2. Março: Interface Humano-computador e emoção na fala

2.1. registro março

Registro da Conferência de 22.o de Março de 2013:

 

 Interfaces humano-computador como fronteiras dialógicas do pós-humano e do pós-social
conferencista: Marcelo Buzato


 Deteção e síntese de emoções na fala
conferencista: Marcos Barretto

 

moderador: Equipe STIS


[14:10] <adelmaa> Boa tarde, pessoal, sou a Adelma Lucia de Oliveira Silva Araújo, doutoranda da linha de pesquisa Linguagem e Tecnologia, orientanda da profa Dra Ana Cristina Fricke Matte   e partícipe da coordenação dos Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec - STIS .
[14:10] <adelmaa> Os Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec - STIS  é um evento que procura congregar estudiosos  e discutir tema dos mais  variados campos de conhecimento que
[14:11] <adelmaa> norteiam os trabalhos interdisciplinares desenvolvidos pelos participantes do grupo Texto Livre: Semiótica e Tecnologia, da UFMG.
[14:11] <adelmaa> Na conferência do STIS de hoje dia 22 de março de 2013 dou as boas vindas a todos os participantes e aos conferencistas convidados.
[14:12] <adelmaa> Inicialmente apresentarei  cada convidado.
[14:12] <adelmaa> O Professor Dr. Marcelo El Khouri Buzato possui graduação em Letras (UCSP-1995), mestrado em Lingüística Aplicada e doutorado em Lingüística Aplicada pela
[14:13] <adelmaa> Universidade Estadual de Campinas (2001 e 2007). Docente da Universidade Estadual de Campinas atuando na área de Lingüística Aplicada desenvolvendo pesquisas na linha
[14:13] <adelmaa> Linguagem e Tecnologias com Novos letramentos/letramentos digitais; Inclusão digital: acesso, transculturalidade, identidade, apropriação, etc. Membro do conselho editoral da Revista Brasileira de Linguística Aplicada e da revista Trabalhos em Linguística
[14:13] <adelmaa> Aplicada também participa do GT Linguagem e Tecnologias da ANPOLL, além de coordenara o projeto Práticas Fronteiriças na Inclusão Digital.
[14:13] <adelmaa> Autor de uma vasta e relevante publicação na área de Linguagem e Tecnologia dentre elas podemos citar "Letramentos Multimodais Críticos: contornos e possibilidade"; "Inclusão Digital como Invenção do Quotidiano: um estudo de caso"; e "Letramento e
[14:13] <adelmaa> Inclusão: do Estado-nação à era das TIC". Seus artigos se encontram disponibilizados para leitura e download em http://unicamp.academia.edu/MarceloBuzato/Papers.
[14:14] <adelmaa> Nosso segundo conferencista convidado é o
[14:14] <adelmaa> Professor Dr. Marcos Ribeiro Pereira Barretto possui graduação em Engenharia de Eletricidade (USP - 1983), mestrado em Engenharia Elétrica (USP - 1988) e doutorado em Engenharia Mecânica (USP -1993). Atualmente é professor da Escola Politécnica da
[14:14] <adelmaa> USP. Desenvolve pesquisa com  computação afetiva e arquiteturas de sistemas para aplicações críticas e de tempo real e robôs sociáveis no qual se busca a conceituação e
[14:14] <adelmaa> construção de robôs sociáveis, incluindo seus mais diversos aspectos: desde a construção mecânica até a implementação de comportamentos inteligentes e mesmo
[14:14] <adelmaa> afetivos. Dentre suas publicações podemos citar "A model for inference of emotional state based on facial expressions," Adaptabilidade em Sistemas de Recomendação: Perspectivas"; "A dynamic model for identification of emotional expressions".
[14:15] <adelmaa> Cada conferencista convidado terá 30 minutos para sua apresentação e depois das duas apresentações abriremos mais 30 minutos para as perguntas .
[14:16] <Beth_> boa tarde cvcosc
[14:17] <adelmaa> %minutod antes dofinal de sua apresentação nós avisaremsopara que os senhores comecem a fazer as consideraões finais de suas palestras.
[14:17] <adelmaa> Antes dos 5 minutos finais. Desculpem-me!
[14:17] <AnaMatte> aviso: A sala já está moderada, pessoal, abriremos para perguntas no final de cada apresentação.
[14:19] <Dani_Re> adelmaa, já podemos dar a voz ao MarceloBuzato para começar?
[14:19] <acris> os palestrantes já tem voz no chat
[14:19] <adelmaa> Com todo prazer, Acris!
[14:20] <MarceloBuzato> Posso começar, então?
[14:20] <AnaMatte> sim, MarceloBuzato por favor smile
[14:20] <adelmaa> Pela ordem de nossa divulgação daremos a palavra ao professor Dr Marcelo Buzato. Seja bem vindo!
[14:20] <MarceloBuzato> OK
[14:20] <MarceloBuzato> Boa tarde a todos.   É um prazer estar aqui para trocar ideias com vocês.
[14:21] <MarceloBuzato> Quero primeiramente agradecer minha amiga Ana Matte pelo convite e o Prof. Marcos Barreto   pela oportunidade de trocarmos ideias sobre linguagem e tecnologias.
[14:21] <MarceloBuzato> Aliás, gostaria de começar minha participação justamente dizendo que estou convencido de
[14:21] <acris> a honra é  minha, MarceloBuzato
[14:21] <MarceloBuzato>  que nós das humanidades precisamos fazer um esforço para sair de uma postura que privilegia   a problematização e a crítica  apenas, nesse campo,  e começar a nos envolver mais com o   design dessas tecnologia, fazer mais propostas práticas, e lidar com os problemas práticos...
[14:22] <MarceloBuzato> (desculpem, meu browser não está funcionando muito bem... mas sigo)
[14:23] <MarceloBuzato> Eu dizia que é um prazer poder dialocar com o prof Barreto porque tenho esse desejo de conhecer mais sobre o lado prático da construção dos artefatos que estudamos
[14:23] <MarceloBuzato> Isso porque tecnologia é, basicamente, "política feita por outros meios", como disse Wiebe Bijker
[14:23] <MarceloBuzato> (todos os autores que eu citar vão estar listados com os respectivos trabalhos no final do chat, ok?)
[14:24] <MarceloBuzato> Então, parece que está na hora de começarmos a fazer essa política junto com  os engenheiros e cientistas duros que constroem as máquinas e as redes que nós usamos.
[14:24] <MarceloBuzato> É aí que entra, pra mim, a utilidade de uma certa "semiótica material" (termo proposto por John Law).
[14:25] <MarceloBuzato> Que é onde acho que eu e minha amiga Ana nos encontramos.
[14:25] <MarceloBuzato> Essa, mais do que a matemática, é, na minha opinião, a candidata mais forte a “língua franca”
[14:25] <MarceloBuzato> Essa semiótica, digo
[14:25] <MarceloBuzato> que faz tanta falta para que eles e nós, das Humanas, possamos conversar de igual para igual.
[14:25] <MarceloBuzato>  É uma ideia ambiciosa, né? Mas creio que totalmente justificável em nossa época...
[14:26] <MarceloBuzato> Bom, mas hoje especificamente, o caso é mais “filosófico”... eu vim refletir com vocês sobre uma
[14:26] <MarceloBuzato> propriedade das novas mídias que  Lev Manovich chama de "transcodificação cultural".
[14:26] <MarceloBuzato> Mais especificamente, vim trazer para vocês uma reflexão que eu comecei a fazer em um texto   publicado na Revista TLA faz alguns anos,
[14:27] <MarceloBuzato> e que vira e mexe, volta a me “cutucar” toda vez que me deparo, por algum motivo, com algum tipo novo ou diferente de “interface de usuário”.
[14:27] <MarceloBuzato> Basicamente, 'transcodificação cultural' é um dos cinco princípios que distinguem o que o Manovich chama de "linguagem das novas mídias".
[14:27] <MarceloBuzato>  Não vamos confundir essa linguagem com a semiótica material de que falei há pouco,
[14:27] <MarceloBuzato> mas vamos pensar nela como a linguagem que nos permite, hoje, produzir, combinar, armazenar, distribuir e receber "conteúdos culturais" via computador.
[14:28] <MarceloBuzato> (Adelma e Ana, se eu estiver correndo muito, me avisem, por favor)
[14:28] <MarceloBuzato> O "trans", nesse caso, é pra destacar que essa linguagem depende de dois universos semânticos distintos, mas intimamente relacionados:
[14:28] <AnaMatte> está ótimo assim
[14:28] <MarceloBuzato> o do lado de dentro da tela, e o do lado de fora.
[14:28] <MarceloBuzato> Esses dois lados se encontram, justamente, nas interfaces de usuário,
[14:29] <MarceloBuzato>  mas cada um , do seu lado, tem seus próprios "sememas" e gramáticas e portanto,
[14:29] <MarceloBuzato> suas próprias possibilidades  e limitações para produzir sentido.
[14:29] <MarceloBuzato> Acontece que esse mundo de dentro foi arquitetado a partir do mundo de fora e,
[14:29] <MarceloBuzato> por isso mesmo, a interface é uma zona de fronteira, povoada por “híbridos".
[14:30] <MarceloBuzato> (Não vamos confundir "fronteira" com "divisa", certo? A fronteira é porosa, ela separa, mas também põe em contato)
[14:30] <MarceloBuzato> Bom, mas o legal do conceito é que ele nos fala sobre “transcodificação”, ou seja,
[14:30] <MarceloBuzato> sobre como o funcionamento de um lado pode afetar o que se passa no outro, mesmo que os dois lados não falem a mesma língua.
[14:30] <MarceloBuzato> Estão aí os hipertextos literários e o remix como método criativo pra provar que, de vez em quando, rolam uns “contrabandos” nessa fronteira...
[14:30] <MarceloBuzato> E é por causa disso que eu fico me perguntando o seguinte:
[14:31] <MarceloBuzato> será que podemos ver essa relação do homem com a máquina como uma relação dialógica,   no bakhtiniano do termo, isto é, como um encontro entre dois campos de existência   que se voltam um para o outro e se (re)constituem o tempo todo nesse espaço do “entre”?
[14:31] <MarceloBuzato> Outra perguntinha bem ambiciosa...
[14:31] <MarceloBuzato> Mas, de repente, podemos começar com um caso modesto e bem concreto: o dos agentes conversacionais, ou chatbots.
[14:32] <MarceloBuzato> Entre esses 'bots', como os íntimos os chamam, eu encontrei outro dia, por acaso,
[14:32] <MarceloBuzato> no site de uma marca de creme dental, uma que se chama Se7e Zoom.
[14:32] <MarceloBuzato>  Ela mora hoje em http://www.inbot.com.br/sete/.
[14:32] <MarceloBuzato> O ideal seria dar uns minutinhos pra quem nao conhece ir lá e brincar com ela, mas nao temos esse tempo. Pelo menos podem olhar a foto dela no meu segundo slide
[14:33] <adelmaa> Desculpe-me interrompê-lo professor, mas preciso esclarecer para os nossos visitantes que as perguntas deverão ser clocadas no final da apresentação. Obrigada!
[14:33] <MarceloBuzato> A Se7e, dolado de  cá da tela, é, basicamente,  é uma  "mina descolada", como a gente diz em São Paulo,
[14:34] <MarceloBuzato> Ok, Adelma. Grato.
[14:34] <MarceloBuzato> Continuando..
[14:34] <MarceloBuzato> uma "mina" dessas  bem extrovertidas, que "curtem fotografia" e têm os dentes bem branquinhos.
[14:34] <MarceloBuzato> Eu achei tão bacana a Se7e, que resolvi ajudá-la a manter uma conversa “convincente” comigo, isto é, um conversa entre dois humanos “normais”.
[14:34] <MarceloBuzato> Comecei falando de coisas bem previsíveis (seu nome, o que você faz, etc.) e usando expressões formulaicas (“tudo bem?”).
[14:35] <MarceloBuzato> E até que funcionou. Comecei a simpatizar com ela.
[14:35] <MarceloBuzato> Mas daí, por curiosidade, resolvi perguntar sobre algo fora do esperado   para uma "mina que curte fotografia" e vende  pasta de dentes.
[14:35] <MarceloBuzato> Foi mais ou menos assim:
[14:35] <MarceloBuzato> Eu:  “Você sabe o que é uma vaca?”  Ela:  “É sei... acho que sei. Mas vamos lá, qual a pergunta mesmo?”
[14:35] <MarceloBuzato> Bom, em vez de simplesmente repetir, eu resolvi mudar de verbo.
[14:36] <MarceloBuzato> Eu: “Você tem uma vaca?”
[14:36] <MarceloBuzato>  Ela: “Volta e meia aparece uma doença nova no gado”.
[14:36] <MarceloBuzato> Legal! Ela tentou me enrolar. Mas não se enrolou totalmente... já corrigi provas assim...
[14:36] <MarceloBuzato> Isso é uma coisa que qualquer ser humano faz mesmo, até as "minas descoladas", não é?
[14:36] <MarceloBuzato> Fui adiante, agora com um atributo pouco usual para uma vaca, pra ver o que rolava:
[14:37] <MarceloBuzato> e um pressuposto que eu achava que ela não teria no programa dela
[14:37] <MarceloBuzato> Eu: “Sua vaca é bonita?”
[14:37] <MarceloBuzato> Ela: “Eu não! Olha o respeito...”
[14:38] <MarceloBuzato>  Pronto. A "mina descolada", de repente, virou um programa em AIML!
[14:38] <MarceloBuzato> Ficou difícil pra ela inferir o valor performativo do que eu disse,
[14:38] <MarceloBuzato> não foi nem porque faltou o pressuposto sobre ela ter uma vaca..
[14:39] <MarceloBuzato> e não foi  porque ela é “burra”
[14:39] <MarceloBuzato> mas simplesmente porque ele mora do outro lado da tela, não conhece meu contexto, meu mundo, meus truques...
[14:39] <marcosbarretto> (pergunta de neófito: qual o código da palestra pra eu ver os slides?)
[14:39] <MarceloBuzato> Ou será que as “minas descoladas” de verdade também fazem isso, de vez em quando, quando conversam com intelectuais quarentões que não sabem “xavecar”?
[14:39] <MarceloBuzato> buzato-2013, Marcos
[14:40] <MarceloBuzato> Bom, pra não ser injusto totalmente
[14:40] <MarceloBuzato> resolvi dar mais uma chance. Mandei uma paráfrase da primeira pergunta, mas mudei a ordem sintática de 'sua' e 'vaca':
[14:40] <MarceloBuzato>  Eu: “Mas a vaca da qual você está falando é sua?”
[14:41] <MarceloBuzato> Ela: “Liga não, tô falando com uma pessoa atrás da outra aqui no chat e misturo tudo. Não pensa que eu sou doida, não”.
[14:41] <MarceloBuzato> Daí não teve jeito, né? A “mina” virou “bot” mesmo...
[14:41] <MarceloBuzato> Vocês podem dizer que eu não fui justo com a pobre robozinha (nem com seu criador, obviamente) escolhendo justamente essa pergunta para fazer.
[14:42] <MarceloBuzato> Afinal, essa interface foi pensada para um certo cenário, um certo contexto, modelada em algo "normal" do lado de cá da tela
[14:42] <MarceloBuzato> Afinal, quem chega para uma 'mina descolada' numa loja de cosméticos ou numa farmácia e pergunta “Você sabe o que é uma vaca?”
[14:42] <AnaMatte> (bot=robô)
[14:42] <MarceloBuzato> Só pode ser coisa de "doido", ou de linguista aplicado... Ou de professor de português para estrangeiros, no dia da chamada oral?
[14:43] <MarceloBuzato> Bom, mas eu curti a coisa, fui atrás de como funcionava (até onde eu conseguia entender sem saber nada de computação),  e resolvi mandar o link para meus alunos, por email.
[14:44] <MarceloBuzato> Só que a conexão tinha caído, pela terceira vez no mesmo dia.
[14:44] <MarceloBuzato> Daqui pra frente é tudo mentirinha, mas daquele tipo de mentirinha que pode acontecer de verdade, como minha fantasia com a Se7e sendo uma “mina descolada”)
[14:45] <MarceloBuzato> Liguei para o meu provedor. Uma gravação me mandou digitar meu telefone. Digitei.
[14:45] <MarceloBuzato> Depois de digitar mais um monte de escolhas de menu, entra na linha o que parecia ser uma mulher de carne e osso. Era uma “mina”, outra vez, só que essa não era descolada...
[14:45] <MarceloBuzato> Percebi que era gente não pela voz, mas por que mudou o ruído ambiente. E que não era gente descolada, pela prosódia, e pelo tom “burocrático” do “boa tarde”.
[14:45] <MarceloBuzato> Ela: “Com quem estou falando?”  Eu: “Marcelo Buzato”
[14:45] <MarceloBuzato> Ela: “Qual é o número do seu telefone, por favor?”
[14:45] <MarceloBuzato> Eu: “Acabei de digitá-lo”!
[14:46] <MarceloBuzato>  Ela: “Confirme o seu número de telefone, senhor”
[14:46] <MarceloBuzato>   Eu: [Pensando: será que ela não sabe mesmo? ou será que é por causa da tal da gravação que eles fazem?] “Tá bom. Meu número é  5128 0426” (outra mentirinha esse número)
[14:46] <MarceloBuzato> Ela: “O senhor é o titular?“
[14:46] <MarceloBuzato> Eu: “hã?”
[14:46] <MarceloBuzato> Ela: “O titular da linha, é o senhor?”
[14:46] <MarceloBuzato> Eu: “Não sei, faz tanto tempo que eu uso essa linha... acho que sou”.
[14:46] <MarceloBuzato> Ela: “O senhor não sabe se é o assinante da linha?”
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensando: 'sei sim, sua v...a, não tô falando porque gosto de papear com atendente de telemarketing’!]
[14:47] <Dani_Re> MarceloBuzato, faltam 5 minutos
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensando melhor: 'Quer saber,  vou falar que sou o titular e pronto]
[14:47] <MarceloBuzato> OK Dani, grato
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensado ainda melhor: ‘ vou dizer que sou, como ela vai saber?’]
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensando mais do que deveria: 'Mas e se ela estiver gravando, e a linha estiver no nome da minha mulher? Com que cara vou ficar?’].
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: “Moça, eu não sei. Não sei se eu sou o titular. Tem outra pergunta que eu possa responder, por favor?”
[14:47] <MarceloBuzato> Ela: “O senhor tem uma fatura em mãos?”
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensando: 'p..., agora essa v... tá me sacaneando... pensa que eu sou analfabeto? Ou é porque a gravação falou  ‘tenha em mãos a sua fatura’, e eu desobedeci?]
[14:48] <MarceloBuzato> Eu: “Ter eu tenho, mas estou sem os óculos...”. Olha, moça, olha, eu não sou doido, não, viu?, é que é tanta conta, tanta reclamação pra fazer!
[14:48] <MarceloBuzato> (A essa altura, a conexão tinha voltado. Achei mais fácil desligar o telefone do que continuar naquela agonia)
[14:48] <MarceloBuzato> Bom, o que eu quero apontar, pra voltar ao meu assunto, é o seguinte:
[14:48] <MarceloBuzato> os humanos dessa história, no caso eu e a atendente de telemarketing,   nos comportamos de tal forma (uma forma algorítmica, digamos), que,   se vocês lessem a “transcrição” sem o contexto e os comentários que eu fiz,   ficaria difícil pra vocês dizerem, com certeza, quem era gente e quem era software, concordam?
[14:49] <MarceloBuzato> (Isso não é nenhuma novidade, e está aí o Prêmio Loebner pra confirmar.)
[14:49] <AnaMatte> smile
[14:49] <MarceloBuzato> Mas vejam que isso é menos importante do que a gente sacar que esse estatuto de "humano" ou "não-humano",  a priori,
[14:49] <MarceloBuzato> não é suficiente pra ninguém ser “gente”, a menos que essa posição seja sustentada dialogicamente...
[14:49] <MarceloBuzato> Para a atendente de telemarketing (não a pessoa, mas o ser social/agente institucional),   eu só sou interlocutor legítimo enquanto for capaz de corresponder ao número  que está na tela do computador (e/ou na fatura perdida).
[14:49] <MarceloBuzato> Sem a conexão com esses não humanos, isso eu sou apenas uma voz...aliás, eu sou um ser que fala, mas que não tem voz de verdade!
[14:49] <MarceloBuzato> Contudo,  esse mesmo Marcelo se comportou como programa testando a capacidade da Se7e,  por puro prazer, inicialmente, mas para validá-la, num segundo momento.
[14:50] <MarceloBuzato> A graça ali estava, primeiro, em provar que é possível tratá-la como gente,  e, depois, em descobrir onde estava  a não-humanidade dela,   o que é que faltava pra que ela tivesse uma voz de verdade, como eu, até então, supunha ter...
[14:50] <MarceloBuzato> Esse "caso" , para mim,  sugere que a relação entre os dois lados da tela pode sim ser dialógica.
[14:50] <MarceloBuzato> Contudo, esse não é um diálogo entre  humanidade e não-humanidade:
[14:50] <MarceloBuzato> é um diálogo entre duas vozes que os humanos usam para humanizar e/ou desumanizar os outros,
[14:50] <MarceloBuzato> sejam esses outros pessoas ou coisas.
[14:50] <MarceloBuzato> Eu as identifico como vozes do que Edgar Morin chamou de “racionalidade” e “racionalização”.
[14:50] <MarceloBuzato> A racionalização é aquela voz que quer “encerrar a realidade num sistema coerente”   e que diz que  “tudo o que, na realidade,  contradiz este sistema coerente é (...)ilusão ou aparência” (p. 102).
[14:51] <MarceloBuzato> Já a racionalidade é “o diálogo incessante entre o nosso espírito” e o “mundo real”,
[14:51] <MarceloBuzato> é a voz que cria estruturas lógicas, as aplica sobre o mundo,
[14:51] <MarceloBuzato>  mas não dispensa o que não cabe em sua pseudo-coerência:
[14:51] <MarceloBuzato> ao contrário, dialoga incessantemente com o que “lhe resiste”.
[14:51] <MarceloBuzato> Logo, o que importa é que nossa "sociabilidade" e nossa "subjetividade" são constituídas pelos   vínculos que mantemos com os outros, sejam esses outros humanos ou com máquinas.
[14:51] <MarceloBuzato> Essa é a terceira e última afirmação ambiciosa que faço aqui:
[14:51] <MarceloBuzato> é possível (e necessário) que aprendamos a incluir as máquinas (as coisas, em geral) entre os “outros” com os quais nos vinculamos, necessariamente, para existirmos,  para sustentar nossa humanidade e nossa existência social.
[14:52] <MarceloBuzato> Essa ambição, que estou propondo que deveria ser também dos linguistas aplicados, está bem melhor instalada entre os teóricos do "pós-social", como Karin Knorr-Cetina e do "pós-humano", como Donna Haraway.
[14:52] <MarceloBuzato> Não sei quantos aqui já ouviram falar nessas abordagens, e não seria possível explicá-las aqui com o tempo que temos.
[14:52] <MarceloBuzato> Mas o fato é que esses estudos têm tudo a ver com a possibilidade de entendermos melhor híbridos como agentes conversacionais e vozes que nos atendem em centrais de telemarketing
[14:52] <MarceloBuzato> e, se conseguirmos expressar esse entendimento nos termos da tal semiótica material de que estou falando,
[14:52] <MarceloBuzato> talvez tenham tudo a ver com a possibilidade de construirmos “contra-híbridos” animados mais pela voz da racionalidade do que pela da racionalização.
[14:52] <MarceloBuzato> Uma boa candidata a tornar-se a base da semiótica material de que necessitamos é, na minha opinião, a Teoria Ator-Rede, cujo principal expoente é Bruno Latour.
[14:52] <MarceloBuzato> (já estou concluindo, Dani...)
[14:52] <Dani_Re> ok
[14:52] <MarceloBuzato> E o primeiro passo para desenvolver essa semiótica consistiria, provavelmente,   em tratar nossos  sujeitos e seus mundos globais de atores-redes.
[14:53] <MarceloBuzato> Atores-redes são cadeias longas e complexas de entidades humanas e não-humanas que facultam continuamente a emergência do que chamamos de humanidade e sociedade.
[14:53] <MarceloBuzato> Ou a sua falência.
[14:53] <MarceloBuzato> Não temos tempo pra falar muito mais disso aqui.
[14:53] <MarceloBuzato> Eu  preferi usar nosso tempo com a historinha que contei, do que enchendo a tela de vocês com conceitos vagos. Espero ter feito a coisa certa.
[14:53] <MarceloBuzato> Mas, pra quem tiver curiosidade, eu publiquei recente um trabalho em que uso a tal teoria pra estudar os letramentos de dois jovens universitários, e que, embora insipiente, pode oferecer uma primeira entrada no assunto.
[14:53] <MarceloBuzato> Acho que era isso que eu tinha pra falar hoje. Agradeço pela atenção, e fico à disposição de vocês para as perguntas, quando for o momento.
[14:53] <MarceloBuzato> Ou, em outro momento, pelo email mbuzato@iel.unicamp.br.
[14:53] <MarceloBuzato> Seguem as referências.
[14:54] <MarceloBuzato> Referências:  BAKHTIN,  Mikhail  M.  Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução  Paulo Bezerra. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008  BIJKER, Wiebe E. Why and How Technology Matters. In: GOODIN, Robert E.; TILLY, Charles. Oxford Handbook of Contextual Political Analysis. Oxford: Oxford University Press, 2006. Cap. 37, p. 681-706.   BUZATO, Marcelo. E. K. Can reading a robot derobotize a reader? Trab. ling
[14:54] <MarceloBuzato> OOps, desculpem, vou colar novamente as referencias uma a uma
[14:54] <Dani_Re> obrigada, prof. MarceloBuzato. Gostaríamos de chamar o prof. marcosbarretto para falar e em seguida propor o debate dos dois, pode ser?
[14:54] <marcosbarretto> ok!
[14:54] <MarceloBuzato>  BAKHTIN,  Mikhail  M.  Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução  Paulo Bezerra. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008
[14:54] <MarceloBuzato> BIJKER, Wiebe E. Why and How Technology Matters. In: GOODIN, Robert E.; TILLY, Charles. Oxford Handbook of Contextual Political Analysis. Oxford: Oxford University Press, 2006. Cap. 37, p. 681-706.
[14:54] <MarceloBuzato> BUZATO, Marcelo. E. K. Can reading a robot derobotize a reader? Trab. linguist. apl.,  Campinas,  v. 49,  n. 2, Dec.  2010
[14:55] <MarceloBuzato> BUZATO, Marcelo E. K. Práticas de letramento na ótica da Teoria Ator-Rede: casos comparados. Calidoscópio, v. 10, n. 1, p. 65–82 , 2012.
[14:55] <MarceloBuzato>  KNORR-CETINA, Karin. Sociality with Objects: Social Relations in Postsocial Knowledge Societies. Theory, Culture & Society, v. 14, n. 4, p. 1–30, 1997.
[14:55] <acris> obrigada, MarceloBuzato! vamos abrir as perguntas no final, pessoal, guardem-nas por favor
[14:55] <MarceloBuzato> HARAWAY, Donna. A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in the Late 20th Century. Simians, cyborgs, and women?: the reinvention of nature. p.149–181. New York: Routledge, 1991.
[14:55] <MarceloBuzato>  LATOUR, Bruno. Reassembling the social?: an introduction to actor-network-theory. Oxford; New York: Oxford University Press, 2005.
[14:55] <MarceloBuzato>   LAW, John. Actor-network theory and material semiotics. In: B. S. Turner (Org.); The new Blackwell companion to social theory. p.141–158. Chichester, West Sussex, United Kingdom; Malden, MA, USA: Wiley-Blackwell, 2008.
[14:55] <MarceloBuzato>  MANOVICH, Lev. The Language  of New Media. Cambridge, MA: MIT Press, 2001.
[14:55] <Dani_Re> todos poderão participar com comentários e perguntas no final!
[14:55] <MarceloBuzato> MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. 2º ed. Paris: Instituto Piaget, 1990
[14:55] <MarceloBuzato> É isso! Grato.
[14:56] <Dani_Re> obrigada, prof. MarceloBuzato
[14:56] <AnaMatte> obrigada, Marcelo! clap clap clap (bato palmas por todos)
[14:56] <MarceloBuzato> Ok, claro
[14:56] <Dani_Re> chamamos então o marcosbarretto para continuar a conversa
[14:56] <Dani_Re> smile
[14:56] <MarceloBuzato> smile valeu, Ana, vc é generosa
[14:56] <marcosbarretto> Boa tarde a todos. Agradeço à Ana a oportunidade de poder falar com vcs. E espero que esta conversa seja ponte seja parte da ponte que, como disse Marcelo, é preciso construir entre a visão conceitual da Semiótica (e outras Ciências) e a construção de equipamentos e dispositivos que sirvam aos Humanos, que é a missão da Engenharia. Vamos conversar sobre  síntese expressiva e deteção de emoções na fala, de forma b
[14:57] <AnaMatte> eu é que agradeço, marcosbarretto
[14:57] <marcosbarretto> Peço a todos que abram os slides, para acompanhar o que vamos falar
[14:57] <marcosbarretto> (já digo que chat não é minha forma natural de conversa... mas vou tentar!!)
[14:57] <MarceloBuzato> Qual o código pra os slides do Marcos, gente, por favor?
[14:58] <acris> barretto-2013
[14:58] <MarceloBuzato> Grato
[14:58] <marcosbarretto> No inciio de cada intervenção, haverá o nro do slide. Assim, que se perder, pode reencontrar-se por esta numeração
[14:59] <marcosbarretto> (slide 2)Inicialmente, vamos conceituar Emoções, do ponto de vista da Psicologia. Depois, vamos discutir os principais métodos de trabalho para deteção de emoções na fala e analisar alguns resultados do estado da pesquisa. Finalmente, vamos conversar sobre como sintetizar computacionalmente as emoções, usando TTS (Text to Speech).
[14:59] <marcosbarretto> (slide 3)Antes de começar, um pouco sobre o meu trabalho.
[14:59] <marcosbarretto> (slide 4)Meu trabalho de pesquisa está focado na construção de robôs sociáveis. Este é um trabalho multi-disciplinar: além da Robótica (eletrônica, mecânica, controle) e outras áreas da Engenharia (Processamento de Sinais como imagens e som, Inteligência Artificial, etc) também inclui aspectos de outras áreas do Conhecimento, particularmente Psicologia, Linguística, Semiótica.
[15:00] <marcosbarretto> Pegando o gancho do Marcelo, parte está feita com AIML. Mas o mais importante é um novo gerenciador de diálogos
[15:00] <marcosbarretto> (slide 5)Vamos falar um pouco sobre Emoções.
[15:00] <marcosbarretto> (slide 6)São diversas as definições de Emoções, segundo os psicólogos. De forma geral, hoje em dia, incluem de alguma forma a avaliação cognitiva e a relação com as reações do corpo, bem como a alterção do estado interno. São chamadas, genericamente, de Teorias Cognitivas ou Appraisal Theories
[15:01] <marcosbarretto> (slide 7)Acho que Young definiu bem a questão! Todo mundo sabe o que são emoções, menos os psicólogos. Rsrs! Então, vamos deixar as definições de lado ...
[15:01] <Dani_Re> o código é: barretto-2013
[15:01] <marcosbarretto> (assim comoa gnt deixa a semiótica pros semióticos... rsrsrs!)
[15:01] <marcosbarretto> (slide 8)A discussão sobre as “emoções básicas” é bem importante. Se fosse possível ter emoções básicas como as cores básicas (Verde, Vermelho, Verde), a gnt poderia derivar todas as emoções a partir de umas poucas. Infelizmente, os psicólogos tem visões distintas sobre este ponto...
[15:01] <AnaMatte> ;)
[15:02] <marcosbarretto> Mais ainda: não há uma separação de uma hierarquia de emoções, de forma clara, permitindo a separação entre “emoções” e “estados cognitivos”. Assim, por exemplo, a depressão não seria uma “emoção” mas um “estado cognitivo”. Depressão inclui tristeza (esta sim, uma emoção) mas não é só isso. Nesta nossa conversa, ficaremos apenas nas emoções porque são mais facilmente (e, mesmo assim, nem t
[15:02] <marcosbarretto> (slide 9)O foco desta nossa conversa é na deteção e síntese. A avaliação (appraisal) propriamente dito está fora da nossa conversa. O slide mostra um dos modelos de avaliação, o CPM (Component Process Model) de Scherer, mostrando que os processamentos associados à deteção e à síntese neste contexto.
[15:02] <marcosbarretto> O modelo de Scherer imagina que os eventos (e aqui, inclue-se não somente a “emoção percebida” pelo interlocutor mas todas as informações no evento) são avaliados de forma sequencial, segundo os estágio de Relevância, Motivação, Análise (Reasoning) e Pessoal (Self). Estas avaliações geram ações fisiológicas autonômicas, ações motoras (de acordo com as tendências de reação de cada pessoa) e alteração
[15:03] <marcosbarretto> Assim, a deteção de emoções na fala é uma pré-classificação, que será avaliada por este processo. E a síntese expressiva de emoções é parte da ações motoras (motor expression), condicionada pela tendência de reação (action tendencies).
[15:03] <marcosbarretto> (slide 10)Para trabalhar-se computacionalmente, é preciso saber quais são as emoções. Para isso, os psicólogos apresentam dois modelos. O modelo contínuo busca determinar as “dimensões” do espaço de emoções, de forma bem cartesiana. Já os modelos discretos baseiam-se na classificação das emoções, segundo algum critério, separando diferentes “famílias” ou “tipos” de emoções.
[15:03] <marcosbarretto> (slide 11)Dentre os modelos dimensionais, o Plano AV (arousal e valence) é o mais importante. Arousal (agitação, excitação) indica o quanto a emoção deixa a pessoa agitada. Por exemplo, Anger (irritação, raiva) deixa uma pessoa menos agitada do que Rage (ódio).
[15:04] <marcosbarretto> Já a Valence (valência, prazer) indica se a emoção é positiva ou negativa: Happiness (Alegria) é positivo; Anger é negativo). Outros modelos listados no slide mostram outras dimensões, usadas em diversos trabalhos. A lista não é extensiva porque são muitas as propostas de modelos dimensionais
[15:04] <marcosbarretto> (slide 12)O modelo discreto de Goleman divide as emoções em “famílias”.  E busca listar, de forma extensiva, quais são os “nomes de emoções” em cada família.
[15:04] <marcosbarretto> (slide 13) As “Big 6” de Ekman são o modelo mais encontrado nos trabalhos publicados. Comparando com as famílias de Goleman (slide anterior) é um modelo grosseiro. Mas vamos ver que nem por isso é fácil identificá-las, computacionalmente.
[15:04] <marcosbarretto> (slide 14)Neste brevíssima introdução sobre Emoções, não poderia deixar de citar o modelo OCC, também usado em vários trabalhos. O modelo determina uma “teoria de tipos” para as emoções; os tipos estão indicados na figura nos quadrados.
[15:05] <marcosbarretto> . O processo de avaliação também está mostrado na figura. Por exemplo, um evento classificado como “Positive”  em termos de valência pode, em seguida, ser classificado em relação à sua consequência, levando a uma emoção do tipo Hope(esperança, se a avaliação refere-se à uma expectativa futura) ou Joy (alegria, se a consequência é imediata).
[15:05] <marcosbarretto> ). A avaliação da consequência (principalmente em relação à expectativa futura) pode levar a Satisfaction (satisfação) ou Relief (alívio) ou Happy-For (contente por outra pessoa).
[15:05] <marcosbarretto> (slide 15)Vamos então conversar um pouco sobre deteção de emoções na fala.
[15:05] <marcosbarretto> (slide 16)Os trabalhos que vamos discutir são sobretudo relacionados com a deteção de emoções na fala, usando como base SOMENTE os aspectos físicos da fala, sem considerações acerca dos outros canais (face, gestos) nem semânticos.  No final desta parte, vamos comentar rapidamente sobre fusão de canais e de semântica. Os métodos que vamos discutir estão incluídos na Inteligência Artificial, mais precisamente em â€
[15:06] <marcosbarretto> (slide 17)Em “Machine Learning”, de forma geral, tem-se uma etapa de treinamento, em que são “mostrados” ao sistema exemplos de análises. No caso da fala, conjuntos de features físicas e sua respectiva avaliação (ou seja, qual a emoção que está naquele conjunto de features físicas). Um outro conjunto de amostras é utilizado para teste de modelo, que agora deve gerar uma classificação, que deve ser comparada
[15:06] <marcosbarretto> (slide 18)Como vcs estão acostumados, para este tipo de trabalho é essencial contar-se com um corpus. No caso de emoções, tem-se diversos corpus disponíveis, publicamente. Estes diferenciam-se por “acted” x natural (atores ou situações reais), unimodal (só voz) ou multimodal e pelo tipo de anotações que contém. Assim, a seleção de um corpus adequado ao estudo que se deseja fazer é essencial.
[15:06] <marcosbarretto> (slide 19)Além dos critérios de classificação do slide anterior, é importante escolher um corpus que contenha as emoções que se deseja analisar. Como mostra o slide, as Big4 são relativamente comuns. Note que Disgust e Surprise (que completam as Big6 de Ekman) já não são tão comuns. Estados emocionais (como shame, pride, etc) são bem incomuns.
[15:07] <marcosbarretto> (slide 20)O slide lista trabalhos realizados e as emoções consideradas. Note que há grande diversidade; boa parte dos trabalhos limita-se a 3 ou 4 emoções. Trabalhos com uma quantidade maior de emoções (7, por exemplo) tem resultados normalmente piores do que com quantidade menor de emoções.
[15:07] <marcosbarretto> (slide 21)Como falamos, vamos usar somente features físicas. O slide mostra uma lista de possíveis features físicas (31!) que podem ser utilizadas. Parte delas faz, possivelmente, parte do seu dia-a-dia: F0, mediana, etc. Mas há muitas mais! Quais usar?
[15:07] <marcosbarretto> (slide 22)O slide mostra uma coleção de trabalhos e as features usadas. Claramente, não está claro quais usar....rsrsrs!
[15:07] <marcosbarretto> (slide 23)Os estudos para determinar quais as features mais relevantes também não são conclusivos. Neste estudo, percebe-se que o uso de uma única feature pode levar a taxa de acerto na faixa dos 46%. Mas o uso combinado das 31 features do slide 21 levam a 82% de acerto. Já o uso de 27 features levou a uma taxa de acerto superior, de 84%. Em resumo: não se sabe quais as features mais relevantes...
[15:08] <marcosbarretto> (slide 24)Como já falamos, a idéia é usar as técnicas de “Machine Learning”. Também falamos sobre features físicas. Falta então falar sobre os classificadores.
[15:08] <marcosbarretto> (slide 25)As redes neurais são um dos tipos mais importantes de classificadores. O tipo de NN (neural network) mais comum são as FeedForward (mostradas na figura) em que as entradas (no nosso caso, as features físicas) são ponderadas (pelos pesos, weigths), gerando as saídas. Ou seja, realizam uma média ponderada dos valores à entrada
[15:08] <marcosbarretto> O treinamento deste tipo de rede é normalmente feito por um algoritmo chamado “backpropagation”. Esta explicação simplista esconde a complexidade por trás das NN. Mas vc não precisa saber muito sobre a teoria para usar este tipo de classificador: basta ter os seus casos de treinamento e teste. E uma implementação das NN, que estão por ai!
[15:09] <marcosbarretto> (slide 26)Um outro classificador bem utilizado é conhecido como kNN (k-Nearest Neightbors). Novamente, a idéia é simples: encontrar os K pontos de referência (ou seja, os pontos de treinamento) mais próximos. No exemplo do slide, uma amostra de teste (ponto X) foi posicionada no plano das features (no caso, bidimensional).
[15:09] <marcosbarretto> Foi estabelecida uma métrica de proximidade, marcada com o círculo. Dentro desta região de proximidade, há mais pontos Preto do que Azul. Logo, a amostra de teste (ponto X) deve ser considerada na categoria Preto. Novamente, entender os detalhes da teoria pode ser complexo. Mas usar é BEM fácil!
[15:09] <marcosbarretto> (slide 27)O classificador SVM (Support Vector Machine) busca encontrar uma curva (na figura, linha azul pontilhada) que separa as classes (Azul e Vermelha). O SVM é, originalmente, binário: uma classe ou outra classe. Mas a idéia de one-vs-all é frequentemente implementada: um classificador Felicidade-NaoFelicidade, outro Raiva-NaoRaiva e assim por diante. Ou seja: usam-se vários SVM (um para cada emoção) para diferencia
[15:09] <marcosbarretto> (slide 28)Antes de apresentar resultados de trabalhos, é preciso perceber que os humanos também falham na deteção de emoções, baseando-se apenas na audição. A primeira tabela (chamada de Confusion Matrix ou Matriz de Confusão) mostra que, por exemplo, que Afraid é frequentemente (24%) confundido com Sad, embora a recíproca seja menos frequente (14%). E Normal tb é frequentemente (18%) confundido com Sad.
[15:10] <marcosbarretto> A segunda tabela mostra que a amplitude de variação do erro e o desvio padrão também são bastante variáveis ou, em outras palavras, o desempenho individual varia bastante. Por exemplo, a deteção de Normal varia entre 29% a 95% de acerto, como desvio padrão de 13.7. Quem acerta 29% está ligeiramente acima do “chute”, que seria 20% de acerto... Conclusão: se a gnt conseguir fazer um sistema com 60% a 70% de acerto,
[15:10] <marcosbarretto> (slide 29)Neste trabalho, foi utilizado SVM com as 31 features listadas no slide 21. O slide mostra a Matriz de Confusão; note que houve grande confusão entre Bravo e Triste (40%) embora a recíproca não seja verdadeira (17%). Este resultado tem a mesma tendência do trabalho feito com pessoas, mostrado no slide 28. No geral, obteve-se acerto de 76%. Problema resolvido? Não ... Porque o resultado é sobre o corpus; não há
[15:10] <marcosbarretto> (slide 30)Neste trabalho, foram usadas diversas técnicas (GMM, NN, SMV), inclusive misturadas. O trabalho foi feito treinando o sistema com uma voz de cada vez (coluna S DEP) e depois, treinando com todas as vozes misturadas (S IND). O melhor resultado foi obtido com a combinação de NN com SVM, chegando a 9% de erro para a situação com treinamento específico (S DEP) e 18% para treinamento independente do Interlocutor.
[15:11] <marcosbarretto> (slide 31)Uma pessoa não usa somente as features acústicas para determinar que emoção está percebendo no que está sendo dito pelo Interlocutor. São usadas outras informações, normalmente, como a face, os gestos e a semântica das palavras. Isso leva aos trabalhos de fusão sensorial.
[15:11] <marcosbarretto> Duas estratégicas básicas são usadas em fusão: a fusão de features e a fusão de classificadores. Na fusão de features, todas as features (de audio, video, semantica) são entrada simultânea para o classificador. Na fusão de classificadores, tem-se classificadores especializados para cada canal e um outro classificador, fazendo a integração entre os canais.
[15:11] <marcosbarretto> (slide 32)O uso de vários canais introduz também informações confusas para o classificador. Por exemplo, as imagens no slide são todas relativas a um segmento de vídeo de 4 segundos. Olhando a imagem, que emoção vc acha que está no vídeo? É impossível dizer, certo? Se vc não consegue, por que o classificador conseguiria? Rsrsrs!
[15:11] <marcosbarretto> O mesmo acontece com a semântica: pode ser que o gesto altere totalmente a compreensão da emoção que o Interlocutor deseja transmitir.
[15:11] <acris> smile
[15:12] <marcosbarretto> (slide 33)Neste trabalho, foi realizada a fusão de auido e video, usando ambas as técnicas (fusão de features e fusão de classifacadores). Pode-se perceber que não é possível tirar nenhum conclusão... rsrsrs!
[15:12] <marcosbarretto> A identificação de Happines foi melhor em video do que na voz ou na fusão (100%): ou seja, nem sempre a fusão ajuda. Por outro lado, entre as duas técnicas de fusão, também não se pode determinar qual é melhor: Anger foi melhor na fusão de features, Happiness foi melhor na fusão de classificações.
[15:12] <marcosbarretto> Mas o erro médio é menor com a fusão do que com canais independentes (as matrizes do slide não mostram esta conclusão mas, fazendo as contas, é uma conclusão que se pode tirar!)
[15:13] <marcosbarretto> (slide 34)Neste trabalho, foi feita a fusão de linguagem e audio. Pode-se perceber a melhora com a fusão, atingindo 8% de erro com uso de NN. A técnica para a determinação da emoção na semântica é Belief Network, que associada uma valência a cada palavra e regras de composição para “somar” as palavras em um frase
[15:13] <marcosbarretto> (slide 35)Um pouco sobre sintese expressiva
[15:13] <marcosbarretto> (slide 36)A gnt pode separar em 3 problemas: (i)como gerar a vocalização? (ii)como gerar a curva prosódica desejada? (iii)qual curva prosódica usar? Deste problemas, vamos discutir somente (i) e (ii). O problema (iii) fica pra uma outra conversa...
[15:13] <marcosbarretto> (slide 37)Imagino que os elementos prosódicos são melhor conhecidos por vcs do que por mim... Mas, se vc não conhece, vai entender um pouco pelos próximos slides. A questão central é que, pra determinar uma curva prosódica, pode ser necessário intervir em qualquer um dos elementos, como mostrarão os exemplos dos próximos slides.
[15:13] <marcosbarretto> (slide 38)Pode ser necessário intervir em nivel de silaba, como mostra o exemplo.
[15:14] <marcosbarretto> (slide 39)Ou em nivel de palavra prosódica.
[15:14] <marcosbarretto> (slide 40)Ou em nivel de sintagma fonologico.
[15:14] <marcosbarretto> (slide 41)Ou mesmo em sintagma entoacional.
[15:14] <marcosbarretto> (slide 42)Para as intervenções listadas nos slides anteriores, é preciso determinar os parâmetros físicos sobre os quais deve-se atuar. Novamente, o mesmo problema... Quais são relevantes? O slide mostra alguns deles.
[15:15] <marcosbarretto> (slide 43)O slide mostra a relação entre algumas emoções e a intervenção nas features físicas. Por exemplo, Joy deve ser acompanhada de uma variação da F0, com estressamento das sílabas tônicas.
[15:15] <marcosbarretto> (slide 44)Este trabalho mostra o uso do modelo de Emoções com Activation/Evaluation/Power (A/E/P), para 4 emoções (tabela em azul). E mostra como intervir em um conjunto de features físicas, para cada nivel de A/E/P.
[15:15] <marcosbarretto> (slide 45)Os software de TTS (Text-To-Speech) mais modernos implementam o padrão SSML (Speech Synthesis Markup Language), que permite a determinação de aspectos prosódicos.
[15:15] <marcosbarretto> (slide 46)SSML permite espeficiar <emphasis> (ênfase), ou seja, elevação no volume com alongamento das vogais.
[15:16] <marcosbarretto> (slide 47)SSML permite especificar completamente a curva prosódica com a tag <contour>.
[15:16] <marcosbarretto> (slide 48)Veja os exemplos nos links dos slides, quando tiver um tempinho.
[15:16] <marcosbarretto> foi corrido? sorry!!
[15:16] <marcosbarretto> (slide 49)obrigado!!
[15:17] <Dani_Re> obrigada, prof. marcosbarretto
[15:17] <Dani_Re> vamos abrir a sala para perguntas então!
[15:17] <acris> obrigada, marcosbarretto clap clap clap clap
[15:17] <Renilze> Onde localizar esses slides?
[15:17] <acris> pessoal
[15:17] <marcosbarretto> (gnt: estava copiando e colando... não esperem que eu digite tao rapido...)
[15:17] <Dani_Re> perguntas, comentários?
[15:17] <acris> eu gostaria que primeiro o marcosbarretto e o MarceloBuzato pudesse falzer alguma pergunta um pro outro
[15:17] <Dani_Re> ok
[15:18] <MarceloBuzato> E quem pergunta primeiro?
[15:18] <marcosbarretto> Manda ai!
[15:18] <acris> smile
[15:18] <MarceloBuzato> Olá Marcos, fascinante seu trabalho, parabéns!
[15:18] <marcosbarretto> tks!!!
[15:19] <marcosbarretto> gostei super da sua apresentacao; manovich já era conhecido mas tem um monte
[15:19] <marcosbarretto> de outras coisas pra eu estudar!
[15:19] <MarceloBuzato> A primeira pergunta mesmo seria como conseguir os slides, pq aqui no browser ficaram bem ruins de ler e eu queria muito olhar com calma e ver os links
[15:19] <marcosbarretto> achar ponteiros é sempre complicado...
[15:19] <acris> podemos colocar depois no site um link direto pros slides
[15:19] <Bintje> Essas histórias me fazem lembrar do computador HAL-9000. São necessários computadores muito potentes para realizar essas interações homem-máquina?
[15:19] <MarceloBuzato> Grato, fico feliz que tenha alguma ressonancia e
[15:20] <MarceloBuzato> Bom, mas minha pergunta
[15:20] <MarceloBuzato> na verdade é a seguinte:
[15:20] <Dani_Re> vamos publicar todo o registro das apresentações e os links dos slides tbm smile
[15:20] <marcosbarretto> (depois falo sobre HAL900)
[15:20] <MarceloBuzato> O que vc acha que é mais difícil, no momento: fazer o sistema de síntese se aproximar da performance do humano ou saber exatamente onde ele tem que se confundir pra poder ficar "mais humano"?
[15:21] <marcosbarretto> sempre tenho que ler umas 10 vezes o que os semioticos escrevem... como já disse varias vezes à Ana, nunca uso palavras com 4+ silabas...
[15:21] <marcosbarretto> mas vamos lá!
[15:22] <acris> gostaria de apimentar essa pergunta... mas responde primeiro, marcosbarretto, pois prefiro perguntar aos dois
[15:22] <marcosbarretto> a compreensão de contexto, passando pela compreensão de semântica (linguistica) esta ainda engatinhando
[15:22] <Bintje> Joseph Campbell no livro O Poder do Mito: "Meu computador me proporcionou uma revelação sobre a mitologia. Você compra um determinado programa e ali está todo um conjunto de sinais que conduzem à realização do seu objetivo. Se você começa tateando com sinais que pertencem a outro sistema de programas, a coisa simplesmente não funciona."
[15:22] <marcosbarretto> assim, do ponto de vista pratica, fazer algo que se compare à performance humana está bem longe... provavlemente, umas 2 geracoes...
[15:23] <marcosbarretto> não temos mecanismo adequados pra aprendizagem; machine learning é muito simplista e, claro, nao permite tirar conclusoes
[15:23] <vitorlobo> isso tudo me lembra oq atualmente a Foxxconn fez com seus funcionarios...dos quais montavam toda aquela parafernalha da Apple...a solução que arrumaram para não mais causar escandalos internacionais quanto os maus tratos aos chineses, foi de substitui-los por AI...
[15:23] <marcosbarretto> apenas serve pro trabalho de classificacao
[15:23] <vitorlobo> sem falar deste restaurante na china:
[15:24] <marcosbarretto> já a humanizacao do computador é uma coisa mais facil, à medida em que a gnt tirar a interface de botoes
[15:24] <marcosbarretto> e troca por uma interface (ainda que limitada) por voz
[15:24] <marcosbarretto> mas tb tem a sua lmitacao em termos de expectativa: do "outro lado" tem uma maquina burra...
[15:25] <MarceloBuzato> claro...
[15:25] <vitorlobo> marcosbarretto, botoes sempre serão necessários ainda que como uma segunda opção "manual" rs,..afinal, eos deficientes de fala, ouvido etc? :P
[15:25] <marcosbarretto> a gnt pode creditar o que quiser ao computador: implicacoes mitologicas entre elas... mas nao passa de algo muito limitado...
[15:25] <MarceloBuzato> smile
[15:26] <Bintje> Mais do que burra, o computador é uma máquina do Velho Testamento.
[15:26] <Bintje> Explico:
[15:26] <Bintje> Joseph Campbell no livro O Poder do Mito: "Sim. Mas então chega um momento em que a máquina começa a ditar ordens a você. Por exemplo, eu comprei uma dessas máquinas maravilhosas – um computador. Ora, como lido predominantemente com deuses, foi por aí que identifiquei a máquina: ela me parece um deus do Velho Testamento, com uma porção de regras e nenhuma clemência."
[15:26] <marcosbarretto> o que falta, na minha visão (e de muitos, mas nao tenho a memoria do Marcelo pra citacoes) eh, inicialmente, alguma forma de aprender]
[15:26] <Bintje> Como incorporar "alguma clemência" à IA?
[15:26] <marcosbarretto> mesmo a logica que dispomos é bastante limitada
[15:27] <acris> MarceloBuzato e marcosbarretto: puxando a sardinha pro meu prato, eu não consigo pensar que a teoria correta para cuidar dessas questões não seja a semiótica greimasiana, e acho que ela resolveria os problemas de indefinições apontados pelo Marcos, por exemplo. Com ela trabalhamos tanto as relações quanto as emoções de forma bastante sistematizada e, o que é mais legal ainda, de forma abstrata. Assim, a pergunta que eu gostaria de ver pensada por
[15:27] <acris> vocês dois é: se, mesmo com a tecnologia ainda incipiente que temos, o robo pode - e concordo que possa - ser percebida como "mais humano" que o homem em algumas situações de interação, a simulação de emoções - que tambem acredito ser possivel ser "mais humana" que a humana propriamente dita, em algumas situacoes - poderia gerar um problema em relação à aceitação dos robos? isso deveria ser considerado por quem os inventa?
[15:27] <marcosbarretto> nao tenho esperança de que haja o "click" que muda tudo, enqto eu viver...
[15:28] <vitorlobo> usar a maquina como objetivo de substituição da mente humana é tolice...mas por outro lado, usa-la para nos beneficiar naquilo que a mente humana não é capaz, nos serve muito bem. Como por exemplo, processamento de dados.....
[15:28] <Bintje> A questão da aceitação dos robos passa pela solidão humana.
[15:28] <Bintje> Imagine a situação dos velhos no Japão,
[15:29] <Renilze> Concordo, deve-se pensar em usar para beneficiar o humano, e isso precisa e muito...
[15:29] <Bintje> há robos que são companheiros deles, como bonecos.
[15:29] <marcosbarretto> eu acredito em dispositivos que psosam ajudar às pessoas: eu sou Engenheiro. Assim, o robô em que estamos trabalhando pretende ser companhia pra gnt solitária
[15:29] <Bintje> Entendi, Marcos
[15:29] <vitorlobo> Bintje, penso que vc esteja se baseando numa tese meio longe do que esteja sendo proposto aqui
[15:29] <marcosbarretto> falar sobre a vida passada da pessoa, ser bom ouvinte, lembrar a hora de tomar o remedio, de ligar pra filha, etc
[15:29] <Bintje> Há um enorme espaço para essa interação,
[15:29] <vitorlobo> dramatizando demais as coisas
[15:29] <MarceloBuzato> Ana, eu acho que essa pergunta é difícil, mas eu diria que antes disso, a gente talvez precise avaliar até que ponto essa separação entre humano e não-humano vai se sustentar na prática...
[15:29] <Bintje> Não, Vitor.
[15:29] <vitorlobo> os tempos mundam, as tecnologias evoluem, as necessidades do homem também se modificam
[15:29] <MarceloBuzato> teoricamente ela já está bem abalada.
[15:30] <Bintje> Vou buscar a reportagem.
[15:30] <marcosbarretto> nao se trata de substituir o humano
[15:30] <Renilze> Que tal, preparar o humano para ter mais solidariedade.
[15:30] <acris> MarceloBuzato: euconcordo, mas as pessoas resistem a isso, em geral, tanto que estamos discutindo aqui substituir ou não o humano, quando penso que isso nem chega a ser uma questão propriamente dita
[15:30] <MarceloBuzato> Pra pegar carona no exemplo do Marcos
[15:30] <vitorlobo> tecnologia é feita para ajudar , agilizar as coisas, facilitar a vida do homem...não o contrario
[15:30] <vitorlobo> ou substituir por exemplo rs
[15:31] <marcosbarretto> o problema de aceitacao de "robos quasi-humanos" é bem discutido na lteratura; procurem por UNCANNY VALLEY
[15:31] <MarceloBuzato> um idoso sem filhos mas com um robot que converse com ele talvez seja mais humano do que um sem filhos e sem robô, não?
[15:31] <acris> marcosbarretto: otimo
[15:32] <vitorlobo> MarceloBuzato, para isso existem animais domésticos rs
[15:32] <Bintje> Achei a reportagem, da BBC.
[15:32] <MarceloBuzato> E outra coisa que acho que podemos pensar desde já:
[15:32] <acris> MarceloBuzato: tb acho... ainda mais numa sociedade que muitas vezes exclui os idosos... e eles passam a ser peças do mobiliário
[15:32] <vitorlobo> MarceloBuzato,  que são mais "vivos" do que qualquer robô
[15:32] <vitorlobo> :P
[15:32] <Bintje> "Japão usa robôs para consolar vítimas de tsunami" - http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2011/07/110719_japao_foca_robo_tsunami_fn.shtml
[15:32] <Woodsonfc_> Na literatura da ficçao científica tb se discute muito isso como em Isack Asimov
[15:32] <marcosbarretto> eu concordo com Marcelo: a gnt faz o cachorro ser nossa companhia, e isso nos permite exercitar nossa humanidade
[15:32] <cvcosc> A Sherry Turkle mostra vários exemplos de como robôs ajudam idosos em casas de repouso.
[15:32] <MarceloBuzato> a gente sempre se transforma de algum modo em função do outro com quem convivemos e interagimos...
[15:33] <acris> legal, Bintje
[15:33] <vitorlobo> nem tudo q vem do oriente ....nem tudo ..é bom levar-se a sério rs
[15:33] <vitorlobo> eles casam com bonecas infláveis, casam-se com robos
[15:33] <acris> vitorlobo: hahahaha
[15:33] <cvcosc> Mas levanta outros problemas de como os parentes humanos acabam deixando por conta do robô o que deveria ser função deles, dar carinho, atenção, fazer visitas, etc
[15:33] <Bintje> Sim, eles tem muito menos reservas em relação aos robos que nós.
[15:33] <MarceloBuzato> logo, esse limirar aí vai ficar mais difícil de determinar apenas pela maneira como falamos, pensamos ou reagimos no discurso.
[15:33] <Renilze> Ainda estou na tecla de buscar trabalhar o humano em ser mais sensível, pois, a máquina não substituirá o humano em oferecer carinho, calor e a presença é importante. Não é verdade?
[15:33] <marcosbarretto> sao muitos os trabalhos em que robôs são intermediários na comunicacao de altistas com o mundo exterior
[15:33] <marcosbarretto> ou seja: nao so idosos
[15:34] <Bintje> Sim, mas temos que começar trabalhando nos casos mais intensos.
[15:34] <Bintje> Idosos,
[15:34] <acris> todas essas questões são complexas. Vejo os jovens preferindo se comunicar pelo facebook do que face a face, e quem pode dizer que estão errados?
[15:34] <Bintje> gente com problemas motores,
[15:34] <MarceloBuzato> Eu acho que "vida", assim como "humanidade", é efeito, é performance...
[15:34] <Madu> Num mundo em que a população vive cada vez mais, as pessoas tem cada vez menos filhos e a distancia geográfica entre as pessoas é cada vez maior, desenvolver robos assim me parece genial,
[15:34] <acris> acho que nao devemos tecer juizo de valores para nao cair em preconceito
[15:35] <vitorlobo> AI nas cadeias...acabar com esse negócio de agente carcerário.... assim, há somente um comando, um controle, um cabeça....se ouvir corrupção na cadeia, saberão todos de quem vem..
[15:35]  * acris vai criar a associação de proteção aos robos
[15:35] <Dani_Re> smile
[15:35] <vitorlobo> penso em coisas práticas do tipo
[15:35] <belcoimbra> me lembrei do filme Blade Runer alguem viu?
[15:35] <vitorlobo> isso me lembra a resident evil...a dama vermelha nas prisoes
[15:35] <vitorlobo> mas é interessante rs
[15:35] <Woodsonfc_> Acho que essa dicotomia do humano x não-humano passa pela visão ideológica do que seja humano, penso que a categoria cultural x artificial seja a que se possa pensar aqui!
[15:35] <Bintje> Sim, e as máquinas não passavam nos teste de humanidade.
[15:35] <Bintje> Lindos, vida curta, live fast and die young.
[15:35] <Woodsonfc_> Não acha Marcelo e Marcos?
[15:36] <vitorlobo> bom, n penso em humanizar uma maquina
[15:36] <vitorlobo> penso em usa-la para nosso benefício
[15:36] <vitorlobo> somente
[15:36] <MarceloBuzato> Woodsonfc_, eu acho que vc tem um ponto interssante aí, mas quem nao separa humano de não-humano também nao separa cultura de natureza... veja o Latour, por exemplol
[15:36] <vitorlobo> humanizar uma máquina seria tipo...brincar de "exterminador do futuro"? muita ficção na cabeça
[15:36] <vitorlobo> rs
[15:36] <cvcosc> O Blade Runner é uma boa lembrança; e me leva a uma discussão mencionada pelo Buzato
[15:36] <BrunoForgiarini> Tem quele filme que acho que ilustra a questão dos robôs e sentimentos: Eu robô com Robin Willans
[15:36] <cvcosc> Buzato falou: O "trans", nesse caso, é pra destacar que essa linguagem depende de dois universos semânticos distintos, mas intimamente relacionados: do do lado de dentro da tela, e o do lado de fora.
[15:37] <Bintje> Mas o robo do Robin teve a chance de evoluir.
[15:37] <Bintje> A máquina do Blade Runner, não.
[15:37] <cvcosc> Será que podemos mesmo pensar em "o lado de lá e o lado de cá"?
[15:37] <Bintje> Era um fim em si mesma.
[15:37] <Woodsonfc_> MarceloBuzato, fale mais...
[15:37] <vitorlobo> se bem que humanizar maquina o povo iria voltar ao tempo da escravidão porém nao mais com negros...e sim com máquinas rs....
[15:37] <vitorlobo> escravizar as maquinas "que agora tem sentimento"
[15:37] <Bintje> Robot, em tcheco, significa trabalho forçado.
[15:37] <vitorlobo> nossa como isso seria engraçado
[15:37] <acris> cvcosc: eu acho que ainda podemos, mas chegará o momento em que não poderemos mais
[15:38] <marcosbarretto> cvosc tocou no ponto central: a aproximacao dos robos (e avatares, bots e outros virtuais) a formas de interacao mais humanas (como voz) ao invés de forma coputacionais, como botões e teclados
[15:38] <Renilze> Os robôs se evoluem e os homens tornam máquinas, insensíveis, alienados do calor do vizinho...
[15:38] <Woodsonfc_> ainda acho que humanizar é muito ligado ao que ideológicamente se pensa o humano que varia de cultura para cultura
[15:38] <MarceloBuzato> Woodsonfc_Veja, o que a gente chama de natureza, para o Latour, é uma produção, uma construção... não é um "dado", e, por isso, está no mesmo plano da cultura
[15:38] <belcoimbra> penso que o quadrado semiotico de Greimas qdo trabalho os contarios semanticos pode ser uma pista
[15:38] <vitorlobo> que minha futura esposa n me troque por uma maquina
[15:38] <vitorlobo> seria decepcionante
[15:39] <BrunoForgiarini> mas quando o cientista criou não esperava que apenas um queria ir além do que ser um simples robo
[15:39] <belcoimbra> kkkkkk
[15:39] <Bintje> Ou você a trocaria por uma outra esposa,
[15:39] <MarceloBuzato> Marcos, eu tenho mais uma pergunta pra te fazer, posso?
[15:39] <Bintje> sempre jovem, sempre bonita,
[15:39] <marcosbarretto> claro!!
[15:39] <Renilze> KKKKKKKK
[15:39] <Bintje> que nunca tem TPM.
[15:39] <belcoimbra> kkkkkkk
[15:39] <vitorlobo> mas isso é o tempero
[15:39] <vitorlobo> comida sem sazon n tem gosto
[15:40] <vitorlobo> o tpm veio para dar aquela balançada na relação
[15:40] <Bintje> Concordo.
[15:40] <vitorlobo> se ficar sistematico ngm vai gostar
[15:40] <vitorlobo> rs
[15:40] <MarceloBuzato> |Eu fico muito interessado quando vejo a garotada se apoderando de interfaces de usuário pra fazer coisas completamente imprevistas pelos designers dos sistemas e das interfaces, e como isso acaba produzindo movimentos culturais e políticos bem interessantes, mesmo que no começo pareca uma coisa beta
[15:40] <Renilze> KKKK. Não tem TPM, mas, não tem calor humano....
[15:40] <Woodsonfc_> Segura pessoal!
[15:40] <MarceloBuzato> *besta
[15:40] <Bintje> Sim, é subverter a liturgia.
[15:40] <Bintje> É assim que os sistemas evoluem.
[15:40] <MarceloBuzato> por exemplo, o flash mob, que era uma brincadeira qdo apareceu o SMS acabou virando uma estratégia de mobilização política em lugares como o oriente médio, etc
[15:41] <vitorlobo> MarceloBuzato, se vc apresenta uma tecnologia sem interface...eles mesmos exigem tal procedimento, tecnologia
[15:41] <belcoimbra> isso aqui ta muito bom!!! smile
[15:41] <vitorlobo> MarceloBuzato, é tipo.... rejeitam aprender o terminal linux pq acham a interface do windows mais prática
[15:41] <MarceloBuzato> Daí a pergunta é: acha que vamos ter interfaces de programação de robô "facilitadas" como saõ os blogs pra quem quer ter um "site" mas nao sabe programar? Se sim, que tipo de coisa acha que a garotada pode vir a inventar com os robôis?
[15:41] <Bintje> Sim, e a gente inventa a interface para que ela seja subvertida.
[15:41] <MarceloBuzato> *robôs
[15:42] <vitorlobo> MarceloBuzato,  mas quando aprendem o terminal linux, se perguntam "pq eu n aprendi isso antes?"
[15:42] <vitorlobo> preconceito
[15:42] <cvcosc> Talvez não seja subversão, Marcelo, mas possibilidades de uso, explorar as affordances.
[15:42] <marcosbarretto> a gnt de tecnologia esta aprendendo e incentivando as novas interfaces:
[15:42] <Renilze> Ainda tenho preconceito com o Linux
[15:42] <Bintje> Por que preconceito?
[15:43] <marcosbarretto> os wearable devices são uma coisa BEM importante e que será, certamente, pervasiva
[15:43] <Bintje> São tantas as interfaces possíveis...
[15:43] <vitorlobo> conceito pre concebido antes de se conhecer
[15:43] <Renilze> Creio que acostumada com o Windows
[15:43] <Bintje> e a possibilidade de inventar novas.
[15:43] <vitorlobo> ja resume tudo
[15:43] <vitorlobo> rs
[15:43] <marcosbarretto> a gnt tem a realidade aumenta (os oculos do Google, pex) que devem chegar ao mercado no proximo ano ou ainda neste natal
[15:43] <MarceloBuzato> Só pra clarear falei em "apoderar", ou "apropriar", nao necessariamente subverter...
[15:43] <vitorlobo> Renilze, isso é um problema
[15:43] <Bintje> Isso é ruim.
[15:43] <marcosbarretto> a gnt tem tradutores automaticos com audição e fala no novo Samsung S4
[15:43] <Bintje> Os óculos do Google cegam para a realidade ao redor.
[15:43] <vitorlobo> pessoas que escrevem a anos em máquina de datilografar, ao passar para um notebook, inventam mil defeitos sobre ele
[15:44] <vitorlobo> conservadorismo demais
[15:44] <vitorlobo> rs
[15:44] <marcosbarretto> a gnt tem voice command no carro (bom... eu ainda não... mas chego lá!)
[15:44] <Renilze> Obrigada pela força, acho que tenho que mudar...
[15:44] <marcosbarretto> então, respondendo: as novas interfaces começam a depontar muito forte
[15:44] <vitorlobo> Renilze, aprenda com acris  rs
[15:44] <acris> rs
[15:44] <marcosbarretto> removendo os teclados pelas telas sensires no iPad e...
[15:45] <marcosbarretto> .... abandonando o iPad e indo pra voz
[15:45] <Renilze> OK, preciso mesmo novos desafios.... para não ficar acomodada
[15:45] <marcosbarretto> alias, um outro exemplo barbaro...
[15:45] <vitorlobo> sou a favor das tecnologias novas..por outro lado, quando se pensa em facilitar a vida do homem, tem de se pensar também em "preservar bem a vida do homem"
[15:45] <marcosbarretto> é a desmaterialização dos devices, com projeções
[15:45] <vitorlobo> daí entra em questão o assunto "lixo eletrônico"
[15:45] <vitorlobo> tecnologia de reciclagem de lixo eletronico
[15:45] <vitorlobo> é um seguimento interessante
[15:46] <Bintje> O Lixo é o equipamento dessacralizado.
[15:46] <Bintje> Veja a religião do iAlgumaCoisa.
[15:46] <acris> marcosbarretto: voz nao é sempre adequado: ja pensou no metro todo mundo falando com seu celular? que zona! nao existe, a meu ver, "a interface", a grande meta ideal... exisem muitas, depende do contexto e do usuário (vive la diversité)
[15:46] <marcosbarretto> retomando a pergunta de Marcelo:
[15:46] <Renilze> Sim e que precisa ser pensado, pois, o homem só está pensando em produzir e não planeja no destino das peças ou objetos antigos... e aí o mundo se transforma num montão de lixo...
[15:47] <vitorlobo> se o lixo organico já é um problema social....imagina o eletronico que leva em sua composição uma variedade monstruosa de metais tóxicos...
[15:47] <vitorlobo> o certo n seria enterrar, ou.....dar um fim...explodir, queimar nada disso rs
[15:47] <marcosbarretto> acho que há um mundo de novas oportunidades, que começa a ser experimentado
[15:47] <vitorlobo> somente reaproveitar
[15:47] <MarceloBuzato> Concordo, Ana!
[15:47] <marcosbarretto> (putz ! esqueci de citar os capacetes de captação neurologica...)
[15:48] <acris> marcosbarretto: :D:D:D
[15:48] <vitorlobo> marcosbarretto,  um momento deixa eu encontrar um negocio aqui q talvez te inspire
[15:48] <Bintje> É sério, parte do trabalho do professor Nicolelis.
[15:48] <MarceloBuzato> Pois é, tem mais isso, os chips no crânio, etc
[15:49] <Renilze> Mal aprendemos trabalhar numa interface, logo aparece outra e outra, e outra, e não temos tempo para nós mesmos, para o nosso filho, nosso vizinho, nossos pais, aí, temos que criar robôs para suprir a carência humana... é algo a se pensar e refletir...
[15:49] <marcosbarretto> então, voltando à palestra do Marcelo:
[15:49] <vitorlobo> marcosbarretto, acris , MarceloBuzato , Bintje , Renilze , assistam : http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=oWu9TFJjHaM
[15:49] <vitorlobo> isso seria uma solução MUITO boa
[15:49] <Bintje> O objetivo nobre é ajudar os tetraplégicos.
[15:49] <marcosbarretto> acho que temos um movimento de aproximação de ambas as partes
[15:49] <Bintje> Como assim?
[15:50] <Dani_Re> bom, já estamos com o tempo estourado, precisamos fechar até às 16h
[15:50] <Bintje> Justo no melhor do papo ;(
[15:51] <marcosbarretto> (esqueci de dizer que tb concordo com Ana: voz nem sempre é adequado! mas é um fronteira importante a vencer)
[15:51] <acris> por favor, marcosbarretto, continue
[15:51] <Dani_Re> infelizmente... pq a conversa está muito boa mesmo
[15:51] <MarceloBuzato> Marcos: mas ao mesmo tempo a "mecânica" das coisas, com essas interfaces, vai ficando mais "escondida" e mais complicada,né? Será que os usuários vão conseguir continuar sendo essa força de inovação de baixo pra cima, em rede?
[15:51] <Bintje> Vão sim, o Linux está aí para provar isso.
[15:51] <acris> excelente pergunta, MarceloBuzato, e bem colocado o comentário, Bintje
[15:52] <marcosbarretto> acho que a mecanica do uso se simplifica ... mas a mecanica da construção se complica (e fica cada vez mais dificil dar aula na Engenharia)
[15:52] <MarceloBuzato> ou vao ser "fechados" em possibilidades pré-fonrecidas pra eles cada vez mais?
[15:52] <marcosbarretto> acho que a força maior não é dos usuarios ...
[15:52] <MarceloBuzato> smile)
[15:52] <marcosbarretto> mas sobretudo da industria buscando seu espaco
[15:52] <Bintje> Que, também são usuários.
[15:52] <acris> acho que esse "jogo de forças" é saudável e necessário
[15:53] <cvcosc> o usuário ajuda e encontrar o caminho e os espaços né?
[15:53] <Bintje> Sim, e precisam ter interações com as outras industrias,
[15:53] <cvcosc> *os caminhos
[15:53] <acris> é o que penso, cvcosc
[15:53] <marcosbarretto> bintje: qdo a industria esta produzindo, não creio que seu papel seja de usuario
[15:53] <Renilze> Assisti. Fantástico, mas para facilitar a vida, e para beneficiar o homem, mas para aprender a matar... isso deveria ser proibido, pois, quando acontece na vida real todos ficam pasmos e indignados....
[15:53] <Bintje> os fornecedores,
[15:53] <Bintje> os compradores.
[15:53] <marcosbarretto> o usuario não sabe o que quer! vc conhece alguem que ia precisar de um iPad, antes de ele ser inventado?
[15:53] <acris> não é e nunca será uma via de mão única, mas é preciso estimular aos usuários que sejam ativos no sistema
[15:53] <marcosbarretto> o mercado cria a necessidade
[15:54] <Bintje> Se elas se fecharem em si, não há evolução.
[15:54] <marcosbarretto> (de forma geral)
[15:54] <acris> marcosbarretto: o mercado cria necessidades desnecessárias, inclusive
[15:54] <Bintje> Viram robos do Blade Runner.
[15:54] <acris> por isso essa convergencia entre exatas e humanas é tão importante
[15:54] <vitorlobo> quando a microsoft empurra uma nova versão do windows, antes de haver tanto usuário Linux, o que acontecia? a tendencia era você se adaptar a essa nova interface/tecnologia na marra...ou você aprendia, ou você ficaria para trás ou...um belo dia teria de aprender. Não tinha liberdade de escolher o que usar, como usar, e a maneira da qual você gosta mais de usar. Liberdade é algo muito bom por um lado. Mas por outro..pode acabar atrapalhando o des
[15:54] <vitorlobo> envolvimento de toda uma sociedade rs
[15:54] <vitorlobo> eita paradigmas tensos
[15:54] <marcosbarretto> ana: ai que entra o livre arbitrio... eu nao tenho iPad pq nao vejo espaco na minhavida...
[15:55] <acris> marcosbarretto: eu tb nao rs
[15:55] <MarceloBuzato> Marcos, acho que talvez essas formas de inovar e apropriar serão cada vez mais em torno das combinações (d0s mash ups de todo tipo) entre os dispostivos e interfaces, do que, de fato, no funcionamento de cada device ou serviço, né? Daí a importância dessas coisas novas serem combináveis e compatíveis entre si, de preferência com códigos abertos pra isso, pra poder haver interoperabilidade.
[15:55] <Renilze> Verdade Cris - a importância do relacionamento entre exatas e humanas....
[15:55] <marcosbarretto> ana: pois é! ou seja: nao ha desnecessarios....
[15:55] <Bintje> Que finalmente está se retomando.
[15:55] <Woodsonfc_> O problema é que normalmente as mídias estão muitas vezes a serviço das relações de poder, como podemos ver na multiplicidade de jogos de guerra e de competição e quase nada de colaboração! Seria isso o que mais distancia o humano do não humano marcosbarretto e MarceloBuzato?
[15:56] <Bintje> Essa separação foi uma das piores coisas da Primeira e Segunda
[15:56] <Bintje> Revoluções Industriais.
[15:56] <acris> marcosbarretto: se nao tem espaço, são desnecessários; há quem, por força de modismos, adote necessidades que não são necessárias. sofrem com isso, mas não sao educados a reagir
[15:56] <Renilze> Muito bom, agora vou trabalhar!!! Valeu esta oportunidade de ampliar a visão e refletir em outras possibilidades... Abraço a todos. Foi um prazer e tanto... Renilze Ferreira.
[15:57] <marcosbarretto> Marcelo: este é um desafio pra Engenharia, criar coisas interoperáveis. Nem sempre são: vide os controles remotos à frente de sua TV...
[15:57] <MarceloBuzato> Ana e MArclos, há várias classes de necessidades, nem todas "práticas", né?
[15:57] <Bintje> Você trabalhou bastante, Renilze.
[15:57] <MarceloBuzato> *Marcos]
[15:57] <acris> podemos pensar assim, MarceloBuzato smile
[15:57] <Bintje> Repensar no que está fazendo.
[15:57] <Bintje> As máquinas não fazem isso.
[15:57] <Renilze> Aqui é reciclagem, vou dar aulas de Relações Humanas.... Abraços!!!
[15:57] <Bintje> Refletir.
[15:58] <cvcosc> Acho que é isso mesmo, Marcelo. As formas com que os usuários se apropriam das ferramentas é criativa e aponta para demandas e possibilidades. A indústria costuma trabalhar mt em cima disso.
[15:58] <MarceloBuzato> Será por que o modelo de negócios privilegia a competição, Marcos, dificulda que as empresas e os engenheiros façam as coisas juntos pra depois ganhar juntos?
[15:58] <MarceloBuzato> *porque
[15:58] <marcosbarretto> Marcelo: que extensão tem o 'praticas' no seu entendimento? pra mim, 'pratica" inclui a diversão e até arte pq me leva a divertir-me ou relaxar ... ou seja, é "util' sempre de alguma forma...
[15:59] <cvcosc> Por que altuém tem de ganhar mais que o outro sempre, não?
[15:59] <cvcosc> *alguém
[15:59] <acris> gente, sei que poderiamos fehcar a sexta com essa conversa deliciosa e realmente relevante, mas, pra fechar, voces dois, MarceloBuzato e marcosbarretto, gostariam de uma ultima colocação?  pode ser nessa linha (Estáótima!)
[15:59] <MarceloBuzato> eu pensava em "pertencer", "distintição social",coisas assim, Marcos, que levam as pessoas, por exemplo, a seguir a moda na maneira de se vestir
[16:00] <MarceloBuzato> e também em coisa subjetivas...manias, compulsões, pulsões inconscientes, tec
[16:00] <marcosbarretto> Marcelo: entendi!
[16:00] <MarceloBuzato> *etc.
[16:01] <MarceloBuzato> Só quero agradecer, Ana, e ao pessoal todo pelas perguntas, e ao Marcos, em especial, pela troca de conhecimento e idéias muito estimulante. Um abraço a todos.
[16:01] <belcoimbra> Muito bom pessoal!! parabens á organização do Stis e aoas palestrantes!!! Foi barbaro!!!
[16:01] <acris> agradeço demaaaaaaaaaais essa conversa e as participações de todos!
[16:01] <adelmaa> Prezados professores, n´so do STIS agrdecemso aos senhores pela presença e pelas brilhantes
[16:01] <acris> clap clap clap clap clap
[16:01] <marcosbarretto> fechando, como Ana pediu: agradeço a Marcelo pelos ponteiros! Á Ana e seu grupo, pela oportunidade! E à todos, pela paciência! Abraço grande!
[16:01] <acris> clap clap clap clap clap
[16:01] <acris> clap clap clap clap clap clap
[16:01] <vitorlobo> rs
[16:01] <Beth_> Parabéns Marcelo e Marcos!!!! clap clap
[16:02] <acris> clap clap clap clap clap
[16:02] <vitorlobo> reuniao de professores
[16:02] <Bintje> clap, clap, clap
[16:02] <vitorlobo> sou um mero aluno
[16:02] <vitorlobo> :P
[16:02] <Madu> Quanta novidade interessante a ser elaborada, aff Belíssima apresentação. Agora me resta retomar e estudar o que vcs disseram. Obrigada
[16:02] <adelmaa> palestras e gostariamos de lembrar a mabos que você stem 60 diaspara nos encaminhar os artigos para publicação nos anais do nosso evento.
[16:02] <belcoimbra> clap clap clap!!!!!!!
[16:03] <acris> A palestra será publicada no site do stis: stis.textolivre.org  Obrigada a todos pelas participações e especialmente a meus amigos Marcelo e Marcos, um grande beijo!
[16:03] <Madu> clap clap clap
[16:03] <BrunoForgiarini> Parabéns Marcelo e Marcos! Parabéns pela palestra.
[16:03] <adelmaa> Clap clap clap clap clap!!!!
[16:03] <cvcosc> Parabéns, Buzato e Marcos!
[16:03] <Woodsonfc_> Clap clap clap
[16:03] <BrunoForgiarini> \o>
[16:03] <acris> cvcosc: obrigada pela presença! smile
[16:04] <acris> cvcosc = Carla Coscarelli
[16:04] <adelmaa> Agradecemso a todos ospresntes pela participação. gOstaráimso de covnidar todos para nossas conferência aestra do próximo mês
[16:04] <MarceloBuzato> Beijo Carla!!!
[16:04] <cvcosc> Obragada a vocês: Adelma e Ana Cristina!
[16:05] <belcoimbra> abraço saudoso em todos os amigos da texto livre!!!! smile
[16:05] <cvcosc> Beijão, Marcelo! É sempre mt bom ouvir você!
[16:05] <MarceloBuzato> pensei que a Carla fosse uma russa que está espíonando os projetos do Marcos heheheh
[16:05] <BrunoForgiarini> Estarei presente Adelma, abraço e boa tarde a todos!
[16:05] <cvcosc> Aprendi muito com vcs dois essa tarde!
[16:05] <adelmaa> com asprofessoras Drs Carla Viana Coscarelli e prof. Dra Fatima Conti.
[16:05] <MarceloBuzato> com esse nick.
[16:05] <cvcosc> kkk vai ver que sou! quem garante que não sou um bot?
[16:05] <MarceloBuzato> A sua vaca é bonita?
[16:05] <MarceloBuzato> kkkkkkk
[16:06] <adelmaa> Palestras imperdíveis!!!!!
[16:06] <MarceloBuzato> Até a próxima, gente! Vou ligar pro meu provedor agora... Fiquem com Deus!
[16:06] <cvcosc> kkkkkk Linda de morrer! Mora na fazenda e dá muito leite! kkkk
[16:06] <marcosbarretto> Marcelo: kkkk!
[16:06] <adelmaa> Aguradamos a presença de todos!!!!
[16:06] <acris> :D
[16:06] <marcosbarretto> abraço grande a todos!

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