7. Setembro: Ensino e formação de professor em língua estrangeira

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Vanderlice dos Santos e Hilda Simone

Conferência dupla STIS SETEMBRO 2015

Dia 19 de setembro das 14 às 16 horas, na Sala de Conferências do STIS

Contextualizando a educação continuada de professores de línguas estrangeiras no Brasil (Vanderlice dos Santos Andrade Sól – IFMG – Campus Ouro Preto)

Resumo: O termo “educação continuada” (EC) ou “formação continuada” aparece nos documentos oficiais brasileiros de maneira ampla e genérica, compreendendo “qualquer tipo de atividade que venha a contribuir para o desempenho profissional” (GATTI, 2008, p. 56). Muitos documentos intitulam de programas de EC os que formam professores das redes municipais e estaduais (aqueles professores chamados de professores leigos), tanto em nível médio quanto superior. Os documentos oficiais consideram, também, a modalidade de formação a distância (graduação), a especialização lato sensu, e cursos de capacitação e treinamento como EC. Em se tratando de uma trajetória histórica, pode-se dizer que o caminhar da EC é bastante recente no Brasil. É válido problematizar, nos dizeres dos documentos, os não ditos: professores que se formam sem a devida qualificação e, como consequência de formação precária, enfrentam crises profissional e identitária. Diversos documentos internacionais também enfatizam a necessidade de se investir na EC: três documentos do Banco Mundial (1995, 1999, 2002); Promoção das Reformas Educativas na América Latina (PREAL, 2004); UNESCO (1998); a Declaração de princípios da Cúpula das Américas (2001); e os documentos do Fórum Mundial de Educação (Dacar, 2000). Mediante o panorama ora apresentado, pode-se dizer que diversos órgãos do poder público brasileiro chancelam a EC em âmbito geral, mas os incentivos parecem não alcançar todas as áreas do conhecimento. Nessa perspectiva, vale indagar como se vêm realizando propostas de EC em LE no Brasil e quais incentivos existem de fato. Vale lembrar que as legislações se constituem a partir de processos históricos e são fruto de negociações sociais, políticas e ideológicas que, ao mesmo tempo em que abrem espaço para as iniciativas de EC, também as circunscrevem a partir de discursos do que se considera ensinar e aprender um LE no contexto brasileiro. A partir dessa contextualização da EC, é importante trazer tais discussões para o campo da Linguística Aplicada ao ensino de LE, para produzir reflexões para este campo. É nessa direção que as reflexões dessa conferência serão guiadas.

 

Experiências para apropriar-se da tecnologia para o ensino de língua estrangeira (Hilda Simone H. Coelho – Universidade Federal de Viçosa)

Resumo: Desde 2011, quando iniciei minhas atividades como professora efetiva no curso de Letras , da Universidade Federal de Viçosa, a disciplina de Prática de Ensino, dentro do contexto da formação inicial de professores de línguas estrangeiras, tem sido uma oportunidade para a revisão das competências esperadas de um professor (ALMEIDA FILHO, 2002; LEFFA, 2012; PAIVA, 2013). Dentro dessa perspectiva, a disciplina tem possibilitado a reflexão de diversos temas como: o ensino de inglês para crianças, o ensino de tópicos gramaticais e de fonemas particularmente difíceis para aprendizes brasileiros, o uso da voz como instrumento de trabalho do professor, as crenças em relação ao ensino na rede pública e na rede privada e a apropriação da tecnologia para o ensino de língua estrangeira. Primeiramente, nesta conferência, viso compartilhar as experiências relativas ao último tema, apresentando, a proposta de formação para a inserção dos estudantes em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA): (i) foram feitas leituras de textos teóricos para a formação e discussão sobre a normatização do uso do computador e demais tecnologias para a aprendizagem de línguas (HARRINGTON & LEVY, 2000; BAX, 2002; CHEN, 2002, dentre outros); (ii) em seguida, os estudantes fizeram cursos para conhecer o AVA, denominado PVANet, disponível para professores e estudantes dessa universidade; (iii) a última etapa de formação visou a criação de um curso de inglês para os estudantes iniciantes do curso de Letras. Em segundo lugar, buscarei, também, compartilhar as dificuldades enfrentadas pelos estudantes da disciplina enquanto tutores e professores do curso ministrado no PVANet, bem como as dificuldades da professora formadora. Como reflexão final, apresento o resultado da pesquisa realizada pelos estudantes acerca do uso de tecnologias nas escolas da cidade. A partir dessa experiência de ensino para a apropriação da tecnologia para o ensino de inglês, espero colaborar com a reflexão sobre as competências esperadas de um professores para o século XXI (PAIVA, 2013) e para a normatização do uso do computador para a aprendizagem de línguas estrangeiras (CHAMBERS & BAX, 2006).