STIS 2015
2. Março: Tradução e Tradutor
STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC
Vila Real e Patrícia Loreto
Conferência STIS MARÇO 2015
Dia 20 de março das 14 às 16:00, na Sala de Conferências do STIS
Discutindo a formação do tradutor e o perfil de competência tradutória no Brasil
Prof. Dr. José Luiz Vila Real Gonçalves (UFOP)
Resumo
Na área os Estudos da Tradução, já há quase duas décadas vem-se discutindo o conceito de Competência Tradutória, Competência em Tradução ou Competência do Tradutor (e.g. Schaffner; Adab, 2000; PACTE, 2003; Rothe-Neves, 2002; Pagano; Magalhães; Alves, 2005; Alves; Gonçalves, 2007) com a finalidade de se contribuir para os currículos e diretrizes dos cursos de tradução. Tendo em vista o atual estado da didática da tradução e o perfil dos cursos de formação de tradutores, podemos dizer que há alguns pontos de convergência – teóricos e didático-pedagógicos. No entanto, identificamos que em grande medida ainda há outros tantos fatores que são divergentes ou conflitantes, variando de acordo com as abordagens adotadas na definição dessa competência e na descrição de seu desenvolvimento. Tendo em vista o crescente interesse pela tradução – no ensino, na pesquisa e no campo profissional – com o aumento da produção acadêmico-científica, da oferta de cursos de graduação e pós-graduação em instituições públicas e privadas de ensino superior no Brasil e da crescente demanda por serviços especializados de tradução nas mais diversas áreas do mercado, é fundamental que se avaliem essas divergências teóricas e didático-pedagógicas na formação do tradutor a fim de se aprofundarem e se aperfeiçoarem seus preceitos e orientações curriculares. Assim, partindo da metodologia aplicada por Gonçalves e Machado (2006) e aprofundando alguns dos conceitos teóricos sobre a competência tradutória, discutirei os resultados de uma pesquisa realizada na UFOP sobre matrizes de cursos de tradução no Brasil, que coletou dados em dois momentos distintos (2009 e 2014) e, então, analisou a configuração dos currículos com base em conceitos e modelos teóricos relativos à composição da Competência Tradutória. Desse modo, busquei avaliar quais seriam os pontos de convergência e de divergência entre os preceitos teóricos e as orientações didático-pedagógicas no ensino de tradução, explícitas ou implícitas nas matrizes de instituições formadoras de tradutores. Os resultados apontam para uma mudança pouco significativa no perfil geral de formação do tradutor no Brasil nos últimos anos e, ainda, para a necessidade do aprofundamento do diálogo, cooperação e articulação entre os diversos agentes envolvidos com a tradução (tradutores, professores, pesquisadores, gestores), visando à consolidação de uma proposta que defina o conjunto mínimo de conhecimentos e competências para a formação desse profissional.
Tradução Interpretação: o mercado
Tradutora e Interprete Patrícia Loreto
Resumo
Muitas vezes os alunos de universidades brasileiras concluem sua graduação na área de tradução sem a dimensão exata de como aplicar os conhecimentos adquiridos durante o curso ao mercado de trabalho. O objetivo desta breve palestra é trazer aos participantes aspectos práticos dos mercados de tradução e interpretação no Brasil. Apesar dos pessimistas, que insistem em prever o fim do ofício de traduzir devido à chegada de novas tecnologias na área, segundo um estudo feito pelo Common Sense Advisory (Kelly e DePaula, 2012), em 2012 a indústria da tradução movimentou aproximadamente 33.5 bilhões de dólares e parece não ser fortemente afetada por crises financeiras. Apesar do crescimento sólido, é uma indústria fragmentada, o que trás grandes vantagens àqueles que pretendem nela ingressar, mas que, pelo mesmo motivo, pode ser bastante traiçoeira. Além disso, serão discutidas também as características da indústria de interpretação no Brasil e como se preparar para ingressar nesse mercado no qual os ganhos financeiros são altos, mas que é implacável com aqueles que não se preparam adequadamente antes de iniciar.