8. Outubro: Professores não nativos e português como LE

cartaz STIS outubro 2015

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Janelle Chevon Coleman e Celia R P Bianconi

Conferência dupla STIS OUTUBRO 2015

Dia 23 de outubro das 15 às 17 horas, na Sala de Conferências do STIS

Os Desafios da instrução de línguas pelos professores não nativos – um relato pessoal (Janelle Chevon Coleman – Lee University-TN/Brescia University-KY)

Resumo: Falar do estudo de línguas é impossível sem alguma discussão de cultura.  Não é surpreendente, então, que para os aprendizes de línguas estrangeiras a qualificação mais importante de um professor de línguas é ser falante nativo. Não obstante, a pesquisa de alguns investigadores mostra que o fato de não ser falante nativo não sempre limita a eficácia de ensino de línguas (Brown 2007, Phillipson 1992, Medyges 1992, 2006). Além disso, há muitas vantagens de ser professor não nativo e de ter a mesma língua nativa dos alunos. Por exemplo, pode-se antecipar os desafíos dos alunos que querem aprender um segundo idioma. Também, estos professores são capazes de introduzir a cultura nova comparando os elementos com a cultura nativa dos aprendizes. Apesar de todas estas vantagens, existem desafios para os professores não nativos que podem dificultar o ensino (e.g., a falta de confianza tanto por parte como por parte do professor, a preocupação com o sotaque, e a incapacidade de fazer a mudança psicosocial entre a cultura nativa a cultura nova). Este artigo vai explorar estos desafios através da minha experiencia como professora americana ensinando português numa universidade nos Estados Unidos.  Também, a presente discussão vai abarcar varias técnicas que eu usava para poder superar e transformar estas dificuldades em oportunidades de aprendizagem tanto para mim como os meus alunos.

 

Ensino do Português como Língua Estrangeira nos Estados Unidos e o Treinamento de Professores (Celia R P Bianconi – Professora e Coordenadora do Programa de Português como língua estrangeira na Universidade de Boston)

Resumo: O ensino do Português como língua estrangeira (PLE) está passando por um momento de ascensão e atualmente a língua portuguesa é reconhecida como importante no âmbito econômico global. Nos Estados Unidos universidades estão abrindo e/ou ampliando cursos de Português. O número de alunos de português no ensino superior norteamericano cresceu 10,1 por cento entre 2009 e 2014, sendo a terceira língua com maior crescimento num período em que diminuiu o número de alunos que estudam línguas estrangeiras (MLA 2015). Este interesse crescente esta relacionado com uma ascensão econômica paralela do Brasil, culminando com a copa do mundo de futebol promovida pela FIFA em 2014 e os jogos olímpicos de verão a seguir em 2016 no Rio de Janeiro. O estudo de PLE e os estudos de literatura e cultura brasileira na Universidade de Boston, onde eu ensino e coordeno o programa de PLE, foi reiniciado em 2010 com apenas 17 alunos matriculados no único curso intensivo de Português com aulas de 100 minutos quatro vezes por semana. Atualmente, oferecemos quatro semestres que proporcionam base para falar, ler, escrever, compreensão oral e introdução à cultura luso-brasileira, nos níveis iniciantes ao intermediário avançado. Ainda oferecemos cursos avançados de cultura, cinema e literatura além de um curso em Português para economia e negócios. Este trabalho é resultado da pesquisa feita durante minha tese de doutorado, Bianconi (2012), de minha experiência como professora e coordenadora de programa de português em instituições de ensino superior nos Estados Unidos, assim também como coordenadora de treinamento de professores. Além do relato histórico o objetivo é de ampliar o conhecimento sobre o ensino e aprendizado do Português como língua estrangeira nos Estados Unidos.