STIS 2013

Site: Grupo Texto Livre
Curso: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC
Livro: STIS 2013
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Data: quarta, 12 mar 2025, 13:05

1. Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC 2013

Dados e registros das conferências e mesas do STIS 2013.

Para acessar cada uma, utilize o menu à sua direita.

Laboratório Semiotec - Texto Livre.org

2. Março: Interface Humano-computador e emoção na fala

cartaz STIS março 2013

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Marcelo Buzato (Unicamp) e Marcos Barretto (USP)

Conferência dupla STIS MARÇO 2013

Dia 22 de março das 14 às 15:30, na Sala de Conferências do STIS

Interfaces humano-computador como fronteiras dialógicas do pós-humano e do pós-social (Marcelo Buzato)

Resumo: Parto dos conceitos de transcodificação cultural, de Lev Manovich, e de dialogismo,  na ascepção de bakhtiniana, para, de forma contextualizada por exemplos de interações entre o pesquisador e um agente de conversação automatizado disponível na WWW, sugerir que a interação entre humanos e não-humanos por meio de mecanismos de processamento de linguagem natural coloca em evidência, mais contundentemente do que o fazem outras interfaces humano-computador no momento, o  'povoamento' das interfaces digitais por dois tipos vozes ou intenções discursivas que se sustentam mutuamente, ao mesmo tempo em que se contrapõem perante leitores críticos: a da racionalidade e a da racionalização. Sugiro que o mesmo possa ser detectado no embate mais genérico entre híbridos e contra-híbridos que caracteriza uma nova maneira dita "pós-social" e /ou "pós-humana" de sermos e de vivermos, e proponho que tal maneira possa ser melhor entendida a partir do conceito de Ator-Rede oriundo da semiótica material de Bruno Latour e colegas.
Palavras-chave:  agentes de conversação automatizados; dialogismo; teoria ator-rede; transcodificação cultural; pós-humanidade

 

Deteção e síntese de emoções na fala (Marcos Barretto)

Resumo: A construção de interfaces homem-computador mais eficientes, provavelmente, passa pela compreensão das linguagens verbais e não-verbais. Nesta discussão, falaremos sobre os avanços mais recentes na deteção de uma das características mais importantes na comunicação não-verbal: a emoção. Também discutiremos os avanços e padrôes para a geração de emoções em voz sintetizada.

2.1. registro março

Registro da Conferência de 22.o de Março de 2013:

 

 Interfaces humano-computador como fronteiras dialógicas do pós-humano e do pós-social
conferencista: Marcelo Buzato


 Deteção e síntese de emoções na fala
conferencista: Marcos Barretto

 

moderador: Equipe STIS


[14:10] <adelmaa> Boa tarde, pessoal, sou a Adelma Lucia de Oliveira Silva Araújo, doutoranda da linha de pesquisa Linguagem e Tecnologia, orientanda da profa Dra Ana Cristina Fricke Matte   e partícipe da coordenação dos Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec - STIS .
[14:10] <adelmaa> Os Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec - STIS  é um evento que procura congregar estudiosos  e discutir tema dos mais  variados campos de conhecimento que
[14:11] <adelmaa> norteiam os trabalhos interdisciplinares desenvolvidos pelos participantes do grupo Texto Livre: Semiótica e Tecnologia, da UFMG.
[14:11] <adelmaa> Na conferência do STIS de hoje dia 22 de março de 2013 dou as boas vindas a todos os participantes e aos conferencistas convidados.
[14:12] <adelmaa> Inicialmente apresentarei  cada convidado.
[14:12] <adelmaa> O Professor Dr. Marcelo El Khouri Buzato possui graduação em Letras (UCSP-1995), mestrado em Lingüística Aplicada e doutorado em Lingüística Aplicada pela
[14:13] <adelmaa> Universidade Estadual de Campinas (2001 e 2007). Docente da Universidade Estadual de Campinas atuando na área de Lingüística Aplicada desenvolvendo pesquisas na linha
[14:13] <adelmaa> Linguagem e Tecnologias com Novos letramentos/letramentos digitais; Inclusão digital: acesso, transculturalidade, identidade, apropriação, etc. Membro do conselho editoral da Revista Brasileira de Linguística Aplicada e da revista Trabalhos em Linguística
[14:13] <adelmaa> Aplicada também participa do GT Linguagem e Tecnologias da ANPOLL, além de coordenara o projeto Práticas Fronteiriças na Inclusão Digital.
[14:13] <adelmaa> Autor de uma vasta e relevante publicação na área de Linguagem e Tecnologia dentre elas podemos citar "Letramentos Multimodais Críticos: contornos e possibilidade"; "Inclusão Digital como Invenção do Quotidiano: um estudo de caso"; e "Letramento e
[14:13] <adelmaa> Inclusão: do Estado-nação à era das TIC". Seus artigos se encontram disponibilizados para leitura e download em http://unicamp.academia.edu/MarceloBuzato/Papers.
[14:14] <adelmaa> Nosso segundo conferencista convidado é o
[14:14] <adelmaa> Professor Dr. Marcos Ribeiro Pereira Barretto possui graduação em Engenharia de Eletricidade (USP - 1983), mestrado em Engenharia Elétrica (USP - 1988) e doutorado em Engenharia Mecânica (USP -1993). Atualmente é professor da Escola Politécnica da
[14:14] <adelmaa> USP. Desenvolve pesquisa com  computação afetiva e arquiteturas de sistemas para aplicações críticas e de tempo real e robôs sociáveis no qual se busca a conceituação e
[14:14] <adelmaa> construção de robôs sociáveis, incluindo seus mais diversos aspectos: desde a construção mecânica até a implementação de comportamentos inteligentes e mesmo
[14:14] <adelmaa> afetivos. Dentre suas publicações podemos citar "A model for inference of emotional state based on facial expressions," Adaptabilidade em Sistemas de Recomendação: Perspectivas"; "A dynamic model for identification of emotional expressions".
[14:15] <adelmaa> Cada conferencista convidado terá 30 minutos para sua apresentação e depois das duas apresentações abriremos mais 30 minutos para as perguntas .
[14:16] <Beth_> boa tarde cvcosc
[14:17] <adelmaa> %minutod antes dofinal de sua apresentação nós avisaremsopara que os senhores comecem a fazer as consideraões finais de suas palestras.
[14:17] <adelmaa> Antes dos 5 minutos finais. Desculpem-me!
[14:17] <AnaMatte> aviso: A sala já está moderada, pessoal, abriremos para perguntas no final de cada apresentação.
[14:19] <Dani_Re> adelmaa, já podemos dar a voz ao MarceloBuzato para começar?
[14:19] <acris> os palestrantes já tem voz no chat
[14:19] <adelmaa> Com todo prazer, Acris!
[14:20] <MarceloBuzato> Posso começar, então?
[14:20] <AnaMatte> sim, MarceloBuzato por favor sorriso
[14:20] <adelmaa> Pela ordem de nossa divulgação daremos a palavra ao professor Dr Marcelo Buzato. Seja bem vindo!
[14:20] <MarceloBuzato> OK
[14:20] <MarceloBuzato> Boa tarde a todos.   É um prazer estar aqui para trocar ideias com vocês.
[14:21] <MarceloBuzato> Quero primeiramente agradecer minha amiga Ana Matte pelo convite e o Prof. Marcos Barreto   pela oportunidade de trocarmos ideias sobre linguagem e tecnologias.
[14:21] <MarceloBuzato> Aliás, gostaria de começar minha participação justamente dizendo que estou convencido de
[14:21] <acris> a honra é  minha, MarceloBuzato
[14:21] <MarceloBuzato>  que nós das humanidades precisamos fazer um esforço para sair de uma postura que privilegia   a problematização e a crítica  apenas, nesse campo,  e começar a nos envolver mais com o   design dessas tecnologia, fazer mais propostas práticas, e lidar com os problemas práticos...
[14:22] <MarceloBuzato> (desculpem, meu browser não está funcionando muito bem... mas sigo)
[14:23] <MarceloBuzato> Eu dizia que é um prazer poder dialocar com o prof Barreto porque tenho esse desejo de conhecer mais sobre o lado prático da construção dos artefatos que estudamos
[14:23] <MarceloBuzato> Isso porque tecnologia é, basicamente, "política feita por outros meios", como disse Wiebe Bijker
[14:23] <MarceloBuzato> (todos os autores que eu citar vão estar listados com os respectivos trabalhos no final do chat, ok?)
[14:24] <MarceloBuzato> Então, parece que está na hora de começarmos a fazer essa política junto com  os engenheiros e cientistas duros que constroem as máquinas e as redes que nós usamos.
[14:24] <MarceloBuzato> É aí que entra, pra mim, a utilidade de uma certa "semiótica material" (termo proposto por John Law).
[14:25] <MarceloBuzato> Que é onde acho que eu e minha amiga Ana nos encontramos.
[14:25] <MarceloBuzato> Essa, mais do que a matemática, é, na minha opinião, a candidata mais forte a “língua franca”
[14:25] <MarceloBuzato> Essa semiótica, digo
[14:25] <MarceloBuzato> que faz tanta falta para que eles e nós, das Humanas, possamos conversar de igual para igual.
[14:25] <MarceloBuzato>  É uma ideia ambiciosa, né? Mas creio que totalmente justificável em nossa época...
[14:26] <MarceloBuzato> Bom, mas hoje especificamente, o caso é mais “filosófico”... eu vim refletir com vocês sobre uma
[14:26] <MarceloBuzato> propriedade das novas mídias que  Lev Manovich chama de "transcodificação cultural".
[14:26] <MarceloBuzato> Mais especificamente, vim trazer para vocês uma reflexão que eu comecei a fazer em um texto   publicado na Revista TLA faz alguns anos,
[14:27] <MarceloBuzato> e que vira e mexe, volta a me “cutucar” toda vez que me deparo, por algum motivo, com algum tipo novo ou diferente de “interface de usuário”.
[14:27] <MarceloBuzato> Basicamente, 'transcodificação cultural' é um dos cinco princípios que distinguem o que o Manovich chama de "linguagem das novas mídias".
[14:27] <MarceloBuzato>  Não vamos confundir essa linguagem com a semiótica material de que falei há pouco,
[14:27] <MarceloBuzato> mas vamos pensar nela como a linguagem que nos permite, hoje, produzir, combinar, armazenar, distribuir e receber "conteúdos culturais" via computador.
[14:28] <MarceloBuzato> (Adelma e Ana, se eu estiver correndo muito, me avisem, por favor)
[14:28] <MarceloBuzato> O "trans", nesse caso, é pra destacar que essa linguagem depende de dois universos semânticos distintos, mas intimamente relacionados:
[14:28] <AnaMatte> está ótimo assim
[14:28] <MarceloBuzato> o do lado de dentro da tela, e o do lado de fora.
[14:28] <MarceloBuzato> Esses dois lados se encontram, justamente, nas interfaces de usuário,
[14:29] <MarceloBuzato>  mas cada um , do seu lado, tem seus próprios "sememas" e gramáticas e portanto,
[14:29] <MarceloBuzato> suas próprias possibilidades  e limitações para produzir sentido.
[14:29] <MarceloBuzato> Acontece que esse mundo de dentro foi arquitetado a partir do mundo de fora e,
[14:29] <MarceloBuzato> por isso mesmo, a interface é uma zona de fronteira, povoada por “híbridos".
[14:30] <MarceloBuzato> (Não vamos confundir "fronteira" com "divisa", certo? A fronteira é porosa, ela separa, mas também põe em contato)
[14:30] <MarceloBuzato> Bom, mas o legal do conceito é que ele nos fala sobre “transcodificação”, ou seja,
[14:30] <MarceloBuzato> sobre como o funcionamento de um lado pode afetar o que se passa no outro, mesmo que os dois lados não falem a mesma língua.
[14:30] <MarceloBuzato> Estão aí os hipertextos literários e o remix como método criativo pra provar que, de vez em quando, rolam uns “contrabandos” nessa fronteira...
[14:30] <MarceloBuzato> E é por causa disso que eu fico me perguntando o seguinte:
[14:31] <MarceloBuzato> será que podemos ver essa relação do homem com a máquina como uma relação dialógica,   no bakhtiniano do termo, isto é, como um encontro entre dois campos de existência   que se voltam um para o outro e se (re)constituem o tempo todo nesse espaço do “entre”?
[14:31] <MarceloBuzato> Outra perguntinha bem ambiciosa...
[14:31] <MarceloBuzato> Mas, de repente, podemos começar com um caso modesto e bem concreto: o dos agentes conversacionais, ou chatbots.
[14:32] <MarceloBuzato> Entre esses 'bots', como os íntimos os chamam, eu encontrei outro dia, por acaso,
[14:32] <MarceloBuzato> no site de uma marca de creme dental, uma que se chama Se7e Zoom.
[14:32] <MarceloBuzato>  Ela mora hoje em http://www.inbot.com.br/sete/.
[14:32] <MarceloBuzato> O ideal seria dar uns minutinhos pra quem nao conhece ir lá e brincar com ela, mas nao temos esse tempo. Pelo menos podem olhar a foto dela no meu segundo slide
[14:33] <adelmaa> Desculpe-me interrompê-lo professor, mas preciso esclarecer para os nossos visitantes que as perguntas deverão ser clocadas no final da apresentação. Obrigada!
[14:33] <MarceloBuzato> A Se7e, dolado de  cá da tela, é, basicamente,  é uma  "mina descolada", como a gente diz em São Paulo,
[14:34] <MarceloBuzato> Ok, Adelma. Grato.
[14:34] <MarceloBuzato> Continuando..
[14:34] <MarceloBuzato> uma "mina" dessas  bem extrovertidas, que "curtem fotografia" e têm os dentes bem branquinhos.
[14:34] <MarceloBuzato> Eu achei tão bacana a Se7e, que resolvi ajudá-la a manter uma conversa “convincente” comigo, isto é, um conversa entre dois humanos “normais”.
[14:34] <MarceloBuzato> Comecei falando de coisas bem previsíveis (seu nome, o que você faz, etc.) e usando expressões formulaicas (“tudo bem?”).
[14:35] <MarceloBuzato> E até que funcionou. Comecei a simpatizar com ela.
[14:35] <MarceloBuzato> Mas daí, por curiosidade, resolvi perguntar sobre algo fora do esperado   para uma "mina que curte fotografia" e vende  pasta de dentes.
[14:35] <MarceloBuzato> Foi mais ou menos assim:
[14:35] <MarceloBuzato> Eu:  “Você sabe o que é uma vaca?”  Ela:  “É sei... acho que sei. Mas vamos lá, qual a pergunta mesmo?”
[14:35] <MarceloBuzato> Bom, em vez de simplesmente repetir, eu resolvi mudar de verbo.
[14:36] <MarceloBuzato> Eu: “Você tem uma vaca?”
[14:36] <MarceloBuzato>  Ela: “Volta e meia aparece uma doença nova no gado”.
[14:36] <MarceloBuzato> Legal! Ela tentou me enrolar. Mas não se enrolou totalmente... já corrigi provas assim...
[14:36] <MarceloBuzato> Isso é uma coisa que qualquer ser humano faz mesmo, até as "minas descoladas", não é?
[14:36] <MarceloBuzato> Fui adiante, agora com um atributo pouco usual para uma vaca, pra ver o que rolava:
[14:37] <MarceloBuzato> e um pressuposto que eu achava que ela não teria no programa dela
[14:37] <MarceloBuzato> Eu: “Sua vaca é bonita?”
[14:37] <MarceloBuzato> Ela: “Eu não! Olha o respeito...”
[14:38] <MarceloBuzato>  Pronto. A "mina descolada", de repente, virou um programa em AIML!
[14:38] <MarceloBuzato> Ficou difícil pra ela inferir o valor performativo do que eu disse,
[14:38] <MarceloBuzato> não foi nem porque faltou o pressuposto sobre ela ter uma vaca..
[14:39] <MarceloBuzato> e não foi  porque ela é “burra”
[14:39] <MarceloBuzato> mas simplesmente porque ele mora do outro lado da tela, não conhece meu contexto, meu mundo, meus truques...
[14:39] <marcosbarretto> (pergunta de neófito: qual o código da palestra pra eu ver os slides?)
[14:39] <MarceloBuzato> Ou será que as “minas descoladas” de verdade também fazem isso, de vez em quando, quando conversam com intelectuais quarentões que não sabem “xavecar”?
[14:39] <MarceloBuzato> buzato-2013, Marcos
[14:40] <MarceloBuzato> Bom, pra não ser injusto totalmente
[14:40] <MarceloBuzato> resolvi dar mais uma chance. Mandei uma paráfrase da primeira pergunta, mas mudei a ordem sintática de 'sua' e 'vaca':
[14:40] <MarceloBuzato>  Eu: “Mas a vaca da qual você está falando é sua?”
[14:41] <MarceloBuzato> Ela: “Liga não, tô falando com uma pessoa atrás da outra aqui no chat e misturo tudo. Não pensa que eu sou doida, não”.
[14:41] <MarceloBuzato> Daí não teve jeito, né? A “mina” virou “bot” mesmo...
[14:41] <MarceloBuzato> Vocês podem dizer que eu não fui justo com a pobre robozinha (nem com seu criador, obviamente) escolhendo justamente essa pergunta para fazer.
[14:42] <MarceloBuzato> Afinal, essa interface foi pensada para um certo cenário, um certo contexto, modelada em algo "normal" do lado de cá da tela
[14:42] <MarceloBuzato> Afinal, quem chega para uma 'mina descolada' numa loja de cosméticos ou numa farmácia e pergunta “Você sabe o que é uma vaca?”
[14:42] <AnaMatte> (bot=robô)
[14:42] <MarceloBuzato> Só pode ser coisa de "doido", ou de linguista aplicado... Ou de professor de português para estrangeiros, no dia da chamada oral?
[14:43] <MarceloBuzato> Bom, mas eu curti a coisa, fui atrás de como funcionava (até onde eu conseguia entender sem saber nada de computação),  e resolvi mandar o link para meus alunos, por email.
[14:44] <MarceloBuzato> Só que a conexão tinha caído, pela terceira vez no mesmo dia.
[14:44] <MarceloBuzato> Daqui pra frente é tudo mentirinha, mas daquele tipo de mentirinha que pode acontecer de verdade, como minha fantasia com a Se7e sendo uma “mina descolada”)
[14:45] <MarceloBuzato> Liguei para o meu provedor. Uma gravação me mandou digitar meu telefone. Digitei.
[14:45] <MarceloBuzato> Depois de digitar mais um monte de escolhas de menu, entra na linha o que parecia ser uma mulher de carne e osso. Era uma “mina”, outra vez, só que essa não era descolada...
[14:45] <MarceloBuzato> Percebi que era gente não pela voz, mas por que mudou o ruído ambiente. E que não era gente descolada, pela prosódia, e pelo tom “burocrático” do “boa tarde”.
[14:45] <MarceloBuzato> Ela: “Com quem estou falando?”  Eu: “Marcelo Buzato”
[14:45] <MarceloBuzato> Ela: “Qual é o número do seu telefone, por favor?”
[14:45] <MarceloBuzato> Eu: “Acabei de digitá-lo”!
[14:46] <MarceloBuzato>  Ela: “Confirme o seu número de telefone, senhor”
[14:46] <MarceloBuzato>   Eu: [Pensando: será que ela não sabe mesmo? ou será que é por causa da tal da gravação que eles fazem?] “Tá bom. Meu número é  5128 0426” (outra mentirinha esse número)
[14:46] <MarceloBuzato> Ela: “O senhor é o titular?“
[14:46] <MarceloBuzato> Eu: “hã?”
[14:46] <MarceloBuzato> Ela: “O titular da linha, é o senhor?”
[14:46] <MarceloBuzato> Eu: “Não sei, faz tanto tempo que eu uso essa linha... acho que sou”.
[14:46] <MarceloBuzato> Ela: “O senhor não sabe se é o assinante da linha?”
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensando: 'sei sim, sua v...a, não tô falando porque gosto de papear com atendente de telemarketing’!]
[14:47] <Dani_Re> MarceloBuzato, faltam 5 minutos
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensando melhor: 'Quer saber,  vou falar que sou o titular e pronto]
[14:47] <MarceloBuzato> OK Dani, grato
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensado ainda melhor: ‘ vou dizer que sou, como ela vai saber?’]
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensando mais do que deveria: 'Mas e se ela estiver gravando, e a linha estiver no nome da minha mulher? Com que cara vou ficar?’].
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: “Moça, eu não sei. Não sei se eu sou o titular. Tem outra pergunta que eu possa responder, por favor?”
[14:47] <MarceloBuzato> Ela: “O senhor tem uma fatura em mãos?”
[14:47] <MarceloBuzato> Eu: [Pensando: 'p..., agora essa v... tá me sacaneando... pensa que eu sou analfabeto? Ou é porque a gravação falou  ‘tenha em mãos a sua fatura’, e eu desobedeci?]
[14:48] <MarceloBuzato> Eu: “Ter eu tenho, mas estou sem os óculos...”. Olha, moça, olha, eu não sou doido, não, viu?, é que é tanta conta, tanta reclamação pra fazer!
[14:48] <MarceloBuzato> (A essa altura, a conexão tinha voltado. Achei mais fácil desligar o telefone do que continuar naquela agonia)
[14:48] <MarceloBuzato> Bom, o que eu quero apontar, pra voltar ao meu assunto, é o seguinte:
[14:48] <MarceloBuzato> os humanos dessa história, no caso eu e a atendente de telemarketing,   nos comportamos de tal forma (uma forma algorítmica, digamos), que,   se vocês lessem a “transcrição” sem o contexto e os comentários que eu fiz,   ficaria difícil pra vocês dizerem, com certeza, quem era gente e quem era software, concordam?
[14:49] <MarceloBuzato> (Isso não é nenhuma novidade, e está aí o Prêmio Loebner pra confirmar.)
[14:49] <AnaMatte> sorriso
[14:49] <MarceloBuzato> Mas vejam que isso é menos importante do que a gente sacar que esse estatuto de "humano" ou "não-humano",  a priori,
[14:49] <MarceloBuzato> não é suficiente pra ninguém ser “gente”, a menos que essa posição seja sustentada dialogicamente...
[14:49] <MarceloBuzato> Para a atendente de telemarketing (não a pessoa, mas o ser social/agente institucional),   eu só sou interlocutor legítimo enquanto for capaz de corresponder ao número  que está na tela do computador (e/ou na fatura perdida).
[14:49] <MarceloBuzato> Sem a conexão com esses não humanos, isso eu sou apenas uma voz...aliás, eu sou um ser que fala, mas que não tem voz de verdade!
[14:49] <MarceloBuzato> Contudo,  esse mesmo Marcelo se comportou como programa testando a capacidade da Se7e,  por puro prazer, inicialmente, mas para validá-la, num segundo momento.
[14:50] <MarceloBuzato> A graça ali estava, primeiro, em provar que é possível tratá-la como gente,  e, depois, em descobrir onde estava  a não-humanidade dela,   o que é que faltava pra que ela tivesse uma voz de verdade, como eu, até então, supunha ter...
[14:50] <MarceloBuzato> Esse "caso" , para mim,  sugere que a relação entre os dois lados da tela pode sim ser dialógica.
[14:50] <MarceloBuzato> Contudo, esse não é um diálogo entre  humanidade e não-humanidade:
[14:50] <MarceloBuzato> é um diálogo entre duas vozes que os humanos usam para humanizar e/ou desumanizar os outros,
[14:50] <MarceloBuzato> sejam esses outros pessoas ou coisas.
[14:50] <MarceloBuzato> Eu as identifico como vozes do que Edgar Morin chamou de “racionalidade” e “racionalização”.
[14:50] <MarceloBuzato> A racionalização é aquela voz que quer “encerrar a realidade num sistema coerente”   e que diz que  “tudo o que, na realidade,  contradiz este sistema coerente é (...)ilusão ou aparência” (p. 102).
[14:51] <MarceloBuzato> Já a racionalidade é “o diálogo incessante entre o nosso espírito” e o “mundo real”,
[14:51] <MarceloBuzato> é a voz que cria estruturas lógicas, as aplica sobre o mundo,
[14:51] <MarceloBuzato>  mas não dispensa o que não cabe em sua pseudo-coerência:
[14:51] <MarceloBuzato> ao contrário, dialoga incessantemente com o que “lhe resiste”.
[14:51] <MarceloBuzato> Logo, o que importa é que nossa "sociabilidade" e nossa "subjetividade" são constituídas pelos   vínculos que mantemos com os outros, sejam esses outros humanos ou com máquinas.
[14:51] <MarceloBuzato> Essa é a terceira e última afirmação ambiciosa que faço aqui:
[14:51] <MarceloBuzato> é possível (e necessário) que aprendamos a incluir as máquinas (as coisas, em geral) entre os “outros” com os quais nos vinculamos, necessariamente, para existirmos,  para sustentar nossa humanidade e nossa existência social.
[14:52] <MarceloBuzato> Essa ambição, que estou propondo que deveria ser também dos linguistas aplicados, está bem melhor instalada entre os teóricos do "pós-social", como Karin Knorr-Cetina e do "pós-humano", como Donna Haraway.
[14:52] <MarceloBuzato> Não sei quantos aqui já ouviram falar nessas abordagens, e não seria possível explicá-las aqui com o tempo que temos.
[14:52] <MarceloBuzato> Mas o fato é que esses estudos têm tudo a ver com a possibilidade de entendermos melhor híbridos como agentes conversacionais e vozes que nos atendem em centrais de telemarketing
[14:52] <MarceloBuzato> e, se conseguirmos expressar esse entendimento nos termos da tal semiótica material de que estou falando,
[14:52] <MarceloBuzato> talvez tenham tudo a ver com a possibilidade de construirmos “contra-híbridos” animados mais pela voz da racionalidade do que pela da racionalização.
[14:52] <MarceloBuzato> Uma boa candidata a tornar-se a base da semiótica material de que necessitamos é, na minha opinião, a Teoria Ator-Rede, cujo principal expoente é Bruno Latour.
[14:52] <MarceloBuzato> (já estou concluindo, Dani...)
[14:52] <Dani_Re> ok
[14:52] <MarceloBuzato> E o primeiro passo para desenvolver essa semiótica consistiria, provavelmente,   em tratar nossos  sujeitos e seus mundos globais de atores-redes.
[14:53] <MarceloBuzato> Atores-redes são cadeias longas e complexas de entidades humanas e não-humanas que facultam continuamente a emergência do que chamamos de humanidade e sociedade.
[14:53] <MarceloBuzato> Ou a sua falência.
[14:53] <MarceloBuzato> Não temos tempo pra falar muito mais disso aqui.
[14:53] <MarceloBuzato> Eu  preferi usar nosso tempo com a historinha que contei, do que enchendo a tela de vocês com conceitos vagos. Espero ter feito a coisa certa.
[14:53] <MarceloBuzato> Mas, pra quem tiver curiosidade, eu publiquei recente um trabalho em que uso a tal teoria pra estudar os letramentos de dois jovens universitários, e que, embora insipiente, pode oferecer uma primeira entrada no assunto.
[14:53] <MarceloBuzato> Acho que era isso que eu tinha pra falar hoje. Agradeço pela atenção, e fico à disposição de vocês para as perguntas, quando for o momento.
[14:53] <MarceloBuzato> Ou, em outro momento, pelo email mbuzato@iel.unicamp.br.
[14:53] <MarceloBuzato> Seguem as referências.
[14:54] <MarceloBuzato> Referências:  BAKHTIN,  Mikhail  M.  Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução  Paulo Bezerra. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008  BIJKER, Wiebe E. Why and How Technology Matters. In: GOODIN, Robert E.; TILLY, Charles. Oxford Handbook of Contextual Political Analysis. Oxford: Oxford University Press, 2006. Cap. 37, p. 681-706.   BUZATO, Marcelo. E. K. Can reading a robot derobotize a reader? Trab. ling
[14:54] <MarceloBuzato> OOps, desculpem, vou colar novamente as referencias uma a uma
[14:54] <Dani_Re> obrigada, prof. MarceloBuzato. Gostaríamos de chamar o prof. marcosbarretto para falar e em seguida propor o debate dos dois, pode ser?
[14:54] <marcosbarretto> ok!
[14:54] <MarceloBuzato>  BAKHTIN,  Mikhail  M.  Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução  Paulo Bezerra. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008
[14:54] <MarceloBuzato> BIJKER, Wiebe E. Why and How Technology Matters. In: GOODIN, Robert E.; TILLY, Charles. Oxford Handbook of Contextual Political Analysis. Oxford: Oxford University Press, 2006. Cap. 37, p. 681-706.
[14:54] <MarceloBuzato> BUZATO, Marcelo. E. K. Can reading a robot derobotize a reader? Trab. linguist. apl.,  Campinas,  v. 49,  n. 2, Dec.  2010
[14:55] <MarceloBuzato> BUZATO, Marcelo E. K. Práticas de letramento na ótica da Teoria Ator-Rede: casos comparados. Calidoscópio, v. 10, n. 1, p. 65–82 , 2012.
[14:55] <MarceloBuzato>  KNORR-CETINA, Karin. Sociality with Objects: Social Relations in Postsocial Knowledge Societies. Theory, Culture & Society, v. 14, n. 4, p. 1–30, 1997.
[14:55] <acris> obrigada, MarceloBuzato! vamos abrir as perguntas no final, pessoal, guardem-nas por favor
[14:55] <MarceloBuzato> HARAWAY, Donna. A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in the Late 20th Century. Simians, cyborgs, and women?: the reinvention of nature. p.149–181. New York: Routledge, 1991.
[14:55] <MarceloBuzato>  LATOUR, Bruno. Reassembling the social?: an introduction to actor-network-theory. Oxford; New York: Oxford University Press, 2005.
[14:55] <MarceloBuzato>   LAW, John. Actor-network theory and material semiotics. In: B. S. Turner (Org.); The new Blackwell companion to social theory. p.141–158. Chichester, West Sussex, United Kingdom; Malden, MA, USA: Wiley-Blackwell, 2008.
[14:55] <MarceloBuzato>  MANOVICH, Lev. The Language  of New Media. Cambridge, MA: MIT Press, 2001.
[14:55] <Dani_Re> todos poderão participar com comentários e perguntas no final!
[14:55] <MarceloBuzato> MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. 2º ed. Paris: Instituto Piaget, 1990
[14:55] <MarceloBuzato> É isso! Grato.
[14:56] <Dani_Re> obrigada, prof. MarceloBuzato
[14:56] <AnaMatte> obrigada, Marcelo! clap clap clap (bato palmas por todos)
[14:56] <MarceloBuzato> Ok, claro
[14:56] <Dani_Re> chamamos então o marcosbarretto para continuar a conversa
[14:56] <Dani_Re> sorriso
[14:56] <MarceloBuzato> sorriso valeu, Ana, vc é generosa
[14:56] <marcosbarretto> Boa tarde a todos. Agradeço à Ana a oportunidade de poder falar com vcs. E espero que esta conversa seja ponte seja parte da ponte que, como disse Marcelo, é preciso construir entre a visão conceitual da Semiótica (e outras Ciências) e a construção de equipamentos e dispositivos que sirvam aos Humanos, que é a missão da Engenharia. Vamos conversar sobre  síntese expressiva e deteção de emoções na fala, de forma b
[14:57] <AnaMatte> eu é que agradeço, marcosbarretto
[14:57] <marcosbarretto> Peço a todos que abram os slides, para acompanhar o que vamos falar
[14:57] <marcosbarretto> (já digo que chat não é minha forma natural de conversa... mas vou tentar!!)
[14:57] <MarceloBuzato> Qual o código pra os slides do Marcos, gente, por favor?
[14:58] <acris> barretto-2013
[14:58] <MarceloBuzato> Grato
[14:58] <marcosbarretto> No inciio de cada intervenção, haverá o nro do slide. Assim, que se perder, pode reencontrar-se por esta numeração
[14:59] <marcosbarretto> (slide 2)Inicialmente, vamos conceituar Emoções, do ponto de vista da Psicologia. Depois, vamos discutir os principais métodos de trabalho para deteção de emoções na fala e analisar alguns resultados do estado da pesquisa. Finalmente, vamos conversar sobre como sintetizar computacionalmente as emoções, usando TTS (Text to Speech).
[14:59] <marcosbarretto> (slide 3)Antes de começar, um pouco sobre o meu trabalho.
[14:59] <marcosbarretto> (slide 4)Meu trabalho de pesquisa está focado na construção de robôs sociáveis. Este é um trabalho multi-disciplinar: além da Robótica (eletrônica, mecânica, controle) e outras áreas da Engenharia (Processamento de Sinais como imagens e som, Inteligência Artificial, etc) também inclui aspectos de outras áreas do Conhecimento, particularmente Psicologia, Linguística, Semiótica.
[15:00] <marcosbarretto> Pegando o gancho do Marcelo, parte está feita com AIML. Mas o mais importante é um novo gerenciador de diálogos
[15:00] <marcosbarretto> (slide 5)Vamos falar um pouco sobre Emoções.
[15:00] <marcosbarretto> (slide 6)São diversas as definições de Emoções, segundo os psicólogos. De forma geral, hoje em dia, incluem de alguma forma a avaliação cognitiva e a relação com as reações do corpo, bem como a alterção do estado interno. São chamadas, genericamente, de Teorias Cognitivas ou Appraisal Theories
[15:01] <marcosbarretto> (slide 7)Acho que Young definiu bem a questão! Todo mundo sabe o que são emoções, menos os psicólogos. Rsrs! Então, vamos deixar as definições de lado ...
[15:01] <Dani_Re> o código é: barretto-2013
[15:01] <marcosbarretto> (assim comoa gnt deixa a semiótica pros semióticos... rsrsrs!)
[15:01] <marcosbarretto> (slide 8)A discussão sobre as “emoções básicas” é bem importante. Se fosse possível ter emoções básicas como as cores básicas (Verde, Vermelho, Verde), a gnt poderia derivar todas as emoções a partir de umas poucas. Infelizmente, os psicólogos tem visões distintas sobre este ponto...
[15:01] <AnaMatte> ;)
[15:02] <marcosbarretto> Mais ainda: não há uma separação de uma hierarquia de emoções, de forma clara, permitindo a separação entre “emoções” e “estados cognitivos”. Assim, por exemplo, a depressão não seria uma “emoção” mas um “estado cognitivo”. Depressão inclui tristeza (esta sim, uma emoção) mas não é só isso. Nesta nossa conversa, ficaremos apenas nas emoções porque são mais facilmente (e, mesmo assim, nem t
[15:02] <marcosbarretto> (slide 9)O foco desta nossa conversa é na deteção e síntese. A avaliação (appraisal) propriamente dito está fora da nossa conversa. O slide mostra um dos modelos de avaliação, o CPM (Component Process Model) de Scherer, mostrando que os processamentos associados à deteção e à síntese neste contexto.
[15:02] <marcosbarretto> O modelo de Scherer imagina que os eventos (e aqui, inclue-se não somente a “emoção percebida” pelo interlocutor mas todas as informações no evento) são avaliados de forma sequencial, segundo os estágio de Relevância, Motivação, Análise (Reasoning) e Pessoal (Self). Estas avaliações geram ações fisiológicas autonômicas, ações motoras (de acordo com as tendências de reação de cada pessoa) e alteração
[15:03] <marcosbarretto> Assim, a deteção de emoções na fala é uma pré-classificação, que será avaliada por este processo. E a síntese expressiva de emoções é parte da ações motoras (motor expression), condicionada pela tendência de reação (action tendencies).
[15:03] <marcosbarretto> (slide 10)Para trabalhar-se computacionalmente, é preciso saber quais são as emoções. Para isso, os psicólogos apresentam dois modelos. O modelo contínuo busca determinar as “dimensões” do espaço de emoções, de forma bem cartesiana. Já os modelos discretos baseiam-se na classificação das emoções, segundo algum critério, separando diferentes “famílias” ou “tipos” de emoções.
[15:03] <marcosbarretto> (slide 11)Dentre os modelos dimensionais, o Plano AV (arousal e valence) é o mais importante. Arousal (agitação, excitação) indica o quanto a emoção deixa a pessoa agitada. Por exemplo, Anger (irritação, raiva) deixa uma pessoa menos agitada do que Rage (ódio).
[15:04] <marcosbarretto> Já a Valence (valência, prazer) indica se a emoção é positiva ou negativa: Happiness (Alegria) é positivo; Anger é negativo). Outros modelos listados no slide mostram outras dimensões, usadas em diversos trabalhos. A lista não é extensiva porque são muitas as propostas de modelos dimensionais
[15:04] <marcosbarretto> (slide 12)O modelo discreto de Goleman divide as emoções em “famílias”.  E busca listar, de forma extensiva, quais são os “nomes de emoções” em cada família.
[15:04] <marcosbarretto> (slide 13) As “Big 6” de Ekman são o modelo mais encontrado nos trabalhos publicados. Comparando com as famílias de Goleman (slide anterior) é um modelo grosseiro. Mas vamos ver que nem por isso é fácil identificá-las, computacionalmente.
[15:04] <marcosbarretto> (slide 14)Neste brevíssima introdução sobre Emoções, não poderia deixar de citar o modelo OCC, também usado em vários trabalhos. O modelo determina uma “teoria de tipos” para as emoções; os tipos estão indicados na figura nos quadrados.
[15:05] <marcosbarretto> . O processo de avaliação também está mostrado na figura. Por exemplo, um evento classificado como “Positive”  em termos de valência pode, em seguida, ser classificado em relação à sua consequência, levando a uma emoção do tipo Hope(esperança, se a avaliação refere-se à uma expectativa futura) ou Joy (alegria, se a consequência é imediata).
[15:05] <marcosbarretto> ). A avaliação da consequência (principalmente em relação à expectativa futura) pode levar a Satisfaction (satisfação) ou Relief (alívio) ou Happy-For (contente por outra pessoa).
[15:05] <marcosbarretto> (slide 15)Vamos então conversar um pouco sobre deteção de emoções na fala.
[15:05] <marcosbarretto> (slide 16)Os trabalhos que vamos discutir são sobretudo relacionados com a deteção de emoções na fala, usando como base SOMENTE os aspectos físicos da fala, sem considerações acerca dos outros canais (face, gestos) nem semânticos.  No final desta parte, vamos comentar rapidamente sobre fusão de canais e de semântica. Os métodos que vamos discutir estão incluídos na Inteligência Artificial, mais precisamente em â€
[15:06] <marcosbarretto> (slide 17)Em “Machine Learning”, de forma geral, tem-se uma etapa de treinamento, em que são “mostrados” ao sistema exemplos de análises. No caso da fala, conjuntos de features físicas e sua respectiva avaliação (ou seja, qual a emoção que está naquele conjunto de features físicas). Um outro conjunto de amostras é utilizado para teste de modelo, que agora deve gerar uma classificação, que deve ser comparada
[15:06] <marcosbarretto> (slide 18)Como vcs estão acostumados, para este tipo de trabalho é essencial contar-se com um corpus. No caso de emoções, tem-se diversos corpus disponíveis, publicamente. Estes diferenciam-se por “acted” x natural (atores ou situações reais), unimodal (só voz) ou multimodal e pelo tipo de anotações que contém. Assim, a seleção de um corpus adequado ao estudo que se deseja fazer é essencial.
[15:06] <marcosbarretto> (slide 19)Além dos critérios de classificação do slide anterior, é importante escolher um corpus que contenha as emoções que se deseja analisar. Como mostra o slide, as Big4 são relativamente comuns. Note que Disgust e Surprise (que completam as Big6 de Ekman) já não são tão comuns. Estados emocionais (como shame, pride, etc) são bem incomuns.
[15:07] <marcosbarretto> (slide 20)O slide lista trabalhos realizados e as emoções consideradas. Note que há grande diversidade; boa parte dos trabalhos limita-se a 3 ou 4 emoções. Trabalhos com uma quantidade maior de emoções (7, por exemplo) tem resultados normalmente piores do que com quantidade menor de emoções.
[15:07] <marcosbarretto> (slide 21)Como falamos, vamos usar somente features físicas. O slide mostra uma lista de possíveis features físicas (31!) que podem ser utilizadas. Parte delas faz, possivelmente, parte do seu dia-a-dia: F0, mediana, etc. Mas há muitas mais! Quais usar?
[15:07] <marcosbarretto> (slide 22)O slide mostra uma coleção de trabalhos e as features usadas. Claramente, não está claro quais usar....rsrsrs!
[15:07] <marcosbarretto> (slide 23)Os estudos para determinar quais as features mais relevantes também não são conclusivos. Neste estudo, percebe-se que o uso de uma única feature pode levar a taxa de acerto na faixa dos 46%. Mas o uso combinado das 31 features do slide 21 levam a 82% de acerto. Já o uso de 27 features levou a uma taxa de acerto superior, de 84%. Em resumo: não se sabe quais as features mais relevantes...
[15:08] <marcosbarretto> (slide 24)Como já falamos, a idéia é usar as técnicas de “Machine Learning”. Também falamos sobre features físicas. Falta então falar sobre os classificadores.
[15:08] <marcosbarretto> (slide 25)As redes neurais são um dos tipos mais importantes de classificadores. O tipo de NN (neural network) mais comum são as FeedForward (mostradas na figura) em que as entradas (no nosso caso, as features físicas) são ponderadas (pelos pesos, weigths), gerando as saídas. Ou seja, realizam uma média ponderada dos valores à entrada
[15:08] <marcosbarretto> O treinamento deste tipo de rede é normalmente feito por um algoritmo chamado “backpropagation”. Esta explicação simplista esconde a complexidade por trás das NN. Mas vc não precisa saber muito sobre a teoria para usar este tipo de classificador: basta ter os seus casos de treinamento e teste. E uma implementação das NN, que estão por ai!
[15:09] <marcosbarretto> (slide 26)Um outro classificador bem utilizado é conhecido como kNN (k-Nearest Neightbors). Novamente, a idéia é simples: encontrar os K pontos de referência (ou seja, os pontos de treinamento) mais próximos. No exemplo do slide, uma amostra de teste (ponto X) foi posicionada no plano das features (no caso, bidimensional).
[15:09] <marcosbarretto> Foi estabelecida uma métrica de proximidade, marcada com o círculo. Dentro desta região de proximidade, há mais pontos Preto do que Azul. Logo, a amostra de teste (ponto X) deve ser considerada na categoria Preto. Novamente, entender os detalhes da teoria pode ser complexo. Mas usar é BEM fácil!
[15:09] <marcosbarretto> (slide 27)O classificador SVM (Support Vector Machine) busca encontrar uma curva (na figura, linha azul pontilhada) que separa as classes (Azul e Vermelha). O SVM é, originalmente, binário: uma classe ou outra classe. Mas a idéia de one-vs-all é frequentemente implementada: um classificador Felicidade-NaoFelicidade, outro Raiva-NaoRaiva e assim por diante. Ou seja: usam-se vários SVM (um para cada emoção) para diferencia
[15:09] <marcosbarretto> (slide 28)Antes de apresentar resultados de trabalhos, é preciso perceber que os humanos também falham na deteção de emoções, baseando-se apenas na audição. A primeira tabela (chamada de Confusion Matrix ou Matriz de Confusão) mostra que, por exemplo, que Afraid é frequentemente (24%) confundido com Sad, embora a recíproca seja menos frequente (14%). E Normal tb é frequentemente (18%) confundido com Sad.
[15:10] <marcosbarretto> A segunda tabela mostra que a amplitude de variação do erro e o desvio padrão também são bastante variáveis ou, em outras palavras, o desempenho individual varia bastante. Por exemplo, a deteção de Normal varia entre 29% a 95% de acerto, como desvio padrão de 13.7. Quem acerta 29% está ligeiramente acima do “chute”, que seria 20% de acerto... Conclusão: se a gnt conseguir fazer um sistema com 60% a 70% de acerto,
[15:10] <marcosbarretto> (slide 29)Neste trabalho, foi utilizado SVM com as 31 features listadas no slide 21. O slide mostra a Matriz de Confusão; note que houve grande confusão entre Bravo e Triste (40%) embora a recíproca não seja verdadeira (17%). Este resultado tem a mesma tendência do trabalho feito com pessoas, mostrado no slide 28. No geral, obteve-se acerto de 76%. Problema resolvido? Não ... Porque o resultado é sobre o corpus; não há
[15:10] <marcosbarretto> (slide 30)Neste trabalho, foram usadas diversas técnicas (GMM, NN, SMV), inclusive misturadas. O trabalho foi feito treinando o sistema com uma voz de cada vez (coluna S DEP) e depois, treinando com todas as vozes misturadas (S IND). O melhor resultado foi obtido com a combinação de NN com SVM, chegando a 9% de erro para a situação com treinamento específico (S DEP) e 18% para treinamento independente do Interlocutor.
[15:11] <marcosbarretto> (slide 31)Uma pessoa não usa somente as features acústicas para determinar que emoção está percebendo no que está sendo dito pelo Interlocutor. São usadas outras informações, normalmente, como a face, os gestos e a semântica das palavras. Isso leva aos trabalhos de fusão sensorial.
[15:11] <marcosbarretto> Duas estratégicas básicas são usadas em fusão: a fusão de features e a fusão de classificadores. Na fusão de features, todas as features (de audio, video, semantica) são entrada simultânea para o classificador. Na fusão de classificadores, tem-se classificadores especializados para cada canal e um outro classificador, fazendo a integração entre os canais.
[15:11] <marcosbarretto> (slide 32)O uso de vários canais introduz também informações confusas para o classificador. Por exemplo, as imagens no slide são todas relativas a um segmento de vídeo de 4 segundos. Olhando a imagem, que emoção vc acha que está no vídeo? É impossível dizer, certo? Se vc não consegue, por que o classificador conseguiria? Rsrsrs!
[15:11] <marcosbarretto> O mesmo acontece com a semântica: pode ser que o gesto altere totalmente a compreensão da emoção que o Interlocutor deseja transmitir.
[15:11] <acris> sorriso
[15:12] <marcosbarretto> (slide 33)Neste trabalho, foi realizada a fusão de auido e video, usando ambas as técnicas (fusão de features e fusão de classifacadores). Pode-se perceber que não é possível tirar nenhum conclusão... rsrsrs!
[15:12] <marcosbarretto> A identificação de Happines foi melhor em video do que na voz ou na fusão (100%): ou seja, nem sempre a fusão ajuda. Por outro lado, entre as duas técnicas de fusão, também não se pode determinar qual é melhor: Anger foi melhor na fusão de features, Happiness foi melhor na fusão de classificações.
[15:12] <marcosbarretto> Mas o erro médio é menor com a fusão do que com canais independentes (as matrizes do slide não mostram esta conclusão mas, fazendo as contas, é uma conclusão que se pode tirar!)
[15:13] <marcosbarretto> (slide 34)Neste trabalho, foi feita a fusão de linguagem e audio. Pode-se perceber a melhora com a fusão, atingindo 8% de erro com uso de NN. A técnica para a determinação da emoção na semântica é Belief Network, que associada uma valência a cada palavra e regras de composição para “somar” as palavras em um frase
[15:13] <marcosbarretto> (slide 35)Um pouco sobre sintese expressiva
[15:13] <marcosbarretto> (slide 36)A gnt pode separar em 3 problemas: (i)como gerar a vocalização? (ii)como gerar a curva prosódica desejada? (iii)qual curva prosódica usar? Deste problemas, vamos discutir somente (i) e (ii). O problema (iii) fica pra uma outra conversa...
[15:13] <marcosbarretto> (slide 37)Imagino que os elementos prosódicos são melhor conhecidos por vcs do que por mim... Mas, se vc não conhece, vai entender um pouco pelos próximos slides. A questão central é que, pra determinar uma curva prosódica, pode ser necessário intervir em qualquer um dos elementos, como mostrarão os exemplos dos próximos slides.
[15:13] <marcosbarretto> (slide 38)Pode ser necessário intervir em nivel de silaba, como mostra o exemplo.
[15:14] <marcosbarretto> (slide 39)Ou em nivel de palavra prosódica.
[15:14] <marcosbarretto> (slide 40)Ou em nivel de sintagma fonologico.
[15:14] <marcosbarretto> (slide 41)Ou mesmo em sintagma entoacional.
[15:14] <marcosbarretto> (slide 42)Para as intervenções listadas nos slides anteriores, é preciso determinar os parâmetros físicos sobre os quais deve-se atuar. Novamente, o mesmo problema... Quais são relevantes? O slide mostra alguns deles.
[15:15] <marcosbarretto> (slide 43)O slide mostra a relação entre algumas emoções e a intervenção nas features físicas. Por exemplo, Joy deve ser acompanhada de uma variação da F0, com estressamento das sílabas tônicas.
[15:15] <marcosbarretto> (slide 44)Este trabalho mostra o uso do modelo de Emoções com Activation/Evaluation/Power (A/E/P), para 4 emoções (tabela em azul). E mostra como intervir em um conjunto de features físicas, para cada nivel de A/E/P.
[15:15] <marcosbarretto> (slide 45)Os software de TTS (Text-To-Speech) mais modernos implementam o padrão SSML (Speech Synthesis Markup Language), que permite a determinação de aspectos prosódicos.
[15:15] <marcosbarretto> (slide 46)SSML permite espeficiar <emphasis> (ênfase), ou seja, elevação no volume com alongamento das vogais.
[15:16] <marcosbarretto> (slide 47)SSML permite especificar completamente a curva prosódica com a tag <contour>.
[15:16] <marcosbarretto> (slide 48)Veja os exemplos nos links dos slides, quando tiver um tempinho.
[15:16] <marcosbarretto> foi corrido? sorry!!
[15:16] <marcosbarretto> (slide 49)obrigado!!
[15:17] <Dani_Re> obrigada, prof. marcosbarretto
[15:17] <Dani_Re> vamos abrir a sala para perguntas então!
[15:17] <acris> obrigada, marcosbarretto clap clap clap clap
[15:17] <Renilze> Onde localizar esses slides?
[15:17] <acris> pessoal
[15:17] <marcosbarretto> (gnt: estava copiando e colando... não esperem que eu digite tao rapido...)
[15:17] <Dani_Re> perguntas, comentários?
[15:17] <acris> eu gostaria que primeiro o marcosbarretto e o MarceloBuzato pudesse falzer alguma pergunta um pro outro
[15:17] <Dani_Re> ok
[15:18] <MarceloBuzato> E quem pergunta primeiro?
[15:18] <marcosbarretto> Manda ai!
[15:18] <acris> sorriso
[15:18] <MarceloBuzato> Olá Marcos, fascinante seu trabalho, parabéns!
[15:18] <marcosbarretto> tks!!!
[15:19] <marcosbarretto> gostei super da sua apresentacao; manovich já era conhecido mas tem um monte
[15:19] <marcosbarretto> de outras coisas pra eu estudar!
[15:19] <MarceloBuzato> A primeira pergunta mesmo seria como conseguir os slides, pq aqui no browser ficaram bem ruins de ler e eu queria muito olhar com calma e ver os links
[15:19] <marcosbarretto> achar ponteiros é sempre complicado...
[15:19] <acris> podemos colocar depois no site um link direto pros slides
[15:19] <Bintje> Essas histórias me fazem lembrar do computador HAL-9000. São necessários computadores muito potentes para realizar essas interações homem-máquina?
[15:19] <MarceloBuzato> Grato, fico feliz que tenha alguma ressonancia e
[15:20] <MarceloBuzato> Bom, mas minha pergunta
[15:20] <MarceloBuzato> na verdade é a seguinte:
[15:20] <Dani_Re> vamos publicar todo o registro das apresentações e os links dos slides tbm sorriso
[15:20] <marcosbarretto> (depois falo sobre HAL900)
[15:20] <MarceloBuzato> O que vc acha que é mais difícil, no momento: fazer o sistema de síntese se aproximar da performance do humano ou saber exatamente onde ele tem que se confundir pra poder ficar "mais humano"?
[15:21] <marcosbarretto> sempre tenho que ler umas 10 vezes o que os semioticos escrevem... como já disse varias vezes à Ana, nunca uso palavras com 4+ silabas...
[15:21] <marcosbarretto> mas vamos lá!
[15:22] <acris> gostaria de apimentar essa pergunta... mas responde primeiro, marcosbarretto, pois prefiro perguntar aos dois
[15:22] <marcosbarretto> a compreensão de contexto, passando pela compreensão de semântica (linguistica) esta ainda engatinhando
[15:22] <Bintje> Joseph Campbell no livro O Poder do Mito: "Meu computador me proporcionou uma revelação sobre a mitologia. Você compra um determinado programa e ali está todo um conjunto de sinais que conduzem à realização do seu objetivo. Se você começa tateando com sinais que pertencem a outro sistema de programas, a coisa simplesmente não funciona."
[15:22] <marcosbarretto> assim, do ponto de vista pratica, fazer algo que se compare à performance humana está bem longe... provavlemente, umas 2 geracoes...
[15:23] <marcosbarretto> não temos mecanismo adequados pra aprendizagem; machine learning é muito simplista e, claro, nao permite tirar conclusoes
[15:23] <vitorlobo> isso tudo me lembra oq atualmente a Foxxconn fez com seus funcionarios...dos quais montavam toda aquela parafernalha da Apple...a solução que arrumaram para não mais causar escandalos internacionais quanto os maus tratos aos chineses, foi de substitui-los por AI...
[15:23] <marcosbarretto> apenas serve pro trabalho de classificacao
[15:23] <vitorlobo> sem falar deste restaurante na china:
[15:24] <marcosbarretto> já a humanizacao do computador é uma coisa mais facil, à medida em que a gnt tirar a interface de botoes
[15:24] <marcosbarretto> e troca por uma interface (ainda que limitada) por voz
[15:24] <marcosbarretto> mas tb tem a sua lmitacao em termos de expectativa: do "outro lado" tem uma maquina burra...
[15:25] <MarceloBuzato> claro...
[15:25] <vitorlobo> marcosbarretto, botoes sempre serão necessários ainda que como uma segunda opção "manual" rs,..afinal, eos deficientes de fala, ouvido etc? :P
[15:25] <marcosbarretto> a gnt pode creditar o que quiser ao computador: implicacoes mitologicas entre elas... mas nao passa de algo muito limitado...
[15:25] <MarceloBuzato> sorriso
[15:26] <Bintje> Mais do que burra, o computador é uma máquina do Velho Testamento.
[15:26] <Bintje> Explico:
[15:26] <Bintje> Joseph Campbell no livro O Poder do Mito: "Sim. Mas então chega um momento em que a máquina começa a ditar ordens a você. Por exemplo, eu comprei uma dessas máquinas maravilhosas – um computador. Ora, como lido predominantemente com deuses, foi por aí que identifiquei a máquina: ela me parece um deus do Velho Testamento, com uma porção de regras e nenhuma clemência."
[15:26] <marcosbarretto> o que falta, na minha visão (e de muitos, mas nao tenho a memoria do Marcelo pra citacoes) eh, inicialmente, alguma forma de aprender]
[15:26] <Bintje> Como incorporar "alguma clemência" à IA?
[15:26] <marcosbarretto> mesmo a logica que dispomos é bastante limitada
[15:27] <acris> MarceloBuzato e marcosbarretto: puxando a sardinha pro meu prato, eu não consigo pensar que a teoria correta para cuidar dessas questões não seja a semiótica greimasiana, e acho que ela resolveria os problemas de indefinições apontados pelo Marcos, por exemplo. Com ela trabalhamos tanto as relações quanto as emoções de forma bastante sistematizada e, o que é mais legal ainda, de forma abstrata. Assim, a pergunta que eu gostaria de ver pensada por
[15:27] <acris> vocês dois é: se, mesmo com a tecnologia ainda incipiente que temos, o robo pode - e concordo que possa - ser percebida como "mais humano" que o homem em algumas situações de interação, a simulação de emoções - que tambem acredito ser possivel ser "mais humana" que a humana propriamente dita, em algumas situacoes - poderia gerar um problema em relação à aceitação dos robos? isso deveria ser considerado por quem os inventa?
[15:27] <marcosbarretto> nao tenho esperança de que haja o "click" que muda tudo, enqto eu viver...
[15:28] <vitorlobo> usar a maquina como objetivo de substituição da mente humana é tolice...mas por outro lado, usa-la para nos beneficiar naquilo que a mente humana não é capaz, nos serve muito bem. Como por exemplo, processamento de dados.....
[15:28] <Bintje> A questão da aceitação dos robos passa pela solidão humana.
[15:28] <Bintje> Imagine a situação dos velhos no Japão,
[15:29] <Renilze> Concordo, deve-se pensar em usar para beneficiar o humano, e isso precisa e muito...
[15:29] <Bintje> há robos que são companheiros deles, como bonecos.
[15:29] <marcosbarretto> eu acredito em dispositivos que psosam ajudar às pessoas: eu sou Engenheiro. Assim, o robô em que estamos trabalhando pretende ser companhia pra gnt solitária
[15:29] <Bintje> Entendi, Marcos
[15:29] <vitorlobo> Bintje, penso que vc esteja se baseando numa tese meio longe do que esteja sendo proposto aqui
[15:29] <marcosbarretto> falar sobre a vida passada da pessoa, ser bom ouvinte, lembrar a hora de tomar o remedio, de ligar pra filha, etc
[15:29] <Bintje> Há um enorme espaço para essa interação,
[15:29] <vitorlobo> dramatizando demais as coisas
[15:29] <MarceloBuzato> Ana, eu acho que essa pergunta é difícil, mas eu diria que antes disso, a gente talvez precise avaliar até que ponto essa separação entre humano e não-humano vai se sustentar na prática...
[15:29] <Bintje> Não, Vitor.
[15:29] <vitorlobo> os tempos mundam, as tecnologias evoluem, as necessidades do homem também se modificam
[15:29] <MarceloBuzato> teoricamente ela já está bem abalada.
[15:30] <Bintje> Vou buscar a reportagem.
[15:30] <marcosbarretto> nao se trata de substituir o humano
[15:30] <Renilze> Que tal, preparar o humano para ter mais solidariedade.
[15:30] <acris> MarceloBuzato: euconcordo, mas as pessoas resistem a isso, em geral, tanto que estamos discutindo aqui substituir ou não o humano, quando penso que isso nem chega a ser uma questão propriamente dita
[15:30] <MarceloBuzato> Pra pegar carona no exemplo do Marcos
[15:30] <vitorlobo> tecnologia é feita para ajudar , agilizar as coisas, facilitar a vida do homem...não o contrario
[15:30] <vitorlobo> ou substituir por exemplo rs
[15:31] <marcosbarretto> o problema de aceitacao de "robos quasi-humanos" é bem discutido na lteratura; procurem por UNCANNY VALLEY
[15:31] <MarceloBuzato> um idoso sem filhos mas com um robot que converse com ele talvez seja mais humano do que um sem filhos e sem robô, não?
[15:31] <acris> marcosbarretto: otimo
[15:32] <vitorlobo> MarceloBuzato, para isso existem animais domésticos rs
[15:32] <Bintje> Achei a reportagem, da BBC.
[15:32] <MarceloBuzato> E outra coisa que acho que podemos pensar desde já:
[15:32] <acris> MarceloBuzato: tb acho... ainda mais numa sociedade que muitas vezes exclui os idosos... e eles passam a ser peças do mobiliário
[15:32] <vitorlobo> MarceloBuzato,  que são mais "vivos" do que qualquer robô
[15:32] <vitorlobo> :P
[15:32] <Bintje> "Japão usa robôs para consolar vítimas de tsunami" - http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2011/07/110719_japao_foca_robo_tsunami_fn.shtml
[15:32] <Woodsonfc_> Na literatura da ficçao científica tb se discute muito isso como em Isack Asimov
[15:32] <marcosbarretto> eu concordo com Marcelo: a gnt faz o cachorro ser nossa companhia, e isso nos permite exercitar nossa humanidade
[15:32] <cvcosc> A Sherry Turkle mostra vários exemplos de como robôs ajudam idosos em casas de repouso.
[15:32] <MarceloBuzato> a gente sempre se transforma de algum modo em função do outro com quem convivemos e interagimos...
[15:33] <acris> legal, Bintje
[15:33] <vitorlobo> nem tudo q vem do oriente ....nem tudo ..é bom levar-se a sério rs
[15:33] <vitorlobo> eles casam com bonecas infláveis, casam-se com robos
[15:33] <acris> vitorlobo: hahahaha
[15:33] <cvcosc> Mas levanta outros problemas de como os parentes humanos acabam deixando por conta do robô o que deveria ser função deles, dar carinho, atenção, fazer visitas, etc
[15:33] <Bintje> Sim, eles tem muito menos reservas em relação aos robos que nós.
[15:33] <MarceloBuzato> logo, esse limirar aí vai ficar mais difícil de determinar apenas pela maneira como falamos, pensamos ou reagimos no discurso.
[15:33] <Renilze> Ainda estou na tecla de buscar trabalhar o humano em ser mais sensível, pois, a máquina não substituirá o humano em oferecer carinho, calor e a presença é importante. Não é verdade?
[15:33] <marcosbarretto> sao muitos os trabalhos em que robôs são intermediários na comunicacao de altistas com o mundo exterior
[15:33] <marcosbarretto> ou seja: nao so idosos
[15:34] <Bintje> Sim, mas temos que começar trabalhando nos casos mais intensos.
[15:34] <Bintje> Idosos,
[15:34] <acris> todas essas questões são complexas. Vejo os jovens preferindo se comunicar pelo facebook do que face a face, e quem pode dizer que estão errados?
[15:34] <Bintje> gente com problemas motores,
[15:34] <MarceloBuzato> Eu acho que "vida", assim como "humanidade", é efeito, é performance...
[15:34] <Madu> Num mundo em que a população vive cada vez mais, as pessoas tem cada vez menos filhos e a distancia geográfica entre as pessoas é cada vez maior, desenvolver robos assim me parece genial,
[15:34] <acris> acho que nao devemos tecer juizo de valores para nao cair em preconceito
[15:35] <vitorlobo> AI nas cadeias...acabar com esse negócio de agente carcerário.... assim, há somente um comando, um controle, um cabeça....se ouvir corrupção na cadeia, saberão todos de quem vem..
[15:35]  * acris vai criar a associação de proteção aos robos
[15:35] <Dani_Re> sorriso
[15:35] <vitorlobo> penso em coisas práticas do tipo
[15:35] <belcoimbra> me lembrei do filme Blade Runer alguem viu?
[15:35] <vitorlobo> isso me lembra a resident evil...a dama vermelha nas prisoes
[15:35] <vitorlobo> mas é interessante rs
[15:35] <Woodsonfc_> Acho que essa dicotomia do humano x não-humano passa pela visão ideológica do que seja humano, penso que a categoria cultural x artificial seja a que se possa pensar aqui!
[15:35] <Bintje> Sim, e as máquinas não passavam nos teste de humanidade.
[15:35] <Bintje> Lindos, vida curta, live fast and die young.
[15:35] <Woodsonfc_> Não acha Marcelo e Marcos?
[15:36] <vitorlobo> bom, n penso em humanizar uma maquina
[15:36] <vitorlobo> penso em usa-la para nosso benefício
[15:36] <vitorlobo> somente
[15:36] <MarceloBuzato> Woodsonfc_, eu acho que vc tem um ponto interssante aí, mas quem nao separa humano de não-humano também nao separa cultura de natureza... veja o Latour, por exemplol
[15:36] <vitorlobo> humanizar uma máquina seria tipo...brincar de "exterminador do futuro"? muita ficção na cabeça
[15:36] <vitorlobo> rs
[15:36] <cvcosc> O Blade Runner é uma boa lembrança; e me leva a uma discussão mencionada pelo Buzato
[15:36] <BrunoForgiarini> Tem quele filme que acho que ilustra a questão dos robôs e sentimentos: Eu robô com Robin Willans
[15:36] <cvcosc> Buzato falou: O "trans", nesse caso, é pra destacar que essa linguagem depende de dois universos semânticos distintos, mas intimamente relacionados: do do lado de dentro da tela, e o do lado de fora.
[15:37] <Bintje> Mas o robo do Robin teve a chance de evoluir.
[15:37] <Bintje> A máquina do Blade Runner, não.
[15:37] <cvcosc> Será que podemos mesmo pensar em "o lado de lá e o lado de cá"?
[15:37] <Bintje> Era um fim em si mesma.
[15:37] <Woodsonfc_> MarceloBuzato, fale mais...
[15:37] <vitorlobo> se bem que humanizar maquina o povo iria voltar ao tempo da escravidão porém nao mais com negros...e sim com máquinas rs....
[15:37] <vitorlobo> escravizar as maquinas "que agora tem sentimento"
[15:37] <Bintje> Robot, em tcheco, significa trabalho forçado.
[15:37] <vitorlobo> nossa como isso seria engraçado
[15:37] <acris> cvcosc: eu acho que ainda podemos, mas chegará o momento em que não poderemos mais
[15:38] <marcosbarretto> cvosc tocou no ponto central: a aproximacao dos robos (e avatares, bots e outros virtuais) a formas de interacao mais humanas (como voz) ao invés de forma coputacionais, como botões e teclados
[15:38] <Renilze> Os robôs se evoluem e os homens tornam máquinas, insensíveis, alienados do calor do vizinho...
[15:38] <Woodsonfc_> ainda acho que humanizar é muito ligado ao que ideológicamente se pensa o humano que varia de cultura para cultura
[15:38] <MarceloBuzato> Woodsonfc_Veja, o que a gente chama de natureza, para o Latour, é uma produção, uma construção... não é um "dado", e, por isso, está no mesmo plano da cultura
[15:38] <belcoimbra> penso que o quadrado semiotico de Greimas qdo trabalho os contarios semanticos pode ser uma pista
[15:38] <vitorlobo> que minha futura esposa n me troque por uma maquina
[15:38] <vitorlobo> seria decepcionante
[15:39] <BrunoForgiarini> mas quando o cientista criou não esperava que apenas um queria ir além do que ser um simples robo
[15:39] <belcoimbra> kkkkkk
[15:39] <Bintje> Ou você a trocaria por uma outra esposa,
[15:39] <MarceloBuzato> Marcos, eu tenho mais uma pergunta pra te fazer, posso?
[15:39] <Bintje> sempre jovem, sempre bonita,
[15:39] <marcosbarretto> claro!!
[15:39] <Renilze> KKKKKKKK
[15:39] <Bintje> que nunca tem TPM.
[15:39] <belcoimbra> kkkkkkk
[15:39] <vitorlobo> mas isso é o tempero
[15:39] <vitorlobo> comida sem sazon n tem gosto
[15:40] <vitorlobo> o tpm veio para dar aquela balançada na relação
[15:40] <Bintje> Concordo.
[15:40] <vitorlobo> se ficar sistematico ngm vai gostar
[15:40] <vitorlobo> rs
[15:40] <MarceloBuzato> |Eu fico muito interessado quando vejo a garotada se apoderando de interfaces de usuário pra fazer coisas completamente imprevistas pelos designers dos sistemas e das interfaces, e como isso acaba produzindo movimentos culturais e políticos bem interessantes, mesmo que no começo pareca uma coisa beta
[15:40] <Renilze> KKKK. Não tem TPM, mas, não tem calor humano....
[15:40] <Woodsonfc_> Segura pessoal!
[15:40] <MarceloBuzato> *besta
[15:40] <Bintje> Sim, é subverter a liturgia.
[15:40] <Bintje> É assim que os sistemas evoluem.
[15:40] <MarceloBuzato> por exemplo, o flash mob, que era uma brincadeira qdo apareceu o SMS acabou virando uma estratégia de mobilização política em lugares como o oriente médio, etc
[15:41] <vitorlobo> MarceloBuzato, se vc apresenta uma tecnologia sem interface...eles mesmos exigem tal procedimento, tecnologia
[15:41] <belcoimbra> isso aqui ta muito bom!!! sorriso
[15:41] <vitorlobo> MarceloBuzato, é tipo.... rejeitam aprender o terminal linux pq acham a interface do windows mais prática
[15:41] <MarceloBuzato> Daí a pergunta é: acha que vamos ter interfaces de programação de robô "facilitadas" como saõ os blogs pra quem quer ter um "site" mas nao sabe programar? Se sim, que tipo de coisa acha que a garotada pode vir a inventar com os robôis?
[15:41] <Bintje> Sim, e a gente inventa a interface para que ela seja subvertida.
[15:41] <MarceloBuzato> *robôs
[15:42] <vitorlobo> MarceloBuzato,  mas quando aprendem o terminal linux, se perguntam "pq eu n aprendi isso antes?"
[15:42] <vitorlobo> preconceito
[15:42] <cvcosc> Talvez não seja subversão, Marcelo, mas possibilidades de uso, explorar as affordances.
[15:42] <marcosbarretto> a gnt de tecnologia esta aprendendo e incentivando as novas interfaces:
[15:42] <Renilze> Ainda tenho preconceito com o Linux
[15:42] <Bintje> Por que preconceito?
[15:43] <marcosbarretto> os wearable devices são uma coisa BEM importante e que será, certamente, pervasiva
[15:43] <Bintje> São tantas as interfaces possíveis...
[15:43] <vitorlobo> conceito pre concebido antes de se conhecer
[15:43] <Renilze> Creio que acostumada com o Windows
[15:43] <Bintje> e a possibilidade de inventar novas.
[15:43] <vitorlobo> ja resume tudo
[15:43] <vitorlobo> rs
[15:43] <marcosbarretto> a gnt tem a realidade aumenta (os oculos do Google, pex) que devem chegar ao mercado no proximo ano ou ainda neste natal
[15:43] <MarceloBuzato> Só pra clarear falei em "apoderar", ou "apropriar", nao necessariamente subverter...
[15:43] <vitorlobo> Renilze, isso é um problema
[15:43] <Bintje> Isso é ruim.
[15:43] <marcosbarretto> a gnt tem tradutores automaticos com audição e fala no novo Samsung S4
[15:43] <Bintje> Os óculos do Google cegam para a realidade ao redor.
[15:43] <vitorlobo> pessoas que escrevem a anos em máquina de datilografar, ao passar para um notebook, inventam mil defeitos sobre ele
[15:44] <vitorlobo> conservadorismo demais
[15:44] <vitorlobo> rs
[15:44] <marcosbarretto> a gnt tem voice command no carro (bom... eu ainda não... mas chego lá!)
[15:44] <Renilze> Obrigada pela força, acho que tenho que mudar...
[15:44] <marcosbarretto> então, respondendo: as novas interfaces começam a depontar muito forte
[15:44] <vitorlobo> Renilze, aprenda com acris  rs
[15:44] <acris> rs
[15:44] <marcosbarretto> removendo os teclados pelas telas sensires no iPad e...
[15:45] <marcosbarretto> .... abandonando o iPad e indo pra voz
[15:45] <Renilze> OK, preciso mesmo novos desafios.... para não ficar acomodada
[15:45] <marcosbarretto> alias, um outro exemplo barbaro...
[15:45] <vitorlobo> sou a favor das tecnologias novas..por outro lado, quando se pensa em facilitar a vida do homem, tem de se pensar também em "preservar bem a vida do homem"
[15:45] <marcosbarretto> é a desmaterialização dos devices, com projeções
[15:45] <vitorlobo> daí entra em questão o assunto "lixo eletrônico"
[15:45] <vitorlobo> tecnologia de reciclagem de lixo eletronico
[15:45] <vitorlobo> é um seguimento interessante
[15:46] <Bintje> O Lixo é o equipamento dessacralizado.
[15:46] <Bintje> Veja a religião do iAlgumaCoisa.
[15:46] <acris> marcosbarretto: voz nao é sempre adequado: ja pensou no metro todo mundo falando com seu celular? que zona! nao existe, a meu ver, "a interface", a grande meta ideal... exisem muitas, depende do contexto e do usuário (vive la diversité)
[15:46] <marcosbarretto> retomando a pergunta de Marcelo:
[15:46] <Renilze> Sim e que precisa ser pensado, pois, o homem só está pensando em produzir e não planeja no destino das peças ou objetos antigos... e aí o mundo se transforma num montão de lixo...
[15:47] <vitorlobo> se o lixo organico já é um problema social....imagina o eletronico que leva em sua composição uma variedade monstruosa de metais tóxicos...
[15:47] <vitorlobo> o certo n seria enterrar, ou.....dar um fim...explodir, queimar nada disso rs
[15:47] <marcosbarretto> acho que há um mundo de novas oportunidades, que começa a ser experimentado
[15:47] <vitorlobo> somente reaproveitar
[15:47] <MarceloBuzato> Concordo, Ana!
[15:47] <marcosbarretto> (putz ! esqueci de citar os capacetes de captação neurologica...)
[15:48] <acris> marcosbarretto: :D:D:D
[15:48] <vitorlobo> marcosbarretto,  um momento deixa eu encontrar um negocio aqui q talvez te inspire
[15:48] <Bintje> É sério, parte do trabalho do professor Nicolelis.
[15:48] <MarceloBuzato> Pois é, tem mais isso, os chips no crânio, etc
[15:49] <Renilze> Mal aprendemos trabalhar numa interface, logo aparece outra e outra, e outra, e não temos tempo para nós mesmos, para o nosso filho, nosso vizinho, nossos pais, aí, temos que criar robôs para suprir a carência humana... é algo a se pensar e refletir...
[15:49] <marcosbarretto> então, voltando à palestra do Marcelo:
[15:49] <vitorlobo> marcosbarretto, acris , MarceloBuzato , Bintje , Renilze , assistam : http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=oWu9TFJjHaM
[15:49] <vitorlobo> isso seria uma solução MUITO boa
[15:49] <Bintje> O objetivo nobre é ajudar os tetraplégicos.
[15:49] <marcosbarretto> acho que temos um movimento de aproximação de ambas as partes
[15:49] <Bintje> Como assim?
[15:50] <Dani_Re> bom, já estamos com o tempo estourado, precisamos fechar até às 16h
[15:50] <Bintje> Justo no melhor do papo ;(
[15:51] <marcosbarretto> (esqueci de dizer que tb concordo com Ana: voz nem sempre é adequado! mas é um fronteira importante a vencer)
[15:51] <acris> por favor, marcosbarretto, continue
[15:51] <Dani_Re> infelizmente... pq a conversa está muito boa mesmo
[15:51] <MarceloBuzato> Marcos: mas ao mesmo tempo a "mecânica" das coisas, com essas interfaces, vai ficando mais "escondida" e mais complicada,né? Será que os usuários vão conseguir continuar sendo essa força de inovação de baixo pra cima, em rede?
[15:51] <Bintje> Vão sim, o Linux está aí para provar isso.
[15:51] <acris> excelente pergunta, MarceloBuzato, e bem colocado o comentário, Bintje
[15:52] <marcosbarretto> acho que a mecanica do uso se simplifica ... mas a mecanica da construção se complica (e fica cada vez mais dificil dar aula na Engenharia)
[15:52] <MarceloBuzato> ou vao ser "fechados" em possibilidades pré-fonrecidas pra eles cada vez mais?
[15:52] <marcosbarretto> acho que a força maior não é dos usuarios ...
[15:52] <MarceloBuzato> sorriso)
[15:52] <marcosbarretto> mas sobretudo da industria buscando seu espaco
[15:52] <Bintje> Que, também são usuários.
[15:52] <acris> acho que esse "jogo de forças" é saudável e necessário
[15:53] <cvcosc> o usuário ajuda e encontrar o caminho e os espaços né?
[15:53] <Bintje> Sim, e precisam ter interações com as outras industrias,
[15:53] <cvcosc> *os caminhos
[15:53] <acris> é o que penso, cvcosc
[15:53] <marcosbarretto> bintje: qdo a industria esta produzindo, não creio que seu papel seja de usuario
[15:53] <Renilze> Assisti. Fantástico, mas para facilitar a vida, e para beneficiar o homem, mas para aprender a matar... isso deveria ser proibido, pois, quando acontece na vida real todos ficam pasmos e indignados....
[15:53] <Bintje> os fornecedores,
[15:53] <Bintje> os compradores.
[15:53] <marcosbarretto> o usuario não sabe o que quer! vc conhece alguem que ia precisar de um iPad, antes de ele ser inventado?
[15:53] <acris> não é e nunca será uma via de mão única, mas é preciso estimular aos usuários que sejam ativos no sistema
[15:53] <marcosbarretto> o mercado cria a necessidade
[15:54] <Bintje> Se elas se fecharem em si, não há evolução.
[15:54] <marcosbarretto> (de forma geral)
[15:54] <acris> marcosbarretto: o mercado cria necessidades desnecessárias, inclusive
[15:54] <Bintje> Viram robos do Blade Runner.
[15:54] <acris> por isso essa convergencia entre exatas e humanas é tão importante
[15:54] <vitorlobo> quando a microsoft empurra uma nova versão do windows, antes de haver tanto usuário Linux, o que acontecia? a tendencia era você se adaptar a essa nova interface/tecnologia na marra...ou você aprendia, ou você ficaria para trás ou...um belo dia teria de aprender. Não tinha liberdade de escolher o que usar, como usar, e a maneira da qual você gosta mais de usar. Liberdade é algo muito bom por um lado. Mas por outro..pode acabar atrapalhando o des
[15:54] <vitorlobo> envolvimento de toda uma sociedade rs
[15:54] <vitorlobo> eita paradigmas tensos
[15:54] <marcosbarretto> ana: ai que entra o livre arbitrio... eu nao tenho iPad pq nao vejo espaco na minhavida...
[15:55] <acris> marcosbarretto: eu tb nao rs
[15:55] <MarceloBuzato> Marcos, acho que talvez essas formas de inovar e apropriar serão cada vez mais em torno das combinações (d0s mash ups de todo tipo) entre os dispostivos e interfaces, do que, de fato, no funcionamento de cada device ou serviço, né? Daí a importância dessas coisas novas serem combináveis e compatíveis entre si, de preferência com códigos abertos pra isso, pra poder haver interoperabilidade.
[15:55] <Renilze> Verdade Cris - a importância do relacionamento entre exatas e humanas....
[15:55] <marcosbarretto> ana: pois é! ou seja: nao ha desnecessarios....
[15:55] <Bintje> Que finalmente está se retomando.
[15:55] <Woodsonfc_> O problema é que normalmente as mídias estão muitas vezes a serviço das relações de poder, como podemos ver na multiplicidade de jogos de guerra e de competição e quase nada de colaboração! Seria isso o que mais distancia o humano do não humano marcosbarretto e MarceloBuzato?
[15:56] <Bintje> Essa separação foi uma das piores coisas da Primeira e Segunda
[15:56] <Bintje> Revoluções Industriais.
[15:56] <acris> marcosbarretto: se nao tem espaço, são desnecessários; há quem, por força de modismos, adote necessidades que não são necessárias. sofrem com isso, mas não sao educados a reagir
[15:56] <Renilze> Muito bom, agora vou trabalhar!!! Valeu esta oportunidade de ampliar a visão e refletir em outras possibilidades... Abraço a todos. Foi um prazer e tanto... Renilze Ferreira.
[15:57] <marcosbarretto> Marcelo: este é um desafio pra Engenharia, criar coisas interoperáveis. Nem sempre são: vide os controles remotos à frente de sua TV...
[15:57] <MarceloBuzato> Ana e MArclos, há várias classes de necessidades, nem todas "práticas", né?
[15:57] <Bintje> Você trabalhou bastante, Renilze.
[15:57] <MarceloBuzato> *Marcos]
[15:57] <acris> podemos pensar assim, MarceloBuzato sorriso
[15:57] <Bintje> Repensar no que está fazendo.
[15:57] <Bintje> As máquinas não fazem isso.
[15:57] <Renilze> Aqui é reciclagem, vou dar aulas de Relações Humanas.... Abraços!!!
[15:57] <Bintje> Refletir.
[15:58] <cvcosc> Acho que é isso mesmo, Marcelo. As formas com que os usuários se apropriam das ferramentas é criativa e aponta para demandas e possibilidades. A indústria costuma trabalhar mt em cima disso.
[15:58] <MarceloBuzato> Será por que o modelo de negócios privilegia a competição, Marcos, dificulda que as empresas e os engenheiros façam as coisas juntos pra depois ganhar juntos?
[15:58] <MarceloBuzato> *porque
[15:58] <marcosbarretto> Marcelo: que extensão tem o 'praticas' no seu entendimento? pra mim, 'pratica" inclui a diversão e até arte pq me leva a divertir-me ou relaxar ... ou seja, é "util' sempre de alguma forma...
[15:59] <cvcosc> Por que altuém tem de ganhar mais que o outro sempre, não?
[15:59] <cvcosc> *alguém
[15:59] <acris> gente, sei que poderiamos fehcar a sexta com essa conversa deliciosa e realmente relevante, mas, pra fechar, voces dois, MarceloBuzato e marcosbarretto, gostariam de uma ultima colocação?  pode ser nessa linha (Estáótima!)
[15:59] <MarceloBuzato> eu pensava em "pertencer", "distintição social",coisas assim, Marcos, que levam as pessoas, por exemplo, a seguir a moda na maneira de se vestir
[16:00] <MarceloBuzato> e também em coisa subjetivas...manias, compulsões, pulsões inconscientes, tec
[16:00] <marcosbarretto> Marcelo: entendi!
[16:00] <MarceloBuzato> *etc.
[16:01] <MarceloBuzato> Só quero agradecer, Ana, e ao pessoal todo pelas perguntas, e ao Marcos, em especial, pela troca de conhecimento e idéias muito estimulante. Um abraço a todos.
[16:01] <belcoimbra> Muito bom pessoal!! parabens á organização do Stis e aoas palestrantes!!! Foi barbaro!!!
[16:01] <acris> agradeço demaaaaaaaaaais essa conversa e as participações de todos!
[16:01] <adelmaa> Prezados professores, n´so do STIS agrdecemso aos senhores pela presença e pelas brilhantes
[16:01] <acris> clap clap clap clap clap
[16:01] <marcosbarretto> fechando, como Ana pediu: agradeço a Marcelo pelos ponteiros! Á Ana e seu grupo, pela oportunidade! E à todos, pela paciência! Abraço grande!
[16:01] <acris> clap clap clap clap clap
[16:01] <acris> clap clap clap clap clap clap
[16:01] <vitorlobo> rs
[16:01] <Beth_> Parabéns Marcelo e Marcos!!!! clap clap
[16:02] <acris> clap clap clap clap clap
[16:02] <vitorlobo> reuniao de professores
[16:02] <Bintje> clap, clap, clap
[16:02] <vitorlobo> sou um mero aluno
[16:02] <vitorlobo> :P
[16:02] <Madu> Quanta novidade interessante a ser elaborada, aff Belíssima apresentação. Agora me resta retomar e estudar o que vcs disseram. Obrigada
[16:02] <adelmaa> palestras e gostariamos de lembrar a mabos que você stem 60 diaspara nos encaminhar os artigos para publicação nos anais do nosso evento.
[16:02] <belcoimbra> clap clap clap!!!!!!!
[16:03] <acris> A palestra será publicada no site do stis: stis.textolivre.org  Obrigada a todos pelas participações e especialmente a meus amigos Marcelo e Marcos, um grande beijo!
[16:03] <Madu> clap clap clap
[16:03] <BrunoForgiarini> Parabéns Marcelo e Marcos! Parabéns pela palestra.
[16:03] <adelmaa> Clap clap clap clap clap!!!!
[16:03] <cvcosc> Parabéns, Buzato e Marcos!
[16:03] <Woodsonfc_> Clap clap clap
[16:03] <BrunoForgiarini> \o>
[16:03] <acris> cvcosc: obrigada pela presença! sorriso
[16:04] <acris> cvcosc = Carla Coscarelli
[16:04] <adelmaa> Agradecemso a todos ospresntes pela participação. gOstaráimso de covnidar todos para nossas conferência aestra do próximo mês
[16:04] <MarceloBuzato> Beijo Carla!!!
[16:04] <cvcosc> Obragada a vocês: Adelma e Ana Cristina!
[16:05] <belcoimbra> abraço saudoso em todos os amigos da texto livre!!!! sorriso
[16:05] <cvcosc> Beijão, Marcelo! É sempre mt bom ouvir você!
[16:05] <MarceloBuzato> pensei que a Carla fosse uma russa que está espíonando os projetos do Marcos heheheh
[16:05] <BrunoForgiarini> Estarei presente Adelma, abraço e boa tarde a todos!
[16:05] <cvcosc> Aprendi muito com vcs dois essa tarde!
[16:05] <adelmaa> com asprofessoras Drs Carla Viana Coscarelli e prof. Dra Fatima Conti.
[16:05] <MarceloBuzato> com esse nick.
[16:05] <cvcosc> kkk vai ver que sou! quem garante que não sou um bot?
[16:05] <MarceloBuzato> A sua vaca é bonita?
[16:05] <MarceloBuzato> kkkkkkk
[16:06] <adelmaa> Palestras imperdíveis!!!!!
[16:06] <MarceloBuzato> Até a próxima, gente! Vou ligar pro meu provedor agora... Fiquem com Deus!
[16:06] <cvcosc> kkkkkk Linda de morrer! Mora na fazenda e dá muito leite! kkkk
[16:06] <marcosbarretto> Marcelo: kkkk!
[16:06] <adelmaa> Aguradamos a presença de todos!!!!
[16:06] <acris> :D
[16:06] <marcosbarretto> abraço grande a todos!

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3. Abril: Leitura digitalizada e Software Livre na Informática

cartaz STIS abril 2013

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Carla Coscarelli (UFMG) e Fátima Conti (UFPA)

Conferência dupla STIS ABRIL 2013

Dia 19 de abril das 14 às 15:30, na Sala de Conferências do STIS

Leitura em tempos digitais (Carla Coscarelli)

Resumo: Ler é mais que processar palavras em textos impressos. Lemos hoje em muitos dispositivos como computadores, tablets, celulares. Então saber ler é mais que ter desenvolvidas as habilidades da matriz do Saeb, por exemplo. Ler agora é mais que ler palavras. Ler é compreender as linguagens que os textos exploram. Ler é navegar, é explorar hipertextos. Sendo assim, que habilidades um leitor deve ter? O que o aluno precisa saber para ser um bom leitor em ambientes digitais? O que o professor deve fazer e como deve lidar com a leitura ambientes digitais, a fim de ajudar seu aluno a ser um cidadão do século 21? Desse conjunto que questões há uma outra que talvez seja ainda mais preocupante: os futuros professores estão sendo preparados para lidar com essa realidade? Nossos cursos de formação estão lidando com essas novas habilidades, preparando os licenciandos para desenvolver o letramento digital dos seus futuros alunos?

 

 

Software Livre e o ensino de Informática (Fátima Conti)

Resumo: Lutamos hoje com enorme falta de conhecimento em todos os campos. Os estudantes tem enormes deficiências em lidar com conceitos básicos ligados a números, como frequências, o que determina uma visão muito limitada e pouco coerente da realidade.

E, até recentemente, a mudança de tecnologias, muito rápida, distanciou as gerações. Assim, no que se refere à Informática, dificilmente as pessoas aprendem em casa conhecimentos simples que não seja o popular "Vai clicando".

É importante notar que as pessoas parecem não ter consciência que a indústria da Informática apenas deseja vender produtos, os equipamentos e programas e serviços, cursos sobre o uso de seus produtos e os próprios serviços técnicos, baseado quase que exclusivamente na substituição de peças. E, também, não percebem que é uma indústria muito ligada ao conceito de monopólios: marcas, patentes e direitos autorais determinam o oferecimento de seus produtos e serviços.

Também deve-se ressaltar que a propaganda foi muito eficiente, especialmente quando se pensa como foi fácil convencer as pessoas que, apesar de não ter conhecimento "qualquer um pode ter um computador". Assim, muita gente pensa conhecer programas, mas apenas clica em "Avançar", desconhecendo o significado das diferentes opções de menus e dos diversos campos que o software pode apresentar.

Aparentemente, poucos foram ensinados a pensar quando estão frente a um equipamento, mas apenas a clicar em algo na tela, e as pessoas desconhecem que o clique do mouse equivale a comandar, escolher, decidir.

Paralelamente, atualmente, a oferta de informatização, em quase todos os setores, ultrapassa nossa capacidade de aproveitamento. Simplesmente não conseguimos aproveitar tudo. Se, antigamente, já se debochou da precariedade da tecnologia, hoje é preciso nos esforçarmos muito para usá-la corretamente, pois a complexidade ultrapassa nossa capacidade de entendimento.

Assim sendo, fica claro que o melhor aproveitamento da tecnologia depende, mais do que nunca, do ser humano. Se nosso objetivo é aumento de produtividade e melhor qualificação e desempenho, tornou-se imprescindível que todos aprendamos algo da linguagem da informática e que dominemos minimamente o conhecimento da operacionalidade e das potencialidades de um equipamento.

Evidentemente, estar incluído digitalmente não depende apenas de possuir um equipamento, ou de ter acesso a ele, pois inclusão digital deve significar, antes de tudo, melhorar as condições de vida de uma comunidade com ajuda da tecnologia. Os equipamentos computacionais e o acesso à internet devem ser ferramentas de libertação do indivíduo, do compartilhamento de informações, de autonomia do cidadão.

Para garantir a democratização da informação, é necessário haver muitos cursos básicos, com explicações práticas sobre o uso de computadores e a configuração de programas e de sua utilização, em linguagem clara e não técnica, pois eles são um inestimável auxílio para os iniciantes e, talvez especialmente, para os que confundem agilidade no uso de algum tipo de hardware com conhecimento.

3.1. registro abril

Registro da Conferência em chat escrito, de 19 de Abril de 2013:

 

 Leitura em tempos digitais
conferencista: Carla Coscarelli


 Software Livre e o ensino de Informática
conferencista: Fátima Conti

 

moderador: Equipe STIS

 


[14:05] <AnaMatte> Boa tarde a todos! Vamos começar mais uma conferência do STIS, que este ano optou por conferências duplas para estimular o debate entre especialistas de áreas diferentes.
[14:05] <AnaMatte> Hoje o ponto de encontro entre as pesquisadoras convidadas é o letramento digital.
[14:06] <AnaMatte> Para falar deste tema, o STIS chamou duas professoras universitárias engajadas na inclusão digital em duas universidades distantes uma da outra e em duas áreas do conhecimento diferentes.
[14:06] <AnaMatte> Carla Coscarelli é professora da Letras da UFMG e Fátima Conti é professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA.
[14:06] <AnaMatte> Fátima Conti, defensora incondicional do software livre e da cultura livre, é mestre (UFSCAR) e doutora (USP - Ribeirão Preto) em Ciências, em Epidemiologia Genética.  Coordena o labInfo-ICB da UFPA e dedica-se às áreas de ensino e extensão, sobre fundamentos de Estatística e Informática.
[14:06] <AnaMatte> stá usando o nick faconti
[14:06] <AnaMatte> Tem implementado o uso de software livre no laboratório, por pensar que seu bom uso na educação é necessário para garantir o início e a continuidade da aprendizagem.  Criadora e mantenedora do conjunto de sites "Muitas Dicas" (http://www.cultura.ufpa.br/dicas/).
[14:06] <AnaMatte> Quem vai dar a partida no debate de hoje é a profa Carla Viana Coscarelli, formada pela UFMG com mestrado e doutorado em Estudos Lingüísticos na mesma universidade.
[14:07] <AnaMatte> Fez estágio de pós-doutorado em Ciências Cognitivas pela University of California San Diego e leciona na FALE/UFMG Universidade Federal de Minas Gerais, onde desenvolve suas pesquisas na área de Letras, com foco nos temas:  leitura, produção de textos, ensino, informática e língua portuguesa.
[14:07] <AnaMatte> está usando o nick cvcosc
[14:07] <AnaMatte> cvcosc e faconti: cada uma terá 30 minutos para apresentar, em seguida abriremos para o debate.
[14:07] <AnaMatte> podemos começar?
[14:07] <cvcosc> ok
[14:07] <AnaMatte> Com a palavra, Carla Coscareli apresentando: Leitura em tempos digitais.
[14:08] <faconti> clap clap clap
[14:08] <cvcosc> Boa tarde a todos. É um prazer estar aqui com vcs.
[14:08] <cvcosc> Obrigada, Ana, por esse convite
[14:08] <AnaMatte> o prazer é nosso, cvcosc
[14:08] <cvcosc> Acho que antes de falar em tecnologia digital, precisamos pensar nos textos e práticas de leitura e escrita em ambientes não digitais.
[14:09] <cvcosc> O digital nos ajuda a pensar o impresso e vice-versa. Com a criação do computador e das possibilidades que ele oferecia, ou que ele apresentava potencialmente, ainda a serem realizadas, das promessas que se desencadearam diante dessas possibilidades, estudiosos e pesquisadores passaram por uma fase de deslumbramento, em oposição a uma turma de céticos. É interessante ver que esses mais entusiasmados perceberam e apresentaram um
[14:10] <AnaMatte> cvcosc: melhor colar trechos menores para não cortar
[14:10] <cvcosc> digital trazia. Isso foi no começo na história do digital.
[14:10] <cvcosc> ok!
[14:10] <cvcosc> O hipertexto era uma das grandes novidades e promessas dessa revolução . Ele seria um texto diferente e traria uma concepção de leitura e de escrita muito diferente da tradicional.
[14:10] <cvcosc> O hipertexto seria um texto sem centro, de autoria múltipla, não seria estável, uma vez que poderia ser modificado sempre, estaria acessível a todos os navegadores e traria infinitas conexões com outros textos.
[14:11] <cvcosc> O leitor, por sua vez, teria total liberdade para ler, como quisesse na ordem e da forma que bem entendesse, esse texto que não teria começo, nem meio, nem fim. E teria infinitos caminhos a seguir indicados pelo texto.
[14:11] <cvcosc> Nesse início não se falava muito no trabalho com imagens e textos multimodais como hoje porque imagens, vídeos e animações eram arquivos pesados
[14:11] <cvcosc> e ainda não havia programas e computadores que possibilitassem a disseminação desses tipo de informação entre os usuários.
[14:12] <cvcosc> Desde essa época, estudos foram feitos a respeito da noção de hipertexto e a cada estudo, não se via , na lida como hipertexto, as prometidas mudanças cognitivas prometidas.
[14:12] <cvcosc> O famoso e instigante livro organizado por Rouet et al. De 1996 (Hypertext and cognition) mostra claramente que as diferenças entre a leitura de hipertexto digitais e textos impressos
[14:12] <cvcosc> não eram tão significativas. Resultados semelhantes foram encontrados por Julie Coiro e outros. Nossos estudos realizados na FALE também não mostraram diferenças significativas.
[14:13] <cvcosc> O que percebemos hoje é que existe uma gama de possibilidades que o ambiente digital oferece que não se realizou plenamente,
[14:13] <cvcosc> Isso aconteceu
[14:13] <cvcosc> simplesmente porque são necessários limites da atuação do outro no meu texto para que o caos (no mal sentido) não se instaurasse
[14:13] <cvcosc> e porque os gêneros textuais se estabilizaram, criaram desenhos (design) e formas que facilitam o trabalho do leitor
[14:14] <cvcosc> o produtor de texto
[14:14] <cvcosc> não precisa criar um formato novo de texto a cada produção
[14:14] <cvcosc> descobrir o funcionamento e a organização do texto a cada experiência de leitura.
[14:14] <cvcosc> A leitura de hipertexto, nossos estudos mostram (ver Coscarelli (org), 2012 Hipertextos na teoria e na prática) requer duas grandes competências
[14:15] <cvcosc> (estou entendendo competência como um conjunto de habilidades )
[14:16] <faconti> parou?
[14:17] <AnaMatte> .
[14:17] <acris> cvcosc: ?
[14:18] <AnaMatte> pessoal, só 1 minuto, parece que a cvcosc  caiu
[14:19] <acris> a cvcosc vai reiniciar o chat, travou
[14:19] <acris> garofalo: não sei o que pode ser
[14:20] <AnaMatte> oba sorriso
[14:20] <faconti> de volta ao lar
[14:20] <cvcosc> onde parei? kkk
[14:20] <acris> a cvcosc vai reiniciar o chat, travou
[14:20] <acris> [14:15] <cvcosc> A leitura de hipertexto, nossos estudos mostram (ver Coscarelli (org), 2012 Hipertextos na teoria e na prática) requer duas grandes competências
[14:20] <acris> [14:15] <cvcosc> (estou entendendo competência como um conjunto de habilidades )
[14:20] <acris> isso foi o final, cvcosc
[14:21] <cvcosc> A leitura de hipertexto, nossos estudos mostram (ver Coscarelli (org), 2012 Hipertextos na teoria e na prática) requer duas grandes competências - entendendo competência como um conjunto de habilidades - que se completam:
[14:21] <cvcosc> a leitura e a navegação. É preciso que o leitor tenha habilidades de leitor, que são habilidades iguais àquelas demandadas pelo impresso.
[14:21] <cvcosc> Um resumo dessas habilidades ou lista resumida delas pode ser encontrado nas matrizes de leitura do Saeb, do Pisa e de outras avaliações de larga escala.
[14:21] <cvcosc> Precisamos de mais pesquisas que verifiquem as dificuldades dos alunos na leitura de hipertextos mais e menos multimodais,
[14:21] <cvcosc> assim como precisamos verificar o que esses textos podem trazer de conseqüências positivas em termos de aprendizagem e de desempenho na compreensão dos textos.
[14:21] <cvcosc> Se esse leitor vai adquirir essas habilidades, primeiramente, no impresso ou no digital,
[14:22] <cvcosc> ou se vai adquirir no contato com os dois ao mesmo tempo, não importa. O importante é ele ser um bom leitor.
[14:22] <cvcosc> Além de leitor, é preciso ser também navegador. Textos impressos e digitais exigem navegação.
[14:22] <cvcosc> É preciso saber navegar no livro, no jornal, na bula, assim como é preciso saber navegar em sites, blogs, redes sociais, wikis, etc.
[14:22] <cvcosc> O leitor hoje também precisa ser capaz de integrar informações multimodais,
[14:22] <cvcosc> ou seja, informações de diversos sistemas semióticos usados nos textos como ícones, cores, formatação (boxes, colunas, etc), imagens, filmes, animações, som, entre outras.
[14:22] <cvcosc> Chamo a atenção para o fato de que isso não é uma novidade absoluta.
[14:23] <cvcosc> Em nossa vida, precisamos lidar com informações multimodais o tempo todo.
[14:23] <cvcosc> O teatro, a ópera, por exemplo, exigem há muito essa integração, o cinema também (com legenda, mais ainda rsrs).
[14:23] <cvcosc> O texto impresso não comportava vídeos, sons e animação,
[14:23] <cvcosc> mas nem por isso podemos dizer que ele não explorasse recursos multimodais.
[14:23] <cvcosc> Uma iluminura, é um exemplo clássico.
[14:23] <cvcosc> Uma página de jornal e a riqueza de diferentes tipos de informação, tanto verbal quanto recursos não verbais, explorados nela
[14:23] <cvcosc> são um exemplo de que a multimodalidade não é privilégio dos meios digitais, embora os ambientes digitais permitam uma maior convergência e exploração de recursos multimodais.
[14:24] <cvcosc> Então, o que aluno precisa saber?
[14:24] <cvcosc> O que o professor precisa ensinar?
[14:24] <cvcosc> Muita coisa.
[14:24] <cvcosc> Muuuuita coisa!
[14:24] <AnaMatte> sorriso
[14:24] <cvcosc> Além de ler, deve saber navegar, que são, ambas, competências complexas.
[14:24] <cvcosc> Já citei as matrizes de leitura e convido vocês a conhecerem a matriz de letramento digital
[14:24] <cvcosc> (Dias e Novais, 2009 - http://www.ufpe.br/nehte/hipertexto2009/anais/p-w/por-uma-matriz.pdf)
[14:25] <cvcosc> que apresenta habilidades que as atividades em ambientes digitais requerem. Precisamos saber muita coisa!
[14:25] <cvcosc> não precisa ver a matriz agora
[14:25] <cvcosc> ela é grande e merece uma leitura cuidadosa
[14:25] <cvcosc> Para finalizar, acho que no letramento digital devemos incluir a noção de Educação Digital.
[14:26] <cvcosc> Para usar os meios digitais é preciso ética, educação, respeito, e agir buscando alguma segurança.
[14:28] <acris> pessoal, realmente estamos com uma instabilidade, peço a todos um pouco de paciência e que verifiquem se estão online de vez em quando
[14:29] <faconti> caímos todos?
[14:30] <cvcosc_> É preciso pensar em nossa privacidade, na privacidade e no direito do outro.
[14:30] <acris> w[14:30] <cvcosc_> Não podemos postar o que queremos, como queremos sem prensar nas conseqüências disso.
[14:30] <cvcosc_> É preciso citar as fontes quando copiamos informação e não tomar como nosso o que não fomos nós que produzimos
[14:30] <cvcosc_>  (a noção de remix esquenta essa conversa, mas deixa a polêmica para depois).
[14:30] <cvcosc_> Nos permitem também sermos aprendizes autônomos e, para isso, precisamos ter perguntas,
[14:30] <cvcosc_> precisamos ser curiosos, saber onde buscar informação e o que fazer com elas.
[14:31] <cvcosc_>     Tenho me preocupado muito não só com o letramento digital,
[14:31] <cvcosc_> ou seja, o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita (em sentido amplo) para lidar com textos digitais,
[14:31] <cvcosc_> mas também com a educação digital dos estudantes e de todo mundo que usa equipamentos eletrônicos como o computador, os celulares, tablets, etc.
[14:31] <cvcosc_> É preciso responsabilidade, ética, espírito colaborativo e cooperativo, é preciso respeito,
[14:31] <cvcosc_>  em suma, é preciso educação para usar responsável e produtivamente os ambientes digitais.
[14:31] <cvcosc_> Termino com uma pergunta?
[14:31] <cvcosc_> digo, pergunta
[14:32] <AnaMatte> como quiser sorriso
[14:32] <cvcosc_> temos essa educação?
[14:32] <cvcosc_> sabemos educar nossos alunos para a vida digital?
[14:32] <cvcosc_> Termino aqui, Ana
[14:32] <AnaMatte> muito obrigada, cvcosc_
[14:32] <cvcosc_> Espero os puxões de orelha!
[14:33] <AnaMatte> excelentes colocações, dá vontade de já começar o debate
[14:33] <AnaMatte> mas temos mais uma apresentação, deixamos todas as perguntas pro final, ok?
[14:33] <cvcosc_> teremos tempo para isso, não é?
[14:33] <AnaMatte> sim, depois da apresentação da faconti
[14:33] <AnaMatte> vamos a ela
[14:33] <AnaMatte> A segunda conferência de hoje será ministrada pela Fátima Conti: Software Livre e o ensino de Informática. Sua vez, faconti piscando
[14:33] <faconti> Em primeiro lugar quero agradecer a oportunidade de estar aqui. Muito agradecida a Ana e a todos os presentes. e falar de algo que faço, acho muito importante  e parece que as pessoas nem percebem: a inclusão digital de quem se considera incluído .
[14:34] <AnaMatte> nós é que agradecemos, faconti
[14:34] <faconti> Vamos falar de ensino de Informática para adultos, em geral estudantes ainda no final da adolescência, que acabaram de ingressar na universidade em cursos de graduação ou adultos, em geral jovens adultos, que adentraram à pós-graduação.
[14:35] <faconti> Mas a preocupação é em usar bem os recursos de um computador par a realizar tarefas comuns que muitos precisam fazer, tais como editar textos, criar planilhas simples, dimensionar e aplicar alguns efeitos em imagens...
[14:35] <faconti> Mas a preocupação é em usar bem os recursos de um computador par a realizar tarefas comuns que muitos precisam fazer, tais como editar textos, criar planilhas simples, dimensionar e aplicar alguns efeitos em imagens...
[14:35] <faconti> Portanto, acredito que a maioria dos pontos também se aplicará a pessoas de bom senso, e que gostam de Informática, especialmente as que cursaram o segundo grau.
[14:36] <faconti> 1. Problemas com que nos defrontamos:  1. Informática e indústria  A informática está fortemente associada a uma indústria, que vende serviços e produtos. E que, como qualquer empresa, objetiva vender para ter lucros.
[14:36] <faconti> Talvez aí esteja a causa de uma grande quantidade de pessoas “achar que sabe”. Os vendedores dizem “qualquer um pode ter um computador” (ou equipamento eletrônico com algumas capacidades semelhantes como tablets, smartphones) e “é só ir clicando” e, aparentemente, as pessoas acreditam.
[14:36] <faconti> Evidentemente para ter algum equipamento é preciso apenas dinheiro, e o pagamento pode ser feito em muitas prestações. Isso possibilita que uma grande quantidade de pessoas possua um ou alguns deles. O feliz dono não é avisado, com suficiente clareza, que deve estudar. E o aviso sobre ler o manual, não é levado a sério por quase ninguém.
[14:37] <faconti> Evidentemente para ter algum equipamento é preciso apenas dinheiro, e o pagamento pode ser feito em muitas prestações. Isso possibilita que uma grande quantidade de pessoas possua um ou alguns deles. O feliz dono não é avisado, com suficiente clareza, que deve estudar. E o aviso sobre ler o manual, não é levado a sério por quase ninguém.
[14:37] <faconti> Essa frase “É só ir clicando” aumenta o descompromisso com o estudo. A pessoa mal é orientada a ler o que está escrito na tela e clica. Sem absolutamente saber com o quê está concordando.
[14:37] <faconti> 1.2. Informática e monopólios
[14:37] <faconti> A indústria da informática está, também, muito ligada ao conceito de monopólios: marcas, patentes e direitos autorais.
[14:37] <faconti> Mas esses monopólios não tem bom efeito na propaganda, pois implicam em gatos de dinheiro pelo usuário, e em grandes perdas de liberdade, notadamente a de expressão e a de privacidade.
[14:38] <faconti> Isso ocorre pois envolvem acesso a bens culturais, como textos de livros, letra e música de canções, imagens de pinturas e vídeos, ao qual querem impor restrições de acesso, mediante pagamento.
[14:38] <faconti> Então, esse assunto simplesmente não é comentado. As pessoas não são informadas, por exemplo, sobre a existência de software e hardware livres e não livres quando compram um equipamento ou um sistema operacional ou um programa.
[14:38] <faconti> E não percebem que, à medida que colocam seus dados, e que criam muitos arquivos naquele equipamento, naquele sistema, naquele programa, tornam-se dependentes dele. Vão sempre precisar deles para simplesmente poder abrir os arquivos de sua própria criação. Mas o hardware muda. As versões do sistema e dos programas mudam.
[14:38] <faconti> E as pessoas não observam que a empresa só se obriga a manter aquela versão por um pequeno período de tempo. E que o formato em que os arquivos foram criados pode não ser lido na próxima versão, se a empresa assim desejar.
[14:39] <faconti> 1.3. Dependência de programas, sistema ou de um equipamento
[14:39] <faconti> Nos poucos casos onde a pessoa pergunta ou algum informa sobre algum sistema operacional Linux ou algum programa livre, ainda é comum haver respostas como:  “Mas esse é muito difícil, só os professores das universidades usam.” “Quase ninguém usa. Você vai ficar sozinho.”
[14:39] <faconti> O vendedor jamais diz que ele não tem o conhecimento sobre tais programas e sistema. Que praticamente não haverá problemas com malwares. Que inúmeras versões contam com interface gráfica muito semelhante à de outros sistemas operacionais e que trabalhar com esses computadores é bastante semelhante às atividades costumeiras de qualquer usuário e de qualquer sistema.
[14:39] <faconti> 1.4. Dificuldades com a língua portuguesa
[14:39] <faconti> Os estudantes estão muito mal preparados em todos os campos. Há enormes deficiências no entendimento da língua pátria, no significado das palavras e na sua escrita. Então, muitas vezes o problema não é ensinar algo sobre Informática, mas efetivamente, acostumar a pessoa a ler, a entender o que diz algum aviso ou as opções de uma tela de computador.
[14:39] <faconti> O próprio pedido de leitura de um pequeno texto, de duas ou três páginas causa um problema. E tem-se a certeza que a maioria não lê.
[14:40] <faconti> 1.5. Dificuldades com Matemática básica
[14:40] <faconti> Particularmente quando se tenta utiliza programas que envolvem matemática, mesmo para cálculos simples, os problemas afloram e percebe-se que há uma uma visão muito limitada e pouco coerente da realidade.
[14:40] <faconti> O conceito de frequência é muito pouco conhecido e aplicado, embora o utilizemos constantemente, quando se diz, por exemplo:
[14:40] <faconti> a. Vou pouco ao shopping.
[14:40] <faconti> - A menos que sejam questionadas, e obrigadas a pensar, as pessoas não falam o número de vezes que elas frequentam o centro comercial.
[14:40] <faconti> Não o comparam com o número que outras pessoas lá vão. Se o fizessem teriam a real medida do que é muito e pouco quando se pensa em em frequentar algum lugar. E teriam condição de perceber que pessoas diferentes podem ter medidas também diferentes. Ou seja, compreenderiam por exemplo que “pouco” não é mesmo número para todas as pessoas.
[14:41] <faconti> b. O trânsito está muito pesado.
[14:41] <faconti>  Ninguém diz: estavam passando tantos veículos por segundo naquele cruzamento movimentado. Mas se tivessem noção de como pode variar esse número, teriam a real medida de como está movimentado hoje.
[14:41] <faconti> Assim, o uso dos números conduz a um “bom senso” a uma visualização exata da realidade, que é extremamente incomum encontrar hoje. É muito difícil alguém explicar algo usando números, a menos que se trate de dinheiro e taxas. E as pessoas tem enorme dificuldade em analisar situações por não dominarem a estratégia de ver as coisas só ponto de vista numérico.
[14:42] <faconti> Apesar de todos esses problemas temos que ensinar informática e usar software livre pra isso sorriso
[14:42] <AnaMatte> sorriso
[14:42] <faconti>  Minimamente uma disciplina introdutória deve dar ao estudante condições de usar razoavelmente bem seu equipamento e programas, navegar e efetuar buscas,  criar e editar arquivos de texto, planilha e apresentação.
[14:42] <faconti> 2.1. Introdução à história da Informática e da Internet
[14:42] <faconti> É muito importante situar os estudantes, fornecendo  uma visão histórica da Informática e da Internet, esclarecendo quando pontos importantes aconteceram e como ocorreram, tais como:
[14:42] <faconti> - Aparecimento dos sistemas numéricos e do zero
[14:43] <faconti> - Utilização do ábaco
[14:43] <faconti> -  Invenção de máquinas mecânicas para cálculo matemático
[14:43] <faconti> - Invenção da programação. Equipamento e programa só funcionam integrados.
[14:43] <faconti> - Estabelecimento do código binário. E dos octetos.
[14:43] <faconti> - Armazenamento de programas na memória
[14:43] <faconti> - Estabelecimento do código ASC
[14:43] <faconti> - Evolução das máquinas e dos periféricos
[14:43] <faconti> - A comunicação por meio de pcs: a net e a web
[14:44] <faconti> Para o entendimento do aumento da capacidade de processamento, da memória e da diminuição do tamanho do equipamento é muito importante utilizar recursos audiovisuais para ilustração, como:
[14:44] <faconti> Imagens - Evolução do armazenamento de dados - http://faconti.tumblr.com/post/40777444361
[14:44] <faconti> 1 min pra vcs darem uma olhadinha
[14:45] <faconti> - Páginas - Computador e Internet: Início - http://www.ufpa.br/dicas/net1/int-his.htm
[14:45] <faconti> 1 min pra vcs darem uma olhadinha
[14:46] <faconti> só uma geral. vc veem direito depois sorriso
[14:46] <acris> ok
[14:46] <Beth_> sim
[14:46] <faconti> - Vídeo - Historia Informática -


[14:47] <faconti> 1 min pra vcs darem uma olhadinha
[14:48] <faconti> 2.2. Importância dos arquivos, formatos e do gerenciador
[14:48] <faconti> Quando efetivamente se entra no estudo de informática é importante ter algumas estratégias:
[14:48] <faconti> a. Ao usar computador, necessariamente criamos e/ou editamos arquivos.
[14:48] <faconti> É importante mostrar o gerenciador (exemplo: Nautilus ) e todas as possibilidades de visualização
[14:49] <faconti> Acostumar os alunos a ver “nome” e “sobrenome” de tais arquivos. Ou seja, acostumar a ver a a extensão, tipo ou formato.
[14:49] <faconti> Associar o formato com a função. Por exemplo:
[14:49] <faconti> som: mp3, wav, mid...
[14:49] <faconti> imagem: jpg, gif, png...
[14:49] <faconti> texto: odt, txt, doc, docx...
[14:50] <faconti> vídeo: wmv, mpg, mov, avi...
[14:50] <faconti>  interessante ter uma coleção de arquivos, de vários formatos e apresentar alguns em cada aula, reforçando o seu formato e que eles são (planilhas, textos, imagens...) antes de cada aluno abri-los no computador que esteja ocupando.
[14:50] <faconti> b. Utilizar estes arquivos para “encantar”.
[14:50] <faconti> Exercícios que requeiram a visualização de tais arquivos no gerenciador ou na Web ou de filmes curtos e o seu salvamento em outras extensões e pedir pra comparar qualidade da visualização, o tamanho são muito eficientes.
[14:50] <faconti> Por exemplo: Qual o maior arquivo dessa página? Qual o seu formato?
[14:50] <faconti> http://www.ufpa.br/dicas/im/ima-exe21.htm
[14:51] <faconti> 2.3. Navegação. Buscas. Sites especiais
[14:51] <faconti> É preciso lembrar que, desde o primeiro encontro, os estudantes estão se acostumando a usar o gerenciador de arquivos e o navegador. Assim, com certeza várias explicações sobre o uso de barras, menus e opções foram sendo dadas paulatinamente.
[14:52] <faconti> Novamente é importante situar o aluno quanto aos aspectos históricos da comunicação entre computadores até chegar ao inventor da web, às redes PHP e aos blogs e redes sociais.
[14:52] <faconti> Atenção especial deve ser dedicada à como efetuar as
[14:52] <faconti> buscas por assuntos  -  http://www.ufpa.br/dicas/net1/int-por.htm
[14:53] <faconti> e nos sites de referências bibliográficas -
[14:53] <faconti>  http://www.ufpa.br/dicas/mozi/fire-zot.htm
[14:54] <faconti> Sites especiais devem ser usados como exemplos do poder e de por onde caminha a internet semântica e muito mais útil para o usuário.
[14:54] <faconti> como: Wolfram Alpha - http://www.ufpa.br/dicas/net1/int-wol1.htm
[14:54] <faconti>  Pixolu e Multicolr Search Lab - http://www.ufpa.br/dicas/net1/int-pori.htm
[14:55] <faconti> (se vcs não conhcem recomendo ver com muita calma. sorriso  )
[14:55] <faconti> Aqui pode ser introduzido o assunto  Extensões - http://www.cultura.ufpa.br/dicas/mozi/fire-ext.htm
[14:56] <faconti> que, devido à sua importância e quantidade enorme de usos deve ser um pouco detalhado.
[14:56] <faconti> 2.4. Offices - editor de textos, de planilhas e de apresentações
[14:56] <faconti> Qualquer usuário de computador que não seja apenas um visualizador com certeza necessitará ou gostará de criar alguns tipos de arquivos. As suítes de escritório contemplam alguns deles:  planilhas, textos  e apresentações.
[14:56] <faconti>  Tando na suíte LibreOffice como na Apache OpenOffice é possível criar e ditar esses arquivos, inclusive a partir de formatos criados por outros programas.
[14:56] <faconti> a. Editor de planilhas Calc
[14:56] <faconti> Apresentar o Calc, inclusive para que as pessoas percebam como é semelhante a progrmas que já conhecem:
[14:57] <faconti>  http://www.ufpa.br/dicas/open/calc-apa.htm#caracalc
[14:57] <faconti> (Não é parecidinho?)
[14:58] <AnaMatte> yep!
[14:58] <faconti> Deve-se entender o  endereçamento e dominar a utilização de operações e fórmulas e o uso do “Assistente de funções"
[14:58] <faconti>  http://www.cultura.ufpa.br/dicas/open/calc-fun.htm#piloto
[14:58] <faconti>  Em geral os estudantes precisam de informações sobre:  princípios de Estatística Descritiva-
[14:58] <faconti>  http://www.cultura.ufpa.br/dicas/open/calc-des.htm
[14:59] <faconti> e sobre como criar gráficos - http://www.ufpa.br/dicas/open/calc-gra.htm
[14:59] <faconti> b. Editor de textos Writer
[14:59] <faconti> Apresentar o Writer, inclusive para que as pessoas percebam como é semelhante a programas que já conhecem:
[15:00] <AnaMatte> faconti: 5 min
[15:00] <faconti>  http://www.ufpa.br/dicas/open/wri-apa.htm#carawrit
[15:00] <faconti> É comum as pessoas pensarem que alguém que usa bem um editor de texto é uma pessoa que sabe aplicar, manualmente  uma série de formatações.
[15:00] <faconti> É fundamental que um texto seja  - primeiramente formatado manualmente, para que se conheça a posição das opções de formatação nas barras e janelas
[15:00] <faconti>  http://www.ufpa.br/dicas/open/wri-for.htm
[15:00] <faconti> - e, depois, a formatação deve ser feita com o uso de  Estilos
[15:01] <faconti> http://www.ufpa.br/dicas/open/wri-est.htm
[15:01] <faconti> Nessa página há um exemplo de como um longo exercício pode ser feito:
[15:01] <faconti> ( Longo mesmo, pode demorar mais que 2hs )
[15:01] <faconti>  http://www.cultura.ufpa.br/dicas/open/wri-form.htm
[15:02] <faconti> Novamente o assunto extensões deverá ser retomado, já que várias delas incluem recursos muito úteis no Office, tais como: verificador ortográfico, corretor gramatical, inserção de paginação, escolha da orientação da página, adição de novos planos de fundo e muitos outros:
[15:02] <faconti>  http://www.ufpa.br/dicas/open/oo-ext2.htm
[15:02] <faconti> c. Editor de apresentações Impress
[15:02] <faconti> Apresentar o Impress, inclusive para que as pessoas percebam como é semelhante a programas que já conhecem:
[15:03] <faconti>  http://www.ufpa.br/dicas/open/imp-apa.htm#caraimp
[15:03] <faconti> Mostrar os diferentes recursos da barra de desenho (inserção de figuras, setas e conectores), da Galeria, do Fontwork. Exercitar a inserção de texto e de diferentes tipos de imagens ( com e sem animação).
[15:03] <faconti>  http://www.cultura.ufpa.br/dicas/open/imp-tex.htm
[15:03] <faconti>  http://www.cultura.ufpa.br/dicas/open/imp-fig.htm
[15:03] <faconti>  Identificar especialmente as funções Layout, Animação personalizada e outras no painel lateral direito.
[15:03] <faconti>  Mostrar a função Slide mestre e como se coloca efeitos animados em textos, imagens e em slides de transição
[15:04] <faconti> Gostaria de acrescentar:
[15:04] <faconti> Assim sendo, fica claro que o melhor aproveitamento da tecnologia depende, mais do que nunca, do ser humano. Se nosso objetivo é aumento de produtividade e melhor qualificação e desempenho, tornou-se imprescindível que todos aprendamos algo da linguagem da informática e que dominemos minimamente o conhecimento da operacionalidade e das potencialidades de um equipamento.
[15:05] <faconti> Evidentemente, estar incluído digitalmente não depende apenas de possuir um equipamento, ou de ter acesso a ele, pois inclusão digital deve significar, antes de tudo, melhorar as condições de vida de uma comunidade com ajuda da tecnologia. Os equipamentos computacionais e o acesso à internet devem ser ferramentas de libertação do indivíduo, do compartilhamento de informações, de autonomia do cidadão.
[15:05] <faconti> Para garantir a democratização da informação, é necessário haver muitos cursos básicos, com explicações práticas sobre o uso de computadores e a configuração de programas e de sua utilização, em linguagem clara e não técnica, pois eles são um inestimável auxílio para os iniciantes e, talvez especialmente, para os que confundem agilidade no uso de algum tipo de hardware com conhecimento.
[15:05] <faconti> ufa, ufa, terminei  sorriso
[15:05] <faconti> Nunca imaginei que copiar e colar me deixasse sem fôlego sorriso
[15:06] <acris> faconti, adorei a exposição, fiquei até com inveja, seria maravilhoso se os alunos daqui da letras pudessem fazer teu curso.
[15:06] <acris> :D
[15:06] <acris> muito obrigada!
[15:06] <acris> Antes de abrir às perguntas do público, vocês gostariam de comentar mutuamente suas apresentações, cvcosc e faconti?
[15:06] <faconti> Me chama que eu vou sorriso È só ver se tem jeito.
[15:06] <acris> olha que chamo!
[15:06] <faconti> sorriso
[15:07] <acris> bem, querem completar algo? ou posso j´a abrir para perguntas?
[15:07] <acris> cvcosc_: ?
[15:07] <acris> faconti: ?
[15:07] <faconti> faltou falar de várias coisa: imagens, antivírus...
[15:07] <cvcosc_> Adorei o que a Fátima mostrou!
[15:07] <adelmaa> Olha que nós aceitamos Faátima Conti!!! Faz isso Ana!
[15:07] <faconti> Mas vi que não ia dar tempo
[15:07] <cvcosc_> É muita informação para quem está começando, não é
[15:07] <acris> cvcosc_: é muita mesmo
[15:07] <faconti> é. eu quase me mato e mato os alunos
[15:07] <cvcosc_> Fátima falou de uma coisa que eu acho muito interessante
[15:08] <acris> mas é porque as pessoas sempre começam como a faconti comentou: clica aqui, clica ali... dai fica dificil aprender
[15:08] <cvcosc_> que é a questão de saber fazer manualmente para depois usar o que está pronto
[15:08] <faconti> faço toda uma parte por e-mail e vivo mandadno coisas lindas, interessante, bonitas, engraçadas
[15:08] <faconti> Acredita que eles querem mais?
[15:09] <cvcosc_> quem acompanhou a história do computador
[15:09] <faconti> Mas fazer os exercícios sérios é bem mais difícil  sorriso
[15:09] <cvcosc_>  como nós
[15:09] <cvcosc_> aprendeu a fazer muita coisa "no braço"
[15:09] <acris> é verdade, cvcosc_
[15:09] <cvcosc_> e por isso temos uma noção melhor de como funcionam arquivos,
[15:09] <cvcosc_> diretórios
[15:09] <cvcosc_> formatação de textos
[15:09] <cvcosc_> e a meninada de hoje já tem muita coisa pronta
[15:09] <cvcosc_> isso é bom pq dá menos trabalho
[15:10] <faconti> e por isso é importt a usar o gerenciador. o cara tem que saber onde o arquivo dele está
[15:10] <cvcosc_> mas eles custam a aprender  os bastidores
[15:10] <acris> e ler manual, então? ai ai
[15:10] <cvcosc_> isso
[15:10] <faconti> em todas as aulas mostro arquivos. eles adoram
[15:11] <faconti> manual, nem pensar.
[15:11] <cvcosc_> esse 'curso' de informática deveria ser feito na escola
[15:11] <cvcosc_> é muito importante saber isso
[15:11] <faconti> nunca dei pra crianças.
[15:11] <faconti> mas acho que poderia sim
[15:12] <faconti> teria que adaptar a linguagem
[15:12] <acris> eu também acho, everia começar no fundamental
[15:12] <faconti>  http://www.ufpa.br/dicas/info/info12.htm
[15:12] <acris> deveria*
[15:12] <faconti> Olhem esse, vcs vão gostar
[15:12] <cvcosc_> não seria aula de informática pela informática, mas essas coisas super práticas
[15:12] <cvcosc_> e que ajudam muito na vida
[15:12] <acris> porque as crianças hoje usam celular e tablet, porque não podem aprender com o que estão lidando? aprenderiam mais rápido que nos
[15:12] <faconti> é sobre como usar BEM um computador, Ana
[15:12] <acris> isso mesmo, faconti
[15:13] <faconti> como fazer com ele nos auxilie
[15:13] <faconti> viram?  http://www.ufpa.br/dicas/info/info12.htm
[15:13] <acris> pessoal, nós estamos conversando, mas já abri para perguntas, ok? poem internvir já sorriso
[15:14] <faconti> solução: http://www.ufpa.br/dicas/info/info13.htm
[15:14] <cvcosc_> legal demais! kkk
[15:14] <Woodsonfc_> Ah então vou fazer
[15:15] <faconti> Introdução à Informática - Introdução ao uso de "Software" livre
[15:15] <Woodsonfc_> Um aluno meu disse que para ele gostaria de passar todo dia no Facebook. Ainda que para um comportamento de um adolescente no sétimo ano do fundamental Isso pareça ser normal, acredito que é sintoma de que estamos perdendo a batalha em manter o aluno atento e interessado nas complexidades de que vocês Carla e Fátima falaram aqui!
[15:15] <faconti> Se alguém quiser ver programa, planejamento... depois
[15:15] <acris> sempre lembro de filmes de ficção científica que mostravam um mundo onde todo mundo era hacker. até os filmes mudaram, agora os hackers dominam o mundo
[15:15] <Woodsonfc_> Me pergunto, estamos perdendo porque não modernizamos a aula em sua expressão semiótica (uso de equipamentos semelhantes aos dos Facebooks)? Ou abandonamos demais "as virtualidades comportamentais" que aparentemente permitiam controlar a atenção deles, enquanto uma aceitação do jogo comunicativo de uma aula, como fazem atualmente "espontaneamente" no "FACE"
[15:15] <Woodsonfc_> ou fazíamos diante da TV ou qdo vamos ao teatro. Afinal, temos como aprender com as novas linguagens ou há uma evidente perda pelo abandono das coerções? Afinal, no ambiente das Redes Sociais essas coerções são impostas naturalmente pelo meio e dispositivo e nas aula presenciais devem ser construídas (principalmente com esses nossos adolescentes).
[15:16] <cvcosc_> Essa é uma questão complicada, Woodson. As crianças sempre acharam melhor jogar bola que estudar e os adolescentes sempre preferiram o "social" e as paquerinhas a estudar.
[15:17] <cvcosc_> Não é questão de perder a batalha, mas de
[15:17] <cvcosc_> pensar como ser mais significativo para esses alunos
[15:17] <cvcosc_> que não são só os de agora.
[15:17] <cvcosc_> Deveria ter sido mais significativo para outras gerações também.
[15:17] <acris> o compartilhamento desse conhecimento é imprescindível, mas é preciso lutar contra a ideia de que tudo deve ser fácil: não existe aprendizado sem um esforço, sem determinação. Não aprendemos por osmose. DAí chamos nas escolas e achamos que devemos ceder à tentação do caminho fácil, mas ele vai contra a própria ideia de aprendizado. Não precisa ser fácil, mas com certeza pode ser gostoso. sao coisas diferentes
[15:18] <cvcosc_> Concordo, Ana.
[15:18] <faconti> as redes sociais dependendo de quem vc segue podem ensinar muito e serem muito interessantes. Consigo passar o fim de semana lá tranquilamente: tumblr, identi.ca, google+, FB. Mas as pessoas se conectam para aprender?
[15:19] <cvcosc_> Fácil demais fica bobo e não interessa
[15:19] <cvcosc_> difícil demais fica impossível e também não interessa
[15:19] <cvcosc_> São propósitos diferentes, não é?
[15:20] <cvcosc_> Precisamos, como eu disse, fazer com que o aluno tenha gosto por aprender
[15:20] <cvcosc_> tenha perguntas para serem respondidas
[15:20] <faconti> tenho aprendido muito sobre copyright, marcas e patentes nas redes. E garanto que é um tema bem difícil.
[15:20] <Woodsonfc_> Mas não estão vendendo esse ensino como algo fácil demais?!
[15:20] <cvcosc_> tenha muuuuuita curiosidade
[15:20] <acris> eu concordo, cvcosc_, e vou além: aprofundar num assunto é sempre penoso. temos que buscar um caminho intermediario, em que possa haver prazer para contrapor à dureza do trajeto. eu acho que o maior estímulo tem que ser vencer desafios, mas isso nao funciona igual pra todo mundo
[15:21] <faconti> Mas não usar a web e as redes é uma besteira. Elas são maravilhosas, quando bem usadas
[15:21] <cvcosc_> Eu acho que o desafio funciona para a maioria das pessoas
[15:21] <cvcosc_> Nada contra as redes!
[15:21] <faconti> e a valiação da aparendizagem? como fica? Não acredito mais na maioria que diz que sabe. Em geral só diz e não sabe.
[15:21] <Woodsonfc_> É, contudo o uso dos laboratórios é uma lástima em todas as escolas de ensino fundamental que lecionei
[15:22] <solstag> faconti: só apontando um possível typo, na sua apresentação, "redes PHP" seria "redes P2P" ?
[15:22] <acris> entao talvez o desafio do professor seja criar desafios pro aluno, desafios que ele queira vencer
[15:22] <cvcosc_> Só acho que não pode só ficar na fofoquinha com os colegas o tempo todo
[15:22] <Woodsonfc_> Ou o problema é o equipamento ou o uso irracional ou de quebra galho dele
[15:22] <cvcosc_> sim. gosto da ideia dos projetos
[15:22] <faconti> Wood é P2P sim.
[15:23] <cvcosc_> laboratório é uma coisa meio difícil de usar, porque uma vez na frente do computador, os alunos não prestam atenção em mais nada
[15:23] <acris> e tem coisas que vão contra o que se quer ensinar: por exemplo, vai dar aula de redação acadêmica no twitter (ou identi.ca)? como aprender redação em 140 caracteres? nem tudo que tem na web é válido para ensinar tudo
[15:23] <Woodsonfc_> foi o solstag quem perguntou faconti
[15:23] <cvcosc_> então é preciso entrar no laboratório com uma tarefa clara na cabeça
[15:24] <acris> sobre laboratorio, ja dei aula aqui na FALE com 30 alunos na sala e todo mundo num chat igual a este discutindo teoria semiotica por 1:40h, sem parar e nem dar um pio. alunos de graduação
[15:24] <Woodsonfc_> É , e como não há nada pronto e se há é anacrônico, é preciso preparar muito mais que uma aula presencial, não?!
[15:24] <cvcosc_> Acho que dá para aprender muita coisa sobre a escrita com o twitter, mas não a fazer uma tese kkk
[15:25] <faconti> sinceramente esse curso eu só acredito presencialmente
[15:25] <acris> a participação foi muito maior que numa aula presencial (e poderia ser presencial, já que estávamos todos na mesma sala)
[15:25] <acris> pois é, cvcosc_
[15:25] <cvcosc_> pois, é é questão de ter clareza do que fazer no laboratório
[15:26] <cvcosc_> caso contrário, funciona só como diversão
[15:26] <cvcosc_> quando os alunos estão envolvidos na tarefa, eles nem querem ir para o intervalo
[15:26] <faconti> mas com a diversão vc encanta, chama o pessoal
[15:26] <cvcosc_> a aula acaba e fica todo mundo no laboratório
[15:26] <faconti> ela é muito útil
[15:27] <faconti> só não pode deixar se perder nos jogos
[15:27] <cvcosc_> nem no facebook!
[15:27] <BrunoForgiarini_> Concordo com você, +cvcosc! Acho que uma atividade bem planejada, embora hajam imprevistos e dificuldades inesperadas, o trabalho colaborativo é fundamental. O professor precisa saber vender bem o peixe dele
[15:27] <acris> pois é, já fiquei presa na faculdade depois de uma aula dessas na sexta a noite porque os alunos nao queriam parar
[15:27] <cvcosc_> isso acontece mesmo
[15:28] <BrunoForgiarini_> Para que os alunos consumam, criem, produzam criativamente
[15:28] <Woodsonfc_> Eu fiz uns alunos meus escrever um roteiro e coordenar a produção de um filme para ser filmado (estou ainda editando) usando o FACEBOOK
[15:28] <faconti> vcs vão ver, eu sou um elemento muito dispersivo na aula
[15:28] <faconti> que legal, Wood sorriso
[15:28] <Woodsonfc_> Alunos do Nono Ano do fundamental
[15:29] <acris> Woodsonfc_: idade do face rs
[15:29] <cvcosc_> e funcionou bem?
[15:30] <cvcosc_> dá para fazer muita coisa interessante. às vezes o que atrapalha é o esquema duro da escola
[15:30] <BrunoForgiarini_> Eu fiz algo semelhante ao que o Woodson com relação a vídeos, só que usando desenhos animados com o Go! Animate
[15:30] <Woodsonfc_> Eles exageraram na escrita do roteiro, usei o Google Docs para escreverem juntos, mas uma menina assumiu toda a tarefa e pecou pelo excesso!
[15:30] <cvcosc_> as aulas de 50 minutos
[15:30] <acris> com certeza. falta de recursos também
[15:30] <faconti> Antes que esqueça, se alguém quiser ver programa, planejamento... depois Introdução à Informática - Introdução ao uso de "Software" livre http://www.ufpa.br/dicas/info/l-prog.htm
[15:30] <BrunoForgiarini_> no Ensino Fundamental, com alunos de 7ª série
[15:30] <cvcosc_> cada professor na sua matéria e com seu conteúdo para cumprir naquele tempo x
[15:31] <acris> bem, pessoal, a conversa está deliciosa, mas está na hora de irmos fechando
[15:31] <faconti> Meninos mais um presente pra vocês verem depois:, se tiverem uns 25 mins:  Indo para o espaço interestelar - i   http://faconti.tumblr.com/post/47608168287
[15:31] <cvcosc_> que bom, Fátima
[15:31] <BrunoForgiarini_> ;-(
[15:31] <acris> a AnaMatte caiu, por isso to falando no lugar dela piscando
[15:31] <Woodsonfc_> Mas a coordenação dos trabalhos e filmagens foi interessante, embora tenham perdido muito tempo e não conseguiram filmar todas as cenas. Vai dar trabalho editar por isso
[15:31] <faconti> posso te mandar o texto que usei
[15:32] <cvcosc_> dá trabalho, mesmo!
[15:32] <faconti> mas ainda é preliminar
[15:32] <acris> que legal
[15:32] <Beth_> interessante Woodson!
[15:32] <faconti> eu sou um elemento dispersivo, viu?
[15:33] <cvcosc_> pode divulgar esse endereço, Fátima?
[15:33] <cvcosc_> http://www.ufpa.br/dicas/info/l-prog.htm
[15:33] <faconti> do tumblr? pode, lógico,
[15:33] <faconti> é o meu bloguinho gente
[15:33] <Woodsonfc_> faconti vc está um Papai Noel pra mim
[15:33] <acris> bem, nossas conferencistas gostariam de dar uma última palavrinha?
[15:33] <faconti> pera
[15:34] <faconti> aqui é mais sério. mas acho que pode ser útil pra alguém:
[15:34] <faconti> http://faconti.tumblr.com/tagged/educacao
[15:34] <cvcosc_> Eu gostaria de agradecer, Ana. A você e a todo mundo por essa conversa
[15:34] <faconti> vá clicando em "proxima página" lá embaixo
[15:35] <faconti> Wood, mamãe Noel, por favor, eu sou menina  sorriso
[15:35] <Beth_> obrigada, cvcosc e faconti!
[15:35] <faconti> beijins a todos sorriso
[15:35] <cvcosc_> Um abração!
[15:35] <acris> obrigada a todos pla presença!
[15:35] <Virginia> Muito obrigada pela oportunidade de aprender mais!! bjs às profs.
[15:36] <acris> muito obrigada Fá e Carla
[15:36] <faconti> http://faconti.tumblr.com/tagged/humor
[15:36] <acris> foi um prazer estar com vocês
[15:36] <faconti> pra adoçar sorriso
[15:36] <faconti> ciao  sorriso
[15:36] <AlineResende> Obrigada faconti e cvcosc_ !
[15:36] <Woodsonfc_> bjo faconti e cvcosc_e obrigado
[15:36] <acris> agradeço também à equipe do STIS, sem a qual isso não seria possível
[15:36] <Virginia> bye
[15:36] <faconti> STIS STIS STIS
[15:36] <acris> clap clap clap clap
[15:36] <acris> clap clap clap clap clap clap
[15:37] <acris> clap clap clap clap clap clap clap clap
[15:37] <faconti> clap clap clap clap clap clap
[15:37] <Woodsonfc_> CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP
[15:37] <acris> \O/
[15:37] <Beth_> clap clap
[15:37] <acris> os interessados em certificado de participação escrevam para stis@textolivre.org
[15:38] <cvcosc_> vou escrever já!
[15:38] <acris> cvcosc_: voce ganha de conferencista, nem precisa pedir sorriso
[15:38] <cvcosc_> eba!
[15:39]  * solstag clap clap
[15:39] <acris> :D
[15:39] <cvcosc_> então ciao, pessoal!
[15:39] <acris> tiau, cvcosc_, bjao

 Como citar este texto:

COSCARELLI, Carla Viana.  Leitura em tempos digitais. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano III, 2013. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/46-log-carla-coscarelli-ufmg-e-fatima-conti-ufpa>;. Acesso em: 27 fev. 2014.

CONTI, Fátima. Software Livre e o ensino de Informática. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano III, 2013. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/46-log-carla-coscarelli-ufmg-e-fatima-conti-ufpa>;. Acesso em: 27 fev. 2014.

 

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4. Maio: Semiótica, dança e interfaces livres

cartaz STIS junho 2013

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Isabel Coimbra (UFMG) e Paulo Henrique Souto Maior (UFPB)

Conferência dupla STIS MAIO 2013

Dia 24 de maio das 14 às 15:30, na Sala de Conferências do STIS

Corpo e Sentido: o movimento da dança encarnado a Semiótica Francesa em cena (Isabel Coimbra)

Resumo: A história nos mostra o quanto a Semiótica da Escola Francesa tem avançado epistemologicamente. As teorias da Semiótica das Paixões prosperaram e a Semiótica Tensiva vem alargando seus “tentáculos”. Nesse cenário o corpo e o sentido vêm sendo tratados e investigados como realidades semiotizadas em que a semiótica se detém no recuo “do inteligível ao sensível” ampliando seu campo de descrição. Nesse contexto uma crescente e frutífera pesquisa em Semióticas que contemplam a arte, a canção, o cinema, a moda, as redes sociais no ciberespaço e a dança seguem o desafio de complexificar e concretizar as estruturas do percurso de geração de sentido. O objetivo desta palestra é discorrer o corpo como um lugar semiótico e em seguida discutir sobre o sentido encarnado no corpo através da dança sob a perspectiva da semiótica francesa. Se corpo fala através da dança, como os sentidos se dão há ver?

 

 

Interfaces Livres: Autonomia, Inclusão e Usabilidade na Web (Paulo Henrique Souto Maior)

Resumo: A usabilidade está diretamente ligada a capacidade de algo em permitir que algum usuário alcance suas metas em seu manuseio. As tecnologias e, principalmente, os ideais de usabilidade que condicionam a melhor apresentação e interação dos usuários com as páginas da Web encontram-se em constante processo de evolução e pesquisa. A estrutura humana de comunicação deve ser traduzida para o modelo digital a ser apresentado na tela dos computadores. O modelo de comunicação de Ignácio Assis Silva (2008), de 1972, criado a partir do modelo de Jakobson (1969) estabelece o “código comum” como elemento essencial para a transmissão de uma mensagem e é esse código comum que deve ser buscado no desenvolvimento das interfaces gráficas, para que haja uma diminuição do "ruído" que separa o homem da máquina e é exatamente a interface que vai mediar esse processo. Este seminário deverá apresentar o projeto "Interfaces Livres: Autonomia e Inclusão no Ciberespaço" desenvolvido na Universidade Federal da Paraíba que tem como objetivo criar sites para projetos específicos, treinar os seus participantes para que possam atualizar e manter os sites com conteúdo, disponibilizar as interfaces livremente na Web para a aplicação em diferentes sistemas de gerênciamento de conteúdo e pesquisar a solução desenvolvida com o objetivo de verificar a sua eficácia diante das diretrizes de navegabilidade empregadas.

4.1. registro maio

Registro da Conferência de 24.o de Maio de 2013:

 

 Corpo e Sentido: o movimento da dança encarnado a Semiótica Francesa em cena
conferencista: Isabel Coimbra


 Interfaces Livres: Autonomia, Inclusão e Usabilidade na Web
conferencista: Paulo Henrique Souto Maior

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[14:02] <Dani_Re> Boa tarde a todos
[14:03] <Dani_Re> temos o prazer de receber Paulo Henrique Souto Maior Serrano no Stis deste mês
[14:03] <Dani_Re> Paulo é: Professor do Departamento de Mídias Digitais da UFPB. Possui graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela UFPB e mestrado no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos pela UFMG. Tem experiência na área de Comunicação, Linguística Aplicada e Educação a Distância, com ênfase em Cibercultura, Semiótica e Letramento Digital. As principais publicações tratam dos seguintes temas: youtube, cibercultura, semi
[14:03] <Dani_Re> ótica, wikipédia e comunidades virtuais.
[14:03] <Dani_Re> ele irá nos presentear com a apresentação: "Interfaces Livres: Autonomia, Inclusão e Usabilidade na Web"
[14:03] <paulohsms> =]
[14:04] <Dani_Re> em seguida passaremos à segunda apresentação, de Isabel Coimbra e a apresentaremos, ok?
[14:04] <Beth_> sorriso
[14:04] <Dani_Re> deixamos as perguntas todas para o final a após cada apresentação?
[14:04] <Dani_Re> ou*
[14:04] <belcoimbra> sorriso
[14:05] <paulohsms> posso comecar?
[14:05] <Dani_Re> sim, você prefere que as perguntas sejam feitas após sua exposição?
[14:05] <Dani_Re> ou no final das duas?
[14:05] <paulohsms> estou com problemas para ler texto com acentos
[14:06] <Dani_Re> deve ser problemas com a codificação do seu navegador
[14:06] <paulohsms> vamos fazer parcelado mesmo.... minha dificuldade eh manter a conexao
[14:06] <Dani_Re> vou tentar nao usar acentos
[14:06] <Dani_Re> ok
[14:06] <Dani_Re> então, passo a voz a Paulo
[14:06] <Dani_Re> que tera 30 minutos para a exposicao
[14:06] <paulohsms> tenho que verificar o invalid unicode text
[14:07] <paulohsms> ok
[14:08] <paulohsms> posso comecar?
[14:08] <Dani_Re> sim, a palavra é sua, paulohsms
[14:09] <paulohsms> invalid unicode
[14:09] <paulohsms> sim?
[14:09] <Dani_Re> sim
[14:09] <paulohsms> hahaha
[14:09] <paulohsms> beleza,
[14:09] <paulohsms> pessoal.... me desculpem pela falta de acentuacao
[14:10] <paulohsms> a minha apresentacao sera sobre uma pesquisa em desenvolvimento
[14:10] <paulohsms> que esta sendo realizada na UFPB
[14:10] <paulohsms> Universidade Federal da Paraiba
[14:10] <paulohsms> e estaassociada a um projeto de extensao
[14:11] <paulohsms> o processo de comunicacao se da atraves de varios elementos
[14:12] <paulohsms> o esquema de comunicacao do roman jakobson posteriormente utilizado pelo ignacio assis silva com a introducao do ruido nos da a base para perceber a interface
[14:12] <paulohsms> ou aquilo que vai mediar a comu icacao humano - maquina como um ponto chave no processo de comu icacao
[14:13] <paulohsms> a experiencia de navegacao... a sensacao e facilidade de uso sao os pontos essenciais que vao determinar se a comu icacao foi bem feita
[14:14] <paulohsms> se o destinatario daquela mensagem compreendeu ou conseguiu entender a mensagem que estava sendo passada e responder a ela
[14:16] <paulohsms> o feedback na comunicacao mediada por computador (CMC) eh o clique ouo comando inserido corretamente
[14:16] <paulohsms> e o que vai garantir a eficiencia desse processo eh exatamente a interface
[14:16] <paulohsms> antigamente essa nao era uma preocupacao e os computadores utilizados como maquinas de computar ( por isso o nome)
[14:16] <paulohsms> eh somente com os movimentos de contra-cultura
[14:16] <paulohsms> que as pessoas comecam a se apropriar da tecnologia e populariza-la
[14:16] <paulohsms> estao lendo certinho?
[14:16] <paulohsms> as msgs estao chegando?
[14:16] <hugleo> sim sorriso
[14:17] <paulohsms> joia!
[14:17] <paulohsms> entao.... a apropriacao comeca a popularizar
[14:18] <paulohsms> e a prepcupacao chave da popularizacao, o ponto chave desse prpcesso eh a interface
[14:18] <paulohsms> ora.... as pessoas que comecaram a usar as primeiras interfaces criaram as assocoacoes mais elementares que percebemos hoje.
[14:19] <paulohsms> o nosso lixo vai para a lixeira, os arquivos se estruturam em pastas, a busca eh feita por um botao em forma de lupa
[14:19] <paulohsms> todos esses icones e elementos que compoem as interfaces sao determinantes na CMC
[14:20] <paulohsms> mas eu falei pra voces que nos falariamos de um projeto...
[14:20] <paulohsms> e essa introducao serviu para apresenta-los a nossa preocupacao
[14:21] <paulohsms> a inclusao digital eh condicionada por uma boa interface
[14:21] <paulohsms> a dificuldade que as pessoas nao-familiarizadas com a tecnologia tem deve ser amenizada por uma boa interface
[14:22] <paulohsms> e essa eh a proposta do projeto interfaces livres
[14:22] <paulohsms> o projeto esta em fincionamento desde 2012 junto ao departamento de comunicacao em midias digitais da UFPB
[14:23] <paulohsms> desenvolvemos paginas web funcionais para projetos de carater academico ou social
[14:24] <paulohsms> de modo que esses projetos tenham uma presenca na web e que os envolvidos sejam capazes de aprender as boas praticas e teorias de usabilidade na web
[14:24] <paulohsms> bem como testá-las
[14:24] <paulohsms> estao acompanhando?
[14:25] <paulohsms> ?
[14:26] <Dani_Re> sim
[14:26] <paulohsms> ?
[14:26] <paulohsms> ok
[14:27] <paulohsms> alem de desenvolver as interfaces na forma de paginas web, o projeto deve realizar treinamento para que as pessoas envolvidas tenham autonomia de publicar o conteudo que acreditam
[14:28] <paulohsms> entao incluem-se nessa tecnologia
[14:28] <paulohsms> como produtores de informacao
[14:29] <paulohsms> em paralelo a isso nós testamos esse produto
[14:29] <paulohsms> atraves de heatmaps e estudos etnograficos prpcuramos compreender as praticas de navegacao dos usuarios nessas paginas
[14:30] <paulohsms> montamos o material a partir de diretrizes basicas, as chamadas heuristicas de usabilidade ou navegacao
[14:31] <Dani_Re> paulo, vc tem mais 10 minutos
[14:32] <paulohsms> e testamos esse material para verificar se essas heuristicas(estudos sem co provacao) se repetem em nosso grupo limitado de usuarios... garantindo mais ou me os certeza a essas guias ou diretrizes
[14:32] <paulohsms> ok
[14:32] <paulohsms> estou perto do fim
[14:37] <Dani_Re> vamos aguardar o paulo voltar...
[14:38] <Dani_Re> f4bs_, é pelo irc mesmo
[14:39] <Dani_Re> sim, paulohsms, agora sim
[14:39] <Dani_Re> pode continuar, por favor
[14:39] <paulohsms> me leem?
[14:39] <paulohsms> ok
[14:39] <paulohsms> cola a ultima coisa q leu?
[14:39] <Dani_Re> <paulohsms> estou perto do fim
[14:39] <paulohsms> por favor
[14:39] <paulohsms> nossa... :/
[14:39] <paulohsms> ok
[14:40] <paulohsms> comentei q a proposta do projeto eh basicamente essa
[14:40] <paulohsms>  desenvolver as interfaces livres, todas de codigo aberto e distribuidas gratuitamente
[14:40] <paulohsms> ensinar as pessoas que vao utilizadas a ter autonomia de inserir o conteudo que achar melhor
[14:41] <paulohsms> e testar essas interfaces a partir de grupos especificos em relacao a sua eficiencia e ao processo de comunicacao que se da ali
[14:41] <paulohsms> nessa ultima etapa especificamente... deveremos testar dois sistemas de gerenciamento de conteudo
[14:42] <paulohsms>  wordpress e joomla para verificar qual painel de administracao eh mais simples e facil ou q melor exerce a comunicacao
[14:42] <paulohsms> essas sao as diretrizes futuras
[14:42] <paulohsms> da nossa pesquisa
[14:42] <paulohsms> sorriso
[14:43] <paulohsms> era isso que tinha pra apresentar pra voces
[14:43] <Dani_Re> obrigada, paulohsms
[14:43] <Dani_Re> então, podemos abrir a sala para algumas perguntas e passamos, em seguida, a segunda apresentacao
[14:43] <paulohsms> esse trabalho que esta sendo realizado na ufpb com estudantes do curso de comunicacao em midias digitais
[14:43] <paulohsms> sorriso
[14:43] <paulohsms> alguma pergunta pessoal? por faor me mandem sem acento?
[14:44] <Dani_Re> Paulo, voce disse que as primeiras interfaces criaram as assocoacoes mais elementares que percebemos hoje, como lixo, lupa etc. Vc acredita, então, que a evolucao das tecnologias levou a interface para um caminho oposto, de complexificacao? Dai a necessidade de projetos como o q você propoe?
[14:44] <Beth_> Obrigada, Paulo
[14:44] <Beth_> adorei
[14:44] <Beth_> Paulo você disse que com estudos etnográficos procurou compreender as práticas de navegação dos usuários nessas páginas, você poderia comentar sobre a etnografia e o seu estudo?
[14:44] <paulohsms> estou tendo dificuldades para ler texto sem unicode
[14:44] <paulohsms> nos nao temos ainda um laboratorio de experiencia do usuario
[14:44] <Dani_Re> vamos tentar retirar os acentos entao
[14:44] <belcoimbra> Muito legal o projeto Paulo, e super inclusivo
[14:45] <Madu> Também fiquei curiosa com a etnografia e sua pesquisa Paulo.
[14:45] <paulohsms> entao procuramos fazer um registro mais informal da navegacao
[14:45] <Dani_Re> Paulo, voce disse que as primeiras interfaces criaram as assocoacoes mais elementares que percebemos hoje, como lixo, lupa etc. Vc acredita, entao, que a evolucao das tecnologias levou a interface para um caminho oposto, de complexificacao? Dai a necessidade de projetos como o q voce propoe?
[14:45] <paulohsms> sem cameras apenas com o registro das impressoes e comentarios dos usuarios
[14:45] <Dani_Re> <Beth_> Paulo voce disse que com estudos etnograficos procurou compreender as praticas de navegação dos usuarios nessas paginas, voce poderia comentar sobre a etnografia e o seu estudo?
[14:46] <paulohsms> na verdade nao Dani_Re !
[14:46] <paulohsms> aumentaram-se a quantodade de informacoes e recursos mas a preocupacao se manteve
[14:47] <paulohsms> entao houve um aumento quantitativo mas sem complexifcar
[14:47] <paulohsms> tanto eh q hoje temos muito mais gente usando as tecnologias elas nao ficaram mais dificeis
[14:47] <Dani_Re> entao o trabalho eh mais de adequar a interface ao contexto e usuario?
[14:48] <paulohsms> sobre a etnografia... nos procuramos registrar o passo a passo do usuario, com software de registro de tela e um pesquisador atento a perfomances e reacoes incomuns
[14:48] <paulohsms> sim! identificar o usuariofinal e adequar a essa realidade
[14:49] <Dani_Re> mais alguma pergunta?
[14:49] <alineResende> paulohsms: você utiliza algum software para captar o usuário utilizando a interface?
[14:50] <Dani_Re> <alineResende> paulohsms: voce utiliza algum software para captar o usuario utilizando a interface?
[14:50] <alineResende> por exemplo, algum software que consiga captar a tela e o usuário ao mesmo tampo, para assim perceber as suas reações?
[14:50] <paulohsms> nao alineResende fizemos isso com uma camera, sem uma sala propria em q o sujeito fica isolado e observado
[14:51] <Dani_Re> bom, agradecemos a apresentacao do paulohsms
[14:51] <paulohsms> o que usamos na tela eh um heatmap q identifica os cliques do usuario
[14:51] <Dani_Re> temos que passar para a segunda por causa do tempo
[14:51] <paulohsms> e ai temos os dados quantitativos dos cliques
[14:51] <paulohsms> ok
[14:52] <paulohsms> obrigado dani
[14:52] <paulohsms> sorriso
[14:52] <paulohsms> valeu prssoal do stis
[14:52] <Dani_Re> obrigada mesmo, paulohsms
[14:52] <paulohsms> o/
[14:52] <Dani_Re> belo projeto!
[14:52] <belcoimbra> clap clap clap muiyto bacana a iniciativa!
[14:52] <Dani_Re> bom, então gostaria de apresentar Isabel Cristina Vieira Coimbra Diniz
[14:53] <Dani_Re> Professora da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional – EEFFTO/UFMG. Graduada em Educação Física pela UFMG, tem pós-graduação em Educação Física Escolar pela PUC-MINAS e Lazer pela EEFFTO/UFMG, mestrado em Educação Física pela UFMG e doutoranda em Estudos Linguísticos na FALE/UFMG.
[14:53] <Dani_Re> É bailarina profissional e coreógrafa desde 1982 com trabalhos no Brasil e no Exterior. É pesquisadora no Grupo de Pesquisa Transdisciplinar em Dança e Estudos Integrados em Dança; no Grupo de Pesquisa Teatro e Dança-Teatro e no Grupo de Pesquisa Semiofon: Semiose e Fonoestilística. É ainda Líder do Grupo de Pesquisa Concepções Contemporâneas em Dança.
[14:53] <Dani_Re> ela vai falar para nós diretamente de Paris - França
[14:53] <Dani_Re> é um prazer recebê-la no Stis, belcoimbra
[14:53] <belcoimbra> Boa noite a todos!
[14:54] <Dani_Re> belcoimbra apresenta hoje "Corpo e Sentido: o movimento da dança encarnado a Semiótica Francesa em cena"
[14:54] <belcoimbra> estou feliz de poder participar!
[14:54] <Dani_Re> belcoimbra, a palavra é sua!
[14:54] <belcoimbra> Ok!
[14:54] <belcoimbra> Quero parabenizar à Comissão organizadora pelo STIS pela iniciativa e    pela proposta incrível que o STIS é.
[14:54] <belcoimbra> E também agradecer pelo privilegio de poder fazer parte do time de palestrantes
[14:55] <belcoimbra> Nosso objetivo aqui é discorrer sobre o corpo como um lugar semiótico e em seguida discutir sobre o sentido encarnado nesse corpo através da dança sob a perspectiva da semiótica francesa. Se corpo fala através da dança, como os sentidos se dão há ver?
[14:55] <belcoimbra> Para iniciar, importante lembrar que  Greimas define a semiótica como uma “teoria da significação” que busca explicar na forma de uma construção conceitual, as condições da produção de sentido
[14:56] <belcoimbra> No cenário semiótico o corpo retorna explicito nos anos 80 com as temáticas passionais, com a estesia e a ancoragem da semiose na experiência do sensível sob a articulação da Semiótica da Ação e da Semiótica das Paixões.
[14:56] <Dani_Re> O código da apresentação em slides é: isabel-2013
[14:56] <Dani_Re> voces podem acessar os slides no canto direito da página
[14:56] <belcoimbra> Para Fontanille se há paixões em semiótica, há corpos semiotizados
[14:57] <belcoimbra> Com a incursão no universo sensível, promovido pelas ferramentas tensivas, a semiótica francesa acaba retomando na década de 1990 os princípios fenomenológicos, tendo em Merleau-Ponty sua principal referência
[14:57] <belcoimbra> Com essa retomada, o corpo (que percebe e sente) encontra um lugar significativo na investigação do sentido.
[14:57] <belcoimbra> O corpo (instância proprioceptiva) passa a ser percebido como instância produtora de sentido, considerando que é o lugar onde acontece a operação de semiose
[14:58] <belcoimbra> Nesse contexto o plano do conteúdo (de origem interoceptiva) é posto em relação com o plano da expressão (de origem exteroceptiva).
[14:58] <belcoimbra> Assim, se a interoceptividade se relaciona com as sensações (corresponde ao mundo interior, cognitivo e emocional do sujeito)
[14:58] <belcoimbra>  e a exteroceptividade se relaciona às percepções (associadas ao mundo exterior pelos sentidos), cabe à proprioceptividade (corporeidade) fazer a passagem de um ao outro.
[14:58] <belcoimbra> Para a semiótica da escola francesa, o conteúdo existe potencializado até que seja manifestado pela junção com a expressão.
[14:59] <belcoimbra> Dessa junção, há a configuração da forma, que é constituída por significante e significado
[14:59] <belcoimbra> Tem-se aí uma relação sígnica que proporciona todo esse “parecer do sentido”, apreendido por meio das formas de linguagem.
[14:59] <belcoimbra> Nessa perspectiva o corpo, o movimento, o tempo e espaço são elementos de uma presença – existência semiótica.
[15:00] <belcoimbra> Para os semioticistas franceses o corpo está primeiro na sede da experiência sensível e na relação com o mundo como fenômeno
[15:00] <belcoimbra> na medida em que essa experiência pode se prolongar dentro das práticas significantes e/ou nas experiências estéticas
[15:00] <belcoimbra> O corpo é um actante que por sua vez tem um “corpo” carne e um próprio corpo.
[15:00] <belcoimbra> O corpo carne é aquilo que resiste à ação transformadora dos estados de coisas ou dela participa, mas que também
[15:01] <belcoimbra> desempenha o papel de centro de referência e é a instância enunciante como princípio de resistência/impulsão materiais
[15:01] <belcoimbra> A carne é também o lugar de núcleo sensório-motor da experiência semiótica.
[15:01] <belcoimbra> Por outro lado o próprio corpo é aquilo que se constrói na reunião dos dois planos da linguagem, no discurso em ação.
[15:02] <belcoimbra> Neste contexto as duas instâncias EU/ELE do actante pressupõe-se e definem-se reciprocamente
[15:02] <belcoimbra> o ELE é a parte de si mesmo que o EU projeta fora de si para poder se construir como actante.
[15:02] <belcoimbra> O EU é essa parte de si mesmo a que ELE se refere construindo-se
[15:02] <belcoimbra> O encarnamento dos processos semióticos acontece a partir da identificação e inventário das figuras na linguagem do corpo (texto e imagens, principalmente) e culmina na definição e tipologia das figuras
[15:03] <belcoimbra> A abordagem semiótica do corpo assume finalmente uma ambivalência recorrente que resulta em um duplo estatuto na produção de conjuntos significantes:
[15:03] <belcoimbra> O corpo como substrato da semiose (substância) e o corpo como figura semiótica (no meio de outras figuras).
[15:03] <belcoimbra> Importante observar que “substância” e “forma” são coisas distintas a forma transforma o sentido [universal] em substância [particular].
[15:04] <belcoimbra> Para a Semiótica do corpo, a forma e as transformações das figuras do corpo fornecem uma representação discursiva das operações profundas do processo semiótico.
[15:04] <belcoimbra> Possíveis leituras sensíveis (tátil, visual e olfativa) apontam para uma semiotização da Vida.
[15:04] <belcoimbra> O corpo num percurso gerativo da significação não é mais limitado ao lógico formal. Agora é fenomenológico, é operador sensível e encarna
[15:04] <belcoimbra> Fontanille em Corps et Sens (2011) reconhece duas propostas básicas:
[15:05] <belcoimbra>  a primeira é reconhecer que o “actante” é um corpo e que os efeitos desse corpo sobre a semiose e sobre as instâncias do discurso é uma realidade.
[15:05] <belcoimbra> a segunda é examinar a diversidade dos modos do sensível, explorar os campos sensíveis e construir os primeiros elementos de uma sintaxe das figuras corporais do discurso.
[15:05] <belcoimbra> Para Fontanille,  forma é uma espécie de intencionalidade inscrita num devir.
[15:05] <belcoimbra> Não importa que substrato material possa ser actancializado se as forças para as quais ele está submetido obedecem a duas condições.
[15:06] <belcoimbra> A Primeira é o conjunto dessas forças que se desembaraçam das forças opostas (ex: dispersivo e coesivo)
[15:06] <belcoimbra> A segunda é o tipo de oposição que aparece entre essas forças que pode ser considerado em todos os casos como moda,
[15:06] <belcoimbra> antagônico ou e ao mesmo tempo intenso (toda força) e extenso (alcance, quantidade de efeito e etc.)
[15:06] <belcoimbra> A dupla identidade do actante (MOI e SOI) vai nos permitir compreender como o “Si-mesmo” (acumulação de memória) de um devir se desobstrui progressivamente de um “Eu” de referência (carne animada pelo sensório-motor)
[15:07] <belcoimbra> ver slide 2
[15:07] <belcoimbra> O “Si-mesmo” toma forma nos traços impressos pelas tensões e pressões na carne do Eu; e na sequência, o “Si-mesmo” (corpo-próprio) será,
[15:07] <belcoimbra> entre outros aspectos a memória do “Eu” (carne) e a somatória das marcas que ela conserva a autonomia e identidade do actante, está adquirida
[15:07] <belcoimbra> sobre o fundo das tensões e pressões exercidas sobre a carne, graças á memória das marcas acumuladas, que engajam um devir irreversível.
[15:08] <belcoimbra> Para Fontanille tanto na sintaxe sensório-motora como na sintaxe figurativa a interação entre o sistema material e as energias é um acontecimento em que o esquema imaginário
[15:08] <belcoimbra> de toda experiência sensorial é marcado no discurso por Figuras de vida como, por exemplo, degustação, luz, odor e etc.
[15:08] <belcoimbra> Para a sintaxe figurativa existe uma iconização que aponta para “a” semelhança existente em certos signos, entre sua forma e seu referente.
[15:09] <belcoimbra> A iconicidade pode ser definida pela equivalência entre dois tipos de relação: de um lado, a relação entre uma figura sonora natural e a interação entre matéria e energia que a produz;
[15:09] <belcoimbra> de outro, a relação entre uma figura sonora linguística e por exemplo a sensação motora bucal que corresponde a sua articulação
[15:09] <belcoimbra> A correspondência entre interior e exterior que funda a iconicidade pode ser descrita como: A está para B assim como X está para Y,
[15:10] <belcoimbra> sendo que A e X representam figuras sensoriais quaisquer enquanto B e Y representam esquemas de interação matéria/energia, dos quais B é interno e Y é externo.
[15:11] <belcoimbra> A esquematização narrativa tradicional supõe um actante perfeitamente senhor de seu corpo,
[15:11] <belcoimbra> um corpo dócil, domesticado que não faz senão o que está programado, que não é nada mais que um lugar de efetuação pragmática dos atos calculáveis a partir de um programa narrativo.
[15:11] <belcoimbra> Mas Fontanille nos  alerta que nenhum ator humano, por exemplo, pode ser assim programado
[15:12] <belcoimbra> Pelo contrário, a arte e a dramatização envolvem e exigem um corpo imperfeito e desconformado.
[15:12] <belcoimbra> Na produção do ato e na esquematização narrativa o EU (carne) é a instância de referência, identidade suscetível de modificação,
[15:13] <belcoimbra> sede da sensório-motricidade, sistema material em que a inércia (por remanência ou por saturação) se manifesta.
[15:13] <belcoimbra> Por outro lado o SI-mesmo (corpo próprio) se divide-se em Si-Mesmo-idem que corresponde à identidade dos papéis, cujo modo de produção depende da repetição; e
[15:13] <Dani_Re> belcoimbra, vc tem mais 10 min
[15:13] <belcoimbra>  em Si-Mesmo-ipse (Mim-mesmo) que corresponde à identidade das atitudes, cujo modo de construção depende da acumulação progressiva de objetivos.  No slide 4 leia-se  si-identidade
[15:13] <belcoimbra> Aqui temos uma dificuldade de tradução do francês para o português, mas a idéia é essa distribuição da identidade do corporal do actante
[15:14] <belcoimbra> Então, se considerarmos que toda identidade actante se constrói no ato e que todo ato emerge da animação sensório-motriz do actante,
[15:14] <belcoimbra> o modelo de ato repousa sobre a interação entre a carne e o corpo-próprio, entre o EU e o SI-mesmo.
[15:14] <belcoimbra> O ato resulta, portanto da correlação (convergente e divergente) entre as pressões exercidas sobre o EU/carne (do tipo sensório-motor) e as pressões exercidas sobre o corpo próprio
[15:15] <belcoimbra> Nessa perspectiva os termos do esquema são distribuídos em posições relativas, em torno de um "ponto triplo" Moi-cher (Eu-Carne), Soi-idem (Si-mesmo)  e Soi-ipse (Mim-mesmo).  ver slide 5  SLIDE 5
[15:15] <belcoimbra> O slide 6 é para esclarecer melhor o que Fontanille quer dizer com Moi e Soi, compreendendo que eles são inseparáveis porque fazem parte de uma unioca entidade : o corpo actante.
[15:15] <belcoimbra> Dando prosseguimento nessa discussão sobre o corpo do actante podemos dizer que a configuração do sentido da/na dança se manifesta em um corpo perceptivo imperfeito e desconformado,
[15:15] <belcoimbra> mediador entre a exteroceptividade e a interoceptividade e também  é o “analisador das atmosferas tímicas” convertendo-as em figuras semióticas equivalentes no âmbito corporal
[15:16] <belcoimbra> Para Fontanille em Corps set Sens (Corpo e Sentido) o encarnamento acontece quando a figura semiótica do “envelope corporal” se impõe.
[15:16] <belcoimbra> O envelope corporal é dotado de propriedades das quais decorrem as funções, os percursos e os papeis para esses percursos.
[15:16] <belcoimbra> O envelope corporal é uma verdadeira interface semiótica. De um lado contém o plano do conteúdo e de outro lado o plano da expressão
[15:16] <belcoimbra> O envelope corporal é o operador da reunião dos planos e para que seja o protótipo de todas as interfaces semióticas, é necessário reconhecer nele especificamente a capacidade de debreagem enunciativa
[15:17] <belcoimbra> Como uma aplicação mais “simples” das idéias apresentadas até aqui, vejamos uma fotografia da bailarina russa Natalia Makarova (1940) na obra “Lago dos Cisnes” do coreógrafo francês Marius Petipa.  Ver foto no slide 1
[15:17] <belcoimbra> Na imagem retida de um momento de dança, a dinâmica das forças de oposições produz linhas sinuosas longas e afiladas (equilíbrio e desequilíbrio).
[15:17] <belcoimbra> Para um resumo rapido
[15:18] <belcoimbra> Cada figura de corpo, corresponde a uma figura de movimento. Aqui o envelope corporal carrega as deformações e as diversas formas da debreagem que engendram os envelopes significantes e as superfícies de inscrição.
[15:18] <belcoimbra> O corpo-deitico é a posição de referência, é aquele que permite perceber e apreciar a movimento relativo de um corpo em relação a outros corpos.
[15:18] <belcoimbra> Lado a lado, o plano do conteúdo e o plano da expressão nos revelam um envelope corporal opera a reunião dos planos , ver slide 8
[15:18] <belcoimbra> Na produção da dança na esquematização narrativa o EU(carne)-bailarina(personagem) é a instância de referência, identidade suscetível de modificação,
[15:19] <belcoimbra> sede da sensório-motricidade, sistema material em que a inércia (por remanência ou por saturação) se manifesta.
[15:19] <belcoimbra> A identidade do actante é construída no ato-dança (o CISNE) e o modelo desse ato repousa sobre a interação entre a carne e o corpo-próprio, entre o EU e o SI-mesmo (interprete e personagem
[15:19] <belcoimbra> O ato resulta, portanto da correlação (convergente e divergente) entre as pressões exercidas sobre o EU/carne (as técnicas corporais sistematizadas do balé) e as pressões exercidas sobre o corpo próprio.
[15:19] <belcoimbra> Nesse sentido temos o resultado de uma dupla determinação de um dado equilíbrio e também desequilíbrio entre os dois tipos de pressão.
[15:19] <belcoimbra> Nesse “jogo” as relações entre o plano de conteúdo e o plano de expressão vão encarnando no percurso gerativo, os sentidos da dança.
[15:20] <belcoimbra> Para o actante-Cisne a “visada” repousa no projeto vida-morte e/ou no natural-sobrenatural.
[15:20] <belcoimbra> Para instigar ainda mais sobre a temática de uma semiotica da dança convido a todos a assistir Thought of You – que é um desenho animado de dança… de Ryan Woodward ,  Coreografia de Kori Wakamatsu; Música World Spins Madly On da Banda Weepies
[15:21] <belcoimbra> 


[15:21] <belcoimbra> sao 3 mnutos para finalizar..
[15:24] <belcoimbra>     Não vamos fazer agora uma análise semiótica desta “dança”. Usei o vídeo mais para instigar e botar lenha na fogueira  rsrsrsss deu para assistir?
[15:25] <belcoimbra>     Afinal o que distingue a dança do corpo sensível? Imagens captadas pelo corpo através da dança não são simples extensões uma da outra, são o “encarnamento” do sentido
[15:25] <Dani_Re> lindo mesmo
[15:25] <belcoimbra> que se dá a ver materializado no movimento e que só se diferenciam pela maneira de “captura” e, talvez, por um modo individual de sentir e perceber a realidade circunscrita.
[15:25] <belcoimbra>     A Dança e o conteúdo (com história ou não) supõe-se ser a própria dança quando, na verdade,  a dança é própria história
[15:25] <belcoimbra> Para quem se interessar o Making of de Thought of You  
[15:26] <belcoimbra> O corpo-carne (Eu-carne) é aquele das mudanças de consciência e de densidade. É a percepção de tais transformações de densidades, de dilatações ou de contrações das noções íntimas.
[15:26] <belcoimbra> Fontanille em Corps et Sens (2011) resumidamente propõe uma tipologia dos movimentos corporais decorrentes da tipologia das figuras do corpo.
[15:26] <Dani_Re> muito legal, belcoimbra
[15:26] <Dani_Re> podemos abrir para perguntas?
[15:27] <adelmaa>   Parabéns, Bel! Belíssima apresentação: didática, clara e coerente. Vídeo fantástico!
[15:27] <belcoimbra> sim!
[15:27] <adelmaa> Clap clap clpa clap clpa clpa !!!!
[15:27] <belcoimbra> Obrigada!!!!
[15:27] <Beth_> Parabéns, Isabel!
[15:27] <Madu> clap clap clap belíssima
[15:27] <Beth_> um show!
[15:27] <belcoimbra> sorriso
[15:27] <Dani_Re> queria sugerir um texto, se vc ja nao leu, é o "Interaction risquées" de Landowski, pq quando ele fala em interações ajustadas ele cita um exemplo de "dança dos corpos"
[15:28] <belcoimbra> uau!! v tem o texto? manda para mim!!
[15:28] <Dani_Re> eu tenho ele xerocado, mas acho q por aí vc pode encontrar facilmente
[15:29] <Madu> Também quero Dani
[15:29] <belcoimbra> essa saõ minha ultimas reflexões em meu trabalho do doutorado..
[15:29] <Dani_Re> se quiser ter o livro mesmo
[15:29] <Beth_> a tese já tá pronta bel?
[15:29] <belcoimbra> ainda não!!!!! estou trabalhando nas teorias da semiotica e por isso estou investifgando o ue elas dizem sobre corpo
[15:30] <adelmaa> Estou deixando as FERAS da Semiótica dialogando!!!
[15:30] <belcoimbra>  por causa da dança, né?
[15:30] <Dani_Re> sim, ele também opõe programação a ajustamento
[15:31] <belcoimbra> meu desafio agora é fazer as análises da dança por isso esses estudo sobre a semiuiotica e o corpo estao me ajudando muito!
[15:31] <Dani_Re> acho interessante citar no seu texto, mesmo q vc não trabalhe com a teoria dele
[15:31] <belcoimbra> rsrssss,,
[15:31] <Dani_Re> ;)
[15:32] <Dani_Re> mais alguma pergunta para a belcoimbra ?
[15:32] <belcoimbra> mas tudo ajuda a pensar... semioticamente...aprovo
[15:32] <Dani_Re> com certeza!
[15:32] <Paris> Parabéns pelo excelente trabalho Bel!
[15:33] <belcoimbra> aionda falta muito chão...
[15:33] <adelmaa> Bel, por favor, contem-nos de forma mais resumida sobre o projeto  de dança que você desneoovlve ai?
[15:33] <belcoimbra> mas estou caminhando.. principalmente agora que consegui fechar
[15:33] <belcoimbra> o dança na mochila
[15:33] <adelmaa> Sim...
[15:33] <adelmaa> Registre aqui...
[15:34] <belcoimbra> entao, baeada nas analises que fiz sobre Le Sacre du Pritemps de Pina
[15:34] <belcoimbra> Bausch
[15:34] <adelmaa> Coloque seus contatos...
[15:34] <belcoimbra> Propus o projeto de doutorado sanduiche aqui m Paris
[15:34] <adelmaa> para que as pessoa sexplorem seu universo.
[15:34] <belcoimbra> O Dança na Mochila
[15:35] <belcoimbra> o que é isso
[15:35] <belcoimbra> eu
[15:36] <belcoimbra> uso o icone do vermelho atraves de um tecido tb vermelho que ando dentro da minha mochila
[15:36] <belcoimbra> La Sacre du parimtemps fala sobre o sacrifio
[15:36] <belcoimbra> entaoa trabalho os termos contraios vida vs morte
[15:37] <belcoimbra> termos contrarios
[15:37] <belcoimbra> em Le Sacre o sacrifio é realizado em um palco coberto de terra que simboliza a propria terra que a comunidade habita
[15:38] <belcoimbra> assim eu ando pela cidade onde habito, e onde eu sinto os estimulo, eu tiro o tecido da mochiila e danço
[15:39] <belcoimbra> seja em metro, ruas, praça, locais publicos, monumentos
[15:39] <belcoimbra> neve rsrsrs
[15:39] <belcoimbra> tem sido incrivel a experiencia porque eu me descobri dentro do projeto
[15:39] <Beth_> que legal!
[15:40] <alineResende> muito bom!!
[15:40] <adelmaa> Você tem videos que as pessoas possam explorar depois, não tem? mande para o stis os links que nós colocaremos na pagina, ok!
[15:40] <Beth_> vc tem vídeos?
[15:40] <Prinz> Que maravilha!
[15:40] <adelmaa> Seu blog...deixe aqui tudo registrado, Bel!!!
[15:40] <belcoimbra> sim montei um blog dancanamochila.wordpress.com
[15:40] <adelmaa> Perfeito!!!!
[15:41] <belcoimbra> a coisa virou uma bola de neve rsrsrssss
[15:41] <Dani_Re> eu tive o privilégio de ver e até registrar algumas danças da Bel em Paris, posso dizer q foi muito especial mesmo! sorriso
[15:41] <belcoimbra> estou ate organizando uma instalação com foto e video numa galeria em Paris.. no dia 20
[15:41] <belcoimbra> de junho
[15:42] <belcoimbra> voile Dansant
[15:42] <adelmaa> Fantástico!!!!
[15:42] <belcoimbra> états d'esprit
[15:42] <Madu> uhu!!!!
[15:42] <belcoimbra> estou muito feliz pq esta sendo maior e melhor do que eu esperava..
[15:43] <Beth_> sorriso
[15:43] <belcoimbra> o nome da expoesição ja um dos resultados de minha analise: o tecido que dança
[15:43] <adelmaa> E que seja sempre assim, sempre... é porque você semeia serenidade Bel!!!
[15:43] <adelmaa> voc~e plnta, semeia serenidade então colherá sempre reconhecimento.
[15:43] <Beth_> Parabéns pelo lindo trabalho!
[15:43] <Madu> Parabéns Bel, brilhante.
[15:44] <belcoimbra> agora o desafio é constriur uma analise semiotica sistematizada e que seja mais do que uma anlise de um trabalho
[15:44] <Paris> Parabéns!!!
[15:44] <Madu> Honradíssima de conhecer um pouco do seu trabalho
[15:44] <belcoimbra> mais uma contribuição para alargar os tentáculos rsrssss da semiotica visual e que sabe tensiva
[15:45] <belcoimbra>  estou me lançando,, vamos ver no que vai darr..]
[15:46] <Paris> É um privilégio ter acesso a um trabalho como esse!
[15:46] <Dani_Re> belcoimbra, muito obrigada mesmo!
[15:46] <belcoimbra> entrem no blog e palpitem!!!! inclusive é dado para uma anlise futura sorriso
[15:46] <adelmaa> É verdade . ver e ter certeza que ele e também reconhecido além-mar.
[15:47] <belcoimbra> dancanamochilawordpress.com
[15:47] <Beth_> Obrigada, Bel!
[15:47] <belcoimbra> eu que agradeço o privilegio de compartilhar!!
[15:47] <adelmaa> Depois nos disponibilizem  os links dos videos para divulgarmos aqui também,ok!!!!
[15:48] <Beth_> Pessoal, próximo STIS em JUNHO dia 21.
[15:48] <Beth_> Com o prof. Julio Paz (Argentina) e Teresinha Kawasaki (FaE/UFMG)
[15:48] <adelmaa> Anotem aí!!!!
[15:48] <belcoimbra> no blog tem os links, e é legal pq eu contextualizo os lugares e meus sentiemntos
[15:49] <Beth_> achei lindo, Bel!
[15:49] <Beth_> as fotos tb.
[15:49] <belcoimbra> que bom!!!!
[15:49] <Beth_> Obrigada Dani!
[15:49] <Beth_> e obrigada a toda a equipe STIS!
[15:49] <belcoimbra> Obrigada a todos e estou com muita saudades de vocès
[15:50] <Beth_> nós tb
[15:50] <adelmaa> O STIS gradece asparticpações especiais da profa Isabe Coimbra e doprof Paulo Serrano. A participação especialíssima de Dani_ Re é incalculavel!
[15:51] <adelmaa> Obrigada a todos do grupo STIS e aos nossos ilustres participantes.
[15:51] <Dani_Re> obrigada a todos!
[15:51] <Dani_Re> ;)
[15:51] <belcoimbra> sorriso

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5. Junho: Discurso digital e Ensino de matemática

cartaz STIS junho 2013

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Julio Cesar Sal Paz e Teresinha Fumi Kawasaki

Conferência dupla STIS JUNHO 2013

Dia 21 de junho das 14 às 15:30, na Sala de Conferências do STIS

HACIA UNA RETÓRICA DEL DISCURSO DIGITAL (Julio César Sal Paz)

Resumo: Entendemos con Perelman y Ollbrechts Tyteca (1989: 34) que la Retórica es “el estudio de las técnicas persuasivas que permiten provocar o aumentar la adhesión de las personas a las tesis presentadas para su asentimiento”. En este sentido, podemos afirmar que, a lo largo de los siglos, este campo disciplinar ha posibilitado el estudio del funcionamiento comunicativo de diferentes géneros de discursos de carácter persuasivo. Desde esta perspectiva, todo intercambio comunicativo para ser exitoso deberá contemplar lo que puede conceptualizarse como situación retórica, circunstancia constituida por el destinatario, el tópico y el objetivo del discurso. No obstante, este problema retórico difiere sustancialmente, en forma y contenido, a partir de las dimensiones contextuales que le dan origen: oral, escrita, digital.
El propósito de esta exposición es reflexionar sobre la importancia que reviste la investigación y sistematización de la situación retórica en el ciberespacio, como consideración previa a la producción discursiva en este ámbito, para lograr la eficacia comunicativa de los géneros digitales.

 

 

Tecnologias computacionais na sala de aula de Matemática: um olhar através das lentes da Teoria da Atividade (Teresinha Fumi Kawasaki)

Resumo: São diversas as propostas de ensino de tópicos matemáticos que propõem a utilização de aplicativos computacionais disponíveis na rede. Na formação continuada de professores de matemática, é grande a demanda por capacitações e apresentação de propostas dessa natureza. E são diversas as formações que se propõem a tornar os professores mais  Entretanto, é raro ouvir por parte do professor de matemática que a utilização desses aplicativos tornou-se parte de sua prática docente. Há dez anos atrás, o artigo "O computador é a solução: mas qual é o problema?" que circulava entre os educadores matemáticos já problematizava essa utilização que parecia tão natural no ensino de matemática. Em 2008, outro artigo chama a minha atenção: Why hasn't technology disrupted academics' teaching practices? Understanding resistance to change through the lens of activity theory. Estes artigos, em um intervalo de quase dez anos, nos colocam diante de um mesmo problema: a implementação de uso do computador não é uma realidade na prática do professor em sala de aula. Em meu campo de atuação, a educação matemática isto é uma realidade.  Em minha pesquisa de doutorado, concluída ao final de 2008, discuti a relação conflituosa que se encontrava o professor de matemática que buscava incorporar o computador em sua prática docente através de sua participação em um grupo de formação continuada. Contudo, a observação mostrou que esse professor que procurava pela mudança era o mesmo que resistia. Nesse trabalho, a mudança de perspectiva teórica, o olhar diferente para este professor em atividade através da Teoria da Atividade (TA) permitiu tirar o foco do sujeito dito “resistente” a inovações tecnológicas em sua sala de aula e entender que  participantes  do  grupo  (formadores  e  formandos)  reorganizam-se  coletivamente, articulando mudança e resistência em suas ações em resposta às contradições internas do sistema de atividades que se forma quando a atividade de formação continuada encontra a atividade de sala de aula do professor de matemática.   
Por meio de duas pesquisas, tenho a pretensão* de discutir aqui alguns conceitos da TA que me permitiram olhar para o que os meus olhos não viam e deixar de enxergar o que aparentemente, aos meus olhos, era tão óbvio.  
*grifo meu, pois é realmente uma "pretensão". É um ensaio que posso ou não dar conta.

5.1. registro junho

Registro da Conferência de 21.o de junho de 2013:

 

 HACIA UNA RETÓRICA DEL DISCURSO DIGITAL
conferencista: Julio César Sal Paz


 Tecnologias computacionais na sala de aula de Matemática: um olhar através das lentes da Teoria da Atividade
conferencista: Teresinha Fumi Kawasaki

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[14:10] <Beth> Boa tarde a todos/as!
[14:10] <Beth> Vamos iniciar o STIS do mês de junho com as honrosas presenças dos professores Julio Sal Paz e Teresinha Fumi Kawasaki. Este ano o STIS optou por conferências duplas para fomentar o debate entre especialistas de áreas diferentes.
[14:11] <Beth> O professor Julio é docente da Universidad Nacional de Tucumán, na Argentina é doutor em Letras em Linguística, sua linha de pesquisa é na Pragmática e Análise do Discurso em relação com as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) e abordará a retórica no ciberespaço.
[14:11] <Beth> A professora Teresinha Fumi Kawasaki (Faculdade de Educação / UFMG) é doutora em Educação Matemática, sua pesquisa se fundamenta na Teoria Histórico Cultural da Atividade e foca na utilização de artefatos em processos de Ensinar e Aprender Matemática, atuando principalmente na formação inicial e continuada de professores.
[14:12] <Beth> O professor Julio Sal Paz iniciará o STIS desta tarde com a palestra “Hacia una retórica digital”.
[14:12] <Beth> Cada palestrante terá 30 minutos para sua apresentação, após as duas apresentações abriremos para o debate:
[14:12] <Beth> Podemos começar...
[14:12] <jsalpaz> Perfecto Beth!
[14:13] <jsalpaz> Muchas gracias a todos y es para mí un placer compartir este espacio
[14:13] <Beth> puedes empezar, Julio Sal Paz
[14:13] <jsalpaz> lo digo con toda sinceridad
[14:13] <jsalpaz> bien, el tema ya lo expuso Beth
[14:14] <jsalpaz> Primeramente definamos lo que entiendo por Retórica
[14:14] <jsalpaz> La Retórica es una construcción cultural -elaborada y perfeccionada, a lo largo de la historia de la humanidad, por sucesivas generaciones- cuyo propósito radica en aprovechar las potencialidades de los diferentes sistemas semióticos para influir en los destinatarios concretos de los múltiples géneros discursivos que se desarrollan en el marco de una comunidad.
[14:14] <jsalpaz> Ahora bien, el problema retórico puede abordarse desde una doble perspectiva: como una praxis inherente a toda actividad comunicativa, en la que se emplea el lenguaje verbal y otros códigos semióticos con el fin de persuadir, y como una teoría con postulados orientados al estudio y sistematización de los medios que garantizan la persuasión en intercambios discursivos particulares.
[14:14] <jsalpaz> En este sentido, debemos aclarar que la Retórica, en tanto disciplina científica, se ha adaptado en forma ininterrumpida a las necesidades comunicativas del ser humano surgidas en cada época. Por este motivo, ha evolucionado de una retórica de la oralidad, a una de la escritura, para mutar, desde el advenimiento de internet, en ciberretórica, con la intención de dar respuesta a las prácticas discursivas digitales.
[14:15] <jsalpaz> En este contexto, el componente retórico se patentiza tanto en el discurso de la propia red, es decir, en la organización de sus interfaces (Landow, 1997; Burbules, 2002), como en las dos vertientes que asume la interacción de los usuarios (con la información y con sus pares). A nuestro juicio, es precisamente esta condición de ámbito de interacción social lo que trasforma al ciberespacio en un nuevo escenario retórico de crecie
[14:15] <jsalpaz> discurso
[14:15] <Beth> Julio,, por favor, ¿podrías ir un poquito más despacio?
[14:16] <jsalpaz> Veamos a continuación ."Las fases retóricas en los géneros discursivos del universo digital"
[14:16] <jsalpaz> Coincidimos con Albaladejo (2009: 10) en que las operaciones retóricas (partes artis), constituyen la columna vertebral del sistema histórico por medio del cual se concretiza el proceso de producción de un discurso. Para recordar sus componentes, acudiremos a Quitiliano (1970):
[14:16] <jsalpaz> - Inventio: fase inicial de búsqueda de ideas y argumentos, vinculados al tópico del texto, y condicionados por el género discursivo y las características del auditorio.
[14:17] <jsalpaz> - Dispositio: instancia de distribución, sistematización y estructuración del contenido del discurso.
[14:17] <jsalpaz> - Elocutio: etapa de expresión formal del discurso. Los argumentos seleccionados se transforman a partir del empleo de recursos y figuras retóricas (estrategias elocutivas) con la intención de presentarlos de manera atractiva para captar la atención del destinatario y lograr la persuasión. Al respecto, debemos especificar que no se trata simplemente de meros ornamentos, sino de usos lingüísticos estratégicos que vehiculizan argu
[14:17] <jsalpaz> Por lo tanto, su eficacia estará condicionada por el contexto global y dentro de él, por la complicidad del interlocutor, quien debe realizar una interpretación acertada de los mismos.
[14:17] <jsalpaz> Estos tres primeros ciclos son eminentemente creativos y se producen casi de forma simultánea.
[14:18] <jsalpaz> - Memoria: en la Retórica clásica se corresponde con la fase de memorización del discurso por parte del orador, quien utiliza procedimientos mnemotécnicos para aprendérselo antes de convertirlo en acto. Asimismo, debe conceptualizársela como la actualización del tesoro retórico.
[14:18] <jsalpaz> - Actio: es la puesta en escena, representación y materialización del discurso ante un auditorio, que asume una forma genérica determinada.
[14:18] <jsalpaz> No obstante, como afirma Albaladejo (1993), si bien las operaciones retóricas se organizan en torno a la construcción discursiva, su validez sistemática trasciende la dimensión eminentemente productiva, por cuanto algunas de ellas atañen, además, a determinados aspectos de la configuración textual:
[14:19] <jsalpaz> la inventio, al plano semántico-extensional; la dispositio, al nivel macroestructural; la elocutio, a la estructuración microestructural y la actio o pronuntiatio al ámbito pragmático.
[14:19] <jsalpaz> Relacionadas con las partes artis que acabamos de listar se encuentran las partes orationis, es decir, las secuencias o movimientos del discurso retórico concreto: exordium, narratio, argumentatio y peroratio.
[14:19] <jsalpaz> Ahora bien, la aparición de las tecnologías de la información y la comunicación (TICs) han afectado el proceso de escritura y por tanto las cinco fases del discurso, estipuladas por la Retórica.
[14:19] <jsalpaz> En primer lugar, transforman la inventio, o dicho en otros términos, el acto intelectual de idear el texto, porque el ciberespacio ofrece nuevas fuentes de información con las que planificar los escritos, así como modelos para imitar.
[14:19] <Beth> Julio, por favor, al pegar el texto. Debe ser como máximo 3 líneas, si son más el chat corta y no aparece todo ele texto.. Gracias
[14:20] <jsalpaz> uhh perdon! yo leia todo
[14:20] <Beth> gracias
[14:21] <Beth> Julio
[14:23] <Beth> estamos leyendo es solo para los próximos
[14:24] <jsalpaz_> Pido disculpas
[14:24] <Beth> no hay problemas
[14:24] <jsalpaz_> tuve problemas con la conexion desde el hotel
[14:24] <jsalpaz_> eso ocurre
[14:24] <jsalpaz_> Retomo
[14:24] <Beth> sí
[14:24] <Beth> sorriso
[14:25] <jsalpaz_> Ahora bien, la aparición de las tecnologías de la información y la comunicación (TICs) han afectado el proceso de escritura y por tanto las cinco fases del discurso, estipuladas por la Retórica.
[14:25] <jsalpaz_> En primer lugar, transforman la inventio, o dicho en otros términos, el acto intelectual de idear el texto, porque el ciberespacio ofrece nuevas fuentes de información con las que planificar los escritos, así como modelos para imitar.
[14:25] <jsalpaz_> Influyen, además, en la dispositio, o sea, en la manera de disponer las partes del discurso, pues la estructura hipertextual facilita su presentación multiforme -lineal y no lineal.
[14:25] <jsalpaz_> Asimismo, condicionan la elocutio -en otras palabras, los modos específicos de comunicarse-,
[14:26] <jsalpaz_> por cuanto el entorno digital posibilita formas dialógicas de mayor proximidad entre escritor y lector, respecto a las que permite el soporte impreso.
[14:26] <jsalpaz_> Finalmente, las instancias retóricas de la memoria y la pronuntiatio se ven también modificadas.
[14:26] <jsalpaz_> En el caso de la primera, los cambios proceden de las nuevas opciones documentales que brinda el hipertexto y que consienten, mediante los enlaces,
[14:26] <jsalpaz_> que cualquier palabra del discurso pueda ser punto de partida para una amplificación enunciativa del lector.
[14:26] <jsalpaz_> En cuanto a la segunda, las variantes se relacionan con el hecho de que la expresión deja de ser exclusivamente textual o textual-icónica
[14:27] <jsalpaz_> o, según la terminología de Verón (1971), “visual lingüística” (lenguaje escrito), “visual paralingüística” (recursos tipográficos) y “visual no-lingüística” (elementos iconográficos).
[14:27] <jsalpaz_> En su lugar, el lenguaje digital pasa a ser una amalgama de textos, imágenes y sonidos; en consecuencia, es un discurso multimodal (Salaverría Aliaga, 2005: 22).
[14:27] <jsalpaz_> Es decir, la hipertextualidad, la multimodalidad y la interactividad, rasgos transgenéricos del discurso digital,
[14:27] <jsalpaz_> son los elementos potenciados por la comunicación en internet que han trastocado algunos de los principios de los procesos de producción textual tradicionales.
[14:27] <jsalpaz_> No obstante, acordamos con Garrido Gallardo (2009) cuando enuncia:
[14:28] <jsalpaz_> estamos en una era que se caracteriza por una preponderancia de la retórica, absolutamente nueva en la historia […] Ciertamente el ser humano es retórico por naturaleza y para convencer al interlocutor de su punto de vista echa mano de todos los recursos naturales de los que está dotada su capacidad comunicativa. Eso es permanente. Lo que es nuevo es el dominio de las relaciones mediadas (2009: 395).
[14:28] <jsalpaz_> Veamos ahora la reconfiguración de las estrategias de persuasión en el ciberespacio
[14:28] <jsalpaz_> Cuando Aristóteles en su Retórica abordaba el discurso persuasivo, enunciaba que el hombre no es un ser solo racional, sino que obedece también al campo de las emociones.
[14:28] <jsalpaz_> De este modo, establecía que un discurso, para poder incidir sobre la audiencia, debía apelar a tres dimensiones: el logos, el ethos y el pathos.
[14:29] <jsalpaz_> Dicho en otras palabras, un argumento nos convence cuando sus premisas nos parecen racionales y convenientes (logos), cuando su enunciador merece nuestra confianza (ethos) y cuando sus proposiciones apelan también a nuestras emociones (pathos).
[14:29] <jsalpaz_> "Logos" en griego significa "lógica". El logos hace referencia a los intento de apelar al intelecto. Se persuade a través del razonamiento, incluyendo procedimientos deductivos e inductivos.
[14:29] <jsalpaz_> Los argumentos académicos dependen del logos.
[14:29] <jsalpaz_> Sea cual fuese la forma de argumentación que utilicemos, es importante que esté bien estructurada y que se emplee un lenguaje adecuado.
[14:30] <jsalpaz_> Cuando las ideas son claras y están bien ordenadas, el discurso fluye con fuerza y espontaneidad, caso contrario, es errático y vacilante. Así pues, el logos afecta al pathos.
[14:30] <jsalpaz_> Ahora bien, la emoción que despierta el discurso en el auditorio, actúa como estímulo retroalimentador, pues hace que el enunciador gane seguridad y que, de este modo, su argumentación se refuerce y sea más convincente.
[14:30] <jsalpaz_> En una palabra, el logos se potencia través de la respuesta afectiva de los oyentes.
[14:30] <jsalpaz_> La voz griega "Pathos" expresa "sufrimiento" o "experiencia". Se refiere al impacto emocional e imaginativo que un mensaje causa en una audiencia. El argumentador, a través de su discurso, es capaz de evocar emociones y sentimientos en su público.
[14:30] <jsalpaz_> En consecuencia, el éxito de un argumento se basa, en gran medida, en la habilidad de un enunciador para lograr que sus receptores empaticen con él.
[14:31] <jsalpaz_> Finalmente “ethos” proviene de la palabra "ethikos", que significa "moral" y "ostentar personalidad moral".
[14:31] <jsalpaz_> El ethos, o apelación ética de la argumentación, representa la credibilidad de un enunciador.
[14:31] <jsalpaz_> Dicho en otros términos, quien expone un argumento debe ser digno de respeto y prestigio, considerado un experto, con el conocimiento necesario sobre el tema en discusión.
[14:31] <jsalpaz_> Por tanto, el emisor debe ser capaz de construirse frente a su audiencia en una posición de autoridad e integridad, pues no resulta suficiente contar con un razonamiento lógico, ya que el contenido de un discurso ha de ser también presentado de manera confiable para convertirse en creíble.
[14:31] <jsalpaz_> Es decir, el ethos se relaciona con el intento de causar buena impresión, de agradar al destinatario y, en este sentido, puede entendérselo como el lugar que da cuenta del modo en que los sujetos se inscriben en sus enunciados.
[14:32] <jsalpaz_> Si nos limitamos a la Retórica de Aristóteles, podemos acordar ciertos rasgos caracterizadores del ethos:
[14:32] <jsalpaz_> - es una noción que se edifica a través del discurso; no es una “imagen” del locutor exterior a la palabra;
[14:32] <jsalpaz_> - está profundamente ligado a un proceso interactivo de influencia sobre el otro;
[14:32] <jsalpaz_> - es una concepto híbrido (socio/discursivo), ya que se trata de un comportamiento socialmente evaluado que no puede ser aprehendido fuera de una situación de comunicación precisa, integrada en una coyuntura socio-histórica determinada.
[14:32] <jsalpaz_> En la actualidad, la noción retórica de ethos ha sido rescatada por el análisis del discurso, particularmente a través de los trabajos de Dominique Maingueneau (2002, 2008), quien aborda esta problemática en su teoría de las escenas de enunciación.
[14:33] <jsalpaz_> En ese contexto, el ethos designa la imagen de sí que construye el locutor en su discurso para ejercer una influencia sobre su alocutario.
[14:33] <jsalpaz_> Maingueneau lo define como una corporalidad, una instancia enunciativa caracterizada por tener un “cuerpo” y un “carácter” específicos (e independientes del cuerpo del hablante), cuerpo y carácter a los cuales se arriba a través de una “voz”, de un “tono” presentes en todo texto, sea oral o escrito, a los que este está asociado.
[14:33] <jsalpaz_> En este sentido, el ethos discursivo guarda estrecha relación con la imagen previa que el auditorio puede tener del orador, o al menos con la idea que este se hace de la manera en que lo perciben sus alocutarios.
[14:33] <jsalpaz_> La representación de la persona del locutor, anterior a su toma de palabra, es denominada ethos previo o prediscursivo, y concierne con frecuencia al fundamento de la imagen que él construye en su discurso.
[14:33] <jsalpaz_> En efecto, el enunciador en su alocución intentará consolidarla, rectificarla, retrabajarla o borrarla.
[14:34] <jsalpaz_> Veamos ahora cúal es Estado de situación en las interacciones digitales conversacionales
[14:34] <jsalpaz_> Abordar los géneros discursivos del ciberespacio supone no perder de perspectiva su complejidad constitutiva (comunicación interpersonal, colectiva, masiva; sincrónica o asincrónica; formal o coloquial, etc.).
[14:34] <jsalpaz_> No obstante, en este apartado nos referiremos exclusivamente a la presencia de las estrategias persuasivas en discursos de carácter interaccional.
[14:35] <jsalpaz_> Así, en este marco, el enunciador se construye discursivamente (ethos), como autoridad, experto, persona confiable, etc., en cada intervención que realiza, apelando en dicho proceso a los diferentes modos semióticos que posibilita el soporte (multimodalidad: palabra, imagen estática o animada, fotografía, sonido, etc.).
[14:35] <jsalpaz_> También lo hace a través de los enlaces que selecciona para presentar u exponer un tema o punto de vista (hipertextualidad) e interactuando con sus pares
[14:35] <jsalpaz_> -en el contexto de una comunidad virtual (de habla, discursiva o de práctica, según el caso), por medio de un registro escrito moldeado por la inmediatez comunicativa e impregnado de emotividad.
[14:35] <jsalpaz_> Respecto al logos, podemos afirmar que es la estrategia retórico-persuasiva de menor incidencia en los géneros digitales dialógicos.
[14:35] <jsalpaz_> En efecto, se encuentra generalmente supeditada al pathos y al ethos, puesto que el objetivo de los enunciadores, en el espacio de estas prácticas discursivas interactivas, no es transmitir información,
[14:36] <jsalpaz_> sino entablar una relación fático-emotiva y expresar sensaciones, de ahí que el tópico de los discursos sea un elemento de gravitación secundaria para la persuasión.
[14:36] <jsalpaz_> Finalmente, en cuanto al pathos, es, bajo nuestra mirada, el recurso retórico dominante de los cibergéneros conversacionales, que reflejan una incuestionable orientación hacia la empatía y la relación afectiva y el desarrollo de sentimientos de adhesión comunitaria.
[14:36] <jsalpaz_> Expongamos finalmente las conclusiones
[14:36] <jsalpaz_> En primer lugar, podemos suponer que, con matizaciones, los usuarios emplean para elaborar sus discursos el sistema retórico clásico descripto oportunamente.
[14:37] <jsalpaz_> En segundo término, en cuanto a las estrategias persuasivas descriptas por Aristóteles (ethos, pathos, logos) sostenemos que su presencia puede constatarse, al menos, en los géneros digitales conversacionales que hemos observado, debido, justamente, a que la red opera como un espacio alternativo para el desarrollo de vínculos y relaciones interpersonales y profesionales.
[14:37] <jsalpaz_> Por último, debemos señalar que los usuarios intervienen en géneros digitales interactivos motivados por fines persuasivos de diferente índole (convencer, seducir, agradar, impresionar, atraer, conmover, interesar, exhortar, etc.).
[14:37] <jsalpaz_> Ahora bien, para lograr la adhesión de los miembros de la comunidad en la que participan, los cibernautas recurren -en ocasiones de manera consciente, pero a menudo, probablemente, de modo inconsciente e intuitivo, condicionados por el género que construyen- a diversas estrategias discursivas y retóricas.
[14:37] <jsalpaz_> Por lo expuesto, creemos haber demostrado que la Retórica se configura como una herramienta útil y de gran vigencia para encarar investigaciones sobre los géneros discursivos del ciberespacio.
[14:38] <jsalpaz_> Gracias y perdón por el corte abrupto!!
[14:38] <Beth> Muchas Gracias, Julio!!!
[14:38] <Beth> Ótimas colocações!
[14:38] <Teresinha> sorriso
[14:38] <jsalpaz_> A ustedes
[14:39] <Beth> Teremos agora a segunda apresentação e as perguntas serão ao final.
[14:39] <Beth> A segunda conferência de hoje será ministrada pela professora Teresinha Fumi Kawasaki “Tecnologias computacionais na sala de aula de Matemática: um olhar através das lentes da Teoria da Atividade”:
[14:40] <Teresinha> Boa tarde a todos
[14:40] <Teresinha> Obrigada Julio
[14:41] <Teresinha> Gostaria de agradecer o convite de estar aqui, falando ou chatteando (sic) com todos vocês.
[14:41] <Beth> sorriso
[14:41] <Teresinha> Estou com problemas de visualização.. mas continuamos
[14:42] <Teresinha> O engraçado é que eu não estarei vendo a cara de vocês.. o que, dizem, seria a grande vantagem da internet
[14:42] <Teresinha> . De fato, é. Gosto muito do chat. Vamos ver como funciona neste caso.
[14:42] <Teresinha> Venho aqui falar da Teoria da Atividade (TA). Já informo que me sinto caindo de paraquedas...
[14:43] <Teresinha> Minha formação é em Matemática (graduação e mestrado) e doutorado em Educação com foco na Educação Matemática
[14:43] <Teresinha> Ou seja, até o doutorado, eu era uma aluna das Ciências Exatas, o que me fez ver a sala de aula de matemática de uma maneira muito ortodoxa.
[14:43] <Teresinha> . Contudo, essa forma "ortodoxa" não era a "tradicional". Até mesmo para propor uma aula "alternativa" somos (matemáticos) tradicionais..
[14:43] <Teresinha> sorriso
[14:44] <Teresinha> Parto dessa asserção para contar dois casos.
[14:44] <Teresinha> Caso 1: estudo com os professores que procuram incorporar em sua prática de sala de aula de matemática, o uso de computadores. Tese concluída em 2008.
[14:44] <Teresinha> O contexto foi um projeto de extensão de formação continuada para professores de matemática
[14:45] <Teresinha> em que se propunha refletir e colocar em prática o uso crítico de recursos computacionais na sala de aula de matemática.
[14:45] <Teresinha> A proposta é óbvia. Para quem dá aulas de matemática, o uso das tecnologias computacionais parece natural
[14:45] <Teresinha> Faltava talvez a capacitação. Para o uso crítico, talvez algumas leituras, discussões.
[14:45] <Teresinha> Nesse contexto, propus olhar para o trabalho colaborativo entre formadores e formandos,
[14:46] <Teresinha> buscando inicialmente entender possíveis mudanças do sujeito em sua participação neste processo.
[14:46] <Teresinha> Em  processos  de  formação  continuada,  no  olhar  do  formador,  situações  de mudanças parecem ser fáceis de capturar
[14:46] <Teresinha> A mudança do professor seria uma conseqüência quase que direta do processo de formação que o formador propõe.
[14:47] <Teresinha> Entretanto, observações iniciais  chamaram  também  a  minha  atenção  para  manifestação,  por  parte  de  alguns participantes,  de  sinais  de  resistência na  implementação,  de  fato,  de  uma  atividade matemática em que se incorporava o uso do computador em sala de aula
[14:47] <Teresinha> .   Ressalto ainda que, nesse projeto, os professores de matemática unem-se ao grupo de forma voluntária
[14:47] <Teresinha> e em  geral,  esses  professores  declaram  ter  a  intenção  explícita  de  utilizar  tecnologias computacionais em suas salas de aula
[14:48] <Teresinha> Dessa forma, tais professores parecem não resistir a inovações tecnológicas (ou pedagógicas) a priori.
[14:48] <Teresinha> Assim, ao longo desta investigação, deparei-me inúmeras vezes com situações de mudança e de resistência do professor de matemática (talvez à mudança); resistência,
[14:48] <Teresinha> muitas vezes, por  ele  não  explicitada,  ainda  sim  presente  (ou  percebida  pelos  formadores)  ao implementar efetivamente o uso do computador em sua aula.
[14:49] <Teresinha> Em minhas reflexões  com os dados já  coletados, no entanto, percebi que ‘ao olhar para a mudança, enxergava a resistência’
[14:49] <Teresinha> e, na contramão, percebi que ‘ao olhar para a resistência, eu enxergava a mudança’; os dados revelavam-me  que  o  sujeito  da  mudança,  era  também  o  sujeito  da  resistência.
[14:49] <Teresinha> Tal observação  desestabilizou  um  olhar  que  procurava  por  um  entendimento  isolado  (e polarizado) sobre mudança e/ou resistência do professor.
[14:50] <Teresinha> Esse foi um caso.. Contarei outro agora..
[14:50] <Teresinha> Caso 2: Kelly Melilo e eu investigávamos o movimento do professor do ensino presencial das IPES/Brasil, quando esse se engaja no ensino a distancia no projeto Universidade Aberta do Brasil (EAD/UAB).
[14:50] <Teresinha> Sabemos que implantação da UAB não implica na criação de novas Instituições de Ensino Superior (IES), mas na articulação das IPES já existentes.
[14:50] <Teresinha> Dessa forma, os professores que atuam na UAB são, em sua maioria, os mesmos docentes do quadro efetivo da instituição que oferece o curso e, de maneira geral, têm vasta experiência no ensino presencial.
[14:51] <Teresinha> Em consequência, com a implementação rápida e emergencial de cursos superiores na modalidade a distância dentro do sistema UAB,
[14:51] <Teresinha> podemos afirmar que muitos professores das IPES envolvidas tornam-se professores na modalidade a distância “da noite para o dia”, uma vez que muitos destes passam a atuar na EaD/UAB sem passar por um programa de capacitação específico.
[14:51] <Teresinha> Essa foi a dissertação de Kelly no mestrado profissional em Educação Matemática (UFOP).
[14:51] <Teresinha> Inicialmente, Kelly voltou o seu olhar para o professor Pedro -- professor "super" capacitado e habilidoso na lida com os instrumentos da EaD: AVAS, videoaulas, aplicativos de todos os tipos...
[14:52] <Teresinha> Mais ainda, Kelly percebeu o círculo de professores que se formava ao seu redor em busca de um "help".. "como eu faço para..?".
[14:52] <Teresinha> Lembrando, professores nessa modalidade no projeto UAB vêm do ensino presencial.
[14:52] <Teresinha> No caso da Licenciatura em Matemática (EAD/UAB), em geral, esses professores atuam no ensino presencial do Departamento de Matemática da mesma instituição.
[14:52] <Teresinha> Dessa forma, a capacitação desses professores para a EaD tinha origem nas suas necessidades ("Como eu faço para...?") e via círculo de amizade de Pedro. Contudo, o quê ensinar e como ensinar era por conta deles.
[14:53] <Teresinha> Bom, vou parar de contar os "causos"..
[14:53] <Teresinha> (sic)
[14:53] <Teresinha> Os dois casos apresentam certas similaridades: lidávamos com professores de matemática que procuram incorporar o uso de certas ferramentas computacionais em sua prática de sala de aula (seja ela presencial ou a distância).
[14:54] <Teresinha> No olhar inicial, a solução que desponta seria a capacitação desses professores de maneira adequada
[14:54] <Teresinha> Não se contesta aqui esse ponto.
[14:54] <Teresinha> Mas o quê a capacitação per se pode proporcionar a esses professores que, de uma forma ou outra, procuravam incorpora o computador na sua aula?
[14:55] <Teresinha> Muitos trabalhos apontam para essa solução em uma sequência lógica de passos. Gosto da ideia, mas essa ação, não garante a implementação desejada.
[14:55] <Teresinha> Para termos uma ideia, outros trabalhos apontam esse insucesso, pelo menos na sala de aula de Matemática
[14:55] <Teresinha> Essas situações fizeram-nos voltar o nosso olhar para a Teoria da Atividade (TA).
[14:55] <Teresinha> Em ambas as pesquisas não vislumbrávamos essa possibilidade.
[14:56] <Teresinha> Contudo, encontramo-nos separadamente, cada uma de nós, em uma "sinuca de bico". Cada qual com o seu problema.
[14:56] <Teresinha> Falarei um pouco da TA.
[14:56] <Teresinha> Não sei se darei conta...
[14:56] <Teresinha> TA propõe a análise do sujeito em Atividade.
[14:57] <Teresinha> A  noção  de  atividade,  do  ponto  de  vista  da  TA,  refere-se  à  atividade  humana  intencional.
[14:57] <Teresinha> Como nos explica Davidov (1999):
[14:57] <Teresinha> “Atividade  é  uma  forma  específica  da  existência  societal/social  de  seres humanos consistindo na mudança intencional da realidade natural e social.
[14:57] <Teresinha> . Em contraste  às  leis  da  natureza,  as  leis  societais/sociais  manifestam-se  somente através  da  atividade  humana  que  [por  sua  vez]  constrói  novas  formas  e características  da  realidade,
[14:57] <Teresinha> transformando,  portanto,  o  material  inicial  em produtos.
[14:58] <Teresinha> Toda  atividade  conduzida  por  um  sujeito  inclui  metas,  meios,  o processo  de  modelar  o  objeto  e  os  resultados
[14:58] <Teresinha> Na  realização  da  atividade,  os sujeitos também mudam e desenvolvem a si mesmos.”  (p.39)
[14:58] <Teresinha> Ou seja, essa teoria aponta para uma visão do sujeito em atividade e mudança
[14:59] <Teresinha> Nessas palavras, Davidov faz, talvez não de forma explícita, menção a características que considero  fundamentais  na  compreensão  da  atividade  humana
[14:59] <Teresinha> .  Em  primeiro  lugar,  a atividade  humana  desenvolve-se  biológica,  histórica  e  culturalmente,  pois  está  sujeita  às ‘leis  da  natureza’  e  ‘leis  societais’.
[14:59] <Teresinha> .  É  possível  perceber  também,  o  potencial transformador  da  atividade  humana  expressa  pela  intenção  de  mudança  “da  realidade natural  e  social”.
[14:59] <Teresinha> Dessa  idéia,  podemos  ainda  deduzir  o  caráter  objetal  da  atividade,  ou seja,
[15:00] <Teresinha> ,  toda  atividade  humana  é  movida  por  uma  necessidade,  orientada  a  um  objeto  (o objeto  da  mudança)
[15:00] <Teresinha> –  entendido  como  o  motivo  pelo  qual  sujeitos  nela  se  engajam
[15:00] <Teresinha> Finalmente,  é  possível  observar  também  o  caráter  mediado  da  atividade  humana;  a afirmação  de  que  na  atividade
[15:00] <Teresinha> “sujeitos  também  mudam  e  desenvolvem  a  si  mesmos” implica necessariamente na mediação da atividade, como veremos adiante.
[15:01] <Teresinha> Para  Engeström  (2001),  cinco  princípios  explicam  a  TA  em  seu  formato  atual.  Tais princípios dizem respeito:
[15:01] <Teresinha> (i) à unidade de análise da investigação, (ii) à multivocalidade dos  sistemas-atividades,
[15:01] <Teresinha> (iii)  à  historicidade  da  atividade,  (iv)  ao  papel  das  contradições internas  como  fonte  de  mudança  e
[15:02] <Teresinha> (v)  à  possibilidade  de  transformações  expansivas (desenvolvimento  expansivo)  da  atividade
[15:02] <Teresinha> Segundo Tikhomirov (1981) A atividade humana mediada pelo computador  altera de forma qualitativa a estrutura da atividade  intelectual  humana,
[15:03] <Teresinha> reorganizando  a  memória,  as  formas  com  que  passamos  a armazenar  a  informação  e  com  que  organizamos  a  sua  busca.
[15:03] <Teresinha> Tikhomirov (ibidem)  conclui que “o computador  reorganiza  a atividade mental humana”.
[15:04] <Teresinha> Dessa forma, não é possível olhar para os "causos" (sic) da mesma maneira.
[15:04] <Teresinha> Roth et al (2005), “... contradições  levam à mudança porque seres humanos fundamentam (legitimam) sua ação na e em relação à resistência, esta se relaciona com a contradição em uma unidade dialética” 260  (p.87).
[15:05] <Teresinha> Nesse sentido, o olhar para as contradições Roth et al (2005) concluem que, em uma  atividade de design contradição|resistência gera  mudança (aprendizagem) porque nessa situação sujeitos reorganizam sua ações e reconceptualizam a atividade.
[15:05] <Teresinha> Com base nesses estudos, das contradições internas emergem mudança e/ou resistência.
[15:06] <Teresinha> Ou seja,  contradições  internas  podem  dar  origem  a  desenvolvimentos  expansivos  e  não  Roth et al (2005)
[15:06] <Teresinha> concluem que, em uma atividade de design contradição|resistência gera  mudança (aprendizagem) porque nessa situação sujeitos reorganizam sua ações e reconceptualizam a atividade.
[15:06] <Teresinha> Em ambos os casos
[15:06] <Teresinha> observamos sujeitos frente a novas situações
[15:07] <Teresinha> em que o computador ou recursos computacionais estavam presentes..
[15:07] <Teresinha> as observações permitiram
[15:07] <Teresinha> olhar para o sujeito em reorganização
[15:07] <Teresinha> em que mudança e resistência
[15:08] <Teresinha> relacionam-se dialeticamente
[15:08] <Teresinha> Por meio da TA, foi possível tirar o foco do sujeito dito “resistente” a inovações tecnológicas em sua sala de aula
[15:08] <Teresinha> e entender que  participantes  do  grupo  (formadores  e  formandos),  reorganizam-se  coletivamente,
[15:08] <Teresinha> articulando mudança e resistência em suas ações em resposta às contradições internas do sistema de atividades
[15:09] <Teresinha> que se forma quando a atividade de formação continuada encontra a atividade de sala de aula do professor de matemática.  (no primeiro caso)
[15:09] <Teresinha> e quando a atividade no ensino presencial se encontra com o ensino a distância no segundo caso
[15:10] <Teresinha> Em um ambiente inóspito como é o de nossos professores de matemática, é injusto afirmar que o professor resiste ao uso de novas tecnologias
[15:10] <Teresinha> Diante de tantas contradições, creio que  para  avaliar  se  o  professor  “muda”  ou  se  “não  muda”  é
[15:10] <Teresinha> necessário  tirar  o  foco  do indivíduo e olhar para o contexto que é a atividade docente.
[15:10] <Teresinha> Professores, assim como nós formadores, encontramo-nos em um processo de reorganização contínua, posicionando-nos mediante  situações  conflituosas.
[15:11] <Teresinha> Bom, termino aqui a minha fala.
[15:11] <Beth> Muito obrigada Tesinha pela brilhante exposição!
[15:11] <Teresinha> confesso que me perdi nesse corta e cola
[15:11] <Teresinha> não sei se deixei algo de fora
[15:11] <Beth> não
[15:12] <Teresinha> sinto muito, é a primeira vez..
[15:12] <Beth> ficou muito clara
[15:12] <Beth> Excelente!!!
[15:12] <Beth> Antes de abrir às perguntas aos participantes, vocês gostariam de comentar mutuamente suas apresentações, Julio e Teresinha?
[15:12] <Teresinha> Julio e Beth..
[15:12] <jsalpaz_> sí muy clara incluso para mí
[15:13] <Teresinha> creio que o estudo de Julio
[15:13] <Teresinha> pode trazer muitas contribuições
[15:13] <Teresinha> na tentativa de entender
[15:14] <Teresinha>  como esse uso de tecnologia pode se dar..
[15:14] <Teresinha> no caso da matemática
[15:14] <jsalpaz_> En mi caso creo que tu exposición abre un camino de respuestas para conceptualizar y abordar desde una optica diferente e integral un problema que aqueja a Argentina también
[15:14] <jsalpaz_> y aotras areas de conocimiento, no solo a las matemáticas
[15:15] <Teresinha> julio,
[15:15] <Teresinha> na matematica, há muitas questões
[15:16] <Teresinha>  que se pautam pelo discurso proprio da matematica
[15:16] <jsalpaz_> me imagino!
[15:16] <Teresinha> no virtual, não entendemos o que acontece
[15:16] <Teresinha> ha propostas de criar signos proprios da matematica no mundo virtual
[15:17] <Teresinha> a resistencia dos professores se dá
[15:17] <Teresinha> justamente com o probçlema da linguagem
[15:18] <jsalpaz_> claro que sí, totalmente de acuerdo
[15:18] <Beth> Obrigada Julio e Teresinha, o propósito do STIS é um diálogo interdisciplinar e a participação de um profissional da Linguística e outro da Matemática pode possibilitar interlocuções destas áreas com a tecnologia.
[15:18] <jsalpaz_> Gracias de nuevo a ustedes
[15:18] <Teresinha> Com certeza
[15:18] <Beth> Abriremos agora às perguntas do público
[15:19] <adelmaa> Boa tarde, professor, inicialmente gostaria de parabenizá-lo pela  sua palestra, por ser tão clara, relevante e atual. Gostaria,  por gentileza, que o senhor nos respondesse se na sua concepção se o uso das  tics modificam o ethos dos seus usuários?
[15:20] <jsalpaz_> Gracias! efectivamente, la insidencia de las TICs modifica el ethos sin lugar a dudas
[15:20] <jsalpaz_> fijate en lo que comentaba justamente Teresinha
[15:20] <jsalpaz_> docentes acutan y se presentan de manera diferente en cada modalidad
[15:20] <jsalpaz_> cuando en realidad se trata de una misma persona
[15:21] <jsalpaz_> son construciones diferenciadas
[15:21] <jsalpaz_> motivadas por el contexto y las intenciones persuasivas
[15:22] <Beth> Mais perguntas?
[15:23] <Beth> Teresinha, você utiliza a referência Tikhomirov (1981) para falar da relação homem máquina, poderia comentar um pouco mais deste estudo?
[15:24] <Teresinha> Beth
[15:24] <Teresinha> Sei que a referência não é atual,
[15:24] <Teresinha> mas o que impressiona é justamente esse fato..
[15:24] <Beth> é que eu não conhecia e achei interessante
[15:25] <Teresinha> Tem sido utilizada pelos educadores matemáticos que estudam o uso de Tics nos processos de ensino e aprendizagem de matemática
[15:25] <Teresinha> na relação seres humanos com midias
[15:26] <adelmaa> ?
[15:26] <Teresinha> Tb me apeguei a essa referência
[15:26] <Teresinha> qual foi a minha surpresa,
[15:26] <adelmaa> Teresianh, parabéns pela sua apresentação.
[15:26] <Teresinha> ele é tb teorico da TA
[15:26] <Beth> nossa
[15:26] <Teresinha> olá adelma
[15:26] <adelmaa> Gostaria de saber se após a finalização de sua pesquisa
[15:27] <adelmaa> vocês deram algum feedback aos professores observados?
[15:27] <Teresinha> Sim,
[15:27] <Teresinha> tenho contato com eles
[15:27] <Teresinha> e trocas de email
[15:27] <Teresinha> fiz inclusive
[15:27] <Teresinha> entrevistas por email
[15:27] <Teresinha>  pós tese
[15:28] <Teresinha> os professores são articulados
[15:28] <Teresinha>  no que diz respeito ao uso de tics
[15:28] <adelmaa> Minha pergunta deve-se ao fato de observar que muitas pesquisas são desenvolvidas e ficam restritas aaleituras dos pares docentessas relevantes como a sua
[15:29] <adelmaa> e um pesqusia como sua seria perda grande se não fosse divulgada.
[15:29] <Teresinha> sorriso quero muito
[15:29] <Teresinha> mas falta no momento.. tempo
[15:29] <Teresinha> obrigada
[15:30] <jsalpaz_> Estoy de acuerdo absolutamente con Adelmaa ;)
[15:30] <Teresinha> mas eu e beth estamos no grupo de estudos da TA
[15:30] <Teresinha> vendo possibilidades
[15:30] <Beth> sim, sorriso
[15:31] <Teresinha> de que área são as pessoas aqui presentes?
[15:31] <adelmaa> Poderiam também se fazer levantamentos de ações especificas de cada modod.
[15:31] <Teresinha> modalidade?
[15:31] <adelmaa> Para ser usado na formação dos estudantes que estão nas licenciaturas.
[15:31] <Teresinha> sim..
[15:32] <Teresinha> trabalho com formação de professores
[15:32] <Teresinha> e penso o mesmo
[15:32] <adelmaa> Vejo que as licenciaturas, em sua grande maioria ainda não se abriram para o uso das tics como ferramentas auxilares de ensino .
[15:33] <adelmaa> E oque percebo dando aulas na graduação é que há uma demanda contida desta formação.
[15:33] <Teresinha> de que area eh vc? na matemática, com certeza
[15:33] <adelmaa> Letras?
[15:33] <adelmaa> Letras.
[15:33] <Teresinha> ok
[15:33] <Teresinha> uma conclusao
[15:33] <Teresinha> interessante de Kelly
[15:34] <Teresinha> é que os professores levam ferramentas do ensino presencial
[15:34] <Bruno_Forgiarini> Letras - Eu gosto da TA, na vertente de Engeströn (1998) e o seu modelo triangular da Atividade. Ajuda a compreender muitas coisas.
[15:34] <Teresinha> para a ead
[15:34] <Teresinha> e vice versa
[15:34] <Teresinha> ou seja
[15:34] <Teresinha> mudança do ser professor
[15:34] <Teresinha> no contato com novas ferramentas
[15:35] <Teresinha> Sim, bruno
[15:35] <Teresinha> Gostamos tb
[15:36] <Teresinha> mas há controversas.. sobre a rigidez do triangulo
[15:36] <Bruno_Forgiarini> hum...
[15:37] <Beth> alguma pergunta?
[15:37] <Teresinha> a rigidez que implementa a representação triangular
[15:37] <adelmaa> Sim, é um verdade inconteste. Acredita-se que para se professor em ead é só adapatar os conteúdos, e nãoé tão simplista assime sta equaçção,conrodas comigo?
[15:37] <Madu> Terezinha, vc poderia nos dar uma referência bibliográfica da Teoria da Atividade? Eu estou muito curiosa para saber a respeito.
[15:37] <Teresinha> mas, gosto assim mesmo. concordo... o modelo me ajuda a ver, e a ideia de atividade
[15:38] <Teresinha> dá o dinamismo
[15:38] <Teresinha> posso enviar referências por email?
[15:38] <Madu> Claro que pode
[15:38] <Teresinha> meu email eh kawasakit@gmail.com
[15:39] <Madu> Ficarei muito grata.
[15:39] <Teresinha> me escreva
[15:39] <adelmaa> Porfessor Paz, o senhor poderia nos partilhar como esta a formação na graduação dos alunos de licencaitura  com relação as tics?
[15:40] <adelmaa> ou seja os futuros professores?
[15:40] <Teresinha> boa questao
[15:40] <jsalpaz_> Sí, no muy diferente a lo que ocurre en Brasil
[15:40] <jsalpaz_> De hecho ninguna carrera de grado en Licenciatura de los planes de letras que conozco en el pais
[15:40] <jsalpaz_> tiene una asignatura vinculada con esta problemática
[15:41] <jsalpaz_> en las otras areas no sabría decirte
[15:41] <jsalpaz_> pero imagino que es similar
[15:41] <Beth> Agradecemos a participação do Julio, da Teresinha e de todos os participantes na edição do STIS JUNHO 2013!!!
[15:42] <Beth> Clap! Clap! Clap!!!
[15:42] <Teresinha> \o/
[15:42] <jsalpaz_> Gracias a todos! Un placer!
[15:42] <Teresinha> Obrigada a todos, obrigada pela palestra Julio
[15:43] <Madu> Muito bom, espetaculares, as duas apresentações. Parabéns aos palestrantes.
[15:43] <Teresinha> Tive muito prazer em estar aqui
[15:43] <adelmaa> Clap clap clpa clap!!! Obrigada todos!Gracias Professor Júlio, Obrigada, Terezinha!!!!
[15:43] <jsalpaz_> Igualmente Teresinha!

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6. Agosto: Educação de Jovens e Adultos

cartaz STIS agosto 2013

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Adelma Lucia Oliveira Silva Araujo e Rivania Maria Trotta Sant Ana

Conferência dupla STIS AGOSTO 2013

Dia 23 de agosto das 14 às 15:30, na Sala de Conferências do STIS

Políticas Públicas relacionadas à EJA(Educação de Jovens e Adultos) no Brasil: Relato Panorâmico (Prof. Msc Adelma Lúcia Oliveira Silva Araújo)

Resumo: Esse relato panorâmico se propõe a elencar algumas ações e programas governamentais relacionados à Educação de Jovens e Adultos no Brasil, desde as missões jesuíticas até a última década. Não temos aqui a intenção de relatar toda a história da educação brasileira, mas apenas discutir alguns fatos históricos relevantes, relacionados à EJA, nos últimos cinco séculos. Neste levantamento, observamos que as decisões políticas são uma tradução transparente da concepção de educação dos programas e ações educacionais vigentes na época. Tais programas e ações educacionais fomentavam um aumento discreto do nível de escolarização dos sujeitos jovens e adultos objetivando, em especial,  o domínio do código escrito. A defesa de uma educação em uma perspectiva socializada, isto é, concebida como um processo educacional mais amplo com o homem e para o homem só foi observada a partir de alguns movimentos sociais, entre os quais podemos citar os populares quando seus dirigentes tinham vez e voz, antes de suas vozes serem caladas, suas vidas perseguidas, ceifadas ou exiladas.

 

A abordagem (auto)biográfica em processos de letramento de adultos: um estudo de caso (Prof. Dra Rivânia Maria Trotta Sant’Ana)

Resumo: Nesta palestra, apresentaremos uma conceituação e um breve histórico da abordagem (auto)biográfica  e sua utilização nas ciências humanas e sociais. A partir dessa apresentação, teceremos algumas considerações sobre a utilização dessa abordagem no letramento de adultos(EJA), partindo do relato de um caso de letramento conduzido por nós, no qual a abordagem (auto)biográfica teve grande impacto.

6.1. registro agosto

Registro da Conferência em chat escrito, de 23 de agosto de 2013:

 

 Políticas Públicas relacionadas à EJA(Educação de Jovens e Adultos) no Brasil: Relato Panorâmico
conferencista: Adelma Lúcia Oliveira Silva Araújo


 A abordagem (auto)biográfica em processos de letramento de adultos: um estudo de caso
conferencista: Rivânia Maria Trotta Sant’Ana

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[14:01] <Woodsonfc> Boa tarde a todos!  É sempre uma honra tê-los conosco.
[14:01] <Woodsonfc> Nosso desejo é o de ampliar a discussão sobre temas relevantes para a formação de cada um de nós. Vamos, então, dar início a mais uma   edição do STIS, mês de agosto de 2013.
[14:02] <Woodsonfc> Os Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec - STIS  é um evento que procura congregar estudiosos  e discutir tema dos mais  variado campos de conhecimento que  norteiam os trabalhos interdisciplinares desenvolvidos pelos participantes do grupo Texto Livre: Semiótica e Tecnologia, da UFMG.
[14:03] <Woodsonfc> Hoje temos a honra de receber  a Profa Adelma Lúcia de Oliveira Silva Araújo, doutoranda FALE/UFMG.
[14:03] <Woodsonfc> a Profa Dra Rivânia Maria Trotta Sant'Ana
[14:04] <Woodsonfc> Professora Adelma Araújo é professora contratada do curso de Especialização Mídias na Educação do CEAD/UFOP. Fez Licenciatura em Língua Inglesa pela    UFOP (1999-2003), mestrado em Estrutura Sonora da Linguagem e atualmente está concluindo o doutorado em Linguística Aplicada na Linha Linguagem e
[14:05] <Woodsonfc> Falei da Profa Adelma Lúcia de Oliveira Silva Araújo
[14:07] <Woodsonfc> Tecnologia no POSLIN /FALE/UFMG, sob a orientação da Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.   Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas e/ou áreas do conhecimento: Fonética e Fonologia, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Alfabetização e Letramento, formação de professores em EAD, Português como Segunda Língua.
[14:07] <Woodsonfc> Sua pesquisa atual tem se concentrado sua análise dos erros ortográficos de um relato autobiográfico de um sujeito adulto, aluno de EJA, embora no rol de seus interesses também se destaca a formação dos futuros licenciados em Letras.
[14:08] <Woodsonfc> Nossa segunda palestrante convidada é a Profa Dra Rivânia Maria Trotta Sant'Ana que possui Graduação em Letras - Licenciatura em Língua Portuguesa e Língua  Inglesa pela Universidade Federal de Viçosa (1986). Mestrado em Letras - Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005) e doutorado pela UFMG (2013) .
[14:08] <Woodsonfc> É Professora Assistente do Departamento de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas e/ou áreas do conhecimento: Leitura, Produção e Revisão de Textos; Semântica; Ensino de Língua Portuguesa e Português para Estrangeiros.  Moderadora - Gostaríamos de agradecer a presença de todos os presentes, mas especialmente
[14:09] <Woodsonfc> As palestrantes terão 60 minutos para sua apresentação.a fazer as considerações finais de suas palestras.
[14:10] <Woodsonfc> Finalizada suas apresentações teremos durante 30 minutos uma discussão com a participação    do público presente.
[14:11] <Woodsonfc> Antes dos 5 minutos finais da apresentação, avisaremos para que os senhores façam as considerações finais..
[14:11] <marane> Boa tarde!
[14:11] <Woodsonfc> perdão as senhoras façam as considerações finais.
[14:12] <marane> Já foi informado o código para podermos abrir a apresentação?
[14:12] <adelmaa> Certo.
[14:12] <Woodsonfc> Está pronta adelmaa?
[14:12] <adelmaa> Sim, como toda certeza!.
[14:12] <Dani_Re> não serão usados slides nas apresentações de hoje
[14:13] <adelmaa> Posso começar?
[14:13] <welton> como sera
[14:13] <DAVIDSON_> Pode começar
[14:13] <adelmaa> Bom dia a todos: coordenação, moderação e participantes. É um prazer poder sair hoje da coxia da coordenação do STIS e trazer para vocês um levantamento histórico sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil.
[14:13] <adelmaa> Na descrição que farei seguir, procuro destacar o caráter político e/ou educacional da concepção de educação implícita em cada fase política da história do Brasil. Após concluída minha exposição, gostaria vocês refletissem e encontrassem respostas para as
[14:14] <adelmaa> seguintes perguntas: Quais são os  desafios dos programas relacionados à educação de adultos em geral que continuam ainda perceptíveis nas políticas públicas de educação atuais?
[14:14] <adelmaa> O que mudou nestes cinco séculos com relação à EJA até o final de século passado? Se mudou, responda: foram essas mudanças relevantes?
[14:14] <adelmaa> Estas questões  servem como faíscas  para discutir esta EXPOSIÇÃO. Esclareço que este levantamento é apenas PANORÂMICO. É fruto de minhas anotações em  textos de importantes referências da área de EJA no Brasil.
[14:14] <adelmaa> O objetivo inicial de minhas leituras foi o de situar historicamente o sujeito informante de minha pesquisa de doutorado, uma empregada doméstica, aluna de EJA, que escreveu seu relato autobiográfico manuscrito.
[14:15] <adelmaa> Procurei através dessas leituras situar historicamente minha informante  no contexto da EJA, tentando compreender as relações entre as políticas públicas brasileiras para a
[14:15] <adelmaa> educação de adultos e o  regresso desse sujeito à sala de aula, após passagens irregulares pela escola na infância e na adolescência.
[14:15] <adelmaa> Minha anotações foram sendo anotadas durante o meu trabalho. Percebi que para compreender o percurso evolutivo das propostas  da Eja seria relevante entender as
[14:15] <adelmaa> proposições feitas ao longo da história. Não tenho conclusões prontas, fechadas, mas muitos  questionamentos.
[14:16] <adelmaa> Conto com os olhares e vozes de todos vocês para me auxiliar no amadurecimento das questões que aqui e acolá eu destacarei.
[14:16] <adelmaa> Pois bem, da incursão na história da educação no Brasil, levantamos que a educação formal aportou no  País com a missão da Companhia de Jesus, chefiada pelo padre Manuel da Nóbrega, na expedição de Tomé de Sousa.
[14:16] <adelmaa> Datados desta época são os primeiros registros escritos sobre ações educativas no nosso país, visando ao público jovem e adulto.
[14:17] <Apoliane> não eram vidios aulas?
[14:17] <adelmaa> Essas ações educativas não tinham como objetivo principal a alfabetização de jovens e adultos (negros e índios), mas abrandar as resistências aborígenes, combater os cultos africanos e difundir o catolicismo em terras tupiniquins (PAIVA, 1983).
[14:17] <adelmaa> Por não se adequar ao trabalho escravo e forçado, o índio brasileiro se distanciava do plano real: A CATEQUIZAÇÃO DOS INCULTOS PARA A PRODUÇÃO DE MÃO DE OBRA ESCRAVA (RIBEIRO, 1995, p.23).
[14:17] <adelmaa> Trocando em miúdos: a mensagem implícita nesta política educacional dos jesuítas era a seguinte: o acesso à instrução formal só se daria para os descendentes dos colonizadores, restando PARA OS INDÍGENAS E AFRICANOS APENAS A CATEQUIZAÇÃO PARA A SUBMISSÃO.
[14:17] <adelmaa> Outro objetivo dos jesuítas com as missões era a propagação da fé católica. Na era Pombalina (1760-1808) a alfabetização torna-se apenas questão de ordem pública -  UM INSTRUMENTO DE SERVENTIA DO ESTADO.
[14:18] <adelmaa> No período subsequente, o Joanino, entre os anos de 1808 e 1821, a educação para todos não era vista como fator prioritário nas políticas públicas brasileiras, embora nessa época tenham sido criados cursos específicos para trabalhar na defesa militar e para formar técnicos em economia, agricultura e indústria.
[14:18] <adelmaa> No ano de 1824, durante o período imperial (1822 - 1888), vivenciamos a outorga da 1ª Carta Magna brasileira pelo príncipe Dom Pedro I. Nessa constituição se encontra, no art. 179 & XXXII, a seguinte determinação:  "... é garantida pela
[14:18] <adelmaa> Constituição do Império... instrução primária gratuita a todos os cidadãos", subtendendo-se assim a inclusão dos estudantes jovens e adultos (HADDAD & DI PIERRO, 2000, p.109).
[14:18] <adelmaa> É dessa época, por exemplo, a assinatura do   decreto que institui  quatro graus de instrução e criou as escolas: primárias,  Liceus, Ginásios e Academias. Em 1835, temos a criação das primeiras Escolas Normais do País: Niterói (1836); Bahia (1845), Ceará  e São Paul (1846).
[14:19] <adelmaa> O ministro José Bento da Cunha Rodrigues, no ano de 1876, documentou a existência de 20 alunos frequentando as aulas noturnas na cidade do Rio de Janeiro. RESSALVA: NÃO EXISTE ESPECIFICAÇÃO DE QUEM SÃO ESSES ALUNOS, SUA FAIXA ETÁRIA, RAÇA E GÊNERO.
[14:19] <adelmaa> Em 1872, temos o resultado do primeiro censo educacional: 82,3% das crianças maiores que 5 anos era analfabeta.
[14:19] <adelmaa> Entre 1889-1929 foram empreendidas várias reformas  no governo de  Benjamin Constan,t com o objetivo de reverter essa taxa de analfabetismo. SOLUÇÃO: DEFESA DA LIBERDADE DO ENSINO, COM PROFESSORES LEIGOS E ESCOLA PRIMÁRIA GRATUITA, PARA ACESSO DE TODOS.
[14:19] <marane> Alguém poderia me informar sobre o código da palestra?
[14:19] <adelmaa> Outras reformas se sucederam em anos subsequentes, a saber, a Rivadávia Correa, em 1911, cuja pretensão era a formação do cidadão; a de Carlos Maximiliano no ano de 1915, reunindo em universidade a escola politécnica, a de medicina, incorporando a elas uma das
[14:20] <adelmaa> Outras reformas se sucederam em anos subsequentes, a saber, a Rivadávia Correa, em 1911, cuja pretensão era a formação do cidadão; a de Carlos Maximiliano no ano de 1915, reunindo em universidade a escola politécnica, a de medicina, incorporando a elas uma das   faculdades livres de direito. Por último, a reforma de João Luiz Alves/Rocha Vaz,  em 1925. DURANTE ESSES ANOS, A EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS  SEQUER ERA DISCUTIDA EM
[14:20] <adelmaa> Pode-se afirmar que um otimismo pedagógico só surgiu nas primeiras décadas do século XX, quando, em 1932, um grupo de educadores lança à nação o MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA. Este texto foi redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época.
[14:20] <Woodsonfc> Não há slades nessa palestra marane
[14:20] <adelmaa> ESTE DOCUMENTO ATESTAVA A EXISTÊNCIA DE UM MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO DO ENSINO E DEFENDIA SER A EDUCAÇÃO O ÚNICO
[14:20] <marane> Obrigada!
[14:20] <adelmaa> ELEMENTO CAPAZ DE CONSTRUIR UMA SOCIEDADE DEMOCRÁTICA QUE LEVARIA EM CONSIDERAÇÃO AS DIVERSIDADES E A INDIVIDUALIDADE DAS PESSOAS.
[14:21] <adelmaa> Ações relevantes a serem destacadas dessa época são: criação em 1931 do Ministério da Educação e Saúde Pública; organização do ensino secundário e das universidades brasileiras, todos feitos por decreto.
[14:21] <adelmaa> Na Constituição 1934, no art. 148, lê-se: "a educação direito de todos  e dever dos Poderes Públicos proporcioná-la, incumbindo também a família o ministério concomitante deste serviço" (ROMANELI, 1991, p.152).
[14:21] <leilane> qual é o codigo?
[14:21] <marane> Me desculpe, é a primeira vez que participo.
[14:21] <adelmaa> Nesse mesmo ano foi criado o Plano Nacional de Educação (PNE), que previa o ENSINO PRIMÁRIO GRATUITO, COM FREQUÊNCIA OBRIGATÓRIO E EXTENSIVO AOS ADULTOS.
[14:21] <adelmaa> No Estado Novo, de 1937 – 1945, foi outorgada a Carta Magna de 10 de novembro de 1937, mudando, completamente, o viés político-educacional da Constituição de 1934.
[14:22] <adelmaa> O destaque era dado ao ensino pré-vocacional e profissional - MENSAGEM IMPLÍCITA: RECRUTAR E PREPARAR A MÃO DE OBRA JOVEM E ADULTA QUALIFICADA PARA ATIVIDADES INDUSTRIAIS E DE SERVIÇOS.
[14:22] <adelmaa> Para justificar esta mudança, há a exclusão no texto constitucional da frase: "a educação é direito de todos".  Esta mudança traduz uma distinção
[14:22] <LUZIA> eu também.
[14:22] <adelmaa> explícita entre as classes sociais. Desta forma fica compreendido que o governo defendia A PREPARAÇÃO INTELECTUAL para as classes mais favorecidas, as "elites", e, PARA OS MAIS DESFAVORECIDOS, O "POVO", SE OFERECIA O
[14:22] <marane> Não tem codigo.
[14:22] <adelmaa> ENSINO PROFISSIONALIZANTE COM ESCASSO ACESSO A LEITURA E  ESCRITA.
[14:22] <adelmaa> EM FEVEREIRO DE 1946, por meio do Decreto-Lei n. 8529, é criado o curso primário supletivo para os alunos maiores de 14 anos.
[14:23] <adelmaa> Só a partir de 1947 é que o governo traz à  cena a educação de adultos. Nessa época, os resultados das políticas internacionais de educação apontavam uma direta correlação entre níveis de escolarização e elevação do nível cultural dos cidadãos.
[14:23] <adelmaa> O analfabeto era o principal responsabilizado pela situação de baixa escolaridade,  que situava o Brasil entre os piores Estados em níveis de escolarização do mundo.
[14:23] <adelmaa> DESVIANDO-SE do principal culpado por esta triste colocação no ranking da educação: políticas econômicas e sociais de exclusão da população mais pobre e inclusão apenas a população mas rica do país.
[14:23] <adelmaa> Para combater esta realidade o governo lança, então, a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), que, embora seja uma marco da educação de adultos, foi concebida apenas  como ação educativa para o  DOMÍNIO DO CÓDIGO ESCRITO.
[14:23] <Madu> Luizia marane e leilane, esta palestra não tem código. vcs já estão assisindo a apresentação escrita
[14:23] <adelmaa> Como vocês perceberão, o surgimento de muitas campanhas ao longo dos anos no Brasil são respostas  às pressões internacionais da ONU (Organização das Nações Unidas) e UNESCO (Órgão das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) que classificavam os países a partir dos índices de alfabetização.
[14:23] <marane> Agradecida!
[14:24] <adelmaa> A pressão da ONU pela implementação de políticas públicas referentes à Educação de Jovens e Adultos também foi  respaldada internacionalmente pela I Conferência Internacional de Educação de Adultos (doravante Confitea), realizada em Elsinor, Dinamarca, no ano de 1949.
[14:24] <adelmaa> Na opinião de Strelhow (2012, p.53) os programas de educação instalados no pós-guerra, especialmente no Brasil, estavam mais preocupados com o aspecto quantitativo, traduzido no número de pessoas formadas, do que com a qualidade desse  processo de
[14:24] <adelmaa> escolarização. PERCEBEMOS ALGUMA SEMELHANÇA COM AS AÇÔES DE ALGUMAS POLÌTICAS ATUAIS OU NÂO?
[14:24] <adelmaa> O resultado das implementações desses programas é que se  observou no Brasil um nível discreto de escolarização voltado apenas para o DOMÍNIO DO CÓDIGO ESCRITO.
[14:24] <adelmaa> DEIXA-SE DE LADO, conforme atesta Silveira (2009, p.2), A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO  VISTA COMO  PROCESSO EDUCACIONAL MAIS AMPLO COM O HOMEM E PARA O HOMEM.
[14:25] <adelmaa> O Brasil sedia em 1947 o 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos e em 1949 organiza o 1º Seminário Interamericano de Educação de Adultos.
[14:25] <adelmaa> Em 1949 o grupo de trabalho liderado por Paulo Freire , no 2º Congresso Nacional de Educação de Adultos, apontou falhas nas políticas públicas educacionais estruturais (péssimas condições dos prédios públicos) e pedagógicas, como a inadequação do material didático e a deficiente qualificação docente.
[14:26] <adelmaa> SUAS SUGESTÕES: mudanças nas práticas pedagógicas estabelecidas até então, dando voz aos alunos, alçando-os  da condição de ouvintes à de partícipes da discussão, implementando sua participação ativa no grupo.
[14:26] <adelmaa> Em 1958 desencadeou-se a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, com a meta de extirpar o analfabetismo da história nacional;
[14:26] <adelmaa> Na década de 60, a educação de jovens e adultos tomou novos rumos, a partir de vários movimentos políticos, sociais e culturais de mobilização e conscientização das massas populares (OLIVEIRA E NASCIMENTO, 2002, p. 17).
[14:26] <adelmaa> De 1959 até 1964, várias ações foram deflagradas, visando  à educação de jovens e adultos: o Movimento de Educação de Base, o Movimento de Cultura Popular do
[14:26] <adelmaa> Recife; os Centros Populares de Cultura e a Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, da Secretaria Municipal de Educação de Natal. Todos esses movimentos contavam com o apoio do governo João Goulart,
[14:26] <adelmaa> mas foram perseguidos, massacrados, e seus líderes, torturados no governo sucessor - o militar (DI PIERRO ET AL, 2001, p 61).
[14:27] <adelmaa> No plano internacional, a educação era alvo de discussão dos 50 Estados membros da ONU durante a II Confitea,  realizada em Montreal, no Canadá.
[14:27] <adelmaa> Mesmo se reconhecendo que as políticas públicas conseguiram reduzir o índice de analfabetismo nos países da América Latina,  os resultados eram irrisórios e insignificantes se comparados aos índices dos países  do primeiro mundo.
[14:27] <adelmaa> Em 1964, foi criado o Programa Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação e Cultura, DENTRO DE UM PERSPECTIVA SOCIALIZADA DE EDUCAÇÃO PARA TODOS.
[14:27] <adelmaa> Nesse programa, o sujeito foi reconhecido como um elemento ativo do processo de ensino-aprendizagem, pois contava com a consultoria pedagógica do educador Paulo Freire.
[14:27] <adelmaa> RELEVÂNCIA DESSE PROGRAMA: primeiro, a aceitação das particularidades deste segmento e de suas identidades e, segundo, o reconhecimento dos saberes construídos  ao longo da vida em contexto de educação informal, considerados relevantes durante o processo de construção do saber formal.
[14:28] <adelmaa> Entre 1964 a 1985, a ditadura militar FEZ RENASCER A EDUCAÇÃO BANCÁRIA DOS CONTEÚDOS. Os dirigentes do PNA, defensores de uma educação que valorizasse os saberes populares, foram perseguidos, presos, torturados, mortos ou mandados para o exílio.
[14:28] <adelmaa> É fácil compreender tamanha fúria: esta educação à moda freiriana contrariava os interesses das elites, pois COLOCAVA EM RISCO A MANUTENÇÃO DO STATUS QUO DA BURGUESIA, QUE TINHA NA IGNORÂNCIA DAS MASSAS UMA FORTE BASE DE SUSTENTAÇÃO (COSTA, ONLINE)
[14:28] <adelmaa> O governo então, como resposta à ausência de programas educacionais voltados para os jovens e adultos de áreas rurais, cria em dezembro de 1967 o Movimento   Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), visando o DOMÍNIO DO CÓDIGO ESCRITO. Este programa vigorou até 1985, em seu lugar foi criada a Fundação Educar com duração de apenas um ano.
[14:28] <adelmaa> NO PLANO INTERNACIONAL, realizou-se em Tóquio, no Japão, em 1972, a III Confitea, tendo como tema - políticas públicas - defendendo que a educação voltada para  adultos deveria ocorrer ao longo da vida.
[14:29] <adelmaa> Quatro anos após, realiza-se a II Confitea, Nairóbi, que teve o Quênia como sede da 19ª seção da Conferência Geral da UNESCO. Também dentro de uma "perspectiva freiriana", este encontro concebia a educação como um projeto social, um projeto de vida.
[14:29] <adelmaa> Tanto na III Confitea quanto na IV Confitea, realizada em Paris, França, os países membros da ONU apontaram a necessidade de se priorizar a educação de jovens e adultos. Este tema também foi profundamente discutido na conferência Mundial de Jomtien, Tailândia em 1990,
[14:29] <adelmaa> Todos os países se comprometeram a reduzir pela metade os índices de analfabetismo e proporcionar aos jovens e adultos as oportunidades para satisfação de suas múltiplas necessidades de aprendizagem, (DI PIERRO, 1999. IRELAND, 2003).
[14:29] <adelmaa> Em 1997, a cidade de Hamburgo, Alemanha, foi palco da V Confitea. Lá, os países signatários da ONU entenderam que apenas a partir de uma política séria de formação de adultos é que se promoveria o desenvolvimento sustentável, uma democracia plena e
[14:29] <adelmaa> se reduziriam, no mundo, os conflitos violentos, alcançando-se uma cultura de paz baseada na justiça.
[14:30] <adelmaa> No Brasil, cria-se em 1997 o Programa Alfabetização Solidária – PAS, com o propósito inicial de atuar na inserção das pessoas não alfabetizadas na Educação de Jovens e
[14:30] <adelmaa> Adultos, dando-se prioridade às seguintes regiões mas carentes do Brasil: Norte e Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, ainda se incluem neste programa as nações africanas falantes de Língua Portuguesa.
[14:30] <adelmaa> Em 2002, o PAS é renomeado como AlfaSol e passa a atuar na alfabetização de jovens e adultos, não como vínculo federal, mas como Organização Não Governamental – Ong.
[14:30] <adelmaa> A VERDADE: com ou sem vínculo das ações relacionadas à EJA o País não pode honrar o compromisso firmado em 1993 de em um década reduzir pela metade a taxa de analfabetismo.
[14:30] <adelmaa> Assim, se traduzirmos as políticas públicas da EJA no último decênio em números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e
[14:30] <adelmaa> Estatística (IBGE) temos o seguinte resultado: dos 19% do índice de analfabetismo registrado em 1990, chegamos, dez anos após este compromisso firmado, a um decréscimo de apenas  2,7%  no ano de  2000, ou seja, chegamos à taxa de 16,3% de analfabetismo.
[14:31] <adelmaa> De 2000 - 2003 os índices de analfabetismo mudam de 16,3% para 11,6%, representando um declínio de 4,7 %. Em valores absolutos, este valor representa 13,6 milhões de pessoas.
[14:31] <adelmaa> Para tentar reverter esta situação, é lançado em 2003 o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), como resposta aos compromissos firmados pelo
[14:31] <adelmaa> Brasil com a ONU. Assim, com a meta de alfabetizar jovens, adultos e idosos este programa nacional prioriza aqueles municípios com taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%.
[14:31] <adelmaa> Neste mesmo ano, o Brasil e os países Estados-membros da UNESCO foram chamados à Bancoc, na Tailândia, para participar da Confintea +6. O Objetivo desse encontro era que os países reexaminassem e reavaliassem os compromissos com a EJA firmados na conferência anterior e declarassem os
[14:31] <adelmaa> compromissos que foram ou estão sendo implementados em seus países, seguindo a Agenda de Hamburgo. Seis anos após o encontro de Bancoc, Belém (PA) sedia a VI Confintea, evento com ocorrência duo-decenal e realizado pela primeira vez em um país latino-americano.
[14:31] <adelmaa> Nessa conferência, as políticas educacionais referentes a EJA voltaram à pauta de discussão, sendo mais uma vez formalizada e enfatizada a importância da alfabetização como sendo a mola mestra propulsora de qualquer transformação social.
[14:32] <adelmaa> REFLEXÂO: embora percebamos mudanças e transformações na educação brasileira, existe ainda uma inexpressividade nos dados da últimas estatísticas nacionais de alfabetização.
[14:32] <adelmaa> De acordo com o Pnad, a taxa de analfabetismo no Brasil no biênio 2005/2006 apresentou um índice de 10,4%; já no ano subsequente, de 2007, este valor só decai 0,01% , passando a 10,1%.
[14:32] <adelmaa> A taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais de idade estava entre 2008 - 2009 no patamar de 9,7%, que, traduzido para valores absolutos, corresponde a 14,1 milhões de pessoas.
[14:32] <adelmaa> Mas percebam como este número se avoluma se cruzarmos os índices referentes aos  maiores de 15 e adicionarmos com a variável “ter frequentando a escola por tempo menor do que 4 anos”, ou seja, o analfabeto funcional, este valor chega a 20,3% da população atendida.
[14:32] <adelmaa> Embora estes resultados sejam considerados como um passo para a escolarização de grande parte da população, eles ainda se mostram tímidos e com pequeno  impacto social.
[14:33] <adelmaa> Pensem comigo: esta taxa, na verdade, não tem qualquer impacto, pois é o resultado de ações e programas seculares relacionadas à educação. Programas lançados sem a  reflexão sobre os resultados alcançados com o propósito de melhoria nas novas ações ou programas a serem implementados.
[14:33] <adelmaa> O que se percebe nesses séculos de nossa história, e talvez isso seja o  mais grave nessas ações é justamente a grave e grande descontinuidade destes programas.
[14:33] <adelmaa> Parto, portanto, deste percurso histórico das políticas públicas brasileiras relacionadas à educação de jovens e adultos até final do século XX  e faço uma analogia entre elas e o movimento das ondas do mar.
[14:33] <adelmaa> Se a temática render frutos políticos para o governo e se este sofrer uma pressão dos organismos internacionais dá-se destaque à educação, de forma geral e educação de jovens e adultos,em particular,  ficando as ações nos holofotes do governo e, portanto, no PICO da onda.
[14:33] <adelmaa> Em contrapartida, cairá abruptamente no VALE do esquecimento se o tema Não fo impactante ou insignificante em termos de apelo político. Partindo-se, portanto, da realidade dos fatos estudados, observamos que muitas vezes os programas e ações relacionados à educação brasileira
[14:33] <adelmaa> ESTIVERAM , ou e/ou estão HISTORICAMENTE ATRELADOS, NÂO APENAS, MAIS MUITO MAIS A UM FATOR POLÍTICO ELEITORAL DO QUE A UM FIRME PROPÓSITO EDUCACIONAL SÉRIO
[14:34] <adelmaa> A SABER COM POLÍTICAS PÚBLICAS COM PLANEJAMENTO ESTRUTURAL,  PEDAGÓGICO E AÇÔES EFICIENTES FOMENTADORAS DA FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOCENTE.
[14:34] <adelmaa> Veja bem aqui eu relacionei algumas ações de políticas públicas até o final  do século passado, para discutir as políticas públicas dos últimos 10 anos precisaríamos de outro(s) encontro(s).  
[14:34] <adelmaa> Finalizando:
[14:34] <adelmaa> Na fase jesuítica estabeleceu-se uma relação entre educação e alfabetização de jovens e adultos para servir aos interesses da Coroa portuguesa.
[14:34] <adelmaa> No período seguinte, o pombalino, a ideia geradora era a da escolarização para o domínio do código escrito, não para ser reflexivo, mas para formar mão de obra barata e serventia única da Estado.
[14:34] <adelmaa> Logo após, vivenciamos a preocupação com a educação de  adultos, objetivando mudanças das estruturas sociais.
[14:35] <adelmaa> Na sequência, vê-se uma ruptura cravada pela ditadura militar ao mudar a concepção da educação como forma de conscientização para a educação como forma de ideologia voltada para a segurança do Estado autoritário e desenvolvimento sócio-político-educacional do Pais.
[14:35] <adelmaa> Penso que as conferências internacionais (ONU e Unesco) associadas ao processo de redemocratização do País foram as molas propulsoras de algumas mudanças sociais importantes na implementação de políticas públicas m nosso país.
[14:35] <adelmaa> A educação de jovens e adultos passou a ser um direito cidadão.  O que as estatísticas ainda hoje denunciam é que, na prática, as políticas públicas ainda sejam tímidas e continuem querendo ALIMENTAR A IDEIA DE QUE SE DEVE
[14:35] <adelmaa> ENSINAR O BÁSICO, GASTAR O MÍNIMO, COM A INTENÇÃO DE ATENDER ÀS DEMANDAS INTERNAS DO POVO E EXTERNAS DOS ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES COMO A ONU E UNESCO, ETC.
[14:35] <adelmaa> Concluindo: Minha constatação é que, embora já tenhamos trilhado um longo percurso nessa caminhada e feito história na educação brasileira, ainda continuamos pegando
[14:36] <adelmaa> alguns atalhos que se mostraram errados no passado. Constatamos que ainda está arraigada à nossa  política educacional a marca da descontinuidade dos programas relacionados à educação de adultos
[14:37] <adelmaa> Gostaria de informar que esta palestra não discute ou relata os programas de EJA dos últimos dez anos.
[14:37] <adelmaa> para que eu fizesse este relato será necessário mais um evento STIS.
[14:37] <adelmaa> Obrigada a todos pela sua preciosa atenção!
[14:38] <caroleao> é mesmo professora adelma, o investimento em EJA é infimo e uma prova disso é a escassa produção de materiais didáticos produzidos e distribuidos.
[14:38] <Woodsonfc> Obrigado Profa Adelma
[14:38] <DAVIDSON_> Prof Adelma acabou então esse seminário de hj?
[14:38] <caroleao> obrigada pela palestra!
[14:39] <Woodsonfc> Vamos a palestra da professora Rivânia e depois às discussões.
[14:39] <adelmaa> São duas palestras por evento. A próxima começa,logo a seguir.
[14:39] <DAVIDSON_> ah bom
[14:39] <adelmaa> A nossa próxima palestrante é a profa Dra Rivãnia Maria Trotta Sant"Ana,ok!!!
[14:39] <DAVIDSON_> Ok
[14:39] <rivania> Boa tarde a todos: coordenação, moderação e participantes.  É um prazer estar aqui com vocês para esta conversa.
[14:39] <Woodsonfc> Profa rivania, está pronta?
[14:40] <Woodsonfc> ok
[14:40] <rivania> Agradeço à equipe do STIS pela oportunidade de apresentar aqui algumas reflexões sobre o impacto da abordagem (auto)biográfica no letramento de adultos.
[14:40] <rivania> As reflexões que vou apresentar foram desenvolvidas no âmbito do doutorado em Estudos da Linguagem, realizado na UFMG e finalizado no último mês de julho.
[14:41] <Madu> A pesquisa desenvolvida foi um estudo de caso, caracterizado por duas dimensões: uma pedagógica, outra teórica.
[14:41] <rivania> A dimensão pedagógica está centrada na orientação de um processo de letramento não formal de uma mulher, atualmente, de 31 anos. A parte teórica consiste na reflexão sobre o processo de letramento.
[14:41] <Madu> O que denominamos “letramento não formal” é um processo para o desenvolvimento de habilidades para a prática social de leitura e de escrita  que se desenvolveu fora do âmbito da escola, conforme Romão (2010).
[14:42] <rivania>  Quanto ao conceito de letramento adotado: partimos das propostas de Street (1984; 2006; 2010), que considera o letramento como práticas sociais de leitura e escrita, constituidoras de identidade;
[14:42] <Madu> e de Soares (2000; 2004a; 2004b), que, além dos aspectos sociais, considera também os aspectos individuais do letramento.
[14:42] <Dani_Re> Madu, vc tbm vai apresentar, é isso? preciso de dar voz
[14:43] <rivania>  Esses aspectos individuais dizem respeito ao desenvolvimento das habilidades para a prática social da leitura e da escrita.  A mulher, a partir desse ponto, Maria, já era alfabetizada quando começamos nossa pesquisa,
[14:43] <adelmaa> Não...
[14:43] <adelmaa> Dani..
[14:43] <Dani_Re> ok
[14:43] <adelmaa> é porque ela é da comissõa..
[14:43] <Madu> mas, como não frequentou escolas regularmente nem na infância nem na adolescência, não desenvolveu todos os conhecimentos necessários às práticas sociais da leitura e da escrita.
[14:43] <adelmaa> Ela esta fazendo o processo de letramento acadêmico digital,ok!
[14:44] <rivania>  Para classificar o nível de letramento da Maria, no início do nosso trabalho, tomamos como base a descrição dos níveis de letramento proposta pelo Inaf,
[14:44] <rivania>  Indicador de Alfabetismo Funcional, criado em 2001 pelo Instituto Paulo Montenegro, organização sem fins lucrativos,  que tem como objetivo desenvolver e executar projetos na área da educação.
[14:44] <rivania>  Esse indicador propõe quatro níveis de letramento, considerando aspectos do uso da leitura e da escrita e do conhecimento matemático: analfabeto, rudimentar, básico e pleno.
[14:45] <rivania> Nível rudimentar – “corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como um anúncio e pequena carta)”
[14:45] <rivania> Nível básico – “as pessoas classificadas neste nível podem ser consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já lêem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências”.
[14:46] <rivania> Era necessário desenvolver os níveis de leitura e de escrita desse sujeito, considerando seu nível inicial, os seus interesses e, principalmente, o fato de esse sujeito ser adulto e ser mulher.
[14:46] <rivania> Os desdobramentos dos aspectos da identidade da Maria, elencados anteriormente são: ela experimentou preconceitos diversos ao longo da vida, entre os quais, o preconceito linguístico.
[14:46] <rivania> E tinha certa consciência desse preconceito. Assim, embora tivesse a prática de escrever para si mesma, quando queria desabafar, ou organizar as ideias, resistia a escrever para os outros, pois temia o preconceito e a rejeição.
[14:47] <rivania> Esses aspectos deveriam ser considerados para que as ações pedagógicas adotadas fossem significativas para a Maria,
[14:47] <rivania> possibilitando a ela ver-se como uma pessoa capaz de atribuir sentidos também aos textos, podendo participar de interações relevantes não só ao falar, mas também ao ler e ao escrever.
[14:47] <rivania> Só assim, essas ações pedagógicas poderiam surtir os efeitos desejados, caracterizando-se como ações de caráter formativo, que possibilitassem o desenvolvimento de habilidades de leitura crítica e escrita autoral.
[14:47] <rivania> Considerando tudo isso, e especialmente o fato de a Maria já praticar a escrita de si, conforme descrita por Foucault (1983), isto é, a prática da escrita para o autoconhecimento,
[14:48] <rivania> adotamos uma abordagem (auto)biográfica para a condução do processo de letramento desse sujeito.
[14:48] <rivania> Isso significa que trabalhamos com ela a leitura e a escrita a partir da sua própria história de vida.
[14:48] <rivania> Mas, diferentemente do que se costuma fazer em cursos de EJA, nos quais se utilizam pequenos relatos autobiográficos, o gênero trabalhado com a Maria foi a autobiografia,
[14:49] <rivania> pois entendíamos que esse gênero seria significativo para ela. Além disso, por demandar maior elaboração, poderia sustentar um projeto de formação a médio e longo prazo,v
[14:50] <rivania> O fato de essas ações se darem fora do âmbito da escola e sem prazo definido para conclusão nos permitia essa experiência com o gênero autobiografia. Entre as perguntas iniciais que nos fazíamos, estava a seguinte, pertinente aos objetivos desta palestra:Que questões a escrita autobiográfica suscita nesse processo de letramento?
[14:50] <rivania>  Entendemos, portanto, que as nossas ações pedagógicas se deram na perspectiva de uma abordagem (auto)biográfica, que passamos agora a apresentar.
[14:50] <rivania>  O método de investigação das Ciências Humanas que conhecemos hoje como abordagem (auto)biográfica, teve suas bases epistemológicas propostas no final do séc. XIX, na Alemanha, por Wilhelm Diltey,
[14:51] <rivania>  e  a utilização das histórias de vida tiveram origem com a Escola de Chicago, nas primeiras décadas do séc. XX, conforme nos esclarece Lani-Bayle (2008, p. 298-299).         e  a utilização das histórias de vida tiveram origem com a Escola de Chicago, nas primeiras décadas do séc. XX, conforme nos esclarece Lani-Bayle (2008, p. 298-299).
[14:51] <flainine> Boa tarde. gostaria de saber qual a visão que se tem sobre os gestores públicos frente à EJA?
[14:52] <rivania> Souza e Passeggi (2008, p. 13) e Passegi e Souza (2008, p. 9), informam que, nos últimos trinta anos, depois de passar por descontinuidades ao longo da primeira metade do séc. XX,
[14:52] <rivania> a pesquisa (auto)biográfica firmou-se como uma área de conhecimento reconhecidamente “das mais promissoras nas ciências Humanas e Sociais”.
[14:52] <rivania>  Segundo eles, as pesquisas nessa área, se apresentam como campo interdisciplinar de interesse para pesquisadores que
[14:52] <rivania>  “se voltam para a criança, o jovem e o adulto e os seus processos de aprendizagem, de formação e/ou de inserção social e profissional”.
[14:53] <rivania> Afirmam que a abordagem (auto)biográfica é caracterizada pela diversidade de perspectivas teóricas, metodológicas e disciplinares
[14:53] <rivania> e que se apresenta em três grandes vertentes, ou orientações: método de investigação; prática de formação; e procedimento de acompanhamento.
[14:53] <rivania> Como método de investigação, a abordagem (auto)biográfica tem sido utilizada em diversas áreas das Ciências Humanas,  tais como a Sociologia, a Antropologia, a Pedagogia, a Psicologia,  para a abordagem de seus objetos de estudo.
[14:53] <rivania>   Podemos citar também a História, no campo das investigações da História Oral, e seu interesse pelos relatos de indivíduos ou de grupos.
[14:54] <rivania> Como prática de formação, especialmente na área da Educação, a abordagem (auto)biográfica tem sido adotada para ampliar os conhecimentos dos sujeitos em formação,
[14:54] <rivania> e também para ampliar o conhecimento sobre esses sujeitos: a que eles resistem, quais são seus modos de aprender, quais são suas filiações,  que significados  atribuem à sua própria formação acadêmica e ao seu percurso profissional.
[14:54] <rivania> Na vertente formativa podemos incluir a abordagem (auto)biográfica para desenvolvimento de projetos educativos específicos,  principalmente os relacionados à Educação de Jovens e Adultos, à alfabetização e ao letramento.
[14:55] <rivania> também a Linguística Aplicada tem utilizado a abordagem (auto)biográfica para estudo de objetos diversos,  tais como letramento e formação de professores de língua estrangeira e língua materna, construção da identidade profissional de professores,
[14:55] <rivania> letramento de jovens e adultos em processos de educação não formal, trajetória de letramento de indivíduos engajados em práticas grupais de ação social, conforme nos informam Kleiman e Matencio (2005).
[14:55] <rivania> Finalmente, como procedimento de acompanhamento, essa abordagem aparece com frequência nos campos da Psicologia, da Enfermagem, da Sociologia Clínica  e da Educação, quando o enfoque está centrado nas especificidades do acompanhamento de um projeto de biografização.
[14:55] <rivania> Com o conceito de acompanhamento, os estudiosos nessa vertente buscam uma imagem, e uma prática efetiva, de um clínico e/ou educador que supervisiona,  que caminha junto com o sujeito educando, ou com o sujeito que recebe cuidados (de si e do outro).
[14:56] <rivania> Nesse acompanhar, é preciso tomar o cuidado para evitar interferências invasivas e excessivas e imposição de direcionamentos, considerando o sujeito em sua singularidade,  mas apreendendo-o numa trajetória sócio-histórica, para, no dizer de Niewiadomski (2008, p. 138),
[14:56] <rivania>  “evitar a armadilha, muito frequente, de se atribuir unicamente aos indivíduos as dificuldades por eles encontradas”. Assim, ao acompanhar, devemos evitar modelar o outro conforme nosso desejo.
[14:56] <rivania> Josso (1999; 2002), que tem trabalhado com as histórias de vida especialmente como método de investigação sociológica e antropológica e como prática de formação de educadores,
[14:56] <rivania> informa-nos que a autobiografia e outros gêneros memorialísticos têm sido utilizados desde a década de setenta do séc. XX, em várias áreas das Ciências Humanas, para diferentes fins.
[14:57] <rivania> A autora explica o interesse pelos gêneros de função autobiográfica como decorrência de uma “reabilitação” do sujeito e do ator no quadro das ciências sociais e humanas.  Para Josso (2000), o sujeito é o indivíduo que, ao refletir sobre as suas vivências e ressignificá-las,
[14:57] <rivania> transforma-as em conhecimento e em experiência. O sujeito, portanto, nessa concepção, é o sujeito da experiência.  podemos dizer que o sujeito para a autora é o agente que, a partir de suas reflexões, torna-se consciente de sua experiência e, assim,
[14:57] <rivania> ao conhecer sua trajetória e suas motivações, pode projetar novas direções para o futuro. em texto de 2002, Josso explica os paradigmas que norteiam sua pesquisa e sua atuação como formadora de professores: o paradigma da experiência e o paradigma do singular-plural.
[14:57] <rivania> Com o paradigma da experiência, a autora põe em evidência o trabalho do indivíduo na busca de desenvolvimento do seu próprio conhecimento e da sua formação.  Assim, ela se afasta de uma concepção determinista das condições sócio-históricas que atuam sobre o sujeito,
[14:58] <rivania> mas, com o paradigma do singular-plural, ela recontextualiza o sujeito,  isto é, ela reconhece a existência de aspectos sócio-históricos na constituição do sujeito.  Em texto publicado no Brasil, no livro Tendências da pesquisa (auto)biográfica,
[14:58] <rivania>  Josso (2008, p. 40) esclarece que não concebe uma “individualidade sem ancoragens coletivas (familiar, de pertencimentos e grupos diversos com os quais cada um e todos têm uma história!)”.
[14:58] <rivania> Assim, os dois paradigmas, o da experiência e o do singular-plural, estão na base da sua metodologia de trabalho com as “histórias de vida”.
[14:59] <rivania> No campo da Educação, o interesse pelos gêneros memorialísticos como método de abordagem da formação do ponto de vista do sujeito aprendiz tem crescido e,  segundo Josso (1999), os pesquisadores assumem dois eixos do recurso às histórias de vida.
[14:59] <rivania> O primeiro eixo é descrito pela autora como a busca do projeto teórico de uma compreensão biográfica da formação e da autoformação. A dinâmica de atuação formadora pela abordagem biográfica nesse eixo compreende a linha denominada de história de vida como projeto.
[14:59] <rivania> O segundo eixo é descrito como uso de abordagens biográficas postas a serviço de projetos (projeto de expressão, projeto profissional etc.).  Esse segundo eixo se filia à linha denominada por Josso de ‘histórias de vida’ a serviço de projetos.
[15:00] <rivania> Os dois eixos apresentam dinâmicas diferentes, caracterizadas, principalmente, pelos objetivos que se têm e pelo foco dos relatos utilizados na abordagem.
[15:00] <rivania> No primeiro caso, o objetivo é que os sujeitos produzam, com seus relatos, conhecimentos que façam sentido para eles e, dessa forma, se instituam como sujeitos da própria vida e de seus conhecimentos.
[15:00] <rivania> O termo ‘sujeitos’, nessa perspectiva, significa “agentes”, isto é, aqueles que, com alguma consciência, agem em busca de conhecimento e de organização da própria vida;   os relatos, portanto, focam a totalidade da vida dos sujeitos.
[15:00] <rivania> No segundo caso, os relatos utilizados focam aspectos da vida relacionados a um projeto específico, com o objetivo de desenvolver esse projeto. No que diz respeito à formação de professores, muitos estudiosos, entre eles Josso (2002), consideram a abordagem biográfica privilegiada por ser,
[15:01] <rivania> ao mesmo tempo, reflexiva e formadora – talvez formadora porque reflexiva.  Na compreensão de Josso, a abordagem (auto)biográfica, além de ser um suporte empírico para a reflexão compreensiva da formação de si, tem também uma dimensão prospectiva, de criação de saberes e de invenção de si.
[15:01] <rivania> é essa dimensão prospectiva que caracteriza a escrita autobiográfica como, nas palavras de Josso (2006), uma ficção, baseada em fatos reais, que permite a invenção de um si autêntico.
[15:01] <rivania> Para ela, os relatos autobiográficos nos permitem tornarmo-nos únicos, pela nossa singularidade, mas, ao mesmo tempo, reconhecíveis, por sermos socialmente identificáveis.
[15:01] <rivania> Pelo paradigma da experiência, a autora postula que, se nem toda vivência se torna experiência e, portanto, conhecimento que gera transformações existenciais,  o trabalho da escrita de si por um sujeito engajado e a reflexão decorrente desse trabalho possibilitam transformar vivência em experiência,
[15:02] <rivania> uma vez que trazem para o campo da consciência percepções, crenças, aprendizagens antes inconscientes.
[15:02] <rivania> Ao ler o que escreveu, ao ouvir do outro as impressões dessa escrita, o sujeito se distancia, objetiva a sua história de vida e, com
[15:02] <rivania> isso, toma consciência de aspectos constitutivos da sua identidade.   Por isso, a escrita de si, quando escrita de autoria, isto é, engajada, trabalho de elaboração pelo sujeito, mostra-se tão evidentemente formadora e transformadora,
[15:02] <rivania> mesmo não sendo a narração exata do que foi, comportando construção pelo sujeito que narra.  Com o paradigma do social plural, a autora pretende dar conta da percepção de que somos únicos, na medida em que somos agentes,
[15:03] <rivania> traçamos um percurso e construímos um conhecimento, ambos próprios, singulares, mas, ao mesmo tempo, somos socialmente identificáveis porque pertencemos a uma sociedade, uma época, um lugar, a uma história,
[15:03] <rivania> nos comunicamos numa determinada língua, utilizamos determinados gêneros textuais, com todas as decorrências dessa pertença.     As pesquisas em Linguística Aplicada que usam a abordagem biográfica às quais tivemos acesso trabalham, segundo nossa percepção, principalmente,
[15:03] <rivania> embora não apenas, com as histórias de vida a serviço de projetos: projetos de letramento, de formação de professores, etc.  Os relatos utilizados nessas pesquisas dizem respeito a aspectos da vida relacionados aos objetivos dos projetos.
[15:03] <rivania>  Passamos agora a falar do emprego dessa abordagem no trabalho que desenvolvemos. Tanto na nossa ação pedagógica junto à informante, na condução do seu processo de letramento,
[15:03] <rivania> quanto na reflexão sobre esse processo no decorrer da pesquisa, nosso trabalho apresentou, dentre outros, dois objetivos centrais para os quais chamamos atenção: verificar como o sujeito compreendia o seu processo de letramento e as decorrências dele para a sua inserção social;
[15:04] <rivania> verificar como o sujeito, ao textualizar, constituiu-se como autor, relacionando-se com um modo de enunciação para o qual não se apresentava devidamente habilitada, a escrita, cujas habilidades deveria desenvolver.
[15:04] <rivania> Além desses objetivos de pesquisa, que se constituíram como objetivos do pesquisador, não podemos nos esquecer do objetivo central do sujeito aprendiz, a Maria, que era escrever a sua história de vida para entendê-la e deixá-la como legado para as filhas.
[15:04] <rivania> Acreditávamos, no início do nosso trabalho com o sujeito, que a abordagem (auto)biográfica seria utilizada tanto na perspectiva da história de vida como projeto – que contempla o objetivo de compreensão e de reformulação da própria vida, manifesto pelo sujeito aprendiz,
[15:04] <rivania> quanto da perspectiva da história de vida a serviço de projeto, especificamente a serviço do projeto de letramento desse sujeito.  As decorrências da utilização da abordagem biográfica sob essas duas perspectivas para a metodologia adotada para a condução do processo de letramento
[15:05] <rivania> foi que tanto trabalhamos com a autobiografia desse sujeito quanto com pequenos depoimentos sobre a sua percepção do processo de letramento que estava sendo desenvolvido. Além disso, na pesquisa relatada, a autobiografia foi um dos vértices da triangulação, para a comparação dos dados e checagem das informações,
[15:05] <rivania> e foi também o elemento central do processo de letramento, tanto para o projeto de autoconhecimento do sujeito, que implica o (re)conhecimento e a invenção de si,  quanto para o projeto da pesquisadora de condução do processo de letramento do sujeito e reflexão sobre esse processo.
[15:05] <rivania> Nesse sentido, podemos dizer que, a nossa pesquisa pode ser vista como pertencendo principalmente às duas primeiras vertentes da pesquisa (auto)biográfica referidas,   método de investigação e prática de formação, sem deixar de lado as questões relativas ao “acompanhar”, inerentes à função, também assumida pela pesquisadora, de orientação do processo de letramento.
[15:05] <rivania> Cabe ressaltar que, no que concerne à ação pedagógica, a abordagem (auto)biográfica tem mostrado sua eficácia na educação de jovens e adultos tanto na escola quanto fora dela,  como decorrência das especificidades dessa modalidade de ensino, tendo em vista seu público alvo: o adulto tem uma história de vida, quer contá-la, compreendê-la e vê-la valorizada.
[15:06] <rivania>   Era este o caso da Maria: o desejo de contar sua vida, de compreendê-la e até de refazê-la foi e ainda é uma demanda desse sujeito, anterior ao seu desejo de letramento.  A abordagem (auto)biográfica assumida por nós, antes de ser uma escolha nossa, foi uma decorrência da definição do objeto e do sujeito da pesquisa,
[15:06] <rivania> mas foi se mostrando uma abordagem interessante para pensar a questão da identidade que permeia todo processo educacional, todo aprendizado, embora nem sempre isso seja evidente. Ao iniciarmos o trabalho, considerávamos que, a partir do estudo de caso desse processo singular de letramento da Maria,
[15:06] <rivania> pudéssemos fazer novas perguntas acerca do letramento de jovens e adultos, pois, ao considerarmos a singularidade do sujeito,  não perdemos de vista que ele pertence a uma cultura, portanto, age a partir de um lugar sócio-histórico e está afetado pela sua língua materna
[15:06] <rivania> e pela língua padrão que aprende, e com as quais foi construindo e reconstruindo sua história de vida, seu autoconhecimento, seu conhecimento da língua, seu conhecimento da escrita, sua identidade, sempre na relação com a história.
[15:06] <rivania> Partindo das condições  do sujeito da nossa pesquisa, que é identificado na política das línguas como o falante de baixa escolaridade e baixo grau de letramento e que sofre com as inseguranças geradas pelo preconceito linguístico,
[15:07] <rivania> tínhamos como hipótese que a escrita autobiográfica possibilitaria o desenvolvimento da escrita de autoria, engajada e significativa, que possibilitaria o desenvolvimento das habilidades de escrita desejadas para um sujeito que leia e escreva com proficiência.
[15:07] <rivania> Embora a Maria, mesmo restrita no seu direito ao dizer na nossa sociedade letrada, fale e, com tenacidade, busque se colocar no mundo,  e embora já tivesse o hábito de desabafar pela escrita para si, a escrita para o outro causava a esse sujeito muito constrangimento.
[15:07] <rivania> Portanto, em que outra circunstância esse sujeito se arriscaria a escrever, responsabilizando-se pelo que diz e assumindo-se como origem de seu dizer, produzindo reflexões e se engajando nessa escrita, se não nessa situação em que escreve sobre sua própria vida?
[15:07] <rivania> Quem mais teria autoridade para falar da história desse sujeito? Não seria ele aquele que tem legitimidade para falar de si?  Não seria o desejo de se saber e de se fazer saber, pelo menos por aqueles mais próximos, que provocava o engajamento na escrita?
[15:07] <rivania> Não se colocava em questão, ao iniciarmos o trabalho, se o sujeito sabia ou não sobre aquilo que contava. Era a sua história, e ninguém podia saber mais do que ele sobre o tema.  Isso foi libertador, abriu as portas da escrita para o outro.
[15:08] <rivania> A escrita autobiográfica deu coragem para o investimento nessa escrita de longo prazo.   A escrita da sua história de vida pela Maria proporcionou a ela ressignificar  sua vida. Isso significa que a escrita autobiográfica possibilitou a emergência de novos sentidos, que se deu no próprio decorrer da escrita,
[15:08] <rivania> pela formulação da narrativa, como resultado de uma atividade de linguagem que pôs em funcionamento a língua. entendemos também que a escrita autobiográfica proporcionou a instauração de uma escrita de autoria.
[15:08] <rivania> essa escrita autobiográfica como escrita de autoria, como escrita engajada, foi fundamental para o desenvolvimento do nosso trabalho junto ao sujeito,  para a permanência desse sujeito no processo de letramento, que ocorreu ao longo de nove anos, por mais difíceis que fossem suas condições nesse tempo,
[15:08] <rivania> e embora a Maria tenha apresentado resistência a continuar trabalhando no texto em alguns momentos. Esclareço que, desses nove anos, o acompanhamento sistemático do processo de letramento do sujeito se deu no decorrer dos últimos três anos.
[15:09] <rivania> Nos primeiros seis anos, a Maria escrevia sua história de vida, sobre a qual conversávamos, e começou a desenvolver o hábito da leitura, a partir das indicações que eu fazia e também dos interesses que ela tinha. A escrita autobiográfica foi também relevante para o desenvolvimento, pelo sujeito, de uma consciência de si
[15:09] <rivania> e, nos últimos três anos, em que refletimos sobre a escrita, foi relevante também para o desenvolvimento de uma consciência da língua e do próprio trabalho da escrita.  Nesse tempo, em que trabalhamos a reescrita da primeira versão do texto, fizemos reflexões sobre as formas de dizer,
[15:09] <rivania> sobre os aspectos relativos à textualização, isto é, a organização do texto: trabalhamos a completude das sentenças; a pontuação; a paragrafação; a utilização das letras maiúsculas, conforme as normas e as intenções estilísticas da informante;
[15:09] <rivania> enfim, trabalhamos aspectos diversos relativos à construção da unidade do texto.  O trabalho teve momentos de tensão, em que Maria apresentou resistência às alterações propostas por mim para seu texto.
[15:09] <rivania> A tensão também se fez presente quando ela percebeu que a sua narrativa sobre a própria vida não era a verdade da sua vida, era uma versão possível. Em alguns momentos, quando eu questionava sobre o sentido de alguma passagem ou sobre alguma estrutura
[15:10] <rivania> e, para que ela entendesse, apresentava vários exemplos de formas de dizer, ela não gostava, chegou a dizer uma vez que eu estava mudando a sua vida.  Esse fato me levou a repensar as minhas intervenções e, ao mesmo tempo, na minha interpretação,
[15:10] <rivania> permitiu verificar que a informante ainda considerava a narrativa colada à vida, como se a narrativa fosse a verdade da sua vida.  Refleti sobre os riscos desse trabalho. No risco de ela achar que não tem direito de ser autora nem da sua própria história,
[15:10] <rivania> num mundo que exige que sejamos sujeitos e autores da nossa história.  As minhas reflexões me levaram a pensar que eu deveria ter mais calma com o processo e mais cuidado ao lidar com o texto desse sujeito.
[15:10] <rivania> Esse processo deveria ser cuidadoso, respeitando o ritmo do sujeito, aliás, como todo processo de educação deveria ser. Eu fui cuidadosa a maior parte do tempo, mas, naquele momento, talvez tenha ficado ansiosa para que o processo se desenrolasse.
[15:11] <rivania> Conforme Schaller (2008, p. 72) “Não se pode forçar uma planta a crescer, mas também não se pode abandoná-la.  É liberando-a do que poderia entravar seu desenvolvimento que se lhe deixa crescer”.  A necessidade da dimensão do cuidado num trabalho como esse com a escrita de si, ficou mais evidente neste momento.
[15:11] <rivania> No caso de jovens e adultos, especialmente, a dimensão do cuidado se coloca na necessidade de não compará-los, de validar suas descobertas no campo da escrita, de não impor uma forma de leitura e de escrita, tampouco um ritmo diferente das possibilidades do sujeito.
[15:11] <rivania> O desenvolvimento da competência para a leitura e a escrita depende de um engajamento do sujeito, da sua convicção de que ele pode dizer.  E isso só se consegue na interlocução atenta e cuidadosa. Caso contrário, o sujeito, especialmente o adulto, resiste e, o que é indesejável, pode desistir.
[15:11] <rivania> A utilização da autobiografia para a condução desse processo de letramento mostrou-se trabalhosa, arriscada, mas, ao mesmo tempo, muito pertinente  para o desenvolvimento de consciência, pela informante, de vários aspectos da materialidade da língua escrita, tornando a língua opaca para ela, isto é,
[15:11] <rivania> uma língua que se mostra, que resiste às tentativas de “manuseio”, e que também nos revela.  A autobiografia foi também pertinente ao desenvolvimento da consciência de que os sentidos mudam conforme as formas do dizer, que a narrativa não é a vida,  que as narrativas são as versões possíveis da vida.
[15:12] <rivania>   Acima de tudo, o percurso trilhado com a escrita da autobiografia e a reflexão sobre as formas de dizer contribuíram para o autoconhecimento da informante  e a construção de aspectos da sua identidade atual e projetou possibilidades futuras.
[15:12] <rivania> Na nossa avaliação, o gênero autobiografia mostrou-se pertinente nesse processo específico de letramento, pois permitiu trabalhar com o sujeito, de forma significativa, o desenvolvimento de habilidades cruciais para a leitura e a escrita.
[15:12] <rivania> Esse gênero se mostrou uma espécie de gênero catalizador, conforme definido por Signorini (2006, p. 8),  gênero que favorece “o desencadeamento e a potencialização de ações e atitudes consideradas mais produtivas para o processo de formação,
[15:12] <rivania> tanto do professor, quanto de seus aprendizes”, pois aciona saberes significativos para os sujeitos envolvidos no processo.
[15:13] <rivania> Agradeço a todos pela atenção. Agradeço principalmente ao stis
[15:13] <rivania> pela oportunidade de apresentar esta experiência.
[15:13] <rivania> E passo a palavra ao moderador.
[15:14] <Woodsonfc> Obrigado Profa rivania
[15:14] <Woodsonfc> Abriremos agora para as questões
[15:15] <Woodsonfc> teremos 30 minutos para os questionamentos
[15:15] <adelmaa> Posso responder a um qeustionamento feito pela
[15:15] <adelmaa> <flainine> Boa tarde. gostaria de saber qual a visão que se tem sobre os gestores públicos frente à EJA?
[15:16] <adelmaa> Minha opinião pessoal é que a grande maioria são verdadeiros heróis, pois receberam um novo segmento sob sua responsabilidade sem ter a devida preparação para lidar com estes atores. Eles estão aprendendo em processo de trabalho ,já imaginou que
[15:16] <adelmaa> responsabilidade? Não posso deixar de citar aqui os professores de EJA, este eu reverencio, "tiro o meu chapéu", pois não apenas aceitam este desafio como conseguem desenvolver trabalhos excepcionais com este público.
[15:16] <adelmaa> Veja bem, as licenciaturas não preparam seus alunos para o ensino com públicos diferenciados. Fazemos estágios de final de curso em sala de aula regular, não é verdade?   Poucas universidades fazem contato dos futuros professores com sala de aula
[15:16] <adelmaa> de alunos menores infratores, com os em  liberdade vigiada,  os acompanhados pelos conselho tutelar, aqueles hospitalizados, ciganos, sem teto, sem terra, os filhos de pais trabalhadores temporários.
[15:18] <adelmaa> Nós saímos da universidade preparados para trabalhar com um público ideal e não
[15:18] <Woodsonfc> Podem fazer suas perguntas
[15:18] <adelmaa> com aqueles desprovidos.. ou com escolas sem quadro nem giz..
[15:19] <flainine> Isso é fato: pois as escolas, não têm acesso aos profissionais de Serviço Social e Psicólogo para realizarem trabalho com as famílias dessas crianças e adolescentes.
[15:19] <ketyllenny> Verdade, adelma! Tiro pela minha mãe que é professora do EJA. A sua responsabilidade é maior ainda, pros demais ensinos.
[15:19] <adelmaa> Exatamento.
[15:19] <flainine> e por isso, e outras questões de gestão pública, que esse público estão à margem da sociedade.
[15:19] <adelmaa> Tem-se que ser pensado o ser humano dentro de todas as suas potencilidades.
[15:20] <adelmaa> Verdade.
[15:20] <juarina_> oi
[15:20] <flainine> bato na tecla de que um trabalho voltado às famílias dos jovens que estão no EJA, deveriam ser realizados por equipes com: Assistente Social, Psicólogo e Psicopedagogo.
[15:21] <juarina_> concordo
[15:21] <adelmaa> Não tenho a menor dúvida, Juarina.
[15:22] <rivania> Concordo com todas vcs.
[15:22] <adelmaa> Mas também aos que pareentemene sejam "saudáveis" A escola tem que ser inclusiva tamvbém do acesso da comunidade.
[15:22] <rivania> Não se pode esquecer a dimensão social nem a subjetiva do educando.
[15:23] <erlan> concordo com flainine
[15:23] <adelmaa> com certeza, Rivânia!
[15:23] <juarina_> ao mesmo tempo, não é fácil este trabalho
[15:23] <flainine> Concordo Profa Adelma, é isso que acontece há anos: esquecimento entre o ser social e o ser educacional que há em cada indivíduo na sociedade.
[15:24] <Madu> Sou professora de Eja e sei que o público é muito diverso. Ainda tenho alunos que não sabem ler, apenas soletram palavras e já se encontram na 7ª série. A escrita autobiográfica apresentada pela Prof. Rivânia, foi muito inspiradora para mim.
[15:24] <ketyllenny> é mesmo, adelma! Tinha que começa tudo por ai. Para poderemos melhorar os aspectos na educação.
[15:24] <ketyllenny> podermos*
[15:24] <juarina_> aqui temos pedagogos e psicólogos, mas as vezes alguns docentes acham que"que paapo de pedagogos, quando leva-se em consideração a vida do aluno"
[15:25] <Woodsonfc> Profas Adelmaa e Rivania Como professor, percebo que esse protagonismo revelado pelo texto autobiográfico para alavancar o processo de aprendizagem do aluno exige uma dedicação especial do professor. Como vocês vêm essa necessidade diante das atuais condições que os professores têm em sala de aula. É factível?
[15:25] <adelmaa> É puro desconhecimento...
[15:25] <adelmaa> pode ter certeza!!!
[15:25] <flainine> o fato é que a gestão escolar preocupa-se em ensinar coisas que "não seriam tão necessárias", quanto às disciplinas: cidadania, ética e direitos e deveres..., as quais são essenciais.
[15:25] <Woodsonfc> Ou é necessário melhorar essas condições?
[15:26] <rivania> Woodson, é possível trabalhar com outros gêneros autobiográficos, menores, como os relatos, por exemplo, na sala de aula.
[15:26] <juarina_> acredito que sim, é um começo
[15:27] <Madu> Prof. Adelma vejo que as políticas públicas tem evoluído bastante mas a interpretação delas e a transformação dessas políticas em ações não tem sido consideradas pelos poderes municipal e estadual.
[15:28] <rivania> O meu trabalho foi desenvolvido com o gênero autobiografia, pois se desenvolveu fora do âmbito da escola, foi um trabalho mais de longo prazo.
[15:28] <flainine> se observassemos que a essência do caráter do "ser social" está in loco há décadas, talvez a estrutura escolar contribuíssem a uma melhor educação tanto aos jovens quanto às famílias desses jovens.
[15:28] <Madu> E os gestores e professores continuam desamparados porque as políticas não saem do papel.
[15:28] <caroleao> a palestra da professora rivania foi realmente interessante, principalmente pq veio de encontro à minha prática com EJA dentro do próprio CP onde trabalhei o livro quarto de despejo para trabalhar com a escrita de diário
[15:29] <rivania> Mas a própria autobiografia pode ser usada, se focarmos em determinados aspectos da história de vida, ou determinadas fases da vida.
[15:29] <adelmaa> Pois é Madu, na verdade no Brasil, as políticas publicas só ficam gravadas nas leis impressas, não na realidade da escola , da sala de aula, na realidade do professor e do aluno.
[15:29] <Reinlson> Eu enquanto discente do curso de licenciatura em matemática percebo que não ha uma preparação para trabalhar com esse público diverso. Ha uma preparação especial para tanto? quais as vantagens de trabalhar com esse publico e quais as dificuldades?
[15:30] <rivania> Caroleao, o sujeito da minha pesquisa, leu quarto de despejo e posso dizer que foi uma experiência transformadora.
[15:30] <adelmaa> Existem vantagens e desafios e são muitos. Para  educador as vantagens estão de descobrimento de um público com saberes construídos, mas que voltam ao espaço escolar com objetivos diversos desde o letramento escolar, alfabetização até  para interação e socialização.

[15:30] <adelmaa> Desafios são maiores,pois  primeiro não recebemos formação docente para atuar com um público tão multifacetado ,estratificado e com graus de letramentos tão diferenciados, segundo: são escassos o material de apoio pedagógico,

 [15:31] <rivania> Reinilson, o público de Eja é sempre um público motivado, este é um bom começo.
[15:31] <flainine> Prof Rivania, dá para explicar em resumo, dá para utilizar a autobiografia na política de assistência social? que forma?
[15:32] <caroleao> eu acho um texto fantástico, pq principalmente com as turmas com as quais trabalhei a realidade da autora está bem próxima da realidade dos alunos
[15:32] <rivania> Flainine, se entendi bem sua pergunta, penso que sim.
[15:32] <caroleao> gostaria de ter tido mais tempo pra desenvolver um trabalho mais consistente.
[15:32] <rivania> Há muitos trabalhos na abordagem (auto)biográfica sendo desenvolvidos
[15:32] <flainine> como seria esse trabalho na PNAS?
[15:32] <Reinlson> É verdade rivania a motivação realmente é tudo.
[15:32] <rivania> por assistentes sociais
[15:32] <rivania> enfermeiros
[15:33] <flainine> podes postar algum texto sobre esse trabalho na área social?
[15:33] <rivania> e educadores.
[15:33] <adelmaa> Mas mesmo distante, este poder que tem a palavra de ressignifcar o dia a dia dos alunos também é muito relevante.
[15:33] <caroleao> e esse é um dos problemas que também encontramos no EJA, o tempo é sempre muito curto e o conteúdo que cobram que o professor passe pros alunos é absurdo
[15:34] <rivania> flainine, tenho uma bibliografia muito interessante sobre o tema
[15:34] <adelmaa> além de ser um público multifacetado em saberes, idades, interesses, etc.
[15:34] <rivania> vou deixar meu e-mail para quem se interessar em saber mais sobre a abordagem
[15:34] <rivania> rivaniatrotta@gmail.com
[15:34] <flainine> insisto nessa pergunta, porque sou Assistente Social, e não me recordo de ter visto esse tipo de trabalho na PNAS de onde moro e onde trabalhei. Seria bem interessante! ;)
[15:35] <kryzia> pq mesmo tendo uma maior atenção em atender o publico do EJA ainda se tem um grande numero de evasões ?
[15:36] <Dani_Re> foram bem legais as apresentações e adorei a interatividade tbm, com a contribuição de todos
[15:37] <rivania> kryzia, Angela Kleiman, a partir de suas pesquisas com EJA
[15:37] <adelmaa> Olhe, penso que nas novas políticas públicas quem primeiro deveria ser ouvidos seriam os atores sociais deste segmento os alunos.
[15:37] <rivania> diz que a evasão em turmas de adultos
[15:38] <flainine> Obrigada prof Rivania, entrarei em contato contigo.
[15:38] <adelmaa> para uma sala tão diversa este conteúdo programático torna-se cada dia mais distante da realidade deles.
[15:38] <rivania> acontece principalmente quando as expectativas que o aluno tem não são contempladas.
[15:38] <rivania> Quando o que ele está aprendendo não é significativo para ele.
[15:38] <adelmaa> Os professores de EJA tentam fazer as adaptações ao público  e a realidade social do aluno.
[15:39] <Dani_Re> rs
[15:39] <flainine> Muito boa esse diálogo virtual. Espero que a UFMG promova mais discussões em relação aos temas primordiais na área de gestão pública. Muito me interessa!
[15:39] <adelmaa> Faremos, sim!!!
[15:39] <Dani_Re> flainine, temos Stis todo mês, neste mesmo canal
[15:39] <caroleao> professsora rivania, por isso mesmo acho que deveria haver maior investimento não só do governo, mas dos professores na produção de materiais didáticos voltados para o EJA
[15:39] <Dani_Re> esperamos te encontrar aqui mais vezes sorriso
[15:40] <rivania> Concordo caroleao.
[15:40] <adelmaa> Nossos seminários tem periodicidade mensal.
[15:40] <Marlene>  Parabéns as duas palestrantes pelos trabalhos apresentados. Sou professo no Instituto Kennedy e o nosso TCC é um memorial de formação, e concordo com a profª Rivânia sobre as possibilidade de aprendizagem quando se busca a história de vida, se redescobre, entre outros aspectos na busca do conhecimento e do pertencimento.
[15:40] <Dani_Re> no próximo mês teremos aqui as professoras: Vera Menezes (UFMG) e Ana Elisa Novaes (IFMG-Ouro Preto)
[15:41] <rivania> Já há algumas iniciativas do governo para a produção de material didático e paradidático para alunos de EJA,.
[15:41] <adelmaa> Tenho pensando com carinho nesta nova área de pesquisa, pois trabalho também com fonética na alfabetização.
[15:41] <Woodsonfc> Vou finalizar, mas vocês podem continuar conversando. Quero informar os próximos eventos!
[15:41] <adelmaa> Que ainda se encontram realidade deste público.
[15:42] <rivania> Há o programa literatura para todos, que realiza concurso literário, de todos os gêneros, para selecionar obras escritas especialmente para esse público
[15:42] <flainine> Parabéns professoras. E gostaria de estreitar ainda mais esse conhecimento ao qual vocês têm. Gostaria de ser informada do dia, data e horário dos seminários do mês seguinte, para que possa me organizar melhor. Deus as abençoe, e até mês que vem.
[15:43] <Woodsonfc> Vou finalizar, mas vocês podem continuar conversando. Quero informar os próximos eventos antes que todos se saiam!!
[15:43] <adelmaa> Olhe, para compreender o segmento Eja mais de perto eu sempre indico a leitura de Paulo Freire.
[15:43] <flainine> --- uma pergunta: como adquirir o certificado? ---
[15:44] <caroleao> Obrigada pela oportunidade professoras! ótimas palestras!
[15:44] <adelmaa> Nós que agradecemos por esta rica interação.
[15:44] <AlineResende> para obter o certificado envie um e-mail stis@textolivre.org.
[15:45] <AlineResende> informando a data da palestra, nomes dos palestrantes e o nickname utilizado para acessar
[15:46] <adelmaa> Obrigada a todos vocês pela participação.
[15:46] <Woodsonfc> Quero agradecer e parabenizar as palestrantes pela disponibilidade e entusiasmo
[15:46] <Marlene> Parabéns as duas palestrantes pelos trabalhos apresentados.
[15:46] <adelmaa> Nós é agradecemos e  nos sentimos honradas pela oportunidade.
[15:46] <rivania> Woodsonfc, foi muito interessante participar do stis. Agradeço a todos pela atenção.
[15:47] <kessiabrito> Gostaria de agradecer e parabenizar as palestrantes!
[15:47] <rivania> *atenção.
[15:47] <Woodsonfc> É esse espírito que faz do nosso STIS um evento virtual de peso!
[15:47] <Madu> clap clap
[15:47] <adelmaa> Clap clpa clap clap clap
[15:47] <kessiabrito> Enriquecedora oportunidade essa de participar desta palestra!
[15:47] <Woodsonfc> Queria divulgar as próximas palestras antes que todos saiam
[15:47] <AlineResende> clap clap clap
[15:47] <rivania> clap,clap,clap pra Adelma.
[15:48] <flainine> woodsonfc -- podes me avisar por e-mail?
[15:48] <rivania> Clap,clap,clap, para toda a equipe dos Stis e para todos os participante.
[15:48] <flainine> e-mail: fglayd@hotmail.com
[15:48] <Woodsonfc> Vera Menezes (UFMG) e Ana Elisa Novaes (IFMG-Ouro Preto) em 27 de Setembro/2013 nesse mesmo horário (sempre as Sextas)
[15:48] <adelmaa> Parabéns Rivânia pela tese tão brilhantemente defendida na FALE e que tive o prazer de presenciar.
[15:48] <flainine> agradeço.
[15:48] <rivania> *Participantes.
[15:49] <rivania> Obrigada, Adelma.
[15:49] <adelmaa> Sua conferência é apenas uma parte pequena do que foi defendida na sala 2002.
[15:49] <DAVIDSON_> SERA ENVIADO AO E-MAIL LEMBRANDO SOBRE A PRÓXIMA PALESTRA DIA 27/09???
[15:50] <kessiabrito> As palestras ocorrem uma vez no mês?
[15:50] <Woodsonfc> E Hugo Mari (PUC) e Marcos Lopes (USP)  18 Outubro de 2013, 14:00 - 15:30 (no mesmo horário e dia da semana: Sextas)
[15:50] <ketyllenny> Obrigada a todas! Suas apresentações foram otimas e me ajudou muito a compreender mais ainda sobre o assunto.
[15:50] <Woodsonfc> Clap Clap Clap
[15:50] <adelmaa> Ficamos felizes com a particpação de todos!
[15:51] <AlineResende> AO SOLICITAREM OS CERTIFICADOS, GENTILEZA COLOCAR COMO ASSUNTO: "CERTIFICADO"
[15:51] <flainine> tchau pessoal. Deus os abençoe! sorriso
[15:52] <adelmaa> Obrigada Woodosn, HugLeo, Daniervelin, Madu, Aline que me ajudama fazer do stis uma realidade viva.
[15:52] <Woodsonfc> Os temas e títulos das palestras serão divulgados oportunamente!
[15:52] <rivania> Tchau flanine.
[15:52] <Dani_Re> obrigada a todos pela presença!
[15:52] <adelmaa> A profa Dra Ana Cristina Fricke Matte por ser o cérebro do stis.
[15:53] <Dani_Re> sorriso

 

Como citar este texto:

ARAÚJO, Adelma Lucia Oliveira. Políticas Públicas relacionadas à EJA(Educação de Jovens e Adultos) no Brasil: Relato Panorâmico. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano III, 2013. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/53-log-adelma-lucia-oliveira-silva-araujo-e-rivania-maria-trotta-sant-ana>;. Acesso em: 27 fev. 2014.

 

SANT'ANA, Rivânia Maria Trotta.  A abordagem (auto)biográfica em processos de letramento de adultos: um estudo de caso. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano III, 2013. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/53-log-adelma-lucia-oliveira-silva-araujo-e-rivania-maria-trotta-sant-ana>;. Acesso em: 27 fev. 2014.

 

Todos os trabalhos aqui publicados estão licenciados segundo a Creative Commons

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Based on a work at Texto Livre.

7. Setembro: Interação, Segunda Língua, Leitura, Tecnologia

cartaz STIS setembro 2013

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Vera Menezes e Ana Elisa Novais

Conferência dupla STIS SETEMBRO 2013

Dia 27 de setembro das 14 às 15:30, na Sala de Conferências do STIS

Interação e aquisição de segunda língua: uma perspectiva ecológica (Profª Drª Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paiva - UFMG)

Resumo: Pretendo discutir o papel da interação na aquisição de segunda língua em uma perspectiva ecológica. Definirei o conceito, descreverei seus tipos, recorrrei a trabalhos que demonstram que a interação é um instinto humano e, em seguida, refletirei sobre a interação na sala de aula em uma perspectiva ecológica. Ninguém tem dúvida de que a interação é essencial para a aquisição, mas, ao optar pela perspectiva ecológica, pretendo demonstrar que há tipos de interação que podem trazer empecilhos à aquisição. Para tanto, utilizarei a interação entre plantas em um bioma como metáfora para compreender a interação humana na sala de aula. Exemplificarei cada tipo com excertos de narrativas de aprendizagem coletadas por mim e por colaboradores do projeto Amfale (Aprendendo com memórias de aprendizes e falantes de línguas estrangeiras). Esse projeto possui um banco de dados com centenas de narrativas de aprendizes brasileiros, japoneses, chineses e finlandeses que podem ser lidas em ).

 

Remidiação e recursividade na leitura:marcas do digital no impresso (Profª Ms Ana Elisa Novaes - IFMG-OP)

Resumo: Os sistemas de mídias (Burke) operam em uma lógica definida por Bolter e Grusin (2000) como remidiação, ou o processo de processo de adaptação, reorganização, acomodação, que ocorre entre as mais diferentes mídias, da fala à escrita, do impresso ao digital. Segundo os autores, um meio antigo não pode ser totalmente substituído. O que existe são formas diferentes de remidiação, de adaptação, que podem ser mais ou menos reconhecidas pelos usuários. Na perspectiva da leitura como um sistema adaptativo complexo (COSCARELLI, NOVAIS, 2010 ), proponho, em consonância com o conceito de remidiação, analisar algumas peças publicitárias e remixes digitais. Esses textos, por se apropriarem de marcas típicas das interfaces digitais (botões, janelas, barras de rolagem, ícones, etc.), demandam dos leitores - do ponto de vista cognitivo - processos recursivos, auto-organizadores, não-lineares e adaptativos (PAIVA, NASCIMENTO, 2009; LARSEN-FREEMAN, 2008).

7.1. registro setembro

Registro da Conferência de 27.o de setembro de 2013:

 

 Interação e aquisição de segunda língua: uma perspectiva ecológica
conferencista: Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paiva


 Remidiação e recursividade na leitura:marcas do digital no impresso
conferencista: Ana Elisa Novaes

 

moderador: Equipe STIS

 


[14:02] <adelmaa> Seja bem-vinda, Profª Vera Menezes.
[14:02] <Vera> Obrigada
[14:03] <adelmaa> Como jtemos nossas duas conferencistas convidadas presentes podemos então começar.
[14:04] <adelmaa> Boa tarde a todos! Sejam bem-vindos ao nosso STIS. Os Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec  são um evento que procura congregar estudiosos  e discutir tema dos mais variado
[14:04] <adelmaa> campos de conhecimento que norteiam os trabalhos interdisciplinares desenvolvidos pelos participantes do grupo Texto Livre: Semiótica e Tecnologia, da UFMG.
[14:04] <adelmaa> Pediria atenção de todos para explicar como funciona nosso evento:  vou moderar a sala a partir de agora isto significa que neste momento somente as palestrante e os coordenadores deste
[14:04] <adelmaa> evento poderão falar. Após Após as conferências abriremos para as perguntas, que  deverão serão feitas pelo chat..
[14:04] <adelmaa> Hoje temos a honra de receber duas gerações de professores-educadores -pesquisadores  ilustres em nosso evento: a Profaª Drª Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paivae a Profa Ms. Ana Eliza Novaes.
[14:05] <adelmaa> A Profaª Drª Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paiva é  professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais cuja história na academia se iniciou com a graduação em Português e Inglês pela Pontifícia Universidade Católica de Minas
[14:05] <adelmaa> Gerais (1971); graduação em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (1973); mestrado em Inglês pela Universidade Federal de Minas Gerais (1987); doutorado em Linguística e Filologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
[14:05] <adelmaa> 1991) e pós-doutroado na PUCMinas. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: aquisição de língua inglesa, pesquisa narrativa, ensino de línguas mediado por
[14:05] <adelmaa> computador, gêneros digitais. É uma das pioneiras no ensino e pesquisa em educação a distância na área de Letras.  Foi presidente da Comissão de Especialistas em Letras da SESu/MEC (2000/2002) e presidente da ALAB
[14:05] <adelmaa> (2000/2002). Coordena o projeto de pesquisa AMFALE com colaboradores no Brasil, Japão, China e Finlândia. Atualmente é a editora-chefe da Revista
[14:06] <adelmaa> Brasileira de Linguística Aplicada, revista Qualis A1. Foi agraciada com a Medalha Santos Dumont, Categoria Prata em 2010. É pesquisadora do CNPQ.
[14:06] <adelmaa> Profa Ms. Ana Eliza Novaes é professora do Instituto Federal de Educação de Ouro Preto. É coordenadora do projeto de extensão LOCAL, DIGITAL,
[14:06] <adelmaa> GLOBAL (financiado pelo Ministério das Comunicações/Secretaria de Inclusão Digital) que oferece oficinas de letramento e cultura digital para professores da
[14:06] <adelmaa> rede pública de ensino de Mariana. Como pesquisadora, investiga a relação entre Linguagem, Leitura e Interação Humano-Computador, buscando a validação de
[14:06] <adelmaa> uma Matriz de Letramento Digital (DIAS, NOVAIS, 2008) para ensino e avaliação dessa categoria de letramento.
[14:07] <adelmaa> A primeira  conferência de hoje se intitula  “Interação e aquisição de segunda língua: uma perspectiva ecológica" que será proferida pela Profª Drª Vera Lucia Menezes de Oliveira e
[14:07] <adelmaa> Paiva - UFMG) e logo em seguida iniciaremos a segunda conferência intitulada  " Remidiação e recursividade na leitura:marcas do digital no impresso" que será proferida pela Profª
[14:07] <adelmaa> MS. Ana Elisa Novaes - IFMG-OP . Cada palestra terá a duração de 30 minutos. Antes do 5 minutos finais os coordenadores STIS avisarão aos palestrantes do tempo.
[14:08] <RODRIGO_> BOA TARDE
[14:08] <adelmaa> Professora Vera Menezes a palavra é toda sua. Seja bem-vinda!
[14:08] <Vera> Boa tarde a todos.
[14:09] <Vera> COmo não estou acostumada a fazer palestra por chat (não gosto de chat) desculpem se der algum erro.
[14:09] <Vera> Os moderadores receberam os slides?
[14:10] <adelmaa> Não. Não recebi não.
[14:10] <Vera> Qiue pena, enviei no começo da semana.
[14:10] <Vera> vamos só no texto então
[14:10] <Vera> Neste apresentação discutirei o papel da interação na aquisição de segunda língua em uma perspectiva ecológica.  Versão ampliada deste texto pode ser encontrada em http://www.veramenezes.com/interecologica.pdf
[14:10] <adelmaa> A senhora poderia nos encaminhar agora via e-mail. Depois que nós conversamos por telefone?
[14:11] <Vera> Agora?
[14:11] <adelmaa> Não recebi e comoa senhora havia medito que nõa saberia se usaria ou não. Não insisti. mas pode mandar agora que inclusiremos.
[14:11] <adelmaa> dani dêseu e-mial por gentileza.
[14:11] <Vera> ok
[14:11] <adelmaa> Dani dê seu e-mail por gentileza.
[14:12] <adelmaa> Pode se rproblema então do meu e-mail.
[14:12] <Dani_Re> oi, Vera, pode me enviar os slides e eu coloco online: daniervelin@gmail.com
[14:12] <Vera> enviei para vocês duas.
[14:12] <adelmaa> Perfeito Dani-Re!!!
[14:12] <Vera> Prossigo então
[14:12] <adelmaa> Com certeza!
[14:13] <Vera> Ninguém tem dúvida de que a interação é essencial para a aquisição, mas, ao optar pela perspectiva ecológica, pretendo demonstrar que há tipos de interação que podem trazer empecilhos ao desenvolvimento da língua.
[14:13] <Vera> Para tanto, utilizo a interação entre plantas em um bioma como metáfora para compreender a interação humana na sala de aula e exemplifico cada tipo com excertos de narrativas de aprendizagem.
[14:13] <Vera> A palavra interação é formada pelo prefixo inter-, que implica união, reciprocidade, e o substantivo ação que indica que a interação é uma atividade mútua, exigindo o envolvimento de pelo menos duas pessoas e provocando efeito recíproco.
[14:13] <Vera> Na linguística aplicada, Ellis (1999, p.1) define interação como "o comportamento social que ocorre quando uma pessoa se comunica com outra ".
[14:14] <Vera>  Ele, também, diz que a interação "pode ocorrer dentro de nossas mentes quando nos envolvemos com um tipo de 'fala privada’, como proposto por Vygotsky (1978), e de forma menos evidente, quando módulos diferentes da mente interagem para construir uma compreensão de ou uma resposta a algum fenômeno".
[14:14] <Vera> De acordo com Lee et al (2009, p. 5) "crucial para a aquisição da linguagem é o que chamamos de “instinto interacional”. Esse instinto é um impulso inato nas crianças para interagir com seus respectivos cuidadores."
[14:14] <Vera> Ellis (1999) também vê a interação como "o principal objetivo para a capacidade de linguagem específica da nossa espécie" e Tomasello (2003, p.2), ressalta que
[14:14] <Vera> "leva muitos anos de interação diária com os falantes maduros para que as crianças atinjam habilidades semelhantes às dos adultos, o que significa um longo período de aprendizagem com mais coisas para serem aprendidas – em várias ordens de magnitude –  do que é exigido de qualquer outra espécie no planeta."
[14:15] <Vera> É bem sabido que a interação é uma característica de qualquer espécie viva. A maioria de nós já viu cães pequenos provocando os grandes; pássaros cantando para chamar seus companheiros ou mesmo para avisar uns aos outros sobre a proximidade de predadores; ou plantas que se deslocam para receber a luz do sol.
[14:15] <Vera> É possível citar vários exemplos de interação na natureza, mas meu objetivo aqui é falar sobre a interação humana.
[14:15] <Vera> Voltando à tese de que a interação é um impulso inato, é possível encontrar vídeos no Youtube que mostram vários pais interagindo com bebês. Um exemplo é Noah De Leon First Interaction caught on câmera (<http://www.youtube.com/watch? v =2KdzybMp7ck> ).
[14:16] <Vera> Esse vídeo mostra a ansiedade de Noah e sua alegria ao interagir com sua mãe
[14:16] <Vera> Noah reage aos estímulos verbais de sua mãe, emitindo sons vocais, sorrindo, e fazendo movimentos diferentes com os braços e a cabeça, em uma interação multimodal.
[14:16] <Vera> Um vídeo (veja em <

;) que se transformou em viral na Internet, mostra dois bebês “conversando”. Eles não sabem falar ainda, mas emitem sons (dadadada); modulam a voz, variando a entonação; riem; fazem movimentos com as mãos e com os pés.
[14:16] <Vera> O mais interessante é que gerenciam turnos com competência e a sobreposição de “fala” é mínima.
[14:17] <Vera> Um experimento intitulado “Still Face Experiment” demonstrou como as crianças reagem quando não conseguem interagir com suas mães. No vídeo narrado por Tronick (Veja em  ), o pesquisador afirma que as crianças são extremamente sensíveis às emoções e reagem à interação social.
[14:17] <Vera> Em um dos experimentos, gravado em vídeo, vemos uma mãe brincando com seu bebê,  mas, de repente, a mãe para de responder. O bebê rapidamente percebe a situação incomum e usa todas as suas habilidades para tentar obter de volta a atenção da mãe.
[14:17] <Vera> Ela sorri para a mãe; aponta para algum lugar, porque a mãe costuma olhar para onde ela aponta; coloca as duas mãos na frente da mãe; e, por fim, grita por não conseguir chamar sua atenção.
[14:18] <Vera> Ela reage com emoção negativa, demonstrando angustia e, consequente, perda de controle que a faz chorar. Finalmente, a mãe torna a lhe dar atenção e a interação é reestabelecida.
[14:18] <Dani_Re> os slides podem ser acessados à direita pelo código: vera
[14:19] <Vera> A interação está no cerne da aprendizagem de línguas, pois aprendemos línguas para construir relações sociais. Na sala de aula, ela funciona como importante apoio para a aprendizagem, mas pode também ocasionar situações embaraçosas.
[14:19] <Vera> A necessidade de interação, de resposta do outro, não se limita aos humanos. Também esperamos reações das máquinas em resposta às nossas ações. Um exemplo é o nosso comportamento em frente a um computador.
[14:19] <Vera> Da mesma forma que o silêncio ou um rosto congelado perturba o participante em uma interação, como mostra a o experimento de Tronick, os computadores também podem perturbar seus usuários se a máquina não lhes der qualquer pista em resposta às suas ações.
[14:19] <Vera> Especialistas em computação levaram em conta o instinto interacional humano e criaram pistas semióticas para nos acalmar.
[14:20] <Vera> Alguns exemplos são um som específico que nos dá feedback sobre ações erradas e uma barra verde que nos informa sobre a progressão do processo de download de  um arquivo.
[14:20] <Vera> Sinais semióticos semelhantes facilitam nossa interação com diversos dispositivos eletrônicos.
[14:20] <Vera> Todos esses sinais são necessários para que possamos esperar pela resposta da máquina sem estresse ou com repetição inútil de ações semelhantes.
[14:20] <Vera> Quem nunca apertou repetidamente o botão do elevador apenas porque não havia indicadores luminosos da execução da ação? Ou quem nunca reenviou uma mensagem, porque não viu na tela a mensagem: "sua mensagem foi enviada com sucesso"?
[14:20] <Vera> Como Lee et al (2009, p.9) apontam, "o ímpeto interacional essencialmente motiva as crianças a  se apegarem e se afiliarem socialmente com os seus cuidadores." Os autores explicam que é nas interações que os padrões gramaticais emergem e que a linguagem é adquirida.
[14:21] <Vera> Eles partem do pressuposto que "mecanismos inatos para criação de laços afetivos, afinidade, e afiliação fazem com que as crianças se engajem em interações suficientes e adequadas para garantir a aquisição da lingua" (2009, vi).
[14:21] <Vera> Os autores reconhecem que "enquanto aquisição da primeira lingua é inevitável para todas as crianças normais, não existe a mesma garantia para a aquisição de segunda língua pelo adulto" (p.170). No entanto, eles concordam que,
[14:21] <adelmaa> Clique em escolha o tipo de atendimento - apresentação slides e depois digite vera ( me minusculo mesmo)
[14:21] <Vera> em condições em que a afiliação social e emocional com falantes da língua alvo é suficientemente forte, aspectos dos mecanismos subjacentes ao instinto interacional podem ser ativados de maneira a facilitar a aprendizagem de segunda língua. (p. 8).
[14:22] <adelmaa> Perfeito! Obrigada!
[14:23] <Vera> A Linguística Aplicada tem enfatizado a importância da interação para a aquisição de segunda língua (ASL). Hatch (1978) e Long (1981, 1996), por exemplo, consideram que a interação é essencial para ASL.
[14:24] <Vera> Hatch discorda que os alunos primeiro aprendem estruturas para então usá-las no discurso. Ela considera a possibilidade inversa. "Aprende-se a conversar, aprende-se a interagir verbalmente, e estruturas sintáticas são desenvolvidas nessa interação”. (p. 404)
[14:24] <Vera> Baseado em um estudo empírico, Long (1981) observou que, em conversas entre falantes nativos e não nativos, há mais modificações na interação do que em dados de falantes nativos.
[14:24] <Vera> Larsen-Freeman e Long (1991, p.266) argumentam que as visões interacionistas são mais poderosas que as outras teorias "porque elas invocam tanto fatores inatos quanto ambientais para explicar a aprendizagem de línguas".
[14:24] <Vera> Também é importante ressaltar que a hipótese interacionista concebe a lingua não apenas como um conjunto de estruturas sintáticas, mas também como discurso.
[14:25] <Vera> Hall (2004, p. 611) explica que o papel da interação não é apenas uma questão de reunir "pessoas para trabalhar em busca de um objetivo comum que leva à transformação", mas de desenvolver relacionamentos interacionais reais.
[14:25] <Vera> Apesar da suma importância dos estudos já realizados sobre interação em sala de aula, gostaria de propor uma visão ecológica da interação e ouvir a voz dos aprendizes sobre a questão.
[14:25] <Vera> Numa abordagem ecológica, a interação será entendida como "a relação entre as espécies que convivem em uma comunidade; especificamente, o efeito que um indivíduo de uma espécie pode gerar em um indivíduo de outra espécie
[14:25] <Vera> Interação em uma perspectiva ecológica
[14:26] <Vera> Como apontado por Leffa (2003, p 2), “ninguém aprende sozinho, como também ninguém cresce, vive, sofre ou morre sozinho; estamos sempre agindo e reagindo com o contexto que nos cerca”.
[14:26] <Vera> Uma abordagem ecológica, como apontada por van Lier (2004), leva em consideração o que está acontecendo no ambiente. Ele explica que "as coisas estão acontecendo o tempo todo, nas escolas, nas salas de aula, em torno de mesas e computadores" (p. 11).
[14:26] <Vera> Na verdade, a aprendizagem pode acontecer em qualquer lugar onde o aluno tiver a possibilidade de ter experiências linguísticas interpessoais ou intrapessoais.
[14:26] <Vera> Vivemos em biomas, em comunidades ecológicas. Uma comunidade ecológica é definida como “um grupo de espécies vivas interagindo de forma real ou potencial em um mesmo local”.
[14:26] <Vera> Para crescer e se reproduzir em nossos biomas precisamos de alguns recursos. A língua é um recurso poderoso para aprendizes que precisam de input linguístico e de interação para adquirir a lingua. A fala de um aprendiz chinês de Inglês ilustra este ponto, dizendo:
[14:27] <Vera> (...) como minha mãe sempre dizia, "a linguagem é tão vital como água e oxigênio, porque o ser humano não pode viver sozinho sem qualquer interação com o mundo exterior. Os humanos necessitam de comunicação com os outros através da língua…” (O texto completo está disponível em http://llhs.wetpaint.com/page/25>;)
[14:27] <Vera> Aprendizes de línguas adicionais em um ambiente linguístico pobre encontram dificuldades na aquisição da lingua. Da mesma forma, de acordo com o texto “Plant Competition"
[14:27] <Vera> "os organismos que vivem em um habitat com recursos escassos, ou estão vivendo com mais organismos do que o habitat pode sustentar, provavelmente, não serão tão bem sucedidos quanto aqueles em melhores habitats e com mais recursos".
[14:28] <Vera> De acordo com esse texto, a escassez de recursos gerará “morte ou, pelo menos, crescimento mínimo". Por analogia, podemos prever que a aprendizagem de uma língua em ambientes pobres, com falta de input e de interação, também levará a um desenvolvimento mínimo.
[14:28] <Vera> Há quatro tipos diferentes de interação entre espécies em um bioma:
[14:29] <Vera> mutualismo (quando as duas espécies se beneficiam da interação); Um exemplo de mutualismo é a interação entre beija-flores e as flores e o consequente processo de polinização. Ambos, pássaros e flores, se beneficiam com essa interação.
[14:29] <Vera> vejam a imagem do beija-flor
[14:29] <Vera> comensalismo (uma espécie se beneficia e a outra não é afetada); Comensalismo pode ser ilustrado por orquídeas e musgos e sua relação com as árvores. Apesar de orquídeas e musgos serem beneficiados pela árvore que as hospeda, esta não é afetada por suas hóspedes.
[14:29] <Vera> competição (cada espécie é afetada negativamente); Mas o que acontece quando plantas crescem muito próximas umas das outras? Nesse caso temos a competição. As plantas vão competir pela luz do sol, por água e nutrientes sob pena de não sobreviverem. Estas plantas não crescem bem como as que crescem com mais espaço. Além disso, algumas delas se saem melhor na competição do que outras.
[14:30] <Vera> predação ou parasitismo (uma espécie se beneficia e a outra fica em desvantagem).      Neste caso, o que é benéfico para um representa desvantagem para o outro. Um exemplo é o gafanhoto que come as plantações.
[14:30] <Vera> Os aprendizes de uma língua adicional também vivem em biomas naturais ou educacionais e adquirem línguas por meio de interações com professores, colegas e usuários da língua, mediados ou não por tecnologia.
[14:30] <Vera> Eles experienciam tipos diferentes de interação que ora contribuem para o desenvolvimento da língua e ora constituem-se como obstáculo.
[14:31] <Vera> A interação na sala de aula na perspectiva ecológica
[14:31] <Vera> Na interação em sala de aula, também podemos encontrar tipos diferentes de interação. Mutualismo, quando ambos os parceiros se beneficiam da interação.
[14:31] <Vera> Ex,Apesar de um aluno ter maior proficiência do que o outro, ele afirma que aprendeu muito ao ensinar o colega
[14:32] <Vera> Poucos aprendizes tem a mesma percepção desse aluno e o mais comum são as descrições de um tipo de comensalismo, quando os menos proficientes se beneficiam da interação sem nenhum benefício para os parceiros mais competentes
[14:32] <Vera> Há ainda um tipo de interação que pode classificada como competição. Ele acontece quando os extrovertidos roubam o turno dos mais tímidos. Algumas vezes, isso acontece até mesmo quando o professor nomeia um aluno com mais dificuldade para tomar o turno.
[14:32] <Vera> Finalmente a interação predatória acontece em casos de bullying, quando o escárnio e o assédio moral silenciam os alunos menos proficientes. Como veremos nas duas narrativas seguintes.
[14:33] <Vera> Lembro-me de uma colega que ao tentar ler num diálogo a seguinte frase: “Excuse me, madam!” ela disse: “Excuse me, mãe!” Foi a piada do dia ou do ano talvez! Até hoje quando a vejo vem-me um misto de dó e vontade de rir ao relembrar da cena. Até hoje a coitada apavora-se com o Inglês, ela foi a minha colega na graduação e sofria como na adolescência. (Disponível em: <http://www.veramenezes.com/pf032.htm>;, acesso em 20 j
[14:33] <Vera> No início eu detestei, muitos colegas satirizavam daqueles que não sabiam nada, e é claro, eu era uma das vítimas. As dificuldades foram inúmeras, pensei em desistir, mas meus pais pediram para dar seguimento, não se importando com os colegas. Através de uma busca instigante por força é que decidi continuar. (Disponível em: <http://www.veramenezes.com/i_lima_030.htm>;, acesso em 20 jan. 2012)
[14:33] <Vera> Além desses quatro tipos de interação, no caso dos seres humanos, outro tipo deve ser incluído na lista: a interação mediada.
[14:33] <Vera> O homem é a única espécie capaz de desenvolver tecnologia para ampliar sua interação dentro e fora do seu próprio bioma. Livros, correio, telégrafo, telefone, TV, rádio, cinema e internet são alguns dos exemplos de artefatos culturais. A maioria desses artefatos tem sido utilizada na educação para melhorar a interação na sala de aula, principalmente nas aulas de língua.
[14:34] <Vera> Eu gostaria de avançar na perspectiva ecológica e afirmar que a interação em sala de aula não é suficiente para SLA. A pesquisa com narrativas de aprendizagem (MURPHEY, 1997, 1998; MENEZES, 2008; MURRAY, 2009) tem demonstrado a importância da interação em ambientes naturais para ASL
[14:34] <Vera> O mesmo estudante chinês, que considera a linguagem como um recurso vital também disse: "não podemos usar apenas o chinês para se comunicar com as pessoas cujas origens são semelhantes às nossas para o resto de nossas vidas".
[14:35] <Vera> Outro estudante chinês destacou a importância da interação com falantes mais proficientes  e disse: "eu fiz alguns amigos entre os colegas que são falantes nativos de Inglês e aqueles que estudaram no exterior, e eu tenho mais chance de falar Inglês.
[14:35] <Vera> Interagindo com eles, eu me torno mais fluente” (Narrativa completa em: <http://llhs.wetpaint.com/page/29>;).
[14:35] <Vera> De fato, os seres humanos podem viver em diferentes biomas da Terra e estão fazendo tentativas para viver em outros espaços do universo.
[14:35] <Vera> Como a língua é o nosso principal recurso comunicativo, é necessário aprender outras línguas para interagir dentro do nosso bioma natural e em outros biomas com as quais temos contato. Empoderados pelas novas tecnologias, os alunos podem ampliar suas experiências interacionais e ir além das paredes da sala de aula.
[14:36] <Vera> Nós todos sabemos que a interação em sala de aula ainda não recebeu a atenção que merece em nossas escolas. Em minha pesquisa narrativa (PAIVA, 2007 e MENEZES, 2008), registro que os narradores repetidamente se queixam da falta de interação em sala de aula.
[14:36] <Vera> Um deles disse: "Eu não acho que meu curso era bastante comunicativo. Faltou mais interação, linguagem funcional, dramatizações e dinamismo. O foco foi mais sobre gramática". Poucos narradores falam sobre experiências interativas positivas em escolas regulares,
[14:36] <Vera> O que chama minha atenção quando leio as narrativas em meu corpus é como as experiências interacionais fora da escola contribuem para a aquisição da lingua
[14:36] <Vera> Um exemplo representativo é dado por um estudante que também é um competidor de skate. Veja o que ele diz:
[14:37] <Vera> Na verdade o skate tem sido uma 'catapulta' para o meu processo de aprendizagem de Inglês. É comum encontrar falantes nativos de inglês em competições de skate, então eu tinha que me comunicar com eles, a fim comentar sobre a competição, ou mesmo sobre a minha própria apresentação, por exemplo.
[14:37] <Vera> Os primeiros passos estão, então, relacionados com o processo de aprendizagem comunicativa, pois o uso real da lingua era necessário para a comunicação. Gírias e jargões eram usados o tempo todo, e eu não sabia exatamente o que eles queriam dizer, mas eu podia entender o seu significado através do contexto em que estávamos.
[14:37] <Vera> Depois disso, meu interesse pelo inglês aumentou em muitos aspectos, tais como a música, arte e esportes, o que é apenas a continuidade do processo que começou quando eu era criança.  (Disponível em: http://www.veramenezes.com/i001.htm)
[14:37] <Vera> Outro exemplo significativo é narrado por um aprendiz de língua espanhola que gosta de futebol e começou a procurar mais informações sobre as equipes sul-americanas em diferentes países.
[14:37] <Vera> Ele diz que, fazendo pesquisa sobre os diversos times, ele entrou em contato com as músicas que os fãs costumavam cantar durante as competições. Ele, então, decidiu aprender espanhol para entender as letras. (ver narrativa completa em <http://www.veramenezes.com/audio06e.htm>;)
[14:38] <Vera> Muitos outros exemplos podem ser encontrados em nosso banco de dados, mas os relatos aqui reproduzidos são suficientes para compreendermos que as oportunidades de interação não são as mesmas para todos os alunos e que a interação em sala de aula, além de insuficiente pode trazer constrangimentos para alguns alunos.
[14:38] <Vera> Considerações finais
[14:38] <Vera> Não é minha intenção minimizar o papel da interação na sala de aula, mas, no meu corpus de narrativas de aprendizagem de línguas, os alunos com oportunidades de interação em contextos fora da sala de aula dizem que essas experiências representaram uma guinada em seu processo de ASL.
[14:38] <Vera> Essas histórias indicam que os alunos só se tornam fluentes se eles têm a oportunidade de ampliar suas percepções como usuários da língua e se se engajarem em práticas sociais de linguagem autênticas.
[14:38] <Vera> Minha suposição é que nós, como professores, podemos colaborar para ampliar o acesso a outros os biomas por nossos alunos, colocando-os em contato com outros aprendizes ou falantes em ambientes mediados pela tecnologia.
[14:39] <Vera> Vários exemplos podem ser mencionados aqui. Um deles é o projeto International Writing Exchange (Disponível em: <http://www.writeit.to/>;), coordenado por Ruth Vilmi, em Helsinki.
[14:39] <Vera> Um exemplo brasileiro é o Projeto Teletandem, coordenado por João Telles da UNESP, onde pares de alunos trabalham juntos, ensinando sua própria língua e aprendendo a língua do parceiro, ao mesmo tempo.
[14:39] <Vera> Um terceiro exemplo é o projeto Ibunka, coordenado por Watanabe, no Japão. Seu projeto reúne grupos de estudantes e seus professores em diferentes partes do mundo para trocar pontos de vista sobre as diferentes questões culturais. As atividades envolvem um fórum de discussão, sessões de chat e trocas de video letters.
[14:39] <Vera> Mas como nem toda interação traz benefícios, considero que investigar a interação no ambiente educacional na perspectiva ecológica pode nos ajudar a entender que a sala de aula funciona como um bioma natural e as interações não acontecem apenas para ajudar no desenvolvimento da aprendizagem.
[14:39] <Vera> A sala de aula também é uma arena de disputa de poder onde competições e atitudes predatórias acontecem.
[14:40] <Vera> As pesquisas apoiadas pela teoria sociocultural, geralmente, limitam-se a defender a importância da colaboração e ignoram os tipos de interação que impedem o desenvolvimento do aprendiz.
[14:40] <Vera> Considero relevante que futuras pesquisas se debrucem sobre esse tema e procurem soluções para o problema da competição e da interação predatória.
[14:40] <Vera> Além disse é importante ainda refletir sobre o par mais competente e verificar se esse tipo de interação se constitui em mutualismo ou comensalismo.
[14:40] <Vera> Afinal todos os alunos devem ter oportunidade de desenvolvimento.
[14:41] <Vera> O texto completo e as referências estão no link dado no início.
[14:41] <Vera> Obrigada!
[14:41] <adelmaa> Clap Clap Clap Clap Clap (ovação online). Esta é uma verdadeira Aula Magna no nobre sentido da expressão.,
[14:41] <Dani_Re> Muito obrigada, profa. Vera!
[14:41] <Dani_Re> Acredito que as perguntas vão ser mais interessantes depois da segunda apresentação, de forma a prever mais interação, não é?
[14:42] <Dani_Re> sorriso
[14:42] <Vera> ok
[14:42] <Dani_Re> Profa. Ana Elisa Novais, está pronta?
[14:42] <anaelisanovais> Sim, estou pronta!
[14:43] <Dani_Re> a palavra é sua então!
[14:43] <anaelisanovais> Qual o código para acessar os slides?
[14:43] <Dani_Re> novais
[14:43] <anaelisanovais> ok
[14:43] <Dani_Re> mudem o código à direita, por favor, para: novais
[14:43] <Woodsonfc> Pessoal, as perguntas e manifestações só serão pelos palestrantes vistas após a segunda apresentação
[14:43] <anaelisanovais> gostaria de pedir a todos para já abrir os slides, pois aqui, pelo menos, o acesso ficou um pouco lento no começo, e vamos precisar alternar entre algumas telas (indo e voltando)
[14:43] <anaelisanovais> mas vai dar tudo certo, rs
[14:44] <anaelisanovais> Bom, boa tarde a todos!
[14:44] <anaelisanovais> Agradeço imensamente à professora Adelma Araújo pelo convite, e a todos os integrantes do Grupo Texto Livre. Um convite realmente muito especial, principalmente pela oportunidade de dividir este momento com a professora Vera Menezes.
[14:44] <anaelisanovais> Tenho participado de um grupo de estudos sobre complexidade e sistemas adaptativos complexos, juntamente com a professora Vera e outros pesquisadores, e as leituras têm me deixado bastante entusiasmada.
[14:45] <anaelisanovais> Tal entusiasmo me fez arriscar escrever este artigo, há muito engavetado por falta de tempo e de um viés realmente interessante para engatilhar a discussão.
[14:45] <anaelisanovais> A “lente” da complexidade se apresenta como essencial para a compreensão dos processos pelos quais tenho me interessado: a leitura e a escrita em ambientes digitais.
[14:45] <anaelisanovais> A minha fala de hoje é uma proposta de estender uma discussão que eu e a professora Carla Coscarelli iniciamos em um artigo chamado “Leitura: um processo cada vez mais complexo”.  http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/viewFile/8118/5807
[14:45] <anaelisanovais> Nesse texto, apresentamos as pesquisas de mestrado e doutorado orientadas pela professora Coscarelli, buscando aproximar os resultados da pesquisa aos estudos sobre sistemas complexos.
[14:46] <anaelisanovais> Foi um estudo bem inicial, embrionário mesmo, no qual tentamos definir a leitura como um sistema adaptativo complexo (SAC): dinâmico, aberto, auto-organizado, não linear e recursivo.
[14:46] <anaelisanovais> Hoje, selecionei alguns textos que tenho colecionado há algum tempo, principalmente com a intenção de utilizá-los em sala de aula, com os alunos. Acredito muito as habilidades caras ao letramento digital podem ser formadas em aulas off-line, sem computadores e internet.
[14:46] <anaelisanovais> Pelo que vocês então avancem os slides, e vejam as duas imagens que se seguem.
[14:46] <anaelisanovais> São os slides 2 e 3 (não tem numeração, mas são os dois próximos).
[14:47] <anaelisanovais> Acho que muita gente conhece o primeiro texto, o segundo é mais restrito.
[14:47] <anaelisanovais> O primeiro deles é um remix típico desses que aparecem no Facebook, mas o segundo é uma peça publicitária feita para circular em revistas impressas.
[14:47] <anaelisanovais> Tenho percebido que muitos textos impressos têm “imitado” as interfaces digitais, pegando emprestadas certas marcas típicas desses ambientes para construir os mais diferentes efeitos de sentido.
[14:47] <anaelisanovais> Mesmo os que circulam pelo Facebook, Tumblr ou outras redes sociais, são textos “bidimensionais”, ou “não-navegáveis”, ou seja: apropriam-se de elementos tipicamente ligados à navegação digital (ícones, botões, janelas, etc.), utilizando-os em outros contextos, fora dos processos de navegação.
[14:48] <anaelisanovais> Essa presença constante do mundo “virtual” nos meios de comunicação mais tradicionais, como os impressos, indica que, mesmo para ler o impresso, o leitor precisa ter, atualmente, conhecimentos sobre o digital.
[14:48] <anaelisanovais> Bom, para discutir esses textos vou tentar relacionar dois conceitos diferentes.
[14:49] <anaelisanovais> Primeiro, o conceito de remidiação (BOLTER, GRUISIN, 2000), ligado ao processo enunciativo (ou produção de conteúdo, ou escrita mesmo).
[14:49] <anaelisanovais> Em seguida, a propriedade de recursão ou recursividade (principalmente em PAIVA, NASCIMENTO, 2009), ligada ao processamento cognitivo desses textos.
[14:49] <anaelisanovais> A proposta é pensar como a remidiação, um processo natural que ocorre dentro dos sistemas de mídia, faz emergir a propriedade recursiva da leitura, entendida como SAC.
[14:49] <anaelisanovais> Vamos falar um pouco sobre remidiação
[14:49] <anaelisanovais> Nos dias de hoje, o leitor tem, ao menos potencialmente, uma gama muito rica e intensa de modos de ler, pois os textos se multiplicam nos mais diferentes meios. Mais além, os meios também sofrem influência uns dos outros, ou são representados de forma diferente.
[14:50] <anaelisanovais> Remidiação é basicamente a ação de representar um meio em outro.
[14:50] <anaelisanovais> Os meios estão em constante evolução. Essa evolução se opera por meio de filiações, quando as mídias precisam “pedir emprestadas” marcas típicas e genuínas, até se estabilizarem, ou novamente se reorganizarem.
[14:50] <anaelisanovais> Bolter e Gruisin (2000) defendem que toda mediação é remidiação (a escrita é remidiação da fala, por exemplo).
[14:50] <anaelisanovais> Segundo os autores, todas as mídias que existem funcionam como remidiadoras, e essa remidiação nos fornece meios para interpretar o funcionamento das mídias anteriores.
[14:50] <anaelisanovais> Nossa cultura conceitua cada mídia ou constelação de mídias a partir do modo como estas respondem, reorganizam e competem a reconfiguração de mídias.
[14:50] <anaelisanovais> Esse processo - a remidiação - não surge, é claro, com a mídia digital. A criação de novas mídias sempre veio acompanhada de uma reformulação de técnicas diferentes.
[14:51] <anaelisanovais> A televisão, por exemplo, bem buscado se remodelar para alcançar a internet e os canais pagos. Basta a gente pensar em programas e começam a integrar a linguagem da internet ou o sucesso do youtube.
[14:51] <anaelisanovais> Pelo que avancem mais 1 slide
[14:51] <anaelisanovais> Estão vendo agora uma primeira página do jornal Estado de Minas?
[14:52] <anaelisanovais> Os impressos também têm tentado acompanhar a evolução provocada pelo avanço das tecnologias digitais. O tempo todo vemos revistas, jornais e livros que “brincam” de se parecer com outros meios, como a televisão e a internet. Tanto no estilo de escrita, na temática, quanto na aparência.
[14:52] <Woodsonfc> Sim
[14:52] <anaelisanovais> Tem revista que imita blog, site que imita página de livro (até com barulho de virar a página!), programa de TV que mostra janelas clicáveis na programação, etc. Os exemplos são muitos!
[14:52] <anaelisanovais> ótimo
[14:52] <anaelisanovais> A capa do jornal Estado de Minas traz uma carta ao cantor e compositor Chico Buarque, quando da última rodada de shows dele em Belo Horizonte. É uma carta de boas vindas, que promove um diálogo com várias músicas do autor. “Meu caro amigo”, por exemplo, aparece no título como “Meu caro Chico”.
[14:52] <anaelisanovais> Aqui, um exemplo de gêneros intercalados, ou gêneros híbridos.
[14:53] <anaelisanovais> Na sessão “Superesportes”, outro exemplo, as notícias sobre futebol são apresentadas com uma versão/paródia de uma das letras de Chico Buarque: “aqui na terra estamos tentando jogar futebol”. Muitos outros exemplos como esse aparecem.
[14:54] <anaelisanovais> tá bem pequeno... não dá pra ler, mas podem confiar, está lá, rs
[14:54] <anaelisanovais> o "Meu caro Chico" está bem visivel
[14:54] <anaelisanovais> Reparem que essa apropriação não se dá apenas no nível do texto verbal. Toda a primeira página desloca o leitor da formalidade e organicidade típica de um periódico impresso de grande circulação, para um universo mais pessoal, materializado tanto na tipologia escolhida (que reproduz a escrita manuscrita) quanto na disposição das fotos, das legendas e de outros elementos como a caneta e a xícara de café.
[14:54] <anaelisanovais> O jornal, “remidiado”, em certa medida, pela integração do gênero carta pessoal e pela utilização das letras de música de Chico Buarque, exige do leitor uma quebra de expectativas em relação ao que ele conhece sobre primeiras páginas de jornais impressos.
[14:54] <anaelisanovais> Essa quebra de expectativas pode ser tomada, do ponto de vista cognitivo, como uma atividade de auto-organização, propriedade essencial da leitura como um SAC.
[14:55] <anaelisanovais> A partir dessa atividade, cada leitor vai acionar elos referenciais adequados ao seu conhecimento sobre as músicas do Chico Buarque, às suas experiências de leitura de cartas pessoais, ou mesmo às suas experiências de mundo (porque não?).
[14:55] <anaelisanovais> Como nos lembra bem a Ana Elisa Ribeiro, os leitores atuais “precisam ter uma relação suficientemente estável para que a leitura seja possível, mas suficientemente flexível para que novas experiências possam ser incorporadas”.
[14:56] <anaelisanovais> Como disse, esse é um exemplo de gêneros intercalados, ou gêneros híbridos, de Bakhtin, se pensássemos em fotografias, cartas, letras de música e primeiras páginas de jornais como gêneros típicos do meio impresso.
[14:56] <anaelisanovais> Minha intenção nesse exemplo é justamente diferenciar essa prática do processo de remidiação, mais bem explorado no slide seguinte.
[14:56] <anaelisanovais> Por favor, avancem mais um slide, e verão um cartaz com a logo do youtube.
[14:57] <anaelisanovais> Uma festa chamada Youtube Fest? Que usa a logomarca da rede social de vídeos da internet para promover o evento? Aí sim, o impresso (cartaz, no caso) está pegando emprestado não só uma marca do digital, mas também todo o “prestígio”, digamos assim, da rede social, para “bombar” a tal festa. Repare o cartaz também traz outra construção genuinamente digital, as hashtags.
[14:57] <anaelisanovais> #tabombandonanet
[14:57] <anaelisanovais> Mais um exemplo, avancem para o próximo slide, por favor
[14:58] <anaelisanovais> uma primeira página de jornal IMPRESSO, que preferiu manter um texto tipicamente DIGITAL, o e-mail, dentro do seu formato original, o e-mail, para informar melhor o leitor sobre os desdobramentos da notícia.
[14:58] <anaelisanovais> Ao invés de detalhar o fato da primeira página, o jornal Correio preferiu reproduzir um e-mail que a personagem da matéria (mãe do aluno), teria enviado à direção da escola.
[14:59] <anaelisanovais> Bom, a remidiação então parece ser um conceito mais amplo do que o conceito de gêneros híbridos/intercalados, porque opera não só no nível dos textos, mas dos meios, e do que eles significam para os leitores. Mas, como vimos, os dois conceitos estão totalmente relacionados.
[14:59] <anaelisanovais> Do ponto de vista cognitivo, ambos os processos enunciativos (gêneros híbridos ou remidiações) operam no leitor processamentos recursivos, auto-organizadores e abertos, como veremos a seguir.
[14:59] <anaelisanovais> Agora, vou tentar discutir como esse processo acontece do digital para o impresso, com textos que se apropriam de marcas típicas dos ambientes digitais (botões, ícones, setas, jantelas, barras de rolagem, barras de progresso, etc.).
[14:59] <anaelisanovais> Mas antes disso vou tentar falar mais um pouco sobre a propriedade de recursão,  fundamentada principalmente em um artigo dos professores Vera Menezes Paiva e Milton do Nascimento, chamado “Hipertexto e complexidade” (2009).
[15:00] <anaelisanovais> Há uma brincadeira geek super interessante sobre a ideia de recursão, que é a seguinte: "Para entender a recursão, a pessoa deve primeiro entender a recursão."
[15:00] <anaelisanovais> A ideia de recursão, ou recursividade, está ligada à idéia de circuito/retroação. Basicamente, é a propriedade que tem os sistemas complexos de retomar um estado inicial, a partir do estado final.
[15:00] <anaelisanovais> Recursividade, para Paiva e Nascimento, (2009) é uma propriedade dos SACs ligada à noção de hipertextualidade, ou a construção de links (cadeias referenciais) durante o processamento cognitivo da leitura.
[15:00] <anaelisanovais> Neste artigo, os autores defendem que a hipertextualidade seja compreendida como uma instanciação do princípio da recursão, visto como uma propriedade básica dos SACs, “uma condição necessária à auto-organização de espaços referenciais emergentes na produção do texto/sentido”. (p. 522).
[15:00] <anaelisanovais> Dada a característica dinâmica, aberta e não-linear dos sistemas complexos, já que operam recebendo energias externas ao sistema a todo o tempo, a ideia de circuito retroativo torna-se essencial nesse processo.
[15:00] <anaelisanovais> Dinamicidade dos sistemas complexos: reflexo de um processo de organização, de seus elementos constituintes, da qual emerge sempre uma ordem: unidade constituinte de um todo.
[15:00] <anaelisanovais> Para Larsen-Freeman e Cameron (2008, p.29), o dinamismo é uma das características fundamentais dos sistemas complexos e significa mudança constante. Sendo assim, um sistema complexo nunca se estabiliza completamente, e, portanto, não atinge uma organização que seja definitiva.
[15:01] <anaelisanovais> É assim que entendo a leitura, como um sistema que se modifica a cada input, durante todo o processamento e que faz emergir estruturas, significados, que não podem ser encontrados separados no processamento das partes e que não são parte integrante e explícita do texto lido.
[15:01] <anaelisanovais> O “esforço retroativo” do sistema manifesta-se de forma dinâmica. O fim do processo alimenta o início: o estado final se tornando de alguma forma o estado inicial, mesmo permanecendo final. E o estado inicial se tornando final, mesmo permanecendo final. (MORIN, 2001 p. 227 e 231, apud Paiva, Nascimento, 2009, p. 527)
[15:01] <anaelisanovais> Qual o “efeito final” ou “estado inicial” no nosso caso?
[15:01] <anaelisanovais> Sabemos que os leitores precisam recorrer ao conhecimento prévio para construir sentidos para o texto.
[15:01] <anaelisanovais> Esse conhecimento prévio está relacionado ao seu conhecimento de mundo, aos textos que leu, ao tema do texto, ao gênero textual, entre outros.
[15:02] <anaelisanovais> No caso dos textos que apresento aqui (podem navegar pelos próximos slides à vontade!), o leitor precisa recorrer também a conhecimentos específicos da interação em ambientes digitais.
[15:02] <anaelisanovais> menos os três próximos, vou falar deles daqui a pouco
[15:02] <anaelisanovais> (icones, botões, etc.)
[15:02] <anaelisanovais> Então, para ler um texto impresso, cujas práticas já estão (estariam?) estabilizadas pelos leitores, o leitor cria determinadas expectativas (estado inicial).
[15:03] <anaelisanovais> Mas, aos se deparar com textos como esse, o leitor precisa, para ler, recorrer a seus conhecimentos sobre navegação.
[15:03] <anaelisanovais> Nesses textos, aparecem, pontualmente, elementos das interfaces gráficas digitais. Porque esses não são textos “navegáveis”, a natureza dos signos é recolocada, e seus sentidos se alteram.
[15:03] <anaelisanovais> Não se tratam mais de signos metalingüísticos (um comando que se autoexplica), mas elementos gráficos que compõe um texto multimodal. Tais elementos assumem uma significação totalmente nova, diferente da original, quando integravam as interfaces digitais.
[15:03] <anaelisanovais> Acharam o slide com um cartaz das manifestações?
[15:03] <anaelisanovais> para ler o cartaz de protesto, o leitor precisa saber o que significa “político_gov.exe”.
[15:03] <anaelisanovais> Essa compreensão só terá sucesso se o leitor recorrer a seus conhecimentos do universo digital.
[15:03] <anaelisanovais> Mas, como a leitura é um processo dinâmico e altamente adaptativo, o leitor, mesmo não conhecendo as extensões de arquivos executáveis (.exe) pode se aproximar do sentido pretendido pelo leitor com a palavra “político” e a abreviação _gov (governamental, governo, etc.).
[15:04] <anaelisanovais> O leitor precisa entender que o cartaz reproduz uma janela de sistema operacional, e que as palavras “Conformar-se” e “Lutar” são opções que o produtor dos textos dá ao leitor (já que estão em forma de botões).
[15:04] <anaelisanovais> A compreensão plena de um texto como esse só acontece quando a integração dos conhecimentos operar recursivamente, ou seja: quando seus conhecimentos sobre navegação forem utilizados como input (estado inicial) na leitura.
[15:04] <anaelisanovais> tá dando pra acompanhar, pelos slides?
[15:04] <anaelisanovais> agora queria que vocês chegassem ao slide da área de trabalho do computador, cheia de ícones
[15:04] <anaelisanovais> uma propaganda de agência de viagens. Só ao reconhecer a imagem como a área de trabalho de um computador, a mensagem pretendida pelos publicitários faz sentido.
[15:05] <anaelisanovais> Sabe aquele com o ônibus lotado?
[15:05] <anaelisanovais> Ali, o leitor precisa  relacionar ícone, extensão do arquivo (.rar) ao nome do arquivo (onibus.rar) para compreender a ironia com a imagem do ônibus lotado (arquivos .rar são arquivos compactados).
[15:05] <Dani_Re> está sim, anaelisanovais
[15:05] <anaelisanovais> ;)
[15:05] <anaelisanovais> Até aqui, parece que esses processos recursivos, quando o digital aparece remidiado no impresso, exiges do leitor apenas o reconhecimento de ícones e outros elementos da tela.
[15:06] <anaelisanovais> Mas, como veremos, o leitor desses textos precisa trabalhar um pouco mais.
[15:06] <anaelisanovais> Pra entender esse "esforço" do leitor, é preciso falar de navegação.
[15:06] <anaelisanovais> A navegação é um processo cognitivo, ligado à leitura, que ocorre tanto em textos impressos quanto digitais, e que se configura de maneira diferente em cada um dos meios.
[15:06] <anaelisanovais> No mestrado, defendi que a navegação envolve muito mais do que o reconhecimento simples dos elementos da tela (ícones, janelas, botões, etc.).
[15:06] <Dani_Re> anaelisanovais, estão pedindo para ir um pouco mais devagar, por favor
[15:07] <anaelisanovais> ok!!!
[15:07] <anaelisanovais> tô acabando
[15:07] <anaelisanovais> bom, então continuamos, com a noção de navegação
[15:07] <anaelisanovais> Para navegar bem, o leitor digital precisa entender que as interfaces possuem uma forma de organização própria, que se manifesta de forma estável, previsível e coerente.
[15:08] <anaelisanovais> Chamei essa organização de gramática da interface. (Novais, 2008)
[15:08] <anaelisanovais> não basta apenas identificar os ícones, é preciso entender como cada elemento da interface digital aparece nas situações de navegação: ativado, desativado, disponível, indisponível, etc.
[15:09] <anaelisanovais> A questão é que mesmo no impresso o leitor precisa recorrer aos seus conhecimentos como navegador.
[15:09] <Woodsonfc> anaelisanovais esse eu não achei, achei o do Youtube Fest e outros!
[15:10] <anaelisanovais> Vejam o slide com duas janelas, cujo destaque está em "Installing democracy"
[15:10] <anaelisanovais> Woodsonfc, estão mais para o final... que pena que não aparece nenhum número aqui... vou tentar te falar pelo número
[15:11] <anaelisanovais> do 11 em diante
[15:11] <Woodsonfc> tá
[15:11] <anaelisanovais> agora queria falar especificamente do 11 e do 12
[15:11] <anaelisanovais> o 12 é o "Installing democracy"
[15:11] <Vera> eu tb não achei
[15:11] <anaelisanovais> ;(
[15:11] <Woodsonfc> Achei está bem lá na frente
[15:11] <Vera> achei
[15:12] <anaelisanovais> ;)
[15:12] <anaelisanovais> Nesse caso aqui (installing democracy)
[15:12] <Woodsonfc> após o install Democracy
[15:12] <anaelisanovais> a diferença é que o leitor não precisa apenas identificar ícones, janelas, etc.
[15:12] <anaelisanovais> ele precisa entender um processo que acontece no computador
[15:13] <anaelisanovais> mesmo o texto estando em um cartaz!
[15:13] <Woodsonfc> é o 13 aquele de que estava falando
[15:14] <anaelisanovais> O texto só funciona se o leitor entende o processo digital que está sendo "recolocado" no cartaz, para informar que o sistema "Democracia" não deu certo!
[15:14] <anaelisanovais> Agora voltem 1 slide, por favor.
[15:14] <anaelisanovais> Um menino sorrindo, com um menu acionado em "Salvar Destino Como"
[15:14] <anaelisanovais> ok?
[15:14] <anaelisanovais> esse é o último exemplo q vou discutir
[15:14] <Dani_Re> ok
[15:15] <anaelisanovais> Nessa propaganda (vinculada em revistas impressas)
[15:15] <anaelisanovais> o leitor só compreende o texto quando relaciona a imagem ao menu de contexto, acionado, na interface digital de sistemas operacionais como o Windows, quando clicamos com o botão direito do mouse sobre alguns elementos.
[15:15] <anaelisanovais> No caso dessa peça publicitária, o menu está ativado na opção “Salvar destino como”. Este sintagma, que no contexto da navegação significa armazenar o objeto em determinado dispositivo de memória no computador, na publicidade assume significação totalmente diferente.
[15:15] <anaelisanovais> Mas, para concretizar essa leitura, o leitor precisa, recursivamente, de forma auto-organizada, recorrer a seus conhecimentos de navegador.
[15:15] <anaelisanovais> Não só identificar os elementos na tela, mas relacioná-los de forma integrada.
[15:15] <anaelisanovais> Para ler esses textos, remidiados, o leitor precisa operar recursivamente. As operações cognitivas que ele precisa realizar são recursivas porque ele precisa buscar referências de suas práticas como navegador.
[15:16] <anaelisanovais> As práticas de navegação alimentam as práticas de leitura.
[15:16] <anaelisanovais> E precisa não apenas identificar os ícones, mas também entender como aqueles elementos estão orquestrados no texto. Mesmo lendo textos “não navegáveis”, o leitor precisa recorrer aos seus conhecimentos de navegador.
[15:16] <anaelisanovais> Para concluir, espero que meus exemplos – e os conceitos que apresentei, mesmo que superficialmente aqui – possam operar recursivamente em relação ao artigo “Leitura, um processo cada vez mais complexo”.
[15:16] <anaelisanovais> Na verdade, a leitura é um processo complexo (ponto final).
[15:17] <anaelisanovais> O "cada vez" fica por conta das mudanças rápidas e "sagazes" que acontecem dentro da cultura digital.
[15:17] <anaelisanovais> Só pra lembrar, "complexo" não é sinônimo de "complicado" ou "difícil".
[15:18] <anaelisanovais> Um sistema é complexo quando trabalha com vários elementos e agentes ao mesmo tempo.
[15:18] <anaelisanovais> A leitura, como um sistema complexo, auto-organizador, opera pela recursão, e por isso é não-linear, aberta e dinâmica.
[15:18] <anaelisanovais> A leitura, portanto, é um sistema “fora do equilíbrio”, que precisa a todo o momento ser atualizada, pois o sistema de mídias, assim como as línguas, justamente porque são constructos sociais, estão sempre em movimento, se atualizando e se modificando, no e para o desenvolvimento tecnológico.
[15:18] <anaelisanovais> Bom, é isso.
[15:18] <anaelisanovais> Desculpe a correria e o desencontro nos slides...
[15:18] <anaelisanovais> Obrigada!!!!
[15:18] <Dani_Re> muito obrigada!
[15:18] <Dani_Re> a sala está agora aberta para perguntas, comentários...
[15:19] <vanessabarreto> Posso?
[15:19] <mirthys> Um fato muito importante, na minha opinião, foi a utilização de conceitos como comensalismo, predação, competição e mutualismo, aplicados a relações humanas. Achei um comparativo muito interessante e altamente adequado. Porque, a partir do ponto que temos um modelo comparativo adequado, nos possibilita estudar o fenômeno de forma mais clara.
[15:19] <adelmaa> CLap clap clap clap clap! Excelente conferência Profa Ana Elisa, parabéns!
[15:19] <Woodsonfc> Do menino é o  slade 10
[15:19] <marcelo> Poderiamos pensar que os sistemas complexos são compostos por elementos externos ao texto, assim como os internos?
[15:20] <anaelisanovais> Woodsonfc, eu contei com a capa ;(
[15:20] <FatimaF> Parabéns, achei muito interessantes
[15:20] <Dani_Re> vanessabarreto, pode!
[15:20] <Felipe__> acredito que dentro de sistemas complexos podem haver outros sistemas complexos menores
[15:20] <Felipe__> sub sistemas
[15:21] <Felipe__> (resposta para marcelo)
[15:21] <anaelisanovais> marcelo, com certeza. já ia dizer que a fala do Felipe__ ajuda a responder, rs.
[15:21] <neffer> Muita boa a exposição! Parabéns!
[15:21] <Woodsonfc> Clap Clap Clap anaelisanovais nós é que pedimos desculpas pela nossa falha em não colocar numeração nos Slades
[15:22] <Felipe__> excelente !
[15:22] <midias> Oi! Cara profa. Ana elisa participou da banca de uma aluna de dr. da professora silvânia nascimento-fa-ufmg quando alertou sobre o tema que discorreu e pontuou como as normas da ABNT são "subertidas"nessa camuflagens entre as midias para usar u termo da ecologia...comente por favor
[15:22] <BrunoForgiarini_> Clap cla clap artigo muito bem apresentado
[15:22] <anaelisanovais> Claro que a prof. Vera pode responder a vocês muito melhor do que eu, mas vou me arriscar a dizer que a noção de subsistemas é recorrente nos estudos sobre sistemas complexos.
[15:22] <Woodsonfc> Perguntas por favor e diga a quem irão se dirigir!
[15:22] <vanessabarreto> Gostaria de agradecer a oportunidade de partilha de conhecimento e a generosidade das professoras Vera e Ana Elisa. Ministro neste semestre a disciplina de LA para o 4 período de Letras Inglês da Unimontes e os estudos de Rod Ellis nos têm sido muito úteis. Gostaria de indagar a professora Vera se, conscientes das limitações da interação em sala de aula, poderíamos concluir que interações fora desse contexto não ser
[15:22] <Vera> Muito interessante essa demonstração de como os elementos de uma mídia interagem com a outra mostrando que os gêneros como sistemas complexos são "relativamente estáveis" e por isso abertos a outros elementos
[15:22] <vanessabarreto> funcionais que as da sala de aula?
[15:23] <anaelisanovais> E que todo sistema complexo, justamente por ser dinâmico e aberto, recebe interferências de outros sistemas.
[15:23] <anaelisanovais> Isso, prof. Vera!
[15:23] <Vera> Vanessa, vc pode reformular sua pergunta? Eu não entendi bem.
[15:23] <Felipe__> muito interessante. Os estudos em complexidade estão trazendo grandes contribuições para nossa área.
[15:24] <valeska> Vera, essa terminologia línguas adicionais é o termo usado para L2 hoje?
[15:24] <Vera> Sim, a tendência é usar língua adicional.
[15:25] <Marilane> Em referência à conferência da Vera Menezes, gostaria de comentar que ainda não conhecia os termos predação, comensalismo relativos à aprendizagem. Achei muito interessante considerá-los, pois com o "Trabalho colaborativo" em moda, buscamos apenas exemplos de mutualismo e isto não ocorre o tempo todo.
[15:25] <Woodsonfc> vanessabarreto reformule a pergunta por favor!
[15:25] <marcelo> podemos considerar a "linguagem da informática" como L2, então?
[15:26] <Vera> Pois é, Marilane, em outro texto digo, plageando Sartre, que "o inferno são os outros". A colaboração sem problemas só acontece na teoria sociocultural
[15:26] <anaelisanovais> Gostaria de chamar a atenção para uma questão importante levantada pela prof. Vera Menezes, em relação aos ambientes "pobres" de aprendizagem. A escassez de recursos faz a gente deixar de lado o letramento digital. E esses textos que trouxe mostram que é possível falar de letramento digiaal sem computador!!!
[15:26] <vanessabarreto> Sim, Vera! Considerando as interações em sala de aula como possibilidades limitadas de aquisição da língua, poderíamos pensar nas interações fora desse contexto, tais como, na música,  nos jogos eletrônicos, na internet, como não meramente complementares à aquisição da L2, porém como oportunidades necessárias à um desejável nível de proficiência?
[15:27] <anaelisanovais> marcelo, o Pierre Levy tem um texto chamado "Ideografia Dinâmica". Nesse livro, ele trata a interface quase que como um esperanto.
[15:28] <Vera> Qual a linguagem de computador, Marcelo? Programação?
[15:28] <anaelisanovais> Eu tenho algumas restrições quanto ao livro, mas acho que todas as associações entre letramento digital (do ponto de vista do ensino) e aquisição de "língua adicional" são super bem vindas. Já vi muitos trabalhos bacanas nessa linha.
[15:28] <vhrss> Professoras agradeço pelas palestras, meu nome é Vitor Hugo Rodrigues dos Santos polo ipatinga.Pós-Graduação em Mídias na Educação. Tenho que ir dar umas aulinhas. valeu....  Obrigado mesmo.
[15:28] <anaelisanovais> Boa pergunta, Vera.
[15:29] <anaelisanovais> Existem muitas camadas nessa "linguagem de programação".
[15:29] <anaelisanovais> vhrss, (Vitor) obrigada!
[15:29] <marcelo> o jargão tecnico, professora Vera, assim como os verbos, adjetivos e outros elementos linguísticos próprios aos textos da área.  especificos da área
[15:29] <Vera> Vanessa, as interações fora da salla de aula costuma ser mais espontâneas e naturais e, por isso mesmo, oferecem oportunidades mais ricas. Mas eu não chamaria de interação o contato com a música, por exemplo. São insumos linguísticos importantes.
[15:29] <Marilane> Como você bem explicou, Vera, a abordagem sócio-cultural se prende aos aspectos da colaboração, negligenciando a interação...
[15:30] <Vera> Obrigada, Vitor
[15:31] <Vera> O jargão técnico pertence ao dialeto de uma comunidade de prática, mas não é uma língua adicional
[15:31] <anaelisanovais> No caso do Pierre Levy, ele chama de "ideografia dinâmica" a própria interface.
[15:31] <valeska> Vera, a música foi produzida por alguém, com uma intenção, dirigida  a um público isso não é interação???
[15:31] <midias> Oi! profa. Ana Elisa tem alguam sugestção para aprofundar sobre essa possibilidade de letramento digital sem uso da internet
[15:32] <Vera> A teoria socisocultural até privilegia a interação, apenas esquece que ela muitas vezes acontece em uma arena de disputa de poder
[15:32] <Woodsonfc> anaelisanovais e Vera tenho feito meu letramento em L1/2 ou seja, lingua mãe formal usando o Jornal EM que colecionei e separei em cadernos e tenho trabalhado os gêneros com isso: charge, diferentes cadernos, editorial, primeira página etc e isso ajuda muito a eles entenderem a relação do texto e sua interface! É uma proposta para trabalhar com pessoas de comunidades pobres!
[15:32] <anaelisanovais> midias, temos algumas atividades em um portal beeeeeeem embrionário, o Wikidificador
[15:32] <anaelisanovais> http://wikidificador.pbworks.com/
[15:32] <vanessabarreto> Sim, Vera. Meu filho de 18 anos é fluente em inglês e lê bem o polonês. Adquiriu a competência no polonês ao interagir, via internet com jogadores de um game virtual chamado Tíbia. Fiquei surpresa com a velocidade que tal competência se deu. Em sala de aula penso que o professor demandaria mais tempo.
[15:32] <Vera> Interação, envolve a ação mútua entre os interlocutores
[15:33] <Vera> Acho, Vanessa, que o papel do professor é estimular a interação fora da sala de aula também, em experiências reais e não simuladas
[15:34] <anaelisanovais> que interessante,Woodsonfc! penso que é uma alternativa, mas a gente tem que tomar cuidado pra não ficar só no "sobre o digital". a vivência é super importate.
[15:34] <midias> Obrigado!
[15:35] <Marilane> As conferências foram ambas muito elucidativas, obrigada prof. Vera e Ana Elisa.
[15:35] <midias> consultei! e me despertou uma fome...
[15:35] <Woodsonfc> Verdade, mas os laboratórios nas escolas públicas continuam sendo uma ficção!
[15:35] <vanessabarreto> Vera, ao entrar na conferência, perdi o link do artigo sobre o tema que você discutiu. Como posso ter acesso novamente?
[15:36] <valeska> Vera, podemos falar em interação entre leitor e autor mediada pelo texto??? Ou seria o mesmo caso da música
[15:36] <anaelisanovais> midias hahahaha
[15:36] <Woodsonfc> Toda a conferência estará disponível no site valeska
[15:36] <adelmaa> Ou são realidades trancadas com fechadura enormes, impenetráveis!
[15:36] <Leno> boa pergunta adelmaa
[15:36] <Leno> fiquei pensando sobre o mesmo
[15:36] <Marilane> Esta é a primeira conferência que participo. Elas acontecem sempre?
[15:36] <Vera> http://www.veramenezes.com/interecologica.pdf
[15:37] <Woodsonfc> É a uma vantagem das conferências ONLINE como essa!
[15:37] <adelmaa> Sim, nosso evento acontece toda última sexta-feira de cada mês, sempre começando às 14:00 horas. Divulguem!
[15:37] <Vera> Valeska, eu estou falando de um outro tipo de interação. Quando lemos
[15:37] <vanessabarreto> Obrigada!
[15:38] <Vera> nos colocamos em interação vários elementos: o texto, nosso conhecimento, o propósito da leitura , etc
[15:38] <Marilane> Obrigada, Adelma. Vou divulgar!
[15:38] <Woodsonfc> Marilane <adelmaa> escreveu: Sim, nosso evento acontece toda última sexta-feira de cada mês, sempre começando às 14:00 horas. Divulguem!
[15:38] <Jane_> E ocorrem conferências com vídeo, voice, ou somente chat?
[15:38] <Vera> mas a interação sobre a qual tratei na palestra é sinônimo de conversa
[15:39] <marcelo> Professora VEra, até onde posso relacionar essa noção de interação com aqulea proposta por Wolfgang Iser?
[15:39] <Vera> na leitura pode até haver inter-ação quando o autor modifica seu texto, mas é algo mais raro
[15:39] <Vera> Não conheço a proposta Marcelo
[15:40] <marcelo> Na interação,o autor deixa lacunas, pistas que serão completadas pelo leitor, grosseiramente falando...
[15:40] <anaelisanovais> Vera , essa perspectiva é super interessante, e vejo meus alunos (ensino médio, técnico) em todas as modalidades de interação.
[15:40] <Woodsonfc> Vera você acredita que a possibilidade da imersão com o uso da Internet substitui as aulas?
[15:41] <Woodsonfc> ou elas ainda são necessárias?
[15:42] <anaelisanovais> Iser é estética da recepção, muito usado na Literatura.
[15:42] <marcelo> pois é...busco uma relação...queria saber se é possivel...
[15:42] <adelmaa> Profa Vera: sua palestra foi excepcional. Parabéns! Eu posos dizer que esta teoria ecológica coloca no mesmo "patamar" os saberes construídos dento e fora da escola, é isso?
[15:43] <Vera> Concordo Marcelo, em outro texto, falo sobre isso. Digo, por exemplo, que a metônima é um fractal através do qual o leitor chega ao todo. Só compreendemos o texto porque completamos os sentidos com nosso conhecimento de mundo
[15:43] <vanessabarreto> Professoras Vera e Ana Elisa, externo a riqueza dessa conferência, oportunizando a nós, professores e pesquisadores o acesso a novos estudos. Tenho uma aula agora e irei, certamente, com uma visão mais ampla sobre aquisição de segunda língua e remidiação e recursividade na leitura. Obrigada!
[15:44] <Vera> Woodson, eu vou usar um clichê: o computador não vai substituir o professor, mas o que não usa computador, vai ser substituído. Ainda é muito cedo para dizer que não precisamos de aulas presenciais.
[15:44] <Vera> As pesquisas tem dito que os modelos híbridos são os mais interessantes
[15:45] <Woodsonfc> Antes que todos saiam lembro de que  podem solicitar a certificação através do e-mai do stis, por gentileza: dizendo nome completo e nickname,ok!
[15:45] <Dani_Re> concordo! as práticas são complementares!
[15:45] <vanessabarreto> Qual é o e-mail, @Woodsonfc?
[15:46] <Marilane> Obrigada, Woodson e todos os organizadores!
[15:46] <midias> OI! Profa. ADELMA obrigado pelo convite parabéns pela divulgação no lato sensu Midias polo Jabô, como biólogo foi interessante ver as dimensões conferidas às relações ecológicas Obrigado Profas.Ana Elisa e Vera
[15:46] <Vera> Adelma, como a Ana Elisa, minha visão tb é a da complexidade e vejo o aprendiz e o texto como pertencente a um universo que não prende o aprendiz a sala de aula e nem o texto ao seu suporte, pois os sistemas complexos são feitos de muitos elementos em interação (e aqui não é como sinônimo de conversa)
[15:47] <adelmaa> Nosso e-mail:stis@textolivre.org
[15:47] <Woodsonfc> Vera, interessante você ver a competição como predatória, eu tenho experienciado um maior envolvimento dos alunos qdo os coloco em grupos competindo, mesmo qdo tentam derrotar o colega de forma predatória, aí eu entro mediando! O que acha?!
[15:47] <Vera> Nossa, tinha biólogo aqui? Falei bobagem?
[15:48] <FatimaF> Obrigado, gostei imenso!
[15:48] <Leno> kkk
[15:48] <GonzaloAbio> dois biólogos, não apenas um sorriso
[15:48] <Vera> Não chamaria o jogo de competição predatória, mas sim um tipo de competição que impede que o outro exerça seu direito de aprender
[15:49] <GonzaloAbio> Parabéns pelas duas palestras.
[15:49] <anaelisanovais> Vera também entendi assim.
[15:49] <anaelisanovais> A questão do predatório. Assim = competição "nociva". E não todo jogo.
[15:50] <Vera> Uau. quero ouvir os biólogos.
[15:50] <Leno> Realmente, as palestras foram muito interessantes
[15:50] <Woodsonfc> É, formulei mal, cabe a nós professores garantir que a competição entre eles não seja predatória!
[15:50] <Dini> As palestras foram sem dúvida enriquecedoras, obrigada!
[15:50] <vanessabarreto> Ana Elisa, seu artigo está disponível?
[15:50] <Vera> Obrigada a todos.
[15:51] <anaelisanovais> Acho que aí entra a importância da "interação mediada", especificamente na escola.
[15:51] <midias> Profa. Vera Não! os enunciados estão em equilíbrio ecológico! Parabéns!
[15:51] <vanessabarreto> Adorei o video do bebê, Vera!!!!
[15:52] <Vera> A pesquisa com o bebê não passaria nos comitês de ética, não é mesmo? Privar alguém da interação é maldade.
[15:52] <anaelisanovais> vanessabarreto ainda não, antes preciso agora adaptá-lo para publicação impressa
[15:52] <midias> Um cuidado ao abordar a competição é não encaminnhar para um darwinismo social
[15:53] <vanessabarreto> Hahaha! Não passaria mesmo. Podemos entender aquela interação como instinto, não é? Da forma como colocam Lee et al.
[15:53] <vanessabarreto> Ok, Ana Elisa. Obrigada!
[15:54] <Vera> explique mais Midias, fiquei curiosa
[15:56] <IRANI_> Não tinha som mesmo, ou foi porque meu compt travou of flesh player
[15:56] <Woodsonfc> midias, tb fiquei curioso
[15:57] <Woodsonfc> irani__ realmente é só escrito!
[15:57] <Vera> Foi só texto Irani
[15:57] <Leno> mas foi excelente!
[15:58] <Woodsonfc> LEMBRETE:  Antes que todos saiam lembro de que  podem solicitar a certificação através do e-mai do stis, por gentileza: dizendo nome completo e nickname,ok!?
[15:58] <adelmaa>  Para o STIS a presença de cada um de você é muito importante. Para que vocês sejam informados sobre nossa programação mensal escrevam um e-mail solicitando sua inclusão em nosso banco de contatos. Obrigada!
[15:58] <Jane_> Obrigada pelas palestras! Parabéns!
[15:59] <anaelisanovais> midias foi dar uma volta, rs.
[15:59] <anaelisanovais> Obrigada, Jane_
[15:59] <anaelisanovais> sorriso
[15:59] <Woodsonfc> AVISO: A data da próxima palestra (de Outubro) ainda não foram definidas, enviaremos mensagens e colocaremos nos sites
[15:59] <midias> Bom! agradeço o interesse...Darwinismo social - é a tentativa de se aplicar o darwinismo nas sociedades humanas. Descreve o uso dos conceitos de luta pela existência e sobrevivência dos mais aptos, para justificar políticas que não fazem distinção entre aqueles capazes de sustentar a si e aqueles incapazes de se sustentar. Esse conceito é muito usado no contexto da competição entre os indivíduos no Capitalismo Laissez-faire
[15:59] <Woodsonfc> (corrigindo) foi definida
[16:00] <Woodsonfc> af (corrigindo) no site do STIS
[16:01] <midias> continua....de eugenia, racismo, imperialismo1 , facismo, Nazismo e na luta entre grupos e etnias nacionais
[16:02] <Vera> Perigoso mesmo, mas o que a teorias sociocultural prega tb é complicado, pois o "par mais competente" tb tem direito a interagir com alguém mais competente e desenvolver seu conhecimento.
[16:02] <Vera> Apesar de ensinar alguém se tb algo que nos ajuda a aprender
[16:02] <midias> Assim o-a docente deve ficar mito atento as regras que permeam a competição ou com já foi dito amediação
[16:03] <Vera> digo, ao ensinar tb se aprende
[16:03] <anaelisanovais> Nunca tinha pensando nessa questão, em relação às teorias socioculturais. Talvez por isso estejamos hoje tão intolerantes!
[16:03] <Woodsonfc> (INFORME) Essa palestra poderá ser vista na íntegra no site do STIS
[16:05] <adelmaa> Prezadas professores Vera Lúcia e Ana Elisa, vocês ainda gostariam de fazer mais acrescer algum comentário?
[16:05] <midias> Parabéns! Woodson...na escola deveríamos ter tempo para "prosas" como essa
[16:06] <Vera> Só quero agradecer e desejar que Ana Cristina retorne recuperada de todos os problemas de saúde.
[16:06] <anaelisanovais> Agradeço também, Adelma, de novo, pelo convite. Não sabia sobre a Ana Cristina, e agora estarei também na torcida pela boa recuperação.
[16:06] <Woodsonfc> ou não estamos intolerantes ou falsamente intolerantes, anaelisanovais, devemos ser intolerantes com aquilo que impede aprender ou aprender!
[16:07] <Woodsonfc> o que não se deveria
[16:08] <adelmaa> Nós que agrdecemso a sua presnça. Sentimo-nos honrados com sua presença e agradecemos pela sua disponibilidade em  nos presentear com esta aula magna.
[16:08] <anaelisanovais> Woodsonfc, digo intolerância não em relação ao aprendizado, mas à vida mesmo. Felicianos e afins... os tais "pares competentes".
[16:08] <Woodsonfc> Que sai das regras que permitem aprender
[16:08] <adelmaa> A profª Ana Cristina, cérebro deste evento, voltará em breve.
[16:09] <adelmaa> Profa Ana Elisa, você gostaria de acrescentar algo?
[16:09] <GUSTAVO_> que pena, já acabou? Será disponibilizado algum link?
[16:09] <Woodsonfc> Ah, anaelisanovais, realmente, essa intolerância é o O do borogodó (hehehe0!
[16:10] <anaelisanovais> Concordo Woodsonfc!
[16:10] <anaelisanovais> Não Adelma, obrigada!!!
[16:10] <anaelisanovais> Abraços a todos e boa tarde!
[16:11] <Vera> Abraço a todos e boa tarde
[16:11] <adelmaa> Prezada Profa e amiga Ana Elisa Novaes. para mim é de uma satisfação imensa vê-la brilhar aqui junto a Vera. Parabéns  a ambas! Vocês são magníficas! Obrigada!
[16:11] <Dani_Re> sorriso
[16:12] <anaelisanovais> Adelma, você não existe!!!
[16:12] <Woodsonfc> GUSTAVO_, sim, no site do STIS http://stis.textolivre.org/site/
[16:12] <anaelisanovais> A-DO-REI!!!!
[16:12] <anaelisanovais> Beijão e até a próxima, querida Adelma!!!
[16:12] <anaelisanovais> Abraços a todos, boa tarde!
[16:13] <adelmaa> Um cheiro em todos os amigos e um você, Aninha e Vera, dois especialíssimos!
[16:15] <adelmaa> A nossa equipe maravilhosa que faz o STIS acontecer: Daniervelin,. Woodosn, Madu, Aline, Hugleo, Beth . Meu muito obrigada!
[16:15] <Woodsonfc> Obrigado anaelisanovais e vera
[16:15] <Woodsonfc> e Parabéns
[16:18] <Woodsonfc> Agradecemos a todos pela presença e mais uma vez informamos que enviem um e-mail para o stis@textolivre.org dizendo seu nome completo e nickname para solicitar o certificado! Dúvidas, consultem o site do STIS http://stis.textolivre.org/site/
[16:20] <Woodsonfc> Também nesse site terão acesso a toda programação do STIS , sendo que a de Outubro ainda não está definida, mas ainda essa semana ou semana que vem, teremos a definição
[16:23] <Woodsonfc> Temos o STIS tb no facebook
[16:23] <Woodsonfc> onde poderão se inscrever para receber o dia das palestras!
[16:27] <Woodsonfc> https://www.facebook.com/stis.lingtec
[16:27] <Woodsonfc> Obrigado

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8. Outubro: Tecnologias Livres

cartaz STIS outubro 2013

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Rafael Prezzi e Wilkens Lenon

Conferência dupla STIS OUTUBRO 2013

Dia 25 de outubro das 14 às 15:30, na Sala de Conferências do STIS

Importância das ferramentas digitais Livres no cenário da Educação Aberta/Recursos Educacionais abertos (Prof Wilkens Lenon Silva de Andrade - UFPE/UFPB)

Resumo: A ideia de Educação Aberta/recursos Educacionais Abertos se funda sobre valores que visam a provisão sustentável de recursos educacionais e promoção de uma educação para todos. Recursos que são produzidos coletivamente, entre pares e de forma distribuída. Tais práticas são possíveis e se sustentam pelo uso de tenologias digitais que possibilitam a liberdade de acessar e compartilhar o conhecimento,
coletivamente, através das redes informacionais. Isso tem tudo a ver com a filosofia do software livre e as iniciativas open source que têm se tornado, cada vez mais, a base de sustentabilidade para o
desenvolvimento humano contemporâneo, a partir do mundo dos bits,
imbricado no dia a dia das pessoas.

 

Apresentação do Centro de Tecnologia Acadêmica (Prof Dr. Rafael Peretti Pezzi - Instituto de Física/ UFRGS)

Resumo: Nesta palestra será apresentado o Centro de Tecnologia Acadêmica (CTA), fundado em Maio de 2012 no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CTA tem como objetivo o desenvolvimento de projetos científicos e tecnológicos compatíveis com o compartilhamento de conhecimento, natural do espírito científico, fomentando o desenvolvimento e adoção de tecnologias livres e recursos educacionais abertos. Visa definir novos padrões nos modos nos quais o conhecimento gerado na universidade é difundido e utilizado pela sociedade. A fim de diminuir as barreiras para a livre circulação de conhecimento, a adoção de licenças permissivas, formatos de dados abertos e ferramentas livres capazes de lê-los, interpretá-los e modificá-los são essenciais. Assim, o CTA busca criar, desenvolver e adotar ferramentas livres para o uso e desenvolvimento do conhecimento. Faz isto aplicando princípios de Ciência Aberta e Recursos Educacionais Abertos para projetos de ensino, pesquisa e extensão da universidade. A metodologia utilizada será ilustrada com a apresentação do projeto de estações meteorológicas modulares e do sistema operacional LabFis.

8.1. registro outubro

Registro da Conferência em chat escrito, de 25 de outubro de 2013:

 

 Importância das ferramentas digitais Livres no cenário da Educação Aberta/Recursos Educacionais abertos
conferencista: Wilkens Lenon Silva de Andrade


 Apresentação do Centro de Tecnologia Acadêmica
conferencista: Rafael Peretti Pezzi

 

moderador: Equipe STIS

 

14:12:50 <Woodsonfc> Vamos começar mais um You are here: Home STIS Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec
14:13:52 <Woodsonfc> Rafael Peretti Pezzi Possui bacharelado (2002), mestrado (2004) e doutorado (2009) em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Hoje é professor universitário interessado nos diversos aspectos relacionados à cultura livre, recursos educacionais abertos e suas implicações para a sociedade. Atualmente coordena o Centro de Tecnologia Acadêmica da UFRGS.
14:14:22 <Woodsonfc> Lembramos que os palestrantes devem após a palestra enviar
14:14:36 <Woodsonfc> emails para o endereço na nossa página
14:14:45 <Woodsonfc> http://stis.textolivre.org/site/
14:14:59 <Woodsonfc> solicitando seus certificados
14:15:12 <Dani_Re> os participantes
14:15:22 <Woodsonfc> devem enviar o nickname utilizado aqui
14:15:25 <Woodsonfc> ops isso!
14:15:30 <Woodsonfc> participantes
14:15:41 <Woodsonfc> ouvintes leitores
14:16:16 <Woodsonfc> e o nome completo para a emissão dos certificados, bem como o nome da palestra que assistiram
14:17:21 <Woodsonfc> o palestrante informará o código tão logo comece
14:17:33 <Dani_Re> podemos dar a voz a RPezzi_CTA ?
14:17:54 <RPezzi_CTA> estou pronto
14:17:59 <Woodsonfc> sim, pode  começar Rafael?
14:18:06 <Woodsonfc> RPezzi_CTA
14:18:10 <RPezzi_CTA> ok.
14:18:21 <RPezzi_CTA> A código da palestra é: rafael
14:18:32 <Woodsonfc> Então a palavra é sua rF
14:18:45 <Woodsonfc> RPezzi_CTA`
14:18:54 <Woodsonfc> quis dizer RF
14:19:03 <Woodsonfc> RPezzi_CTA
14:19:31 <LenoPinheiro> ok. Acessei ao slide. o avanço é orientado por vc @Dani_Re?
14:19:56 <andremachado> nós temos que avançar os slides ou é automático?
14:20:16 <Dani_Re> para avançar, é só usar as setas superiores aos slides
14:20:16 <Woodsonfc> o email do STIS é stis@textolivre.org
14:20:26 <gdcag> que slaides? não está aparecendo pra mim!!!
14:20:32 <RPezzi_CTA> seria legal se o codigo fosse colocado no topico do canal para os que chegarem
14:20:47 <tiodocomputador> pra mim tb nao aparece slide algum...
14:20:50 <Woodsonfc> Mais alguma questão de ordem?
14:20:53 <Dani_Re> RPezzi_CTA, podemos providenciar
14:21:43 <RPezzi_CTA> então, para quem está chegando pela primeira vez, escolha no menu da direita a opção de apresentação e coloque o código: rafael
14:21:50 <Woodsonfc> é a direita logo acima, em Apresentação de Slades tiodocomputador
14:21:58 * Dani_Re mudou o tópico para: Apresentação de Rafael Pezzi, código rafael (selecionar "apresentação de slides no canto direito da página)
14:22:05 <RPezzi_CTA> vamos para o primeiro slide
14:22:37 <RPezzi_CTA> Vou falar sobre o Centro de Tecnologia Acadêmica, que foi criado pensando nos paradigmas emergentes para a educação, pesquisa científica e inovação tecnológica.
14:23:12 <Woodsonfc> Ah, esqueci de dizer que é um prazer tê-lo RPezzi_CTA  aqui  agradecemos sua disponibilidade para se apresentar no nosso evento digital
14:23:22 <RPezzi_CTA> O Centro foi fundado em Maio de 2012 no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde souu professor.
14:23:30 <RPezzi_CTA> Woodsonfc: o prazer é meu.
14:23:40 <RPezzi_CTA> minha primeira conferência chat sorriso
14:24:01 <RPezzi_CTA> então, vamos para o segundo slide (tomei cuidado para colocar numero nos slides para facilitar)
14:25:12 <RPezzi_CTA> para mim o slie nao está passando triste
14:25:16 <LenoPinheiro> bgdo rafael
14:26:00 <RPezzi_CTA> Basicamente, vou falar de como o CTA surgiu, seu contexto , projetos de referência, e perspectivas
14:26:34 <Franciele> também não consegui ver o próximo slide
14:27:15 <RPezzi_CTA> Vamos para o terceiro slide!
14:27:27 <Dani_Re> o hugleo está conferindo se há algum problema no slides
14:27:43 <RPezzi_CTA> vocês conseguem passar os slides?
14:29:04 <Dani_Re> o hugleo vai passar um link direto
14:29:28 <RPezzi_CTA> http://www.if.ufrgs.br/~pezzi/CTA_STIS.pdf
14:29:31 <RPezzi_CTA> coloquei aqui
14:29:32 <Dani_Re> para os slides, parece q o servidor do Texto Livre está fora do ar
14:29:51 <Dani_Re> ótimo, obrigada, RPezzi_CTA
14:29:55 <RPezzi_CTA> acompanhem separadamente: coloquei o PDF no link
14:30:03 <RPezzi_CTA> então, vamos para o terceiro slide
14:30:58 <RPezzi_CTA> queremos estimular e participar ativamente de um novo nicho, o de inovação realmente aberta
14:31:31 <RPezzi_CTA> pensando nas propriedades de facil multiplicação de bens intangíveis, do conhecimento, com a tecnologia da informação
14:31:59 <RPezzi_CTA> entao buscamos o uso e desenvolvimento de tecnologias livres, com enfase nas de interesse publico
14:32:09 <Woodsonfc> Quem não abriu a apresentação pode usar o link http://www.if.ufrgs.br/~pezzi/CTA_STIS.pdf
14:32:38 <RPezzi_CTA> consideramos que precisamos democratizar o conhecimento, só assim poderemos verdadeiramente falar de sustentabilidade
14:32:43 <LenoPinheiro> com o link dá pra andar
14:33:03 <RPezzi_CTA> tecnologias sutentáveis são aquelas que podemos sustentar
14:33:49 <RPezzi_CTA> então também pensamos em ciência aberta, recursos educacionais abertos
14:34:13 <wilkens> Boa tarde gente sorriso
14:34:35 <RPezzi_CTA> e do ponto de vista econômico, queremos buscar novas formas de financiamento para os projetos científicos e novas maneiras de começar negócios. Viabilizados pelo crowdfunding.
14:34:39 <Dani_Re> boa tarde, wilkens! o RPezzi_CTA começou a apresentar primeiro
14:34:55 <RPezzi_CTA> Wilkens, peguei teu lugar!
14:35:10 <RPezzi_CTA> vamos para o quarto slide
14:35:20 <Woodsonfc> Quem não abriu a apresentação pode usar o link http://www.if.ufrgs.br/~pezzi/CTA_STIS.pdf
14:35:35 <Dani_Re> os slides voltaram a funcionar. Tentem novamente o código "rafael" na página ao lado
14:35:38 <RPezzi_CTA> No slide 4, apresento o contexto e os antecedentes no qual o CTA surge
14:35:45 <wilkens> fica avontade :D...desculpem aqui ainda é 13:35 h...
14:36:08 <Woodsonfc> Horário de verão aqui
14:36:13 <RPezzi_CTA> Aponto para as 4 liberdades que o Stallman definiu para software livre, como sendo natura para qualquer conhecimento
14:36:53 <RPezzi_CTA> Então como referência temos o software livre, muito bem estabelecido
14:37:41 <RPezzi_CTA> E agora a emergência do hardware livre, como o arduino, e mais notavelmente, instrumentação de alto desempenho do CERN, o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear
14:37:55 <RPezzi_CTA> vou falar mais sobre o CERN em seguida
14:38:27 <RPezzi_CTA> Buscamos promover e fomentar um ecossistema para tecnologias copyleft
14:38:51 <RPezzi_CTA> Slide 5: Apresento casos de tecnologias abertas
14:39:40 <RPezzi_CTA> Percebemos a popularização da impressora 3D de código aberto, e projetos como o Wikipédia na Universidade onde os alunos colaboram com o desenvolvimento de artigos
14:39:57 <RPezzi_CTA> Slide 6:
14:41:03 <RPezzi_CTA> O CERN, que criou a WWW há 30 anos com o lançamento das especificações de um servidor web e navegador, agora está tomando frente com outra iniciativa: a de hardware livre
14:41:40 <RPezzi_CTA> em divulgação, afirmaram que querem fazer para o hardware livre o que a Free software foundation fez para o software livre nos anos 80
14:42:08 <RPezzi_CTA> todo o desenvolvimento destes equipamentos é feito abertamente, com controle de verão publico em www.ohwr.org
14:42:30 <RPezzi_CTA> pensamos que este deve ser o modelo para o desenvolvimento de instrumentação científica e educacional
14:42:44 <RPezzi_CTA> vamos para o slide 7: Exemplos de instrumentos open source
14:43:12 <RPezzi_CTA> aqui aponto para um artigo da Science onde instrumentos de laboratório são construidos com uma impressora 3D open source.
14:43:26 <RPezzi_CTA> Faz o download da peça e manda construir.
14:44:13 <RPezzi_CTA> Além da impressora 3D, pensamos em outros equipamentos mais robustos, a exemplo dos FabLab - Laboratórios de Fabricação concebidos pelo MIT
14:44:26 <RPezzi_CTA> Procurem FabLab na Wikipédia
14:44:35 <RPezzi_CTA> já existem mais de 500 no mundo
14:45:17 <RPezzi_CTA> Slide 8: falo da metodologia que estamos utilizando para facilitar a disseminação do conhecimento
14:45:48 <RPezzi_CTA> repositórios de software e projetos, dados científicos, objetos educacionais, etc...
14:46:24 <RPezzi_CTA> utilizando plataformas de colaboração em tempo real como o Etherpad, sistemas de controle de versão (vide wikipedia) e o git/svn
14:46:52 <RPezzi_CTA> slide 9: Mais sobre metodologias colaborativas
14:47:19 <Woodsonfc> Quem não conseguiu abrir a apresentação pode usar o link http://www.if.ufrgs.br/~pezzi/CTA_STIS.pdf
14:47:23 <RPezzi_CTA> Enfatizo a importância de um sistema de controle de versão para a execução de projetos
14:48:02 <RPezzi_CTA> pois muitas vezes uma pessoa sai do grupo, se forma ou qualquer outra zebra e o projeto simplesmente desmorona poiis ninguém consegue dar continuidade
14:48:49 <RPezzi_CTA> podemos mudar nossas práticas de trabalho para deixar rastros a fim de que outros possam trabalhar conosco mais facilmente, o que também facilita a continuidade do projeto
14:49:42 <RPezzi_CTA> sobre o financiamento coletivo: hoje é difícil empregar a verba para pesquisa dada a burocracia do governo. muita coisa importante precisa ser feita, mas os mecanismos de financiamento simplemente estão ultrapassados, em descompasso.
14:49:56 <RPezzi_CTA> financimanto coletivo pode mudar esta trajetória
14:50:24 <RPezzi_CTA> ao mesmo tempo em que aumenta a participação cidadã em decisões importantes da pesquisa científica
14:50:40 <RPezzi_CTA> então vamos para o slide 10
14:51:14 <RPezzi_CTA> No slide 10 aponto que um dos objetivos do CTA é suprir a demanda de desenvolvimento tecnológico para as universidades de institutos federais
14:51:59 <RPezzi_CTA> hoje conseguimos facilmente milhoes para comprar equipamentos prontos, importados, mas se quisermos gastar a metade para desenvolver algo, e lançar como tecnologia aberta, não temos mecanismos para isto
14:52:18 <RPezzi_CTA> e propagamos um colonialismo científico e tecnológico
14:52:57 <RPezzi_CTA> Penso que o CTA deve ser apenas um primeiro de uma série de Polos para construção de instrumentação científica e educacional
14:53:10 <RPezzi_CTA> de código aberto
14:53:35 <RPezzi_CTA> Slide 11: Projeto das estações meteorológicas modulares
14:54:09 <RPezzi_CTA> Como primeiro projeto de importância científica e educacional, estamos desenvolvimento estações meteorológicas de código aberto
14:54:56 <RPezzi_CTA> queremos popularizar estes instrumentos, que podem ser construidos inclusive em escolas, para formar uma rede de ciência cidadã para o monitoramento climático e ambiental das nossas cidades
14:55:34 <RPezzi_CTA> temos alunos aprendendo a eletrônica das estações, e outros projetando partes dela para impressão em 3D
14:56:13 <RPezzi_CTA> os alunos estão tendo contato com Arduino desde cedo nas escolas com isto.
14:56:29 <RPezzi_CTA> Alunos de engenharia projetam as partes mais avançadas
14:57:17 <RPezzi_CTA> e já oferecemos 3 oficinas onde os alunos de ensino médio ensinam professores do ensino médio, que nunda tiveram contato com instrumentos eletrônicos, a montarem a estação meteorológica
14:57:44 <RPezzi_CTA> é uma inversão de papéis - aproveitamos que a gurizada nova tem mais faciliade para quebrar o medo dos mais velhos
14:58:00 <RPezzi_CTA> estamos tendo bastante sucesso com isso.
14:58:12 <RPezzi_CTA> bom pessoal, e para finalizar, o slide 12
14:58:58 <RPezzi_CTA> no slide 12 apresento mais do que a perspectiva, é talvez uma meta a longo prazo
14:59:36 <RPezzi_CTA> queremos estabelecer o CTA como um centro de fabricação personalizada, para que outros centros (polos) sigam a iniciativa
14:59:53 <RPezzi_CTA> muito parecido com o FabLab, mas talvez mais direcionado
15:00:41 <RPezzi_CTA> assim, poder-se-á desenvolver instrumentos científicos e educacionais em um canto do país (ou mundo) e fabricar em outro
15:01:21 <RPezzi_CTA> incentivando a criatividade e demonstrando que fazer coisas é possível para os jovens
15:01:56 <RPezzi_CTA> Bom pessoal, termino por aqui.
15:02:03 <LenoPinheiro> a ideia é espetacular! parabéns
15:02:05 <Dani_Re> obrigada, RPezzi_CTA
15:02:16 <RPezzi_CTA> minha primeira palestra chat., espero que tenham conseguido acompanhar
15:02:18 <Dani_Re> bom, a sala está aberta a perguntas, comentários...
15:02:23 <wmanzan> Prof. Rafael Parabéns pelo excelente trabalho e pela competente apresentação. Prof. William CEFORES/UFTM
15:02:23 <Woodsonfc> Obrigado , RPezzi_CTA
15:02:26 <RPezzi_CTA> sorriso
15:02:41 <Dani_Re> <andremachado> Uma bela iniciativa... pena que certamente pouco divulgada e certamente com apoio mínimo da sociedade. Parabéns!
15:02:49 <Rafaela_Melo> Mandou muito bem sorriso
15:03:02 <nathykaoru> Parabéns
15:03:07 <andremachado> precisamos de mais projetos como esse
15:03:09 <RPezzi_CTA> é uma iniciativa relativamente nova
15:03:13 <gdcag> nossa!!! Parabéns!!! Show!!! minha cabeça está em turbilhão..
15:03:17 <Alinemedeiros_> muito interessante a proposta, parabéns, principalmente a ideia de inverter os papeis entre o educado e o aluno achei fantástica
15:03:19 <LenoPinheiro> Excelente apresentação. Acredito que seu projeto tem muito a acrescentar
15:03:20 <nathykaoru> seria possível ter parcerias com outros institutos?
15:03:21 <RPezzi_CTA> percebemos que estamos ganhando espaço
15:03:22 <AiltonAdriano> Parabéns Rafael, foi perfeito.
15:03:23 <joycefettermann> Adorei participar desta palestra, Rafael. Tenho muita curiosidade sobre os REA, tenho pesquisado algumas coisas pq pretendo aprofundar meus estudos nisso. Parabéns!
15:03:26 <nathykaoru> que não só os federais?
15:03:26 <Dani_Re> LenoPinheiro, vc gostaria de repetir sua questão? o RPezzi_CTA nao conseguiu ler antes
15:03:27 <FlavioGalindo> Parabéns!!!
15:03:30 <andremachado> o povo tem a mania de endeusar o que vem de fora e de menosprezar, por quaisquer motivos, o que é feito aqui
15:03:59 <RPezzi_CTA> joycefettermann: veja o curso REA em http://curso.rea.ufg.br
15:04:13 <joycefettermann> obrigada! Vou ver
15:04:32 <LenoPinheiro> Prof Rafael, sou aluno da Universidade Estadual do Ceará e minha pergunta é se existe alguma definição de como esse processo pode ser implementado institucionalmente?
15:04:32 <RPezzi_CTA> sim, podemos fazer parcerias com outros institutos, federais e nao federais
15:04:37 <ines_> Parabéns!
15:04:45 <AiltonAdriano> Concordo com a colocação da Aline sobre a inversão de papéis, e acrescento que, somente assim poderemos quebrar esse paradigma que os professores não estão preparados pas as novas tecnologias.
15:04:47 <joycefettermann> qnd vc falou da impressora 3D, me lembrei de um epsódio de the big bang theory em q eles mostram uma... mt legal!!
15:04:56 <RPezzi_CTA> LenoPinheiro: deves ter professores interessados em fazer uma iniciativa parecida
15:05:02 <Woodsonfc> RPezzi_CTA Rafael, alguns projetos são financiados com a boa vontade de contribuintes, há outras propostas de financiamento desses projetos que envolvam outros segmentos públicos ou privados?
15:05:42 <Rainer___> Muito bom o projeto Rafael, parabens!
15:05:44 <LenoPinheiro> E quando houver professor interessado, como é que ocorre esse trabalho de colaboração?
15:05:55 <RPezzi_CTA> Woodsonfc: por enquanto estamos focalizando em educação e ciência, mas tenho certeza que logo que isto pegar, chegará na indústria, assim como o software livre
15:06:03 <Dani_Re> pessoal, o que acham de deixamos o Wilkens apresentar agora e depois fazermos as perguntas aos dois apresentadores no final?
15:06:06 <LenoPinheiro> a compra e a distribuição de hardware livre ainda é muito burocrática?
15:06:15 <Dani_Re> acho q propicia mais interação entre as duas falas
15:06:26 <LenoPinheiro> ok @dani_re
15:06:27 <Dani_Re> pode ser, wilkens ?
15:06:30 <wmanzan> ok.
15:06:33 <Alinemedeiros_> Rafel, sobre a impressão em 3D, acredita que futuramente essa será mais acessível para ser utilizado em pesquisas e estudos, pois atualmente sei que o custo tanto da máquina quanto do material utilizado para a impressão são bastante altos
15:06:37 <Woodsonfc> é que vejo muitos softwares que são desenvolvidos apenas com doações espontâneas e não por um mecanismo de financiamento fora da burocracia que envolva instituições!
15:06:39 <wilkens> pode sim, estou a postos
15:06:42 <wilkens> sorriso
15:06:46 RPezzi_CTA Rainer___ Rafaela_Melo Recapchta_ Recapchta roner ROSIMARY
15:06:50 <AiltonAdriano> Ok  @Dani_Re
15:06:51 <Maria> É preciso envlover também alunos do Ensino Fundamental, muitas vezes desmotivados, em iniciativas como esta. É brilhante a ideia. Parabéns!
15:06:52 <LenoPinheiro> gente, perdão pela ignorância, como eu falo apenas com uma pessoa?
15:06:57 <LenoPinheiro> qual a sintaxe?
15:07:01 <Dani_Re> RPezzi_CTA, vc prefere responder agora ou pode ser no final?
15:07:10 <gdcag> essa inversão de papéis vem de encontro com a necessidade de inovação e motivação no sistema educacional  tão  estagnado..
15:07:11 <Raimundasantos> boa Tarde
15:07:20 <RPezzi_CTA> tanto faz, posso responder agora ou depois
15:07:28 <andremachado> sem falar que muitas escolas simplesmente não possuem estrutura física e tecnológica para aproveitar esses recursos
15:07:45 <Dani_Re> então vou copiar as perguntas aqui e retomamos a discussão no final, ok?
15:07:47 <RPezzi_CTA> o curto das impressoras esta baixando, compra-se uma por menos de 4000, o que qualquer escola pode fazer
15:07:54 <Woodsonfc> Então vamos a apresentação do Wilkens e então abrimos para todos perguntarem, oK!
15:07:55 <RPezzi_CTA> ok
15:07:58 <andremachado> ideias como essa precisam ser divulgadas
15:08:07 <Dani_Re> ok, Woodsonfc vc apresenta o wilkens ?
15:08:12 <Woodsonfc> Vamos a apresentação do Wilkens e então abrimos para todos perguntarem, oK!
15:08:17 <Alinemedeiros_> concordo gdcag, muitos professores que conheço são avessos a tecnologia e os alunos dessa geração são totalmente integrados a elas
15:08:19 <Alinemedeiros_> ok!
15:08:36 <Woodsonfc> O Rafael RPezzi_CTA responde as perguntas depois
15:08:37 <marceloakira> LenoPinheiro: é só clicar no nome e depois em query
15:08:56 <gdcag> ou tem estrutura mas não sabe como utilizar.... acrescento que é necessário motiva-los e prepará-los para essa mudança..
15:09:00 <Raimundasantos> Considero a resistencia dos professores quanto ao uso das tecnologias o maior problema
15:09:18 <gdcag> concordo!!!
15:09:28 <Raimundasantos> concordo
15:09:30 <Alinemedeiros_> os próprios cursos em faculdade não estão preparando os professores para essa nova estrturua
15:09:36 <Woodsonfc> Desculpe a confusão, mas serviu para a manifestação de todos no calor da apresentação
15:09:39 <andremachado> concordo!!!
15:09:41 <Alinemedeiros_> *estrutura perdão
15:09:53 <AiltonAdriano> kkkkkkkk
15:10:00 <Woodsonfc> Vamos lá Wilkens
15:10:07 <Rafaela_Melo> Lenon sorriso
15:10:08 <kyldes> .
15:10:10 <Woodsonfc> wilkens?
15:10:15 <andremachado> já soube de casos onde a escola recebeu um lab de informática e o mesmo ficou parado pq os prof n sabiam usar
15:10:16 <wilkens> oi, psso?
15:10:26 <Franciele> Como solicitar o certificado da palestra?
15:10:27 <marcia> por favor, ha algum link para pdf dos slides do Wilkens, estou c/problemas no display.
15:10:34 <Woodsonfc> Pode,  é todo seu
15:10:35 <Dani_Re> o Woodsonfc vai te apresentar primeiro, wilkens
15:10:40 <Woodsonfc> vou apresentar
15:10:49 <wmanzan> para Marcia - http://www.if.ufrgs.br/~pezzi/CTA_STIS.pdf
15:10:58 <marcia> gratissima!
15:11:07 <wilkens> Ok Dani_RE...o código dos slides é: "wilkens"
15:11:08 <Woodsonfc> Primeiro, é um prazer tê-lo conosco
15:11:13 <Woodsonfc> nessa apresentação
15:11:17 <joycefettermann> muito interessante o projeto em que os alunos estão ensinando aos professores a montarem a estação meteorológica
15:11:22 <Woodsonfc> wilkens
15:11:28 <Woodsonfc> Wilkens Lenon Silva de Andrade    Mestre em Educação Matemática e Tecnológica pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica do Centro de Educação da UFPE. Graduado em Computação pela UEPB. Ativista cibernético engajado pela causa da cultura livre/software livre. Tem interesse em pesquisar, desenvolver e usar tecnologias de código aberto no cenário educacional.
15:12:04 <Woodsonfc> aPÓS A apresentação do wilkENS
15:12:26 <Woodsonfc> RE ABRIREMOS para as perguntas
15:13:13 <Woodsonfc> Guest75162, reabriremos para as perguntas após a apresentação do wilkens
15:14:15 <wilkens> Woodsonfc, posso? sorriso
15:14:17 <marcia> Desculpe, mas //www.if.ufrgs.br/~pezzi/CTA_STIS.pdf não é o do wilkens.
15:14:49 <wilkens> bem, vou começar então
15:14:59 <wilkens> Boa tarde a todos e todas. É uma alegria poder usar este espaço do STIS para interagir com vocês e compartilhar um pouco daquilo que tenho aprendido nas redes de colaboração das quais faço parte e noutras por onde tenho passado.
15:15:26 <wilkens> Falar sobre a importância das ferramentas digitais livres no contexto do movimento de educação aberta e de produção e compartilhamento de recursos educacionais abertos é, ao mesmo tempo, prazeroso e desafiador porque se, por um lado, é um tema com o qual tenho uma certa vivência, por outro, ainda sou aprendiz da praxis que se constrói em razão dos conceitos e definições que formam  a sua base.
15:15:54 <Dani_Re> quem nao conseguir acessar os slides no canto direito desta página, pode abri-los numa aba do navegador por este link: http://stis.textolivre.org/salaConferencias/apresentacoes/wilkens/wilkens.html
15:15:57 <wilkens> Por essa razão, novamente me coloco como um sujeito do conhecimento falando a outros sujeitos de igual importância, desafiando-os a se colocarem, no momento oportuno, ara que todos aprendamos juntos, sob a orientação da lógica da aprendizagem colaborativa.
15:16:26 <wilkens> Slide 1
15:16:40 <wilkens>  O tema inicialmente me remete ao ethos cientifico, à forma como a ciência funciona, sobretudo na relação entre pares. Nesse sentido, percebo claramente que a ciência se funda na prática do remix, na reutilização constante dos saberes acumulados ao longo do tempo, aliás essa prática é o que tem permitido utilizar, refinar, aperfeiçoar, acumular e redistribuir conhecimento no âmbito da cultura acadêmica...qualquer semelha
15:17:26 <wilkens> qualquer semelhança com a filosofia GNU (a cultura do software livre) não é mera coincidência sorriso
15:17:47 <wilkens> As práticas científicas são, portanto, práticas recombinantes que permitem a invenção e a reutilização da invenção para o surgimento de novas invenções, saberes, métodos e diversificação da cultura acadêmica. O conhecimento floresce na universidade através de combinações e recombinações constantes...o fluxo dessa cultura só é possível se existir liberdade para as práticas recombinantes.
15:18:02 <Woodsonfc> Obrigado Dani_Re
15:18:38 <wilkens> E nesse cenário, não existe dono do conhecimento gerado. Ali ou e qualquer outra cultura onde existam práticas recombinantes o conhecimento, como resultante dessas práticas e sempre a humanidade, como já dizia Álvaro Vieira Pinto.
15:19:27 <wilkens> e aqui surge um primeiro contraponto com a cultura industrial
15:19:39 <wilkens> essa visão se contrapõe ao mito da originalidade que prega que o autor é dono do que produz em razão da originalidade da sua obra. Evidente que existe o fato novo nas obras que surgem das mentes criativas de seus autores e autoras, mas não inexiste a originalidade apregoada pela indústria do copyright. O que existe, de fato, é o REMIX, criação que se vale do acumulo de conhecimento existente. É disso vive, sobrevive e a cult
15:20:25 <wilkens> Sem que exista liberdade paraos fluxos, inexiste também possibilidades de expansão cultura.
15:20:43 <wilkens> Slide 2
15:20:56 <wilkens> Sem que exista liberdade para acessar e compartilhar conhecimento, técnicas, tecnologias e  as muitas formas de ciência aplicada, inexistem também as condições necessárias à diversidade cultural. Ouso firmar que, acompanhando Sérgio Amadeu da Silveira que a diversidade cultural só existe em razão da liberdade de acesso e compartilhamento do conhecimento. Portanto, para mim, esse para é o fundamento da diversidade cultural h
15:22:03 <wilkens> e nesse sentido quando falo de ciência, me reporto ao saber univrsal que está para além da academia...
15:22:14 <wilkens> …uma digressão: interessante que é assim que a nossa mente também funciona, por combinações e recombinações de signos que, nessa dinâmica vão modelando, aperfeiçoando e desenvolvendo a nossa cognição e o ethos de cada um.
15:22:47 <wilkens> a maneira de ser, genuína, de cada um
15:22:58 <wilkens> Slide 3
15:23:23 <wilkens> O slide ao lado que a cultura acadêmica está enraizada na cultura do Remix, todavia não apenas essa, mas todas as formas culturais como já foi dito acima.
15:24:13 <wilkens> e por essa razão surgem asmais diversas formas de expressões de conhecimento, técnicas  e tecnologias
15:24:50 <wilkens> que Pierre Lévy já dizia que, na verdade, são todas tecnologias da inteligência (humana)
15:25:05 <wilkens> Mas, essa cultura precisa de urgente update, de uma completa e profunda atualização  em relação ao seus fundamentos porque a ciência industrial que torna a academia fábrica de conhecimento é o enlatado que tem predominado como paradigma e prática cotidiana, pior, é o novo modelo que se estabelece para financiar e realizar pesquisar e se publicar resultados
15:25:44 <wilkens> isso dentro das univerisdades...fora não é muito diferente.
15:26:01 <wilkens> Por isso penso que, mais do que nunca é preciso um retorno ao princípio da ciência como ambiente de produção entre pares, de renovação das formas industriais pela cultura da generosidade intelectual. E aqui exemplifico a prática do Grupo Texto Livre que faz ciência de qualidade sem precisar empacotar/fechar o conhecimento que produz.
15:26:48 <wilkens> eplo contrário, vivencia,na prática acadêmica, os fundamentos dos primórdios
15:27:05 <wilkens> Slide 4
15:27:32 <wilkens> Nesse cenário, como romper com  essa perigosa barreira de cercamento do conhecimento dentro das universidades, mas também nas escolas e, porque não dizer, da sociedade em geral?
15:27:58 <wilkens> Aprendendo a usar o conhecimento com criticidade. Lembrando que o suporte, por excelência, de todas as formas de saber hoje, é o mundo dos bits, o suporte digital. Daí que é não dá mais nos mantermos na passivamente diante das tecnologias digitais. Preciso que se realize a apropriação tecnológica de fato e essa atitude tem que ver com nossa postura ante as opções que nos são apresentadas.
15:29:11 <wilkens> Não podemos mais nos conformar com aquilo que é imposto pela indústria do conhecimento. É preciso que se replique muitas as experiências das comunidades de software, mas também da cultura livre, que amplia generosamente o leque da produção cultural em função de propostas como as do movimento de educação aberta/Recursos Educacionais Abertos
15:30:10 <wilkens> quando falo de produção cultural, não me reporto apenas a arte e ao folclore, mas ao Estado da arte que se manifesta na cultura do REMIX
15:30:45 <wilkens> que pode ser desenvolvido em qualquer lugar, por qualquer coletivo que desejo viver num outro paradigma
15:31:04 <wilkens> diferente do estabeçecido pela lógica industrial
15:31:15 <wilkens> próximo slide
15:32:21 <Woodsonfc> slade 5
15:32:22 <wilkens> Em razão do que disse antes, afirmo que o suporte digital, que aqui chamo de espaço digital é o locus, por excelência, da criatividade na contemporaneidade
15:33:17 <wilkens> Nesse sentido, o mvimento EA/REA tem muito a ver com tudo o que falamos até agora porque se funda no tripé:
15:34:03 <wilkens> liberdade de acesso, de conteúdos abertos, baseados em formatos abertos
15:35:00 <wilkens> por mais que isso ainda seja o paradigma de todos, mas essa é a ideia e o objetivo central do movimento
15:35:09 <wilkens> próximo slide
15:36:55 <wilkens> portanto digo que é fundamental que o movimento da EA/REA se dinamize e difunda largamente dentro do seu contexto esse tripé basilar, no meu entender para o alcance dos seus objetivos
15:38:27 <wilkens> e aqui é importante se aprofundar e se expandir, cada vez mais, as iniciativas como o curso de REA que estamos realizando atualmente, com o evolvimento de entidades de peso como a UNESCO
15:39:12 <wilkens> para quem ainda não teve a oportunidade de visitar o curso que está em andamento, pode fazê0lo em: curso.rea.ufg.br
15:39:25 <wilkens> próximo slide
15:40:23 <wilkens> existem muitas possibilidades neste novo/antigo mundo aberto/livre
15:41:00 <wilkens> o slide ao lado é uma pequena amostra das alternativas que podemos usar/replicar em nossas práticas
15:41:09 <Dani_Re> para quem tem problema para passar os slides, pode abrir o link: http://stis.textolivre.org/salaConferencias/apresentacoes/wilkens/wilkens.html
15:42:18 <Woodsonfc> yan__ está escrito na charge "Tá preso por violação dos direitos autorais"
15:42:46 <wilkens> e Educação Aberta junto com os recursos que daí são derivados são elementos fundantes de um novo ethos culttral
15:42:53 <wilkens> digo cultural
15:43:01 <wilkens> e porque não afirmar:
15:43:19 <wilkens> de resgatte da cultura do REMIX
15:44:13 <wilkens> se temos tendência culttural homogenesisante, podemos apresentar outra possibilidade, a da diversidade cultural
15:44:32 <wilkens> a da riqueza cultaral pela lógica da colaboração, mas
15:45:07 <wilkens> preciso começar de alguma forma, é preciso conscientizar-se, é preciso de uma nova educação
15:45:57 <wilkens> e é neste ponto que penso que o movimento EA/REA e as tecnologias digitais livres, que prefiro chamar de filosofia GNU, te tudo a ver
15:46:19 <wilkens> e são elementos que se completam na busca de um outro mundo possível
15:46:22 <wilkens> é isso!
15:46:37 <wilkens> último slide
15:46:59 <wilkens> Seja bem vindo ao mundo livre!
15:47:06 <wilkens> Obrigado!
15:47:34 <Dani_Re> obrigada, wilkens
15:47:41 <Woodsonfc> Obrigado , Wilkes
15:47:48 <Dani_Re> podemos retomar, então, o debate com o wilkens e o RPezzi_CTA
15:47:48 <Woodsonfc> Wilkens
15:47:51 <cesarvelame> muito bom wilkens
15:47:55 <wilkens> sorriso
15:47:56 <yan__> me representa #free
15:47:56 <Raimundasantos> obrigada Wilkens
15:47:58 <LenoPinheiro> \o/ \o/ \o/
15:48:06 <FlavioGalindo> Parabéns, e muito obrigado wilkens
15:48:15 <AiltonAdriano> Parabéns Profº Wilkens....Porque a filosofia Microsoft é tão difícil de ser quebrada nos usuários ?
15:48:16 <Rafaela_Melo> Ótima apresentação, Lenon! sorriso
15:48:21 <Woodsonfc> <yan__> me representa #free <Raimundasantos> obrigada Wilkens <LenoPinheiro> \o/ \o/ \o/ <FlavioGalindo> Parabéns, e muito obrigado wilkens
15:48:29 <Dani_Re> uma consideração foi cortada no início da apresentação do wilkens, referente à fala do RPezzi_CTA :
15:48:30 <Dani_Re> <Guest65897> Adorei quando vc fala de "deixar rastros" - gente, isso sim é mudança de paradigma pq, neste mundo, parece que as pessoas preferem levar conhecimento no caixão do que compartilhar. Deixar rastros é  pra quem brilha., tem luz prápria.. Que coisa mais linda! Eu tô aqui emocionada... e tem mais: Paulo Freire já nos ensinou que somos todos educadores. Aprender com aluno é das maiores aprendizagens que um professor pode ter.
15:48:33 <gdcag> Obrigada !!! para variar suas palavras carregam a sua paixão e convicção !!!
15:48:37 <tio> duas ótimas apresentações
15:48:38 <Raimundasantos> Muito contribuiu para minha dissertação
15:49:03 <andremachado> como fica a questão da ética e do conhecimento livre? Algumas pessoas usam a desculpa do "conhecimento livre" para invadir sistemas e obter informações confidenciais de forma ilegal.
15:49:09 <Priscila> Obrigada!!
15:49:27 <BrunoForgiarini> Ótima apresentação \o/
15:49:27 <gdcag> o REA é realmente maravilhoso!!! O curso é ótimo!!!
15:49:30 <ines_> Obrigada pela apresentação.
15:49:32 <Alinemedeiros_> Ótimas apresentações, e agradeço pela iniciativa, com esssa correria atual esse tipo de palestra online é perfeita!
15:50:01 <nathykaoru> Obrigad pela apresentação e Parabéns
15:50:06 <BrunoForgiarini> Concordo contigo, Alinemedeiros_
15:50:09 <nathykaoru> muito motivador
15:50:12 <Woodsonfc> Vamos as perguntas
15:50:18 <ROSIMARY> Concordo Dani_
15:50:22 <wilkens> Raimundasantos isso nada a ver com a liberdade que pregamos...isso é coisa cracker
15:50:26 <Woodsonfc> Para quem vc faz essa pergunta? <andremachado> como fica a questão da ética e do conhecimento livre? Algumas pessoas usam a desculpa do "conhecimento livre" para invadir sistemas e obter informações confidenciais de forma ilegal.
15:50:37 <wilkens> e craker é bandido e deve ser tratado como tal
15:50:39 <AiltonAdriano> Parabéns Profº Wilkens....Porque a filosofia Microsoft é tão difícil de ser quebrada nos usuários ?
15:50:50 <tiodocomputador> quero repetir a pergunta do AiltonAdriano : pq é tao dificil quebrar a filosofia M$?
15:50:54 <paulosousa> Parabéns pela palestra é a minha primeira de várias espero. Estamos vivenciando a cibercultura, que vai propiciar que ações desta natureza ocorram no mundo
15:51:17 <andremachado> faço para todos, pois muitos não sabem ou não querem saber o limite da ética
15:51:33 <ROSIMARY> Adorei a palestra, parabéns!
15:51:41 <paulosousa> Parte desta ética é criada pela elite que tem interesse em manter o poder
15:51:50 <BrunoForgiarini> O que ainda falta para as escolas, por exemplo, superarem a baixa utilização dos REA. Eu tenho uma noção mas gostaria de ver as vossas opiniões
15:52:08 <tiodocomputador> paulosousa, e alardeada aos 4 ventos como a filosofia "winners and loosers"
15:52:16 <Guest75162> Não conhecia o movimento REA achei muito interessante as ideias apresentadas e a abordagem feita pelo Wilkens, parabéns!
15:52:42 <nathykaoru> Prof. Wilkens, qual seria o projeto principal que poderiamos fazer a partir das ferramentas livres para uma educação melhor?
15:52:45 <gdcag> A proposta do REA é maravilhosa, mas tem de ser muitooooo mais difundida!!!
15:52:49 <wilkens> AiltonAdriano são mais de trinta anos de colonização digital. Isso não apenas moldou os gostos, mas também as identidades e,, com isso os comportamentos, escolhas e etc...só se quebra isso com educação. Por isso, a urgencia da EA/REA
15:53:17 <Maria> Participei pela primeira vez. Valeu. Parabéns aos palestrantes
15:53:31 <AiltonAdriano> Perfeito Professor.
15:53:38 <yan__> muito legal! espero que tenha mais... gnu me representa!!!
15:54:07 <wilkens> nathykaoru inserir, dentro das universidades, escolas, educação popular, nos movimentos de bairros, enfim as práticas da comunidades da cultura livre/software livre
15:54:11 <grantd> Adicionando ao que o Prof Wilkens falou temos um exemplo simples, que podemos ver hoje em dia, muitas crianças que são "acostumadas" a jogar no PS não gostam tanto dos outros consoles, imagina um sistema altamente difundido como foi dito, as pessoas se "acostumaram" a utilizar então temos que educa-las a tal e não simplesmente muda-las
15:54:28 <Maria> Como faço mesmo para obter o certificado?
15:54:34 <Woodsonfc> Wilkens e Rafael, alguns projetos (programas feitos espotaneamente) na Internet são financiados com a boa vontade de contribuintes aleatórios que utilizam o programa, há outras propostas de financiamento desses projetos que envolvam outros segmentos públicos ou privados?  é que vejo muitos softwares que são desenvolvidos apenas com doações espontâneas e não por um mecanismo de financiamento fora da burocracia que envolva
15:54:59 <Dani_Re> se alguém não conseguiu ter a pergunta ao RPezzi_CTA respondida na primeira parte, pode repetir agora, por favor!
15:55:03 <paulosousa> Acredito prof. e demais colega que um dos grandes desafios será fazer com que as pessoas saibam que não é por que é livre que não precisa pesquisar e estudar
15:55:25 <nathykaoru> Tenho um grande envolvimento com informática na educação, quero participar de projetos e tenho projetos para publicar.
15:55:35 <tiodocomputador> AiltonAdriano, prof wilkens, estou na educacao ha apenas 2 anos, na informatica ha 20, e percebo q existe muita resistencia por parte dos professores no geral qto a buscar o aprendizado de ferramentas opensource, vc acha muito forte o estigma Linux = "dificil"?
15:55:40 <Guest65897> Gente, essa fala merecia ser enviada às escolas do ensino fundamental. Essa  visão de educação compartilhada é das  ações mais pertinente neste mundo contemporâneo. Adorei o conceito de REMIX. Isso nos coloca diante da sabedoria que é algo universal e não individual. Precisa e deve ser de todos = compartilhado.
15:55:49 <BrunoForgiarini> Wilkens, achei muito pertinente essa colocação sobre a colonização digital. Acho que isso interfere significativamente, pois já ouvi professores dizendo que "estão acostumados com o Windows, Word e etc..."
15:55:55 <Alinemedeiros_> Acredito eu que o principal desafio é quebrar o pré-conceito capitalista que o que possui um valor algo a ser pago é mais valioso do que processos produzidos por contribuição
15:56:00 <Guest65897> Parabéns ao palestrante.
15:56:00 <Raimundasantos> Concordo em enviar as escolas.
15:56:14 <Woodsonfc> Vamos as perguntas primeiro e em seguida pode-se abrir para conversações mais genéricas, não?!
15:56:18 <tiodocomputador> se enviar pra minha, sou o unico q vai ler
15:56:21 <grantd> tiodocomputador,  Não devemos procurar mudar o que os professores acham e sim, acredito, inserir as ideias nas mentes futuras, nos alunos
15:56:26 <BrunoForgiarini> e não se interessam e explorar alternativas livres
15:56:37 <grantd> Alinemedeiros_, otimo ponto tambem
15:56:42 <tiodocomputador> grantd, eu temia q alguem dissesse isso...
15:57:08 <paulosousa> Acredito que o que vai para a internet é livre tal como ela é, sendo assim nao deveria existir nda pago que lá é disponibilizado, que venham os hakers
15:57:16 <Woodsonfc> wilkens e RPezzi_CTA Wilkens e Rafael, alguns projetos (programas feitos espotaneamente) na Internet são financiados com a boa vontade de contribuintes aleatórios que utilizam o programa, há outras propostas de financiamento desses projetos que envolvam outros segmentos públicos ou privados?  é que vejo muitos softwares que são desenvolvidos apenas com doações espontâneas e não por um mecanismo de financiamento fora da bu
15:57:18 <wilkens> tiodocomputador essa mentalidade é comportamental, faz parte da identidade fomentada pela industria do conhecimento
15:57:28 <tiodocomputador> vamos aceitar a sugestao do Woodsonfc as perguntas primeiro e em seguida pode-se abrir para conversações mais genéricas?
15:57:43 <wilkens> o usuário se comformar com tudo pronto e enlatado
15:57:44 <grantd> tiodocomputador, uma coisa eu aprendi quando comecei a envolver Tecnologia na educação, mudar quem ja tem uma ideia formada ou mostrar não adianta, acredito que se conceituarmos os alunos a fazer questionamentos o professor terá que correr atras de mais escolhas para serem mostradas e ai sim começar a mudança
15:57:57 <RPezzi_CTA> sobre os professores acharem as tecnologias difíceis, estamos quebrando o gelo com um grupo de jovens que se apropriaram da tecnologia e passando para os professores via oficinas
15:58:17 <RPezzi_CTA> acho que isto poderia ser aplicado em outros lugares
15:58:40 <Rafaela_Melo> Acho problemático afirma que "os professores não tem jeito". Há em cursos de formação, muitos deles interessados em aprender mais
15:58:41 <BrunoForgiarini> Não sei se esse "costume" não seria uma "fossilização digital"?
15:58:49 <tiodocomputador> é a msm impressao q tenho aqui, "reeducar" os professores pro mundo digital é murro em ponta de faca, melhor pensar na proxima geracao...
15:59:01 <Rafaela_Melo> afirmar*
15:59:03 <wilkens> @Woodsonfc tudo é relativament e novo e difícil para o mundo livre, sobretudo quando se fala em financiamento, mas temos alternativas interessantes para se iniciar
15:59:05 <AiltonAdriano> Caríssimo TiodoComputador, a palavra "difícil"na informática é quase nula, pois hoje temos inúmeras possibilidades de aprendizagem. Ao meu ver o que falta é um pouco mais de comprometimento e quebra de paradigma, ou, de cultura digital como o Professor mencionou.
15:59:46 <Raimundasantos> Não se pode desistir de insistir que os professores dessa geração venha se interessar...
16:00:07 <grantd> Por isto que acho que a melhor forma de levar algo a eles é realmente não so fazer com que eles tenham mais interesse e sim força-los, tambem, ao questionamento. Acredito que muitos profissionais da educação estejam hoje com mais "fome" de aprender mais ainda maneiras de passar a informação
16:00:14 <tiodocomputador> Rafaela_Melo, AiltonAdriano, concordo, é q percebo q os demais profs aqui (grande maioria, exceto alguns de matematica e ciencias) tem horror a palavra Linux
16:00:19 <Woodsonfc> Podemos deixar para o debate da plateia para depois a fim de que os palestrantes possam responder as perguntas!
16:00:29 <LenoPinheiro> kkk
16:00:33 <LenoPinheiro> tá precisando
16:00:35 <Alinemedeiros_> Concordo com você AiltonAdriano, isso parte não só do estímulo externo que o professor sofre mas também do estímulo interno do mesmo, vejo hoje vários professores correndo atras da tecnologia para se adequarem aos novos processos
16:00:45 <grantd> Woodsonfc,  modera o canal novamente
16:00:46 <wilkens> por exemplo no Portal do software público, mantido pelo governo federal há possibilidade de se empreender e conseguir realizar negócios ali. Acredirto que lá é um bom início para quem busca financiamento privado porque existem várias empresas colaborando com os projetos do poprtal, mas tem outras altyernativas
16:01:26 <Guest75162> Concordo com a Rafaela, pois se formos trabalhar somente com os jovens, estamos de certa forma excluindo os professores que já atuam na educação a mais tempo. Sou a favor de programas de aperfeiçoamento buscando inserir todos os docentes neste contexto das tecnologias digitais.
16:02:06 <wilkens> Há também iniciativas do governo para finacimento de desenvolvimento de softwares de código aberto, mas não consigo te precisar sobre isso no momento, mas sei que as iniciativas governanmentais existem
16:02:15 <Guest65897> Os educadores precisam de apoio - eu sou educadora, permanentemente formando educadores e sei que é de apoio que mais precisamos todos. A maneira como são abordados faz toda diferença. O mundo digital é uma riqueza imensa que precisa ser apresentada de forma lúdica, apaixonante como os dois palestrantes fizeram aqui, que é pra seduzir, trazer pra junto e não afastar. Fazer brilhar.
16:02:56 <Rafaela_Melo> Perfeito! Neste curso, há muitos educadores interessados em aprender mais
16:03:01 <Rafaela_Melo> em trocar experiências
16:03:13 <BrunoForgiarini> Acho que falta material humano especializado e que possa atender a cada instituição educacional com projetos continuados e não esporádicos ou raros como acontece nesse Brasil a fora
16:03:21 <Leila> Parabéns aos palestrantes e espero novos debates. A educação precisa da tecnologia para alcançar os novos pensadores, que se fará , acredito, mais facilmente nas construções conjuntas.
16:03:24 <Woodsonfc> Obrigado wilkens, mais perguntas?
16:03:28 <gdcag> concordo plenamente!!!
16:03:47 <Priscila> Isso mesmo, Leila.
16:04:03 <gdcag> é necessário dar chances para quem quer se aprofundar e aperfeiçoar...
16:04:14 <marceloakira> Wilkens, qual a sua visão sobre a tecnologia? Ela é neutra? Como deve ser encarada pela educação?
16:04:15 <Rafaela_Melo> :D :D :D
16:04:26 <wilkens> dizer que as falas e projetos do professor Rafael muito me ajudaram na reflaxão que trago hoje aqui. Obrigado Rafael sorriso
16:04:34 <marceloakira> Wilkens e Rafael, alias.
16:05:00 <wilkens> Rafael, por favor
16:05:05 <RPezzi_CTA> alo
16:05:13 <AiltonAdriano> Pergunta para o Profº Rafael.....A Impressora 3D poderia ser vista como um bom ponto de partida para a inclusão da Robótica Pedagógica em nossas escolas ?
16:05:40 <wilkens> a <marceloakira> pergunta para nós dois: qual a sua visão sobre a tecnologia? Ela é neutra? Como deve ser encarada pela educação?
16:05:43 <RPezzi_CTA> AiltonAdriano: Sim! Impressora 3D open souce como projeto de robótica
16:05:48 <marceloakira> a frase do Freire é interessante: "para mim os computadores são um negócio extraordinário. O problema é saber a serviço de quem eles entram na escola."
16:06:18 <tiodocomputador> Wilkens, Rafael: oq vcs acham q falta para q as TIs sejam incorporadas de forma mais decisiva nas nossas escolas, sobretudo primarias e secundarias?
16:06:21 <Priscila> Sou tutora do curso de Mídias na Educação da Ufop e sempre levantamos essas questões em nossos chat.. mas confesso que o material apresentado foi de grande valia.
16:06:30 <RPezzi_CTA> A tecnologia é neutra? Pense numa faca, ela é neutra?
16:06:47 <RPezzi_CTA> está sempre a favor de quem a controla
16:07:03 <RPezzi_CTA> podemos comer ou cometer atrocidades com ela
16:07:22 <Dani_Re> metáfora interessante, RPezzi_CTA
16:07:49 <FlavioGalindo> muito interessante mesmo
16:07:53 <tiodocomputador> "não existe dúvida dq as máquinas já controlam o mundo, a pergunta é: quem controla as máquinas?" (Cibele Rizek-USP)
16:08:11 <RPezzi_CTA> Então, sobre a questão de quem o computador está a serviço, penso nos tablets nas escolas. Escrevi um texto sobre isto que coloquei no site do curso REA: http://curso.rea.ufg.br/rpezzi/analise-do-uso-de-tablets-em-programas-educacionais.pdf?view=true
16:08:15 <marceloakira> Rafael: você chegou no ponto que gostaria de levantar. O problema não é somente a viabilização de tecnologia nas escolas, mas sim, a criticidade que o Wilkens falou.
16:08:21 <wilkens> tiodocomputador - falta começar pelas pessoas, Não adianta instalar 10.000 labs de infformática sem que se priorize os sujeitos que irão usar essas ferramentas
16:09:00 <tiodocomputador> wilkens, perfeito, daí minha preocupacao em ter 90% dos profs aqui fugindo do Lab de Informatica
16:09:06 <gdcag> perfeito wilkens!!
16:09:14 <marceloakira> Rafael, gostei muito desse texto. O tablet é ruim, pois não incentiva a produção de conhecimento, mas sim o seu consumo :-\
16:09:23 <RPezzi_CTA> marceloakira: sim, por issto precisamos poder pensar as tecnologias
16:09:24 <AiltonAdriano> Concordo com o Profº Rafael em colocar a tecnologia como neutra, porém, acredito, e muito, que ela possa ser um instrumento extremamente favorável ao processo ensino-aprendizagem e contribuir violentamente com o déficits de aprendizagem que temos hoje em dia.
16:09:57 <RPezzi_CTA> AiltonAdriano: não disse que a tecnologia é neutra
16:10:04 <wilkens> sem que se deêm as condições mínimas para que todas se sintam envolvidos, aliás, esse é o problema maior, a falta d envolvimento a partir da valorização, formação continuada, etc dos atores principais do processos: profesores e alunos
16:10:07 <tiodocomputador> AiltonAdriano, discordo numa coisa: a TI nao é um instrumento de educacao, é uma revolucao sem precedentes
16:10:11 <RPezzi_CTA> ela pode vir a serviço de quem não está por perto
16:10:34 <Rafaela_Melo> É preciso pensar nas razões reais pelas quais os professores estão "fugindo" e que tipo de discurso se tem utilizado para "impor" aos professores que utilizem as tecnologias. Um deles é o da "reciclagem" que " o professor precisa se reciclar"
16:10:46 <Rafaela_Melo> o professor se sente um lixo
16:10:49 <Rafaela_Melo> é preciso pensar em outras estratégias
16:10:51 <wilkens> oerdi esse: marceloakira> Rafael, gostei muito desse texto. O tablet é ruim, pois não incentiva a produção de conhecimento, mas sim o seu consumo :-\
16:11:10 <tiodocomputador> Rafaela_Melo, é pra isso q to aqui :D
16:11:16 <wilkens> preciso desse texto, onde consigo? Ou é só uma frase? :p
16:11:32 <tiodocomputador> tb quero o/
16:11:42 <Woodsonfc> Rafael e Wilkes, o que vejo sempre é que iniciativas que não envolvam grandes somas de dinheiro que encha a "BURRA"  de muitos intermediários. Um exemplo que sempre  dou é o do Aerotrem que nunca é usado, nem divulgado como um modal para resolver o problema da mobilidade nas cidades! Como acha que podemos conseguir massa crítica e termos financeiros etc para fazer frente aos monopólios tecnológicos?!`(ver em http://diariodo
16:11:51 <marceloakira> wilkens: é só uma frase minha piscando
16:11:53 <Woodsonfc> wilkens e RPezzi_CTA
16:11:58 <Clecio> Convordo com os amigos quando dizem que as tecnologias podem e devem ser utilizadas para mediar o conhecimento e as relações entre professor e aluno e aluno e professor
16:12:20 <AiltonAdriano> Me desculpe Profº Rafael, não percebi o sinal de interrogação ( ? )...kkk
16:12:39 <RPezzi_CTA> wilkens, o texto está aqui: http://curso.rea.ufg.br/rpezzi/analise-do-uso-de-tablets-em-programas-educacionais.pdf
16:12:42 <Clecio> porem..nunca utilizar tais tecnologias simplesmente para o uso pelo uso
16:13:03 <marceloakira> Clecio: boa complementação, é necessário uso crítico da tecnologia
16:13:10 <Woodsonfc> Reformulando o início: o que vejo sempre é que iniciativas que não envolvam grandes somas de dinheiro que encha a "BURRA"  de muitos intermediários são impedidos de progredir!
16:13:38 <Rafaela_Melo> <tiodocomputador> acredito que uma delas é pensar como articular o uso das tecnologias ao planejamento do professores... ao projeto pedagógico da escola como um todo. Não adianta ter as máquinas...
16:14:10 <wilkens> gente, sobre a questão do Akira digo o seguinte: a tecnologia não somente não é neutra, como pode servir para libertar ou alienar as pessoas...pensem no que eu falei sobre colonização tecnológica...agora pensem naquilo que a filosofia do software   livre/cultura livre está trazendo de libertação para as pessoas...é por aí que vai a nossa reflexão e a nossa prática
16:14:41 <tiodocomputador> Rafaela_Melo, ai q tq, to esperando a direcao da escola aqui marcar um HTPC sobre isso faz mais de 1 anos
16:14:56 <wilkens> amigos precisarei sair agora,se me permitem.
16:15:03 <tiodocomputador> mas como disse o Woodsonfc  iniciativas que não envolvam grandes somas de dinheiro que encha a "BURRA"  de muitos intermediários são impedidos de progredir!
16:15:12 <FlavioGalindo> até uma próxima prof. wilkens
16:15:18 <gdcag> informar, formar, instrumentalizar e dar condições para que as tecnologias façam parte efetiva do contexto educacional. É assim que vejo ...
16:15:19 <Woodsonfc> OK Wilkens, obrigado e parabéns
16:15:32 <Guest75162> O problema do preconceito que existe por parte de alguns professores é devido ao fato de verem a tecnologia com um fim e não como um meio para disseminar o conhecimento. A falta de apoio, o baixo o salário, a falta de incentivo e o excesso de cobrança, é que torna a tecnologia um problema a ser superado.
16:15:58 <grantd> tiodocomputador,  Eu acho que , assim como eu, tomar uma iniciativa que não precise envolver dinheiro e sim mobilização dos professores seria ja uma bela forma de iniciar
16:16:04 <AiltonAdriano> Parabenizo a todos os envolvido direta e indiretamente neste evento, aos colegas e em especial aos Profº Rafael e Wilkens.... para mim foi de grande valia a participação neste seminário, tenho a certeza que irá contribuir com o meu aprendizado na pós em Mídias na educação......Abraços !
16:16:14 <wilkens> quem quiser me encontrar deixei meu e-mail e twitter nos slides. Aliás, peço que baixem a apresentam, construam outras apresentações a partir dela e distribuam a vontade é 100% aberta :D
16:16:26 <tiodocomputador> Guest75162, excelente observacao
16:16:39 <Rafaela_Melo> Até a próxima, Lenon! E parabéns pela apresentação! =)
16:16:47 <Raimundasantos> Já estou ansiosa para próxima palestra. Adorei.
16:16:48 <bneves> atééé
16:16:49 <tiodocomputador> grantd, uma reuniao no HTPC nao envolve $$$, talvez por isso nao é marcada
16:16:51 <RPezzi_CTA> Pessoal, foi um prazer participar. Agradeço a adelma e o restante do pessoal da STIS pela oportunidade.
16:16:51 <bneves> e eu chegando no fim
16:17:11 <Jane_> Aplausos!!!!!!!!!
16:17:13 <Guest75162> Obrigada!
16:17:15 <tiodocomputador> prof wilkens obrigado
16:17:28 <grantd> tiodocomputador, ja buscou conversar com, primeira, professores interessados e se movimentarem por conta propria?
16:17:39 <wilkens> Obrigado <@Woodsonfc e até a próxima FlavioGalindo, minha amiga Rarafela Melo,  Dani_Re, Rafael e todos os demais..até a próxima :D,
16:17:42 <tiodocomputador> grantd, até com o prefeito
16:17:46 <Woodsonfc> A próxima palestra ainda não tem a data definida, mas parece que ocorrerá no dia 22/11, ou até antes dependendo da disponibilidade dos palestrantes
16:17:46 <Jane_> Muito obrigada e parabéns professores palestrantes!!!! Aplausos1!!!
16:18:03 <Raimundasantos> Aplausos!
16:18:03 <tiodocomputador> desinteresse total, exceto na hora de tirar foto pro jornal
16:18:49 <Clecio> pretendo tambem, utilizar esses recursos na escola onde leciono, com uma turma do EJA. Sei que os desafios seram enormes mas, temos sempre que acreditar, e começar a fazer a diferença apartir de nos mesmos..obrigado pela oportunidade de participar desta tão maravilhosa socialização de saberes
16:18:55 <tiodocomputador> pessoal preciso sair mas vou deixar no log o restante da conversa pra ler mais tarde, abraço a todos e obrigado pela conversa!
16:18:59 <gdcag>  sorriso excelentes exposições!!! Parabéns aos palestrantes!!!
16:18:59 <grantd> tiodocomputador, quem sabe redigir uma proposta e conversar com alguns professores, prefeito? este que não resolve mesmo se não tiver $$, nem todos é claro
16:19:12 <Rafaela_Melo> Eu que agradeço Rafael, pela ótima palestra! =)
16:19:13 <tiodocomputador> grantd, escrevi, ninguem leu
16:19:26 <tiodocomputador> abss a todos!
16:19:55 <LenoPinheiro> abs
16:20:03 <gdcag> abs
16:20:11 <Guest75162> Abraços à todos(as)! Gostei muito de interagir com vocês e debater um tema tão importante no contexto educacional.
16:20:11 <Guest65897> [16:08] Obrigada!
16:20:18 <paulosousa> abs, aplausos...foi muito bom obrigado a todos
16:20:27 <LenoPinheiro> Adorei o chat também. Excelente!
16:20:33 <Guest65897> Foi mesmo fabuloso.
16:20:36 <LenoPinheiro> parabéns ao grupo
16:20:43 <Woodsonfc> Aqueles que desejarem o certificado e ou desejar serem infomados sobre as próximas palestras, envie-nos um e-mail com seu nome completo, nickname, e nome da palestra que assistiram para o e-mail informado no site http://stis.textolivre.org/site/
16:20:44 <Woodsonfc> stis@textolivre.org
16:20:47 <ines_> Abraços.
16:21:03 <LenoPinheiro> ok. Mto obrigado pessoal
16:21:43 <Woodsonfc> Repetindo pq não custa informar: Aqueles que desejarem o certificado e ou desejar serem infomados sobre as próximas palestras, envie-nos um e-mail com seu nome completo, nickname, e nome da palestra que assistiram para o e-mail informado no site http://stis.textolivre.org/site/ stis@textolivre.org
16:22:36 <paulosousa> Obrigado, estarei enviando o email
16:22:49 <Woodsonfc> Lá tb disponibilizaremos o LOG da palestra para aqueles que desejarem rever! Repetindo pq não custa informar: Aqueles que desejarem o certificado e ou desejar serem infomados sobre as próximas palestras, envie-nos um e-mail com seu nome completo, nickname, e nome da palestra que assistiram para o e-mail informado no site http://stis.textolivre.org/site/ stis@textolivre.org
16:23:08 <FlavioGalindo> Obrigado!
16:23:25 <Jane_> Obrigada pelo evento online!  Até a próxima!
16:23:34 <Leila> Obrigada pessoal, valeu a cia na tarde de hj.
16:24:17 <joycefettermann> Adorei as palestras! Obrigada!
16:25:34 <Woodsonfc> disponibilizaremos o LOG da palestra no site do STIS para aqueles que desejarem rever! Repetindo pq não custa informar: Aqueles que desejarem o certificado e ou desejar serem infomados sobre as próximas palestras, envie-nos um e-mail com seu nome completo, nickname, e nome da palestra que assistiram para o e-mail informado no site http://stis.textolivre.org/site/ stis@textolivre.org
16:26:53 <Woodsonfc> O STIS agradece a presença de todos que repercutem esse trabalho!
16:27:24 <BrunoForgiarini> Obrigado! É sempre uma satisfação participar dos STIS.
16:27:59 <Woodsonfc> E nos prestigiam! A todos vocês nosso muito obrigado e desculpe os problemas! Podem fazer sugestões por esse e-mail tb!
16:28:54 <Dani_Re> obrigada a todos pela presença!
16:29:31 <joycefettermann> esse chat vai ficar gravado na página?
16:29:54 <grantd> joycefettermann, sim
16:30:04 <Dani_Re> vai sim
16:30:10 <Woodsonfc> Podem fazer sugestões de palestras ou palestrantes e ou críticas pelo e-mail stis@textolivre.org tb !
16:30:16 <Dani_Re> no site: http://stis.textolivre.org/site/
16:31:08 <Woodsonfc> disponibilizaremos o LOG da palestra no site do STIS  ( http://stis.textolivre.org/site/ ) para aqueles que desejarem rever
16:31:25 <joycefettermann> show!

Como citar este texto:

PEZZI, Rafael.  Apresentação do Centro de Tecnologia Acadêmica. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano III, 2013. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/57-log-rafael-prezzi-e-wilkens-lenon>;. Acesso em: 27 fev. 2014.


ANDRADE, Wilkens Lenon Silva de.  Importância das ferramentas digitais Livres no cenário da Educação Aberta/Recursos Educacionais abertos. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano III, 2013. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/57-log-rafael-prezzi-e-wilkens-lenon>;. Acesso em: 27 fev. 2014.

 

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Based on a work at Texto Livre.

9. Novembro: Semiótica e Comunicação

cartaz STIS novembro 2013

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Elizabeth Taille e Conrado Mendes

Conferência dupla STIS NOVEMBRO 2013

Dia 22 de novembro das 14 às 15:30, na Sala de Conferências do STIS

Reflexões sobre a construção do sentido (Profª Drª Elizabeth Harkot-de-La-Taille, FFLCH-USP)

Resumo: Porque existe o sentido? De onde ele vem? Como se instala e se dissemina? Um dos nomes que identificam as teorias do sentido, que são várias, é semiótica.Em sua maioria, essas teorias baseiam-se na ideia de convencionalidade: considera-se um acordo, ao menos implícito, anterior a toda comunicação, e postula-se a existência de um código externo que se impõe aos participantes das trocas. É assim com o conceito saussureano de língua, herdeiro do espiritualismo de Durkheim. A postura sociológica que lhe subjaz não é ideologicamente neutra, como permite inferi-lo o papel de usuários intercambiáveis da língua, reservado aos participantes da comunidade linguística. Como consequência, a filosofia da linguagem herdeira do pensamento durkheimeano isola-a das ciências da natureza e elimina qualquer tensão entre os participantes do ato comunicativo, desprovidos de perspectiva de negociação, já que são concebidos como intercambiáveis. Por essa via, não há como correlacionar a variedade das produções semióticas e a social (um dos objetivos das sociossemiótica), nem estudar a negociação das distâncias entre os parceiros da troca semiótica (foco da retórica geral).As escolas semióticas tradicionalmente difundidas separam-se entre as racionalistas (em geral europeias, descendentes de Saussure, Hjelmslev, Greimas) e as pragmáticas (em geral americanas, a exemplo de Peirce e Morris). Proponho um breve panorama de como essas duas principais vertentes pensam a relação entre mundo e linguagem, assim como a proposição avançada pelo Groupe m, de Liège, Bélgica, à questão “De onde vem o sentido?”, a fim de fomentar reflexões sobre os processos pelos quais o mundo (natural e social) é traduzido em cultura, pela ação das linguagens.

 

Semiótica e mídia: uma abordagem tensiva do fait divers. (Prof . Dr. Conrado Moreira Mendes)

Resumo: Nesta conferência, apresentaremos alguns elementos de nossa pesquisa de doutorado, realizada na Universidade de São Paulo, entre 2009 e 2013, com estágio doutoral na Université Paris 8 Vincennes-Saint-Denis, entre 2010 e 2011. Sob orientação do Prof. Dr. Waldir Beividas (USP) e supervisão durante o estágio no exterior do Prof. Dr. Denis Bertrand, nossa investigação se ocupou da análise e da teorização do fait divers, categoria jornalística que se refere a eventos de caráter fortuito, com base nas proposições da semiótica de vertente tensiva. O corpus da pesquisa constituiu-se primordialmente da cobertura do Caso Isabella Nardoni, compreendido sob a rubrica dessa expressão, realizada pelo Jornal Nacional nos meses de março, abril e maio de 2008. Também compuseram o corpus da investigação outros relatos jornalísticos dessa natureza, tanto os que se pautaram por uma curta duração quanto aqueles que repercutiram na mídia por um período considerável. Em relação ao caso aludido, impôs-se a questão teórica que se refere à pouca duração que um relato noticioso de tal categoria costuma ter. Ao contrário, ele arrastou-se por meses a fio no primeiro semestre de 2008, mantendo, não obstante, uma elevada carga tímica. Dessa forma, procurou-se buscar nos mecanismos do discurso as estratégias usadas pelo enunciador “Jornal Nacional” para “extensivizar” a intensidade do Caso Isabella Nardoni, o qual se baseia numa estrutura acontecimental e que, por definição, deveria ser muito intenso, mas pouco extenso. Para tanto, a pesquisa se valeu dos seguintes eixos analíticos: concessão e fidúcia, duração e intensidade, a paixão coletiva da comoção e, por fim, relações intertextuais e interdiscursivas que o texto em análise permite estabelecer com outros textos/discursos. Os referidos eixos cumpriram, cada qual, a tarefa de responder parcialmente o porquê de, a despeito do transcurso da temporalidade, a intensidade em torno do caso enfocado ter sido duradoura.

9.1. registro novembro

Registro da Conferência em chat escrito, de 22 de novembro de 2013:

 

 Reflexões sobre a construção do sentido
conferencista: Elizabeth Harkot-de-La-Taille


 Semiótica e mídia: uma abordagem tensiva do fait divers
conferencista: Conrado Moreira Mendes

 

moderador: Equipe STIS

 

[14:03] <daniervelin> para quem participa pela primeira vez, organizamos as apresentações assim: damos voz (na forma escrita) aos palestrantes por 30 min (cada um). Nesse momento, a sala fica moderada e só eles podem falar/teclar
[14:03] <daniervelin> Após a fala dos dois conferencistas, teremos mais 30 minutos para o diálogo entre eles e os participantes, quando será possível fazer perguntas, sugestões, comentários, etc.
[14:06] <daniervelin> bom, então, gostaria de dar boas-vindas a todos os participantes e agradecer a presença da professora Elizabeth
[14:07] <daniervelin> seja bem-vindo, Conrado__
[14:07] <daniervelin> vou apresentar então nossos convidados para, em seguida, dar a voz à professora Elizabeth
[14:07] <daniervelin> a professora Elizabeth Harkot-de-La-Taille Graduada em Letras pela Universidade de São Paulo (1986), Mestre (1990) e Doutora (1996) em Semiótica e Linguística Geral, também pela Universidade de São Paulo.
[14:08] <daniervelin> é graduada*
[14:08] <daniervelin> É professora do Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo desde 2006.
[14:08] <daniervelin> Dedica-se à pesquisa nas áreas de Língua Inglesa e Semiótica, pela perspectiva teórica da Semiótica Discursiva.
[14:08] <daniervelin> É autora do livro “Ensaio semiótico sobre a vergonha” (1999), entre outros importantes artigos sobre os temas: construção discursiva da identidade, estereótipos culturais, imagens de si, paixões e interações sociais, aspectos retóricos e papel de componentes sensíveis no processo de significação.
[14:08] <daniervelin> o professor Conrado Moreira Mendes É Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (2006), Mestre em Estudos Linguísticos pela mesma instituição (2009) e Doutor em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo (2013).
[14:09] <daniervelin> É Editor-Convidado da Revista Estudos Semióticos e, atualmente, é Professor Assistente I da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, curso de Publicidade de Propaganda, campus Poços de Caldas, e Professor Adjunto I do Centro Universitário de Belo Horizonte UNIBH, curso de Design.
[14:09] <daniervelin> Atua principalmente nas seguintes áreas: Semiótica Discursiva, Comunicação e Linguística Geral.
[14:10] <daniervelin> então, damos a voz à professora Elizabeh para começar o Stis de hoje
[14:10] <Elizabeth_> Em primeiro lugar,muito obrigada pelo convite. Espero não fazer muitos erros de digitação...
[14:11] <daniervelin> o código para acessar os slides da primeira apresentação é: elizabeh
[14:11] <Elizabeth_> Nesta palestra, proponho-me a pensar algumas questões basilares sobre a constituição do sentido.
[14:11] <Elizabeth_> Porque existe o sentido? De onde ele vem? Como se instala e se dissemina? Um dos nomes que identificam as teorias do sentido, que são várias, é semiótica.
[14:12] <Elizabeth_> Quando falamos “semiótica”, porém, é preciso adjetivar a palavra, pois não há apenas uma teoria da significação que leva esse nome e as diferentes vertentes partem de concepções distintas da relação mundo-linguagem.
[14:12] <Elizabeth_> Antes de entrar nessa questão, no entanto, começo por uma história real, para ajudar a situar a questão.
[14:12] <Elizabeth_> Trata-se da história de Helen Keller. Nascida em 1880, no Alabama, estudou filosofia e se formou em 1904 por Radcliff College, em Cambridge, Massachusetts.
[14:13] <Elizabeth_> Ainda na faculdade, aos 22 anos, publicou The Story of my Life, autobiografia que foi traduzida para dezenas de línguas. Além do inglês, aprendeu francês, latim e alemão.
[14:13] <Elizabeth_> Recebeu vários títulos e diplomas honorários pelo mundo, foi nomeada Cavaleiro da Legião de Honra da França, condecorada com a Ordem do Cruzeiro do Sul, no Brasil, agraciada com o Tesouro Sagrado, no Japão,
[14:13] <Elizabeth_>  além ter sido membro honorário de inúmeras sociedades científicas e filantrópicas.
[14:14] <Elizabeth_> Ao longo de seus 87 anos de vida, foi recebida por oito presidentes americanos. Ganhou o respeito e a amizade de Alexander Graham Bell, a quem dedica seu primeiro livro, Charlie Chaplin and Mark Twain, este último, seu manifesto admirador.
[14:14] <Elizabeth_> Além da autobiografia, escreveu mais cinco livros, disponibilizados gratuitamente pelo Projeto Gutenberg (www.gutenberg.org), o primeiro, tb em áudio. Jornalista, conferencista e militante política,
[14:14] <Elizabeth_> sua história pessoal foi posta em um filme, The Miracle Worker (1963), escrito por William Gibson e dirigido por Arthur Penn. Morreu em 1968. Trinta e um anos depois, em 1999, integrou a lista das pessoas mais admiradas do século XX, na seleção realizada pelo Instituto Gallup
[14:15] <Elizabeth_> (Gallup's Most Widely Admired People of the 20th Century. A lista pode ser obtida em vários sites da internet, por exemplo, http://en.wikipedia.org/wiki/Gallup%27s_List_of_Widely_Admired_People.)
[14:15] <Elizabeth_> Sua trajetória contém ainda um dado especial: quando criança, ela teve escarlatina ou meningite, não se sabe, e ficou irrecuperavelmente cega e surda, aos 19 meses de idade. E viveu mais uns cinco anos no que ela mais tarde chamou de sua “prisão mental”.
[14:15] <Elizabeth_> O que pode significar perder de chofre os canais de contato com o mundo visual e sonoro?
[14:16] <Elizabeth_> Subitamente, de bebê brincalhão, a menina de nem dois anos acordou de uma febre alta, em seu berço, mas num outro mundo, de total silêncio e escuridão, como se tudo tivesse sumido e o tempo parado.
[14:16] <Elizabeth_> Não, não é bem isso. Um susto tátil: alguém a pega; um alívio olfativo: é o odor da mãe; um gosto na língua: é o leite, que vem saciar a fome, nesse estado de “suspensão do mundo”, de “intervalo sensível”
[14:16] <Elizabeth_> Para ela, no entanto, esse “intervalo” se instalava definitivamente. Daquele momento em diante, ela só teria o tato, o paladar e o olfato, para seu contato com o exteroceptivo.
[14:17] <Elizabeth_> Em escuridão silenciosa passaram-se mais de cinco anos, sem que a menina tivesse acesso a qualquer forma de educação especial ou que sua condição física lhe permitisse frequentar escolas.
[14:17] <Elizabeth_>  Cega e surda, também se tornara muda e era por muitos vista como intelectualmente incapaz. São suas as palavras que contam memórias desse período, resgatadas ou construídas:
[14:17] <Elizabeth_> "Antes de minha professora vir a mim, eu não sabia que eu era. Vivia em um mundo que era um não mundo. Não dá para descrever adequadamente aquele tempo inconsciente, ainda que consciente, de nada.
[14:18] <Elizabeth_> Eu não sabia que sabia alguma coisa nova, ou que vivia ou agia ou desejava. Eu não tinha nem vontade nem intelecto. Era levada a objetos e atos por certo ímpeto cego natural.
[14:18] <Elizabeth_> Tinha uma mente que me fazia sentir raiva, satisfação, desejo. Esses dois fatos levavam meus próximos a supor que eu queria e pensava. Lembro-me de tudo isso, não porque eu soubesse que era assim, mas porque tenho memória tátil.
[14:18] <Elizabeth_> Ela me permite lembrar que nunca contraí a testa no ato de pensar. Nunca antecipava ou escolhia coisa alguma. Recordo-me também tatilmente de que nunca em um sobressalto ou numa batida do coração senti que amava ou que me importava com algo.
[14:19] <Elizabeth_> Minha vida interior, então, era um espaço em branco sem passado, presente ou futuro, sem esperança ou expectativa, sem admiração ou alegria ou fé.
[14:19] <Elizabeth_> Não era noite – não era dia." (KELLER, 1904, p. 141-2, tradução minha)
[14:20] <Elizabeth_> "... eu vivia numa espécie de sonho perpétuo. O depoimento de pais e amigos que cuidavam de mim dia após dia é o único meio que tenho de saber a realidade daqueles primeiros obscuros anos de minha infância.
[14:20] <Elizabeth_> Os atos físicos de ir para a cama e andar sozinha de manhã marcam a transição da realidade para a Terra dos Sonhos. Com a precisão que me é possível contar, adormecida ou desperta eu só sentia com meu corpo.
[14:20] <Elizabeth_> Não consigo me recordar de um único processo que eu pudesse dignificar chamando de pensamento. É verdade que meus sentidos eram extremamente aguçados; porém, além de uma conexão direta com minhas necessidades físicas, eles não se associavam nem eram dirigidos.
[14:21] <Elizabeth_>  Tinham pouca relação entre si, comigo ou com a experiência de outrem. (...)
[14:21] <Elizabeth_>  No entanto, antes de minha educação começar, eu sonhava. Sei que sonhava porque me recordo de não haver interrupção em minhas experiências táteis. Coisas caíam, repentinamente, pesadamente.
[14:21] <Elizabeth_> Sentia minhas roupas queimando, ou caía numa banheira de água fria. Uma vez senti cheiro de bananas e o odor era tão vivo em minhas narinas que pela manhã, antes de me vestir, fui atrás das bananas, no aparador. Não havia bananas, nem cheiro de bananas em lugar nenhum! Minha vida era de fato um sonho contínuo." (KELLER, 1904, p. 198-200, tradução minha).
[14:22] <Elizabeth_> O percurso de Keller abre uma fresta na opacidade do processo de fazer sentido: de um “tempo inconsciente, ainda que consciente”, “espaço em branco sem passado, presente ou futuro”, “espécie de sonho perpétuo” (KELLER, 1904, p. 141, 142 e 198, tradução minha), ela passa a saber que sabe, a ter memória evocável e a saber que é.
[14:22] <Elizabeth_> Como alguém passa de um dado estágio para o de quem sabe sobre esse estágio? Os relatos de Keller sugerem dois saltos qualitativos. Eis o primeiro, radical: o conceber a significação: (SLIDE 2)
[14:25] <Elizabeth_> O texto do slide 2 : "Enquanto o fluxo fresco..." traz o relato do assomo de Keller, da experiência de conceber a significação, retratada como libertadora.
[14:25] <Elizabeth_> Mas, antes de mergulhar na análise de trechos da história de Keller, voltemos à semiótica, ou melhor, às semióticas.
[14:25] <Elizabeth_> Em sua maioria, essas teorias baseiam-se na ideia de convencionalidade: considera-se um acordo, ao menos implícito, anterior a toda comunicação, e postula-se a existência de um código externo que se impõe aos participantes das trocas.
[14:26] <Elizabeth_> É assim com o conceito saussureano de língua, herdeiro do espiritualismo de Durkheim. A postura sociológica que lhe subjaz não é ideologicamente neutra, como permite inferi-lo o papel de usuários intercambiáveis da língua, reservado aos participantes da comunidade linguística.
[14:26] <Elizabeth_>  Como consequência, a filosofia da linguagem herdeira do pensamento durkheimeano isola-a das ciências da natureza e elimina qualquer tensão entre os participantes do ato comunicativo, desprovidos de perspectiva de negociação, já que são concebidos como intercambiáveis.
[14:26] <Elizabeth_> Por essa via, não há como correlacionar a variedade das produções semióticas e a social (um dos objetivos das sociossemiótica), nem estudar a negociação das distâncias entre os parceiros da troca semiótica (foco da retórica geral).
[14:27] <Elizabeth_> As escolas semióticas tradicionalmente difundidas separam-se entre as racionalistas (em geral europeias, descendentes de Saussure, Hjelmslev, Greimas) e as pragmáticas (em geral americanas, a exemplo de Peirce e Morris).
[14:27] <Elizabeth_> Como pano de fundo para desenvolver um breve panorama de como essas duas principais vertentes pensam a relação entre mundo e linguagem,
[14:28] <Elizabeth_> omo o exemplo de modelo do sistema solar geocêntrico, proposto por Ptolomeu, século II DC (SLIDE 3),
[14:28] <Elizabeth_> heliocêntrico, proposto por Copérnico (1473- 1543) (SLIDE 4)
[14:28] <Elizabeth_> e geo-heliocêntrico, de Tycho Brahe, (1546 - 1601) (SLIDE 5)
[14:29] <Elizabeth_> Por que modelos diferentes? A Terra, o Sol e os planetas não mudaram radicalmente de movimentação,mas seus modelos representativos, sim.
[14:29] <daniervelin> código para acessar os slides à direita: elizabeth
[14:29] <Elizabeth_> Resposta hipotética das vertentes pragmáticas: porque o conhecimento se desenvolve e entende melhor e mais aprofundadamente o mundo, podendo assim chegar mais perto da verdade de sua representação. Os modelos representam o mundo (representamen). As leis da natureza são descobertas pelo homem.
[14:30] <Elizabeth_> Resposta hipotética das vertentes idealistas: porque o conhecimento se desenvolve e novos modelos são necessários para se responderem às novas perguntas que são colocadas.
[14:30] <Elizabeth_>  Os modelos não representam o mundo, mas criam um mundo representado. Não temos acesso às leis da natureza, criamos um simulacro de mundo, por meio da linguagem (hoje, do discurso).
[14:31] <Elizabeth_>  (SLIDES 6 E 7)
[14:32] <Elizabeth_> Cada simulacro traz em seu bojo consequências na interpretação dos fenômenos.
[14:33] <Elizabeth_> Se o modelo geo-heliocêntrico satisfazia a igreja, na Idade Média, deixava a desejar às matemáticas, quando chegava a hora de calcular as órbitas.
[14:34] <Elizabeth_> Embora a projeção do movimento dos planetas desenhasse uma bela rosáscea, o cálculo e as projeções de movimentos futturos ficava comprometido pela grande complexidade.
[14:35] <Elizabeth_> Os simulacros que criamos mudam, também, quando mudam as perguntas que fazemos a eles, quando nos colocamos questões que são incapazes de bem reponder.
[14:35] <Elizabeth_> Volto a Helen Keller (SLIDES 8 E 9) e à proposição avançada pelo Grupo m, de Liège, Bélgica, à questão “De onde vem o sentido?”, a fim de fomentar reflexões sobre os processos pelos quais o mundo (natural e social) é traduzido em cultura, pela ação das linguagens.
[14:36] <Elizabeth_> A palavra insight  é duplamente interessante para descrever esse momento-chave em que Keller, no lugar de eleger a hipótese de memorização de nomes para as coisas , destaca relações estabelecidas entre estímulos sensórios (entre si e com algo além deles), um primeiro grau de sintaxe, a partir de separações e reagrupamentos dos elementos percebidos .
[14:36] <Elizabeth_> Brandt (WEB, s/d, p. 11) descreve o processo de significação como tendo início na fusão de material sensório em instâncias de percepção sincrética, multimodal. Tais instâncias geram perceptos que, por sua vez, convertem-se em “mundos” espaço-temporais.
[14:36] <Elizabeth_> Estes últimos integram-se às crenças e aos afetos dos sujeitos e o todo se estende em processos neurofenomenológicos que, para se estabilizarem como sentido (meaning) e virem a ser memorizados, dependerão de determinações contextuais.
[14:36] <Elizabeth_> A fim de serem resgatáveis, os conteúdos precisam se tornar reflexivos, pois é por meio da reflexivização que se tornam sentido e podem ser memorizados. Para o autor, prestar atenção a algo é exatamente permitir o estabelecimento desse processo de reflexivização.
[14:37] <Elizabeth_> O grau de compatibilidade identificável entre o processo descrito por Brandt e o relato de Keller é grande: (SLIDE 10)
[14:37] <Elizabeth_> a)    material sensório se funde em instâncias de percepção sincrética, multimodal, que geram perceptos: o fluxo fresco escorria sobre uma mão,[sua professora] soletrava na outra a palavra água, primeiro lentamente, em seguida, rapidamente;
[14:37] <Elizabeth_> b)    perceptos tornam-se “mundos” espaço-temporais e estes se integram às crenças e aos afetos dos sujeitos: uma emoção repentina e forte de pensamento que retornava; (SLIDE 11)
[14:37] <Elizabeth_> c)    conteúdos devem se tornar reflexivos, pois é por meio da reflexivização que se transformam em sentido (meaning) e podem ser memorizados: senti uma consciência nebulosa como de algo esquecido — uma emoção repentina e forte de pensamento que retornava; soube então que "á-g-u-a" significava a coisa fresca maravilhosa que fluía por sobre minha mão;
[14:38] <Elizabeth_> d)    o processo de reflexivização instaura-se em resposta ao ato de atentar-se a algo: Fiquei imóvel, toda minha atenção presa aos movimentos de seus dedos. De repente, senti uma consciência nebulosa como de algo esquecido...
[14:38] <Elizabeth_> Brandt (2010) propõe o seguinte modelo para a integração de conteúdos em sentidos meaning de complexidade crescente. (SLIDE 12)
[14:39] <Elizabeth_> O momento da instauração da relação entre os estímulos táteis “frescor” e “dedilhado” é da ordem do acontecimento zilberberguiano, e de um tipo de acontecimento particular, o “assomo”, designado por Cassirer como “vivência da significação”.
[14:39] <Elizabeth_> Se essa vivência se dá de modo forte e afetivamente intenso, remete à interjeição (ZILBERBERG, 2006, p. 16). É em situação de interjeição que se descreve Keller: (SLIDE 13) “De repente, senti uma consciência nebulosa como de algo esquecido — uma emoção repentina e forte de pensamento que retornava”. (grifo meu)
[14:39] <Elizabeth_> O acontecimento é raro e intenso, sua repetição o transformará em fato (ZILBERBERG, 2008, p. 5). E Keller, após o primeiro salto qualitativo, o “assomo”, retrata-se como desperta:
[14:40] <Elizabeth_> (SLIDE 14) “Aquela palavra viva despertou minha alma, deu-lhe luz, esperança, alegria, libertou-a”! (grifos meus)
[14:40] <Elizabeth_> Klinkenberg e Edeline (2011), movidos pela questão “por que há sentido, ao invés de nada?”, aplicam-se a desvendar como se dá, do ponto de vista semiótico, o processo de integração do que Brandt (s/d, 2005) nomeia de “fusão de material sensório em perceptos”, ou anassemiose, para os autores.
[14:40] <Elizabeth_> A estrutura mínima para tal operação, chamada dipolo, está presente desde as formas de vida mais básicas. O dipolo permite a percepção de um gradiente, isto é, de uma diferença ou variação de estímulos externos.
[14:40] <Elizabeth_> Tal diferença pode ser concomitante, como no fenômeno que gera o tropismo, ou sequencial – por exemplo, em organismos unicelulares, por operação de uma memória química. Para o gradiente ser acusado pelo dipolo, isto é, ser percebido, é necessário ter uma ordem de grandeza compatível com a estrutura a registrá-lo.
[14:41] <Elizabeth_>  Variações pequenas demais são ignoradas, pois imperceptíveis. Uma escala de cores dá um bom exemplo: enquanto vemos claramente variações de cor em faixas maiores, dificilmente percebemos diferença entre dois pontos muito próximos.
[14:41] <Elizabeth_> O olho humano percebe mudanças de cor a partir de limiares mínimos, fisiológicos, mas também culturais.  A operação de limiarização é responsável por mudanças de qualidade, por exemplo, de estímulos sensoriais para perceptos.
[14:41] <Elizabeth_> Na ausência da limiarização, tais estímulos permanecem tão somente o que são na origem: estímulos sensoriais.
[14:41] <Elizabeth_> A operacionalidade do conceito de limiarização não se limita ao nível sensorial, mas manifesta-se em todos os níveis possíveis de triagem, como no caso do acontecimento zilberberguiano e do assomo de Cassirer .
[14:42] <Elizabeth_> O confronto tátil do contato com a “coisa fresca maravilhosa” e com o dedilhado soletrando “á-g-u-a” faz a menina relacioná-los e produz o acontecimento provocador daquilo descrito como seu despertar.
[14:42] <Elizabeth_> Nas primeiras semanas, encantada com o poder facilitador da “mágica” da linguagem, na obtenção das coisas que queria, aprendeu várias novas palavras. Até essa época, sustenta a autora, em seu mundo não havia comparação de estados mentais, nem consciência de qualquer mudança ou processo interno que lhe estivesse ocorrendo. Só pensava em coisas que queria.
[14:42] <Elizabeth_> Era o “abrir o congelador numa escala maior” (KELLER, 1904, p. 145), o uso instrumental das palavras aprendidas. O segundo salto qualitativo ainda estava por acontecer.
[14:43] <Elizabeth_> "Quando aprendi o significado de “eu” e “me” e entendi que eu era algo, comecei a pensar. Aí a consciência começou a existir para mim. Assim, não foi o sentido do tato que me trouxe conhecimento. Foi o despertar de minha alma que deu valor a meus sentidos, seu conhecimento de objetos, nomes, qualidades e propriedades.
[14:43] <Elizabeth_> O pensamento me fez consciente do amor, da alegria e de todas as emoções. Eu queria muito conhecer, então entender e, depois, refletir sobre o que conhecera e entendera. E o ímpeto cego, que antes me levava de lá para cá, aos ditames de minhas sensações, desapareceu para sempre." (KELLER, 1904, p. 145-6, tradução minha)
[14:43] <Elizabeth_> Ideia – aquilo que dá identidade e continuidade à experiência – entrou em minha existência adormecida e acordada no mesmo momento do despertar de minha autoconsciência ". (KELLER, 1904, p. 199, tradução minha)    
[14:44] <Elizabeth_> As reflexões de Keller dão sustentação à hipótese de que é preciso mais do que palavras, experiência e ação, em sociedade, para se construir memória capaz de integrar identidade: uma espécie de confiança nos sentidos é condição necessária.
[14:44] <Elizabeth_> Trata-se de confiança em seu sentido primeiro de “segurança íntima de procedimento” (HOUAISS, 2001), ou de “Sentiment qui fait qu'on se fie à quelqu'un ou à quelque chose.” (LITTRÉ, v 1.3). Em suma, um sentimento seguro que possibilitará o estabelecimento de uma base e um crivo comum ao que vem a ser sopesado.
[14:44] <Elizabeth_>  É o segundo nível de limiarização potencial que se apresenta. Se instalado, o mundo simbólico, já concebido, poderá ser habitado.
[14:44] <Elizabeth_> Além de conhecer os estímulos sensoriais proporcionados pelo contato com o mundo, Keller assevera ser imprescindível a atribuição de valor a eles, para reconhecê-los.
[14:45] <Elizabeth_> Duas propriedades imbricam-se nessa operação, uma inteligível e uma sensível: a atribuição de valor pressupõe a apreensão de um gradiente ou de uma diferença, que é o significado distintivo de valor, e um grau de investimento afetivo sobre a distinção percebida, que corresponde ao sentido psicológico da palavra.
[14:45] <Elizabeth_> Esses dois conceitos estão subsumidos na expressão dar valor aos sentidos (sensórios, pois os meanings já são investidos de valor). Conquistada essa síntese, características tornam-se reconhecíveis no mesmo objeto e em outros que as atestem. Estabelece-se o que Klinkenberg e Edeline (2011) nomeiam de qualidade translocal.
[14:45] <Elizabeth_> Feita essa conquista e habitadas as novas possibilidades de compreensão do mundo que essa síntese permite, a narradora pôde dar o novo salto caracterizado pelo conceber-se como “algo”, a partir de um desdobramento entre “eu” e “me”, condição germinal da alteridade.
[14:45] <Elizabeth_> Infere-se que a esse desdobramento de si corresponda a ideia de que, assim como é possível ao eu ser algo, o mesmo se aplica ao que para tal eu é algo, isto é, tal algo poderá ser eu para alguém.
[14:46] <Elizabeth_> O mundo se complexifica e, de eu e não eus, passa a ser habitado por um eu que pode ser algo, por outros que podem ser eus e por outros que não podem ser eus, os dois primeiros consistindo em instâncias que contribuem para a construção do sentido (“eu” e “tu/você”), e o terceiro (“ele/ela”), “matéria-prima” a partir da qual o sentido, doravante como concebido no âmbito do discurso, se construirá.
[14:46] <Elizabeth_> Configuram-se, então, as condições para a fidúcia, que, instalando-se, tornará possível o compartilhamento de experiências. Em havendo atribuição de valor aos sentidos (sensórios), abre-se a possibilidade para o estabelecimento de relações entre efeitos de sentir intra e intersubjetivos;
[14:46] <Elizabeth_>  se, além desse nível preliminar, a confiança se instaurar na relação intersubjetiva, estabelecendo a fidúcia, poderá promover o reconhecimento das experiências, sua nomeação e seu compartilhamento.
[14:46] <Elizabeth_> Vou agora abreviar  a sequência, para concluir.
[14:47] <Elizabeth_> Abrem-se as portas à experiência da repetição, da duração, do início e do fim, e o tempo irrompe no mundo simbólico, passando a significar, assim como a consciência de si e da própria inserção no tempo e no espaço – enfim, no mundo . “Il y a de la rationalité, c-a-d: les perspectives se recoupent, les perceptions se confirment, un sens apparaît”, descreve Merleau-Ponty (1945, p. xv).
[14:47] <Elizabeth_> Sim, desde que, no início de tudo, funde-se a confiança nas formas de percepção e se dê sua valorização. E, no construir o sentido (meaning)– ação individual e social que pressupõe a fidúcia -, esse efeito característico do arranjo das perspectivas e percepções seja nomeado. Caso contrário, resultará fugaz e se dissipará no inefável.
[14:47] <Elizabeth_> Retomando Brandt (s/d e acrescentando 2005), Klinkenberg e Edeline (2008) e Grupo  (2011), o caminho percorrido entre o sentir e o saber, do ponto de vista da significação, pode ter o seguinte detalhamento, recortado artificialmente, por esforço de clareza: (SLIDE 15)
[14:48] <Elizabeth_> 1.    Ocorre a percepção de um fenômeno. Nos termos de Brandt, há fusão de material sensório em instâncias de percepção sincrética, multimodal. Instaura-se o dipolo (Grupo ). No exemplo de Keller, há fusão de material sensório, porém apenas do modo tátil.
[14:48] <Elizabeth_> 2.    A percepção do fenômeno traduz-se em uma semiose perceptiva, os perceptos.  Ocorre o procedimento de limiarização (Grupo ) Esse primeiro nível semiótico é fundamental, está na base de toda significação. Todo processo de produção de sentido o pressupõe.  O proprioceptivo entra na estrutura profunda e faz par com a lógica: o sensível e o inteligível se aliam. Tem-se um vetor de semiotização que, para se tornar
[14:49] <Elizabeth_> 3.    (SLIDE 16)A percepção, em estado de semiose perceptiva, ou percepto, adquire valor. Estabelece-se a qualidade translocal (Grupo ):
[14:49] <Elizabeth_> a.    percepções tornam-se comparáveis, possibilitando seu reconhecimento e transferência a outras experiências; b.    percepções tornam-se aspectualizáveis (o repetido – iterativo; o contínuo – continuativo; o início – incoativo; o final – terminativo);
[14:49] <Elizabeth_> c.    constitui-se “mundo” espaço-temporal; d.    Insight do desdobramento de eu em algo estabelece o germe da alteridade e complexifica as relações eu-mundo, doravante habitado por três instâncias: eu, tu e ele.
[14:50] <Elizabeth_> e.    há consciência de si e da própria inserção no tempo e no espaço. Instaura-se a fidúcia; o dispositivo enunciatário se completa e pode ser colocado em funcionamento.
[14:50] <Elizabeth_> 4.    (SLIDE 17)Tornam-se possíveis semioses reflexivas; logo, a consciência reflexiva e as trocas intersubjetivas, em coconstrução.  Seuillage et translocalidade em graus de complexidade crescente (Grupo  2011); griles d’interprétation et retour des résidus (Klinkenberg e Edeline 2008):
[14:51] <Elizabeth_> 5.    (SLIDE 18 A)Compõe-se o repertório de crenças, afetos, informações e conhecimentos, o conteúdo simbólico da pessoa.  (SLIDE 18 B)Este repertório está sempre sujeito a tensões afetivas, culturais e residuais (Grupo  2011), (SLIDE 18 C)a renegociações internas e externas, com o grupo, diante da passagem do tempo e dos acontecimentos (Ricoeur 2004).
[14:51] <Elizabeth_> (Esqueçam o A, B, C, era dinâmica na apresentação em ppt. Desculpme-me,esqueci de retirar).
[14:52] <Elizabeth_> Concluindo, as reflexões propostas têm valor científico fraco, pois são tributárias a relatos de uma pessoa empírica e uma só. Não significa que não devam ser consideradas, principalmente porque, no campo da educação de crianças portadoras de cegueira e surdez congênitas (Bruce, 2006 e outros),
[14:52] <Elizabeth_> os estudos indicam haver patamares de limiarização atingidos por apenas parte delas, sendo a aquisição da linguagem restrita às que conquistam a tríade eu-tu-ele, mediante a concepção da possibilidade de “eu” ser “outrem” para o “outro” e vice-versa, (e a hierarquização da categoria das pessoas sobre a de não pessoas - os objetos), concomitantemente com a instauração do que a semiótica lê como fidúcia.
[14:52] <Elizabeth_> Obrigada! E peço perdão pelo atraso!
[14:53] <daniervelin> obrigada, Elizabeth_ !
[14:53] <daniervelin> convido o Conrado__ para apresentar e, em seguida, dialogamos, pode ser?
[14:53] <Conrado__> Claro]
[14:53] <Elizabeth_> Claro!
[14:54] <daniervelin> ótimo! então a palavra é sua Conrado__ !
[14:54] <Conrado__> Informo apenas que podrei ficar ate as 15:15 pq estou em pocos de caldas e volto para bh no bus das 16h
[14:54] <Conrado__> bom, antes de mais nada, parabéns, Beth pela palestra super interessante.
[14:55] <Conrado__> sorriso
[14:55] <Conrado__> A minha será mais modesta
[14:55] <Elizabeth_> Obrigada e desculpe- tê-loa atrasado,não sabia de seu horário.
[14:55] <daniervelin> que pena! de toda forma, você pode informar seu contato de e-mail depois e enviaremos dúvidas e sugestões depois
[14:55] <Conrado__> imagina, sem probs.
[14:56] <Conrado__> sim, claro: eh conradomendes@yahoo.com.nr
[14:56] <Conrado__> *br
[14:56] <Conrado__> Boa tarde a todos.
[14:56] <Conrado__> Vou falar com vocês sobre alguns elementos de minha pesquisa de doutorado, concluída em agosto.
[14:57] <Conrado__> Estudei o fait divers à luz da semiótica tensiva. Então, vamos por partes.
[14:57] <Conrado__> Para quem não conhece o termo, a expressão francesa fait divers (tradução literal de ‘fato diverso’) designa relatos de eventos surpreendentes, inesperados, em geral, envolvendo mortes, agressões, notícias sobre temas bizarros.
[14:57] <Conrado__> O uso do termo foi registrado pela primeira vez no periódico parisiense Le Petit Journal em 1863. Entretanto, como tipo de manifestação cultural oral, o fait divers existe desde a Idade Média.
[14:57] <Conrado__> No Brasil, relatos de mortes, suicídios e desgraças em geral chegam praticamente ao mesmo tempo em que se difundem pela Europa.
[14:58] <Conrado__> A partir do século XX, o fait divers torna-se cativo nas páginas dos jornais brasileiros. O ano de 1963, por sua vez, é marcado pelo nascimento do Notícias Populares (NP) em SP, um jornal nutrido basicamente de faits divers e que se caracterizava por um estilo popularesco, com manchetes em tipografia exagerada, imagens coloridas de cadáveres, nudez e linguajar chulo.
[14:58] <Conrado__> A televisão absorveu muito bem o gênero em programas como o Aqui Agora. Atualmente, Cidade Alerta ou Brasil Urgente desempenham o papel de levar ao público notícias que se pautam muito mais pelo sensível que pelo inteligível, mais pela emoção que pela razão.
[14:58] <Conrado__> Em geral, o fait divers aparece nas editorias ‘Cidades’ ou ‘Cotidiano’ nos jornais escritos. Entretanto, dependendo da força e do impacto de um fait divers, ele pode até mesmo virar capa, ou, no caso dos telejornais sensacionalistas ou não, ser coberto por dias, semanas ou até meses, tal como foi o Caso Isabella Nardoni, o fait divers a que mais me detive na pesquisa.
[14:59] <Conrado__> Nesse caso específico, ocorrido em 2008, pai e madrasta defenestraram a filha/enteada do sexto andar do apartamento do pai. O caso causou grande comoção popular tendo uma cobertura jornalística especialmente longa.
[14:59] <Conrado__> Roland Barthes, semiólogo francês (1915-1980), foi o primeiro teórico a propor uma estrutura para o fait divers.
[14:59] <Conrado__> tal texto data de 1964
[14:59] <Conrado__> Para o autor, trata-se de “uma informação monstruosa”. Entretanto, para Barthes, o fait divers não possui duração nem memória.
[15:00] <Conrado__> Em nossa pesquisa de doutorado quisemos verificar, entre outras coisas, se, atualmente, o fait divers não seria passível de acolher uma duração extensa – e observamos que sim.
[15:00] <Conrado__> Outros casos semelhantes, tal como o Caso von Richthofen ou o Eloá Pimentel foram pauta de todos os noticiários brasileiros, ressoando, inclusive, internacionalmente, não apenas por uma edição, mas várias.
[15:01] <Conrado__> Assim, a nosso ver, atualmente, o fait divers pode possuir uma duração variável de curta a longa, sem que isso descaracterize esse tipo de notícia.
[15:02] <Conrado__> Vou contar agora como cheguei à pesquisa propriamente dita.
[15:02] <Conrado__> Como disse a Daniervelin ao abrir os trabalhos do STIS de hoje, sou graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela UFMG e, nesse período, devido a muitas disciplinas que cursei como eletivas no Departamento de Linguística da Faculdade de Letras da mesma instituição, acabei me interessando pela perspectiva dos estudos da linguagem para o estudo dos textos veiculados pelos meios de comunicação.
[15:03] <Conrado__> Assim, logo após o término da graduação, ingressei no Mestrado em Estudos Linguísticos da UFMG e minha pesquisa aí analisou uma semana, independente da temática, de Jornal Nacional.
[15:03] <Conrado__> Nessa época, estava preocupado com questões relativas à expressão da fala, mas também com aspectos relacionados ao plano do conteúdo da língua, ou seja, o discurso.
[15:03] <Conrado__> Para o doutorado, eu queria uma espécie de estudo de caso. Estava finalizando o mestrado, quando estourou o Caso Isabella Nardoni. Como já estava estudando o JN, salvei um corpus de três meses de cobertura ininterrupta do noticiário, já com o objetivo de estudá-lo na próxima pesquisa.
[15:03] <Conrado__> Já no doutorado, na Universidade de São Paulo, estudei com mais profundidade um dos desdobramentos atuais da semiótica francesa, chamada semiótica tensiva, desenvolvida principalmente pelo semioticista francês Claude Zilberberg.
[15:03] <Conrado__> Essa teoria deu o suporte teórico-metodológico para a pesquisa, porquanto ela volta seu foco de interesse para o aspecto sensível da significação.
[15:04] <Conrado__> Em linhas gerais, para a semiótica tensiva, é a emoção que governa a razão ou, em termos semióticos, é a intensidade que rege a extensidade. Por aí, eu pude observar por que o caso durou tanto tempo e por que tamanha comoção social foi suscitada.
[15:04] <Conrado__> A questão que guiou nosso estudo foi “por que o caso se estendeu por tanto tempo?”
[15:04] <Conrado__> No Caso Isabella Nardoni, em específico, pudemos constatar alguns elementos que justificam essa longa duração.
[15:07] <Conrado___> Desculpem, caiu a conexao
[15:07] <daniervelin> sem problemas
[15:07] <Conrado___> Em primeiro lugar, há que se diferenciar dois tipos de acontecimento. O primeiro foi o motivador do caso: o assassinato da menina, veiculado na primeira reportagem.
[15:07] <Conrado___> O do segundo tipo são os ‘microacontecimentos’, assim denominados no âmbito de nossa pesquisa. Esses são compreendidos como eventos secundários que se relacionam a um evento principal e motivador.
[15:07] <Conrado___> Microacontecimentos são, por assim dizer, fragmentos, estilhaços do acontecimento principal: notícias veiculadas posteriormente que agregam alguma nova informação ao caso, impedindo que sua intensidade (aspecto sensível) decresça num curto período de tempo.
[15:07] <Conrado___> No caso em questão, não paravam de surgir novos desdobramentos sobre o caso. Em outras palavras, o telespectador não conseguia, por mais que quisesse, absorver o impacto daquelas informações monstruosas, uma vez que outras novas informações não paravam de surgir ou de reverberar.
[15:08] <Conrado___> Para a semiótica, o sujeito precisa de temporalidade para que consiga converter o aspecto sensível da significação em inteligível. Assim, é como se o sujeito ficasse estarrecido tentando compreender o que aconteceu, mas essa tarefa era impossível de ser levada a cabo porque outras notícias relacionadas ao caso não paravam de irromper.
[15:08] <Conrado___> Assim, a tonicidade (o impacto daquelas reportagens que afetava os sujeitos telespectadores) projetada sobre a temporalidade (o período de tempo em que aquelas reportagens repercutiam) criava um efeito de persistência. E é justamente esse efeito de persistência uma das razões pelas quais o fait divers em questão foi durativo.
[15:08] <Conrado___> Há outros elementos, além disso, para que o caso tivesse tomado as proporções que tomou.
[15:08] <Conrado___> Em primeiro lugar, o enunciatário “telespectador” não sabia quem havia cometido o assassinato. Esse era, pelos termos da semiótica, modalizado pelo querer-saber.
[15:08] <Conrado___> Os protagonistas da história eram brancos (para os padrões brasileiros) e pertenciam à classe média/média-alta, de modo a “singularizar” o crime (tal como o caso von Richthofen).
[15:09] <Conrado___> Os suspeitos eram o pai e a madrasta que tinham atentado contra a vida da própria filha. Isso revela a estrutura concessiva do crime. Concessão em semiótica não significa conceder algo, mas, assim como na gramática, revela algo que “embora não fosse de se esperar, aconteceu”.
[15:09] <Conrado___> Noutros termos, embora pai e mãe, pelo senso comum, pela doxa, sejam responsáveis pela criação e bem estar dos filhos, ele, no caso, apesar disso (aí está a concessão), se revelou o assassino da própria filha, junto com sua segunda mulher – a madrasta.
[15:09] <Conrado___> Este termo, aliás, foi sobejamente utilizado pela mídia. Não era a “companheira” de Alexandre Nardoni, ou a “esposa”, ou “a segunda mulher” – mas a “madrasta”.
[15:09] <Conrado___> Ao fazer isso, consciente ou inconscientemente, a imprensa já emitia a sentença de culpa a Anna Carolina Jatobá, fundada no estereótipo da cultura/língua de que as madrastas são sempre más. Os contos de fada, nesse sentido, são ilustrativos de inúmeros estereótipos arraigados no imaginário coletivo.
[15:11] <Conrado___> Ao fazer isso, consciente ou inconscientemente, a imprensa já emitia a sentença de culpa a Anna Carolina Jatobá, fundada no estereótipo da cultura/língua de que as madrastas são sempre más. Os contos de fada, nesse sentido, são ilustrativos de inúmeros estereótipos arraigados no imaginário coletivo.
[15:11] <Conrado___> O corpus da pesquisa se refere à cobertura feita pelo Jornal Nacional. A razão disso é que esse noticiário, em geral, não se pauta pelo sensacionalismo.
[15:11] <Conrado___> Podemos dizer que um caso como esse pode prescindir do sensacionalismo, pois o sensível já está no próprio conteúdo do relato.
[15:11] <Conrado___> Sensacionalismo, como o próprio nome diz, significa tornar algo sensacional ou sensível, através da linguagem, algo não necessariamente sensacional.
[15:11] <Conrado___> Assim, apesar do relato menos passional – se compararmos, por exemplo, com o que faria o Cidade Alerta ou Brasil Urgente, por exemplo – o Caso Isabella Nardoni se mostrou ancorado no sensível, no patêmico.
[15:12] <Conrado___> E isso, mesmo com um relato mais “objetivo” do que “subjetivo”, que caracteriza o JN. Em relação ao estudo da mídia audiovisual, metodologicamente, nós analisamos frames (quadros) das imagens exibidas.
[15:12] <Conrado___> E, a partir da relação entre o visual e o verbal, a pesquisa mostrou uma certa dissociação entre o saber e o crer do ponto de vista do enunciador “Jornal Nacional”. O que o verbal dizia estava modalizado pelo querer-saber, enquanto o visual mostrava um enunciador modalizado pelo crer-ser.
[15:12] <Conrado___> Isso porque se mostravam muito mais imagens do ponto de vista da acusação (simulações feitas por computador, fotos de peritos de vestígios, fotos de simulação com boneco forense) do que da defesa do casal acusado.
[15:12] <Conrado___> Em outras palavras, pelo verbal, o noticiário era mais neutro (em termos de determinar os culpados) do que pelo visual.
[15:12] <Conrado___> Outra coisa interessante que a pesquisa mostrou foi que qualquer notícia pode ter uma dimensão afetiva. No entanto, pode-se apelar mais ou menos para seu aspecto sensível.
[15:13] <Conrado___> A nosso ver, privilegiar o aspecto afetivo do relato jornalístico configura-se como uma estratégia do enunciador “noticiário” que visa a ampliar o número possível de enunciatários “telespectadores”.
[15:13] <Conrado___> Desse modo, se o enunciador se ancorasse unicamente no cognitivo, acabaria privilegiando um enunciatário mais escolarizado. Por outro lado, ao centrar-se no afetivo, consegue abarcar enunciatários de todos os níveis sociais e de escolaridade.
[15:13] <Conrado___> Isso porque todos têm um lado afetivo, humano, que se choca e se põe no lugar do outro, em maior ou menor grau.
[15:13] <Conrado___> Graças aos outros faits divers estudados, pudemos ainda fazer uma espécie de tipologia do fait divers.
[15:13] <Conrado___> Em geral, o fait divers pode ser mais átono ou mais tônico (em termos de intensidade/sensível).
[15:13] <Conrado___> Um dos faits divers que analisamos foi a notícia veiculada por O Globo (jornal impresso) de um bebê negro espancado até a morte pelo pai e pela madrasta. A mesma temática do Caso Isabella Nardoni, portanto.
[15:14] <Conrado___> Contudo, por inúmeras razões (por exemplo: os personagens eram negros e pobres; os assassinos foram quase que imediatamente identificados) esse fait divers teve repercussão apenas no dia seguinte.
[15:14] <Conrado___> Desse modo, ele é tônico (porque impactante) e concentrado (pela curta duração).
[15:14] <Conrado___> Faits divers também podem ser átonos (e concentrados) a respeito de notícias menos impactantes, mas que, nem por isso, deixam de ser fait divers: alguém que ganhou na loteria duas vezes, ou “seu” José, que após ter ganho na loteria, descobriu que perdeu o bilhete premiado.
[15:14] <Conrado___> Nesse sentido, o fait divers é sempre fato inabitual, distinto daquilo que se espera: não se espera que pai mate o próprio filho; não se espera que alguém que ganhou na loteria ganhe de novo; não se espera que alguém que ganhou na loteria perca o bilhete, etc.
[15:14] <Conrado___> Assim, os faits divers átonos e aqueles tônicos e concentrados são “comuns” tanto porque repercutem menos quanto porque são mais numerosos.
[15:14] <Conrado___> Os fait divers “raros”, a exemplo do Caso Isabella Nardoni, são tônicos e extensos, ou seja, têm um grande impacto, uma grande força de afetação e, não obstante, são longos e, por isso, menos numerosos.
[15:14] <Conrado___> Por essa razão, em geral, a memória coletiva em relação a casos como esse costumam permanecer.
[15:14] <Conrado___> Em linhas gerais, assim posso resumir os principais resultados da pesquisa, realizada em quatro anos e meio, entre 2009 e 2013. Três anos e meio no Brasil e um ano na França em estágio doutoral.
[15:15] <Conrado___> A investigação, que se intitula Semiótica e mídia: uma abordagem tensiva do fait divers, foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Linguística Geral  da Universidade de São Paulo, sob orientação do Prof. Dr. Waldir Beividas, e na Université Paris 8 Vincennes-Saint-Denis, com supervisão do Prof. Dr. Denis Bertrand.
[15:15] <Conrado___> No Brasil obtive apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e, no estágio doutoral no exterior, obtive apoio da CAPES.
[15:16] <daniervelin> obrigada pela apresentação, Conrado___ !
[15:16] <daniervelin> podemos abrir a sala para as questões?
[15:17] <Conrado__> Gostaria de agradecer a oportunidade de poder falar sobre minha pesquisa de doutorado para um público mais amplo e interdisciplinar, que é o do STIS! Obrigado, Ana Cris, Dani, Adelma, Woodson e  todos os envolvidos.
[15:18] <Conrado__> Quem se interessou pelo trabalho, está disponível para download no seguinte endereço: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-18102013-150803/pt-br.php
[15:18] <Conrado__> Muito obrigado pela atenção! sorriso
[15:18] <daniervelin> obrigada, Conrado__ e Elizabeth_ pelas apresentações tão intensas e didáticas!
[15:18] <daniervelin> alguém tem comentários, perguntas?
[15:18] <Elizabeth_> Muito interessante, Conrado!
[15:18] <Conrado__> Peço desculpas por ter de deixá-los agora. Mais uma vez obrigado e a´te a p´roxima
[15:18] <Conrado__> sorriso
[15:19] <adelmaa> Também temos uma entrevista concedida pelo prof Conrado ao Portal Imprensa discorrendo sobre sua tese: http://www.portalimprensa.com.br/noticias/brasil/61888/pesquisador+analisa+caso+isabella+nardoni+pelo+olhar+do+jornal+nacional
[15:19] <Conrado__> sorriso
[15:19] <daniervelin> sorriso)
[15:20] <daniervelin> Elizabeth_, sua análise está publicada em algum artigo?
[15:21] <Elizabeth_> Gostei muito da palestra de Conrado. Lembrou-me do trabalho de Nilton Fernandez, sobre os telejornais, em que ele apontava para a velocidade da troca de notícias como fator de sensibilização do público e de redução da possibilidade de reflexão: as pessoas se emocionavam, vendo o telejornal,mas, ao final, pouco se lembravam e menos ainda conectavam com outras notícias!
[15:21] <Woodsonfc__> Elizabeth, é um consenso em todas as semióticas que o sensível tem predominância sobre o inteligível?
[15:22] <Elizabeth_> A análise que apresentei aqui é um trechinho de minha Teses de Livre-Docência, seu trecho incial. Uma versão próxima a ela, mas focada na questão do valor, está aceita para publicação (na França), em 2014.
[15:22] <Woodsonfc__> na produção do sentido
[15:22] <Elizabeth_> Estou ainda reformulndo a introdução da teses, para transformá-la em livro e submetê-la.
[15:23] <daniervelin> ótimo!
[15:24] <Woodsonfc__> Alô!
[15:24] <daniervelin> adorei a explicação com as representações do sistema solar!
[15:24] <Elizabeth_> Woodson, várias semióticas não se dedicam ao sensível, no sentido zilberberguiano. Há também aquelas que focalizam o sensível no sentido fenomenológico: para essas, sim, o sensível rege o inteligível, na gênese do sentido. Uma vez o sentido estabelecido, o recurso ao sensível nãoé mais obrigatório, em boara possa sempre ocorrer.
[15:25] <adelmaa> Elizabeth, dsculpe-me pela minha ausência na parte inicial de sua palestra. Lerei por completo, com prazer e ansiedade, quando tiver acesso ao log do evento de hoje.
[15:25] <Elizabeth_> Ah, o sistema solar dá um exemplo bem gostoso, para pensar suas explicações semióticas.
[15:25] <daniervelin> fica bem mais fácil explicar a relação entre mundo natural e a linguagem
[15:26] <Elizabeth_> Imagine! Quando a ler, se quiser perguntar algo é só escrever. Meu email está no último slide.
[15:26] <Lilian_> não consegui visualizar os slides, mas pelo chat deu pra entender bem
[15:26] <daniervelin> eu também percebi assim, Lilian_
[15:27] <Elizabeth_> Obrigada. Os slides ilustram. Acho que podem ajudar, mas de fato, não são essenciais.
[15:27] <Woodsonfc__> Interessante ver que a linguagem emerge de uma forte experiência sensível sem a qual não se estabeleceria a intelecção necessária para a aquisição da língua
[15:28] <Elizabeth_> No caso da educação de crianças nascidas surdas e cegas, não havia tempo para falar, os estudos mostram que apenas 50% consegue se apoderar da linguagem em seu sentido amplo.
[15:28] <Woodsonfc__> O que parece comprovar essa gênese, não, Elizabeth. Haveria alguem que pense diferente?! Pierce?
[15:29] <Elizabeth_> E que 50% usam a linguagem apenas como via de mão única, para expressar necessidades, desejos, com baixa interaçaõ.
[15:29] <Elizabeth_> Desculpem minha digitação.
[15:30] <Woodsonfc__> Mas há nesses 50% algum indício de problemas mentais associados?
[15:30] <Elizabeth_> A preocupação de Peirce é distinta. Lembra da máxima saussureana, que "o ponto de vista faz o objeto"?
[15:30] <Woodsonfc__> Nos que não conseguem ter acesso a linguagem ampla!
[15:31] <Elizabeth_> Volto a Peirce e depois aos outros 50%: a preocupação dele é filosófica, voltada para os graus (se é que posso dizer assim) de complexificação do sentido. A semiótica cognitiva vê grande interesse na história de Keller, pois parece representar bem o modo como parte de seus pesquisadores pensa.
[15:32] <Elizabeth_> Os outros 50%: não, sem indício de outros problemas. Creio que seja devido à dificuldade de romper o que Keller chamava de sua "prisão interna".
[15:32] <Woodsonfc__> Fico desconsertado em pensar esse fazer o objeto, me parece muito limitador para a Ciência que pretende desvendar o real por trás das ilusões!
[15:33] <daniervelin> interessante no caso da Hellen que foi a falta que exacerbou a percepção, não é?
[15:33] <Elizabeth_> Se tentamos imaginar o que seria nascer somente com tato, olfato e paladar, como podemos  apreender o mundo ao redor?
[15:33] <daniervelin> embora a percepção estivesse sempre lá
[15:34] <Elizabeth_> O contato com as outras pessoas fica muito centrado no tato e, em menor medida, no olfato. Mas não sabemos fazer muito no nível intelig[ivel com o olfato.
[15:34] <Elizabeth_> Exceto perfumistas, talvez.
[15:34] <Woodsonfc__> Pois é, morre o próprioceptivo para a invasão do mundo exterior
[15:34] <daniervelin> é mesmo rs
[15:34] <BrenoA> Elizabeth, fiquei curioso para saber a que você se refere quando fala no espiritualismo de Durkheim, e qual a influencia dele na linguística de Saussure?
[15:35] <Woodsonfc__> Coisa que os Indus sempre dizem ocorrer em suas meditações
[15:35] <daniervelin> bem lembrado, BrenoA, tbm fiquei pensando nisso e depois esqueci
[15:35] <Elizabeth_> Sim, Dani, a percepção estava lá, mas por três sentidos. Essas crianças nunca ouviram uma voz, um som, nunca viram uma forma. Seu contato com outras pessoas, no aprendizado, é via colocação de sua mão(da criança) sobre a do educador, que vai lhe mostrando coisas.
[15:36] <daniervelin> entendi, realmente um campo muito interessante para estudo dos sentidos, Elizabeth_
[15:37] <adelmaa> É uma terreno amplo e ainda pouco explorado, concordam comigo?
[15:38] <Woodsonfc__> Acho interessante verifiar a proposta de comparar a produção da linguagem pela ausência de um dos sentidos: comparar rádio, imprensa, TV, teatro etc
[15:38] <daniervelin> sim, adelmaa
[15:39] <Woodsonfc__> Pessoas com problemas congênitos
[15:39] <Elizabeth_> Durkheim tem a posição idealista no nível máximo: o mundo é criação da linguagem. Sem linguagem, não há mundo,não há sentido.Muitos semioticistas defendem essa posição que chamo de radical.Se sem linguagem não há mundo e ainda por cima se entende por "arbitrariedade do signo" que todo signo seria arbitrário, aí não há como entendermos a ação da linguagem sobre as pessoas, em seu sentido social.
[15:40] <Elizabeth_> Mas isso é muito difícil de pensar e enquanto se escreve, assim, "na frente de todo mundo"... Parece tirar a roupa em público (rs)
[15:41] <Elizabeth_> Quanto a ser um terreno pouco explorado, é verdade, principalmente na semiótica francesa. Mas o próprio Fontanille vem trabalhando numa semiótica da "impressão" - nome que fica ambíguo em português (empreinte).
[15:41] <Lilian_> Elizabeth o que me diz sobre a exposição exagerada na internet que vem ocasionando até o suicídio de jovens?
[15:41] <daniervelin> é verdade, questão complexa... estou aqui tentando entender...
[15:42] <Woodsonfc__> Aí, "tirar a roupa em público" é algo que remete demais ao sensível que revela a impotência da linguagem em compartilhar as sensações!
[15:42] <Elizabeth_> Woodson e Lilian, problemas congênitos, suicídios... uau, são coisas tão complexas! Não posso dizer nada com responsabilidade. Estudei as crianças cegas e surdas para tentar entender um pouco a gênese do sentido. Mas não entendo sobre o mundo delas, não.
[15:43] <Woodsonfc__> São metáforas que pretendem promover a sensação pela disrupção do encadeamento inteligível
[15:44] <Elizabeth_> É Woodson, é essa a principal ação das metáforas. Aliás, o Groupe m ("m" grego), que saiu na minha fala como "quadradinho", tem esse nome motivado por metáfora. Eles têm muitos trabalhos procurando relacionar de maneira estrutural o sensível e o inteligível.
[15:45] <Woodsonfc__> Ficou mais perguntas que respostas, né? E os 50% que não puderam adquirir uma linguagem, mas será que isso tb não ocorre em quem tem todos os sentidos tb?!
[15:45] <BrenoA> Desculpa o assédio, haha. Outra questão que gostaria de fazer, Elizabeth, é se você traça alguma diferença conceitual entre significação e sentido. Penso aqui na obra "Logica do sentido" de Deleuze, você dialoga com essa corrente?
[15:47] <Elizabeth_> Para adquirir a linguagem, parece realmente ser necessário se desdobrar eu "eu" e "me", em sujeito e em objeto (da fala de outra pessoa).Essas crianças que não conseguiram ir além, nunca conseguiram "perceber" que elas poderiam ser "objeto" em certas situações.
[15:47] <Lilian_> Obrigada por esta oportunidade de compartilhar este momento de reflexão e conhecimento. Tenho que me retirar do chat. Abraço a todos.
[15:48] <Elizabeth_> Breno, não estou trabalhando atualmente com Deleuze. Gosto dele, mas me concentrei em chamar de processo de significação o "caminho" e as "forças" que agem no "fazer sentido" e, como a frase indica, sentido como produto desse processo. Só isso.
[15:49] <daniervelin> obrigada pela presença, Lilian_
[15:49] <Lilian_> até a proxima
[15:49] <Elizabeth_> Obrigada, Lilan!
[15:51] <Elizabeth_> Voltando à tentativa de resposta a Woodson, Keller dá um exemplo fantástico. Quando ela aprende um alfabeto tátil e percebe que pode ser um objeto para o pensamento de outrem, ela percebe que há diferença entre coisas e pessoas. Consequência? Ela passa dois anos (ANOS!!!) frustrada, tentando ensinar sua cachorra, Belle, a se comunicarpor alfabeto tátil!
[15:51] <BrenoA> obrigado
[15:52] <daniervelin> hehehe que detalhe interessante!
[15:52] <Elizabeth_> Aqueles 50% que não atingem a linguagem plena, não manifestam esse movimento por se comunicar em mão dupla. Limitam-se a trazer para si o que interessa, digamos, ou "abrir o congelador numa escala maior", como diz Keller.
[15:53] <Woodsonfc__> Estava pensando nos autistas que agora estamos recebendo nas escolas
[15:53] <Elizabeth_> Pois ém Sani, ela imediatamente entendeu que a cachorra não era uma coisa. Ora, o que era, então? Entre coisas e pessoas, a cachorra está bem mais próxima de ser compreendidad como uma pessoa.
[15:54] <Woodsonfc__> E no engano que se tem ao ver que eles parecem sofrer com a presença do mundo exterior
[15:54] <Elizabeth_> Woodson, vocês recebem preparo para os receber?
[15:54] <Woodsonfc__> Que levou a tratamentos no sentido de isolá-los ao invés de integrá-los
[15:54] <Woodsonfc__> o problema é esse, não há muito preparo
[15:54] <daniervelin> ela acabou acrescentando uma nova categoria semântica na concepção de mundo que ela tinha
[15:55] <Elizabeth_> Provavelmente, o isolamento era o mais "indicado" para preservar a estrutura escolar montada. O foco, no isolamento,não sei se seria o autista, acho que seria "o 'bom' funcionamento da instituição".
[15:56] <Woodsonfc__> Mas dizem que muitos melhoram dependendo do espectro do autismo !
[15:56] <adelmaa>  Eu diria de forma mais enfática: não há preparo algum.
[15:57] <daniervelin> isso revela uma deficiência de estudos nessa área
[15:57] <Elizabeth_> Dani, a partir de coisas e pessoas ela acerscentou uma nova categoria: você pensou à maneira da semiótica cognitiva sorriso
[15:57] <daniervelin> :D
[15:58] <adelmaa> Gente, que aula magna, hein?
[15:58] <Elizabeth_> Gente, a conversa está bem interessante, principalmente agora com o tema dos autistas,mas, infelizmente, preciso partir. Tenho uma reunião começando em 2 minutos...
[15:58] <Woodsonfc__> Concordo com a adelmaa, esse é o problema
[15:58] <adelmaa> Eu que não sou da área, estou amando.
[15:58] <daniervelin> Elizabeth_, muitíssimo obrigada por sua participação!
[15:59] <daniervelin> aproveitamos muito mesmo! e outras pessoas ainda poderão se beneficiar, porque deixaremos o registro disponível no site
[15:59] <Woodsonfc__> ok Elizabeth_ muito obrigado pela atenção
[15:59] <Elizabeth_> De nada, foi um prazer. Obrigada a todos. E, de novo, perdão pela minha digitação capenga! abraços
[15:59] <adelmaa> Professora Elizabeth, prof Conrado, o STIS, agradece as suas presenças e sente-se honrado em tê-los hoje conosco. Na verdade O STIS é se estabelece como um evento plural, pois além de aproximar relevantes pesquisadores do grande público traz viva a difusão do conhecimento que antigamente ficava apenas dentro do muros da universidade.
[15:59] <adelmaa> Nosso objetivo é divulgar trabalhos instigantes, extraordinários como os de nosso palestrantes de hoje, torná-los visíveis ao público interessado não apenas aquele que está nas universidades ,mas o público em geral.
[15:59] <adelmaa> Além de fazer a inserção tecnológica dos participantes, convida todos a estudar temas diversos e relevantes. A participação de todos é  livre, ativa, próxima, pois queremos promover o acesso a educação e formação  todos.
[16:00] <daniervelin> obrigada a todos pela participação hoje!
[16:00] <daniervelin> esse é o último Stis deste ano, adelmaa ?
[16:01] <adelmaa> Obrigada a Danierveli, Hugleo, Woodosn Fiorini. Madu Ferreira e Aline Resende, Elizabeth Guzzo que fazem comigo este  eveno acontecer a cada mês. [
[16:01] <Woodsonfc__> Lembramos que o nosso próximo encontro será com o professor Hugo Mari que encerrará o ciclo de 2013 no próximo dia `06/12
[16:01] <daniervelin> ok!
[16:01] <daniervelin> obrigada pela lembrança, Woodsonfc__
[16:02] <adelmaa> Não, minha quertida Dani, teremos excepcionalmente no mês de dezembro o último STIS de nossa agenda 2013.
[16:02] <daniervelin> ok! então até 06/12, divulgaremos o próximo evento nas listas e redes sociais
[16:03] <adelmaa> Agradecemos a todos os nossos particpantes e solicitamos de vocês que nos ajudem a divulgar o nosso evento STIS.
[16:03] <Ra88> Gostaria de registrar minha satisfação em poder participar de um show de aula
[16:03] <Ra88> como este
[16:04] <daniervelin> obrigada, Ra88
[16:04] <Ra88> Pretendo acompanhar os próximos. Parabéns a todos!
[16:04] <Woodsonfc__> Os certificados serão expedidos aos ouvintes que solicitarem por e-mail colocando seu nome completo e respectivos Nicks usados aqui
[16:05] <adelmaa> Obrigada Ra88, Agora que você ja conhece nosso evento junte-se a nós no desejo de democratizar o conhecimento.
[16:05] <Woodsonfc__> o endereço é stis@textolivre.org
[16:05] <adelmaa> Divulge o STIS em susa rdes sociais. Na sua escola, na sua universidade, no seu trabalho.
[16:06] <Ra88> Sim, obrigada!
[16:06] <madu> Obrigada a todos.
[16:07] <adelmaa> O STIS é um evento idealizado pel profa dra Ana Cristina Fricke Matte e coordenado por uma equipe extraordinária de voluntários.
[16:09] <adelmaa> Grande abraço, nos encontraremos dia 06 de dezmbro. Até lá!
[16:09] <Woodsonfc__> Vocês podem ter acesso a programação e aos logs dessas palestras em http://stis.textolivre.org/site/
[16:10] <Woodsonfc__> e no FACE em https://www.facebook.com/stis.lingtec
[16:12] <daniervelin> obrigada, Woodsonfc__ e adelmaa
[16:13] <adelmaa> Cheiros, Dani, HugLeo, Madu.
[16:16] <adelmaa> Obrigada Chris____, minha amiga DAVINO,  erikaperillo, Luiz, Ra88, Raimunda, Tanpi, Willian, e Wood.

Como citar este texto:

HARKOT-DE-LA-TAILLE, Elizabeth. Reflexões sobre a construção do sentido. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano III, 2013. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/59-log-elizabeth-taille-e-conrado-mendes>;. Acesso em: 27 fev. 2014.

MENDES, Conrado.  Semiótica e mídia: uma abordagem tensiva do fait divers. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano III, 2013. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/59-log-elizabeth-taille-e-conrado-mendes>;. Acesso em: 27 fev. 2014.

 

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10. Dezembro: Leituras Semióticas Peirceanas

cartaz STIS dezembro 2013

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Hugo Mari

Conferência STIS DEZEMBRO 2013

Dia 06 de dezembro das 15 às 16:30, na Sala de Conferências do STIS

Leituras semióticas peirceanas - sensação, percepção e representação (Prof. Dr. Hugo Mari)

Resumo: Pretendo nessa sessão discutir alguns aspetos da teoria peirceana, destacando, sobretudo, os aspectos voltados para uma semiótica cognitiva. Com essa orientação, destaco, de forma específica, as dimensões da abordagem de Peirce voltadas para a sua categoria de primeiridade – aproximando-a dos processos sensoriais – e para a segundidade – privilegiando os processos perceptivos. Eventualmente, sob a forma de uma conclusão, mas sem um detalhamento necessário, aponto uma estrutura geral da terceiridade – dimensão mais apropriada aos processos sígnicos de representação.

10.1. registro dezembro

Registro de Conferência em chat escrito, de 6 de dezembro de 2013:

 

 Leituras semióticas peirceanas - sensação, percepção e representação
conferencista: Hugo Mari

 

moderador: Equipe STIS

 

[15:15] <adelmaa> Prezado Mari, seja bem-vindo.
[15:16] <adelmaa> Peço, por gentileza, a todos os presentes que durante a apresentação do Prof Dr Hugo Mari  vocês não façam qualquer interrupção.
[15:18] <adelmaa> Boa tarde a todos! Vamos começar a última conferência do STIS do ano de 2013.
[15:18] <adelmaa> Os STIS têm a honra de receber como ilustre palestrante no evento do ano calendário de ano 2013 o prof Dr Hugo Mari,  docente do Programa de Pós-graduação em Letras da  PUC Minas
[15:19] <adelmaa> Sua formação acadêmica foi realizada na UFMG com a conclusão da Licenciado em Letras (1972) e obtenção dos títulos de mestre (1980) e doutor em Estudos Linguísticos em    UFMG.
[15:19] <adelmaa> . Em 2001 fez uma estágio de pós-doutorado na Université Paris XIII. Atualmente, é professor do Programa de Pós-graduação em Letras da PUC Minas. Sua atividade de pesquisa e
[15:19] <adelmaa> de docência está voltada para as áreas de semântica, pragmática e análise do discurso.  Participou como autor e como organizador dos livros Ensaios sobre Leitura 1 (2005) e
[15:19] <adelmaa> Ensaios sobre Leitura 2 (2007), publicados pela Editora da PUC Minas, bem como de diversos livros
[15:19] <adelmaa> sobre análise do discurso, Fundamentos e dimensões da análise do discurso (1999), Análise do discurso: fundamentos e práticas (2001), Ensaios em análise do discurso (2002) entre outros. publicados pelo Núcleo de Análise do Discurso da FALE-UFMG.
[15:19] <adelmaa> Como membro do Grupo de Estudos Interdisciplinares da UFMG, co-editou e organizou o livro Universos do conhecimento (2002), publicado pela FALE-UFMG,
[15:20] <adelmaa> assim como o livro Estruturalismo: memória e repercussões (1995), publicado pela Diadorim.
[15:20] <adelmaa> Prezado professor a conferência STIS ocorre da seguinte forma. O palestrante tem a sua disposição 30  minutos para fazer sua  apresentação. Após a conclusão de sua exposição abriremos para participação do público.
[15:20] <adelmaa> Com a palavra, prof  Dr Hugo Mari apresentando:  Leituras semióticas peirceanas - sensação, percepção e representação
[15:21] <mari> Gostaria de iniciar essa conversa, a partir da importância que, no campo da cogninição, a questão da semiotica vem assumindo, principalmente a partir de autores como Zlatev e Brandt (Cognitive Semiotics). Recuperar Peirce nesse contexto me parece algo de extrema importância, não apenas pelo teor de fundamentação dos seus textos, como também pela profundidade de sua discussão. Começo, então, com uma questão geral: por que Pei
[15:22] <mari> Remeto os participantes a quatro questões que formulo no primeiro slide do pps.
[15:24] <mari> Começo com a ideias de como sentimos as coisas, como a forma seminal de todo nosso conchecimento; em seguida: como percebemos as coisas, que em Peirce já assume o teor de uma organização do conhecimento; como representamos as coisas para reportar a um nível mais elaborado do nosso conhecimento, sob a forma de algoritmo. Por fim, o que fazemos com as coisas.
[15:26] <adelmaa> Escolha o tipo de atendimento na janela ao lado :apresentação de slides
[15:26] <mari> O ponto comum nessa discussão emplaca de forma direta toda uma discussão que vem sendo feita sobre a corporificação do conhecimento
[15:27] <adelmaa> escreva:  mari para ter acesso aos slides.
[15:28] <mari> Nessa perspectiva, considero o esquema montado no segundo slide temático, que representa a fonte do nosso conhecimento enquanto corporificação. A ideia do corpo, como ponto central, não é nova.
[15:31] <mari> Grande parte dos filósofos que trabalharam sobre a questão do conhecimento tinha essa concepção (São Tomás, Berkley,Hume, Kant...). Chegamos ao final do Sec. XX com a fixação de uma epistemologia da corpor~ificação, assumindo esse lastro de conhecimento construído ao longo da nossa história.
[15:33] <mari> Gostaria, então, de trabalhar algumas especificações da abordagem peirceana, de forma a poder sustentar que Peirce é contemporâneo com sua formulação. Assim, gostaria de começar pelos conceitos básicos que o autor trabalha. Primeiridade, segundidade e Terceiridade. Tratarei aqui de forma mais específica das duas primeiras dimensões.
[15:36] <mari> Começo pelo slide remete ao plano global da obra de Peice: primeiridade: reponde pelo sentir modalizado; segundidade pelo pela modalização da percepção; ver, ouvir...; a terceiridade pela construção teorica do conhecimento, desde uma teoria do corpo, até uma teoria sobre uma lógica específica.
[15:40] <mari> Se a primeiridade é o sentir, é o domínio das sensações, o que ela representa em termos de conhecimento? Para muitos autores não faz hoje uma distinção entre sensação e percepção, mas na dimensão dos textos de Peirce ainda penso ser essa uma distinção necessária.
[15:40] <woodsonfc> Ver no slade 6
[15:42] <mari> Passo, então, a uma discussão da primeiridade com base no slide 7 (domínio das sensações). A realidade sensível, nos é dada, ela é imposta ao organismo. Não somos impedidos de ver, de ouvir, a não ser por um processo artificial.
[15:43] <mari> Nossos sensores estão estão sempre atentos a sentir o mundo das coisas, em qualquer dimensão do corpo. O que o organismo dispõe para dar conta das sensações é um percepto.
[15:44] <mari> Peirce julgava a possibilidadfe de existência de um percepto puro, aquele que não fosse resultado de qualquer formulação conceitual, mas apenas de um domínio imediato de uma fração do conhecimento.
[15:45] <mari> E da atuação do percepto que extraímos uma qualidade de sensação: primeiro traço que o organismo assimila em sua experienciação no mundo.
[15:47] <mari> Então, nesse slide, resumo aquilo que representa uma forma primária do conhecimento que resulta do sentir as coisas e que remete para o caminho de experienciação modal (audição, visão, olfto, hápito)
[15:50] <mari> Refiro-me à modalidade háptico (como uma extensão maior do táctil que envolve não apenas o toque manual, mas também a pele, braços, pernas, etc.)
[15:51] <mari> Bem, no slide seguinte (8), trago uma referência do autor sobre a primeiridade. Não sempre seus textos são metodologicamente organizados para situar pontualmente os fenômenos, mas das suas citações podemos extrair alguns pontos fundamentais.
[15:53] <mari> Por exemplo, a primeiridade se caracteriza pela interpelação direta do organismo (não há intermediação aqui); Peirce destacou o olho, mas o ele diz para o olho vale, em princpío para todsas as modalidade sensoriais.
[15:54] <mari> Em resumo, sensível é o domínio bruto da informação, corporificada em sua forma mais primitiva.
[15:57] <mari> No slide seguinte (9), destaco dois aspectos importantes na sensação: a imediatidade e a presentidade. É assim que o corpo, no formulação do autor, opera no mundo sensível: o que vale é o presente que o toca e o imediato que está na frente do oulha, que aciona nas formas sensoriais diretamente.
[15:59] <mari> Uma das questões controversas na formulação do autor é aquilo que ele concebe como o resultado da atividade sensível: qualidade da sensação.
[16:00] <mari> O que é uma qualidade de sensação? Não existe uma resposta direta a essa questão; talvez tenhamos que construir um arcabouço teórico para dizer o isso representa.
[16:02] <mari> Como se vê pela formulação do autor: a QS não se submete a esquemas prévios, ela não é desprovida de lei, mas tambem não é aleatória.
[16:02] <woodsonfc> ver slade 10
[16:03] <mari> Então, Peirce parece já apontar que traços da razão e da consciência já teriam um papel importante nesse processo.
[16:06] <mari> No slide 11, concluo mais ou menos essa discussão. Comentando aqui em particular com o Woodson, a ideia de Peirce, na minha percepção, é que o organismo não 'constroi' algo de provisório pelos sensores para depois ser concertado pela razão.
[16:07] <mari> É evidente que o caminhos do conhecimento que são efetivamente balizados pela razão estão na segundidadee e na terceiridade.
[16:09] <mari> No slide 12, sintetetizo o que representa a primeiridade em termos das ações do organismo sobre o mundo das coisas.
[16:10] <mari> A ideia de uma predisposição do organismo para o conhecimento: todo organismo busca preservar sua sobrevivência, logo ele precisa saber o que serve e o que não serve para a sua sobrevivência.
[16:11] <mari> Buscamos as coisas que podem transformar em energia para o nosso organismo e isso dá uma ideia fundamental daquilo que representa o nosso processo de conhecimento: um organismo precisa conhecer para manter o seu equilíbrrio, sua ordem interna.
[16:12] <mari> Com o slide 13, sintetizo a primeiridade nesse quadro geral da abordagem do autor, passando para a segundidade.
[16:17] <Woodsonfc_> teste
[16:20] <Woodsonfc_> Hugo caiu
[16:20] <Woodsonfc_> já está de volta
[16:21] <mari> Continuo, então, com o slide 14
[16:22] <Ailton> Boa tarde...Infelizmente, cheguei muito atrasado.
[16:23] <mari> A segundidade orienta~-se em razão de dois parâmetros; a ideia de força que caracteriza a excitabilidade do organismo para o processo de conhecimento; todo organismo quer conhecer, todo organismo precisa conhecer. Logo ele se excita diantes dessa prerrogativa.
[16:25] <mari> O segundo aspecto é o confronto: o nosso olho não percebe a manga, mas a manga que está na mangueira, a uma certa altura, diferente de uma outra que é maior ou menor etc. etc.
[16:29] <mari> O confronto, poderíamos admitir, sustenta nossas impulsos para a racionalidade. È por ele que percebo diferenças, mas também identidades. Nesse confronto Peirce se se estende à multimodalidade (a formulação não estava em voga em sua época), mas ela é certamente um fator sensível. Não percebemos apenas o formato da maçã, mas a cor de sua casca, o seu tamanho e também o seu gosto, ou qualquer outra dimensão multimodal envol
[16:30] <mari> Os dois parâmetros fundamentam nossos passos na construção do conhecimento.
[16:34] <mari> A segundidade é, em resumo (slide 16), um padrão de formação conceitual e nesse aspectos a cognição humana apresenta uma ampla discussão sobre teoria dos protótipos, predicação, pertinência clássica, pertinência difusa e outros padrões.
[16:37] <mari> Concluo, então, com o slide 18 que resume o esquema geral de funcionamento da segundidade e passo a um comentário final sobre a terceiridade. Gostaria, então, de voltar aos slides 4 e 5. No slide 4, sintetizo, sem maiores discussões, o modo como compreendo essa formulação do autor para a terceiridade, isto é, o plano de representação do conhecimento.
[16:39] <mari> Destaco diversos aspectos nessa formulação do autor; em particular aponto para as relações triádicas (comparação, desempenho, pensamento) em correlação com os domínios (possibilidade, existência e leis).
[16:41] <mari> Essas duas dimesões mostram uma necessária complexidade funcional que o autor atribui ao segu quadro de categorias sígnicas. Mas é nesse quadro de complexidade que o autor parece resumir da nossa atividade cognitiva, como mostro no slide seguinte.
[16:44] <mari> Na minha percepção, não podemos reduzir o trabalho do autor na terceiridade como mera tipologia de signos. Para mim ela expressa a gênese dop conhecimento humano que opera com o mínimo de sensação (o que entre pelo nosso olho se traduz como formas artísticas sofisticas; combinações tonais variadas etc.)
[16:46] <mari> Todo esse percurso do nosso desafio para conhecer termina num máxima de racionalização, quando por exemplo crimos algoritmos, teorias, sistemas lógicos etc.
[16:46] <mari> Bem, era isso. Vamos à discussão.
[16:47] <adelmaa> Clap cla clap clap clap clap clap  Aplausos para o professor Hugo Mari.
[16:47] <Woodsonfc_> Prof. Hugo Mari, o nosso muito obrigado pela detalhada e dedicada exposição. Agora vamos abrir para as perguntas, que é o momento mais aguardado por todos nós em uma conferência!
[16:47] <Woodsonfc_> Clap clap clap
[16:47] <adelmaa> Gostaria de parabenizar o prof Hugo Mari pela extraordinária aula magna. É uma honra receber V. Sa no nosso evento. Honra maior é assistir uma palestra sobre Semiótica Pierciana com um palestrante fenomenal que tem o poder de traduzir a alma desta teoria para pessoas iniciantes como eu. Fabulosa conferência!
[16:48] <mari> adelmaa: obrigado, mas podemos depois continuar de forma mais efetiva.
[16:49] <adelmaa> Será uma prazer!
[16:50] <mari> adelmaa: na página do Programa aqui da PUC a minha tese sobre o Peirce está disponível para download. Caso tenha interesse.
[16:50] <Woodsonfc_> Hugo, você diz que há atualmente não se faz mais essa distinção de sentir e perceber. Como é visto isso por outros autores?
[16:53] <adelmaa> Obrigadíssima! Mas como gosto de compartilhar o conhecimento farei o seguinte: colocaremos um link no log de sua conferência em nossa página que dê acesso direto a sua tese, pode ser assim?
[16:54] <mari> Woodsonfc_: Acho que existem duas posições fundamentais; se separamos sensação de percepção, então, temos que considerar a primeira como algo de ordem mais primitiva, talvez como o Peirce e preservar a segunda como algo que implca elaboração, por se tratar de um nível de formapção de conceitos e não ainda de sua representação. Há uma outra tendência em juntar as duas dimensões e, nesse caso, fica prevalecendo a percepç
[16:54] <mari> forma de conhecimento, onde a elaboração não faça presente.
[16:57] <Woodsonfc_> Vemos três colunas e três linhas no quadro 4 o que é então a coluna e a linha dentro do quadro?
[17:02] <mari> Woodsonfc_: Na verdade, isso é um conjunto de dados que estão espalhados pela obrra do autor, mas quando as reunimos, talvez possamos ter uma clareza melhor porque a abordagem peirceana não pode ser reduzida a uma taxionomia de signos. Por exemplo, as três colunas internas representam dimensões fundamentais para a representação, só que para cada um desses pontos, coniderando os nove quadros internos, temos, em cada caso uma mulip
[17:06] <mari> o qualissigno é um primeiro correlato - representamen (porque não é nem o objeto, nem o representamen); ele é avaliado como uma dimensão comparativa (linha 1, lado direito), porque sentir o cheiro da laranja e diferente de manipular a casca da laranja; ele é uma pssibilidade (por ser algo disponível para qualquer sensor em qualquer experiência sensível - poder construir um qualissigno)
[17:06] <adelmaa> Porf Hugo,  eu poderia dizer que a de linha Pierce se preocupa em desvendar o signo, enquanto a de  Greimas está voltada para o símbolo?
[17:07] <mari> O mesmo poderíamos acrescentar para outros elmentos inseridos num desses nove espaços. Notamente, a tradição ratificou mais a coluna verde, por ter um apelo representacional mais direto.
[17:10] <mari> adelmaa: Sua questão é interessante, mas talvez a gente não possa fazer essa comparação, já que, para Peirce, signo é tudo isso (com os desdobramenos possíveis que são muitos) que aparece nos quadros internos do esquema. Na verdade, para ele o que o organismo retém no qualissigno já é um signo, tal como o argumento que pode ser uma teoria.
[17:10] <Woodsonfc_> É verdade pois o ïcone , índice e símbolo são estudados nos manuais de português das escolas fundamentais
[17:13] <Woodsonfc_> Então vamos terminar pois o adiantado da hora não nos permite continuar mais!
[17:14] <adelmaa> Os STIS agradecem a todos vocês pela presença ao nosso vento durante todo o ano de 2013 e esperam   contar com sua participação nas próximas palestras do ano calendário de 2014.
[17:14] <Woodsonfc_> Agradeço sobremaneira a disposição do prof. Hugo Mari e
[17:15] <adelmaa> A equipe STIS , sob a coordenação geral da Profa Dra Ana Cristina Fricke Matte, oferece a todos vocês um pequeno trecho de  uma oração irlandesa como mensagem de felizes festas:
[17:15] <adelmaa> Que a estrada se abra à sua frente, Que o vento sopre levemente em suas costas, Que o sol brilhe morno e suave em sua face, Que a chuva caia de mansinho em seus campos.
[17:15] <mari> Woodsonfc_: Espero que nos próximos eventos, a minha agenda esteja mais estável.
[17:15] <adelmaa> E até que nos encontremos de novo a partir de fevereiro de 2014  Que Deus guarde vocês na palma da Sua mão. Feliz Natal e um Ano Novo iluminado. para vocês , sesu familiares e amigos.
[17:16] <Woodsonfc_> Clap clap clap
[17:16] <adelmaa> Muitíssimo obrigada, prof Hugo. Sua conferência foi magistral.
[17:16] <adelmaa> Clap cla clap clap clap clap clap
[17:17] <mari> adelmaa: Ok, prazer em conhecer por essas linhas tortas, mas fascinantes.
[17:18] <adelmaa> Informamos a todos que para receber seu certificado vocês devem encaminhar uma mensgem para E-mail: stis@textolivre.org  nos fornecendo seu nome completo e nickname do login na sala do STIS.
[17:20] <adelmaa> Nós que estamos honrados com sua presença em nosso evento.
[17:22] <adelmaa> Obrigada a equie STIS que de forma voluntária e colaborativa faz junto comigo este evento acontecer mensalmente. Amigos Hugleo, Woodson, Beth Guzzo, Madu Ferreira, Aline, meu abraço de agradecimento bem apertado. .

Como citar este texto:

MARI, Hugo. Leituras semióticas peirceanas - sensação, percepção e representação. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano III, 2013. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/61-log-hugo-mari>;. Acesso em: 26 fev. 2014.

 

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