4. Maio: Português para Estrageiros e Estratégias linguísticas

4.1. registro maio

Registro da Conferência em chat escrito, de 20 de maio de 2016:

 

 O ensino de língua portuguesa para estrangeiros: experiências e perspectivas
conferencista: Profa. Ma. Simone Garofalo

 

 Ações falam mais que palavras. Estratégias extralinguísticas em uma comunicação efetiva
conferencista: Prof. PhD Nilma Dominique

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[13:57] <adelmaa> É com imensa alegria que venho, em nome do Grupo STIS - SEMINÁRIOS TEÓRICOS INTERDISCIPLINARES DO SEMIOTEC e da profª Drª Ana Cristina
[13:57] <adelmaa> Fricke Matte, dar boas -vindas a todos vocês que nos honram com sua presença: conferencista e participantes
[13:57] <adelmaa> O Stis é um programa de conferência realizado na penúltima semana de cada mês de março a dezembro, congregando pesquisadores do Brasil e do exterior em torno do
[13:58] <adelmaa> tema educação livre e democrática. O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa polvo denominado TEXTO LIVRE do CNPq, coordenado
[13:58] <adelmaa> pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte
[13:58] <adelmaa> Ao longo desta caminhada o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior
[13:58] <adelmaa> Na verdade, nós do grupo STIS, temos muito que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 24 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[13:58] <adelmaa> tais como: Professoras Jorgelina Tallei ( UNILA), Carlos Henrique (UFJVN) , Carla Viana Coscarelli (UFMG), Luiz Tatit (USP), Maria Lucia Castanheira ( FAE/UFMG), Almeida Filho (UNB),
[13:58] <adelmaa> dentre outros nomes do Brasil e do exterior como o Brian Street (Kings College/Londres)  e o Julio Paz (Argentina). Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos:
[13:59] <adelmaa> CLAFP / Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidados do Prof. Marcelo
[13:59] <adelmaa> Buzzato. Para que este trabalho se concretize a cada mês contamos com a colaboração voluntária de uma equipe fantástica de seres humanas altruístas que compartilham da mesma
[13:59] <adelmaa> concepção de que as mudanças na nossa sociedade só acontecerão através do acesso a educação para todos. Assim, mais um ano de trabalho, de conferências extraordinárias, de
[13:59] <adelmaa> encontros de saberes e rica de experiência se inicia hoje no STIS. Com ele, novas ideias,  novos projetos, novos expectativas, anseios e vontade de compartilhar o fazer educação de forma
[13:59] <adelmaa> democrática, ou seja, com acesso gratuito a todos os interessados. Este ano o GRUPO STIS tem desejos que almejamos concretizar: ampliar ainda mais nossas parceiras com instituições
[13:59] <adelmaa> educacionais e não educacionais que queiram, como a gente, dar acesso ao conhecimento a quem desejar recebê-lo. Para que o STIS apresente a vocês as melhores conferências e os
[13:59] <adelmaa> melhores conferencistas (claro!), contamos com uma equipe formada por 12 membros  voluntários, que trabalham incansavelmente com amor, consciência e dedicação a uma só
[14:00] <adelmaa> causa: fazer a diferença no mundo por meio da educação Quero agradecer publicamente à Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, idealizadora de todo Projeto Texto Livre, do qual o projeto
[14:00] <adelmaa> STIS é uma de suas crias. Agradeço pela confiança em mim depositada para coordenar este valioso projeto e ao meus/minhas  membros da equipe STIS, nominalmente:  Profª Drª
[14:00] <adelmaa> Daniervelin Renata Marques Pereira (UFTM),Profª Drª Elizabeth Guzzo de Almeida (UFMG/FAE), Prof  Dr Carlos Henrique Silva de Castro (UFVJM), Profª Aline Resende Pereira
[14:00] <adelmaa> Marinho , Profª Fernanda Silva (UFMG), Profª Maria do Carmo Ferreira dos Santos (UFOP), Profª Thalita Santos Felício de Almeida (UFMG), Profª Drª Margareth de Souza Freitas
[14:01] <adelmaa> Thomopoulos  (UFTPR), profª mS. Marina Pontes , Profª Drª Rivânia Maria Trotta Sant'Ana (UFOP), Prof Dr Danilo Rodrigues César (UFTM),Prof. Hugo Leonardo Canalli e Prof Dr
[14:01] <adelmaa> Woodson Fiorini de Carvalho. Farei agora uma breve apresentação de nossos conferencistas convidados.
[14:01] <adelmaa> Farei agora uma breve apresentação de nossos conferencistas convidados. Nossos dois conferencistas convidados são a profª Drª Nilma Monique (MIT) e profª Ms. Simone Garofalo  (UFMG).
[14:01] <adelmaa> A profª Drª Nilma Dominique é coordenadora dos cursos de Língua Portuguesa no Instituto Tecnológico de Massachusetts, MIT. Ela iniciou o programa em 2010, desenhou e desenvolveu
[14:02] <adelmaa> o curriculum com cursos para diferentes níveis de aprendizagem. A Drª Dominique é formada em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia, Ufba, com doutorado em Linguística
[14:02] <adelmaa> Aplicada pela Universidad de Alcalá, Madri, Espanha (2007). Possui longa experiência no ensino de Português como segunda língua, orientadora de professores de língua e como consultora linguística.
[14:02] <adelmaa> Antes de ensinar no MIT, Drª Dominique trabalhou no Departamento de Línguas Românicas da Universidade de Harvard por 6 anos. Em todos os anos foi premiada com o Certificate of
[14:03] <adelmaa> Distinction in Teaching do Derek Bok Center for Teaching and Learning. No MIT, recebeu o SHASS Levitan Award for Excellence in Teaching em 2012, prêmio concedido pela Escola de Humanidades, Artes e Ciências Sociais.
[14:03] <adelmaa> Seu livro, La Comunicación sin Palabras. Estudio Comparativo de Gestos Usados en España y Brasil, publicado na Espanha em 2013 (Alcalá University Press – UAH), é resultado de uma
[14:03] <adelmaa> pesquisa sobre os gestos emblemáticos mais comumente usados nas culturas espanhola e brasileira. Além de fornecer um panorama geral sobre os estudos sobre Comunicação não
[14:03] <adelmaa> Verbal, analisa-se o papel que os signos quinésicos desempenham na comunicação humana em geral, e o lugar que estes ocupam na aula de língua estrangeira.
[14:03] <adelmaa> A pesquisa da professora Dominique se concentra principalmente no ensino e aprendizagem de português e espanhol como segunda língua. Outros interesses são a comunicação
[14:04] <adelmaa> intercultural, língua e cultura, língua e identidade e sociolinguística.  Nossa segunda conferencista é Profª Ms. Simone Garofalo. Mestre em Estudos Linguísticos
[14:04] <adelmaa> pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Graduada em Letras - Licenciatura em  Português e Bacharelado em Linguística - pela mesma instituição. Tem experiência na área de
[14:04] <adelmaa> Letras, com ênfase em Linguística, mais especificamente: Estudos sobre Linguagem, Educação e Tecnologia; Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas; Ensino de Língua Materna; Ensino de
[14:04] <adelmaa> Português como Língua Estrangeira; Ensino a Distância; Formação de professores. Ministrou  aulas na graduação em Letras da UFMG e vários cursos sobre ferramentas tecnológicas para
[14:05] <adelmaa> professores e alunos de diversas áreas de conhecimento. Integrante dos grupos de pesquisa Texto Livre (UFMG) e INFORTEC (CEFET-MG). Membro-fundadora do projeto MULD -
[14:05] <adelmaa> Movimento de União pelo Letramento Digital. Avaliadora de periódicos acadêmico-científicos, redações do ENEM e outros concursos. Atualmente, é Professora do Ensino Básico de Língua
[14:05] <adelmaa> Portuguesa da rede pública de Contagem e Professora de Português para Estrangeiros, atuando na coordenação do projeto de extensão "Português para estrangeiros em regime
[14:05] <adelmaa> especial de permanência no Brasil" da FALE/UFMG . É uma honra recebê-los a profª Drª Nilma Monique (MIT) e profª Ms. Simone Garofalo  (UFMG)
[14:05] <adelmaa> como conferencistas convidados,  em nossa sala virtual.
[14:06] <nilmadominique_> Muito boa tarde e muito obrigada pela presença de todos. É um imenso prazer poder participar em um dos Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec - STIS.
[14:06] <sigarofalo> Agradeço pelo convite e pela presença de todos.
[14:06] <adelmaa> Ante de começar explicarei como acontece este evento virtual.
[14:06] <adelmaa> Só um minutinho professoras.
[14:06] <thalita> boa tarde a todos
[14:07] <thalita> adelmaa, eu posso explicar
[14:07] <adelmaa> Antes de passar a palavra para as nossas conferencistas convidadas explicarei em detalhes  o funcionamento desta nossa conferência virtual.
[14:07] <adelmaa> Boa tarde a todos! para quem participa pela primeira vez, explico como funcionará
[14:07] <thalita> cidaviegas, explicaremos o funcionamento
[14:07] <adelmaa> EXCEPCIONALMENTE o nosso evento de hoje.   A primeira conferencista Profª Drª Nilma Dominique terá 30 minutos para sua apresentação.
[14:08] <adelmaa> Após sua apresentação abriremos a sala para perguntas, sugestões e discussão geral das ideias
[14:08] <adelmaa> expostas, ou seja, proporcionaremos a interação através das perguntas dos participantes e
[14:08] <adelmaa> respostas do conferencista. Após finalizado este tempo concluiremos a conferência da profa  Drª Nilma Dominique. Moderarei a sala novamente e convidarei a prof. Ms Simone para dar
[14:08] <adelmaa> início a segunda conferência seguindo o mesmo procedimento da primeira conferência. Ao final desta interação encerraremos nosso evento de maio.
[14:08] <adelmaa> Os conferencistas de hoje não utilizarão slides. Então, por favor, desconsiderem o campo ao lado para inserir código, pois ele não será necessário vocês podem regular o tamanho do chat
[14:09] <adelmaa> ajustando a coluna vertical entre as partes (ao meio desta página de internet) desejamos um ótimo seminário a todos! Profª Drª Nilma Dominique, pode começar, por favor.  Obrigada por aceitar o convite do STIS.
[14:09] <adelmaa> Professora Nilma Dominique, pode começar, por gentileza!
[14:09] <nilmadominique_> Olá a todos! Muito boa tarde e muito obrigada pela presença de todos. É um imenso prazer poder participar em um dos Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec - STIS.
[14:09] <nilmadominique_> Gostaria de agradecer especialmente o convite das professoras Ana Matte e Adelma Araújo, bem como a toda a equipe envolvida na organização do mesmo.
[14:10] <nilmadominique_> Eu sou soteropolitana, formada em Letras pela Universidade da Bahia - Ufba - com doutorado em Linguística Aplicada pela Universidad de Alcalá de Henares, em Madri, Espanha.
[14:10] <nilmadominique_> Atualmente ensino e coordeno os cursos de português no MIT - Instituto Tecnológico de Massachusetts, nos EUA.
[14:10] <nilmadominique_> Sempre me dediquei ao ensino de Português - língua, cultura e literatura - primeiro para alunos brasileiros, depois para estrangeiros. Mas nunca tinha me dado conta de quão complexo o sistema comunicativo é
[14:11] <nilmadominique_> até começar a ensinar PLE (Português Língua Estrangeira) e tentar ver e perceber os meus comportamentos com outros olhos - a partir do olhar do estrangeiro.
[14:11] <nilmadominique_> O tema sobre o que vou falar hoje está baseado no meu livro “La Comunicación sin Palabras
[14:11] <nilmadominique_> Estudio Comparativo de gestos Usados en España y Brasil”, publicado em espanhol em 2013 pela UAH – Alcalá University Press. Nele, faço uma reflexão profunda sobre a importância dos elementos não verbais numa comunicação efetiva.
[14:11] <nilmadominique_> Os dados que apresento são resultado de pesquisas, mas também de muita observação. Como professora de português parar estrangeiros, várias vezes me vi na necessidade de
[14:12] <nilmadominique_>  ter que explicar aos alunos um gesto que acabava de realizar sem notar ou que os alunos tinham visto na rua, mas não conheciam o significado.
[14:12] <nilmadominique_> Nunca havia pensado que eles pudessem desconhecer o que para mim era tão óbvio que eu mesma considerava “universal”.
[14:12] <nilmadominique_> Falar, sem fazer uso da imensa quantidade de elementos não verbais e recursos expressivos que estão presentes na comunicação humana – como os gestos manuais, corporais ou faciais –
[14:13] <nilmadominique_> é praticamente impossível e, se tentássemos realizá-lo, além de ser necessário fazer um esforço consciente, o resultado seria totalmente artificial.
[14:13] <nilmadominique_> O entendimento mútuo e a cooperação na interação entre os indivíduos são condições básicas para a convivência humana.
[14:13] <nilmadominique_> A compreensão não pode existir sem um processo comunicativo, quer dizer, um processo de codificação e decodificação de informação. Isto significa que é necessário o compartilhamento de um código, de forma que o emissor e o receptor atribuam um significado similar à mensagem.
[14:14] <nilmadominique_> Quando falamos em comunicação não verbal, costumamos pensar imediatamente nos “gestos”, mas trata-se de um amplo complexo e de uma análise árdua.
[14:14] <nilmadominique_> Como afirmam Eisenberg e Smith (1975), “estudar a comunicação humana é examinar todos os meios pelos quais os seres humanos enviam informações e compartilham suas ações e sentimentos.
[14:14] <nilmadominique_> O estudo da comunicação não verbal é relativamente recente, e começou a ser estudado de forma mais sistemática na primeira metade do século XX.
[14:15] <nilmadominique_> Hoje, estudiosos de diferentes áreas (antropólogos, sociólogos, psiquiatras etc.) têm trazido novas e diferentes perspectivas, novos olhares para a importância dos signos não verbais.
[14:15] <nilmadominique_> A Linguística tenta enfocar a comunicação não verbal do ponto de vista interdisciplinar, considerando o que Poyatos (1970, 1994 e 2000) denomina “a estrutura  tríplice básica da comunicação humana”.
[14:15] <nilmadominique_> Poyatos apresenta um dos trabalhos mais atuais, completos e multidisciplinares sobre como o ser humano usa os signos não verbais ao comunicar-se.
[14:16] <nilmadominique_> Ele propõe um instrumento descritivo e, ao mesmo tempo, teórico, que represente a comunicação humana básica em três níveis: o linguístico, o paralinguístico e o quinésico. O nível línguístico é composto pelos elementos verbais, vocais e léxicos.
[14:16] <nilmadominique_> O paralinguístico, de signos não verbais vocais, e o quinésico, de signos não verbais, não vocais. Todos estes níveis atuam em conjunto, seja de forma estrutural, semântica ou pragmática.
[14:16] <nilmadominique_> Além do mais, a cronêmica e a proxémica, que também integram os sistemas culturais, podem atuar de forma autônoma ou influenciar no sistema básico, modificando ou reforçando a informação linguística, paralinguística ou quinésica.
[14:16] <nilmadominique_> São condutas não verbais carregadas de significado e que atuam independentemente da expressão verbal, mas são tão informativas como ela.
[14:17] <nilmadominique_> No entanto, devido ao caráter involuntário e espontâneo, às vezes confiamos mais na informação não verbal que recebemos de nosso emissor, do que no que a pessoa nos diz verbalmente.
[14:17] <nilmadominique_> Para que fique mais claro, vamos dar alguns exemplos de cada sistema, exceto o verbal/linguístico, já que queremos nos concentrar nos elementos não verbais.
[14:17] <nilmadominique_> Começando pela PARALINGUAGEM. O sistema paralinguístico é parte de todas as atividades comunicativas não verbais que acompanham o comportamento verbal.
[14:18] <nilmadominique_> São sinais vocais, não verbais, que servem de comunicação e formam parte da interação comunicativa, como, por exemplo, o sarcasmo e a ironia.
[14:18] <nilmadominique_> Não estão necessariamente unidos às palavras, mas a modulação pode enfatizar determinadas palavras numa frase e influenciar na sua interpretação.
[14:18] <nilmadominique_> Por exemplo, em “JOÃO me disse toda a verdade”, a ênfase na palavra João indica a fonte da informação. Por outro lado, se eu digo “João disse TODA a verdade”, estarei enfatizando a quantidade de informação recebida.
[14:19] <nilmadominique_> Por enquanto, tudo bem ou eu estou indo muito devagar ou rápido demais?
[14:19] <adelmaa> Está excelente, nilmadominique_ !
[14:19] <nilmadominique_> Ok. Obrigada. Continuando...
[14:19] <nilmadominique_> Ou seja, os signos paralinguísticos são uma série de acontecimentos presentes na linguagem, mas que não formam parte da língua.
[14:20] <nilmadominique_> Fazem parte do deste sistema a intensidade e altura vocal, a extensão e o tempo de pronúncia das sílabas, as pausas, inalações, o riso, o choro, etc. Sabemos, por exemplo, que nós latinos costumamos ter um tom vocal mais alto que os asiáticos, por exemplo.
[14:20] <nilmadominique_> Mas quando comparamos as diferentes regiões do Brasil, o nordeste costuma apresentar um tom de voz mais alto que os sulistas, por exemplo.
[14:20] <nilmadominique_> Se comparamos diferentes culturas latinas como brasileiros, espanhóis e italianos, estes dois últimos costumam ter um tom de voz bastante mais alto que o nosso.
[14:20] <nilmadominique_> As interjeições e onomatopéias também estão entre os elementos paralinguísticos e que pouco aprendemos numa aula de língua estrangeira, de forma que, quando precisamos usar um deste signos num contexto normal de uso da língua alvo, nos soa completamente artificial.
[14:21] <nilmadominique_> Por exemplo, em inglês, para indicar dor, costuma-se dizer “ouch” quando nós , brasileiros, diríamos “ai”, “ui”.  A representação mais próxima para nós brasileiros do som emitido por um cachorro seria algo como “au au”, para um galo, “cocoricó”.
[14:21] <nilmadominique_> Em inglês, os equivalentes são, respectivamente, “woof woof” e “cock-a-doodle-doo”. Até hoje não entendi como um galo poder fazer este som!
[14:21] <nilmadominique_> Numa segunda categoria estão a PROXÊMICA e a CRONÊMICA, que são parte dos sistemas de signos culturais podem atuar sozinhos, modificar ou acrescentar o significado aos signos dos demais sistemas não verbais.
[14:21] <nilmadominique_> Eles têm como objetivo, respectivamente, o estudo do uso e da percepção que os humanos fazem do espaço e do tempo.
[14:22] <nilmadominique_> A proxêmica analisa como o ser humano maneja o espaço. Uma análise territorial de uma cultura, pode mostrar o nível de sentimento de invasão, violação ou contaminação quando alguém se apropria de um espaço que lhe pertence.
[14:22] <nilmadominique_>  É comum um americano sentir-se sufocado com a proximidade física que, por exemplo, nós brasileiros mantemos durante uma conversação.
[14:22] <nilmadominique_> Por outro lado, os brasileiros se surpreendem ao ver um americano pedir perdão simplesmente por passar perto de uma outra pessoa, sem tocá-la. Isso acontece porque ele ou ela reconhece que invadiu um espaço que pertencia ao outro.
[14:23] <nilmadominique_> Até um olhar fixo é uma demonstração de falta de educação, de violação do espaço do outro, e as crianças costumam aprender na escola que isto deve ser evitado.
[14:23] <nilmadominique_>  Quanto à cronêmica, a forma como as sociedades conceituam, organizam e estruturam o seu tempo é muito diferente. Costuma-se separar as culturas em monocrônicas e policrônicas.
[14:23] <nilmadominique_> As comunidades ou os indivíduos caracteristicamente monocrônicos têm dificuldade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Por outro lado, os policrônicos tendem a fazer diferentes atividades ao mesmo tempo.
[14:23] <nilmadominique_> A forma como organizamos o tempo também é parte do sistema cronêmico. Lembro-me de me surpreender muito a primeira vez que recebi um convite para uma festa indicando o início de e o final de uma festa.
[14:24] <nilmadominique_> E os horários geralmente são seguidos rigorosamente, tanto o de chegada quanto  o de saída. Neste sentido, poderíamos dizer que os americanos são mais monocrônicos e menos flexíveis em relação ao tempo que os brasileiros.
[14:24] <nilmadominique_> Mas, particularmente, acredito que possamos encontrar características monocrônicas e policrônicas em uma mesma cultura.
[14:24] <nilmadominique_> A ideia americana de “time is money”, faz com que se aproveite todo o tempo disponível possível, sendo comum realizar múltiplas atividades ao mesmo tempo.
[14:24] <nilmadominique_> Por exemplo, é normal ter aula na hora do almoço e que os alunos almocem ou merendem durante as aulas, porque do contrário não teriam nenhum tempo livre para se alimentarem.
[14:25] <nilmadominique_> Por último, analisamos a terceira parte da estrutura tríplice da comunicação humana: o sistema quinésico. A expressão quinésica se refere ao estudo dos movimentos corporais significativos, incluindo as expressões faciais.
[14:25] <nilmadominique_> É o sistema mais estudado e também o mais complexo. Forma parte deste sistema a análise dos “movimentos e posições de base psicomuscular, conscientes ou inconscientes, aprendidos ou somatogênicos,
[14:25] <nilmadominique_> de percepção visual, audiovisual e táctil ou cinestésica que, isolados ou combinados com a estrutura linguística e paralinguística e com outros sistemas somáticos e objetuais possuem valor comunicativo intencionado ou não” (Poyatos, 1994).
[14:26] <nilmadominique_> De todos os elementos estudados no sistema quinésico, consideramos os GESTOS, que são os movimentos com valor comunicativo, incluindo as expressões faciais e os movimentos corporais,
[14:26] <nilmadominique_> os mais importantes para a aula de língua estrangeira. Há, no entanto, uma grande variedade de gestos, classificados de acordo com seus usos e características.
[14:26] <nilmadominique_> Dentre todas as categorias gestuais estudadas, a mais relevante e que deveria ser parte das aulas de língua estrangeira são os EMBLEMAS, também chamados de GESTOS AUTÔNOMOS ou SIMBÓLICOS.
[14:26] <nilmadominique_> Estes gestos, usados geralmente quando os canais verbais estão, de alguma forma, bloqueados, possuem grande relevância frente a todos os outros signos não verbais porque podem,
[14:27] <nilmadominique_> em muitas situações, substituir o componente verbal e ser os únicos elementos informativos do ato interativo.
[14:27] <nilmadominique_> Por exemplo, levar o dedo indicador, estirado e na lateral, em riste, em frente dos lábios, é uma indicação de “pedir silêncio”.
[14:27] <nilmadominique_> O gesto pode ser usado sozinho, sem a necessidade de nenhum elemento verbal, e uma comunidade já habituada ao seu uso, não terá problema algum em decodificar a informação.
[14:27] <nilmadominique_> O problema é quando não se conhece o gesto, e tampouco se usa um elemento verbal durante a interação cultural.
[14:28] <nilmadominique_> Já presenciei, por exemplo, uma situação em que um amigo brasileiro queria chamar a atenção de um espanhol para que tivesse cuidado com os arredores onde estavam, pois era um lugar conhecido por haver muitos batedores de carteira.
[14:28] <nilmadominique_> Só para alívio de todos, o lugar foi na Espanha, não no Brasil sorriso
[14:28] <nilmadominique_>  O brasileiro, muito discretamente, realizou o nosso gesto para indicar “ladrão” ou “roubar”, mantendo a palma da mão esquerda aberta, em lateral, enquanto a mão direita aberta,
[14:29] <nilmadominique_> com o polegar tocando o centro a palma da esquerda, faz um rápido movimento para baixo, fechando-se os demais dedos.
[14:29] <nilmadominique_>  (Descrever em detalhes os gestos é sempre muito complicado. Igualmente difícil compreender a descrição sem uma ilustração).
[14:29] <nilmadominique_>  Mas o resultado na interação não foi alcançado. O espanhol não tinha ideia do que o gesto significava, e a comunicação foi totalmente ineficaz.
[14:29] <nilmadominique_> O mais interessante foi que o brasileiro nem se deu conta de que a outra pessoa poderia não entender o que ele tinha acabado de realizar.
[14:29] <nilmadominique_> De fato, os signos não verbais em geral, e os quinésicos em particular, estão tão fortemente ligados ao discurso que costumam ser realizados de forma espontânea, geralmente inconsciente.
[14:30] <nilmadominique_> E no caso de culturas muito próximas como a brasileira e a espanhola, a percepção das diferenças se torna ainda mais difícil.
[14:30] <nilmadominique_> Para conseguir total fluência em uma língua estrangeira, além de adquirir a competência linguística, é necessário dominar outros aspectos da comunicação cujo desconhecimentos pode ter consequências negativas
[14:30] <nilmadominique_> ou vão da presença de um nível de ansiedade ou estresse excessivos em situações de interação, até a aparição de uma rejeição da cultura inconsciente ou aberta.
[14:31] <nilmadominique_> Todas estas reações podem dificultar e, inclusive, impedir a comunicação intercultural. Por isso é essencial conhecer os códigos de comportamentos da cultura alvo e inseri-los na aula de língua estrangeira.
[14:31] <nilmadominique_> Geralmente, o estrangeiro interpreta toda prática diferente da sua como se fosse um símbolo cultural.
[14:31] <nilmadominique_> No entanto, existem diferenças comportamentais que podem obedecer a traços individuais ou a grupos específicos.
[14:31] <nilmadominique_> Por isso, é necessários que os elementos não verbais, inclusive os culturais, sejam ensinados na aula de língua estrangeira para que os alunos possam conhecer as diferenças reais entre a sua cultura e a cultura estudada,
[14:32] <nilmadominique_> distanciando-se, na medida do possível, dos estereótipos comuns da visão superficial que costumam ter a maioria dos turistas (Culler, 1981).
[14:32] <nilmadominique_> É bastante difícil evitar determinados julgamentos, já que o processo de construção de estereótipos positivos ou negativos é quase automático.
[14:32] <nilmadominique_> Como seres comunicadores, estamos enviando e recebendo mensagens em todo o momento, e ao mesmo tempo, lemos e analisamos tudo o que está ao nosso redor.
[14:33] <nilmadominique_> Desta forma, criamos uma série de expectativas sobre o mundo  e sobre como devemos nos comportar nele, que nem sempre corresponde à realidade.
[14:33] <nilmadominique_> Uma das tarefas do professor de língua estrangeira consiste em guiar o aluno na interpretação das diferenças existentes entre as culturas estudadas.
[14:33] <nilmadominique_>  E para ajudar nesta tarefa árdua, é importante haver mais investigação na área e  produção de inventários de signos não verbais, tanto de materiais teóricos, como aplicados ao ensino de língua estrangeira em geral,
[14:34] <nilmadominique_> e de PLE em particular, que nos permitam ter uma visão mais ampla sobre como, a quem, o que e quando ensinar os elementos verbais aos nosso alunos.
[14:34] <nilmadominique_> (PLE: Português Língua Estrangeira)
[14:34] <nilmadominique_> Bem, era isso o que eu queria apresentar-lhes hoje. Espero que tenha sido útil. Muitíssimo obrigada pela presença de todos!
[14:35] <nilmadominique_> Obrigada por acompanhar a palestra!
[14:36] <adelmaa> Esta aberto agora a interação entre conferencista e participantea. Tteremos 30 minutos para perguntas e repostas.  Peço que aguardem a Profa Nilma responder para colocar mais perguntas.
[14:37] <adelmaa> Vou começar fazendo a primeira pergunta:  Prezada Nilma, quais foram os maiores desafios encontrados por você para ensinar portuguê como lingua estrangeira nas duas tops universidades americanas:  Harvard e no MIT?
[14:38] <nilmadominique_> O primeiro desafio foi pessoa: tentar ver a língua a partir da visão do estrangeiros.
[14:38] <nilmadominique_> dos estrangeiros. Eu era professora de português para nativos, e de repente tive que buscar mais informações detalhadas sobre PLE e não encontrava
[14:39] <nilmadominique_> Foi um processo de muita busca, estudo e por fim, criação de muitos materiais próprios.
[14:40] <nilmadominique_> Harvard e MIT têm alunos excepcionalmente bons e todos os aspectos. Assim o maior desafio foi encontrar materiais que preenchessem a lacuna que temos até agora.
[14:41] <QuelCaldas> Um estrangeiro vivendo no Brasil aos poucos toma conhecimento do universo não verbal de nossa língua. Você procurou usar o You Tube como imput para suas aulas?
[14:41] <sigarofalo> Boa tarde, nilmadominique_ . Excelente palestra! Professores de PLE, como nós, já nos damos conta dessa divergência de símbolos gestuais ligada à cultura desde os primeiros dias de aula. Entretanto, fiquei me perguntando como você enfrenta isso na sala de aula de PLE, não estando em contexto de imersão, ou seja, não estando no país em que os falantes possuem como língua materna o português e, por isso, não é cotidianam
[14:42] <nilmadominique_> Respondendo as duas perguntas... uso Youtube às vezes. Tento usar material que seja o mais próximo da realidade possível. Ou seja, praticamente impossível.
[14:43] <nilmadominique_> Uso  fragmentos de filmes, novelas... São os materiais mais próximos à realidade que podemos ter.
[14:44] <nilmadominique_> É realmente muito dif´
[14:44] <nilmadominique_> difícil, porque não há materias sobre o assunto.
[14:45] <sigarofalo> Os materiais de PLE sempre foram os maiores problemas. Ainda bem que agora temos a Internet! sorriso
[14:45] <nilmadominique_> vivemos numa caça diária de materiais que possam ser úteis na sala de aula. E que dêem aos alunos,
[14:45] <nilmadominique_> pelo menos de forma geral, uma representação da cultura brasileira.
[14:46] <thalita> professora nilmadominique_ , já existe algum material didático produzido que inclua os signos não verbais?
[14:46] <QuelCaldas> A Unicamp vai lançar ainda este mês um curso de PLE para nível avançado no Coursera
[14:46] <nilmadominique_> A internet é uma ferramenta espetacular.
[14:46] <nilmadominique_> Mas aí no Brasil há mais materiais para estrangeiros imersos na cultura que para aqueles que estão fora.
[14:47] <QuelCaldas> Mas é compreensão de leitura e áudio. Mas pode ser uma boa sugestão para um outro curso
[14:47] <nilmadominique_> Infelizmente, que eu saiba, não. Há alguns materiais soltos online, mas sem seguir nenhuma diretriz concreta.
[14:48] <sigarofalo> AH! Certamente, nilmadominique_ . Fiquei me perguntando se no ensino de outras línguas estrangeiras também são contemplados os gestos. Não me lembro de ter visto isto em manuais de espanhol, inglês ou alemão. Acho que é um assunto extremamente novo, estou certa? Embora na prática sempre percebíamos isso!
[14:48] <nilmadominique_> E, além do mais, é muito difícil chegar próximo à realidade, e a maioria dos materiais soam artificiais.
[14:49] <nilmadominique_> Acho que agora, mais que materiais de nível avançado, precisamos de materiais do nível intermediário.
[14:49] <CarlosCastro2> Boa tarde! Infelizmente perdi a discussão. Fiquei sem conexão por uns minutos.
[14:50] <nilmadominique_> Há uma lacuna enorme quando os alunos terminam o Português II. É difícil encontrar material de níveis III e IV de qualidade.
[14:50] <adelmaa> nilmadominique_: Vcoê já pensou em fazer um grupo de conversação com seus alunos e alunos brasileiros? Aqui no Brasil em curso de inglês fez um trabalho desta natureza com estudantes de inglês e pessoas que moram em "asilos" e foi um sucesso.
[14:50] <sigarofalo> Verdade, nilmadominique_ . Os materiais do intermediário ainda são escassos.
[14:50] <nilmadominique_> Certamente. Gostaria muito de conhecer este material
[14:51] <nilmadominique_> Não. Infelizmente, o ensino de línguas estrangeiras em geral deixa de fora os elementos não verbais. Como se já nascemos com a capacidade de descifrá-los.
[14:53] <thalita> professora nilmadominique_ . Qual era a motivação dos alunos do MIT e Harvard para aprender português? Estou cursando uma disciplina de Português como Língua Adicional e Língua de Acohimento. Meus professores discutem bastante essa questão dos refugiados, principalmente, que não é o caso
[14:53] <nilmadominique_> Sim. Temos grupos de conversação online - não qual se perde muito dos signos não verbais visíveis, e também programas de intercâmbio cultural.
[14:53] <thalita> do MIT e de Harvard
[14:54] <nilmadominique_> Felizmente, Massachusetts é o estado com a maior comunidade de brasileiros no país, e não é muito difícil dos estudantes de português
[14:54] <nilmadominique_> terem contato com nativos. Mas isso não acontece em todas as regiões
[14:55] <milenahygino> professora <nilmadominique_>, no Brasil, qual universidade está mais avançada em pesquisa em PLE?
[14:55] <milenahygino> a senhora tem conhecimento disso?
[14:55] <nilmadominique_> Bem, a motivação dos alunos das duas institui~
[14:55] <nilmadominique_> instituições é bastante diferente: em Harvard, todos os alunos de graduação
[14:55] <nilmadominique_> tem que aprender, pelo menos, duas línguas. É um requisito.
[14:56] <nilmadominique_> Como muitos já sabem espanhol, partem para o português.
[14:56] <nilmadominique_> Geralmente motivados pela semelhança entre as duas línguas.
[14:56] <nilmadominique_> Claro que há aqueles que têm planos de ter algum contato com o Brasil, mas não necessariamente.
[14:57] <adelmaa> Prezado(a)s,
[14:57] <nilmadominique_> Os alunos do MIT não têm o requisito de língua estrangeira - infelizmente para os programas de língua
[14:57] <nilmadominique_> mas felizmente para a "motivação" dos alunos. Eles aprendem porque têm algum
[14:57] <adelmaa> a intreação foi extraodrdinárioa..seique facarímaos a tarde toda aqui perguntando e a Nilma respondendo pois relamente foi um conferência extraodrinária.
[14:58] <nilmadominique_> objetivo claro, seja afetivo (um namorado, namorada brasileiro, uma bab
[14:58] <adelmaa> mas devemso agora dar incício a conferência da profa Simone Garofalo.
[14:58] <adelmaa> Prezada prof Nilma esperoque possa aficar um pouco ainda conosco.
[14:58] <nilmadominique_> babá que cuidadava dele ou dela quando pequeno e falava português).
[14:59] <nilmadominique_> Geralmente os alunos do MIT querem manter alguma relação de negócio com o Brasil ou fazer alguma pesquisa no país
[14:59] <adelmaa> proezada profa Simone Garofalo, por gentileza. A senhora está pronta?
[14:59] <sigarofalo> Sim, claro!
[14:59] <thalita> obrigada, professora nimladominique_
[14:59] <nilmadominique_> É difícil te responder isso, Thalita. Depende muito da região. Aqui em New England,
[14:59] <sigarofalo> Sim, adelmaa !
[15:00] <adelmaa> Seguiremos da mesma forma de apresentação ,ok? Pode começar!
[15:00] <nilmadominique_> as universidades que mais se destacam no programa de português são Brown University e Darmouth
[15:00] <nilmadominique_> Perdão, já deixo vocês
[15:00] <sigarofalo> Melhor esperar a professora nilmadominique_
[15:00] <nilmadominique_> Muitíssimo obrigada pela atenção e se desejarem mais informações
[15:01] <nilmadominique_> bastam me escrever para nilmad arroba mit.edu
[15:01] <sigarofalo> Posso iniciar, adelmaa ?
[15:01] <nilmadominique_> Tentarei ficar um pouco mais por aqui.
[15:02] <nilmadominique_> Se sair, sairei à francesa. Estou em outro workshop neste momento.
[15:02] <adelmaa> Profª Nilma, orbigadíssima pela sua especialíssima particpação.
[15:02] <nilmadominique_> Foi um prazer enorme! Muito obrigada!
[15:02] <adelmaa> Caso possoa ficaráimso gratos em tê-la até o gfinal.
[15:02] <adelmaa> Parabéns!!!!
[15:02] <nilmadominique_> Obrigada!
[15:03] <sigarofalo> Boa tarde a todos. Agradeço pelo convite dos organizadores do STIS e agradeço a presença de tod@s nesta tarde!
[15:04] <sigarofalo> Eu inicio minha apresentação com a citação de Perrenoud (1999): “[…] qualquer um que é projetado numa situação difícil, sem formação, desenvolve uma atitude reflexiva por necessidade”.
[15:04] <sigarofalo> Essa citação faz parte do texto “Formar professores em contextos sociais em mudança: prática reflexiva e participação crítica”. Tao contexto é, exatamente, o do professor de Português como Língua Estrangeira (PLE); ou como Língua Adicional (PLA); ou para Estrangeiros (PPE); entre outras siglas.
[15:04] <sigarofalo> Não há consenso sobre a sigla dessa área, sobretudo porque é uma área de muitas especificidades. Eu adoto PLE tendo em vista a minha prática docente durante quase dez anos e seguindo a sigla da SIPLE (Sociedade Internacional de Português Língua Estrangeira).
[15:04] <sigarofalo> É de amplo conhecimento que a maioria dos professores de PLE foi projetada numa situação difícil, muitas vezes sem formação específica, e baseada na sua atitude reflexiva, tal qual a ideia que perpassa o texto de Perrenoud.
[15:04] <sigarofalo> Entre erros e acertos, aprendizagens e reflexões, pretendo aqui apresentar um panorama dessa área de ensino e de pesquisa, que não é tão recente no Brasil, como muitos pensam, mas que só há pouco tempo começou a possuir (re)conhecimento e estudos específicos publicados e incentivados.
[15:05] <sigarofalo> Vamos começar falando sobre a Língua Portuguesa. A língua portuguesa, nos últimos anos, tem se tornado um idioma de valor internacional, sobretudo pelo crescimento econômico e político no cenário mundial dos países que a utilizam.
[15:05] <sigarofalo> Atualmente, o português é língua oficial em dez países: oito deles são membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mais a República da Guiné Equatorial e a Região Administrativa Especial de Macau pertencente à República Popular da China.
[15:05] <sigarofalo> A CPLP é formada por oito Estados soberanos cuja língua oficial ou uma delas é a língua portuguesa.
[15:06] <sigarofalo> São eles: a República de Angola, a República Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República da Guiné-Bissau, a República de Moçambique, a República Portuguesa, a República Democrática de São Tomé e Príncipe e a República Democrática de Timor-Leste.
[15:06] <sigarofalo> adelmaa: se eu estiver rápida demais, por favor, me avise.
[15:06] <sigarofalo> A língua portuguesa, no entanto, não se restringe apenas aos países que a reconhecem como oficial.
[15:07] <sigarofalo> Ela está presente na América, África, Europa e Ásia – nesta ordem em termos demolinguísticos – e tem de 245 a 280 milhões de falantes como primeira ou como segunda língua em variados graus de proficiência, número que cresce em velocidade moderada.
[15:07] <sigarofalo> É, ainda, uma das línguas oficiais da União Europeia, do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas, da Organização dos Estados Americanos, da União Africana e dos Países Lusófonos.
[15:08] <sigarofalo> É a 5ª língua mais falada no mundo, a 3ª mais falada no hemisfério ocidental e a mais falada no hemisfério sul da Terra. É também o quinto idioma mais usado na Internet, com 83 milhões de usuários.
[15:08] <sigarofalo> Oliveira (2013, p.412) afirma que o crescimento da presença do português no meio digital segue pari passu com a situação de letramento das populações lusófonas. Ou seja, mais letramento da população lusófona significa mais presença da língua portuguesa no ambiente digital.
[15:09] <sigarofalo> O autor assevera que o momento atual, em que há “informatização da produção” e “crescimento dos serviços e dos bens intangíveis” das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), tem como característica ser “altamente dependente da língua”, isto é, “nesta fase do capitalismo, a língua é ela mesmo meio de produção (MARAZZI, 2009; OLIVEIRA, 2009), e deve ser computada, portanto, em seu valor econô
[15:09] <adelmaa> Pode ie mais devagar um pouco, mas está ótimo,viu!
[15:10] <sigarofalo> Conforme a pesquisa de Marazzi, a substituição do capitalismo fordista por um capitalismo flexível, just in time, tem como principal característica a da produção de pequenas quantidades de diferentes versões do mesmo produto, a serem colocados, com grande agilidade, em muitos mercados, diferenciados, ainda que menores, dada a saturação crescente dos mercados principais.
[15:10] <sigarofalo> Aplicado ao campo da economia linguística, isto implica que novos mercados linguísticos devem ser incluídos na produção, dada a finitude e a saturação da produção em uma única língua.
[15:11] <sigarofalo> É o que fazem as empresas de tecnologia de ponta, como a Google, ou entidades como a Wikipédia: funcionam em muitas línguas, advindo o lucro da soma de todos estes mercados linguísticos.
[15:12] <sigarofalo> Para poderem alcançar a estes mercados, precisam preparar instrumentos multicanal, em que todas as línguas possam estar em funcionamento ao mesmo tempo, prioridade absoluta do multilinguismo no mundo digital. (OLIVEIRA, 2013, p.418).
[15:12] <sigarofalo> Nas três últimas décadas, os esforços para promover a área de Português como Língua Estrangeira (PLE) tem sido grandes e geraram resultados importantes, como:
[15:12] <sigarofalo> - a criação da Sociedade Internacional de Português-Língua Estrangeira (SIPLE) em 1992, que busca incentivar o ensino e a pesquisa na área de PLE;
[15:13] <sigarofalo> - a primeira aplicação do exame para a obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros - Brasil (CELPE-Bras) em 1998, o qual é o único reconhecido oficialmente pelo governo brasileiro e aplicado até duas veze por ano no Brasil e em outros países;
[15:13] <sigarofalo> - e o início das atividades de gestão da língua portuguesa, em 2002, pelo Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), que representa de forma paritária as oito nações da CPLP, permitindo a execução de uma política linguística consensuada.
[15:13] <sigarofalo> Pode-se afirmar que a criação desses três importantes instrumentos para a área de PLE, a intensificação de políticas de divulgação do português no exterior, o crescimento do valor político e econômico do Brasil no cenário mundial…
[15:14] <sigarofalo> ...e o número elevado de estrangeiros que vieram ao país na última década ajudaram a fomentar um momento de expansão sem precedentes do idioma, o que gera uma crescente demanda para o ensino da língua portuguesa aos estrangeiros em solo brasileiro.
[15:14] <sigarofalo> No Brasil, há um crescimento expressivo desse grupo de estrangeiros em decorrência:
[15:15] <sigarofalo> - dos convênios acadêmicos com instituições do exterior e programas de cooperação internacional;
[15:15] <sigarofalo> - da crescente globalização do mercado empresarial, o que atrai trabalhadores estrangeiros especializados acompanhados de suas famílias;
[15:15] <sigarofalo> - e do alto número de imigrantes (refugiados ou não) que chegam ao país pelos mais diversos motivos.
[15:15] <sigarofalo> Centros de línguas de universidades públicas e escolas privadas de idiomas, atentos para a demanda vertiginosa desse mercado, têm criado cursos de língua portuguesa para estrangeiros.
[15:16] <sigarofalo> Há também a preocupação com o ensino de português para estrangeiros por parte de organizações para apoio ao migrante e refugiado e de alguns governos brasileiros estaduais e municipais.
[15:16] <sigarofalo> Conforme o relatório “Refúgio no Brasil: Uma Análise Estatística (Janeiro de 2010 a Outubro de 2014)” elaborado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), conhecido como Agência da ONU para Refugiados,…
[15:16] <sigarofalo> ...a lei brasileira de refúgio (nº 9.474/97) criou o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), um órgão interministerial presidido pelo Ministério da Justiça e que lida principalmente com a formulação de políticas para refugiados no país, com a elegibilidade, mas também com a integração local de refugiados.
[15:17] <sigarofalo> A lei garante documentos básicos aos refugiados, incluindo documento de identificação e de trabalho, além da liberdade de movimento no território nacional e de outros direitos civis.
[15:17] <sigarofalo> De acordo com o CONARE, o Brasil possuía (em outubro de 2014) 7.289 refugiados reconhecidos, de 81 nacionalidades distintas. Os principais grupos são compostos por nacionais da Síria, Colômbia, Angola e República Democrática do Congo (RDC).
[15:17] <sigarofalo> Até outubro de 2014, já foram contabilizadas outras 8.302 solicitações. A maioria dos solicitantes de refúgio vem da África, Ásia (inclusive Oriente Médio) e América do Sul.
[15:18] <sigarofalo> Esses dados não incluem informações relacionadas aos nacionais do Haiti que chegaram ao Brasil desde o terremoto de 2010.
[15:18] <sigarofalo> Apesar de solicitarem o reconhecimento da condição de refugiado ao entrarem no território nacional, seus pedidos foram encaminhados ao Conselho Nacional de Imigração (CNIg), que emitiu vistos de residência permanente por razões humanitárias.
[15:18] <sigarofalo> Os ministérios do Trabalho e Previdência Social (MTPS) e da Justiça assinaram, em 2015, um ato autorizando 43.781 imigrantes haitianos em situação irregular a tirar o visto de residência permanente no País.
[15:18] <sigarofalo> De acordo com o Ministério da Justiça, em 2010 eram 961 mil estrangeiros vivendo regularmente no Brasil, número que aumentou para 1,466 milhão em 2014.
[15:19] <sigarofalo> Tais números nos levam a reconhecer a importância da área de PLE para o Brasil, não apenas em relação a criação de cursos voltados para o ensino do idioma ao estrangeiro, mas também a investimentos na formação do professor de PLE.
[15:19] <sigarofalo> Na prática, no caso do ensino de PLE, há uma ideia equivocada de que, por ser falante da língua, o aluno de Letras (e, eventualmente, de outras áreas) pode atuar como professor de PLE, sem uma formação prévia.
[15:19] <sigarofalo> A expansão da área traz perspectivas para todos que nela estão inseridos de alguma forma. Entretanto cabe ressaltar que “[…] o ensino de PLE ainda tem um longo caminho por percorrer para se tornar uma área de excelência, pois necessita de um corpo docente composto por profissionais com sólida formação acadêmica e que saibam aplicar técnicas de ensino eficientes e de acordo com as novas exigências do mundo globalizado
[15:20] <sigarofalo> Para alcançar esses objetivos, é necessário investimento em capacitação de pessoal em programas de aperfeiçoamento e de formação continuada, além de outros estudos que contribuam para a elaboração de programas, manuais e demais materiais apropriados ao público alvo e aos diferentes contextos de ensino dessa língua e para a reflexão sobre a evolução das metodologias adotadas” (ALMEIDA e ALVAREZ, 2010, p.12).
[15:20] <sigarofalo> Conforme Grannier (2001), podemos dizer que, para se tornar um professor de PLE no Brasil, o aluno do curso de letras segue algum dos dois caminhos:
[15:20] <sigarofalo> A) ou ele é professor de Língua Estrangeira (inglês, francês, alemão, etc.), que transfere seus conhecimentos de ensino de Língua Estrangeira (LE) e aquisição de segunda língua para as aulas de PLE, aprendendo de forma autodidata quais aspectos da Língua Portuguesa (LP) devem ser abordados;
[15:21] <sigarofalo> B) ou é professor de Português como Língua Materna, que transfere seus conhecimentos da LP ao estrangeiro, aprendendo também de forma autodidata como ensinar uma LE e quais os aspectos da LP devem ser focalizados como LE.
[15:21] <sigarofalo> Recentemente publicado, o livro “Fundamentos do ensino de português como língua estrangeira”, organizado pelo Professor Luis Gonçalves, que atua na Princeton University, conta com um artigo que escrevi em coautoria sobre a formação do professor de PLE.
[15:21] <sigarofalo> Foi possível constatar que, mesmo sem um curso específico na área, as faculdades  instrumentalizam alguns estudantes do curso de Letras para atuarem como professores de PLE.
[15:22] <sigarofalo> Essa instrumentalização se dá por meio do desenvolvimento do aluno de Letras em uma ou outra disciplina sobre PLE ofertada ao longo do curso (teórica) e em posição de professor estagiário nos cursos de PLE dos Centros de Extensão (prática), o que afirma a ideia contida na citação de Perrenoud com a qual comecei esta apresentação.
[15:22] <sigarofalo> Essa perspectiva é chamada de formação reflexiva, uma vez que se aprende na prática a própria prática, demandando uma série de reflexões por parte do aluno-professor sobre suas vivências e experiências passadas e presentes, bem como sobre as observações realizadas acerca das práticas de outros professores.
[15:22] <sigarofalo> “O olhar distanciado sobre o objeto de aprendizagem (do que e do como ensinar) permite ao aluno-professor refletir sobre o mesmo, e a estabelecer confronto entre seu conhecimento prévio deste objeto e a nova aprendizagem, levando-o, assim, a construção de um novo conhecimento, ou a compreender tal objeto de maneira diferente como o via antes” (DARSIE & CARVALHO, 1996, p.93).
[15:23] <sigarofalo> Nesse caso, é o professor em formação que deve desempenhar seu papel de observador de suas próprias práticas e das práticas de outrem com criticidade, reconhecendo que seu papel também está na reflexão sobre tais práticas para a própria formação. Dessa maneira, ele conquista a autonomia na sua própria formação e aprendizagem.
[15:23] <sigarofalo> Existem, mas ainda são poucas, instituições brasileiras que oferecem disciplinas/cursos de formação de professores de PLE, quer seja em nível de graduação ou de pós-graduação (stricto ou lato sensu).
[15:24] <sigarofalo> Urge, portanto, a necessidade de se pensar na formação do professor de PLE que vai não apenas atender a esse público estrangeiro crescente, mas também impulsionar o reconhecimento do português como língua internacional no cenário mundial.
[15:24] <sigarofalo> É importante ressaltar que, ao falar sobre aulas de PLE no Brasil, pressupõe-se um contexto de imersão, ou seja, quando o idioma é aprendido no país em que a língua-alvo é também língua materna.
[15:24] <sigarofalo> Em outras palavras, o contexto de imersão é condição inevitável para o estrangeiro que aprende português no Brasil, pois o estudante está em contato com a língua-alvo na sala de aula, mas também fora dela, nas mais variadas situações comunicativas cotidianas.
[15:24] <sigarofalo> É diferente, portanto, de se ensinar uma língua estrangeira, como o inglês ou francês, no Brasil.
[15:24] <sigarofalo> No ensino de PLE em contexto de imersão, língua portuguesa e cultura brasileira, além de fazerem parte do cotidiano dos aprendizes, estão presentes no processo de interação verbal e se materializam nos enunciados.
[15:25] <sigarofalo> Os alunos, desse modo, estão em constante atividade de construção, reconstrução e co-construção de sentidos, significados, símbolos e valores.
[15:25] <sigarofalo> Sobre o contexto de imersão, Figueiredo (2012, p.2) afirma que, “o aprendiz tem a oportunidade de aprender ou desenvolver não apenas outra língua, mas também aprender sobre outros estilos de vida e práticas culturais”.
[15:25] <sigarofalo> E acrescenta que essa situação “favorece, pois, a aprendizagem ou o desenvolvimento de outra língua, o desenvolvimento da competência cultural, bem como o desenvolvimento do aluno como indivíduo” (FIGUEIREDO, 2012, p.2).
[15:26] <sigarofalo> Soma-se a isso que o aluno em contexto de imersão acaba por refletir sobre a sua própria cultura face à outra, muitas vezes realizando comparações.
[15:26] <sigarofalo> “É quando conhecemos o outro e reconhecemos as diferenças que existem entre nós e eles que começamos a perceber coisas na nossa cultura que antes não percebíamos. É preciso conhecer o outro para se autoconhecer.
[15:26] <sigarofalo> E para compreendermos outra cultura, primeiro devemos conhecer a nossa, pois é através dela que vamos tecer as ligações necessárias para compreender a cultura do outro.
[15:26] <sigarofalo> Esse caminho de duas mãos, que vê o outro para entender a si próprio, e vê a si para entender o outro, é o primeiro estágio da compreensão intercultural” (SCHOFFEN, 2000, p.12).
[15:26] <sigarofalo> Nesse caso, língua e cultura estão indissociáveis e, portanto, o ensino da língua portuguesa vincula-se à cultura brasileira em seus aspectos históricos, sociológicos e artísticos.
[15:27] <sigarofalo> “A língua e a cultura de um país estão tão fortemente relacionadas que se evidenciam nas formas de ver e de dizer de seu povo.
[15:27] <sigarofalo> No ensino/aprendizagem da língua, o ato de fala e o ato interpretativo pressupõem a competência do locutor/ouvinte de acordo com as expectativas sociais do diálogo, levando-se em conta que as formas linguísticas são delimitadas pelas condições de produção e de interpretação dos enunciados nos contextos de uso. O homem se constitui na cultura” (TROUCHE, 2003).
[15:27] <sigarofalo> A seguir, apresento algumas falas de estrangeiros que coletei no meu dia a dia em sala de aula e que exemplificam como o ensino de PLE em solo brasileiro vincula-se fortemente às práticas culturais da nossa sociedade.
[15:28] <sigarofalo> “-- Eu vi uma vez perto da rodoviária dois homens abraçados. Aquilo era muito estranho. No meu país isso não é permitido. A pessoa que fizer isso vai morrer.”
[15:28] <sigarofalo> “-- Vocês usam o pronome “eles” para homens e mulheres? Mesmo se houver dez mulheres e um homem? Muito estranho!”
[15:28] <sigarofalo> “-- Adoro samba e futebol! Você pode me ensinar o samba?” (aqui, cabe lembrar que nem todo brasileiro sabe sambar ou entende de futebol, como é meu caso; ou seja, essa é a visão estereotipada de um estrangeiro sobre um brasileiro).
[15:28] <sigarofalo> “-- Fui ao Rio e fiquei impressionada com o tamanho dos biquínis. Eu não posso comprar biquíni aqui no Brasil.” (essa foi uma conversa que tive com a mãe de uma aluna, ambas argentinas que moram no Brasil por motivo de trabalho em uma grande multinacional do marido/pai; a filha adolescente pediu de aniversário uma viagem ao Rio e a impressão maior da mãe sobre o Rio foi o tamanho dos biquínis).
[15:29] <sigarofalo> “-- Urna eletrônica? É confiável?”
[15:29] <sigarofalo> “Por que vocês comem arroz e feijão todos os dias? Eu não aguento mais!” (a maioria dos estrangeiros não conseguem se habituar à alimentação diária com arroz e feijão do brasileiro).
[15:29] <sigarofalo> “-- No meu país se come cachorro.” (após eu trabalhar com um texto cujo tema era “cão: o melhor amigo do homem”, eu me deparo com essa situação).
[15:29] <sigarofalo> “-- Por que vocês falam que comer sanduíche é um mau hábito?! Eu adoro!” (durante uma aula para um inglês, apareceu no livro um texto que afirmava que comer sanduíche era um mau hábito porque era sinônimo de má alimentação).
[15:30] <sigarofalo> Outra característica do ensino de PLE no Brasil é a sala de aula multicultural. É comum dar aulas para salas com alunos de variadas culturas, com crenças, valores, línguas e visões de mundo diferentes, sem que uma cultura se sobreponha à outra.
[15:30] <sigarofalo> Dessa forma, numa sala multicultural, o professor de PLE está diante de uma diversidade linguística e cultural.
[15:30] <sigarofalo> Além disso, cada um tem seu objetivo para aprender o português: trabalho, estudo, relacionamentos pessoais.
[15:30] <sigarofalo> Assim, muitas vezes, cada aluno tem uma postura diferente em relação à cultura brasileira e à língua portuguesa.
[15:30] <sigarofalo> O professor deve estar atento e sensível a essas diferenças para poder transpô-las e interagir com seus alunos num ambiente de respeito e tolerância ao outro.
[15:31] <sigarofalo> Todas as questões de diferenças podem ser abordadas de forma a gerar mais conhecimento, ampliar visões de mundo, enriquecer a aprendizagem do português, não esquecendo que o respeito à alteridade é fundamental para se criar um ambiente propício ao ensino de PLE, que não deve ter apenas como objetivo o desenvolvimento da proficiência linguística e comunicativa, mas também da compreensão intercultural.
[15:31] <sigarofalo> Sendo assim, o professor de PLE deve refletir constantemente sobre sua prática, levando em consideração as especificidades desse tipo de ensino.
[15:31] <sigarofalo> O contexto de imersão dos alunos, as salas de aulas multiculturais, que suscitam a interculturalidade, o ensino da língua associada à cultura do país, entre outras, são especificidades que aparecem no cotidiano, na prática diária do professor.
[15:31] <sigarofalo> Todas essas reflexões que compartilhei com vocês têm o intuito de apresentar um pouco das características da área de PLE. Espero ter conseguido! Aproveito a oportunidade para deixar o link da minha dissertação, na qual muitas dessas questões são mais aprofundadas: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/MGSS-9PMMWC
[15:32] <sigarofalo> Finalmente, gostaria mais uma vez de agradecer a toda a equipe do STIS e do Texto Livre pelo convite, pela lembrança e pelo carinho. Muito obrigada!
[15:33] <adelmaa> Obrigada, professora Simone!
[15:33] <adelmaa> Está aberto agora a interação entre conferencista e participantes Teremos 30 minutos para perguntas e repostas.  Peço que aguardem a Profa Simone responder para colocarem  mais perguntas.
[15:34] <manuelalvaross> brilhante apresentação
[15:34] <sigarofalo> Obrigada, manuelalvaross
[15:34] <adelmaa> Prezada Simone, a partir de sua experiência, quais são ainda as barreiras enfrentadas pelo licencidao de português de PLE no Brasil?
[15:34] <manuelalvaross> vc tem algum artigo que fala sobre SIPLE
[15:35] <adelmaa> ... pelos licenciados...
[15:35] <Ana_Claudia> Obrigada, Prof. Simone. Aprendi muito.
[15:35] <QuelCaldas> Gostei muito e concordo que é preciso começar a pensar em uma formação para esses professores. Se não me engano o IEL da Unicamp aprovou uma segunda licenciatura em PLE. Deve iniciar em breve.
[15:35] <sigarofalo> adelmaa: acredito que o licenciado enfrenta muitos obstáculos ainda.
[15:36] <sigarofalo> Em primeiro lugar, em relação à falta de formação específica. Muitos alunos de Letras entram na sala de aula de PLE sem nem terem dado aula ainda. Isso é muito difícil e certamente aconteceu com todos nós.
[15:36] <sigarofalo> A maioria não consegue ficar muito tempo, porque percebe que sua prática não responde ao que deveria. E é exatamente aí que falta a formação e a reflexão.
[15:37] <sigarofalo> Temos um curso na UNB e um especialização na PUC-Rio, somente,
[15:38] <sigarofalo> É evidente que é possível formar-se na prática. Mas a formação com a reflexão teórica torna a aula muito mais produtiva.
[15:38] <QuelCaldas> Concordo plenamente!
[15:38] <sigarofalo> Além disso, adelmaa , há a questão dos materiais
[15:38] <sigarofalo> Há muito do nível básico, mas intermediário e avançado não.
[15:38] <thalita> sigarofalo, riquíssima contrbuição. Minha pergunta é: como foi o seu envolvimento com PLE? Quando ocorreu? Seus alunos são heterogêneos ou pertencentes a um grupo específico como o de refugiados?
[15:39] <sigarofalo> Constantemente temos que criar materiais, o que dificulta muito o nosso dia-a-dia como professor.
[15:39] <sigarofalo> Em cada aula, particular ou em grupo, é um material que você precisa pensar.
[15:39] <Debora> Ótima apresentação!
[15:39] <sigarofalo> Por fim, os esteriótipos presentes nos livros são fatais em algumas aula.
[15:39] <Debora> Obrigada! De fato,a criação de material específico para determinados contextos de ensino é mais do que necessária.
[15:40] <sigarofalo> E percebemos isso durante a própria aula, como mencionei. Com o tempo, ficamos mais "espertos" e sensíveis em relação a isso.
[15:40] <sigarofalo> manuelalvaross: tenho alguns artigos e minha dissertação. Ela aponta vários caminhos e acho um ponto de partida legal! Mas tenho artigos sim! sorriso
[15:40] <monique> Oi, Simone ! Sempre bom "ouvir" você.
[15:40] <sigarofalo> Obrigada, Ana_Claudia
[15:40] <nilmadominique_> Parabéns, Simone, pela excelente explanação! Nós compartilhamos do mesmo sofrimento aqui: a falta de pessoal capacitado. Na verdade, aqui ainda é pior pois muitas vezes se considera que uma pessoa é habilitada para dar aula de PLE somente pelo fato de ser falante da língua (nativa ou não).
[15:41] <Debora> Você conhece alguma material específico de PLE que contemple a diversidade multicultural que enfrentamos
[15:41] <Debora> em sala de aula brasileira?
[15:41] <sigarofalo> QuelCaldas: tomara que a UNICAMP abra mesmo este curso!
[15:41] <milenahygino> Verdade, <sigarofalo>! E os esteriótipos, por estarem mt enraizados, às vezes passam despercebidos quando o público é homogêneo... mas quando é heterogêneo, vem à tona
[15:41] <observadora> É preciso sensibilizar todas as universidades/faculdades ligadas ao ensino da língua portuguesa. Uma forma de se fazer isso seria você ministrar mais palestras como esta, a pessoas convidadas que possam ter alguma influência sobre o assunto. Parabéns por ser uma das pioneiras, Simone.
[15:41] <Debora> se a formação do professor de PLE é um problema no Brasil, imagine no exterior
[15:42] <sigarofalo> thalita: já dou aula de PLE há quase dez anos. Já dei aula para todos os tipos de estrangeiros: refugiados, haitianos, intercambistas, empresários, família de empresários, trabalhadores, médicos, médicos cubanos do programa mais médicos, etc.
[15:42] <QuelCaldas> Vai abrir sim: já foi aprovado.
[15:42] <sigarofalo> Ah! Crianças estrangeiras que estudam em escolas brasileiras (e que sofrem por isso)!
[15:43] <sigarofalo> thalita: nessas experiência, já dei aulas para grande turmas, muito grandes, médias, pequenas, e particulares. Heterogêneas e não.
[15:43] <sigarofalo> thalita: consegui responder?
[15:44] <sigarofalo> Debora: obrigada!
[15:44] <sigarofalo> monique: você é uma colega da área! Sempre aprendemos juntas, não é mesmo? Um forte abraço e obrigada por estar aqui!
[15:45] <QuelCaldas> sorriso
[15:45] <sigarofalo> nilmadominique_: isso de qualquer falante do português poder ensinar português ao estrangeiro é um equívoco tão grande! Que muitas vezes até atrapalha! E o pobre aluno acaba nos procurando, pois já perdeu seu tempo e seu dinheiro em busca de certificações, por exemplo.
[15:46] <QuelCaldas> Bom, esse fenômeno ocorre tbem no ensino de LE para brasileiros, certo? Estrangeiros que vivem aqui , sem formação e que lecionam LE
[15:46] <sigarofalo> Debora: os livros de PLE que circulam no Brasil são bons. Mas acredito que nunca conseguirão preencher a lacuna da parte cultural. Aí que entra a formação do professor. Gosto dos livros: Avenida Brasil, Bem-Vindo, Muito Prazer, Tudo Bem, Falar, ler e escrever...
[15:46] <thalita> sim, sigarofalo. Foi na universidade?
[15:46] <nilmadominique_> Felizmente, cada vez é mais raro. Mas há uns 12 anos, ocorria com muita frequencia. O que ainda acontece é achar que qualquer pessoa de qualquer área que fala a língua, pode dar aulas de língua, mas não de literatura, por exemplo.
[15:47] <Debora> Obrigada!
[15:47] <thalita> Foi ou ou ainda é
[15:47] <nilmadominique_> Para os alunos americanos, os livros daí ainda são um problema.
[15:48] <sigarofalo> Exatamente, milenahygino !!! E às vezes quando os esteriótipos aparecem podem criar situações constrangedoras. Já vivi uma em relação ao gestos, como nilmadominique  exemplificou!
[15:48] <nilmadominique_> Principalmente porque a maioria não tem explicação gramatical em ingl
[15:48] <nilmadominique_> inglês. Em muitos casos, não tem nenhuma explicação que permita ao aluno estudar sozinho.
[15:49] <sigarofalo> Obrigada, observadora !!!! Acredito que faltam mais cadeiras para professores que realmente tenham conhecimento e experiência na área de PLE para acampar e impulsinar a área de formação dentro das universidades!
[15:49] <nilmadominique_> Já tentei usar o Falar...Ler...Escrever, Avenida Brasil... mas a receptividade foi muito baixa.
[15:49] <adelmaa>  Gostaria de convidar agora as nossas duas conferencistas para responderem livremente outras perguntas dos participantes, já que eu me detive no tempo na primeira apresentação, sendo bem on time.
[15:50] <sigarofalo> Debora: a formação do professor de PLE no exterior quase não há e isso é um assunto muito debatido pela SIPLE, que tenta ofertar cursos para os "professores" que estão no exterior dando aulas nos centros brasileiro, por exemplo.
[15:51] <milenahygino> Imagino, <sigarofalo> ! triste
[15:51] <sigarofalo> QuelCaldas: acontece sim! O problema é que, enquanto tiver público, as pessoas darão as aulas. Não é mesmo? Não é o mesmo que acontece com um engenheiro ou um médico, né! rs rs rs
[15:51] <adelmaa> Sendo assim vamos prorrogar para as duas coferencistas juntas maia 20 minutos, pode ser?
[15:51] <QuelCaldas> boca aberta
[15:52] <nilmadominique_> Sim, pode ser.
[15:52] <sigarofalo> thalita: comecei na universidade, mas rapidamente fui me integrando a outros centros e outros públicos. Já dei aulas por prefeituras, por instituições privadas, por faculdades privadas, universidades públicas, etc.
[15:53] <adelmaa> nilmadominique_:  e sigarofalo o que vocês acham deste tipo de evento para divulgar trabaçho como o de vocês? Vocês já tinham experenciado algo semelhante antes?
[15:53] <nilmadominique_> Aqui nos EUA já se nota uma preocupação com a formação de professores, inclusive por parte do próprio governo americano, que têm fornecido fundos com este propósito.
[15:53] <sigarofalo> nilmadominique_: há livros específicos para quem não está em contexto de imersão.
[15:54] <sigarofalo> nilmadominique_: há livros em inglês, em alemão e em russo de PLE. Há inclusive um livro sobre palavrões! o.O
[15:54] <nilmadominique_> Livros há, o problema é encontrar o material apropriado para o contexto de sala de aula
[15:54] <nilmadominique_> e condizente com o nível do aluno.
[15:55] <thalita> Que legal, sigarofalo. O que você pode dizer para quem está começando na área? Quais são as possibilidades? Professora nilmadominique_ também, se puder comentar.
[15:55] <nilmadominique_> Os alunos do MIT e de Harvard, por exemplo, costumam ser muito independentes. Geralmente já vão para a aula tendo uma ideia sobre o que vai ser tratado.
[15:56] <sigarofalo> adelmaa: já vivenciei certa vez. Em uma faculdade, dei uma palestra para alunos do curso de Letras que nem imaginavam que existia uma área de PLE! Ficaram encantados. E saíram de lá perguntando quando podiam atuar, querendo cobrar aulas de PLE no curso.
[15:57] <sigarofalo> Iniciativas como esta aqui são tão importantes para nossa área! Somos professores de PLE espalhados pelo Brasil e pelo mundo. No Whatsapp participo de dois grupos assim. E são experiências das mais diversas!
[15:57] <nilmadominique_> Acredito que a mudança deve começar pelos departamentos de Letras.
[15:57] <sigarofalo> Nossa área não é nova, mas muita gente mesmo não sabe da sua existência. Perguntam se sei falar todas as línguas, etc.
[15:58] <QuelCaldas> Eu acho que quando os cursos de Letras começarem a ter uma licenciatura específica para PLE a área vai se fortalecer.
[15:59] <nilmadominique_> Mesmo que não haja uma licenciatura específica, mas certamente deveria haver uma especialização específica na área.
[16:00] <sigarofalo> thalita: Para quem está começando eu sugiro: busque formação, procure ler muito, busque ter parceiros experientes para poder conversar, mesmo que seja por e-mail, e sempre fique atenta aos seus alunos. São os melhores termômetros. Além disso, sempre use materiais autênticos: isso vai ajudá-los muito!
[16:00] <adelmaa> nilmadominique_: quasi foram os requisitos exigidos na sua seleção para professora em Harvard e do MIT?
[16:00] <sigarofalo> nilmadominique_: sobre os livros, é exatamente o que quis dizer. Acredito que muito dificilmente eles irão preencher as lacunas da parte cultural, sobretudo.
[16:00] <adelmaa> ops... quais..
[16:01] <sigarofalo> Concordo demais com a nilmadominique_ ! Como eu disse, os departamentos de Letras deveriam pensar em ter mais cadeiras para professore de PLE experientes, que possam acampar a área e promovê-la!
[16:02] <AndreaM> sim, uma especialização em PLE seria interessante. Inclusive poderia ser EaD, para que professores de diferentes localidades pudessem aprender e interagir. Não sei se poderia ser em forma de MOOC...
[16:02] <nilmadominique_> Para ser sincera, é muito difícil te responder esta pergunta, Adelma. Harvard e MIT são universidades mais rigorosas na seleção, mas dependendo da necessidade, sempre se vê exceções.
[16:02] <sigarofalo> O governo brasileiro não parece se preocupar muito com formação de professor. No caso dos haitianos, por exemplo, são as ONGs que estão tendo que se virar para ajudá-los na comunicação.
[16:02] <adelmaa> sigarofalo: você poderia divulgar os grupos e ple aqui para os interessados?
[16:03] <sigarofalo> QuelCaldas: Poderia ser até mesmo uma licenciatura dupla, em PLE e PLM!
[16:03] <QuelCaldas> Claro!!
[16:03] <nilmadominique_> No caso das instituições mais ricas, quando precisam de professores com formação que não encontram no local, eles os buscam de fora. Eu sou uma destas.
[16:04] <sigarofalo> adelmaa: como são grupos do whatsapp e precisam do número do telefone, deixo meu e-mail a disposição para quem se interessar: sigarofalo@gmail.com
[16:04] <adelmaa> Certo. Parabéns!
[16:04] <adelmaa> Perfeito!
[16:04] <sigarofalo> sorriso
[16:07] <Ana_Claudia> Ao meu ver, o contexto da instituição também ajuda, pois o fluxo de estrangeiros é maior. Por exemplo, aqui no Piauí recebemos poucos estrangeiros. Já em Pernambuco...
[16:08] <thalita> sigarofalo, você considera o português para refugiados diferente do português para estrangeiros não necessariamente nessa situação? É possível misturar esses alunos em uma mesma sala?
[16:08] <sigarofalo> Mas, Ana_Claudia , isso é iniciativa governamental. Recebemos muitos estrangeiros em Minas Gerais, porque há um centro de relações exteriores forte na UFMG e no CEFET. Além das empresas, que também atraem!
[16:08] <sigarofalo> Ana_Claudia: Mas é claro que o contexto da instituição ajuda.
[16:08] <sigarofalo> thalita: extremamente diferente! Nossa! Muito!
[16:08] <adelmaa> Agora em julho a UFOP ofertará o summer course para estrangeiros aqui em Ouro Preto.
[16:08] <Ana_Claudia> Isso significa dizer, que quem está em universidades de periferia precisa de maior motivação e coragem, rsrs
[16:08] <sigarofalo> thalita: pode até ser possível colocá-los na mesma turma, desde que haja uma investigação sobre as características de cada um. Digo isso porque o letramento influencia consideravelmente na formação das turmas.
[16:09] <adelmaa> ou de maior integração Ana_Claudia.
[16:09] <Ana_Claudia> Gostaria muito de ver essa área crescer aqui, por isso estou nesta palestra e em outros cursos. Justamente seguindo o conselho de vcs.
[16:10] <adelmaa> Adoro o Piauí e acho que as belezas do nordeste também poderia ser um plus para se ofertar um curso para estrangeiros também. Pense nisso!
[16:10] <sigarofalo> Os refugiados chegam ao Brasil com níveis de letramento diferenciados. Mas isso é assunto para uma palestra inteira. Só digo que realmente é complicado e há especificidades! piscando
[16:10] <sigarofalo> Ana_Claudia: pode me levar para aí! piscando
[16:10] <thalita> com certeza. E há também a questão das necessidades de cada um. A questão dos refugiados é muito delicada e muito urgente.
[16:11] <sigarofalo> thalita: você atua com quais grupos de refugiados?
[16:11] <adelmaa> Imagina dar aula mostrando o Parque Nacional de Sete Cidades ou o Delta do Piauí. Usuuuu!
[16:11] <nilmadominique_> É verdade! Acho que a ideia de juntas alunos com diferentes backgrounds pode ser positiva e negativa. Mas seria um tema para outra palestra sorriso
[16:11] <Ana_Claudia> Eba!!!! Obrigada, professora. Há, inclusive, uma orientanda minha nesta palestra. E estou feliz que ela esteja ouvindo isso. Rsrs
[16:11] <nilmadominique_> Aula no Piauí? Contem comigo! sorriso
[16:12] <thalita> obrigada, sigarofalo. Eu não atuo com refugiados. Estou cursando uma disciplina no POSLIN sobre português como língua adicional e de acolhimento com os professores Leandro e Luciane
[16:12] <thalita> aí super me interessei. Acho um absurdo eu ter feito Letras e saber pouco/quase nada sobre a área.
[16:12] <nilmadominique_> Gente, agora realmente tenho que ir. Obrigada a tod@s presentes. Um forte abraço e até mais!
[16:12] <manuelalvaross> abraço ate mais
[16:12] <Debora> Obrigada!
[16:13] <sigarofalo> Ah, thalita , sei dessa disciplina! Seria legal sugerir aos seus professores levarem pessoas que dão aulas para os refugiados.
[16:13] <thalita> Muito obrigada, professora nilmadominique_ !
[16:13] <adelmaa> Eu acredito que a gente também tem que pensar de forma empreendeora o ensino de PLE também. Unir secretaria de tursimo, UFPI e professores  e mostra que também em outras parte do Brasil é possivel oferecer umc urso de excelência.
[16:13] <AndreaM> Muito obrigada
[16:13] <Ana_Claudia> Nossa, muito obrigada!!!
[16:13] <thalita> algumas colegas de turma são professoras para refugiados. Elas dão contribuições riquíssimas.
[16:13] <adelmaa> Prof Nilma, obrigadíssima pela excelente participação.
[16:14] <thalita> Semana retrasada a professora Luciane trouxe um professor da Bahia que também é da área
[16:14] <sigarofalo> Obrigada nilmadominique_ !!!
[16:14] <adelmaa> Estamos à dispoisção para ajudá-la no que for preciso.
[16:14] <nilmadominique_> Obrigada! Foi um prazer imenso. Temos que unir nossas forças para ver esta área crescer! Abraço forte!
[16:14] <sigarofalo> thalita: isso é importante. Eu estou preparando um artigo sobre isso. A visão de quem está com eles no dia a dia!
[16:14] <thalita> esqueci o nome dele agora. Os cursos na UFBA de português para estrangeiros são no formato de projetos
[16:14] <adelmaa> Gente deixe eu encerrar aqui ofricilamente e a gente pode continuar nosso bate papo, pode ser?
[16:15] <adelmaa> Prezado(a)s, Nosso evento hoje está chegando ao fim. É, eu sei, foi  fenomenal mesmo!
[16:15] <adelmaa> Queremos agradecer a todos vocês que participaram das conferências do STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec  - e assistiram a duas conferências espetaculares
[16:15] <adelmaa> proferidas pela profª Drª Nilma Dominique (MIT) e profª Ms. Simone Garofalo (UFMG).  O log das palestras serão postadas na nossa página, em breve. Para lerem estas conferências
[16:15] <adelmaa> bastam acessar http://stis.textolivre.org/site/registros/12-stis/registros-das-palestras- logs/100-log-jorgelina-tallei-e-carlos-castro e, em seguida,  Registros.
[16:15] <adelmaa> Todo mês recebemos em nossa sala, nos nossos eventos virtuais, participantes do quase todos os estados brasileiro e dos nossos países irmãos do Mercosul. Esperamos com  a ajuda de  todos vocês,
[16:15] <adelmaa> interagindo e integrando,  lentamente, esta rede de pessoas que se identificam e acreditam em uma formação de qualidade e que se voluntariam e se dispõem a mostrar os seus trabalhos e suas pesquisas para um público heterogêneo como os dos nossos participantes.
[16:15] <adelmaa> Para receber o certificado do evento basta encaminhar uma mensagem para o STIS neste endereço:   stis@textolivre.org com os seguintes dados: nome completo
[16:15] <adelmaa> e apelido usado durante o evento. E-mail: stis@textolivre.org Em caso de falha do e-mail acima, use os E-MAILS alternativos: adelmaa.ufmg@gmail.com, daniervelin@gmail.com
[16:16] <adelmaa> Lembrando que dia 17 DE JUNHO - Desafios que os professores tem que enfrentar para o uso de TICs em sala de aula. Conferencistas: Profª Drª. Lilian Bacich (Ensino
[16:16] <adelmaa> Híbrido), Profª  Drª Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida (USP) - a confirmar Agradecemos participação de todos. A conferência foi relevantíssima assim como a  discussão que se seguiu. Peço a todos que  ajudem-nos  a divulgar nosso evento em suas
[16:16] <adelmaa> Obrigado pela presença de vocês e do professor, e quem quiser o certificado pode verificar como fazer na nossa página do STIS.  http://stis.textolivre.org/site/ Quem
[16:16] <QuelCaldas> muoto obrigada e parabéns!!!
[16:16] <adelmaa> desejar rever essa conferência basta acessar o endereço: http://stis.textolivre.org/site/registros.
[16:16] <adelmaa> AVISO: As conferencistas receberão seus certificados via e-mail, já os participantes precisam nos escrever solicitando e dando nome completo e login usado nesta conferência.
[16:16] <adelmaa> Divulguem nosso trabalho, contamos com vocês!  Vejo vocês no STIS de junho!
[16:17] <adelmaa> Pronto, quem quiser poderá continuar conversando.
[16:17] <monique> Parabéns a todos !!!! Obrigada.
[16:17] <Debora> ,No site há um local para solicitar o certificado
[16:17] <Ana_Claudia> Muito obrigada! Bom trabalho a todos!
[16:17] <Debora> Ele funciona ou só por e-mail mesmo:?
[16:18] <adelmaa> Adicone noss pagina para recebe todas as informações nossa: https://www.facebook.com/stis.face?fref=ts
[16:18] <manuelalvaross> o link no site esta desativadi ainda
[16:18] <adelmaa> todas as nossas informações.
[16:19] <adelmaa> o link é este: http://stis.textolivre.org/site/
[16:19] <cidaviegas> Parabéns aos palestrantes.
[16:19] <sigarofalo> Obrigada, pessoal!
[16:19] <sigarofalo> Foi ótimo!!!!!
[16:20] <adelmaa> Przeados, nosso trabalho tem sido de formiguinha exploradora.
[16:20] <Debora> Obrigada! Foi ótimo!
[16:21] <adelmaa> Para que mais pessoas tenham acesso a esta formação pedimos que todos vocês se tornem nossos mutlitiplicadores / divulgadores.
[16:21] <Debora> com certeza!
[16:22] <adelmaa> Façam a divulgação do stis na sua página, pelo e-mail, pelo grupos que vocês participam, etc.
[16:22] <adelmaa> Ajudem-nos a divulgar o conhecimento.
[16:22] <adelmaa> Aqui vocês tem acesso a conferência de alto nível com professores do mundo inteiro.
[16:24] <adelmaa> Este é um evento organizado apenas por voluntários pensando em vocês. .
[16:24] <thaisjerico> Muito bom e obrigada, por contribuir para  minha formação.
[16:24] <AndreaM> Obrigada pelo aprendizado.
[16:24] <adelmaa> É um prazer!
[16:26] <adelmaa> Divulguem nosso trabalho, contamos com vocês!  Vejo vocês no STIS de junho!
[16:26] <adelmaa> Tenham todos um excelente final de semana.
[16:31] <adelmaa> Abraços! Como se diz em Pernambuco, cheiros! <3
[16:37] <Ana_Claudia> Rsrs
[16:37] <Ana_Claudia> Cheiro
[16:39] <Ana_Claudia> Aqui me despeço. Abraços cordiais



 

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