Mills, 2011; Hannafin, 2008; Kim e Hannafin (2010), etc.
[14:31] <Beth> Apesar da diversidade temática apresentada acima, há poucos estudos que focalizam a aprendizagem do professor, com a criação de experiências situadas que considerem o aprender do docente (Putnam; Borko, 2000) a partir de uma perspectiva reflexiva e crítica.
[14:32] <Beth> Assim, explorar novas questões sobre a aprendizagem do professor (pré serviço) e sua formação para o letramento digital à luz da perspectiva teórica da aprendizagem situada é o nosso foco.
[14:32] <Beth> Em nossa pesquisa de doutorado, investigamos, sob a perspectiva da teoria da aprendizagem situada (Lave, 1991; Lave; Wenger, 1991), os letramentos digitais na formação inicial de professores de espanhol.
[14:32] <Beth> Para tanto, adotamos uma perspectiva etnográfica e busco analisar variados eventos de letramentos durante um ano nas disciplinas Análise da Prática e Estágio de Espanhol I e II.
[14:33] <Beth> Vale ressaltar que estou na fase inicial de análise dos dados.
[14:33] <Beth> Para Lave e Wenger (1991) “a análise da aprendizagem escolar como situada requer uma visão multifacetada de como o conhecimento e a aprendizagem são parte da prática social.” (Lave; Wenger, 1991. p. 40.)
[14:33] <Beth> No contexto de nossa pesquisa, a perspectiva situada aliada à perspectiva reflexiva e crítica da formação inicial do professor de espanhol possibilitam uma compreensão mais ampla do aprender a ensinar.
[14:33] <Beth> (com o uso de tecnologias)
[14:34] <Beth> Além disso, evidenciamos as questões sobre a integração das tecnologias no programa das duas disciplinas de estágio supervisionado do curso de graduação em letras (licenciatura em espanhol)
[14:34] <Beth> onde os alunos não somente usam as ferramentas tecnológicas, mas o fazem em atividades situadas.
[14:34] <Beth> As formas e os processos institucionais da formação do professor estabelecem como a profissão responde aos processos básicos de aprender a ensinar.
[14:35] <Beth> A formação de professores tem que integrar as realidades culturais do ensino/aprendizagem e, como parte dessa realidade, a tecnologia e seus papéis têm que ser amplamente explorados (Egbert, 2006. p. 168).
[14:35] <Beth> Sob essa perspectiva, buscamos enfocar o letramento digital e a percepção dos alunos do ponto de vista didático pedagógico, bem como analisar a participação desses aprendizes em pré-serviço
[14:35] <Beth> tendo em vista que “pessoas, ações e mundo estão implicados em todo pensar, falar, conhecer e aprender”. (Lave; Wenger. p. 167-168)
[14:36] <Beth> A teoria da aprendizagem situada ajuda-nos a entender como os letramentos digitais das participantes se constituem nas práticas sociais “digitais”.
[14:36] <Beth> Acreditamos que o letramento não é um processo monolítico que ocorre na cabeça dos sujeitos ou que se configura da mesma maneira para todas as pessoas em qualquer contexto (Street, 1984).
[14:36] <Beth> O “letramento é um processo dinâmico em que o significado da ação letrada é continuamente construído e reconstruído por participantes,
[14:36] <Beth> quando se tornam membros de um grupo social (turmas escolares, grupos profissionais e sociais diversos)”. (Castanheira; Green; Dixon, 2007. p.9)
[14:37] <Beth> Nosso intuito na pesquisa é analisar os letramentos digitais como práticas inscritas a partir da perspectiva da aprendizagem situada uma vez que essa concepção de aprendizagem
[14:37] <Beth> se dá por meio do engajamento dos sujeitos nas práticas sociais
[14:38] <Beth> e envolvem problemas, resistências, estratégias de aprendizagem e negociações de significado durante o processo de participação
[14:38] <Beth> e de mudança de identidades com a integração das tecnologias digitais durante um ano do estágio supervisionado.
[14:39] <Beth> Palavras finasi
[14:39] <Beth> *finais
[14:39] <Beth> Nossa proposta aqui foi contextualizar a teoria da aprendizagem situada, a partir do seu surgimento bem como os estudos relevantes.
[14:40] <Beth> Também buscamos apresentar aspectos chave da teoria como a participação periférica legítima, comunidades de prática, abordando os aspectos socioculturais dessa abordagem.
[14:40] <Beth> Por fim, indicamos algumas pesquisas no Brasil em diversas áreas sobre a Aprendizagem Situada e, no exterior, estudos na linguística aplicada com ênfase no uso de tecnologias e apresentamos um recorte dos aspectos
[14:40] <Beth> que pretendemos focalizar em nossa pesquisa de doutorado: a aprendizagem situada, letramentos digitais e a formação inicial de professores de espanhol.
[14:41] <Beth> Obrigada!
[14:41] <belcoimbra> Muito Bom! Beth
[14:41] <Beth> ;)
[14:41] <belcoimbra> Obrigada!
[14:42] <Junia> gostei demais
[14:42] <AnaMatte> adorei, Beth
[14:42] <Beth> Obrigada, Júnia, Ana
[14:42] <Luciana_> muito bacana, Beth
[14:42] <belcoimbra> POdemso abrir agora para questoes
[14:42] <belcoimbra> ou comentários..
[14:43] <AnaMatte> tenho uma pergunta
[14:43] <Beth> sim
[14:43] <AnaMatte> pelo menos uma :)
[14:43] <Beth> rss
[14:43] <AnaMatte> Beth, durante sua palestra, fiquei pensando na aprendizagem que acontece nas comunidades de software livre. É muito interessan tque as pessoas lá não são distintas por grau formal de escolaridade ou idade e um guri de 13 anos pode ensinar um doutor com a mesma propriedade com que esse mesmo doutor vai ensinar esse mesmo guri sobre outro assunto que conheça melhor. É esse tipo de situação que sempre busco trazer para de
[14:43] <adelmaa> Prezadas, tive uma renião em OP e na volta teve um acidente na estrada o que me atrasou a passage dos carros. Desculpe-me! Mas lerei com todo o prazer do mundo toda sua apresentação, viu Beth!
[14:44] <Beth> Ok, Adelma :)
[14:44] <Beth> nos estudos da Lave
[14:44] <Beth> ela foca mais na aprendizagem que no ensino
[14:45] <belcoimbra> Beth, v acha que podemos dizer pelo olhar da A Situada que a a aprrendizagem é coletiva?
[14:45] <Beth> o que vc chama de aprendizagem coletiva?
[14:46] <Beth> nas comunidades de prática
[14:46] <Beth> os novatos aprendem com os mais velhos
[14:46] <Beth> e os veteranos aprendem com os novatos
[14:46] <AnaMatte> beth, dizer que lave focaliza mais aprendizagem que ensino é tua resposta a minha pergunta? nao entendi...
[14:47] <AnaMatte> pra mim, ensino e aprendizagem são só dois lados da mesma moeda
[14:47] <belcoimbra> qdo v disse que  o letramento não é um processo monolítico que ocorre na cabeça dos sujeitos ou que se configura da mesma maneira para todas as pessoas em qualquer contexto
[14:48] <Beth> o ensino vejo como algo mais formalizado
[14:48] <AnaMatte> entao refraseio: A educação formal foge da prática porque a prática pode ameaçar hierarquia formal; eu vejo como muito saudável a recuperação do valor do conhecimento em si, ultrapassando e até desmistificando essa hierarquia, pois isso estimula um crescimento coletivo, fortalecendo a ideia freiriana de que quem ensina também aprende. Voce acha possivel trazer essa perspectiva para dentro do ambiente formal de ensino
[14:49] <Beth> e a aprendizagem segundo a concepção da Lave se define a partir da participação dos sujeitos nas práticas
[14:50] <acris> bom, insisto nas perguntas
[14:50] <Beth> acho que é possível, Ana
[14:50] <belcoimbra> qdo pensei na aprendizagem coletiva seria no sentido de que todos sempre aprendem alguma coisa juntos
[14:50] <Beth> e já alguns estudos
[14:50] <belcoimbra> o professor qdo ensina tb aprende
[14:50] <Beth> na área da matemática
[14:50] <Beth> bem interessantes
[14:50] <Beth> na FaE a professora Vanessa Sena
[14:50] <AnaMatte> :)
[14:51] <Beth> desenvolveu sua tese na educação matemática e a aprendizagem situada
[14:51] <Beth> e a interdisciplinaridade
[14:51] <Beth> um trabalho sobre a "água"
[14:51] <adelmaa> Beth, para Vygotsly a aprendizagem (o conhecimento) se da primeiro a nivel social e depois no individual. Como é que a aprendizagem situada concebe esta perspectiva?
[14:52] <Beth> a Aprendizagem Situada tem raízes vygotskianas
[14:52] <Beth> e se dá em um nível social tb
[14:53] <Beth> é uma visão contrária às linha cognitivistas (iniciais)
[14:54] <AnaMatte> é muito interessante mesmo
[14:54] <Luciana_> Nossos trabalhos de doutorado podem dialogar bastante, Beth.
[14:55] <adelmaa> Existe elemtnos da perspctiva Frerianan na AS. Se existe, quais são eles?
[14:55] <Beth> sim, Luciana
[14:55] <Luciana_> eu não sabia que vc estava trabalhando com AS tb
[14:55] <Junia> gosto muio da questão apontada por Ana
[14:56] <belcoimbra> V disse qua a A S é um estudos da pratica cotidiana e isso é muio interessante para pensar em todas as areas que envolvem o ensino
[14:56] <AnaMatte> o que eu noto é que, sempre que se consegue que os alunos participem das tarefas de aula como quem faz um trabalho muito mais amplo do que a própria aula, um trabalho para o mundo, para sua vida, a aprendizagem é muito mais rica. Claro que os alunos, acostumados com o ensino formal, tem dificuldades em engajar-se em projetos assim, que, no fim das contas, sempre dão mais trabalho
[14:57] <belcoimbra> fiquei penasndo no ensino de praticas corporais, de musica, ate de receitas de bolo rsrs
[14:57] <Luciana_> Quanto ao que a Bel comentou acima, o aprendiz se engaja em um processo de transformação sócio-cultural,
[14:57] <Beth> mas acho que é nesse trabalho engajado que a aprendizagem ocorre
[14:57] <Beth> na participação
[14:57] <Luciana_> em um contexto aproximado com o real. Essa é a PPL, como a Beth disse.
[14:57] <Luciana_> a coletividade se dá aí, não é ?
[14:58] <Beth> sim
[14:58] <Luciana_> essa transformação não é individual
[14:58] <AnaMatte> a cozinha é sempre a comunidade mais gostosa, belcoimbra  :D
[14:58] <belcoimbra> kkkkkk
[14:59] <belcoimbra> tem gente que na cozinha noa gosta de ninguem dando pitaco....
[14:59] <Luciana_> em termos de Complexidade, podemos dizer que a cozinha é um atrator
[14:59] <Junia>  acho a relação PPL e central em Lave um pouco linear
[14:59] <AnaMatte> exato, concordo: nunca é individual. é, por outro lado, constitutivo do sujeito no mundo
[14:59] <AnaMatte> exato, Luciana_
[14:59] <Beth> concordo Júnia
[14:59] <Beth> e a Lave quando veio aqui
[14:59] <Beth> em abril
[15:00] <Beth> disse que após 20 anos
[15:00] <Beth> do Situated Learning
[15:00] <Beth> pensa que poderia se PP e PL
[15:00] <Beth> Participação Periférica e Participoação Legítima
[15:00] <belcoimbra> desculpa o que é PP..
[15:00] <belcoimbra> okk
[15:01] <Beth> ela questionou várias coisas na obra...
[15:01] <Beth> no trabalho que citei da Vanessa ela questiona a PPL e utiliza a Teoria da Atividade para
[15:01] <Beth> dar conta de analisar os seus dados
[15:02] <belcoimbra> se voce fosse dar um exemplo de PP e PL para uma professora de ensino fundamental o que v diria...
[15:02] <Junia> pois é
[15:03] <Beth> acho que posso pensar
[15:03] <Beth> a partir dos dados da minha pesquisa, Isabel
[15:04] <Beth> posso denominar PP de uma participante que não se integrava nos eventos de letramentos digitais que propunha
[15:05] <Beth> e uma outra que estava sempre participando e inclusive apresentou um trabalho no Evidosol
[15:05] <Beth> é só uma hipotese que ainda não desenvolvi
[15:06] <Luciana_> eu tb entendo assim, Beth. Sou membro da CVL, mas tenho uma PP.  Participo pouco, observo e assimilo os que têm PL, que estão sempre interajindo, discutindo
[15:06] <Luciana_> interagindo, desculpem...
[15:07] <AnaMatte> é quase, numa redução grosseira, dizer que PP é o mau aluno e PL o bom aluno rs
[15:07] <Luciana_> ah, Ana, não vejo assim
[15:07] <AnaMatte> eu sei, eu disse que é uma redução grosseira
[15:07] <Luciana_>  o PP pode estar inseguro, a princípio
[15:07] <adelmaa> Beth, assim a análise da PP e do PL dessa sua participante você fez a partir da sua participação na atividades que você propôs, não é?
[15:07] <Luciana_> sim, entendi...rs
[15:08] <AnaMatte> claro. e tem gente cuja forma de participar é bem mais reservada
[15:08] <Beth> e nem por isso não está participando... não está aprendendo...
[15:08] <Luciana_> à medida em que o PP avança, ele pode se tornar PL
[15:08] <Luciana_> e pode até voltar a ser PP em algum momento
[15:08] <AnaMatte> é... mas sempre tem quem não se interesse, e por isso nunca vai virar PL
[15:09] <AnaMatte> não existe um método de ensino que consiga ser igualmente eficiente para todos os alunos
[15:09] <belcoimbra> penso que na "transição" tem-se que ir vivendo dasduas abordagens.. o que acham...
[15:09] <Junia> não acho que é o caso de avançar , mas dacompetencia que está sendo moblizada
[15:10] <adelmaa> Mas, como ficaria aquela participante que nõa tinha uma PP digamos ativa em sala , mas que tinha uma PL fora dela?
[15:10] <belcoimbra> A Pl demanda mais autonomia.. .. as vezes o alunou professor nao conegue se libertar tao facil dos padroes..
[15:10] <adelmaa> Por isto penso que na verdade a gente pode fazer me termos de gradação + ou _ PP ou PE, entende?
[15:11] <Luciana_> talvez, Adelma, se considerarmos fora e dentro da sala como um só contexto de aprendizagem, ele possa ser PL
[15:11] <AnaMatte> nossa, agora assutei com minha própria colocação: um método igualmente eficiente só seria viável com robos. E nenhum método decente de ensino atual admitira pensar nos alunos como um conjunto de unidades iguais
[15:11] <Luciana_> mas classificar é reduzir demais, não é, gente ?
[15:11] <AnaMatte> tambem acho, Luciana_
[15:11] <Beth> é polarizar....
[15:12] <Luciana_> essa participação não é linear
[15:12] <Junia> concordoLu
[15:12] <Beth> ela é mutante
[15:12] <belcoimbra> tb
[15:12] <belcoimbra> principalmente hoje com a super corrida de velocidade de informações em todo lugar..
[15:12] <woodsonfc> O problema parece ser dos termos PP e PL principalmente do último "legítima" como se outra fosse o contrário!
[15:13] <belcoimbra> hummm ...
[15:13] <Luciana_> desmerece a participação
[15:13] <belcoimbra> verdade
[15:13] <AnaMatte> é
[15:13] <Luciana_> ela acontece, mas não é "em alto e bom som"
[15:14] <Luciana_> Beth, vc trabalha com os conceitos de affordance e constraints na sua pesquisa, tb ?
[15:14] <Beth> bom, estou na fase inicial de análise
[15:14] <Junia>  estar em posição central ou periférica depende do que está sendo mobilizado
[15:14] <Luciana_> como eu..
[15:15] <Beth> e penso  em trabalhar com affordances
[15:15] <Beth> no trabalho que apresentei no Inpla utilizei o conceito
[15:15] <AnaMatte> isso, Junia
[15:15] <Junia> vejo isso no exemplo da Ana
[15:15] <Luciana_> vc conhece o trabalho de Greeno ?
[15:15] <Beth> sim, conheço
[15:15] <belcoimbra> me lembrei e uma historinha em que na escola a professora pediu para a criança desenhar uma flor de petalas vernelhas, caule e dua s folhinhas
[15:15] <Beth> ele é da matemática
[15:15] <Luciana_> sim
[15:16] <Beth> é interessante ver no Gibson tb
[15:16] <Luciana_> vc vai disponibilizar bibliografia da sua apresentação de hj ?
[15:16] <Luciana_> sim, concordo
[15:16] <belcoimbra> qdo a criança mudou de escola a prof pediu p que ela desenhasse uma flor da amniara mais criativa
[15:17] <Beth> sim se quiser posso colocar agora
[15:17] <belcoimbra>  a craiança desenho a flor de petalas vermelhas um caule e dua folhinas verdes..
[15:17] <Luciana_> ótimo
[15:18] <Beth> Referências
[15:18] <Beth> CASTANHEIRA, M. L.  GREEN, J. DIXON, C. N. Práticas de letramento em sala de aula: uma análise de ações letradas como construção social. Revista Portuguesa de Educação, 20(2), 2007. p. 7-38.
[15:18] <Beth> DANIELS, H. Vygotsky e a pedagogia. São Paulo: Loyola, 2003. DEVELOTTE, C. MANGENOT, F. ZOUROU, K. Situated creation of multimedia activities for distance learners: motivational and cultural issues. ReCALL, 17 (2) p. 229-244, 2005.
[15:18] <belcoimbra> desculpem divaguei, mas minha cabeça foi longe com essa teoria... que eu nao conhecia..obrigadaBeth
[15:18] <AnaMatte> nossa, belcoimbra
[15:18] <Beth> EGBERT, J. Learning in context: Situating language teacher learning in CALL. In: P. Hubbard & M. Levy (Eds.). In: Teacher education in CALL.  Amsterdam: John Benjamins. 2006. p. 167-182.
[15:18] <Beth> FARIA, E. L. A aprendizagem da e na prática social:   um estudo etnográfico sobre as práticas de aprendizagem do futebol em um bairro de Belo Horizonte . Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
[15:18] <Beth> FONTANA, Beatriz. Tarefas colaborativas como prática social situada: uma abordagem sociointeracionista para o ensino-aprendizagem de línguas em sala de aula. VI COLÓQUIO DE PESQUISA Disponível em <http://www.uniritter.edu.br/eventos/sepesq/vi_sepesq/arquivosPDF/27978/2366/com_identificacao/Tarefas%20colaborativas%20como%20pr_tica%20social%20situada.pdf>; Acesso 16 de set. de 2011.
[15:19] <Beth> FRADE, C.  Componentes tácitos e explícitos do conhecimento matemático de áreas e medidas. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.
[15:19] <Beth> GÓES, Marisa. A educação no projeto e o projeto na educação [manuscrito] : um estudo sobre o ensino e a aprendizagem de projeto na Arquitetura . Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Minas Gerais, Belo Horizonte,  2010.]
[15:19] <Beth> HERRINGTON, J.; OLIVER, R. An instructional design framework for authentic learning environments. Educational Technology Research and Development, 48 (3), p. 23-48, 2000a.
[15:19] <woodsonfc> E que é AFFORDANCES que não consigo traduzir aqui!
[15:19] <adelmaa> Não divagou não Bel você exemplificou o que a Júnia havia comentando acima: "posição central ou periférica depende do que está sendo mobilizado".
[15:19] <Beth> HERRINGTON, J.; OLIVER, R.; SPARROW, H.Towards a New Tradition of Online Instruction: Using Situated Learning Theory to Design Web-Based Units. Artigo apresentado em conferência no ASCILITE, Coffs Harbour, Queensland, 2000b. Disponível em <http://www.adelaide.edu.au/clpd/online/current/sitlearn/>; Acesso 26 de setembro de 2010.
[15:19] <Beth> KIM, H. Exploring freshmen preservice teachers' situated knowledge in reflective reports during case-based activities. Internet and Higher Education, Volume 14, Issue 1, January 2011, 2010. p. 10-14.
[15:19] <Beth> KIM, H. HANNAFIN, M. Situated case-based knowledge: An emerging framework for prospective teacher learning. Teaching and Teacher Education Volume 24, Issue 7, October 2008, p. 1837-1845.
[15:20] <Beth> LAVE, J. La cognición en la práctica. Barcelona: Paidós, 1991. _____. The Practice of Learning. In: CHAIKLIN, S.; LAVE, J. (Ed.). Understanding practice: perspectives on activity and context. Cambridge: Cambridge University Press, 1993. p. 3-32.
[15:20] <Beth> _____. Teaching, as Learning, in Practice. Mind, Culture, and Activity. v. 3, n. 3, p. 149-164, Summer 1996. LAVE, J.; WENGER, E. Situated learning: Legitimate peripheral participation. New York: Cambridge University Press, 1991.
[15:20] <Beth> LAVE, J.; MURTAUGHT, M.; ROCHA, O. D. L. The dialectic of arithmetic in grocery shopping. In ROGOFF, B.; LAVE, J. (Ed.). Everyday cognition: Its development in social context. Cambridge: Harvard University Press, 1984. p. 67-94.
[15:20] <Beth> MARTINS, A. C. S. A emergência de eventos complexos em aulas on-line e face-a-face: uma abordagem ecológica . Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - Faculdade de Letras, Universidade Federal Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
[15:20] <Beth> MIGUEL, A. VILELA, D. S. Práticas escolares de mobilização de cultura matemática. Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 74, p. 97-120, jan./abr. 2008.
[15:20] <Junia> é isso aí
[15:20] <Beth> MILLS, N. Situated Learning through Social Networking Communities: The Development of Joint Enterprise, Mutual Engagement, and a Shared Repertoire. CALICO Journal, 28(2), 2011.  p. 345-368.
[15:21] <Beth> OLIVEIRA, G. G. N. O uso do hipertexto na aprendizagem de cálculo em um ambiente virtual. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Minas Gerais, Belo Horizonte,  2010.
[15:21] <Beth> PAIVA, V.L.M.O. Ilusão, aquisição ou participação. In: Diógenes Cândido de Lima. (Org.). Inglês em escolas públicas não funciona: uma questão de múltiplos olhares. São Paulo: Parábola, 2011,  p. 33-46.
[15:21] <Beth> RODRIGUES, A. J. Um estudo das identidades matemáticas de alunos do ensino médio da escola preparatória de cadetes do ar. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Minas Gerais, Belo Horizonte,  2010.
[15:21] <Beth> SALOMON, G. Distributed Cognitions: Psychological and educational considerations. Cambridge: CUP, 1993.
[15:21] <Beth> SILVA, R. Quando o santo chama: o terreiro de umbanda como contexto de aprendizagem na prática. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.
[15:21] <Beth> STREET, Brian V. Literacy in Theory and Practice. New York: Cambridge University Press, 1984.
[15:21] <Beth> Tomaz,V.S, & David,M.M. (2008) Interdisciplinaridade e aprendizagem da Matemática em sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica.
[15:21] <Beth> Foram essas
[15:22] <AnaMatte> muito bom, Beth!
[15:22] <Luciana_> Obrigada !
[15:22] <Luciana_> Nossa, tem muita coisa que eu não li
[15:22] <belcoimbra> eu nao conhecia essa teoria e achei muito proxima do venho desenvolvendo atraves dos caminhos da dança experimental voltado para  o ensino e vivencia da dança  no curso de educa ção fisica e posteriormente na escola
[15:22] <Luciana_> preciso providenciar isso JÁ !
[15:22] <Beth> Obrigada pela oportunidade de poder compartilhar com vcs
[15:22] <AnaMatte> :D
[15:22] <Beth> o que venho estudando...
[15:22] <belcoimbra> depois quero conversar mais comvs sobre isso..
[15:23] <Beth> acho que tem elos sim, Bel
[15:23] <Beth> vamos sim!!!
[15:23] <AnaMatte> nós é que agradecemos, Beth !
[15:23] <belcoimbra> Muito boa a palestraBEth!!
[15:23] <Luciana_> Bel, vc fez a disciplina da Carla Coscarelli e da Ana ? Lembro-me de alguém da dança lá.
[15:23] <Luciana_> Obrigada, Beth.
[15:23] <adelmaa> Parabéns Beth!
[15:23] <Luciana_> Foi uma excelente palestra !
[15:23] <Junia> Agradeço demais a oportunidade também
[15:23] <Junia> adorei
[15:23] <belcoimbra> Acho que seu trabalho é uma grande contribuição!!
[15:24] <Beth> Obrigada, depois podemos continuar essa conversa
[15:24] <Beth> me interesso muito pelo tema pessoal!
[15:24] <Junia> joia!
[15:24] <belcoimbra> Oi Luciana fiz sim!!!
[15:24] <Beth> ;)
[15:24] <belcoimbra> que bom encontrar vpor aqui!!!
[15:24] <Luciana_> ah, então era vc mesmo. que bom te rever aqui. ;-)
[15:25] <AnaMatte> com certeza, uma grande contribuição. Vamos publicar o log da palestra na página do STIS e posteriormente deverá sair nos Cadernos Didáticos do STIS
[15:25] <belcoimbra> Sabe Beth fico feliz em ver v  taoa animada!!!!!
[15:25] <Beth> estou demais!!
[15:25] <adelmaa> Mais uma palestra de excelência do STIS para o mundo!
[15:25] <Beth> estou adorando trabalhar essa temática
[15:25] <AnaMatte> belcoimbra: eu tambem fico feliz :)
[15:25] <Beth> graças a abertura da Ana!
[15:25] <Luciana_> que ótimo, Beth.
[15:25] <Luciana_> fica mais fácil analisar os dados assim
[15:25] <belcoimbra> UHUUUUUUUU STIS STIS STIS!!!
[15:25] <Luciana_> eu tb estou amando trabalhar com AS, ainda mais junto com complexidade
[15:25] <Beth> sim, Luciana acho que nossos trabalhos dialogam
[15:25] <Luciana_> tudo a ver !
[15:26] <Luciana_> vamos nos falar mais, ok ?
[15:26] <Luciana_> vou te escrever
[15:26] <Beth> não conheço da complexidade
[15:26] <Beth> sim,
[15:26] <belcoimbra> quero fazer um estudo de aproximação essateoria com a dança experimental.. conto com v!!
[15:26] <Beth> talvez eu trabalhe com a Teoria da Atividade tb
[15:26] <Beth> mas não tenho nada definido...
[15:27] <adelmaa> Gosatríamos de convidar todos a nos ajudar propagar essa nossa ideia que se trnou realidade e bem fecunda - O STIS. alho
[15:27] <Luciana_> o texto do Greeno aborda complexidade, tb, sem nomeá-la
[15:27] <belcoimbra> sim !
[15:27] <Junia> contem comigo
[15:27] <Luciana_> contem comigo tb
[15:28] <Beth> comigo tb!
[15:28] <Luciana_> eu gostaria muito de colaborar...posso ?
[15:28] <Beth> claro
[15:28] <Luciana_> seria legal fazer uma palestra aqui tb
[15:28] <adelmaa> Com certeza!
[15:28] <belcoimbra> me aguardem que em breve falaremos de dança por aqui... hehehhe
[15:28] <Luciana_> aguardamos, Bel !
[15:29] <Luciana_> vai ser ótimo.
[15:29] <Beth> qual o seu tema de interesse, Luciana?
[15:29] <Luciana_> bem, a teoria da complexidade é que enche os meus olhos
[15:29] <Luciana_> e inunda meus ouvidos
[15:29] <belcoimbra> Beth, v teria mais alguma coisa para compartilha?
[15:29] <Beth> Legal!
[15:29] <adelmaa> Ja estamos trabalhando o calendário STIS/2012.
[15:29] <Beth> para mim, tá ok.
[15:30] <Luciana_> foi um prazer estar aqui com vcs
[15:30] <AnaMatte> obrigada a todos pela presença e participação masi do que legítima :D
[15:30] <AnaMatte> e muito obrigada mesmo pela excelente palestra, Beth
[15:30] <AnaMatte> sim
[15:30] <belcoimbra> Bem, como moderadora dessamsa quero dar parabens a nossa palestrante de hoje clap clap~
[15:30] <AnaMatte> clap clap clap
[15:30] <belcoimbra> digo dessa mesa
[15:30] <Luciana_> clap clap !
[15:31] <woodsonfc> clap clap
[15:31] <adelmaa> Parabéns a AnaMatte nossa grande mentora e orientadora. Estes espaços de trocas são idealizados por ela e foii abrilhantado hoje pela nossa querida Beth!
[15:31] <belcoimbra> Em nome do STIS agradecer a todos pela participacoa! clap clap
[15:31] <Beth> Obrigada, :)
[15:31] <Luciana_> Um abraço a todos e um ótimo fim de semana. Bye !
[15:31] <adelmaa> clap clap clap clap clap
[15:32] <belcoimbra> Clap clap para Ana!
[15:32] <AnaMatte> :)
[15:32] <AnaMatte> adelmaa: é para meu próprio deleite ;-)
[15:32] <Luciana_> Take a bow, Ana !! clap clap clap
[15:32] <belcoimbra> Obrigada Ana, por nos ajudar em nossos sonhos e soprar nossas bolinhas de sabao!!!
[15:32] <adelmaa> e clap para Beth e todos os ilustres presentes!
[15:33] <adelmaa> Bel um clap para você bem especial, viu!
[15:33] <belcoimbra> Pessoal vamos nos falando pelos corredores e organizando a proxima palestra!
[15:34] <belcoimbra> um bj pra v tb Adelma!
[15:34] <adelmaa> Com certeza! Até lá!
[15:35] <belcoimbra> Bj  a todos! Bom final de semana..
[15:35] <Beth> bjs

Como citar este texto:

GUZZO, Elizabeth. Aprendizagem situada. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano I, 2011. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/30-log-aprendizagem-situada>;. Acesso em: 27 fev. 2014.

 

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06/Outubro: Wikipedia e Meritocracia

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Outubro/2011

"Wikipedia e Meritocracia"/ Conferencista: Paulo Henrique Serrano

Data: quinta-feira, 6 de outubro de 2011

registro 06/outubro

Registro de Conferência em chat escrito, de 6 de outubro de 2011:

 

Wikipedia e Meritocracia

Conferencista: Paulo Henrique Serrano

 

moderador: Equipe STIS

 

[21:14] <acris> Boa noite, pessoal

[21:14] <acris> paulohsms: podemos começar?

[21:14] <Ilanna> boa noite

[21:14] <paulohsms> sim acris

[21:14] <belcoimbra> Oi!!!!

[21:14] <Leonardo_Ornella> boa

[21:14] <belcoimbra> OK!!!

[21:14] <acris> vou moderar a sala, paulohsms

[21:14] <Leonardo_Ornella> ok

[21:14] <Ilanna> ok

[21:14] <akonikulakpo> boa noite a tod@s

[21:14] <acris> a apresentação dura 50 minutos depois abrimos o debate, ok?

[21:14] <Ilanna> aguardado aki

[21:15] <belcoimbra> ok!

[21:15] <acris> quer que te avise em quanto tempo?

[21:15] <Andreaa> ok

[21:15] <paulohsms> 10 min está ótimo

[21:15] <acris> combinado

[21:15] <paulohsms> boa noite pessoal, primeiramente gostaria de me desculpar pelo atraso

[21:15] <acris> boa noite, paulo, deixa te apresentar?

[21:15] <paulohsms> sim acris

[21:16] <acris> obrigada :D

[21:16] <acris> Boa noite, pessoal, estamos iniciando mais uma edição do STIS

[21:16] <acris> Seminários Teóricos Interddisciplinares do SEMIOTEC

[21:16] <acris> desta vez com o apoio do ELMC

[21:16] <acris> curso de especialização em Ensino de Línguas Mediado pelo Computador

[21:17] <acris> Esta semana a turma da especialização está discutindo meritocracia

[21:17] <acris> Um dos espaços em que o tema é mais discutido é entre os colaboradores da Wikipedia

[21:17] <acris> Por isso, convido para a conferência desta noite

[21:17] <acris> sobre Meritocracia e Wikipedia

[21:18] <acris> o prof. Paulo Henrique Serrano

[21:18] <acris> que concluiu sua pós-graduação recentemente com uma tese sobre o assunto

[21:18] <acris> Paulo, seja bem vindo!

[21:18] <paulohsms> obrigado acris !

[21:18] <acris> a palavra é sua :D

[21:19] <paulohsms> fico muito satisfeito em poder participar do Stis !

[21:19] <paulohsms> lamento os tropeços e atrasos

[21:19] <acris> está no tempo regulamentar, Paulo :D

[21:19] <paulohsms> gostaria que todos entrassem no link da minha apresentação

[21:19] <paulohsms> http://www.paulohsms.com/meritocracia.pdf

[21:20] <acris> para isso, abram uma aba nova no navegador

[21:20] <acris> senão caem daqui

[21:20] <acris> http://www.paulohsms.com/meritocracia.pdf

[21:20] <paulohsms> opa, bem lembrado acris

[21:20] <paulohsms> o maior motivo do atraso na verdade foi a apresentacao http://www.paulohsms.com/meritocracia.pdf [ abram em nova aba ]

[21:20] <Andreaa> para mim, abriu automaticamente, sem cair.

[21:20] <paulohsms> por favor acessem o endereço para acompanhar a apresentação

[21:21] <Ilanna> ok

[21:21] <paulohsms> o trabalho sobre a wikipedia foi resultado de uma pesquisa em linguagem e tecnologia realizada no poslin da ufmg

[21:21] <paulohsms> por favor acessem a página 2 da apresentação

[21:21] <paulohsms> ou slide 2

[21:22] <paulohsms> todos conhecem a wikipedia como uma enciclopedia livre, online, construída a partir do conhecimento colaborativo

[21:22] <paulohsms> fomentando a inteligência coletiva e ajudando muitos estudantes a passarem de ano

[21:22] <paulohsms> mas a wikipédia também é uma comunidade

[21:22] <paulohsms> acessem a página 3

[21:23] <Ilanna> ok

[21:23] <paulohsms> essa foto apresenta o encontro WikiOlissipo realizado em Lisboa

[21:23] <Ilanna> vendo aki

[21:23] <paulohsms> aqui no Brasil há vários encontros em SP, RS, RJ...

[21:24] <paulohsms> o wikisampa, wikialegre,

[21:24] <Ilanna> legal

[21:24] <paulohsms> a página http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Encontros apresenta uma lista de encontros de wikipedistas da enciclopédia lusófona [ portugues] por todo o mundo... (lembrando de abrir links em nova aba)

[21:25] <paulohsms> mas a wikipédia é uma comunidade que reune seus colaboradores

[21:25] <paulohsms> em volta de uma prática

[21:25] * acris http://www.paulohsms.com/meritocracia.pdf

[21:25] <paulohsms> [ página 4 da apresentação em http://www.paulohsms.com/meritocracia.pdf ] (nova aba)

[21:26] <paulohsms> a edição e criação de verbetes é a prática que reune esses voluntários...

[21:26] <paulohsms> no detalhe da imagem está a página de edição dos verbetes da wikipédia

[21:26] <Ilanna> não imaginava que tinha tantos encontros com os colaboradores da wikipédia

[21:26] <paulohsms> com os códigos de apresentacao e a interface de edição do conteúdo

[21:27] <paulohsms> então os wikipedistas (nome dado aos colaboradores da wikipedia) se reunem em volta do ato de editar a enciclopédia

[21:27] <paulohsms> no slide seguinte ... ou página seguinte de http://www.paulohsms.com/meritocracia.pdf

[21:28] <paulohsms> slide 5

[21:28] <paulohsms> eu apresento O pesquisador norte americano Howard Rheingold

[21:28] <Ilanna> uma vez um aluno me perguntou sobre que postava as informações existentes na wikipédia

[21:28] <RomuloNeves> oops, eu estava no lugar errado

[21:28] <paulohsms> o divertido professor de roupas coloridas da página 5 foi um dos pioneiros na utilização da internet

[21:28] <paulohsms> como um meio de agrupamento em comunidade.

[21:29] <Ilanna> e não imaginava que existia o mundo atrás disso, vários colaborades responsáveis por tudo

[21:29] <paulohsms> Fez isso na rede WELL uma BBS (Bulletim Board System) no começo dos anos 90

[21:29] <paulohsms> WELL é a abreviação de Whole Earth 'Lectronic Link

[21:30] * acris lembra: comentários às 22h, canal moderado (só o Paulo fala). link para a apresentação: http://www.paulohsms.com/meritocracia.pdf

[21:30] <paulohsms> essa comunidade foi muito importante para uma época em que a conexão discada (dial up) era o único meio de acesso à internet

[21:31] <paulohsms> vou sacrificar um pouco do tempo da minha apresentação para relembrar o som da conexão discada:

[21:31] <paulohsms> abram o link em uma nova aba.

[21:31] <acris> sorriso

[21:31] <paulohsms> hahaha

[21:32] <acris> muito legal!

[21:32] <paulohsms> mas voltando ao assunto....

[21:32] <paulohsms> o Howard Rheingold descreve a sua experiência na WELL no livro The Virtual Community.

[21:32] <paulohsms> o primeiro livrinho do slide 5

[21:32] <paulohsms> ele está disponível online

[21:32] <paulohsms> em ingles

[21:33] <paulohsms> e é muito interessante

[21:33] <paulohsms> principalmente a forma apaixonada com q o autor descreve a comunidade

[21:33] <paulohsms> Em 2002 no livro Smart Mobs

[21:33] <paulohsms> segundo livro do slide 5

[21:34] <paulohsms> Smart Mobs: The Next Social Revolution

[21:34] <paulohsms> o autor apresenta o que acredita serem os três fatores que motivam e condicionam a participação em comunidade.

[21:34] <paulohsms> 1) Capital Social; 2) Capital Intelectual; 3) Comunhão;

[21:35] <paulohsms> O capital intelectual relaciona-se com o conhecimento como valor de troca.

[21:35] <paulohsms> eu sei do que vc não sabe... e te explico isso para que você também me explique o que eu não sei

[21:35] <paulohsms> maaaiiis ou menos isso.

[21:36] <paulohsms> A comunhão enquanto fator de motivação está mais ligada às relações afetivas.

[21:37] <paulohsms> algo como viver em comunidade com a familia por apreciar essas companhias

[21:37] <paulohsms> nesse caso

[21:37] <paulohsms> as pessoas se relacionariam em uma comunidade por gostar umas das outras

[21:38] <paulohsms> O capital social, é relacionado pelo autor ao valor social atribuido pelo pertencimento...

[21:38] <paulohsms> por uma participação efetiva ou uma dedicação.

[21:38] <paulohsms> Ou seja, a MERITOCRACIA.

[21:39] <paulohsms> por favor acessem a página 6 da apresentação do link http://www.paulohsms.com/meritocracia.pdf

[21:40] <paulohsms> só voltando um pouco

[21:40] <paulohsms> para esclarecer

[21:40] <paulohsms> o capital social funcionaria como o valor do pertencimento...

[21:41] <paulohsms> refere-se ao sentimento de importância que pode ser atribuido à comunidade e seus membros

[21:42] <paulohsms> algo como... fazer parte de determinada torcida de futebol

[21:43] <paulohsms> e sentir-se parte de algo indo aos jogos do clube

[21:43] <paulohsms> parte de algo maior

[21:43] <paulohsms> voltando ao slide 6 da apresentação do link http://www.paulohsms.com/meritocracia.pdf

[21:43] <acris> o valor viria do que a pessoa faz para engrandecer o time? bandeiras, torcida, presença, camiseta... isso?

[21:44] <paulohsms> o mérito dentro desse grupo vem disso sim

[21:45] <acris> ok sorriso

[21:45] <paulohsms> a meritocracia de constroi a partir do capital social, que essencialmente é o sentimento de pertencimento...

[21:46] <paulohsms> então o valor de pertencer já é o motivo base

[21:47] <paulohsms> as práticas que o sujeito realiza para engrandecer o time recebem o valor dos outros torcedores

[21:47] <paulohsms> aumentando o capital social desse individuo

[21:48] <paulohsms> dentro dessa comunidade de torcedores

[21:48] <paulohsms> O slide 6 apresenta o funcionamento da meritocracia na Wikipédia.

[21:49] <paulohsms> A colunca da esquerda apresenta as boas práticas incentivadas pela comunidade

[21:49] <paulohsms> *coluna

[21:49] <paulohsms> facilitando a identificação das atividades que atribuiriam mérito aos individuos

[21:49] <paulohsms> na coluna direita estão os títulos que podem ser dados aos colaboradores atribuindo-lhes mais poder, prestígio e respeito dentro da comunidade.

[21:50] <paulohsms> cada cargo possui uma função diferente dentro do esquema de regulação e colaboração da wikipedia

[21:50] <paulohsms> Eu esqueci de incluir no esquema o tutor que ficaria acima do usuário cadastrado

[21:50] <paulohsms> sendo um sujeito capaz de ensinar como utilizar o sistema da wikipédia para esses usuários.

[21:50] <paulohsms> mas há quem não se importe com isso,

[21:51] <paulohsms> e mesmo com uma enorme quantidade de contribuição e prestígio dentro da comunidade se recusa em assumir a responsabilidade de cargos mais elevados

[21:51] <paulohsms> o que nos leva a crer que a motivação desse sujeito não é o capital social

[21:51] <paulohsms> podendo ser a comunhão ou o capital intelectual de acordo com Rheingold

[21:52] <paulohsms> então ... eh isso.

[21:52] <paulohsms> no slide 7

[21:53] <paulohsms> estão meus dados pessoais, login na wikipedia, e-mail, twitter e site.

[21:53] <paulohsms> Minha motivação é o capital intelectual

[21:53] <paulohsms> tenho interesse em compartilhar conhecimentos e receber conhecimentos compartilhados sobre a Wikipédia

[21:53] <acris> Paulo, muito obrigada! podemos abrir o debate?

[21:53] <paulohsms> fiquem a vontade para entrar em contato =]

[21:53] <paulohsms> podemos sim acris

[21:53] <acris> Excelente palestra!

[21:54] <paulohsms> obrigado ! =D

[21:54] <acris> quando você fala de meritocracia

[21:54] <acris> que se constrói a partir do capital social

[21:54] <acris> eu fiquei pensando: o mérito seria uma escala de valores socialmente determinado

[21:54] <paulohsms> certo

[21:55] <acris> então a meritocracia é um sistema

[21:55] <paulohsms> eu costumo acreditar que sim

[21:55] <acris> onde as pessoas são valorizadas e avaliadas

[21:55] <acris> conforme uma escala de valores

[21:55] <acris> que as moraliza,

[21:55] <paulohsms> sim de acordo com ... exato

[21:55] <acris> e por conta dessa moralização, elas estariam mais ou menos adequadas ao quadro de valores do grupo

[21:56] <paulohsms> exato... e veja que mesmo que não exista um grupo para valorizar o valor

[21:56] <paulohsms> o sujeito o faz por esse grupo

[21:56] <paulohsms> a partir dessa escala construída socialmente

[21:57] <acris> então existiria uma forte relação entre isso que voce chamou de comunhão, que seria o afeto, e esse processo de moralização social, como voce esta dizendo pelo próprio indivíduo ou por outros membros do grupo, confere?

[21:57] <paulohsms> espera

[21:58] <paulohsms> existe uma relação sim

[21:58] <belcoimbra> Oi Paulo, muito boa a palestra... mas uma curiosidade existe algum ganho financeiro de alguma maniera na Wikipedia?

[21:58] <acris> nas comunidades de software livre isso é muito visível, as pessoas criam um afeto pela identidade gerada num processo de moralização que é altamente meritocratico. Em palavras menos técnicas: se voce faz o que eu acredito ser certo, gosto de voce e o apoio

[21:58] <belcoimbra> Oi Paulo, muito boa a palestra... mas uma curiosidade existe algum ganho financeiro de alguma maniera na Wikipedia?

[21:58] <belcoimbra> Oi Paulo, muito boa a palestra... mas uma curiosidade existe algum ganho financeiro de alguma maniera na Wikipedia?

[21:58] <belcoimbra> Oi Paulo, muito boa a palestra... mas uma curiosidade existe algum ganho financeiro de alguma maniera na Wikipedia?

[21:58] <belcoimbra> Oi Paulo, muito boa a palestra... mas uma curiosidade existe algum ganho financeiro de alguma maniera na Wikipedia?

[21:59] <paulohsms> belcoimbra: o projeto nao visa lucro ... todo o dinheiro é investido na propria manutenção

[21:59] <belcoimbra> sorry..... pla repeticao....

[21:59] <paulohsms> entao acris ... eu acho q a dimensão afetiva faz parte do capital social

[22:00] <paulohsms> mas eh diferente da comunhão

[22:00] <paulohsms> veja q estou tentando interpretar os conceitos do Rheingold

[22:00] <paulohsms> o que pode haver sem problemas é a coexistencia

[22:00] <acris> sim... e eu estou semiotizando :D

[22:00] <paulohsms> desses tres fatores

[22:01] <paulohsms> mas nunca a ausencia de todos

[22:01] <acris> agora pensemos na pratica

[22:01] <acris> uma pessoa que entra na wikipedia e corrige um erro de portugues

[22:01] <acris> e uma pessoa que publica um artigo do zero

[22:01] <acris> sao valorizadas diferentemente?

[22:01] <acris> como é essa escala na wikipedia?

[22:02] <paulohsms> acredito que tanto a wikipedia como a comunidade de softwre livre atribuam valor às práticas de forma isenta racional ... mas recompensem os integrantes de um modo mais sensível

[22:02] <acris> mmm isso sim é interessante

[22:03] <paulohsms> na wikipedia a escolha dos administradores é feita pelo voto ... entao mesmo que zé crie 30 artigos do zero ... e antonio corriga 10 ... se antonio for mais meu amigo eu posso valorizá-lo de modo difernete

[22:03] <acris> entao existe uma intenção de imparcialidade na avaliação do mérito, mas o afeto possui uma certa independencia pois afeto não é pra ser racional, isso?

[22:03] <paulohsms> nao nao

[22:04] <acris> m

[22:04] <paulohsms> o valor nesses sistemas é de certo modo arbitrário

[22:04] <paulohsms> quantitativo

[22:04] <paulohsms> posso medir o merito do sujeito pela quantidade de informação q ele insere

[22:05] <paulohsms> mas recompensá-lo por isso ... com um cumprimento ou elogio ... dependerá dessa dimensão afetiva

[22:06] <paulohsms> performance e sanção

[22:06] <acris> ok

[22:07] <paulohsms> acho q a dimensão afetiva faz parte do capital social

[22:07] <RomuloNeves> existe alguma atitude contra os vândalos?

[22:08] <paulohsms> o sentimento de comunhão estaria pouco ligado à hierarquização ou valor recompensado pelo mérito ou esforço

[22:08] <paulohsms> sim

[22:08] <quel_> boa pergunta

[22:08] <romulo> Oi Paulo, já que a Wikipedia recebe mais contribuições de jovens do ensino médio e graduaçao acredito que o fator motivador seja mais o capital social que o intelectual, estou certo?

[22:08] <paulohsms> os vândalos normalmente praticam as ações por endereços ip

[22:09] <paulohsms> e ai têm esses endereços banidos e as edições revertidas para a versão anterior do historico

[22:09] <Ilanna> como saber se as informações postadas pelos colaboradores são verdadeiras?

[22:09] <monicar> Paulo acredito que o esforço é o valor

[22:09] <paulohsms> se o processo de repete ... existem diferentes niveis de segurança que permitem o bloqueio do artigo

[22:09] <monicar> Um software livre/código aberto vive e caminha conforme deseja a comunidade e está é soberana em sua existência”.” [referência: araguaia.ufmt.br]

[22:10] <paulohsms> monicar: sim ... eh. mas o valor que é dado a esse valor é o capital social ... eh o que vai ser construido socialmente.

[22:11] <paulohsms> romulo: eu nao posso ter certeza disso... porque as motivações são muito pessoais ... mas no exemplo que apresento do encontro de wikipedistas posso supor que pelo menos naquele momento a comunhão os motiva a ir beber no barzinho

[22:12] <Leonardo_Ornella> hehe

[22:12] <paulohsms> Ilanna: existem diversos indicios que podem te revelar a qualidade do conteudo que está sendo lido ... observe sempre os avisos que ficam em cima do artigo, coisas como carecem de fontes ... ou artigo precisando de revisão ... isso pode alertar sobre a qualidade do verbete ...

[22:12] <monicar> Paulo então fazer parte é o maior valor. É isso?

[22:13] <RomuloNeves> são várias pessoas responsáveis pela mesma prática? por exemplo, eu e mais tantos fazem a revisão ortográfica?

[22:14] <paulohsms> monicar: o maior valor deve ser construido socialmente ... fazer parte é importante sim... é valorizado ... mas isso pode não ser mérito suficiente para se conquistar posições mais importantes.

[22:14] <paulohsms> RomuloNeves: sim. qualquer pessoa pode editar e revisar...

[22:15] <monicar> Mas como você disse algumas pessoas não importam com a posição

[22:15] <Andreaa> Olá, Paulo. Pelo que você expôs, conquistar posições mais importantes não parece ser o maior valor e, sim, fazer parte.

[22:16] <Leonardo_Ornella> o mérito aumenta na medida das contribuições e de acordo com a qualidade destas ...é isso?

[22:16] <monicar> Tenho a mesma dúvida da Andrea

[22:16] <paulohsms> monicar: sim, nesse caso a motivação não é o capital social, elas fazem parte de um sistema meritocrático são valorizadas por esse sistema, mas simplesmente não ligam para isso.

[22:17] <acris> acho importante ressaltar o seguinte: numa comunidade pequena, se uma pessoa fraudar uma parte pequena do projeto, pode levar muito tempo para ser descoberta a fraude. mas a wikipedia é uma comunidade enorme: a probabilidade de qualquer mudança desonesta ser percebida é muito grande

[22:17] <RomuloNeves> muitas pessoas afirmam que as informações no wikipedia não são confiáveis, ouço isso muito dos meus alunos, o que você pensa sobre essa afirmação?

[22:17] <acris> RomuloNeves: sao as mesmas pessoas que acreditam que, se está publicado em papel, é verdade...

[22:18] <Andreaa> O sentimento de pertencimento não é do indivíduo em relação ao grupo? Ou seja, o indivíduo é que vê valor em pertencer ao grupo. qual seria o valor do grupo para destacar o mérito do indivíduo? se

[22:18] <paulohsms> Andreaa: as posições importantes podem ser o maior valor de uma pessoa que faz parte de uma comunidade em busca de capital social, não necessariamente o é ... um sujeito pode ter interesse em capital social, apenas pelo fato de ser parte integrante.

[22:18] <acris> as enciclopédias em papel tem erros, e não vão ser corrigidos, só em outras edições. Sendo online, é corrigido no mesmo minuto em que for detectado

[22:19] <acris> e todos tem acesso ao dado atualizado

[22:19] <RomuloNeves> concordo acris

[22:19] <Flavia> Olá. Fui a última bienal do livro e a propaganda da barsa era justamente a dúvida quanto a veracidade das informações da wikipedia

[22:20] <monicar> Acris então a fonte wikipidia é confiável

[22:20] <Andreaa> ok, mas se a maioria dos participantes não se importa com o capital social, onde a meritocracia?

[22:20] <acris> existe uma mudança de paradigma em jogo com a internet: a velocidade das mudanças assusta, mas assusta ainda mais aqueles que tem o poder constitudo, o poder classico, porque poder, com essa fluidez da internet e das mudancas em funcao das novas tecnologias, é algo muito instável

[22:20] <Andreaa> Parece haver uma dicotomia de valores.

[22:21] <quel_> acho q caba a cada usuário identificar a qualidade de sua fonte

[22:21] <paulohsms> RomuloNeves: depende da informação ... os verbetes gerais ... mais comuns e típicos de enciclopédias como: Brasil, Segunda Guerra Mundial, são extremamente confiáveis... O problema e também o grande diferencial da wikipedia ... é que lá existem verbetes muito específicos ... não é vetada a existencia dessas informações... elas estão lá, mas podem não ser confiáveis e ai como falei anteriormente, deve-se observa

[22:21] <quel_> cabe*

[22:21] <Ilanna> fiz essa pergunta pq muitos alunos ficam na dúvida se devem ou não confiar no conteúdo da wikipédia

[22:21] <acris> é, a Barsa tem que se preocupar mesmo: e tão jogando com o lugar comum, que é mais fácil. Se você diz que o sol é amarelo, a gente nem para pra pensar no assunto

[22:22] <paulohsms> Andreaa: a meritocracia continua existindo socialmente ... no caso da wikipedia existe uma hierarquia ... um ranking... que recompensa os usuários, mas outros ambientes podem não ter isso e ainda assim ter alguém com mais mérito que outros

[22:23] <acris> paulohsms: é disso mesmo que falo quando penso em mudança de paradigma. nossa sociedade vive da ideia de ue existe o certo e o errado, o verdadeiro e o falso. E as coisas não são assim, nem nunca foram. Quando eu era bebe, minha mão parou de amamentar com poucos dias porque a medicina pregava que o leite das mães era fraco. Só porque isso não estava escrito numa midia masi volatil isso era mais verdadeiro? era falso! e prejudicou uma geração

[22:23] <acris> inteira

[22:23] <paulohsms> Andreaa: na wikipedia mesmo... se o conjunto de valores da comunidade nao estivesse guiado pela hierarquia... o mérito não deixaria de existir e os valores continuariam a ser atribuidos àqueles que mais participam

[22:25] <paulohsms> acris: sim... e veja que é uma estratégia de crise mesmo ... como a Flavia falou. o descredito às informações da wikipedia prendem-se às estatísticas de artigos incompletos e ruins.

[22:25] <paulohsms> tem muito conteúdo ruim na wikipedia.

[22:26] <acris> mas tem muito e muito mesmo conteúdo confiável

[22:26] <Andreaa> Paulo, embora o mérito exista, a maioria dos indivíduos não liga. Estão interessados no pertencimento, na afetividade e no capital intelectual. É isso que você está dizendo?

[22:26] <paulohsms> que nao chega sequer perto do indice da barsa

[22:26] <acris> eu sempre consulto a wikipedia e nunca encontrei um erro (só de ortografia rs), se dependesse só da minha experiência seria 100% confiável (claro que é uma amostra ínfima, não vale)

[22:27] <paulohsms> Andreaa: isso mesmo. nao eh q os individuos nao liguem... eles simplesmente nao recompensam isso formalmente.

[22:27] <Andreaa> Paulo, obrigada. Ótima a sua apresentação.

[22:28] <monicar> Anacris então porque muitos professores não aceitam como referência a wikipidia em trabalhos acadêmicos

[22:28] <acris> sei la, monicar. so posso falar em preconceito

[22:28] <monicar> Pensei nisso

[22:28] <Andreaa> Existem muitas fontes tidas como seguras que estão desatualizadas.

[22:28] <monicar> Acho que a mesma resistência quando apareceu o primeiro livor impresso

[22:29] <belcoimbra> tb gosto de pesquisar na Wikipedia... sem preconceitos....

[22:29] <acris> eu nunca pego uma referencia só e o que eu noto é que, dentre as que não são cópia uma da outra, em geral as da wikipedia sao as mais completas e com mais referencias e com menos incongruencias entre todas

[22:29] <paulohsms> valeu Andreaa !! =]

[22:29] <RomuloNeves> tenho que ir, obrigado pela excelente palestra

[22:30] <paulohsms> valeu RomuloNeves !

[22:30] <Ilanna> devido aos descrétido dos professores em relação aos textos publicados na wipidéia muitos alunos já nao levam em consideração em usá-la como referência

[22:30] <acris> Andreaa: o pior é que até na universidade, onde se espera que seja tudo atual, isso é comum

[22:30] <RomuloNeves> boa noite a todos

[22:30] <paulohsms> o trabalho do carlos dandrea eh sensacional quando trata da biografia de pessoas vivas na wikipedia

[22:30] <belcoimbra> Muito Bacana, Paulo! Acho que seu trabalho ajuda a quebrar o preconceito..

[22:30] <acris> bom, alguma pergunta mais? esta mesmo na hora... infelizmente

[22:30] <paulohsms> não há melhor exemplo de conteudo dinâmico do que esses verbetes

[22:30] <Flavia> agora com os telefones ligados a internet é o socorro mais proximos nas dúvidas

[22:31] <monicar> Paulo adorei sua palestra

[22:31] <Ilanna> muito boa sua apresentação Paulo

[22:31] <Ilanna> obrigada pelos esclarecimento

[22:31] <monicar> Obrigada clap clap clap

[22:31] <quel_> obrigada

[22:31] <belcoimbra> deu te vontade de contribuir.... e será porque.... hehehe

[22:31] <Andreaa> Paulo, obrigada, novamente. Sua palestra foi muito instrutiva para o trabalho que estou fazendo sobre uso de redes sociais pedagogicamente.

[22:31] <monicar> Anacris obrigada pela oportundiade de participar do debate

[22:31] <belcoimbra> Parabens!!!! Obrigada!

[22:32] <paulohsms> Ilanna: ahhh... nao levam em consideração colocar no final do texto neh ... mas eu gosto de apostar que é a primeira fonte de pesquisa de muitos alunos .... vejam que na busca por palavras-chave o resultado da wikipedia está sempre entre os primeiros do google

[22:32] <Andreaa> Parabéns!

[22:32] <acris> paulohsms: parabéns pelo trabalho! Agradeço a todos pela presença e colocações e a você, principalmente, pela paciência conosco :D

[22:32] <acris> clap clap clap clap

[22:32] <Ilanna> agora falta que mais pessoas, principlamente os professores devem ter acesso a esses conhecimentos sobre como funciona a wikipédia

[22:32] <Andreaa> @acris, obrigada pela oportunidade.

[22:32] <Andreaa> clap clap clap clap

[22:32] <paulohsms> valeu Andreaa !! fico contente em compartilhar ! procure o trabalho do rheingold, ele é muito bom mesmo !

[22:32] <acris> é verdade, Ilanna

[22:32] <monicar> Obrigada Ana

[22:32] <belcoimbra> clap, clapclapclap!

[22:32] <monicar> clap clap clap

[22:33] <Andreaa> Boa noite a todos, pessoal. Até uma próxima.

[22:33] <acris> boa noite a todos!

[22:33] <Leonardo_Ornella> até . obrigado

[22:33] <Ilanna> para que percebam a credibilidade da wikipédia

[22:33] <belcoimbra> Obrigada a v tb Ana!

[22:33] <paulohsms> muito obrigado acris !!! e todos, valeu mesmo a interação, aprendi mto com vcs. capital intelectual !! =]

[22:33] <monicar> Boa Noite para todos

[22:33] <Flavia> sorriso

[22:33] <belcoimbra> a ideia do STIS é barbara!

[22:33] <paulohsms> boa noite pessoal !=]

[22:33] <monicar> Capital Intelectual sempre

[22:33] <Ilanna> boa noite

[22:33] <acris> :D você é um amor, paulohsms! e desculpa a consusão da apresentação

[22:34] <belcoimbra> boa noite!!!! inté!

[22:34] <paulohsms> imagina acris  !! eu que me atrapalhei todo!

[22:34] <Ilanna> muito bom os esclarecimentos

[22:34] <paulohsms> obrigado pela paciência !! =]

[22:34] <Ilanna> me ajudou muito a enteder sobre a wikip´dia

[22:34] <Ilanna> tinha muitas dúvidas

[22:34] <paulohsms> que bom Ilanna fico mto contente por isso !!

[22:34] <belcoimbra> by!!!!

[22:34] <acris> sempre aprendo com o paulohsms :D

[22:35] <Ilanna> agora poderei propagar isso para meu alunos

[22:35] <Ilanna> hehe

[22:35] <paulohsms> sempre que precisar entre em contato nos dados que estão na apresentação. Ilanna

[22:35] <paulohsms> eii acris bom demais !! nem preciso comentar que a reciproca é verdadeira.

[22:35] <Ilanna> obrigada

[22:35] <acris> sorriso

[22:35] <paulohsms> boa noite gente !!!

[22:36] <paulohsms> até depois !!

[22:36] <Ilanna> boa noite a todos

[22:36] <acris> depois a gente divulga o link, ok?

[22:36] <acris> t+

[22:36] <quel_> boa noite

[22:36] <paulohsms> tá ótimo !

[22:36] <paulohsms> =]

[22:37] <Ilanna> fui

 

Como citar este texto:

SERRANO, Paulo Henrique. Wikipedia e meritocracia. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano I, 2011. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/28-log-qwikipedia-e-meritocraciaq-conferencista-paulo-henrique-serrano>;. Acesso em: 26 fev. 2014.

 

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Based on a work at Texto Livre.

21/Outubro: Semióticas do SEMIOTEC

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

21 de outubro de 2011

"Semióticas do Semiotec"/ Conferencistas Ana Matte, Daniervelin Pereira e Conrado Mendes

Data: sexta-feira, 21 de outubro de 2011

registro 21/outubro

Semióticas do SEMIOTEC: log da conferência de Daniervelin Pereira, Conrado Mendes e Ana Matte para o STIS


21 de outubro de 2011/ sala #evidosol-1 da rede Freenode de IRC

 

[14:08] [+AnaMatte] boa tarde, pessoal, sou a Ana Cristina fricke Matte, professora da UFMG e coordenadora do lab SEMIOTEC e gostaria de abrir a conferência do STIS de hoje.

[14:09] [+AnaMatte] Esta conferência do STIS tem um caráter diferenciado:

[14:09] [+AnaMatte] estamos trazendo para cá alguns membros do grupo do CNPq que se formaram conosco e hoje estão continuando sua caminhada fora da UFMG:

[14:09] [+AnaMatte] o Conrado Mendes, que está fazendo doutorado em semiótica na USP sob orientação do Waldir Beividas e, nesse momento, está num doutorado-sanduíche na França

[14:09] [+AnaMatte] oi, conradomendes

[14:09] [+conradomendes] ola!

[14:09] [+AnaMatte] e a Daniervelin Pereira, que está fazendo seu doutorado na USP orientada pela Norma Discini.

[14:10] [+AnaMatte] oi, Dani_Re

[14:10] [+Dani_Re] oi

[14:10] [+AnaMatte] O SEMIOTEC é, hoje, a concretização de atividades que promovemos na UFMG desde 2005, relacionadas à semiótica e à tecnologia.

[14:10] [+AnaMatte] O grupo inicialmente estava registrado no CNPq como SEMIOFON, pois o foco principal dos trabalhos era o campo interdisciplinar entre fonética acústica e semiótica, área em que o Conrado desenvolveu seu mestrado.

[14:11] [+AnaMatte] Com criação da linha de pesquisa em Linguagem e Tecnologia e minha saída da linha de pesquisa em Fonética e Fonologia, o grupo passou a trabalhar com EAD e letramento digital e passou a focalizar a comunicação na web, em comunidades, redes etc, sob a perspectiva da semiótica.

[14:11] [+AnaMatte] A Revista Texto Livre: Linguagem e Tecnologia também reflete essas mudanças (hhttp://www.textolivre.net).

[14:11] [+AnaMatte] opa

[14:12] [+AnaMatte] http://www.textolivre.org

[14:12] [+AnaMatte] http://www.textolivre.net

[14:12] [+AnaMatte] sorriso

[14:12] [+AnaMatte] Outro fator importantíssimo para a mudança de rumos foi o crescimento impressionante do grupo Texto Livre (http://www.textolivre.org), cujas atividades relacionando ensino e comunidades de software livre com produção de documentação e desenvolvimento de software cada vez mais são uma referência no cenário nacional desses campos interdisciplinares da educação e do software livre.

[14:12] [+AnaMatte] Por este motivo, este ano mudamos o nome do grupo no CNPq para Texto Livre: semiótica e Tecnologia (http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0333801U4BKW6D), e passamos a investir na oficialização do SEMIOTEC, com apoio direto da diretoria da FALE/UFMG.

[14:13] [+AnaMatte] Em agosto deste ano, o grupo fez uma reavaliação de seus projetos (http://textolivre.org/wiki/Projetos_do_Texto_Livre), da qual nasceu um projeto maior, integrando o GT de Educação do FISL, SLEducacional, Educandow e alunos do ELCM/UFMG, o Portal do Professor Livre na Rede

[14:13] [+AnaMatte] http://textolivre.org/wiki/Portal_do_Professor_Livre_Na_Rede

[14:13] [+AnaMatte] Também é importante citar o comprometimento dos tutores e monitores da disciplina online de Oficina de Leitura e Produção de Textos, da UFMG, com a implementação da metodologia Texto Livre junto aos 500 alunos semestralmente matriculados. Estamos com um evento em andamento: http://ueadsl.textolivre.pro.br

[14:14] [+AnaMatte] O SEMIOTEC, portanto, é hoje palco de inovação nas três frentes de atuação universitária: o ensino, a pesquisa e a extensão.

[14:14] [+AnaMatte] O STIS foi criado para que todos os integrantes do grupo e demais interessados pudessem desfrutar da pluralidade teórica que ferve no nosso caldeirão de ideias, pluralidade que tem limentado mesu sonhos e que acho muito importante compartilhar com vocês.

[14:14] [+AnaMatte] STIS = Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

[14:14] [+AnaMatte] bom, acho que consegui dar uma visão do todo.

[14:15] [+AnaMatte] Hoje é dia de ouvir quem chegou aqui graduando e saiu mestre - e volta para este debate como doutorando. Por isso, passo a palavra primeiro para a Dani_Re e depois para o Conrado. Cada um tem 20 minutos para apresentar, depois abrimos para a discussão.

[14:15] [+AnaMatte] Dani_Re: sua vez :D

[14:15] [+Dani_Re] ok, boa tarde

[14:15] [+AnaMatte] boa tarde!

[14:15] [+Dani_Re] agradeço a Ana pelo convite, é sempre bom ter esse espaço de compartilhamento das nossas pesquisas

[14:16] [+AnaMatte] é um prazer recebê-la, Dani_Re

[14:16] [+Dani_Re] quando a Ana me convidou para essa conversa, eu pensei logo nos primeiros passos que demos no grupo UFMGES lá na Letras

[14:16] [+Dani_Re] sorriso

[14:16] [+AnaMatte] sorriso

[14:16] [+AnaMatte] bem lembrado

[14:16] [+Dani_Re] entrei no grupo de estudos semióticos da UFMG quando ele já era interdisciplinar, porque envolvia estudos da canção e da fonética para análise de narrativas infantis

[14:16] [+Dani_Re] fazíamos encontros para discutir textos teóricos e as análises feitas individualmente

[14:16] [+Dani_Re] e confrontar os resultados

[14:16] [+AnaMatte] isso foi em 2004

[14:16] [+Dani_Re] pouco tempo depois, pela experiência em disciplinas semipresenciais oferecidas pela Ana comecei a pesquisar sites com atividades didáticas para ensino de português pela semiótica

[14:17] [+Dani_Re] sim, logo quando vc chegou à ufmg

[14:17] [+Dani_Re] (no início ainda nos reuníamos nos laboratórios da Letras, porque o acesso a computador e internet fora da faculdade era bem restrito ainda, ne, Ana?)

[14:17] [+AnaMatte] é sim, Dani_Re , era bem mais complicado

[14:18] [+Dani_Re] esse objeto de pesquisa estava relacionado às experiências de trabalho com a documentação de Software Livre

[14:18] [+Dani_Re] como alunos voluntários, fazíamos tradução e revisão de textos que serviam, além da divulgação de informações ao público interessado, para aprendizado das questões inerentes à área de Letras

[14:18] [+Dani_Re] nessa pesquisa dos sites com atividades didáticas, as análises revelaram essencialmente que os sites pareciam inovadores (os argumentos usados para adesão do público levavam a essa crença)

[14:18] [+Dani_Re] mas não eram de fato, já que a estrutura fechada das perguntas e respostas não permitiam um fazer diferente dos já apresentados pelo manuais impressos

[14:19] [+Dani_Re] foram propostos, então, alguns softwares didáticos que tinham como objetivo mudar a relação do sujeito com os exercícios, que procurariam o percurso da reflexão e não o da automatização

[14:19] [+Dani_Re] 3 softwares livres surgiram dessas reflexões coletivas: Crases, Vírgulas e Linha do Texto, que fazem parte do projeto Texto Livre (talvez alguns já conheçam)

[14:19] [+Dani_Re] bom, então veio a pesquisa de mestrado, quando relacionei o ensino de português à semiótica num projeto que buscou investigar o discurso dos professores sobre sua prática em cursos online

[14:20] [+Dani_Re] pela análise semiótica de 10 questionários respondidos e de 20 atividades didáticas, identificamos um sistema educacional canônico, digamos assim, que destaca uma relação marcadamente assimétrica entre a escola e o professor

[14:20] [+Dani_Re] os questionários foram respondidos por professores de ensino superior

[14:20] [+Dani_Re] eles demonstraram ter poucas opções além de transmitir os valores propostos pela instituição a seus alunos

[14:21] [+Dani_Re] as experiências ainda pareciam muito focadas na tentativa de reconstituir as práticas presenciais no ambiente digital, até pela pressão da escola

[14:21] [+Dani_Re] e também da instância superior, o MEC, para comparar as duas práticas

[14:21] [+Dani_Re] no doutorado, procuro verificar como se dá essa interação entre professor e alunos na prática da aula para depreender os mecanismos de construção do sentido em ambiente digital

[14:22] [+Dani_Re] acompanhei 2 cursos livres totalmente online e selecionei 3 interações em chat e 3 interações em fórum em cada 1 desses cursos

[14:22] [+Dani_Re] esses cursos já apresentam uma perspectiva bem diferente do que emergia nos relatos investigados no mestrado, o que demanda um olhar diferenciado

[14:23] [+Dani_Re] tenho feito, então, a análise semiótica desses enunciados para entender os modos de presença em cada gênero, levando em conta que o gênero tem um estilo próprio (segundo a concepção de Bakhtin) e os sujeitos também manifestam uma maneira peculiar de utilizá-los, muitas vezes flexibilizando sua estrutura de acordo com os objetivos

[14:23] [+Dani_Re] o chat educacional, por exemplo, às vezes é estilizado como aula, às vezes, como bate-papo e tira-dúvidas, o que pode ser percebido na análise de uma totalidade de enunciados

[14:23] [+Dani_Re] à moda de aula, ele tem ora uma inclinação mais teórica ora mais lúdica, dependendo do modo de condução dos sujeitos

[14:24] [+Dani_Re] tenho privilegiado nas análises um olhar pela semiótica tensiva (partindo das bases greimasianas sempre), porque me permite modular mais as diferentes relações estabelecidas entre sujeitos, entre práticas, entre espaços etc

[14:24] [+Dani_Re] me permite ainda considerar os ajustamentos sensíveis, que não estavam presentes nas minhas análises antes, não porque não existissem ou não fossem importantes, mas porque os instrumentos teóricos mais recentes propõem formas de perceber as entidades como mais graduais e menos categóricas

[14:25] [+Dani_Re] paralelamente, algumas reflexões na linha da sociossemiótica, lideradas por Landowski, contribuem para pensar nas formas de interação propostas em cada curso

[14:25] [+Dani_Re] cujo discurso indica a negação de uma interação mais programada para uma mais ajustada, de acordo com os valores de dinamicidade e flexibilidade que permeiam toda a discussão dos sujeitos

[14:26] [+Dani_Re] é muito mais do que uma busca de objetos do conhecimento

[14:26] [+Dani_Re] próprios do curso

[14:27] [+Dani_Re] mas a busca pela relação intersubjetiva e o ensino e aprendizagem q surgem no caminho

[14:27] [+Dani_Re] os próximos passos serão dados no sentido de entender melhor as estratégias de ocupação do espaço digital (inclusive no diálogo com as práticas do presencial)

[14:27] [+Dani_Re] também me interessa entender as coerções do ambiente digital como contágio para o gênero, já que o gênero digital não imita os já existentes (como a aula, a conversa), mas pressupõe nova composição, nova forma de tematizar e novo estilo

[14:28] [+Dani_Re] todas essas questões: a abertura do gênero à adequação da prática, a sensibilidade nas interações, a reconfiguração de modos de ensino e de aprendizagem de acordo com o perfil dos sujeitos, entre outras

[14:28] [+Dani_Re] apontam para um lugar de limiar ocupado pela prática educativa digital, dada na mistura entre esferas de comunicação e na mobilidade que encontramos enquanto valor nos discursos analisados

[14:28] [+Dani_Re] e esse lugar de limiar, pela própria complexidade envolvida, é aquele que nos deixa “de saia justa”, porque não dá só para aplicar conceitos teóricos, às vezes é preciso fazer a teoria “ouvir” o objeto e suas peculiaridades...

[14:29] [+AnaMatte] sorriso

[14:29] [+Dani_Re] daí a importância da interdisciplinaridade

[14:29] [+Dani_Re] bom, resumindo, é esse o percurso que tenho seguido desde o encontro com a semiótica dentro do que hoje conhecemos como grupo Semiotec

[14:29] [+Dani_Re] como deu para perceber, ainda falta muito "chão" para caminhar...

[14:29] [+Dani_Re] agradeço pela atenção e estou aberta para dúvidas, sugestões...

[14:30] [+AnaMatte] muito legal, Dani_Re , estou cheia das perguntas

[14:30] [+AnaMatte] mas vamos ouvir o conradomendes primeiro, tudo bem?

[14:30] [+Dani_Re] ótimo

[14:30] [+AnaMatte] obrigada, Dani_Re! entusiasmante!

[14:30] [+Dani_Re] sorriso

[14:30] [+AnaMatte] conradomendes: a palavra está contigo!

[14:31] [+conradomendes] Boa tarde a todos!

[14:31] [+AnaMatte] boa tarde

[14:31] [+conradomendes] Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à Prof. Ana Cristina Fricke Matte pelo convite. Para mim, é uma alegria dividir esta mesa com você e com a colega de tantos anos, Daniervelin Pereira.

[14:31] [+Dani_Re] ;)

[14:31] [+AnaMatte] é uma prazer, conradomendes sorriso

[14:31] [+conradomendes] É com grande satisfação também que venho, ainda que virtualmente, à UFMG, instituição com um significado muito especial para mim,

[14:31] [+conradomendes] onde fiz minha graduação em Comunicação Social e cursei o mestrado em Estudos Linguísticos, sob orientação da Ana Cristina.

[14:32] [+conradomendes] Na UFMG, foi também onde aprendi meus primeiros passos em semiótica! Passos fundamentais que me levaram ao estudo da significação, esse universo apaixonante.

[14:32] [+conradomendes] Devo isso, sobretudo, à Ana e à Glaucia Lara.

[14:32] [+AnaMatte] ah, mérito seu

[14:32] [+conradomendes] Hoje curso doutorado na USP, sob orientação do prof. Waldir Beividas, e estou durante este o ano em Paris, em estágio doutoral na Université Paris 8, sob orientação do Prof. Denis Bertrand.

[14:32] [+conradomendes] Vou contar um pouco da minha trajetória.

[14:32] [+conradomendes] Como me formei em Comunicação Social/Jornalismo, sempre me interessei pela análise de produtos midiáticos.

[14:33] [+conradomendes] No mestrado, analisei uma semana do Jornal Nacional, noticiário exibido pela Rede Globo.

[14:33] [+conradomendes] A análise que fizemos levou em consideração tanto o plano do conteúdo, principalmente a partir do nível discursivo, (do qual vou daqui a pouco) ...

[14:33] [+conradomendes] ... como também o plano da expressão da fala, por meio de análise acústica, usando o programa Praat, que alguns de vocês devem conhecer.

[14:33] [+conradomendes] Depois dessas análises, o que fizemos foi correlacionar dados semióticos (relativos aos conceitos) e dados fonéticos (relativos aos sons).

[14:33] [+conradomendes] Encontramos resultados bem interessantes!

[14:34] [+conradomendes] (Mas deixo esse tema para outra oportunidade)

[14:34] [+conradomendes] No doutorado, por sua vez, faço a análise da cobertura midiática, em especial a do Jornal Nacional (JN) e a do Fantástico, de um caso que ficou muito famoso no ano de 2008, que acho que vocês devem se lembrar:

[14:34] [+conradomendes] O Caso Isabella Nardoni, a menina que foi morta pelo pai e pela madrasta, jogada do 6o. andar de um prédio.

[14:34] [+conradomendes] Resolvi estudar a cobertura midiática desse caso, porque fiquei muito intrigado pela repercussão que teve.

[14:35] [+conradomendes] Durante dois meses e meio, de forma ininterrupta, notícias sobre a morte de Isabella eram levadas ao ar todos os dias.

[14:35] [+conradomendes] Houve casos em que o JN chegou a exibir 4 reportagens sobre o caso numa mesma edição!

[14:35] [+conradomendes] Isso me motivou a estudar as razões - não as razões psicológicas ou as sociológicas que explicariam a repercussão do crime ou o crime em si -

[14:35] [+conradomendes] Mas a construção do sentido, a arquitetura da significação que levou o Caso Isabella Nardoni a um estado de comoção de que certamente vocês podem se lembrar.

[14:36] [+conradomendes] Minha pesquisa de doutorado, ainda em andamento, me conduziu a recentes desdobramentos da teoria semiótica francesa (dos quais falarei brevemente ao final desta apresentação) que levam em consideração a questão do afeto, do sensível.

[14:36] [+conradomendes] Em resumo, se pudesse definir em poucas palavras o que estudo hoje, diria que estudo o aspecto sensível da construção do sentido aplicado a um texto midiático.

[14:36] [+conradomendes] Espero não ter falado muito, pois ainda nem entrei no tema da apresentação.

[14:37] [+AnaMatte] ainda tem bastante tempo

[14:37] [+conradomendes] (Risos)

[14:37] [+AnaMatte] sorriso

[14:37] [+conradomendes] Bom, vamos lá!

[14:37] [+conradomendes] O assunto sobre o qual eu vou falar é a relação entre a obra de dois importantes linguistas com a teoria semiótica.

[14:37] [+conradomendes] Antes de mais nada, é bom frisar que a semiótica a que me refiro é a semiótica de linha francesa, também chamada de semiótica greimasiana (em homenagem a seu criador A. J. Greimas), também conhecida ainda por Escola de Paris, e semiótica narrativa e discursiva.

[14:38] [+conradomendes] teoria de que jra falaram Ana Cristina e Daniervelin.

[14:38] [+conradomendes] Não se trata, portanto, da semiótica norte-americana de Charles Sanders Peirce, ou da semiótica russa de Iuri Lotman, ou ainda da semiótica social de Kress e Van Leeuwen.

[14:38] [+conradomendes] Certo, gente?

[14:38] [+conradomendes] A partir de agora, quando eu me referir à semiótica, trata-se tão somente da semiótica de linha francesa.

[14:39] [+conradomendes] Dito isso, vocês talvez já possam ter ouvido dizer que a semiótica é uma teoria de bases linguísticas, não é?

[14:39] [+conradomendes] O porquê dessa afirmação reside na contribuição da obra dos linguistas Ferdinand de Saussure e Louis Hjelmslev.

[14:39] [+conradomendes] Vamos começar pelo primeiro.

[14:39] [+conradomendes] Fundador da Linguística Moderna, Ferdinand de Saussure foi um linguista suíço, que viveu entre 1857 e 1913. Sua mais importante obra, o Curso de Linguística Geral, foi escrito por seus alunos Bally e Séchehaye, a partir das anotações que fizeram das aulas ministradas na Universidade de Genebra dos anos de 1907 a 1911.

[14:39] [+conradomendes] A primeira edição é de 1916, três anos após a morte de Saussure.

[14:40] [+conradomendes] O linguista suíço rompeu com uma perspectiva comparativista anterior. A partir dele, podemos dizer que se inaugurou um novo corte epistemológico, ou seja, uma forma radicalmente nova de tratar os fatos da linguagem.

[14:40] [+conradomendes] Sua abordagem não histórica, descritiva e sistemática conduziu a Linguística ao posto de ciência-piloto das ciências humanas, influenciando a antropologia (Lévi-Strauss), a psicanálise (Lacan), entre tantas outras disciplinas e autores.

[14:40] [+conradomendes] Saussure inaugurou, dessa forma, o que mais tarde será conhecido por Estruturalismo, um paradigma das ciências humanas que concebe o mundo como uma rede de relações.

[14:40] [+conradomendes] Tomemos, por exemplo, dois tipos de relações primordiais para Saussure: as fônicas e as conceituais.

[14:40] [+conradomendes] No caso das fônicas, um sistema de sons - vogais e consoantes - se estrutura por elementos que se diferem entre si.

[14:41] [+conradomendes] O /b/ é distinto do /p/ porque o primeiro possui o traço /vozeado/ enquanto o segundo não. O fonema é, dessa forma, o conjunto de vários traços fônicos (vozeado, bilabial etc.).

[14:41] [+conradomendes] Quanto aos conceitos, ocorre a mesma coisa.

[14:41] [+conradomendes] Pensemos na oposição entre "menino" e "menina". Ambos possuem o traço /infantil/ ao passo que o primeiro possui o traço /masculino/, enquanto o segundo possui o traço /feminino/.

[14:41] [+conradomendes] O que importa, portanto, não é o som em si, mas as diferenças fônicas que permitem distinguir sons de outros sons, assim como as diferenças conceituais, que permitem diferir um conceito de outro.

[14:41] [+conradomendes] Um sistema linguístico é então uma série de diferenças de sons combinadas com uma série de diferenças de ideias. E essa confrontação de diferenças constrói um sistema de valores.

[14:41] [+conradomendes] O objeto da linguística saussuriana é a língua, ou seja, o que a língua possui de social, de comum entre as pessoas, isto é, o conhecimento das regras que temos internalizadas e que nos possibilitam nos comunicar com os outros.

[14:42] [+conradomendes] Saussure afirma: A língua é "o produto social cuja existência permite ao indivíduo o exercício da faculdade da linguagem".

[14:42] [+conradomendes] A língua é ainda um sistema de signos.

[14:42] [+conradomendes] E o que exatamente é um signo para Saussure?

[14:42] [+conradomendes] Vocês se lembram quando eu falei das relações entre um som e um conceito? Pois então. O linguista de Genebra vai definir o signo linguístico como a relação necessária entre uma imagem acústica e uma imagem conceitual.

[14:42] [+conradomendes] Atenção: não é a relação entre palavras e coisas - no sentido que uma palavra (signo) representa uma coisa do mundo - mas a união entre duas grandezas linguísticas às quais ele vai chamar de significante (a imagem acústica) e de significado ( o conceito).

[14:42] [+conradomendes] Então, voltando: a linguística estuda o sistema de signos linguísticos.

[14:43] [+conradomendes] Porém, sabemos que existem igualmente signos não linguísticos, tais como, por exemplo, o sistema de ritos simbólicos; os sistema de signos visuais, como os sistemas pictóricos.

[14:43] [+conradomendes] Assim, Saussure vislumbra a criação de uma disciplina que se ocuparia dos signos em geral, a semiologia: "uma ciência que estude a vida dos signos no seio da vida social"

[14:43] [+conradomendes] À Linguística caberiam os sistemas de signos linguísticos, enquanto à semiologia caberiam todos os sistemas de signos.

[14:43] [+conradomendes] Dessa forma, a Linguística faz parte dessa ciência geral, que é a semiologia.

[14:43] [+conradomendes] Guardadas as devidas diferenças entre os termos "semiologia" e "semiótica", é exatamente isso que Greimas, anos depois, propõe ao fundar a semiótica.

[14:44] [+conradomendes] Vamos falar agora de um outro linguista, continuador da obra de Saussure, cuja obra também é muito importante para a semiótica. Trata-se de Louis Hjelmslev (1899-1965), linguista dinamarquês.

[14:44] [+conradomendes] Sua obra de maior importância, Prolegômenos a uma teoria da linguagem, de 1943, foi vertida para o português brasileiro em 1975.

[14:44] [+conradomendes] Prolegômenos significa princípios ou noções básicas para um estudo de qualquer natureza.

[14:44] [+conradomendes] Hjelmslev opõe-se ao discurso do humanismo, uma vez que pretende apreender com premissas puramente formais a estrutura específica da linguagem.

[14:44] [+conradomendes] O linguista de Copenhague chama de plano da expressão o que Saussure havia denominado significante e plano do conteúdo o que o linguista suíço designara de significado.

[14:44] [+conradomendes] Não se trata, entretanto, de termos exatamente sinônimos, uma vez que a definição hjelmsleviana compreende uma formalização que não estava presente no Curso de Linguística Geral.

[14:45] [+conradomendes] Hjelmslev utiliza o termo função semiótica para designar a relação entre duas grandezas: conteúdo e expressão.

[14:45] [+conradomendes] Segundo o dinamarquês, o que une a expressão ao conteúdo é a função semiótica. Essa função é solidária e pressupõe necessariamente um ao outro: "uma expressão só é expressão porque é expressão de um conteúdo, e um conteúdo só é conteúdo porque é conteúdo de uma expressão".

[14:45] [+conradomendes] Para Hjelmslev, assim como propusera Saussure, conteúdo e expressão se subdividem em forma e substância. No entanto, diferentemente do linguista suíço, Hjelmslev vai dizer que é a forma que precede a substância e não o contrário.

[14:45] [+conradomendes] Disso resulta uma consequência fundamental: a língua, dessa maneira, não é um conjunto de etiquetas com as quais damos nome às coisas do mundo. A língua, por meio da forma, é, portanto, o que recorta o mundo contínuo em unidades discretas. Portanto, somente temos acesso ao mundo via linguagem, que o articula segundo suas estruturas.

[14:46] [+conradomendes] Saber disso, acreditem, é libertador!

[14:46] [+AnaMatte] com certeza!

[14:46] [+conradomendes] Para finalizar este pequeno panorama da obra de Saussure e de Hjelmslev, cito Luiz Tatit, importante semioticista brasileiro, afirma o seguinte:

[14:46] [+conradomendes] "Na realidade, apenas uma das diversas teorias que hoje se dedicam à abordagem do discurso e do texto pode ser considerada inteiramente comprometida com os princípios do pensamento saussuriano, trata-se da semiótica, que (...) jamais deixou de reconhecer sua dívida principal com o projeto científico globalizado de L. Hjelmslev, erigido, por sua vez, sob a metodologia linguística de Saussure"

[14:46] [+conradomendes] Essa é a razão pela qual compusemos esse trajeto composto por Saussure, Hjelmslev e, agora, Greimas, isto é, pela continuidade natural entre suas obras. Falemos um pouco sobre o terceiro autor.

[14:47] [+conradomendes] É a partir da obra Semântica Estrutural, publicada originalmente em 1966, que Algirdas Julien Greimas (1917-1992), linguista lituano radicado na França, lança as bases do que será conhecido posteriormente como semiótica.

[14:47] [+conradomendes] O autor inicia essa obra chamando atenção para o fato de que a semântica sempre foi vista como "parente pobre" em relação aos demais ramos da linguística, em especial a fonologia.

[14:47] [+conradomendes] Essa visão é derivada da dificuldade em determinar métodos próprios para essa disciplina. E é justamente essa a contribuição de Semântica Estrutural às teorias da significação e, mais especificamente, à semiótica.

[14:47] [+conradomendes] O salto da semântica para a semiótica realizou-se quando se percebeu que o texto tem uma estruturação própria e não é uma mera somatória de frases ou de palavras.

[14:47] [+conradomendes] Dessa forma, a então semântica estrutural deixa de se interessar pela totalidade da descrição do plano do conteúdo das línguas naturais, e a semiótica, termo cunhado em seguida, põe em seu escopo a descrição e explicação dos mecanismos que engendram o sentido de textos em geral.

[14:48] [+conradomendes] Assim, extrapolam-se os domínios da semântica (a palavra e a frase) e se passa a apreender como se constrói o sentido do texto como um todo.

[14:48] [+conradomendes] Além da linguística estrutural de Saussure e Hjelmslev, a semiótica francesa, para se constituir, também foi influenciada pela antropologia (nomes como Lévi-Strauss e Marcel Mauss) e pela filosofia, (especificamente, fenomenologia Merleau-Ponty).

[14:48] [+conradomendes] O projeto greimasiano foi de criar uma teoria gerativa, sintagmática e geral.

[14:48] [+conradomendes] Sintagmática porque se preocupa não apenas com o conteúdo, mas com o texto (expressão + conteúdo);

[14:48] [+conradomendes] Geral porque se interessa por qualquer tipo de texto (veiculado em qualquer materialidade);

[14:48] [+conradomendes] Gerativa porque concebe o processo de produção de sentido de um texto - o plano do conteúdo - como um percurso gerativo que vai do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto.

[14:48] [+conradomendes] De forma MUITO resumida, no nível fundamental, temos as oposições de base. Por exemplo: vida versus morte, que se articulam a partir de uma estrutura lógica (advinda de Aristóteles) chamada de quadrado semiótico.

[14:49] [+conradomendes] As estruturas fundamentais são convertidas em estruturas narrativas.

[14:49] [+conradomendes] Nível narrativo é o nível intermediário, também um nível lógico e abstrato, em que se estabelece a relação de um sujeito e um objeto.

[14:49] [+conradomendes] A oposição de base do nível fundamental exemplificada por vida versus morte é analisada no nível narrativo como um sujeito que entrou em disjunção com um objeto (vida).

[14:49] [+conradomendes] O último nível é o mais concreto e complexo. Aí podemos falar de atores, figuras e temas. É também o nível ainda das projeções enunciativas de pessoa, espaço e tempo e os efeitos de sentido advindos disso.

[14:49] [+conradomendes] Vejamos o exemplo: Estudante universitário foi morto por três tiros a queima-roupa na madrugada de ontem.

[14:49] [+conradomendes] Nesse caso, já temos um ator do enunciado (estudante universitário), sobre o qual são investidos valores, diferente do actante do nível narrativo (sujeito) que é mormente uma estrutura sintáxica.

[14:49] [+conradomendes] O tema da frase acima é o de um assassinato, que por sua vez é figurativizado por elementos que remetem ao mundo natural ou ao mundo construído como tal.

[14:50] [+conradomendes] O exemplo ainda projeta um ele, um lá (pressuposto) e um então. Ou seja, a partir dessas projeções enunciativas de pessoa, espaço e tempo, depreende-se, por exemplo, um efeito de afastamento do fato, de objetividade.

[14:50] [+conradomendes] O percurso gerativo de sentido concebe, portanto, a construção do sentidos em níveis, da mais abstrata e lógica à mais próxima da manifestação e, por isso, mais complexa e concreta.

[14:50] [+conradomendes] É uma forma de apreender o sentido pela ótica do estruturalismo, isto é, a partir das estruturas discretas e das relações estabelecidas por elas.

[14:50] [+conradomendes] Talvez vocês já tenham ouvido críticas à teoria semiótica no sentido de que ela coloca no texto uma camisa de força, engessando-o por causa de sua estrutura fixa.

[14:50] [+conradomendes] Eu não vejo a coisa por aí. Pois é no exercício de análise que observamos, por exemplo, que nível do percurso é mais proveitoso para examinar um texto x.

[14:51] [+conradomendes] Além disso, gosto muito dessa frase de Matte e Lara, que afirmam:

[14:51] [+conradomendes] "Diferentemente de engessar uma análise, a narrativa tem o poder de explicitar relações lógicas que o discurso manipula a fim de produzir efeitos de sentido. Em outras palavras: se a semiótica oferece modelos (enunciativos, narrativos, figurativos e passionais) para a análise, esses modelos não são dados de uma vez por todas, mas convocados ou revogados pelo exercício concreto do discurso"

[14:51] [+conradomendes] A última parte deste nosso trajeto se refere a um dos desdobramentos que teve a teoria de Greimas, o que ficou chamado de ponto de vista tensivo da semiótica.

[14:51] [+conradomendes] A atual fase por que passam os estudos semióticos influencia-se sobretudo pela fenomenologia, o que não significa retirar as bases linguísticas da teoria.

[14:51] [+conradomendes] Podemos afirmar que essa virada fenomenológica teve inicio, ainda tímido, em Semiótica das Paixões, publicação de Greimas em co-autoria com Fontanille (1993). Nessa obra, as paixões são concebidas fundamentalmente como configurações modais.

[14:52] [+conradomendes] Em Da Imperfeição (2002), o semioticista lituano dá maior enfoque ao tema do sensível, à estesia, que do grego significa sensação. Assim, a semiótica calcada num puro inteligível, passou a associar-se à dimensão sensível da percepção e dos afetos no discurso.

[14:52] [+conradomendes] Porém o desenvolvimento do ponto de vista tensivo da semiótica se deve fundamentalmente aos nomes de Claude Zilberberg e Jacques Fontanille, semioticistas franceses.

[14:52] [+conradomendes] O ponto de vista tensivo, erigido principalmente pela obra de Fontanille e Zilberberg, Tensão e Significação (2001), e, posteriormente, de forma mais aprofundada por Zilberberg em Elements de Grammaire Tensive (2006), distingue-se do modus operandi greimasiano pela concepção de um sentido de natureza continua e não estática e discreta.

[14:53] [+conradomendes] esse ponto de vista apresenta-se de forma complementar à semiótica de Greimas, pois se interessa pelas nuances, complexidades e imbricações ocorridas no discurso.

[14:53] [+conradomendes] das quais a Dani também já falou

[14:53] [+conradomendes] A semiótica tensiva procura analisar as figuras da ordem da instabilidade, do devir, da gradiência etc., objetos que não estavam inicialmente no escopo da semiótica.

[14:53] [+conradomendes] Antes de qualquer categorização, uma grandeza para o sujeito do discurso se expressa em uma "presença sensível", o qual deriva do conceito fenomenológico campo de presença.

[14:53] [+conradomendes] A presença se efetua em termos de intensidade, da ordem do sensível, e extensidade, da ordem do inteligível.

[14:54] [+conradomendes] A articulação entre intensidade e extensidade é chamada de correlação e a tensividade é o eixo semântico em que se articulam intensidade e extensidade.

[14:54] [+conradomendes] Tanto a intensidade como a extensidade são eixos graduais e, considerando o espaço interno entre os dois eixos, todas as combinações entre intensidade e extensidade são possíveis.

[14:54] [+conradomendes] Zilbeberg (2006) vai subdividir a intensidade e a extensidade no que chama de subdimensões.

[14:54] [+conradomendes] Porém, por ora, é importante ressaltar que, pela perspectiva tensiva, a intensidade regula a extensidade.

[14:54] [+conradomendes] Noutros termos, pelo ponto de vista tensivo da semiótica, o sensível rege o inteligível, daí a razão de essa ser considerada um virada fenomenológica no âmbito da semiótica.

[14:55] [+conradomendes] Dessa forma, podemos afirmar que a semiótica tensiva busca uma teorização sobre a natureza do sensível além de perceber o sentido como um contínuo.

[14:55] [+conradomendes] Assim, se o estruturalismo negligenciou a "elasticidade" do discurso, a semiótica tensiva busca conjugar as relações da estrutura, levando em conta os diferentes graus de intensidade e extensidade, ou seja, estados de alma e estados de coisa ou, mais usualmente, emoção e razão.

[14:55] [+conradomendes] Parto agora para as considerações finais.

[14:55] [+conradomendes] Nossa apresentação visou a estabelecer as bases linguísticas da semiótica de Greimas, além de trazer à luz o construto teórico greimasiano e apresentar, ainda que brevemente, um de seus desdobramentos: o ponto de vista tensivo da semiótica.

[14:55] [+conradomendes] Fiel à sua herança linguístico-estrutural, a semiótica ampliou grandemente seu escopo em seus aproximadamente 50 anos de vida. Passou a integrar estudos sobre enunciação (principalmente no que se refere à sintaxe discursiva) e sobre o sensível, tal como vimos no tocante à tensividade.

[14:56] [+conradomendes] Podemos concluir que se agregou a uma semiótica do descontinuo, do discreto, uma semiótica do contínuo, do gradual, em complemento (e não substituição) à primeira.

[14:56] [+conradomendes] Sem abandonar suas bases calcadas no primado da imanência, as quais possibilitaram a criação dessa disciplina sólida e coerente, a semiótica hoje é uma disciplina plenamente apta a analisar quaisquer tipos de textos, considerando-se a produção de sentido de maneira categorial ou gradiente.

[14:56] [+conradomendes] Muito obrigado pela atenção de vocês!

[14:56] [+AnaMatte] muito obrigada, Conrado! uau!

[14:56] [+AnaMatte] que aula!

[14:57] <@acris] conradomendes e Dani_Re: eu tinha que dizer isso com meu nick acris senão não poderia ser tão sincera: foi um verdadeiro TESÃO ouvir vocês! que delícia! Estou encantada!

[14:57] [+conradomendes] sorriso

[14:57] [+AnaMatte] abrimos para as perguntas

[14:57] [+Dani_Re] também adorei ouvir vcs 2

[14:57] [+AnaMatte] e debate, claro sorriso

[14:57] [+Dani_Re] "ouvir"

[14:57] [+AnaMatte] Dani_Re: é ouver :D

[14:57] [Beth] parabéns!!!

[14:57] [+Dani_Re] sorriso

[14:58] [Beth] Dani, vc diz que "o gênero digital não imita os já existentes (como a aula, a conversa), mas pressupõe nova composição, nova forma de tematizar e novo estilo"

[14:58] [Beth] Qual o conceito de gênero que você utiliza? E se você poderia exemplificar que essa diferenciação que vc postula entre o gênero digital e o não digital.

[14:58] [+AnaMatte] aproveitando a pergunta da beth Dani_Re: como você tem tratado a questão do gênero na tua pesquisa? Vê necessidade de usar classificações exaustivas ou isso é secundário na análise?

[14:59] [+Dani_Re] oi, Beth, uso o conceito de gênero dado por Bakhtin e o aprofundamento teórico que Norma Discini dá à questão do estilo do gênero

[15:00] [+Dani_Re] posso citar o chat como exemplo, q foi o q mais analisei até agora. Nesse caso, é claro que ele não é nem uma conversa nem uma aula

[15:01] [+Dani_Re] principalmente pela relação do enunciado com a sua exterioridade, que é importante para o conceito de gênero

[15:01] [+AnaMatte] fala mais...

[15:01] [+Dani_Re] a exterioridade do gênero chat é o ambiente digital

[15:01] [+Dani_Re] seria negar o valor desse ambiente e de sua peculiaridade igualar o chat a uma conversa ou uma aula presencial

[15:02] [+AnaMatte] gosto que você não fale em ambiente "virtual", mas digital. a ideia de "virtual" leva a muita confusão, tanto entre leigos quanto entre teóricos

[15:02] [+AnaMatte] isso mesmo

[15:02] [+conradomendes] tb acho legal, evitam-se confusoes com os termos da semiotica

[15:02] [+AnaMatte] conradomendes: ainda tem isso

[15:03] == claudiapenido [bb68349a@gateway/web/freenode/ip.187.104.52.154] has left #evidosol-1 []

[15:03] [+Dani_Re] se considerarmos ainda que o gênero tem um estilo, ele é constituído enquanto totalidade, o que justifica mais ainda a particularidade do gênero digital

[15:03] [+Dani_Re] sim, foi por causa dessa confusão q comecei a usar digital

[15:03] [+conradomendes] muito legal

[15:03] [+Dani_Re] nem sempre ele é virtual, no sentido semiótico :D

[15:04] [+AnaMatte] Dani_Re: acho que na maioria das vezes não é, não tem vínculo, são ideias completamente apartadas

[15:04] [woodsonfc] Nem mesmo virtual no sentido oposto ao real

[15:04] [+AnaMatte] woodsonfc: aí a coisa fica pior ainda

[15:04] [+Dani_Re] sugiro o texto da Norma, para quem nao conhece: "O estilo nos textos"

[15:04] [+AnaMatte] está online?

[15:04] [+Dani_Re] lá ela fala muito melhor sobre essa questão do estilo do gênero

[15:05] [+Dani_Re] achei uma versão pirata certa vez :P

[15:05] [+AnaMatte] rs

[15:05] [+Dani_Re] mas o livro mesmo é impresso

[15:05] [Beth] rss

[15:05] [+AnaMatte] vamos falar com ela, se ela autorizar a gente disponibiliza os capítulos

[15:05] [woodsonfc] blz

[15:06] [+Dani_Re] ok, posso pedir isso

[15:06] [+AnaMatte] o livro é de fato excelente

[15:06] [+AnaMatte] conradomendes: posso fazer uma pergunta enorme?

[15:06] [woodsonfc] Dani, vc acha que devemos fazer uma nova reclacificação dos generos digitais?

[15:06] [+conradomendes] sim, claro

[15:07] [+AnaMatte] woodsonfc: tenho pavor dessas classificações de generos

[15:07] [woodsonfc] Claro, além das existentes de Marcuschi etc

[15:07] [woodsonfc] Mas como conhecer sem classificar?

[15:07] [+AnaMatte] eu acredito que qualquer classificação pura e simples é, esta sim, engessante e sem sentido

[15:07] [+AnaMatte] voce pode analisar, por exemplo, com a teoria semiotica, como a Diana fez com a comparação entre fala e escrita

[15:08] [woodsonfc] Tá, digamos, recortar

[15:08] [+Dani_Re] woodsonfc, como muito gêneros digitais estão surgindo, eles não são classificados, o q ocorre é que eles guardam vestígios de outros gêneros da comunicação humana

[15:08] [+AnaMatte] fica uma classificação muito mais dinâmica e realista

[15:08] [+AnaMatte] conradomendes: essa opção de estudar a construção do sentido sobre a história da Isabela é realmente muito produtiva. Existem muitos teóricos de diferentes linhas e áreas do conhecimento preocupados com a construção do sentido passional e eu acho que a semiótica é uma teoria muito forte para tratar do tema porque trabalha com isso de forma muito estruturada e cientificamente organizada, possibilitando fugir dos lugares comuns que as análises da emoção geralmente apresentam. E eu não acredito que a semiótica

[15:08] [+AnaMatte] E eu não acredito que a semiótica coneguiria isso se não fosse sua origem e fundamentação linguística, porque a paixão, a emoção e a própria comunicação são questões de linguagem (verbal e não verbal), não é? Que tipo de dados voce está analisando?

[15:08] [+AnaMatte] conseguiria*

[15:08] [+Dani_Re] AnaMatte, mas o gênero nessa nova concepção da Norma, é uma estrutura aberta

[15:08] [woodsonfc] É, mas eles têm a propriedades distintas de seus gêneros originais e comuns entre si

[15:09] [+Dani_Re] mas tem uma estrutura, isso é importante

[15:09] [+AnaMatte] Dani_Re: é, eu sei, mas geralmente quem pensa em Bakthin não pensa assim, por isso quis falar nisso

[15:09] [+Dani_Re] mas nao é engessado, como prova o chat em sua variedade, por exemplo

[15:09] [+conradomendes] É isso mesmo, Ana!

[15:09] [+AnaMatte] exatamente, Dani_Re

[15:10] [+conradomendes] analisei dois meses e meio da cobertura feita pelo JN e nesse primeiro momento percebi identificar a relacao entre narrativa e acontecimento

[15:10] [+AnaMatte] só texto?

[15:10] [+AnaMatte] ou tem video, som, imagem...

[15:10] [+conradomendes] ou seja, a diferenca entre as lógicas implicatica e concessiva

[15:11] [+conradomendes] essa parte foi bem interesante

[15:11] [+conradomendes] nos ultimos meses

[15:11] [+AnaMatte] imagino que sim!

[15:11] [+conradomendes] venho trabalhando a questao justamente do audiovisual

[15:11] [+conradomendes] estou fazendo uma análise bastante detalhada de uma entrevista que a mae da garota concede ao fantastico

[15:12] [+AnaMatte] e como voce esta trabalhando isso, conradomendes ? com fonética acústica? semiótica visual?

[15:12] [+conradomendes] e tentando identificar sentidos advindos de diversas linguagnes

[15:12] [+conradomendes] verbal, paraverbal, visuak

[15:12] [+conradomendes] visual

[15:12] [+conradomendes] principalmente pela via de dois conceitos

[15:12] [+conradomendes] o de semióticas conotativas e o de sincretismo

[15:13] [+conradomendes] se pensarmos no caso da fala emotiva nós temos, acredito, um conteúdo conotativo (o de por exemplo uma paixao especifica cmo a trizteza)

[15:14] [+conradomendes] tristexa

[15:14] [+conradomendes] tristeza

[15:14] [+conradomendes] que incide sobre a semiótica denotativa ( C + E)

[15:14] [+AnaMatte] muito interessante

[15:14] [+conradomendes] estou percebendo que não apenas no caso da fala emotiva

[15:15] [+conradomendes] mas a se pensarmos a linguagem visual associada à verbal, observamos um fenômeno semelhante

[15:15] [+AnaMatte] bom, toda fala comunicativa é emotica, concorda?

[15:15] [+AnaMatte] ah sim, certamente

[15:15] [+conradomendes] o Parret, num livro de 2002, fala que quando o silencio reina na interlocucao, os outros sentidos sao automaticmente convocados

[15:16] [+conradomendes] entao, a visao ganha em importancia

[15:16] [+conradomendes] o tato

[15:16] [+conradomendes] etc

[15:16] [+AnaMatte] adoro parret

[15:16] [+Dani_Re] interessante

[15:16] [+conradomendes] no caso do meu estudo, na entrevista, há momentos em que a fala da mãe se perde

[15:16] [+conradomendes] tamanho estado emocional/passional

[15:17] [+AnaMatte] bom, gostaria de fazer uma pergunta aos dois, de certo modo retomando o início de nossa conversa, posso?

[15:17] [+conradomendes] entao ao telespectador é demandado atencao especial à linguagem visual

[15:17] [+Dani_Re] conradomendes, vc se lembra no título do livro?

[15:17] [+Dani_Re] do título*

[15:17] [+conradomendes] La voix e son temps

[15:17] [+Dani_Re] obrigada

[15:17] [+conradomendes] ;)

[15:17] [+AnaMatte] é verdade, excelente texto

[15:18] [+AnaMatte] posso fazer a pergunta final?

[15:18] [+conradomendes] claro q sim

[15:18] [+AnaMatte] Dani_Re e conradomendes: uma questão que é a base da ideia desses seminarios e que é o que garante a solidez dos trabalhos de vocês é a preocupação com a coerência teórica e epistemológica. O que vocês diriam para seus colegas, entusiastas começando na semiótica? O que faltou na sua formação e que vocês fariam diferente se pudessem?

[15:19] * AnaMatte parece aqueles recados de concurso de miss: deixe uma mensagem para as pessoas

[15:20] [+Dani_Re] acho importante ter um grupo de pesquisa

[15:20] [+AnaMatte] como era o UFMGES?

[15:20] [+Dani_Re] ter encontros regulares, q reúnam professores e alunos

[15:20] [+Dani_Re] sim, como conseguimos fazer no início, mas depois se perdeu

[15:20] [+conradomendes] Eu diria a quem está começando que a semiótica é uma teoria que a gente não aprede do dia para a noite. Que requer uma certa dedicação. Eu aconselho a quem está começando, a iniciar suas leituras pelo comentadores. Fiorin e Diana fazem isso muito bem. Também aconselho que se aprenda bem a semiítica dita standard, antes de querer se aventurar por novos desdobramentos. Acho que é isso.

[15:20] [+AnaMatte] é verdade

[15:21] [+AnaMatte] vocês tem razão

[15:21] [+AnaMatte] eu lembro que o Ignácio dizia que não dava pra fazer semiótica sozinho

[15:22] [+AnaMatte] e também reclamava muito de gente que usava a terminologia semiótica pra fazer análises completamente impressionistas

[15:22] [+conradomendes] é verdade, as trocas são muito enriquecedoras

[15:22] [+Dani_Re] concordo com o conradomendes, é bom ter um entendimento mais geral antes de enfrentar os textos da "fonte"

[15:22] [+AnaMatte] exatamente isso que vocês falaram

[15:22] [woodsonfc] É mais que sexo, é necessário uma suruba semiótica

[15:23] [+conradomendes] hahaha

[15:23] [+Dani_Re] hehehe

[15:23] [+AnaMatte] a semiótica tem essa constituição como castelo de cartas: se você tira uma da base, cai o castelo... tudo vai se encaixando e o sentido do estado de arte da teoria só é totalmente apreensível se você conhece o que veio antes

[15:23] [+AnaMatte] woodsonfc: :D

[15:24] [+AnaMatte] tai, woodsonfc: voce vai organizar a suruba? reativar o UFMGS?

[15:24] [+conradomendes] Eu vejo às vezes na USP alunos que se iniciaram pela tensiva e que nao conhecem a standard

[15:24] [+AnaMatte] UFMGES*

[15:24] [+conradomendes] fica muito complicado

[15:24] [+AnaMatte] é muito complicado mesmo

[15:24] [woodsonfc] Deixa comigo, faço com prazer

[15:24] [+AnaMatte] woodsonfc: vou cobrar :D

[15:25] [+AnaMatte] conradomendes: eu gostaria de trocar umas ideias sobre essa tua apresentação, depois, com calma

[15:25] [woodsonfc] hj tive problemas internetisticos, mas tô nessa

[15:25] [+Dani_Re] isso aí, woodsonfc, reúne esse povo aí em torno da semiótica sorriso

[15:25] [+conradomendes] vai se rum prazer

[15:25] [+AnaMatte] a Dani_Re já está na jogada, na disciplina online, estamos debatendo semanalmente e está sendo muito interessante

[15:25] [woodsonfc] Aqui e vcs tb

[15:26] [+conradomendes] isso mesmo Woodson!

[15:26] [woodsonfc] Precisarei muito estar em contato nessa etapa final

[15:26] [+conradomendes] vc ja defendeu?

[15:27] [woodsonfc] Estamos pensando em março

[15:27] [+conradomendes] bacana

[15:27] [woodsonfc] 28

[15:27] [+AnaMatte] bom, alguém gostaria de fazer mais alguma pergunta ou comentário? já é noite na França, né Conrado?

[15:27] [+conradomendes] se estiver em BH, vou te ver

[15:27] [+conradomendes] 19:27

[15:27] [+Dani_Re] hehe

[15:27] [woodsonfc] Consegui a licença da PBH e estou por conta

[15:27] [+AnaMatte] venha sim, conradomendes, já teremos o lab montado pra te receber

[15:28] [+conradomendes] ainda é cedo, como diria a marina Lima

[15:28] [woodsonfc] blz

[15:28] [+AnaMatte] :D

[15:28] [+conradomendes] com ceretza

[15:28] [woodsonfc] Estou na UFMG agora pq a Internet lem casa caiu

[15:28] [+Dani_Re] conradomendes e suas músicas :D

[15:28] [+conradomendes] vai ser um prazer me juntar a voces

[15:28] [woodsonfc] Tá aqui, Conrado?

[15:28] [+conradomendes] chego no fim de nov

[15:28] [woodsonfc] Vem pra Aled?

[15:29] [+conradomendes] nao vai dar tempo

[15:29] [+Dani_Re] evento por aqui é o q nao falta...

[15:29] [+conradomendes] E, Ana,

[15:29] [+conradomendes] esses grupos como o UFMGS

[15:29] [+conradomendes] tem uma funcao estrategica

[15:30] [+AnaMatte] bom, eu quero agradecer a presença de todos, principalmente da Dani_Re e do conradomendes que nos brindaram com suas excelentes apresentações, um grande aprendizado! Esta conferência será publicada e estará disponível em breve na página do stis (http://stis.textolivre.org/)

[15:30] [+AnaMatte] tem sim, conradomendes

[15:30] [+conradomendes] porque como nao ha aula de semiotica na grade da graduacao, isso passa a servir como formacao complementar de quem esta se iniciando

[15:30] [+AnaMatte] é verdade

[15:30] [+AnaMatte] acho que em todo lugar existe falta de aulas de semiótica

[15:31] [+conradomendes] infelizmente

[15:31] [+Dani_Re] sim

[15:31] [+AnaMatte] palmas para os palestrantes! clap clap clap!!!

[15:31] [+Dani_Re] AnaMatte, obrigada pelo convite

[15:31] [+Dani_Re] adorei participar do Stis

[15:31] [woodsonfc] É, acho que tem potencial de esclarecer e desmistificar muita coisa

[15:31] [+conradomendes] Eu é que agradeço!

[15:32] [+conradomendes] Foi ótimo "rever" vocês

[15:32] [+Dani_Re] ;)

[15:32] [woodsonfc] clap clap Sim

[15:32] [+Dani_Re] :D

[15:32] [+conradomendes] sorriso

[15:32] [+AnaMatte] foi ótimo te "ouver", conradomendes :D quando voltar, dá notícias!

[15:32] [+AnaMatte] Dani_Re: te espero no dia 9/11, ein?

[15:32] [+conradomendes] com certeza!

[15:33] [+Dani_Re] sim, sempre é um prazer "ouver" vcs

[15:33] [+Dani_Re] ok, AnaMatte, estou tentando me organizar aqui

[15:33] [+AnaMatte] no dia 9 será o dia da cultura livre, provavelmente teremos atividades online tb, divulgaremos, estão todos previamente convidados

[15:33] [+conradomendes] obrigado!

[15:35] [+AnaMatte] beijos! e até a próxima! STIS:O semi-simbolismo na dança (Isabel Coimbra) dia 18 mesma bat hora mesmo bat canal!

[15:35] [+Dani_Re] bjos e até a próxima

[15:35] [+conradomendes] boa tarde! até a próxima!

[15:35] [Beth] muito legal pessoal! Até o próximo!

18/Novembro: O Semi-simbolismo na dança

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC


18 de novembro de 2011

"O Semi-simbolismo na dança"/ Conferencista Isabel Coimbra

Data: sexta-feira, 18 de novembro de 2011

registro 18/novembro

O semi simbolismo na dança: log da conferência de Isabel Coimbra para o STIS


18 de novembro de 2011/ sala #evidosol-1 da rede Freenode de IRC


[14:14] [acris] Pessoal, boa tarde!
[14:14] [acris] Vamos dar início a mais uma edição do STIS
[14:14] [acris] Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec
[14:15] [acris] Hoje temos a honra de chamar para proferir a conferência
[14:15] [acris] a professora Isabel Coimbra
[14:15] [acris] da Faculdade de Educação Física Terapia Ocupacional e Fisoterapia da UFMG
[14:16] [acris] responável pelo grupo de Dança Experimental
[14:16] [acris] e pelo Seminário Nacional de Dança Contemporânea
[14:16] [acris] que aconteceu semana passada
[14:16] [acris] Olá Isabel, seja bem vinda!
[14:17] [acris] A Isabel vai apresentar para nós a conferência Semi-Simbolimso na Dança
[14:17] [belcoimbra] oI Ana Oi para todos!
[14:17] [acris] belcoimbra: voce tem 50 minutos para apresentar
[14:17] [acris] depois abrimos para o debate, está bem?
[14:17] [belcoimbra] obrigada!
[14:17] [belcoimbra] Boa tarde e bem vindos!
[14:18] [acris] boa tarde!
[14:18] [belcoimbra] A Ana me apresentou mas
[14:18] [belcoimbra] é preciso registrar que antes de tudo sou uma bailarina e esse ser sempre foi o impulso em quase tudo em minha vida, em minha formação profissional e, sem duvida, para essa apresentação no STIS.
[14:18] [acris] :)
[14:18] [belcoimbra] Como o objetivo didático dos STIS (Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec (http://stis.textolivre.org/ ) é discorrer sobre um tópico teórico de uma das áreas de atuação e pesquisa do
[14:19] [belcoimbra] Programa Texto Livre de Semiótica e Tecnologia a proposta, hoje vou compartilhar nossa aproximação
[14:19] [belcoimbra] entre a Dança e a Semiótica focalizando o sistema semi-simbólico sob a luz da semiótica francesa
[14:19] [belcoimbra] Então Vamos lá... SEMI-SIMBOLISMO NA DANçA
[14:19] [belcoimbra] Num primeiro momento, como é possível explorar as relações entre linguagem e dança?
[14:20] [belcoimbra] Com certo conforto, acomodamos no espaço intelectual a noção de que podemos tomar certas práticas como linguagem
[14:20] [belcoimbra] quando apontamos para um caráter de regularidade na produção de sentido e eficácia comunicacional.
[14:20] [belcoimbra] Estes atributos que localizamos na linguagem em nossa experiência cotidiana e que, por analogia, emprestamos a outras práticas sociais, e nessa perspectiva, à dança-espetáculo.
[14:21] [belcoimbra] A linguagem em dança também pode ser um conjunto organizado de informações conceituais e procedimentos que mediam a comunicação configurando-se como um produto de um
[14:21] [belcoimbra] ato discursivo sempre marcado pelas condições em que foi produzido e pelas condições de sua recepção
[14:21] [belcoimbra] Assim como qualquer texto, o texto em dança funciona como um fio condutor que liga o bailarino ao público permitindo
[14:22] [belcoimbra] a interação concreta entre estes em uma situação de comunicação trazendo em si inúmeras possibilidades de significação
[14:22] [belcoimbra] E a Dança-espetáculo é um texto que acontece primeiro no espaço corporal.
[14:22] [belcoimbra] Interessante que em Bakhtin, podemos dizer que o corpo percebe, acrescenta linguagem e media, no interior do sujeito,
[14:23] [belcoimbra] um mundo que se transforma em sentido através da expressão do conteúdo imanente em si.
[14:23] [belcoimbra] Outro conceito utilizado por Bakhtin e que se relaciona amplamente à linguagem corporal e á semiótica é o dialogismo pelo fato
[14:23] [belcoimbra] de que os corpos são representados em um processo de evolução que não se conclui, pois seu universo está em permanente evolução
[14:24] [belcoimbra] O dialogismo decorre da condição de que o processo de interação entre os corpos constrói a imagem do homem e do mundo
[14:24] [belcoimbra] num processo de comunicação que visa a conhecer o ser humano em sua verdadeira essência.
[14:24] [belcoimbra] Propõe-se a conhecer o outro, pois na sua natureza, o “eu” não pode ser solitário em um universo povoado por uma multiplicidade de sujeitos.
[14:24] [belcoimbra] A comunicação dialógica entre o “eu” e o “outro” requer que o meu reflexo se projete nele e o dele em mim permitindo um espaço interacional em que o papel do outro é fundamental.
[14:25] [belcoimbra] Pelo ponto de vista da semiotica francesa a unidade de sentido é o texto e o texto por sua vez é um todo dotado de sentido
[14:25] [belcoimbra] Na comunicação textual o processo de geração de sentido é o objeto de interesse do semioticista.
[14:25] [belcoimbra] Bertrand (2003) aponta que a semiótica extrai uma parte importante de sua concepção de significação inspirada na fenomenologia e interessa-se pelo “parecer do sentido”,
[14:25] [belcoimbra] que se apreende por meio das formas de linguagem e, mais concretamente, dos discursos que o manifestam .
[14:26] [belcoimbra] é uma abordagem relativista de um sentido por vezes incompleto, pendente nas tramas do discurso.
[14:26] [belcoimbra] Ela define o estatuto das formas significantes como um espaço intersticial entre o sensível e o inteligível, entre a ilusão e a crença partilhada, na relação reciprocamente fundadora entre sujeito sensível e objeto percebido, destacando-se no horizonte da sensação. (Bertrand 2003.p. 20)
[14:27] [belcoimbra] O corpo semiotizado ganha ecos com Greimas, Zilberberg (entre outros). Para a semiótica francesa, o conteúdo existe potencializado até que seja manifestado pela junção com a expressão.
[14:27] [belcoimbra] Dessa junção, há a configuração da forma, que é constituída por significante e significado.
[14:28] [belcoimbra] Tem-se aí uma relação sígnica que proporciona todo esse “parecer do sentido”, apreendido por meio das formas de linguagem
[14:28] [belcoimbra] Para Greimas (1968) a linguagem gestual ainda pode produzir dois efeitos diferentes associados á sua função
[14:28] [belcoimbra] que pode ser dessemantizado (desprovido de sentido) ou semantizado (carregado de sentido).
[14:29] [belcoimbra] Assim gestos de função prática e, por exemplo, de função mítica são admitidos numa oposição prático vs. mítico em que um está diluído no outro no processo de comunicação.
[14:29] [belcoimbra] Mas além do corpo, o movimento, o tempo e espaço são elementos de uma presença – existência semiótica -
[14:29] [belcoimbra] uma estética de fronteiras que se entrecruzam materializando uma linguagem que dialoga com sentidos por vezes antagônicos.
[14:30] [belcoimbra] Por ser um caso particular de comunicação gestual (visual-auditiva) a dança vai relacionar expressão e conteúdo constituindo sistemas semi-simbólicos expressa sincreticamente.
[14:30] [belcoimbra] Ou seja, na dança o plano de expressão há que se considerar a pluralidade de linguagens que envolvem
[14:30] [belcoimbra] os movimentos corporais, a trilha sonora, o cenário, o figurino, a iluminação e outros “adereços”
[14:31] [belcoimbra] como, por exemplo, projeções simultâneas de imagens, tudo organizado num todo de significação para construir o sentido da obra.
[14:31] [belcoimbra] Nesse sentido, a dança-espetáculo como destinadora só cria sentido para o público-destinatário ao
[14:31] [belcoimbra] instaurar um contrato de comunicação marcado pela presença de um enunciador e de um enunciatário.
[14:32] [belcoimbra] Em se tratando de SEMIóTICA VISUAL E SEMI-SIMBOLISMO
[14:32] [belcoimbra] Tomamos o o texto como um todo dotado de sentido na semiótica francesa o plano da expressão passa a ser tomado como
[14:32] [belcoimbra] objeto de estudo quando ha uma relação entre uma forma de expressão e uma forma de conteúdo.
[14:33] [belcoimbra] A semiose se estabelece como uma relação entre uma categoria do significante e uma categoria do significado, relação necessária para entre categorias ao mesmo tempo indefinidas e fixadas num contexto determinado. (GREIMAS,1981 p. 116)
[14:33] [belcoimbra] A relação entre expressão (significante) e conteúdo (significado) denominada semi-simbolismo é arbitrária porque
[14:33] [belcoimbra] é fixada em determinado contexto (que tambem é um texto) mas é balizada pela relação estabelecida entre os dois planos da linguagem
[14:34] [belcoimbra] Ha textos em que o plano da expressão funciona apenas como veículo do conteúdo mas em outros casos
[14:34] [belcoimbra] o plano da expressão passa a fazer sentido por isso essa relação é considerada semi-simbólica.
[14:34] [belcoimbra] Floch, um dos principais fundadores da semiotica visual define semi-simbolismo semiotico como uma semiotica poética utilizando a definição de função poética de Roman Jacobson.
[14:35] [belcoimbra] Pietroforte (2004, p 9) esclarece que “a relação entre uma forma de expressão e uma forma de conteudo manifesta-se quando ha uma relação entre os eixos paradigmáticos de cada uma delas, e quando eles sao projetados no eixo sintagmático”.
[14:35] [belcoimbra] Mas atenção: nem toda relação semi-simbolica é poética e nem toda relação poética é semi-simbólica.
[14:36] [belcoimbra] No caso da dança-espetáculo em que o conteúdo é articulado por categorias semânticas exemplo vida vs morte,
[14:36] [belcoimbra] pode ter em sua expressão de acordo com uma categoria plástica luz vs trevas que remetem aos planos de conteúdo vida e morte respectivamente
[14:37] [belcoimbra] Assim toda semiótica plástica é semi-simbólica mas nem todo semi-simbolismo é uma semiotica plástica (Floch, 1985).
[14:37] [belcoimbra] Nos textos sincréticos como as da dança-espetáculo, por exemplo, podemos abordar categorias do plano de conteúdo e relacioná-las semi-simbolicamente a categorias
[14:38] [belcoimbra] do plano de expressão que envolvem compontes topológicos, cromáticos, e eideticos como pistas para uma sobredeterminação tímica ou fórica dos termos do quadrado semiótico.
[14:38] [belcoimbra] Pensando no percurso dos textos imagéticos a serem pesquisados a análise deve se voltar para dentro do texto na investigação de suas “marcas”,
[14:39] [belcoimbra] para seus mecanismos internos de agenciamento do sentido, e para o contexto que sustenta esse texto, ou seja, a intertextualidade contextual
[14:40] [belcoimbra] Essa abordagem permite analisar os sentidos do texto, questão a que se dedica a semiótica francesa ao examinar os mecanismos e procedimentos de seu plano do conteúdo.
[14:40] [belcoimbra] O plano de conteúdo de um texto é, nesse caso, concebido metodologicamente, sob a forma de um percurso gerativo de sentido
[14:41] [belcoimbra] Que vai do nível mais simples ao mais complexo, do mais abstrato ao mais complexo e concreto, num processo de enriquecimento gradativo
[14:42] [belcoimbra] Os três níveis de análise podem ser o fundamental, o narrativo e o discursivo.
[14:42] [belcoimbra] Como pequena ilustração ou aplicação propomos uma breve análise da obra Lê Sacre du Printemps coreografia alemã de Pina Bausch (1940-2009) estreada em 1984 e publicada inúmeras vezes no YouTube.
[14:43] [belcoimbra] Vejam é a primeira parte
[14:44] [belcoimbra] aumenta o som que que a trilha é muito boa!
[14:45] [acris] :)
[14:47] [acris] belcoimbra: melhor continuar, tem 15 min pra abrir para perguntas
[14:47] [belcoimbra] Para uma análise e leitura introdutória do vídeo da obra estudada concebemos o sentido como um processo gerativo, em um percurso que vai do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto.
[14:47] [belcoimbra] Nesse Percurso Gerativo de Sentido o nível fundamental é o ponto de partida para se determinar o percurso mais geral e abstrato da obra. (GREIMAS, 1975 e 1993)
[14:48] [belcoimbra] Em Lê Sacre du Printemps, de modo geral, o sentido é definido pela rede de relações estabelecidas entre os elementos do conteúdo.
[14:48] [belcoimbra] Esta rede de relações produz sentidos que podem ser orientados por categorias semânticas mínimas.
[14:49] [belcoimbra] Sinteticamente, a obra conta a história de uma jovem que deve ser sacrificada como oferenda ao deus da primavera em um ritual primitivo, a fim de trazer boas colheitas para a tribo
[14:49] [belcoimbra] Dessa forma, o tema vida vs. morte é muito presente no texto de Pina Bausch e a relação entre o termo simples vida com o termo simples morte define a categoria semântica mínima vida vs. morte,
[14:50] [belcoimbra] que é o nível fundamental do Percurso Gerativo de Sentido analisado.
[14:50] [belcoimbra] Esta rede fundamental de relações pode ser formalizada na relação entre os termos contrários vida vs. morte
[14:50] [belcoimbra] responsável pela orientação de seu sentido mais geral e abstrato vida → não-vida→ morte.
[14:50] [belcoimbra] Ao analisar a movimentação dos bailarinos, percebemos a presença predominância de movimentos circulares no corpo e no espaço cênico
[14:51] [belcoimbra] Vejam parte 2
[14:52] [belcoimbra] à medida que os bailarinos movimentam-se são formadas circunferências representando uma continuidade fluente ritmada e repetitiva.
[14:53] [belcoimbra] Outro aspecto observado é a crescente intensidade e repetição sistemática de movimentos em peso firme e espaço direto representado principalmente no movimento das mulheres.
[14:53] [belcoimbra] Vejam parte 3
[14:55] [belcoimbra] aceleremo video para o minuto 6
[14:55] [belcoimbra] A apoteose da obra acontece no final em que a virgem a ser sacrificada vai à exaustão através da repetição de uma sequência se movimentos executados intensamente
[14:56] [belcoimbra] Vejam parte 4
[14:57] [belcoimbra] acelerem para o min 6 novamente
[14:58] [belcoimbra] acelerem para o min 8!
[14:59] [belcoimbra] vejam o final!
[14:59] [acris] uau
[15:00] [belcoimbra] Vamos lá ....a côr predominante do figurino feminino é branca e do figurino masculino preto. Há um vestido vermelho em cena que será usado pela virgem a ser sacrificada.
[15:00] [belcoimbra] A luz é branca e tanto o piso como as laterais e fundo de palco são negros. Ainda há a trilha sonora que aqui não vamos considerar embora seja muito importante para uma análise do discurso da dança.
[15:00] [belcoimbra] Numa breve análise da obra, a circularidade e a execução dos movimentos intensos aliados à ocupação do espaço da tela do computador têm nas categorias cromática(branco vs vermelho),
[15:01] [belcoimbra] topológicas (linhas circulares vs linhas retilíneas) e
[15:01] [belcoimbra] eidéticas (contração vs dilatação) pistas para uma sobredeterminação tímica ou fórica dos termos dos planos do conteúdo e dos planos da expressão.
[15:02] [belcoimbra] obs:PE = plano de expressão e PC= plano de conteudo
[15:02] [belcoimbra] PE Branco vs Vermelho - PC Vida vs Morte
[15:03] [belcoimbra] PE Linhas circulares vs Linhas retilíneas - PC Sagrado vs Profano
[15:03] [belcoimbra] PE Contração vs dilatação – PC Opressão vs Liberdade
[15:03] [belcoimbra] Bem ... finalizando....
[15:04] [belcoimbra] Por certo há muitas leituras ainda a se fazer,
[15:04] [belcoimbra] Estamos em processo!
[15:04] [belcoimbra] REFERêNCIAS
[15:04] [belcoimbra] FLOCH, J. M. Petites mytologies de l’oeil et de de l’esprit : por une semiotique plastique. Paris/Amsterdam: Hadés/Benjamin, 1985
[15:04] [belcoimbra] GREIMAS, A.J. Sobre o sentido: ensaios semióticos. Rio de Janeiro: Vozes, 1975.
[15:05] [belcoimbra] GREIMAS, A. J. ; FOTANILLE, J. Semiótica das paixões: dos estados de coisas aos estados de alma. São Paulo: ática, 1993.
[15:05] [belcoimbra] GREIMAS, A. Semiotica e ciencias sociais.Sao Paulo:Cultrix, 1981
[15:05] [belcoimbra] PIETROFORTE, Antônio V.S. Análise do texto visual: a construção da imagem. São Paulo: Contexto, 2007.
[15:05] [belcoimbra] Fim! Obrigada!
[15:05] [acris] parabens, belcoimbra
[15:05] [belcoimbra] uf!
[15:05] [acris] obrigada! aberto a perguntas
[15:05] [Dani_Re] muito bom!
[15:06] [Dani_Re] belcoimbra, fiquei com uma dúvida: vc citou o enredo da história, pra isso vc parte de algum texto verbal?
[15:06] [acris] Bel, vou preferir me ater a sua analise, ok?
[15:06] [belcoimbra] ok
[15:06] [acris] o espetaculo é um objeto muito compelxo e não é nada facil pensar em semi-simbolismo
[15:06] [belcoimbra] com certeza..
[15:07] [acris] , porque há muitas relaçãoes acontecendo ao mesmo tempo entre o PC e o PE (usando suas siglas :D
[15:07] [belcoimbra] rss
[15:07] [acris] mas voce usou uma tecnica interessante, de focar alguns elementos que foram trazidos, penso eu, da linguagem da dança
[15:08] [acris] sempre é bom trabalhar assim, porque a linguagem técnica de cada arte geralmente traduz bem o pensamento do artista
[15:08] [acris] e da conta do plano do conteudo muito melhor que uma analise puramente semiotica,opiniao minha
[15:09] [acris] mas, por outro lado
[15:09] [acris] nao seria possivel encontrar a morte no vermelho se nao soubessemos que há um sacrificio
[15:09] [acris] de onde veio isso?
[15:09] [acris] onde na obra está dito que é um sacrificio?
[15:10] [acris] é uma pergunta
[15:10] [acris] preciso da resposta para saber como continuar
[15:10] [acris] belcoimbra: ?
[15:10] [belcoimbra] no roteiro da propria obra de Sagração da Primavera. Ha umsacrifio de morte
[15:10] [acris] é um roteiro escrito?
[15:11] [belcoimbra] sim
[15:11] [acris] isso é entregue ao público?
[15:11] [belcoimbra] sim
[15:12] [acris] bom, antes de continuar a ideia que eu vinha antes, acho que cabe um comentario importante sobre a diferença da apresentação presencial e da apresentação no video
[15:12] [acris] no video, isso nao é entregue ao publico
[15:12] [belcoimbra] é um texto de Stravinsky de 1913 montado coreograficamnete por Nigisnk
[15:12] [acris] o publico nao sabe disso, e se sabe, nao é por conta da obra que esta ali exposta
[15:12] [belcoimbra] sim
[15:12] [acris] belcoimbra: presencialmente eu posso controlar isso, posso garantir que o publico tenha o roteiro
[15:13] [acris] mas no video, pelo menos ali, como esta exposto no youtube, nao
[15:13] [belcoimbra] ok
[15:13] [acris] entao acho que é uma das coisas importantes a serem trabalhadas
[15:13] [acris] essa diferenciacao
[15:13] [belcoimbra] certo "fora de texto noa ha salvação" rsrs
[15:14] [acris] do que é proposto para leitura do espetaculo em cena e no video
[15:14] [acris] acho que pode dar algumas ideias bem interessantes
[15:14] [acris] mas confesso que nao vai ser facil fazer isso
[15:14] [acris] porque o analista é um ser humano
[15:15] [Dani_Re] acris, mas se se trata de uma obra famosa, o público pode ter acesso a esse texto verbal, ne?
[15:15] [Dani_Re] e ele pode ser tomado como análise tbm, acho
[15:15] [acris] por mais que ele tente ser imparcial, nao da pra negar o efeito residual que uma primeira leitura tem, ainda mais essa, feita encima do espetaculo como proposto em palco
[15:15] [belcoimbra] sim é muito conhecido pq é consideradoum "classico"
[15:15] [acris] Dani_Re: como garantir? isso nao faz parte da obra proposta no youtube
[15:15] [acris] nao esta la
[15:16] [Dani_Re] mas a belcoimbra pode citar no corpus dela
[15:16] [acris] teria que estar para fazer parte do objeto
[15:16] [Dani_Re] por isso q disse q pode ser tomada na análise
[15:16] [acris] pode, mas isso nao é analise do video do youtube, vai ser analise da montagem do video do youtube com um texto que não faz parte desse objeto
[15:16] [Dani_Re] essa relação da dança com essa história parece q já foi construída
[15:16] [acris] o objeto é o objeto
[15:17] [acris] não importa
[15:17] [acris] vejam, qual o objetivo da analise semiotica? dar conta do sentido verdadeiro da obra?
[15:17] [acris] ou olhar praquilo que temos em mãos e ver como isso produz efeitos de sentido?
[15:18] [belcoimbra] nao , do parecer do sentido..
[15:18] [acris] não digo que seja proibido citar
[15:18] [acris] inclusive, entra como contexto
[15:18] [Dani_Re] ah, no objetivo da pesquisa nao tem o cotejo do texto escrito com a dança?
[15:18] [acris] mas na hora de analisar, é necessário ter consciencia de que é contexto, não é parte da obra analisada
[15:18] [acris] e isso faz diferença
[15:18] [Dani_Re] pensei q já tivesse tudo no corpus
[15:19] [acris] a tese pode tomar o roteiro como referencial. mas vai ser extremamente importante destacar as diferentes leituras de quem teve e de quem não teve acesso a ele
[15:19] [acris] porque isso faz diferença
[15:20] [Dani_Re] a Norma disse em aula um dia q o plano do conteúdo de uma pintura e de um poema pode ser o mesmo, de onde pode ser depreendido um estilo
[15:20] [Dani_Re] eu nao tinha pensando nisso antes
[15:21] [Dani_Re] talvez ajude nessa análise
[15:21] [Dani_Re] esta numa obra do Zilberberg sobre estilo em obras de arte
[15:21] [acris] inclusive, porque na hora de analisar o semi-simbolismo, vida e morte tem muito a ver com o roteiro... eu tentaria o exercicio de buscar a leitura semi-simbolica sem o roteiro. vai dizer muito sobre os efeitos da colocação da dança no youtube
[15:22] [acris] é, mas estilo é contexto tambem. pode ajudar na analise sim
[15:22] [Dani_Re] belcoimbra, sugiro essa leitura, acho q pode ajudar vc: "Des styles sémiotique aux styles picturaux" - Zilberberg
[15:22] [acris] estilo é contexto quando penso em algo como "escolas"
[15:22] [acris] legal
[15:22] [Dani_Re] mesmo q vc nao trabalhe com pintura, os conceitos podem ajudar
[15:23] [acris] podem sim, porque dança tem uma parte visual muito importante
[15:23] [belcoimbra] to pensando... msmo sem o roteiro escrito algo acontece com a mulher que veste o vestido vermelho
[15:23] [acris] acontece sim, belcoimbra
[15:23] [acris] eu revi o movimento existe algo, talvez, de exclusão antes de mais nada
[15:23] [belcoimbra] movimento + vermelho+ acelração da musica+ etc
[15:24] [acris] e no fundo, exclusão tem a ver com morte
[15:24] [acris] mas é na relação
[15:24] [acris] com os outros
[15:24] [acris] nao significaria a mesma coisa se nao houvesse o contraponto
[15:24] [belcoimbra] SIM!!!
[15:24] [belcoimbra] ela foi escolhida e excluida..
[15:25] [acris] talvez exclusão e inclusão sejam uma categoria mais abstrata que vida e morte nesse caso
[15:25] [belcoimbra] me lembrei do bulling
[15:25] [acris] nossa, é mesmo :D
[15:25] [acris] eu to pensando aqui
[15:26] [belcoimbra] no roteiro escrito avirgem morre na so assistindo quem pode garantir!
[15:26] [acris] que quanto mais abstratas as categorias, mais facil de lidar com a falta do roteiro e achar linhas comuns a leitura, independente do contexto, inclusive de forma a mostrar os diferentes efeitos produzidos pela visão no palcoi, direta, e a visão no video, indireta
[15:27] [belcoimbra] pode realmente "parecer" um desmaio..
[15:27] [acris] é, um desmaio, uma desistência, um cansaço...
[15:27] [acris] moralizações mil :D
[15:27] [belcoimbra] uauuu
[15:27] [woodsonfc] Que viagem!
[15:27] [belcoimbra] to adorando...
[15:28] [belcoimbra] sabe... acho que uma analise semiotica deve ser sempre feita em grupo... rsrs
[15:29] [acris] belcoimbra: muito interessante mesmo essa análise. Acho que vocevai ter que optar por um trabalho muito focado no objeto, de aplicação mesmo, porque levantar possibilidades teoricas novas a partir de uma obra complexa como essa, só no seu pos doutorado, quando terminar a analise da obra
[15:29] [acris] rs, sempre é bom pensar juntos mesmo!
[15:29] [belcoimbra] sabe, que a direção de Pina a coreografa é que a bailarina vao ao extremo?
[15:29] [woodsonfc] é, preciso disso tb, apresentar o meu para discutir
[15:30] [belcoimbra] kkkkkkkkk
[15:30] [acris] :)
[15:30] [woodsonfc] ;-)
[15:30] [acris] bom, alguem quer fazer mais alguma colocação?
[15:30] [Dani_Re] belcoimbra, vc vai trabalhar com qts vídeos?
[15:30] [belcoimbra] nessa versao que mostrei a bailarina desmaia mesmo de exaustao!
[15:31] [acris] nossa
[15:31] [Dani_Re] eu nem chegaria ao final pra desmaiar :D
[15:31] [woodsonfc] No palco!
[15:31] [acris] nem eu, Dani_Re rs
[15:31] [woodsonfc] Eu desmaiaria para não entrar no palco
[15:31] [Dani_Re] :D
[15:31] [acris] :D
[15:32] [belcoimbra] penso em trabalhar toda a obra que dividaem quatro partes publicadas noyoutube
[15:32] [belcoimbra] KKKKKKKK..
[15:32] [acris] belcoimbra: , muito obrigada pela apresentação, é um trabalho fascinante!
[15:32] [Dani_Re] ah, me lembrei também do conceito de "cenografia" do Maingueneau, talvez possa ajudar
[15:33] [belcoimbra] verdade..... to apaixonada cada vez mais..
[15:33] [Dani_Re] se vc for trabalhar com obras do mesmo autor, dá pra encontrar uma cenografia autoral
[15:33] [Dani_Re] foi muito legal mesmo, parabéns!
[15:33] [belcoimbra] serio! n conheço.. me passa..
[15:33] [woodsonfc] Tem alguns conceitos legais que foram usados num
[15:33] [acris] na verdade é uma obra só, mas que está dividida em 4 partes no youtbe, não, belcoimbra ?
[15:33] [Dani_Re] está em "Cenas da enunciação" - Maingueneau
[15:33] [Dani_Re] muito bom esse livro
[15:34] [woodsonfc] numa oficina com um tal de Alexandrino
[15:34] [acris] acho que vale a pena consultar sim
[15:34] [belcoimbra] sim!
[15:34] [woodsonfc] Ele fala de reconhecimento e ...
[15:34] [acris] belcoimbra: esse publico nao foi numeroso, mas foi precioso :D
[15:34] [woodsonfc] esqueci,
[15:34] [belcoimbra] me mandem pore-mail TUDO!!! que vs tiverem...
[15:35] [woodsonfc] na dança
[15:35] [belcoimbra] sim... a qualidade é o que importa!
[15:35] [belcoimbra] Ana e á equipe STIS obrigada pela oportunidade de estudar e compartilhar nossas leituras e “devaneios”
[15:36] [Dani_Re] ;)
[15:36] [acris] amigos, vamos encerrar aqui! agradeço a todos pela participação, Dani_Re e Woodson, ótimas colocações, belcoimbra: o trabalho está mesmo indo na direção certa!
[15:36] [acris] parabéns!
[15:36] [acris] clap clap clap clap
[15:36] [Dani_Re] eu q agradeço
[15:36] [belcoimbra] aleluia!!!!
[15:36] [acris] clap clap clap clap
[15:36] [Dani_Re] clap clap clap clap
[15:36] [acris] clap clap clap clap
[15:36] [acris] clap clap clap clap
[15:36] [belcoimbra] :)
[15:36] [acris] :)
[15:36] [woodsonfc] parabéns
[15:36] [belcoimbra] to feliz!!!!
[15:36] [woodsonfc] que bom!
[15:36] [acris] parabéns!
[15:37] [belcoimbra] quero agradecer a torcida e o carinho de sempre e dos de sempre!!! rsrsr
[15:37] [acris] :D
[15:38] [belcoimbra] amigos se tiver alguma discrepañcia na teoria me falem, quero acertar!!! cada vez amis
[15:38] [acris] bom, preciso me retirar, tenho um outro evento em andamento esperando por mim... beijos!!!
[15:38] [belcoimbra] OK!!!
[15:38] [belcoimbra] bj Dani e Wood e Ana!!!
[15:38] [woodsonfc] bjs
[15:38] [Dani_Re] bjos, belcoimbra, vc está indo muito bem!
[15:39] [belcoimbra] ago
[15:39] [belcoimbra] obrigada!!!
[15:40] [belcoimbra] by!

29/novembro: Prospecção de dados baseados em corpora

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

29 de novembro de 2011

"A linguagem da ciência: prospecção de dados baseados em corpora"/ Conferencistas Heliana Melo e Renato Rocha

Data: terça-feira, 29 de novembro de 2011

registro 29/novembro

Registro da Conferência em chat escrito, de 29 de novembro de 2011:

 

A linguagem da ciência: prospecção de dados baseados em corpora

conferencistas: Heliana Mello e Renato Rocha

moderador: Equipe STIS


[20:30] [woodsonfc] Vamos dar início ao STIS com a palestra
[20:30] [woodsonfc] da Heliana Ribeiro de Mello
[20:31] [woodsonfc] que é doutora pela City University of New York (1992) (1997) e pós-doutora (1998) em Linguística pela City University of New York.
[20:32] [woodsonfc] sobre A linguagem da ciencia: prospecção de dados baseados em corpora
[20:32] [woodsonfc] em seguida ouviremos Renato Rocha Souza
[20:32] [woodsonfc] Me corrijam se cometer algum erro :-P
[20:33] [hugleo] :P
[20:33] [woodsonfc] `que é doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005) e pós-doutorado (01/2009-01/2010) em Tecnologias Semânticas para Recuperação de Informação - University of Glamorgan, UK, sob supervisão de Douglas Tudhope e com bolsa do CNPQ.
[20:33] [woodsonfc] Heliana Atua na área de Estudos Linguísticos, com ênfase em análises relacionadas a mudanças de sistemas gramaticais e contato linguístico, semântica e pragmática. Seu foco em Linguística de Corpus abarca a compilação de corpora e metodologias de análise linguística baseadas em corpora.
[20:34] [woodsonfc] e Renato é atualmente professor e pesquisador da Escola de Matemática Aplicada (EMAp) da Fundação Getúlio Vargas e professor colaborador da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais.
[20:34] [woodsonfc] Passo a palavra a profa Heliana
[20:35] [Heliana] Obrigada!
[20:35] [Heliana] Boa noite! é um prazer interagir com vocês e trazer algumas idéias relacionadas ao nosso trabalho para que vocês possam pensar sobre elas e sua utilidade em seus próprios contextos.
[20:35] [acris] bem vinda, Heliana!
[20:35] [Heliana] Obrigada, Ana!
[20:35] [Heliana] Agradecemos o convite da Profa. Ana Cristina Fricke-Matte para estar aqui e esperamos ter uma interação produtiva com vocês. Esta apresentação será iniciada por mim, Heliana Mello, e concluída pelo Renato Souza . Passemos, então ao nosso assunto.
[20:36] [Heliana] A ciência, qualquer que seja a sua conceitualização, não existe fora da linguagem. Pensamentos são organizados e expressos através de sistemas semióticos distintos, de linguagens formais, mas a linguagem escrita e a oral estão sempre presentes em sua articulação e expressão.
[20:36] [Heliana] As práticas científicas são variadas e dependem da linguagem em sua configuração; há a necessidade da linguagem na circulação e divulgação da ciência a especialistas e não-especialistas, etc.
[20:36] [Heliana] Ciência e linguagem formam um par convencionalizado – quase um bigrama, nos termos da lingüística de corpus.
[20:36] [Heliana] Nesta apresentação falaremos sobre a utilização de corpora para a prospecção da linguagem científica.
[20:37] [Heliana] Tal ação pode ter vários objetivos: identificação de palavras-chave de uma dada área, extração de dados para análise e organização de conceitos e entidades de uma área específica (garimpagem de dados),
[20:37] [Heliana] criação de perfis de pesquisa, comparação de práticas profissionais entre distintas áreas do saber, auxílio na escrita de textos científicos, etc.
[20:37] [Heliana] Primeiramente discutiremos a definição de corpora, sua caracterização e alguns exemplos.
[20:37] [Heliana] Passaremos, a seguir, à apresentação de algumas ferramentas úteis na compilação e tratamento de corpora.
[20:38] [Heliana] Exemplificaremos, então, estudos que utilizam corpora como objeto para discussão da linguagem científica.
[20:38] [Heliana] Na última parte desta apresentação, apresentaremos alguns exemplos do trabalho de garimpagem de dados que vem sendo desenvolvido na Fundação Getúlio Vargas pelo grupo do Renato.
[20:38] [Heliana] Passemos aos Corpora e à Linguística de Corpus.
[20:38] [acris] o codigo dos slides: helianaMello2011
[20:39] [Heliana] A Linguística de Corpus se ocupa da coleta e análise de corpora, que são um conjunto de dados linguísticos coletados criteriosamente para serem objeto de pesquisa linguística.
[20:39] [Heliana] A linguística de corpus surgiu da necessidade que estudiosos da língua sentiram de se apoiar em usos reais para fazerem generalizações ou esboçarem teorias a respeito do funcionamento linguístico.
[20:39] [Heliana] Atualmente, a Linguística de Corpus está intimamente ligada ao uso do computador, visto que os corpora são eletrônicos.
[20:39] [Heliana] Assim, a Linguística de Corpus contemporânea caracteriza-se pela coleta e análise de corpora eletrônicos com o auxílio de ferramentas eletrônicas.
[20:39] [Heliana] Antes do computador, já se fazia uso de corpus. Na Grécia Antiga foi criado o Corpus Helenístico.
[20:40] [Heliana] Na Antiguidade e Idade Média, produziam-se corpora de citações da bíblia.
[20:40] [Heliana] Durante boa parte do século XX, foi feito o uso de corpora para a descrição de várias línguas e seus dialetos.
[20:40] [Heliana] Os corpora dessas épocas eram coletados, armazenados e analisados manualmente. A dificuldade de se realizar estudos desse tipo era enorme.
[20:40] [Heliana] Mesmo assim, havia grande interesse na coleta e exploração de dados sistemáticos.
[20:40] [Heliana] é importante ressaltar o papel dos estudos baseados em corpora realizados manualmente pela dificuldade e pelo pioneirismo na época.
[20:41] [Heliana] O período crítico para os estudos baseados em corpus se deu com a ‘mudança’ de paradigma da linguística, com as ideias de Chomsky por volta de 1950.
[20:41] [Heliana] Houve uma preferência muito forte por estudos baseados em teorias racionalistas da linguagem que utilizavam a metodologia introspectiva para seus propósitos.
[20:41] [Heliana] Os estudos empíricos receberam muitas críticas nessa época. As críticas eram relacionadas à necessidade de se coletar dados empíricos e o meio pelo qual se realizava a coleta e a análise dos dados.
[20:41] [Heliana] Um dos argumentos era a falta de confiabilidade das análises manuais de grandes quantidades de dados linguísticos e o universo parcial e tendencioso que qualquer conjunto de dados lingüísticos representa.
[20:41] [Heliana] Embora o cenário fosse desfavorável, os estudos baseados em corpora não pararam.
[20:42] [Heliana] Muitos pesquisadores continuaram seus estudos por meio de corpora. Firth (1957) e os neo-firthianos defendiam a descrição da linguagem por meio de dados reais.
[20:44] [acris] a pagina da Heliana caiu, ela esta abrindo outra
[20:45] [acris] :)
[20:45] [Heliana__] Oi pessoal, estou de volta
[20:45] [acris] pode continuar, Heliana__
[20:45] [Heliana__] O corpus SEU (Survey of English Usage), por exemplo, foi compilado e etiquetado manualmente em 1959. O SEU influenciou a criação de corpora eletrônicos e serviu para o desenvolvimento de etiquetadores computadorizados contemporâneos.
[20:45] [Heliana__] Com o advento do computador nos anos de 1960 e a queda de prestígio das pesquisas puramente racionalistas, o cenário começou a mudar. O lançamento do corpus Brown em 1964, com 1 milhão de palavras, é considerado como o fato propulsor do desenvolvimento da Linguística de Corpus.
[20:46] [Heliana__] O corpus Brown é o pioneiro dos corpora eletrônicos por ter nascido em um período ainda desfavorável para os estudos empiristas e, também, pela dificuldade de compilação em computadores mainframe.
[20:46] [Heliana__] A popularização dos estudos com corpora ocorreu nos anos de 1980 com o aparecimento dos computadores pessoais. Pesquisadores individuais puderam compilar seus corpora, o que antes somente poderia ser realizado por equipes, com grande custo financeiro.
[20:46] [Heliana__] Com o desenvolvimento dos computadores, especificamente o aumento da capacidade de armazenar e processar dados, maiores números de corpora e ferramentas foram disponibilizadas para pesquisas, contribuindo para a consolidação da Linguística de Corpus.
[20:47] [Heliana__] Um corpus deve ser constituído de dados autênticos legíveis por computador e representativos de uma língua ou da variedade da língua a qual se deseja estudar.
[20:47] [Heliana__] Como já dito, computador desempenha um papel importante para os estudos na área. As ferramentas computacionais são geralmente utilizadas para reorganização e extração de informações do corpus para observação e interpretação de dados, fornecendo novas perspectivas para a análise linguística.
[20:47] [Heliana__] Algumas ferramentas computacionais utilizadas na lingüística de corpus comumente são:
[20:47] [Heliana__]  Programas para listar palavras (frequenciadores) - fazem a contagem das palavras em um corpus – oferecem listas de frequência de formas. As formas individuais são conhecidas como tipos - types e suas ocorrências, como tokens.
[20:47] [Heliana__]  Concordanciadores – são programas que permitem que o usuário procure por palavras específicas em um corpus, fornecendo listas para as ocorrências da palavra em contexto, o qual pode, normalmente ser expandido para a citação completa em que a forma procurada ocorre;
[20:48] [Heliana__]  Etiquetadores - fazem análises automáticas do corpus e inserem etiquetas (códigos) de ordem morfossintática, sintática, semântica, prosódica ou discursiva.
[20:48] [Heliana__] A Linguística de Corpus faz uso de uma abordagem empirista, contrária à abordagem racionalista, do ponto de vista linguístico, e tem como central a noção de linguagem enquanto sistema probabilístico.
[20:48] [Heliana__] De acordo com essa noção, os traços linguístico não ocorrem de forma aleatória, sendo possível evidenciar e quantificar regularidades (padrões).
[20:48] [Heliana__] é comum na área afirmar que a linguagem é padronizada (patterned), isto é, existe uma correlação entre os traços linguísticos e os contextos situacionais de uso da linguagem.
[20:49] [Heliana__] Na Linguística de Corpus, a padronização se evidencia por colocações, coligações ou estruturas que se repetem significativamente.
[20:49] [Heliana__] Para muitos pesquisadores, a Linguística de Corpus revolucionou o modo como a linguagem é estudada.
[20:49] [Heliana__] Seus achados contribuem para diversas áreas de pesquisa linguística, dentre elas, comumente se mencionam a lexicografia, o ensino-aprendizagem de línguas, a tradução, dentre outras.
[20:49] [Heliana__] As principais áreas da Linguística de Corpus são:
[20:50] [Heliana__]  Compilação de corpora;
[20:50] [Heliana__]  Desenvolvimento de ferramentas para análise de corpora;
[20:50] [Heliana__]  Descrição da linguagem;
[20:50] [Heliana__]  Exploração do uso de descrições baseadas em corpora para várias aplicações -como ensino-aprendizagem de línguas e gêneros linguísticos,
[20:50] [Heliana__] processamento da linguagem natural por máquinas, reconhecimento de voz, construção de gramáticas e dicionários, etc.
[20:51] [Heliana__] Há diversos tipos de corpora, que servem também a propósitos distintos. Aliás, uma das máximas da Linguística de Corpus,
[20:51] [Heliana__] é que um corpus vale tanto quanto a sua adequação ao propósito a que se destina.
[20:51] [Heliana__] Assim, quanto à diamesia, os corpora podem ser: escritos (que são os mais comuns e mais facilmente compiláveis),
[20:51] [Heliana__] orais (trabalhasos e custosos, dependem de alta qualidade acústica, transcrição e alinhamento do sinal sonoro à sua transcrição através de programas específicos) e corpora multimodais (normalmente incluem imagens, som e texto transcrito.
[20:51] [Heliana__] São ainda raros e muito custosos. Há muitas questões éticas relacionadas à exposição de imagens ainda sendo debatidas. Dependem de programas específicos para o seu alinhamento).
[20:52] [Heliana__] Há corpora diacrônicos e sincrônicos. Um exemplo de um corpus diacrônico do português é o Corpus do Português, de Mark Davies e Michael Ferreira, que pode ser acessado gratuitamente via link http://www.corpusdoportugues.org/ .
[20:52] [Heliana__] O Corpus do Português não é um corpus totalmente balanceado, mas tem uma cobertura de textos do século XIV ao XX, obviamente cobrindo textos portugueses antigos exclusivamente, e nos períodos possíveis, também textos brasileiros. Há vários corpora sincrônicos do português acessíveis através do portal Linguateca http://www.linguateca.pt/ .
[20:52] [Heliana__] Há corpora monitores, que servem para documentar uma dada língua com o passar do tempo, são alimentados com frequência e têm um tamanho gigantesco. Para o inglês há, por exemplo, o Bank of English (http://www.titania.bham.ac.uk) e o Corpus of Contemporary American English – COCA (http://corpus.byu.edu/coca/).
[20:52] [Heliana__] Para o português, contamos com alguns corpora eletrônicos disponíveis à comunidade em geral. O Banco de Português (http://www2.lael.pucsp.br/corpora/bp/) tem parte de seu acervo na Web, assim como o Corpus Brasileiro, com 1 bilhão de palavras (http://corpusbrasileiro.pucsp.br/x/).
[20:53] [Heliana__] O Lácio Web já se encontra na Web e tende a crescer (http://www.nilc.icmc.usp.br/lacioweb/). O Tycho-Brahe, de português histórico (http://www.tycho.iel.unicamp.br/~tycho/), também está na Web há muitos anos. Fora do Brasil, como mencionado, a Linguateca (http://www.linguateca.pt/) já disponibiliza vários corpora em português.
[20:53] [Heliana__] Como mencionado anteriormente, por serem objetos de tratamento computacional, os corpora eletrônicos necessitam de ferramentas computacionais para sua compilação e tratamento.
[20:53] [Heliana__] Há diferentes parâmetros que podem instruir a compilação e anotação de um corpus, entretanto busca-se hoje a adoção de diretrizes que facilitem a padronização dos critérios adotados.
[20:53] [Heliana__] Essas diretrizes podem ser encontradas, por exemplo, nos documentos do Text Encoding Initiative – TEI (http://www.tei-c.org/index.xml) que buscam a padronização da representação de textos em formato digital.
[20:53] [Heliana__] Outro exemplo de tentativa de padronização de critérios relacionados ao tratamento de corpora é o Expert Advisory Group on Language Engineering Standards – EAGLES (http://www.ilc.cnr.it/EAGLES/browse.html).
[20:54] [Heliana__] Ferramentas podem estar associadas à compilação de corpora ou ao tratamento de corpora. Alguns programas executam ambas as funções. Esse é o caso do software livre TextSTAT (www.niederlandistik.fu-berlin.de/textstat/). Cf. slide 3: .
[20:54] [Heliana__] O TextSTAT é um programa leve, que serve para compilar corpora buscando textos na web ou em pastas específicas, listar formas e sua freqüência (http://alcinoviana.files.wordpress.com/2011/02/textstatocorrencias.jpg?w=640&h=544),
[20:55] [Heliana__] listar concordâncias (http://alcinoviana.files.wordpress.com/2011/02/textstat-concordancias.jpg?w=640&h=544) e citações (http://alcinoviana.files.wordpress.com/2011/02/textstat-citacoes.jpg?w=640&h=544)
[20:55] [Heliana__] Outro programa livre para compilação de corpora através da web é o Bootcat (http://bootcat.sslmit.unibo.it/) – cf. slide 4 .
[20:55] [acris] voces podem aompanhar os slides aqui no chatslide com o codigo helianaMello2011
[20:55] [Heliana__] O Bootcat dispõem de scripts que a partir de palavras-chave (seeds) busca páginas específicas na web. Sua utilidade é ilimitada para a compilação de corpora especializados (corpora científicos, por exemplo),
[20:55] [Heliana__] corpora paralelos para tradução, corpora para fins lexicográficos, etc (cf. http://www.cs.utah.edu/nlp/readinglist/BaroniB04.pdf) .
[20:56] [Heliana__] Uma terceira ferramenta gratuita interessante é o concordanceador AntConc (http://www.antlab.sci.waseda.ac.jp/software.html) - cf. slide 5 .
[20:56] [Heliana__] O AntConc oferece um conjunto de sete ferramentas que servem para listar as linhas de concordância de uma dada forma, exibir a linha de concordância em contexto,
[20:56] [Heliana__] visualizar o arquivo de texto, listar clusters/n-gramas, listar frequências, palavras-chave e colocados (http://www.antlab.sci.waseda.ac.jp/software/README_AntConc3.2.4.pdf)
[20:57] [Heliana__] Temos software para análise de corpus em português, alguns disponíveis livremente (http://www2.lael.pucsp.br/corpora/ e http://beta.visl.sdu.dk/visl/pt/ ).
[20:57] [Heliana__] Temos também literatura sobre corpora em português e muitas apresentações nos mais variados encontros científicos relacionados à linguagem, como a série Encontro de Linguística de Corpus, que acabou de realizar a sua décima edição entre 11 e 12 de novembro de 2011, aqui na FALE-UFMG (www.letras.ufmg.br/linguisticacorpus2011).
[20:57] [Heliana__] A área tem crescido consideravelmente nos últimos anos aqui no Brasil.
[20:57] [Heliana__] Existem muitas bases de divulgação e disponibilização de corpora, algumas de livre acesso e outras pagas.
[20:58] [Heliana__] Uma importante base internacional, sobretudo pelos corpora orais que disponibiliza é a Linguistic Data Consortium (http://www.ldc.upenn.edu/) cf. slide 6:
[20:58] [Heliana__] Para o português, está disponível gratuitamente a Linguateca (http://www.linguateca.pt/) cf. slide 7
[20:59] [Heliana__] Passemos a algumas aplicações ligadas à linguagem científica.
[20:59] [Heliana__] A Linguística de Corpus explora diferentes possibilidades analíticas, com fins específicos. O nosso foco nesta apresentação é a prospecção de dados da linguagem científica. Para tal, é necessário que se compilem corpora científicos especializados.
[20:59] [Heliana__] Esses corpora normalmente não são disponibilizados para a comunidade e são propriedade dos grupos que os utilizam em seus estudos.
[20:59] [Heliana__] Há algumas exceções, que normalmente voltam-se para o estudo da linguagem científica de um modo geral.
[21:00] [Heliana__] Um exemplo é o projeto Scientext (http://scientext.msh-alpes.fr./scientext-site/spip.php?article19) cf. slide 2
[21:00] [Heliana__] 1. Uma das principais aplicações da Linguística de Corpus nesse setor é o estudo lexicográfico-terminológico. A partir da exploração de corpora específicos, constroem-se dicionários, glossários, ontologias, implementam-se traduções, etc.
[21:00] [Heliana__] Um exemplo de grupo de trabalho nessa área é o projeto TERMISUL (http://www6.ufrgs.br/termisul/index.php) .
[21:01] [Heliana__] O grupo explicita como seu objetivo “Avançar na pesquisa teórica e aplicada da Terminologia é seu objetivo primeiro. Sua opção teórico-metodológica coloca a Terminologia na perspectiva da linguagem especializada, manifestada no texto especializado.”
[21:01] [Heliana__] Outro grupo que trabalha nessa perspectiva desenvolve o projeto TEXTQUIM (http://www6.ufrgs.br/textquim/index.php) , enfocando a linguagem da química.
[21:01] [Heliana__] Seus objetivos são: “Fazemos estudos das linguagens técnico-científicas , não restritos às terminologias, considerando o todo dos textos, os modos de dizer,
[21:01] [Heliana__] as convencionalidades e as combinatórias de palavras, a enunciação específica de cada gênero textual em diferentes áreas de conhecimento e em diferentes línguas.
[21:02] [Heliana__] Nosso usuário principal é o estudante de tradução, o interessado em conhecer os usos da língua através das abordagens da Linguística de Corpus. “
[21:02] [Heliana__] Um terceiro grupo de trabalho na área, com foco em várias áreas científicas como biocombustíveis, nonotecnologia, fiioterapisa, etc, é o GETERM, da UFSCAR (http://www.geterm.ufscar.br/). Seus objetivos são:
[21:02] [Heliana__] “estudar conteúdos pertinentes à Terminologia/Terminografia; desenvolver pesquisas que gerem produtos terminológicos em língua portuguesa, tais como: glossários, dicionários, enciclopédias e assemelhados, que satisfaçam demandas reais.”
[21:03] [Heliana__] Alguns exemplos de produções nessa área podem ser vistos em: Terminologia Verde: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/565/000507515.pdf?sequence=1
[21:03] [Heliana__] Terminologia jurídica: http://projeto.lexml.gov.br/arqs/MACIEL.pdf
[21:03] [Heliana__] TEXTQUIM: http://www6.ufrgs.br/textquim/arquivos/perspectivas.pdf
[21:03] [Heliana__] Artigos Científicos Tutorial: http://www6.ufrgs.br/textquim/tutorial.php
[21:04] [Heliana__] 2. Estilística, palavras-chave, textualização: Estudos relacionados a esses aspectos, ligados à composição do texto científico propriamente dito, são muito explorados através de corpora de textos acadêmico-científicos orais e escritos e são grandemente utilizados para o ensino de escrita e expressão acadêmico-científica.
[21:04] [Heliana__] Exemplos de corpora desta natureza são o Scientext (já visto no slide 1) e o famoso Micase (http://quod.lib.umich.edu/m/micase/) desenvolvido por John Swales na Universidade de Michigan.
[21:04] [Heliana__] Swales é um dos precursores do estudo da linguagem da ciência (http://www.elicorpora.info/).
[21:04] [Heliana__] 3. Filosofia da ciência: comparação de marcos epistemológicos A comparação entre o fazer científico de diversas áreas vem sendo estudado por filósofos através de instrumentos computacionais
[21:05] [Heliana__] e processamento estatístico de textos.
[21:05] [Heliana__] Nesse campo de estudos comparam-se concepções científicas, que levam a distintas metodologias exploratórias, através de padrões da articulação discursiva,
[21:05] [Heliana__] especificada via índices lexicais, construções e colocados, e palavras funcionais.
[21:06] [Heliana__] Um exemplo desse tipo de abordagem é a comparação entre textos científicos de áreas científicas experimentais e históricas (http://lingcog.iit.edu/doc/scientometrics2007.pdf , www.abdn.ac.uk/~csc323/lrecAZCoreSCfinal.pdf )
[21:06] [Heliana__] 4. Alimentação de ferramentas de sistemas de informação e bancos de dados O tratamento computacional de dados de corpora científicos tem servido à pesquisa na Ciência da Informação como um manancial para testagem de ferramentas desenvolvidas na área,
[21:06] [Heliana__] via mensuração de sua eficácia, acurácia e validade, além de alimentar o desenvolvimento de novas ferramentas voltadas para a determinação de domínios e suas tarefas co-associadas.
[21:06] [Heliana__] Um exemplo de trabalho abordando essa visão foi desenvolvido por John McMullen, da Universidade da Carolina do Norte (http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.117.9537&rep=rep1&type=pdf) .
[21:07] [Heliana__] Um outro exemplo da aplicabilidade da prospecção de dados de corpora para o tratamento da linguagem da ciência e criação de recursos para gerenciamento de informação é o trabalho na área médica (http://www.clt.gu.se/swedish-scientific-medical-corpus-terminology-management-and-linguistic-exploration)
[21:07] [Heliana__] que vem sendo desenvolvido no Centro de Tecnologia da Linguagem na Universidade de Gotemburgo (http://www.clt.gu.se/research) , na Suécia.
[21:07] [Heliana__] Trata-se do projeto MEDLEX, que compilou um corpus científico médico (em expansão), com anotações em vários níveis, i.e., morfossintático,
[21:07] [Heliana__] informação semântica (entidade, Medical Subject Heading, terminologia), analisadas por um parser (http://spraakbanken.gu.se/swe/publikationer/collection-encoding-and-linguistic-processing-swedish-medical-corpus-medlex-experience) .
[21:08] [Heliana__] 5. Detecção de tendências emergentes ( Emergent Trend Detection): esta é uma nova área na garimpagem de dados, para a qual existem métodos específicos. Sua aplicabilidade se dá tanto no campo científico (identificação de temas e áreas de pesquisa emergentes)
[21:08] [Heliana__] quanto no comercial (criação de produtos que atinjam novas faixas e interesses de mercado).
[21:08] [Heliana__] No campo científico, a detecção de novas tendências é feitas a partir do tratamento de corpora científicos, normalmente compostos por artigos publicados em revistas de grande reconhecimento.
[21:09] [Heliana__] Estudos nessa área são normalmente desenvolvidos por cientistas da computação ou da informação. Um exemplo de artigo que trata o assunto é: www.jaist.ac.jp/~bao/papers/HoangKSS.pdf
[21:09] [acris] Heliana__: 5 minutos
[21:10] [Heliana__] Uma área de crescente importância é a garimpagem de dados da linguagem da ciência – tal aplicação é explorada em diversos projetos em desenvolvimento pela equipe de trabalho do Renato, a quem passo a palavra nesse momento.
[21:10] [RenatoRocha] Obrigado, Heliana!
[21:10] [RenatoRocha] Parabéns pela apresentação!
[21:10] [RenatoRocha] Pessoal, boa noite. é um prazer estar (aqui e aí) com vocês.
[21:10] [acris] boa noite, RenatoRocha, obrigada, Heliana__
[21:10] [RenatoRocha] Não sei se vou ser tão rápido no gatilho como a Heliana,
[21:11] [RenatoRocha] Mas espero poder exemplificar algumas das coisas de que ela falou.
[21:11] [RenatoRocha] vou apenas exemplificar alguns das pesquisas que temos desenvolvido, baseadas em corpora.
[21:11] [woodsonfc] O prazer é todo nosso (Heliana e Renato)
[21:11] [RenatoRocha] Na Ciência da Informação, há muitas atividades que dependem de grandes volumes de textos, como a extração de conceitos
[21:11] [RenatoRocha] para estruturação de sistemas de organização do conhecimento (tesauros, esquemas de classificação, ontologias - como citado pela Heliana)
[21:12] [RenatoRocha] Estes sistemas são representações de domínios de conhecimento através de conceitos e suas relações,
[21:12] [RenatoRocha] de modo a auxiliar processos de indexação, classificação e a desambiguação terminológica.
[21:12] [RenatoRocha] Ultimamente meu uso de técnicas de PLN e corpora tem sido mais voltado para aplicações de text mining, onde buscamos relações ocultas em dados não estruturados, de natureza eminentemente textual.
[21:13] [RenatoRocha] ...como também falou Heliana.
[21:13] [RenatoRocha] A partir das análises destes corpora, buscamos representações e visualizações que nos permitam depreender informações que não se mostram à primeira vista.
[21:13] [RenatoRocha] O problema com os documentos dos projetos em que precisamos "mineirar" informações é a grande heterogeneidade
[21:13] [RenatoRocha] - de formatos, de codificação, etc. Estes documentos por vezes são campos de bancos de dados, ou em outras ocasiões têm que ser "extraídos" diretamente da web.
[21:14] [RenatoRocha] Para possibilitar estas pesquisas, estamos construindo um processador genérico de textos,
[21:14] [RenatoRocha] que possa ser acoplado a quaisquer das fontes com que temos trabalhado.
[21:14] [RenatoRocha] Vocês podem seguir os slides com o código:
[21:14] [RenatoRocha] renatoRocha2011
[21:15] [RenatoRocha] A nossa motivação em criar um processador genérico de textos se deu em parte por algumas demandas que estávamos recebendo,
[21:15] [RenatoRocha] e pelas características das ferramentas gratuitas disponíveis, que na maioria das vezes dependem de condições especiais,
[21:15] [RenatoRocha] plataformas específicas ou contém limitações ao uso.
[21:16] [RenatoRocha] Nós recebemos com fonte documentos mal formatados,
[21:16] [RenatoRocha] que precisam ser transformados, convertidos, etc.
[21:16] [RenatoRocha] São formatos como PDF, DOC, XML, HTML, ODT
[21:16] [RenatoRocha] e por vezes planilhas, bancos de dados, etc.
[21:17] [RenatoRocha] Então quisemos um mecanismo de processamento anterior à análsie sintática
[21:17] [RenatoRocha] Esse é o que chamamos de PyPLN.
[21:17] [RenatoRocha] Depois que tratamos das conversões, e temos os textos em formato Plain Text e na codificação UTF-8,
[21:18] [RenatoRocha] podemos realizar a marcação morfossintática, da qual falou a Heliana.
[21:18] [RenatoRocha] As palavras são marcadas em suas categorias sintáticas usando dois softwares:
[21:18] [RenatoRocha] O Palavras, para o português - http://beta.visl.sdu.dk/visl/pt/
[21:19] [RenatoRocha] E o Python NLTK para o Inglês: http://www.nltk.org/
[21:19] [RenatoRocha] E então estas palavras são armazenadas em um banco de dados.
[21:19] [RenatoRocha] A partir daí, podemos fazer estudos como a extração de entidades nomeadas,
[21:19] [RenatoRocha] a identificação de expressões regulares,
[21:20] [RenatoRocha] e a extração de "conhecimento", ou seja, afirmações sobre conceitos de interesse de um domínio.
[21:20] [RenatoRocha] Também se pode fazer o que se chama "análise de sentimentos",
[21:20] [RenatoRocha] que é a tentativa de descobrir "polaridades" positiva ou negativa de sentenças a respeito de algo que se quer avaliar.
[21:21] [RenatoRocha] Há um exemplo desta atividade em:http://text-processing.com/demo/sentiment/
[21:21] [RenatoRocha] Também se podem fazer estudos culturais, como o descrito em: http://www.sciencemag.org/content/early/2010/12/15/science.1199644
[21:22] [RenatoRocha] Em nosso caso, é interessante fazer, na análise de redes sociais, um panorama do "gradiente terminológico" de um domínio de conhecimento.
[21:22] [RenatoRocha] Como o Google tem permitido, através do http://books.google.com/ngrams/
[21:22] [RenatoRocha] Vou mostrar alguns dos projetos em que tenho trabalhado, porque tempus fugit...
[21:23] [RenatoRocha] No segundo slide:
[21:23] [RenatoRocha] Aqui no CPDOC, da FGV, estamos construindo um tesauro da Ditadura.
[21:23] [RenatoRocha] Para identificar Pessoas, Entidades, Processos, Eventos, Lugares e atributos,
[21:24] [RenatoRocha] podemos fazer a extração de conceitos a partir dos textos que temos disponíveis.
[21:24] [RenatoRocha] o segundo slide mostra o projeto do portal semantico que estamos projetando.
[21:24] [RenatoRocha] O objetivo é, através da PLN, construir uma triplestore em formato RDF que associe os descritores - conceitos - de ontologias de domínio
[21:25] [RenatoRocha] aos itens dos vários acervos, de modo que os pesquisadores e usuários possam fazer buscas por conceitos independentemente das bases.
[21:25] [RenatoRocha] No slide seguinte, há outro projeto em que estamos participando, o Supremo em Números.
[21:26] [RenatoRocha] A partir de uma base de mais de um milhão de decisões de processos que tramitaram no Supremo,
[21:26] [RenatoRocha] Podemos fazer visualizações interessantes sobre o comportamento dos processos e dos juízes.
[21:26] [RenatoRocha] Há um site: http://www.supremoemnumeros.com.br/
[21:27] [RenatoRocha] em que são publicados os resultados; dentre eles, uma proposta de mudança constitucional, motivada pela descoberta pelos pesquisdores da FGV
[21:27] [RenatoRocha] que a grande maioria dos processos que chegam ao Supremo são recursais, e pouquíssimos são constitucionais -
[21:27] [RenatoRocha] a verdadeira vocação desta corte.
[21:27] [RenatoRocha] Nós fizemos uma taxonomia dos assuntos de processos (slide seguinte)
[21:28] [RenatoRocha] a partir de conceitos extraídos de decisões e campos do banco de dados.
[21:28] [RenatoRocha] E construímos uma visualização interessante
[21:28] [RenatoRocha] a partir dos dados extraídos dos textos - neste caso, o nome dos Juízes que fizeram despachos em processos específicos.
[21:29] [RenatoRocha] Também usamos grafos como técnicas de visualização (slide seguinte)
[21:29] [acris] RenatoRocha: 5 min
[21:29] [RenatoRocha] Neste caso, associamos juízes às leis que foram usadas em processos, e pudemos descobrir
[21:29] [RenatoRocha] que alguns juízes citavam mais determinadas leis do que outras,
[21:29] [RenatoRocha] Ok.
[21:30] [RenatoRocha] Para fechar, há um projeto com a Light, em que tentamos descobrir causas de litígios (slides seguintes)
[21:30] [RenatoRocha] ... através da identificação de termos associados à Light e "ré" nos processos.
[21:31] [RenatoRocha] e, para terminar, um último projeto em que estamos tentando mapear, em textos sobre dengue.
[21:31] [RenatoRocha] a citação a modelos matemáticos, para auxiliar os pesquisadores da Fiocruz
[21:32] [RenatoRocha] em suas pesquisas, identificando os modelos que podem ser usados para cada um dos processo que a doença apresenta
[21:32] [RenatoRocha] Enfim: nada muito científico, mas imensamente prático.
[21:32] [RenatoRocha] O que é interessante de se notar é que
[21:33] [RenatoRocha] existe uma grande diferença dos corpora para uso acadêmico - tratados, homogêneos e bastante conhecidos,
[21:33] [RenatoRocha] e os que tem que ser preparados "on the fly" para estudos pontuais e específicos, consumindo muito tempo e processamento.
[21:34] [RenatoRocha] Eu tenho o prazer de ser parceiro da Heliana em pesquisas,
[21:34] [RenatoRocha] e temos alguns planos para criar sinergia entre as coisas que estamos fazendo.
[21:34] [RenatoRocha] Pessoal: agradeço por assistirem a apresentação.
[21:34] [acris] Heliana, Renato, nossa, que delícia de palestra, muito obrigada!
[21:34] [RenatoRocha] E aos organizadores, parabéns!
[21:35] [acris] clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:35] [acris] clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:35] [acris] está aberto a perguntas!
[21:35] [Heliana__] Obrigada a todos! Obrigada, Renato!
[21:35] [woodsonfc] clap(y)
[21:35] [LucasCoelho] tenho várias...
[21:35] [andresouza] eu tenho algumas tb
[21:35] [andresouza] :)
[21:35] [andresouza] vai la Lucas!
[21:35] [woodsonfc] E eu tb
[21:35] [woodsonfc] na fila
[21:35] [LucasCoelho] primeiro, mas que poderia ser a última por hierarquia: Quais as questões éticas dessa obtenção de textos publicados em outras fontes que não periódicos, como na internet?
[21:36] [Heliana__] Posso?
[21:36] [RenatoRocha] Claro!
[21:36] [LucasCoelho] desde aquela conversa com RenatoRocha e Heliana__ no fim da escola de linguística computacional fiquei com isso em mente...
[21:36] [LucasCoelho] e acho importante para todos
[21:36] [Heliana__] Bem, os textos disponíveis na internet, normalmente são domínio público.
[21:37] [Heliana__] O grande problema são textos extraídos de outras fontes, com direitos autorais, por exemplo.
[21:37] [Heliana__] é por isso, que nos megacorpora online
[21:38] [Heliana__] a gente não tem acesso direto aos textos, e sim, utiliza as plataformas disponibilizadas, ou apenas a listas de palavras e concordâncias.
[21:38] [LucasCoelho] mas como fazer nossa própria compilação, evitando incorrer nesses problemas?
[21:39] [LucasCoelho] tentando explicar melhor: se eu conseguir acessar quer dizer que é público e posso usar?
[21:40] [Heliana__] Sim, em princípio, sim. A não ser que haja alguma advertência específica, o que está na rede, é visível e baixável, pode ser utilizado.
[21:40] [RenatoRocha] Na verdade,
[21:40] [RenatoRocha] muita gente acha que "está na rede, é texto..."
[21:41] [RenatoRocha] Mas é difícil de traçar uma linha clara do que é ético ou não, em alguns casos.
[21:41] [LucasCoelho] bom, e como resolver?
[21:41] [RenatoRocha] No caso de textos de jornais, blogs, ou fontes que não demandam autenticação,
[21:41] [acris] acredito que seja como o direito autoral de uma música: nada te impede de analisá-la e publicar a análise, mas se ela estiver com copyright voce precisa de autorização para reproduzí-la
[21:41] [RenatoRocha] não vejo - mas é minha opinião - problema.
[21:42] [LucasCoelho] ok, obrigado. Vai lá, andresouza, depois mando as outras
[21:42] [RenatoRocha] Sim. trabalha-se com dados donsolidados.
[21:42] [andresouza] primeiramente, obrigado Heliana e Renato! Muito bom. A minha primeira pergunta é para o Renato: no projeto relacionado à dengue, o que os modelos matemáticos que vocês aplicam predizem exatamente? Fiquei curioso com o projeto!
[21:42] [RenatoRocha] Oi André,
[21:43] [RenatoRocha] cada pesquisador de dengue tem um interesse diverso.
[21:43] [RenatoRocha] Alguns estudam a transmissão, outros os inseticidas, e outros o comportamento dos ovos, etc.
[21:43] [RenatoRocha] Ainda tem outros que estudam as interações entre os quatro tipos de dengue nos imunes...
[21:44] [RenatoRocha] O que a gente busca é oferecer uma base que sugira os melhores modelos matemáticos a serem usados - equações diferenciais, séries temporais,
[21:44] [RenatoRocha] etc. que se apliquem - que tenham sido aplicados - às áreas específicas de
[21:45] [RenatoRocha] estudo da Dengue.
[21:45] [RenatoRocha] E para isso estamos buscando o alinhamento de duas ontologias: uma de modelos matemáticos
[21:45] [RenatoRocha] e outra de dengue.
[21:45] [RenatoRocha] Mas não predizemos nada... :-)
[21:45] [andresouza] legal!
[21:45] [andresouza] A segunda pergunta (para Heliane e Renato) é com relação aos modelos estatísticos que extraem essas relações menos superficiais. Tradicionalmente, a linguistica de corpora tem utilizado modelos lineares mais tradicionais (me corrijam se eu estiver errado). Como a linguistica de corpora vem acompanhando esse movimento "somewhat recent" de utilização de modelos nao-lineares, e outras tecnicas de "parameter estimation"qu
[21:46] [acris] depois do woodson é minha vez de perguntar :)
[21:46] [Heliana__] Bem, como ás da estatísca, vc, André, sabe que na linguística propriamente dita, são
[21:47] [Heliana__] poucas as pessoas que dominam técnicas estatísticas mais sofisticadas. Entretanto, tem havido um movimento, que envolve sobretudo
[21:47] [adelmaa] Eu também quero!!!
[21:47] [andresouza] verdade
[21:47] [Heliana__] jovens pesquisadores, como você,
[21:48] [LucasCoelho] acris: como sei a ordem de perguntas? nem vi q o wood son ia perguntar...
[21:48] [Heliana__] que vem alavancando a necessidade de estudos com técnicas mais sofisticadas, multifatoriais, etc.
[21:49] [woodsonfc] Posso?
[21:49] [woodsonfc] acris
[21:49] [acris] se a Heliana__ terminou
[21:50] [acris] pode
[21:50] [andresouza] Obrigado, Heliana e Renato!!! :-)
[21:50] [Heliana__] sim :-)
[21:50] [woodsonfc] blz
[21:50] [woodsonfc] Na pressa, esqueci de dizer na apresentação em nome do STISS do prazer de têlos aqui! A pergunta é para os dois : Como é feito o mapeamento para identificar e fazer a "análise de sentimentos" em redes sociais usando esse "gradiente terminológico" e como o Google ngrams permite fazer isso?
[21:50] [Heliana__] vai lá, Renato!
[21:50] [acris] :)
[21:51] [woodsonfc] é que estudo as paixòes em redes
[21:51] [RenatoRocha] Na verdade, o Google Ngrams é um exemplo de corpus imeenso em que se fazem estudos de variações de sentidos - acepções - de termos ao longo do tempo.
[21:51] [RenatoRocha] Aquele artigo que citei fala disso. Esse campo - culturonomics - estuda os processos sociais que fazem com que certas palavras sejam hits em uma época e caiam no ostracismo em outra.
[21:52] [RenatoRocha] E a mudança de sentido destas.
[21:52] [RenatoRocha] A análsie de sentimentos é a tentativa de interpretar as atitudes dos atores em relação a um objeto - que pode ser uma entidade, empresa, ações na bolsa,
[21:52] [RenatoRocha] etc.
[21:53] [RenatoRocha] através de (tentativa de interpretar) suas palavras
[21:53] [woodsonfc] é mais sociológico o estudo!
[21:53] [RenatoRocha] - se positivas u negativas.
[21:53] [RenatoRocha] Faz-se muito isso com comentários de clientes, como na Amazon,
[21:53] [RenatoRocha] para saber se determinado produto teve feedback favorável ...
[21:53] [woodsonfc] e funciona?
[21:54] [RenatoRocha] Sim.
[21:54] [RenatoRocha] Bem,
[21:54] [RenatoRocha] tem gente que acredita nisso como algo quase determinístico,
[21:54] [RenatoRocha] mas é um estudo muitíssimo limitado...
[21:54] [RenatoRocha] existem figuras como a ironia, anáforas ou mesmo longos apostos, que destróem qualquer interpretação.
[21:54] [acris] bom, precisamos passr a outras perguntas, o tempo ta passando, ok?, deixo passar minha vez. adelmaa?
[21:55] [woodsonfc] Pensei na polissemia
[21:55] [RenatoRocha] Também.
[21:55] [adelmaa] Prezada professora Heliana, prezado professor Renato... obrigada pela linha do tempo na história da Linguistica de corpora que vocês nos proporcionaram.
[21:55] [adelmaa] Parabéns pelas palestras extremamente didáticas.
[21:55] [RenatoRocha] Gente, acho que vou ser expulso da minha sala aqui no trabalho às 22:00h.
[21:55] [adelmaa] é um prazer imenso tê-los conosco abrilhantando nosso STIS e encerrando as atividades de nossa agenda STIS de 2011, não é Acris?
[21:55] [RenatoRocha] A moça da limpeza está lá me esperando... :-)
[21:55] [adelmaa] Minha pergunta é a seguinte: quais são os entraves legais para publicação para se fazer um pesquisa com os dados que se coleta na web?
[21:56] [woodsonfc] hehehe
[21:56] [RenatoRocha] Heliana?
[21:56] [acris] entendo, RenatoRocha, poderiamos fazer um levantamento de perguntas e passar por email?
[21:56] [RenatoRocha] Com certeza!
[21:56] [woodsonfc] tem 3 minutos
[21:56] [acris] obrigada, RenatoRocha :)
[21:56] [RenatoRocha] 3 minutos, vamos lá!"
[21:57] [woodsonfc] p\ 22h
[21:57] [Heliana__] Dos estudos que conheço, não há problemas com o uso de dados da web, mesmo porque existem web as corpus corpora...
[21:58] [Heliana__] e compiladores de corpora, como disse, que extraem dados da web.
[21:58] [Heliana__] A grande discussão é a validade dessas análises
[21:58] [Heliana__] por conta da falta de estruitura desses dados, as repetições, etc, que vc limpa em corpora compilados
[21:59] [adelmaa] Minha pergunta deve-se a um artio simples que escrevesmo eu e a Acris , um simples artigo, mostrando o passo a passo de como se faz uma coleta de dados usando o corpus do NILC/São Carlos
[21:59] [Heliana__] com outros tipos de metodologias.
[21:59] [adelmaa] intitulado ALIMENTAçãO DE UM BANCO DE DADOS DO SETFON, VIA CORPUS NILC/SãO CARLOS, COM PALAVRAS CUJAS
[21:59] [adelmaa] VOGAIS MéDIAS SE ENCONTRAM EM POSIçãO TôNICA NAS PALAVRAS
[21:59] [acris] desculpem interromper...
[21:59] [acris] Estou encantada com o trabalho de vocês, queria ter conhecido antes. Tenho algumas questões, aliás muitas, mas vou deixar para continuarmos em outras formas de comunicação. Muitíssimo obrigada pela belíssima apresentação!
[21:59] [adelmaa] mas para me sentir segura para publicação, por exemplo, eu escrevi para a Diana Santos da Linguateca do Polo Portugues da Linguateca sobre como citar esses dados, entende?
[21:59] [RenatoRocha] Acris, Adelma, Heliana, Woodson, pessoal: obrigado por tudo e parabéns. Desculpe-me por sair assim à francesa.
[21:59] [acris] RenatoRocha: foi um prazer!
[22:00] [RenatoRocha] O prazer foi meu!
[22:00] [Heliana__] Obrigadíssima a todos!
[22:00] [andresouza] obrigado Renato
[22:00] [RenatoRocha] Vamos manter contato.
[22:00] [acris] com certeza!
[22:00] [acris] clap clap clap clap clap clap clap clap
[22:00] [acris] clap clap clap clap clap clap clap clap
[22:00] [RenatoRocha] :-)
[22:00] [Heliana__] :-)
[22:00] [RenatoRocha] A gente se fala. abração!
[22:00] [woodsonfc] Prazer e espero nos conhecer ao vivo tb !
[22:00] [adelmaa] clap clap
[22:00] [RenatoRocha] Com certeza!
[22:00] [woodsonfc] Convidar para uma palestra na Letras
[22:00] [woodsonfc] Fale
[22:01] [woodsonfc] Ufmg
[22:01] [RenatoRocha] Demorou mas saiu. Vocês estão de parabéns epla plataforma e pelo nível das discussões.
[22:01] [Heliana__] Até breve, pessoal. Aguardo as perguntas.
[22:01] [adelmaa] O espaço é de vocês. Parabéns!
[22:01] [acris] grande abraço! Heliana__muito feliz em sber do teu trabalho, muito lindo
[22:01] [woodsonfc] Parabéns!
[22:02] [acris] bom, se alguém quiser encaminhar perguntas, pode usar meu email
[22:02] [acris] acris@textolivre.org
[22:02] [Heliana__] Obrigada, Ana! Fiquei feliz de estar com vcs. E muito obrigada! Aguardo as suas instruções para eu também dar esse passo metodológico na comunicação virtual...
[22:03] [adelmaa] Parabés a Acris por este grande empreendimento de abrir sempre e em todolugar espaços para interlocução.
[22:03] [Heliana__] Como disse, aguardo as perguntas e queria ouvir a pergunta da adelmaa para entender o que houve.
[22:03] [acris] pode deixar, Heliana__ :) vou escrever algumas instruções e passo por e-mail, pra ficar registrado, ok? bom, pra mim, memórica virtual é imprescindível :D
[22:04] [acris] se voce puder, Heliana__, podem terminar essa pergunta da adelmaa agora
[22:04] [Heliana__] ok, posso, sim. Vc termina a pergunta adelmaa?
[22:04] [acris] eu precisei encerrar, mas a gente inclui isso no log
[22:05] [Heliana__] ok
[22:05] [acris] adelmaa: pode terminar sua pergunta?
[22:06] [adelmaa] A todos os presentes nossos sinceros agradecimentos. No próximo ano, STIS 2012, voltaremos com uma agenda maravilhosa, nNão é Acris, Woodson e Beth?
[22:06] [belcoimbra] nossa que palestra... qta informação...
[22:06] [acris] com certeza, adelmaa
[22:06] [acris] muuita informação! :D
[22:06] [adelmaa] Bel também que é parte desta dinâmica toda.
[22:06] [belcoimbra] parabens! aos palstrantes e á organização do evento!
[22:07] [acris] parabéns ao público de primeira :)
[22:07] [andresouza] :)
[22:07] [belcoimbra] nossa nao tenho nem palavrs..
[22:07] [woodsonfc] =:)
[22:07] [acris] Heliana__: acho que enviamos as perguntas a você, tudo bem?
[22:07] [Heliana__] Obrigada, gente! Então aguardo as perguntas por email! Boa noite a todos e, mais uma vez, parabéns!!!!!!
[22:07] [acris] Heliana__: boa noite! beijos!
[22:08] [Heliana__] Beijos! Ciao.
[22:08] [adelmaa] é o Grupo Texto Livre que veste a camisa para oferecer uma contribuição aos Estudos da Linguagem. Boa noite!!!
[22:08] [belcoimbra] boas noite!
[22:08] [acris] boa noite!
[22:08] [belcoimbra] by!
[22:08] [andresouza] boa noite a todos!
[22:08] [acris] boa noite, andresouza, prazer em conhece-lo
[22:09] [andresouza] :) prazer é meu! Muito bacana a iniciativa! Achei legal demais!

Como citar este texto:

MELLO, Heliana; ROCHA, Renato. A linguagem da ciência: prospecção de dados baseados em corpora. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano I, 2011. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/26-log-qa-linguagem-da-ciencia-prospeccao-de-dados-baseados-em-corporaq>;. Acesso em: 26 fev. 2014.

 

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