5. Junho: Redes Sociais e Movimentos Sociais

Maio de 2012: As redes virtuais e os movimentos sociais

 

conferencista: Woodson Fiorini de Carvalho/UFMG

 

quando? dia 01/06 às 14h

 

moderador: prof.a Delaine Cafieiro/FALE/UFMG

 

Para assistir, entre na Sala de Conferências com um nickname de sua escolha (sugerimos NomeSobrenome, sem espaços, acentos ou cedilha). A senha não é necessária. Assim que entrar, clique na aba #evidosol-1 para assistir à conferência.

RESUMO:

Nos últimos anos, a imprensa tem relacionado as Redes Sociais digitais a movimentos sociais e políticos de grande e pequena envergadura que estão ocorrendo em diversos lugares do planeta e no ambiente digital (Internet). Essa relação ficou mais evidente a partir dos movimentos que conduziram à recente insurgência popular de alguns países do Oriente Médio e África contra as tiranias ali estabelecidas por muitos anos, fenômeno que ficou conhecido como a “a primavera árabe”. Temos visto, no meio digital, várias iniciativas de movimentos como, por exemplo, os do site Wikileaks (pela liberdade de informação), de sites como Petição Pública Brasil www.peticaopublica.com.br/ ou Manifesto Livre www.manifestolivre.com.br/ que permitem criar, armazenar e difundir Abaixo-assinados e de comunidades de hackers que intervêm e atacam sites de instituições governamentais e particulares consideradas opressivas a fim de não só as denunciar mas de pressioná-las e combatê-las procurando forçá-las a mudar sua postura e atitude.

Para além da comprovação da veracidade desse argumento que vincula a escalabilidade desse fenômeno histórico e político ao apogeu das redes sociais digitais ou ao acesso e à popularidade da Internet como um território, considerado “livre”, supomos que esta vinculação só é possível graças a uma frequente matériaprima que funda a intencionalidade de ambos, como um dos componentes simbólicos que impulsionam essa relação solidaria que acontece em rede antes mesmo que a Internet pudesse existir: a amizade.

Parece haver, portanto, entre os movimentos sociais e as redes digitais, elementos sintáticos e semânticos comuns que as conectam e permitem potencializarem-se uma a outra.

O que pretendemos propor é pensar as configurações passionais dessa “amizade” que está por trás dos discursos que promovem esse comportamento epidêmico que se dissemina na forma de uma rede de conexões solidárias tanto nos movimentos sociais quanto nas redes sociais. Propomos começar essa investigação pela análise dos discursos dos movimentos sociais a partir da ótica da teoria semiótica das paixões que pretende identificar nos textos as “paixões de papel” que esses discursos suscitam, enquanto “qualificações modais que modificam o sujeito do estado”: o fazer persuasivo do destinador e interpretativo do destinatário da mensagem.

Analisaremos, portanto, uma notícia do site do Greenpeace “Floresta de carvão e violência”, uma peça de caráter publicitário que promove um ativismo ambiental. Pensamos que esses discursos pretendem vincular esses indivíduos a esse ativismo pela evocação ou invocação da paixão complexa fiduciária que conhecemos como amizade.

Acreditamos que essa amizade de tipo solidário parece ser a “paixão” que consubstancia movimentos e redes sociais, pois fomentam o discurso do primeiro e dão substância e existência ao segundo.

Entretanto, os discursos desses movimentos preveem no seu programa narrativo um anti-sujeito e ou anti-objeto que permitem convergir desejos e objetivos que agregam um determinado grupo que, em princípio, se posiciona de forma antagônica a outro(s) grupo(s), fenômeno que o discurso que funda e estrutura as redes sociais, que têm caráter mais neutro e genérico, não parece ocorrer.