6. Agosto: Memória Campanária e Precarização do trabalho docente

6.1. registro agosto

Registro da Conferência em chat escrito, de 23 de agosto de 2017:

 

 MEMÓRIA CAMPANÁRIA: edição e análise de fontes confrariais da freguesia de Antônio Dias de Ouro Preto
conferencista: Prof. Ms. Maria do Carmo Ferreira dos Santos

Precarização do Trabalho Docente: um estudo sobre as políticas e seus impactos na transformação do trabalho nas escolas de Mariana-MG
conferencista: Marcelo Donizete da Silva

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[19:21] <adelmaa> Prezado(a)s, começaremos as conferências do STIS de agosto às 19:30 horas,pontualmente!
[19:23] <adelmaa> Hoje estamos voltando às atividades mensais do STIS.
[19:23] <adelmaa> Em setembro o STIS respirará literatura.
[19:27] <adelmaa> Em outubro teremos tecnologia de ponta nas escolas, e assim sucessivamente. A cada STIS duas conferências de peso.
[19:27] <adelmaa> Boa noite, prof Marcelo Donizete! Seja bem-vindo!
[19:28] <marcelo> Boa Noite Pessoal! É com alegria que iniciamos a conversa.
[19:29] <marcelo> Boa Noite Adelma
[19:29] <adelmaa> Boa tarde a todos e todas!
[19:29] <adelmaa> É com imensa alegria que venho, em nome do Grupo STIS - SEMINÁRIOS TEÓRICOS INTERDISCIPLINARES DO SEMIOTEC Grupo Texto Livre, dar as boas-vindas a todos vocês que nos honram com suas presenças: conferencistas e participantes.
[19:29] <adelmaa> O Stis é um programa de conferência realizado na penúltima semana de cada mês, de março a dezembro, na penúltima quarta-feira de todos os meses das 19:30 às 21:00 horas congregando
[19:29] <adelmaa> pesquisadores do Brasil e do exterior em torno de temas diversos para uma educação livre e democrática.
[19:30] <adelmaa> O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa polvo denominado TEXTO LIVRE do CNPq, coordenado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[19:30] <adelmaa> longo desta caminhada, o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação
[19:30] <adelmaa> das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior dentro e fora das universidades.
[19:30] <adelmaa> Na verdade, o grupo STIS, tem muito o que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 51 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[19:30] <adelmaa> tais como: Ana Cristina Fricke Matte (UFMG), Luis Gonçalves (Princenton University); Walcir Cardoso (Concordia University), Luiz Tatit (UNICAMP), Rivânia Maria Trotta SantAna (UFOP),
[19:30] <adelmaa> Almeida Filho (UNB), Brian Street (Kings College/Londres), Julio Paz (Argentina), Ana Cláudia Santos (Educadora Nota 10 - Fundação Vitor Civita), dentre tantos outros.
[19:30] <adelmaa> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP/Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário
[19:30] <adelmaa> Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidados do Prof. Marcelo Buzzato.
[19:31] <adelmaa> Para que este trabalho se concretize a cada mês contamos com a colaboração voluntária de uma equipe fantástica de seres humanas
[19:31] <adelmaa> altruístas que compartilham da mesma concepção de que as mudanças na nossa sociedade só acontecerão através do acesso a educação para todos.
[19:31] <adelmaa> Assim, mais um mês de trabalho, de conferências extraordinárias, de encontros de saberes e
[19:31] <adelmaa> rico de experiência se inicia hoje no STIS. Com ele, novas ideias, novos projetos, novos expectativas, anseios e vontade de compartilhar o fazer
[19:31] <adelmaa> educação de forma democrática, ou seja, com acesso gratuito a todos os interessados. Este ano
[19:31] <adelmaa> o GRUPO STIS tem desejos que almejamos concretizar: ampliar ainda mais nossas parceiras com instituições
[19:31] <adelmaa> educacionais e não educacionais que queiram, como a gente, dar acesso ao conhecimento a
[19:31] <adelmaa> quem desejar recebê-lo. Para que o STIS apresente a vocês as melhores conferências e os melhores conferencistas (claro!), contamos com
[19:32] <adelmaa> uma equipe formada por 12 membros voluntários, que trabalham incansavelmente com amor, consciência e dedicação a uma só causa: fazer a diferença no mundo por meio da educação.
[19:32] <adelmaa> Quero agradecer publicamente à Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, idealizadora de todo Projeto Texto Livre, do qual o projeto STIS é uma de suas crias. Agradeço pela confiança em
[19:32] <adelmaa> mim depositada para coordenar este valioso projeto e aos membros da equipe STIS, que voluntariamente nos ajuda a fazer este evento acontecer.
[19:32] <adelmaa> Farei agora uma breve apresentação de nossos conferencistas convidados. Nossos dois conferencistas convidados são:
[19:32] <adelmaa> Prof. Dr. Marcelo Donizete da Silva. Possui graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1994), Mestrado (2003) e Doutorado (2010) em Educação pela Faculdade
[19:32] <adelmaa> de Educação da UNICAMP. Atuou como: Professor da Educação Básica (Ensino Médio) na Secretaria Estadual do Estado de São Paulo; Coordenador do Curso de Licenciatura em Filosofia
[19:32] <adelmaa> nas modalidades a Distância (EaD), Presencial e Pós Graduação (Lato Sensu) do Centro Universitário Claretiano de Batatais (CEUCLAR), Professor, Substituto, no Departamento de
[19:32] <adelmaa> Educação do Instituto de Biociências da UNESP no Campus Rio Claro-SP; Professor Titular e Tutor a Distância do Centro Universitário Claretiano de Batatais e Chefe do Departamento de
[19:33] <adelmaa> Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente é Professor do Departamento de Educação do Instituto de Ciências Humanas e
[19:33] <adelmaa> Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto (DEEDU/ICHS/UFOP) nas cadeiras de Fundamentos e Políticas da Educação, membro do no grupos de pesquisa Epistemologia e
[19:33] <adelmaa> Teorias da Educação EPISTEDUC/UNICAMP; formação e profissão Docente FOPROFI/UFOP e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígena NEABI/UFOP. Tem experiência nas áreas de
[19:33] <adelmaa> Filosofia e Políticas Públicas em Educação com atuação nas seguintes áreas: Filosofia e História da Educação, Ensino de Filosofia, Epistemologia e Teorias da Educação, Políticas Públicas em Educação e Gestão e Organização do Trabalho Escolar
[19:33] <adelmaa> Nossa segunda conferencista convidada é o Prof Ms. Maria do Carmo Ferreira.
[19:33] <adelmaa> Possui graduação em Ciências pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestrado em Letras: Estudos da Linguagem pela Universidade Federal de Ouro Preto (2016) , atuando principalmente
[19:34] <adelmaa> nos seguintes temas: Semiótica e Tecnologia; Filologia/ Paleografia; Educação (Educação de Jovens e Adultos, Formação de Professores. Letramento Digital, Presencial e a Distância e
[19:34] <adelmaa> Formação de professores nas Novas Tecnologias de Comunicação e Informação; É membro do
[19:34] <adelmaa> grupo de pesquisa do CNPq Texto Livre: Semiótica e Tecnologia, vinculado à Faculdade de Letras/UFMG e atua como membro da Comissão Organizadora do Projeto STIS - Seminários
[19:34] <adelmaa> Teóricos Interdisciplinares em Semiótica: http://www.lingtec.org/stis/. É orientadora do Curso de Especialização Mídias na Educação da UFOP/SEED/MEC. Atua como
[19:34] <adelmaa> pesquisadora , desde 2013 do projeto de pesquisa &quot;Desenvolvimento Profissional Docente e Inovação Pedagógica: estudo exploratório sobre contribuições do PIBIDo qual integra o
[19:34] <adelmaa> Observatório Desenvolvimento Profissional Docente e Inovação Pedagógica- Pesquisa em Rede (OBEDUC - Edital Capes n. 049/2012), desenvolvido em parceria entre as universidades UFOP, UECE e UNIFESP.
[19:34] <adelmaa> Atua como pesquisadora, desde 2013 do projeto de pesquisa Desenvolvimento Profissional Docente e Inovação Pedagógica: estudo exploratório sobre contribuições do PIBID, o qual integra
[19:35] <adelmaa> o Observatório Desenvolvimento Profissional Docente e Inovação Pedagógica- Pesquisa em Rede, desenvolvido em parceria entre as universidades UFOP, UECE e UNIFESP.
[19:35] <adelmaa> É uma honra recebê-los como nossos conferencistas convidados, em nossa sala virtual. Sejam vem-vindos!
[19:35] <adelmaa> A todos os participantes do Brasil e do exterior, gostaria de agradecer em nome de toda a equipe pela suas honrosas presenças. É um prazer tê-los conosco nesta noite de quarta-feira.
[19:35] <adelmaa> Obrigada por nos ajudar a fazer do STIS uma ação concreta de democratização da educação de todos e para todos.
[19:36] <adelmaa> Passarei a palavra neste momento a moderadora deste evento, profa Daniervelin
[19:36] <adelmaa> que explicará em detalhes o funcionamento de nossa conferência virtual.
[19:36] <daniervelin> Boa noite a todos! Sejam bem-vindos!
[19:36] <daniervelin> para quem participa pela primeira vez, teremos 30 minutos de apresentação de cada conferencista
[19:36] <daniervelin> as apresentações acontecem apenas por escrito, no chat, ou seja, não há vídeo nem áudio
[19:36] <daniervelin> durante esse tempo, a sala estará moderada
[19:36] <daniervelin> após as duas conferências, abriremos a sala para perguntas, sugestões e discussão geral das ideias expostas
[19:37] <daniervelin> os códigos para os slides serão indicados no início de cada apresentação
[19:37] <daniervelin> basta inserir o código à direita, depois de escolher o tipo de atendimento: “apresentação de slides”
[19:37] <daniervelin> vocês podem regular o tamanho do chat e slides ajustando a coluna vertical entre as partes (ao meio desta página de internet)
[19:37] <daniervelin> desejamos um ótimo seminário a todos!
[19:37] <daniervelin> Profa. Maria do Carmo Ferreira dos Santos, pode começar, por favor. Obrigada por aceitar o convite do STIS!
[19:37] <Madu> Boa noite a todos. Agradeço o convite da comissão de organização do STIS. Sinto-me honrada em participar deste evento do qual tenho muita admiração pois seu objetivo principal é facilitar aos professores e ao público interessado nas temáticas de formação de professores , o
[19:38] <Madu> acesso ao conhecimento construído na academia. Eu parabenizo a todos pela dedicação .Sou professora e moro em Ouro Preto há mais de 45 anos. Nasci em São João del Rei, me casei em Tiradentes e fiz mestrado em Mariana. A aproximação com as igrejas do período colonial é
[19:38] <Madu> uma constante em minha vida. Sempre fui muito curiosa com a história de Minas Gerais e a sua relação com o meio de comunicação usual da época, os sinos. A pesquisa a qual me dediquei é extensa, são mais de 500 páginas e o tempo nesta conferência é pequeno.
[19:38] <Madu> Dividirei esse tempo então em duas partes: 1º. A justificativa, os objetivos da pesquisa, o percurso metodológico, o teor dos documentos e as conclusões. Em 2º lugar apresento resumidamente um histórico da presença das irmandades leigas em Minas Gerais, na
[19:39] <Madu> Freguesia de Antônio Dias. Dos 129 manuscritos apresento aqui um recorte que mostram em seis deles, como os sinos eram utilizados como uma forma de distinção social. Importante também ressaltar que para trabalhar com edição de documentos do Setecentos e Oitocentos
[19:39] <Madu> principalmente, que trazem uma outra ortografia, alguns recursos do corretor do word precisam ser desativados e às vezes um ou outro acento podem ter passado despercebidos mesmo com todo o rigor acadêmico .
[19:39] <Madu> Passo à primeira parte da proposta, a rápida descriçao da pesquisa.
[19:40] <Madu> Memória Campanária- edição e análise de fontes confrariais da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias - Ouro Preto
[19:40] <Madu> Estudiosos da língua salientam a importância de se pesquisar fontes diversas. Assim, ao invés de se dedicarem somente aos textos literários, buscam-se, cada vez mais, “documentos notariais e jurídicos, cartas, jornais, periódicos, programas de televisão e mesmo a linguagem virtual da internet” (CAMBRAIA; CUNHA; MEGALE, 1999, p.7).
[19:41] <Madu> Em Ouro Preto, há uma diversidade de documentos pertencentes às associações religiosas leigas, os quais podem contribuir para as pesquisas filológicas, uma vez que, de acordo com Cambraia et al. (1999, p. 7), esses textos documentam “os mais diversos usos da língua, [e] são muito mais representativos para seu estudo do que aqueles textos até então privilegiados
[19:41] <Madu> [os literários]”. De acordo com esses autores, não há como negar a oferta de vasto repertório de textos no mundo moderno, “sem dúvida de muito maior utilidade para o conhecimento da língua” (p.7).
[19:41] <Madu> Esse pensamento corrobora a proposta da Escola dos Annales que é um movimento fundado pelos historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre em 1929 destacando-se por incorporar métodos das Ciências Sociais à História. (BURKE, 1992, p. 11-15)
[19:41] <Madu> A importância desse movimento para a história social se deve a uma mudança de paradigma, antes dedicado a investigar feitos heróicos e grandes personagens da história universal. Seus estudos apontaram para a necessidade de inclusão de uma abordagem que
[19:41] <Madu> valorizasse o humano, os personagens simples que escrevem a história do dia a dia e que se encontram invisíveis nos contextos históricos e sociais. Dessa forma, priorizando a busca de significados presentes na contemporaneidade, a Escola dos Annales inspira o estudo dos que
[19:42] <Madu> ficaram apenas como coadjuvantes na memória da sociedade ouropretana, como os escrivães e os gestores de associações leigas, os ferreiros, os fundidores e os sineiros, que desempenharam um papel importante na coesão social do lugar por três séculos.
[19:42] <Madu> Na mesma direção, Villalta (1997, p. 333) também acentua que, na América Portuguesa, a educação aconteceu em vários lugares e que, nas camadas sociais mais humildes, o aprender acontecia “extramuros da escola, na luta pela sobrevivência, [quando] adquiriram os rudimentos necessários para garantir a subsistência e para reproduzir os papéis que lhes eram reservados na sociedade”.
[19:42] <Madu> A mudança de paradigma proposta pelos Annales possibilita, dessa forma, dar voz a personagens silenciados que fizeram parte da história de Ouro Preto. Outra conquista da Escola dos Annales diz respeito à ampliação da noção de documento
[19:42] <Madu> pelos pioneiros da história nova. Esse processo valorizaria documentos até então pouco estudados pelos estudiosos, como o registro paroquial (LE GOFF, 2013, p. 491), que ele denomina de massas dormentes.
[19:43] <Madu> Nesse sentido, inspirando-nos no conceito de massas dormentes do autor, entendemos que os registros revelados e produzidos pelas confrarias podem representar um
[19:43] <Madu> “esforço constante para fazer falar as coisas mudas, para fazê-las dizer o que elas por si próprias não dizem sobre os homens, sobre as sociedades que as produziram”. (FEBVRE, 1949, p.428 apud LE GOFF, 2013, p.490)
[19:43] <Madu> Desta forma, a transcrição e a edição dos documentos pertencentes às confrarias que se instalaram a partir do século XVIII naquela freguesia tornam-se atividade inspiradora para contar a história daqueles tempos e para enriquecer pesquisas da área filológica.
[19:44] <Madu> A pesquisa abordou fontes confrariais relacionadas aos símbolos sonoros da cristandade, os sinos, buscando percorrer uma história da presença campanária na Freguesia de Antônio Dias, situada em Ouro Preto. Para tanto, baseamo-nos na busca e na edição de
[19:44] <Madu> manuscritos associados a atividades campanárias de irmandades e ordens terceiras filiais a tal freguesia buscando contribuir para a constituição de um corpus em torno de uma temática ainda pouco estudada no Brasil, um meio de comunicação presente durante tempo em muitas cidades.
[19:44] <Madu> Das 15 confrarias abrigadas na freguesiz, fez-se um recorte que contempla 5 delas pois no Setecentos essas agremiações religiosas leigas agregavam, os segmentos étnico-sociais dos brancos e abastados (Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora da Conceição e Ordem Terceira da
[19:45] <Madu> Penitência de São Francisco de Assis), dos pretos (Nossa Senhora do Rosário dos Pretos do Alto da Cruz) e dos forros e cativos (Ordem Terceira de Nossa Senhora das Mercês e Perdões). Além disso, as cinco confrarias em questão se encontram ativas na atualidade.
[19:45] <Madu> Buscamos compreender o modo como as irmandades decidiam quando os sineiros deveriam tocar os sinos; quais deliberações sobre a prática campanária eram registradas em
[19:45] <Madu> seus livros; quem, na irmandade, produzia tais documentos; em qual contexto eram produzidos; e a forma como eles eram estruturados.
[19:46] <Madu> Nessa direção, os documentos componentes do corpus expressam manifestações da presença do poder dominante da época, do sentimento de submissão que o poder exercia, da angústia pela sonhada distinção, do medo de perder a alma, dos sacrifícios para construir uma
[19:46] <Madu> capela e para adquirir seus sinos. Indicam também silêncios que às vezes se ouvem. Há neles repetição de palavras, abreviaturas recorrentes, alterações ortográficas, notas tironianas, datações diversas, uso de y como semivogal, letras geminadas dentre outras ocorrências.
[19:46] <Madu> E tudo isso escrito por punhos diversos, expondo a marca do tempo, a mudança constante e natural da linguagem, até mesmo a mudança dos valores através dos tempos.
[19:46] <Madu> O objetivo que norteou a pesquisa foi revelar, o máximo possível, a documentação campanária referente à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias de Ouro Preto (MG/BRASIL),
[19:46] <Madu> por meio da edição semidiplomática e da análise de documentos de irmandades católicas leigas ligadas a essa freguesia.
[19:47] <Madu> A edição dos manuscritos circunscritos à temática aqui proposta revelou registros que vão de 1726 – o mais antigo, pertencente à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário –, a 1966 – o mais recente, pertencente ao acervo da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição.
[19:47] <Madu> A necessidade de editar um texto, de constituir textos autênticos e de dar-lhes visibilidade se faz, segundo Auerbarch (1972, p. 10), quando um “povo de alta civilização toma
[19:47] <Madu> conhecimento dessa civilização e deseja preservar dos estragos do tempo as obras que lhe constituem o patrimônio espiritual”.
[19:48] <Madu> A edição semidiplomática ou diplomático-interpretativa segue procedimentos com base em critérios rigorosos e com normas específicas de transcrição.
[19:48] <Madu> Há, nessa edição, a preocupação de se preservar a língua em que os documentos foram produzidos, a fim de que a transcrição seja fiel ao texto original e torne a leitura mais fácil ao leitor. É um grau baixo de intervenção do editor com a transcrição e desdobramento de abreviatiuras.
[19:48] <Madu> abreviaturas
[19:48] <Madu> O núcleo do trabalho é a edição semidiplomática e justalinear com a reprodução fac-similar de cada fólio do total de 129 dos manuscritos. (fotografia dodocumento e, ao lado, a transcrição) ( slide 1)
[19:48] <Madu> O código de acesso aos slides é madu
[19:49] <Madu> Conseguiram?
[19:49] <daniervelin> Código para os slides: madu
[19:49] <daniervelin> há uma opção na parte direita da página para visualizar
[19:50] <Madu> Posso seguir?
[19:51] <Madu> Inicialmente, a localização desses manuscritos foi realizada por meio dos microfilmes disponíveis na Casa dos Contos seguida da edicção diplomática, isto é, transcritas exatamente como se encontram no original.
[19:51] <Madu> Posteriormente, a partir do contato com as fontes primárias do acervo do Museu do Aleijadinho, a edição foi realizada semidiplomaticamente.
[19:51] <Madu> De posse da edição realizada, as espécies documentais foram.agrupadas e descritas e de acordo com a classificação da Diplomática, proposta por Bellotto (2002).
[19:52] <Madu> O objeto da Diplomática é “ a configuração interna do documento, o estudo jurídico de suas partes e dos seus caracteres para atingir sua autenticidade, enquanto o objeto da Tipologia, além disso,
[19:52] <Madu> é estudá-lo enquanto componente de conjuntos orgânicos, isto é, como integrante da mesma série documental, advinda da junção de documentos correspondentes à mesma atividade (BELLOTTO, 2002, p. 19).
[19:52] <Madu> Para esta autora, “ele [o documento de arquivo] nasce como prova, permanece como informação/testemunho. Ele tanto é registro de uma determinada ação, como registra ações que provocam outras ações.
[19:53] <Madu> A gênese do documento de arquivo implica na relação entre a natureza da sua finalidade e a fórmula diplomática capaz de conferir autenticidade a ele e confiabilidade ao seu conteúdo” (BELLOTTO, 2014, p. 329).
[19:53] <Madu> Há que se ressaltar a importância dos documentos apresentados: a de serem prova da cultura campanária na Freguesia de Antônio Dias.
[19:53] <Madu> Belloto, ao discorrer sobre documentos de arquivo na contemporaneidade, que contempla inclusive documentos eletrônicos, pontua que não importa o suporte, o documento é “um produto social. É ferramenta comunicativa de uma determinada sociedade” (BELLOTTO, 2014, p. 330).
[19:53] <Madu> Os manuscritos revelados na pesquisa são: 04 atas, 01 atestado, 01 conta-corrente, 02 contratos, 17 correspondências, 01 deliberação, 02 inventários, 37 lançamentos, 01 orçamento, 01 provisão, 30 recibos, 01 relação e 31 termos.
[19:54] <Madu> Estão organizados: a) por irmandade; b) por tipologia c) por ordem cronológica. (slide 2) Para fins de ordenamento e facilidade na identificação foi desenvovida uma codificação própria e está descrita no slide 2.
[19:54] <Madu> Como o teor dos manuscritos é diversificado, para fins de análise, os documentos foram agrupados conforme temas a seguir:
[19:55] <Madu> (i) torres campanárias e o seu papel na composição da paisagem sonora da região; contrato de arrematação e condições para construção da torre campanária, atestado de cumprimento de contrato e término da obra e a construção das torres sineiras propriamente ditas;
[19:55] <Madu> (ii) aquisição, manutenção e fundição de sinos e peças: Arrecadação das contribuições dos irmãos para compra de material e para a fundição de sinos, contrato de fundição e entrega de sinos entre irmandades e fundidor; feitura de peças e consertos para os sinos, sua instalação na torre campanária;
[19:56] <Madu> (ii) Sobre a natureza dos toques de sinos, quem tem direito aos dobres e, se houver, qual é o custo a ser pago pelo irmão (joia) ou pela sua família; (iv) benção/batismo dos sinos, respectivos padrinhos e procedimentos realizados.
[19:56] <Madu> Das análises foi possível compulsar os documentos em diferentes quadros que apresentam sua descrição e a sua localização no arquivo da Casa dos Contos facilitando o acesso aos pesquisadores.
[19:56] <Madu> Como por exemplo mostramos um dos quadros (Slide 3) que descreve os ferreiros e o serviço prestado por ele no conserto ou na fundição de sinos, por data e por confraria. Esta é uma das informações inéditas da pesquisa.
[19:58] <Madu> CONCLUSÃO : Apurou-se que a temática foi com bastante frequência evocada, em diversas tipologias documentais e para abordar assuntos diversos: decisão de se fundir ou refundir um sino, com detalhamento de seu tamanho ou peso; compra de material para isso,
[19:58] <Madu> basicamente dos metais componentes da liga – cobre e estanho; escolha do profissional que o fundiria; recebimento do sino e verificação de sua qualidade; preparação de solenidades adjacentes à bênção do sino e atos de sociabilidade confrarial em torno disso, sua subida à torre;
[19:58] <Madu> aquisição de materiais e serviços para sua instalação e manutenção; normativização de seus toques. Entendemos que todos esses lançamentos documentais atendiam a um cuidado contábil para prestação de contas tanto no âmbito interno quanto no externo, isto é, a instâncias
[19:58] <Madu> a que cabia a verificação das contas da irmandade. Eles apontam, ainda, para toda uma movimentação de confrades e profissionais em torno de um instrumento litúrgico, sim, mas que também exercia seu papel de catalizador comunitário, norteador cronológico e anunciador de momentos de júbilo e de tristeza.
[19:58] <Madu> No que toca às questões de ordem diplomática, a hipótese de que os escrivães das associações leigas seguiam modelos pré-estabelecidos verificou-se na regularidade quanto às formulações das diversas tipologias documentais localizadas, lidas e editadas, a despeito da
[19:59] <Madu> grande variedade de punhos presentes na documentação coligida. A suposição de que os escribas utilizavam-se de modelos confirmou-se por intermédio da localização de dois deles: o de um de recibo utilizado pela Ordem Terceira das Mercês e Perdões, de 1845 e o de convite
[19:59] <Madu> elaborado pela mesma Ordem, cujas vias seriam enviadas a paraninfos da benção do sino grande, em 1939. Verifica-se, assim, o conhecimento da prática diplomática pelas associações leigas de Minas Gerais.
[19:59] <Madu> Na dimensão filológico-paleográfica, a atividade de leitura e edição de manuscritos a partir dos suportes microfilme e papel impôs, algumas vezes, dificuldade à nossa interpretação paleográfica, que recaiu sobre as abundantes abreviaturas empregadas –
[20:00] <Madu> uma característica inerente aos manuscritos da época – e sobre o tracejado inconstante da escrita ou assinatura de alguns punhos.
[20:00] <Madu> A leitura de textos do domínio da história auxiliou-nos sobremaneira não apenas para compreensão da função das irmandades como também para compreensão/decifração de algumas abreviaturas, palavras e passagens cuja leitura pareceu-nos, de início, ilegível.
[20:00] <Madu> Na dimensão linguística, entendemos poder dizer que a transcrição traz subsídios para estudos no domínio da linguística histórica, contribuindo para a disponibilização de corpora filologicamente transcritos.
[20:00] <Madu> Passo agora para a 2ª parte: Apresentar e discutir os manuscritos que descrevem como o dobre, um toque de sino, era utilizado para ressaltar a distinção social. Antes, convido-os a acessar o link a seguir, para verem um sino em dobre de sino
[20:01] <Madu> <

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[20:02] <Madu> Compreender a presença das organizações leigas em Minas Gerais é um requisito para tentarmos entender o papel dos sinos junto a essas organizações e de acordo com Boschi(1986), a história das associações leigas se confunde com a história de Minas.
[20:02] <Madu> Muitos autores, entre os quais estão Trindade (1945; 1956; 1958), Salles (1965), Menezes (1975), Boschi (1986) e Lange (1981), dedicaram-se ao estudo das associações religiosas leigas e à formação do povo mineiro, não apenas por sua participação na formação de Minas Gerais, mas porque, ao se constituírem,
[20:02] <Madu> “[…] extrapolando suas funções espirituais, as irmandades tornaram-se responsáveis diretas pelas diretrizes da nova ordem social que se instalava e, a exemplo dos templos e capelas que construíram, elas espelharam o contexto social de que participavam.
[20:02] <Madu> Nesse sentido, precederam ao Estado e à própria Igreja, enquanto instituições. Quanto ao primeiro, quando a máquina administrativa chegou, de há muito as irmandades floresciam” (BOSCHI, 1986, p. 23).
[20:03] <Madu> A variada terminologia dessas associações nos levou a adotar “confraria” como sinônimo de “irmandade” e vice-versa. Faz-se necessário distinguir, em vista do recorte escolhido para este estudo, a diferença entre irmandades e ordens terceiras: “enquanto as
[20:03] <Madu> irmandades recorriam ao bispo diocesano, subordinando-se ao clero secular [...,] ordens terceiras respondiam aos provinciais da ordem monástica à que se filiavam”. Nessa perspectiva, enquanto as irmandades têm o objetivo “de incrementar o culto
[20:03] <Madu> público, as ordens terceiras são associações pias que se preocupam, fundamentalmente, com a perfeição da vida cristã de seus membros” (BOSCHI, 1986, p. 19).
[20:03] <Madu> Assim, algumas das associações confrariais, além de funcionar como “espaço de coesão grupal, espaço de devoção, espaço de reconstrução de identidades” (BOSCHI. 2007, p. 69), em uma terra em que “a maioria da população habitante nas Minas Gerais no século XVIII era
[20:03] <Madu> composta de escravos africanos” (BOSCHI, 2007, p. 67), foram além, “funcionando como veículo de libertação de seus integrantes, ao alforriá-los” (BOSCHI., 1986, p. 26).
[20:04] <Madu> Constata-se, na época, um ambiente de cumplicidade entre as esferas social, religiosa e política propiciado pelas associações leigas. Observado esse fato, a Coroa Portuguesa vislumbrou nas irmandades a possibilidade de repassar ao povo encargos que lhe cabiam, ao
[20:04] <Madu> mesmo tempo em que elas funcionariam como elemento mitigador de possíveis movimentos contra práticas espoliadoras da colonização (SALLES, 1965, p. 41).
[20:04] <Madu> Nesse sentido, as associações leigas viviam sob vigilância dos poderes da Igreja e do Estado, que articularam várias formas de controle sobre elas, como, por exemplo, o processo longo e burocrático de sua legitimação, a proibição de alteração em seus compromissos e a
[20:04] <Madu> obrigatoriedade em manter os livros internos atualizados, especialmente os de receita e despesa, sujeitos a inspeção pelos visitadores (BOSCHI, 2007, p. 73-74).
[20:04] <Madu> Outro mecanismo de controle utilizado pelo Estado absolutista dizia respeito à obrigatoriedade de obtenção de licença para construir, reedificar ou ampliar seus templos (BOSCHI, 1986) e à exigência da “presença, em nos seus quadros sociais, de autoridades administrativas e militares” (p. 136).
[20:05] <Madu> Esse autor, ao abordar o grau de subserviência desses sodalícios, aponta que, além de todos esses mecanismos, é possível verificar a quase insubstituível presença de brancos nos cargos de destaque das mesas administrativas nas associações de negros, uma vez que, diante
[20:05] <Madu> da necessidade de atualização contábil permanente, elas “não podiam prescindir de pessoas alfabetizadas” (BOSCHI, 1986, p. 138) para redigir a documentação cobrada.
[20:05] <Madu> Apesar dos instrumentos de controle descritos por Boschi (1986), as irmandades promoviam festividades da Igreja com procissões e estimulavam o povo a cumprir os sacramentos, além de custear a construção e a conservação das igrejas com suas magníficas
[20:06] <Madu> pinturas e peças de arte sacra (LACET, 2003, p.10-16). De acordo com Boschi (1986, p.1), a história dessas associações se confunde com a própria história social das Minas Gerais do Setecentos.
[20:06] <Madu> Na cidade de Vila Rica, as irmandades vinculavam-se a duas paróquias: a de Nossa Senhora do Pilar ou à de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. A esta, em fins de 1800, filiavam-se, aproximadamente, 14 irmandades enquanto que a do Pilar abrigava 15 irmandades (BOSCHI, 1986, p.217-8).
[20:06] <Madu> Pertencer a uma delas conferia ao cidadão prestígio e segurança. “Para quem quer que fosse, tornava-se incontornável a adesão a uma ou mais dessas associações. Por uma questão de vida e de morte, literalmente. De vida, pois não só era no interior delas que o confrade
[20:06] <Madu> encontrava segurança e consolo espirituais, como também ali desenvolvia suas relações e convívio sociais, ainda a elas se socorrendo quando da necessidade de submeter-se a eventuais cuidados médicos, ou mesmo para a obtenção de empréstimos pecuniários.
[20:07] <Madu> De morte, porquanto, não pertencer aos quadros sociais de uma dessas agremiações, significava, como referido, não ter local para sepultamento de seu corpo e ficar na incerteza da celebração de missas votivas pela salvação da alma”. (BOSCHI, 2007, p. 67)
[20:07] <Madu> Imbuídas desse espírito de acolhimento, as confrarias tinham “criado e desenvolvido na gente mineira o hábito de se congregar e se reunir para o auxílio recíproco” (BOSCHI, 1986, p. 181).
[20:07] <Madu> Por outro lado, ao se utilizar delas “como instrumento de neutralização das tensões sociais” e exigir a presença e a atuação de brancos em associações de negros, o Estado realizava o seu intento: o de “reter o escravo dentro do sistema social, impedindo-o de promover mudança nas suas condições materiais de vida” (BOSCHI, 1986, p. 180).
[20:07] <Madu> Nessa perspectiva, a busca por alguma forma de distinção era um movimento imprescindível para a afirmação social, uma vez que
[20:08] <Madu> “[...] os livres compunham a elite colonial, mas entre eles existiam muitos pobres. Essencialmente brancos, aos homens livres estavam reservados os cargos administrativos civis, militares e eclesiásticos mais importantes e mesmo os menos importantes. Raríssimas vezes um
[20:08] <Madu> negro ou um mestiço, mesmo entre os nascidos livres, ocuparam alguma posição e destaque na administração colonial. Ascensão social era privilégio, portanto, de alguns brancos e isso era garantido pelas leis e ordenações que vigoraram na América portuguesa” (PAIVA, 2001, p. 67).
[20:08] <Madu> Já estou terminando
[20:08] <Madu> Imbuída desses valores, a ordem social mineira em formação se processou dentro dos padrões culturais trazidos pelos brancos vindos de Portugal, e os membros das irmandades mineiras parecem ter reproduzido, em seus estatutos, a forma de hierarquização social baseada naqueles valores.
[20:08] <Madu> A Freguesia de Antônio Dias de Ouro Preto - O povoamento começou a ser realizado por Antônio Dias, um bandeirante paulista, e pelo Padre João de Faria Fialho, que o acompanhava em 1698. “Seu primeiro cuidado foi construir capelas que marcavam o centro de nascentes arraiais” (MENEZES, 1975, p. 13).
[20:09] <Madu> Quando se criaram oficialmente as freguesias, a Matriz de Antônio Dias ficou sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, e a Matriz de Ouro Preto tomou por orago Nossa Senhora do Pilar.
[20:09] <Madu> O termo freguesia é de origem latina, derivando-se de filii ecclesiae, significando, portanto, “filhos da igreja” (AZZI, 2004, p. 78). Já pela definição de Bluteau, o termo Parocho ou Parochus significava Repartidor. Assim, o sentido de freguesia, uma paróquia, dirigida por um pároco,
[20:09] <Madu> um repartidor que tinha como centro, a igreja matriz, rodeada pelos fiéis e que devia obediência ao Romano Pontífice, representado pelo Pároco, aquele que lhes distribuía as graças espirituais, por meio dos sacramentos.
[20:09] <Madu> Trindade (1945) aponta que não era fácil para a cristandade crescer sem buscar os socorros espirituais nas sedes episcopais. Nesses espaços, as irmandades desempenharam um importante papel quanto à organização do espaço e à coesão entre os segmentos sociais (OLIVEIRA, 2010, p. 24).
[20:09] <Madu> Seus associados tinham como premissas a ajuda mútua e a participação nos ofícios religiosos, buscando “encontrar um ponto de apoio, um local de conforto diante da insegurança e da instabilidade de sua vida” (BOSCHI, 1986, p. 22). Com isso, as capelas tornavam-se o centro da vida social da freguesia.
[20:10] <Madu> A notícia da descoberta do ouro trouxe para Vila Rica pessoas das regiões mais diferentes do país e do exterior, notadamente portugueses, em busca de oportunidades de trabalho, prestação de serviços e do sonho de enriquecimento.
[20:10] <Madu> A sociedade que se formou era escravista, herdeira de critérios estamentais do Antigo Regime e perpassada por valores ligados ao acumulo de riquezas. (SILVEIRA, 1997, p. 106).
[20:10] <Madu> À Coroa só interessava o quinto, quinta parte de tudo que era extraído. Para levar adiante a exploração do ouro foram necessárias duas instâncias administrativas que eram preenchidas com cargos como superintendente, guarda-mor e guardas-menores.
[20:10] <Madu> Pertencer à qualquer das duas instâncias ou ser proprietário de minas de exploração de ouro dava-lhes distinção. Entre os iguais na mesma confraria ou entre confrarias, uma outra forma de distinção era dada pelo toque de sino como será visto a seguir no slide 7.
[20:11] <Madu> Por causa do tempo eu pulei slides. Agora é o 7 mesmo
[20:11] <Madu> Sobre a natureza dos toques de sinos e quem tem direito aos dobres - O dobre era um toque por demais vigiado pelas mesas administrativas. O contrato de trabalho assinado por José Luiz do Crmo, sacristão da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, que estipula em sua
[20:12] <Madu> cláusula 3ª ser ele o responsável pelos sinais tanto festivos quanto fúnebres dos sinos, traz uma ressalva na cláusula 13ª a respeito dos dobres: Só é permitido dobrar a defunto com ordem expressa do Irmão Procurador nas missas de sétimo e 30º dia, ou de aniversário dos
[20:12] <Madu> Irmãos professos da ordem quando seus parentes exigir e [num nem] outro caso o poderá fazer sem expressa ordem do Senhor Procurador. Essa cláusula revela a vigilância a que o sacristão estava submetido com relação ao procedimento do dobre fúnebre, uma vez que ele s
[20:12] <Madu> só poderia executá-lo sob a expressa permissão do procurador. Essa condição pode ser comprovada no documento OTSFCp26011871, deliberando a respeito de um dobre que deveria ser dado às 18h30 pela morte de um dos irmãos da Ordem Terceira, ocorrido fora da cidade.
[20:12] <Madu> O documento Também o INSCPv20051747, é uma advertência à Matriz de Nossa Senhora da Conceição, emitida pelo visitador da Coroa, informando que na Igreja do Rosário dos Pretos, os sinos eram tocados a qualquer hora quando do falecimento de algum irmão. Alerta ao Padre
[20:13] <Madu> Capelão que os sinos deveriam seguir a constituição do Bispado e que a desobediência àquela provisão poderia resultar em suspensão do capelão e a privação da capelania.
[20:13] <Madu> Ainda sobre a mesma confraria, o documento ISRPTm19111871 do Livro de Termos da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário faz alusão à cobrança 16$000 a quem quisesse que os dobres fossem emitidos pelo sino grande. Além disso, tal d ocumento nos permite afirmar que
[20:13] <Madu> o dobre no sino grande na Irmandade da Senhora do Rosário dos Pretos do Alto da Cruz, era um toque denotativo de distinção.
[20:13] <Madu> O documento OTSFDb27031844 da Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis também demonstra a presença do elemento distinção quando a mesa diretiva resolve que, em
[20:13] <Madu> vista das despesas de conserto com o sino grande, este deveria ser dobrado apenas quando da morte de um irmão que tivesse servido à mesa diretiva no cargo de definidor para cima.
[20:14] <Madu> Outra comprovação da vigilância sobre as ocasiões em que os dobres deveriam ser executados encontra-se na correspondência dirigida ao sacristão da Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis acerca de uma Missa de corpo presente de um irmão, não
[20:14] <Madu> autorizada pela mesa diretiva. Na referida correspondência, datada de 08.04.1864, o sacristão Francisco da Rocha Braga responde ao seu interlocutor, o Irmão Ministro, que a tal encomendação solene a que o Ministro se referia não aconteceu. O sacristão justifica que a
[20:14] <Madu> missa em sufrágio do “Pay do senhor Rossentino” foi “a mando” de um outro irmão da Ordem, o Sr. Lourenço Correa de Melo, e que, ao final da mesma, “estando presente o Musico convidado pelo o dito Lourenço cantou um responso por alma do finado somente sem nela nenhuma assistência de coro e nem toque algum de sino”.
[20:14] <Madu> Como podem notar o estudo da memória campanária é fascinante. Vcs devem estar se perguntando onde um professor de educação básica pode incluir a paleografia, a filologia para entender a história de Minas e a história da língua.
[20:15] <Madu> Eu apresento a vcs a partir do slide 8 até o slide 15 , exemplos da forma como eu tenho contribuído na escola em que eu trabalho a partir da pesquisa com manuscritos.
[20:15] <Madu> Sou professora de EJA e uma das dificuldades que enfrentamos é a evasão dos alunos por terem que trabalhar e a baixa frequência às sextas feiras ou vésperas de feriado quando conseguem trabalhos temporários.
[20:15] <Madu> O “Projeto Sexta Legal” surgiu como alternativa para diminuir esse estado de coisa. No dia do Projeto, os alunos chegam as 19 h e saem as 20:30 h. No primeiro semestre o tema da Sexta Legal foi “ A mineração trouxe o barroco e o ouro trouxe o barraco”. Cada dupla de professor prepara um subtema para a sexta junto com os alunos, durante a semana.
[20:16] <Madu> Eu e a Prof. De Língua Portuguesa Maria de Lourdes Pereira de Sá preparamos o subtema “A relevância do papel da mulher na formação da sociedade de Ouro Preto” e as atividades que nós já desenvolvemos e estamos desenvolvendo ainda, por demanda dos próprios alunos estão apresentadas nos slides de 8 a 15.
[20:16] <Madu> Tem sido enriquecedor. Não é possível falar sobre a participação feminina sem falar das crianças expostas pelos cantos da cidade, pelas mães que não podiam ou não queriam criá-las,ou muitas vezes as deixavam em lugares que serviam de alimento para os animais;
[20:16] <Madu> Falar também sobre a participação da mulher nas profissoes da época. Além disso, Ouro Preto tem um acervo muito rico e os alunos puderam ter contato com documentos antigos e editados por eles e estudados com junto com a Prof. Lourdinha e eu.
[20:16] <Madu> O conteúdo e a linguagem dos bilhetes que eram deixados pelas mães junto com os expostos está sendo trabalhados neste semestre a partir de uma solicitação deles mesmos. Ficaram bastante impressionados com esse fato histórico.
[20:16] <Madu> Espero que sirva de inspiração aos professores que querem transformar alunos em protagonistas. Com essas atividades os alunos perceberam um pouco do fazer científico.
[20:17] <Madu> Perceberam que eles também podem escrever a história a partir de fontes primárias e não somente estuda-la em escritos de outros autores. Foi realmente uma prática inovadora para todos na escola.
[20:17] <Madu> Como o meu tempo já se esgotou eu agradeço a tods pela atenção e passo a palavra ao moderador.
[20:17] <daniervelin> Obrigada, profa. Maria do Carmo Ferreira dos Santos!
[20:18] <daniervelin> Ao final da apresentação do prof. Marcelo, discutiremos sua pesquisa
[20:18] <daniervelin> Passamos a palavra ao professor Marcelo Donizete da Silva para darmos prosseguimento às apresentações de hoje
[20:18] <daniervelin> Obrigada pela presença, professor Marcelo!
[20:19] <marcelo> Boa Noite todos e todas e todas .
[20:19] <marcelo> Primeiramente quero agradecer à equipe do stis pelo convite, em especial a Adelma que carinhosamente aceitou a discussão sobre o tema proposto em especial pelas questões que perpassam a condição profissional da maioria dos professores professoras da educação básica.
[20:19] <marcelo> Nessa nossa conversa, analisaremos primeiramente sobre os processos de organização nas políticas da década de 1960 e sua articulação para a atividade docente, de modo especial no que tange o processo da luta política acerca das condições docentes.
[20:19] <marcelo> Num segundo momento, analisaremos sobre as transformações políticas ocorridas nos anos de 1990 além do processo de precarização ocorrido nesse contexto com a advento das transformação do trabalho
[20:20] <marcelo> Para num terceiro momento discutirmos sobre o processo de precarização e condição docente.
[20:21] <marcelo> Antes de nos atentarmos ao trabalhador docente, gostaria de tratar, de forma um pouca mais aprofundada, o conceito de trabalho, me utilizando da ótica marxista. Sobre essa vertente, o trabalho é a força de trabalho do sujeito, e, portanto, é transformar potência em ação, de forma que o trabalhador domine o objeto trabalhador
[20:21] <marcelo> [...] o objeto(Gegenstand) que o trabalho produz, o seu, produto, se lhe defronta como um ser estranho, como um poder independente do produtor. O produto do trabalho é o trabalho que se fixou num objeto, fez-se coisal (sachlich), é a objetivação (Vergegenständlichung) do trabalho. A efetivação (Verwirklichung) do trabalho é a sua objetivação. Está efetivação do trabalho aparece ao estado nacional-econômico como desefeti
[20:22] <marcelo> Para melhor compreensão do objeto o abordarei de duas formas diferenciadas: uma análise do campo macro, demonstrando as relações entre entidades federativas, organizações mundiais, o planejamento global e seus desdobramentos de medidas políticas e econômicas na Educação Nacional; e outra análise no campo micro, apresentando as medidas adotadas pelo governo e demonstrando como essas 3 esferas do poder modificaram o cenário
[20:22] <marcelo> O que devemos destacar desde início, é a importância legislativa no contrato social de um Estado, e a importância dos agentes históricos atuantes na formulação da realidade social. Sobre a importância desses agentes que interferem legislativamente, temos que demonstrar a consequência negativa de se instrumentalizar o aparato do Estado à seu próprio favor, que consequentemente gera, o que explicitou Jaehns (2005) na obra â€
[20:22] <marcelo> Jaehn (2005) demonstra como os agentes históricos prejudiciais a harmonia de elementos relacionados à Ordem social, se estabelecem na organização e ação do Estado e se manifestam como “dois tipos de assassinos potenciais na sociedade: os assassinos de gabinete (aqueles que planejam, que detêm o poder sobre os executores) e as pessoas que executam as tarefas”.
[20:22] <marcelo> O que se constata é como o melhor para a sociedade não é o idealizado pelos tutores da burocracia estatal:
[20:23] <marcelo> Mas que haja pessoas que, em posições subalternas, enquanto serviçais, façam coisas que perpetuam sua própria servidão, tornando-as indignas;[...], contra isto é possível empreender algo mediante a educação e o esclarecimento. (ADORNO apud JAHEN, 2005: 118)
[20:23] <marcelo> O alerta de Adorno demonstra a importância do processo educacional para que uma sociedade possa diminuir os assassinos de gabinete existentes no âmago do Estado realocando os recursos públicos para finalidades corporativistas e partidaristas, prejudicando vários setores fundamentais para o desenvolvimento da qualidade de vida da população.
[20:24] <marcelo> Essas medidas burocratizantes ao longo do processo político que se consolidou fundaram as bases para a reformulação do docente e a desvalorização do seu papel perante a sociedade atual. Porém, a agitação que está no âmago da educação nacional possui sua origem em conflitos que até nossos dias não estão bem esclarecidos na nossa sociedade.
[20:24] <marcelo> O período de total desvalorização dos sujeitos que não se adequavam aos padrões da Ditadura Religiosa-Civil e Militar, através da ação extremamente violenta, de forma legitimada burocraticamente, e com um grande apoio de vários grupos da sociedade, como demonstrou Daniel Aarão Reis(2012).
[20:25] <marcelo> Ver Slide 1
[20:25] <daniervelin> código para os slides: marcelo
[20:25] <marcelo> A repressão desse período atingiu várias representações componentes dos setores públicos sociais do nosso país, e a educação em especial foi tratada de forma diferenciada com os acordos MEC-USAID, que intensificaram uma reformulação na constituição curricular do ensino nacional, colocando a constituição moral do sujeito acima do conhecimento científico-acadêmico.
[20:25] <marcelo> ver slide 2
[20:26] <marcelo> No que se refere à relações internacionais, o relacionamento entre Brasil e E.U.A., como foi demonstrado na obra “O Golpe na Educação” de Luiz Antonio Cunha e Moacyr de Góes (1991), se deu entre os acordos MEC-USAID que culminou na reformulação da Educação Nacional. As sucessivas mudanças num curto espaço de tempo iniciaram de maneira legitimada com a Lei N° 5.540 de 28 de Novembro de 1968 que retirou a autonomia aca
[20:26] <marcelo> Desse modo, as mudanças legislativas interromperam um projeto pedagógico que visava à formação do sujeito para a superação das adversidades cotidianas, nas mais variadas esferas sociais, incentivando o posicionamento crítico do estudante, e por isso, possuía na dinâmica de ensino uma diferenciação metodológica, pois o que o estudante já domina não será reformulado, mas será incorporado ao ensino, acabando com a passi
[20:28] <marcelo> Analisemos agora os processos de luta em especial com o surgimento do MUP Movimento unificado dos Professores
[20:28] <marcelo> Um dos pioneiros, em meados dos anos 1970, que defendiam a docência foi o MUP – Movimento Unificado dos Professores, que buscava uma reformulação da LDB de 1971 e uma articulação à classe docente mesmo com a impossibilidade da defesa sindical aos funcionários públicos, como demonstrou Gohn. Isso não significava que não existia a discussão e o debate sobre questões educacionais dentro de instituições públicas de ensin
[20:29] <marcelo> A forma de organização para o combate a perca de direitos trabalhistas estava na ação sindical devido à crise ocorrida em 1973, e no ano seguinte chegou até o trabalhador nacional com o arrocho salarial. Sobre a legalidade do sindicalismo nacional, a Lei 4330/64 desarticulou e enquadrou o sindicalismo nacional sobre a ótica do corporativismo.
[20:29] <marcelo> Dizer “novo sindicalismo” é opor as atitudes dos dirigentes sindicais considerados mais combativos às atitudes de seus contemporâneos ditos pelegos. Mas é opor também novas práticas às consideradas tradicionais no sindicalismo brasileiro dantes do golpe militar. (MATTOS apud MIRANDA, 2011:87)
[20:29] <marcelo> Ver slide 3
[20:30] <marcelo> A profissão docente estava novamente no centro das discussões sociais do Brasil, e consequentemente em Minas Gerais. Os debates iam desde a capacitação até discussões sobre recursos salariais, e para melhor se organizarem conseguiram estabelecer uma forma de resistência as imposições governamentais aos trabalhadores de educação.
[20:30] <marcelo> A população brasileira estava sofrendo com a recessão econômica, com os trabalhadores da educação mineira o problema era o mesmo, porém existiam dois agravantes que acentuavam a precarização de profissionais ligados à educação: o corporativismo das representações e a impossibilidade de organização sindical conforme o artigo 4 da lei 4330/64 demonstra “A greve não pode ser exercida pelos funcionários e servidores d
[20:30] <marcelo> Os trabalhadores em educação mineiros estavam sem possibilidade da ação, porém a conjuntura no período criou uma esperança no final dos anos 70, para retornar ao período utilizarei da tese de Wellington de Oliveira, “A Trajetória Histórica do Movimento Docente em Minas Gerais: Da UTE ao Sind-UTE”(2006)
[20:31] <marcelo> Em maio de 1978 eclodiram várias greves na região do ABC, e em Minas Gerais os metalúrgicos começaram também a mobilizar-se. Em Monlevade, os trabalhadores apresentaram mais uma vez, em agosto de 1978, suas reivindicações à empresa. Como não foram atendidos, decidiram-se, em assembléia pela greve.”(OLIVEIRA, 2006: 63)
[20:31] <marcelo> A organização sindical dos trabalhadores pode ser observada com a quantidade de núcleos espalhados pelo Estado, demonstrando em forma embrionária o que resultou na UTE- União dos Trabalhadores do Ensino. Se voltarmos alguns meses no ano de 79 observaremos que a articulação dos militantes do CGG- Comando Geral de Greve, possibilitou a organização de maneira diferenciada ao que estava ocorrendo na representação sindical:
[20:32] <marcelo> Inclusive durante o movimento os professores começam a identificar a APPMG com o governo estadual que naquela época era encabeçado pelo governador “biônico” Francelino Pereira do partido que dava sustentação política à Ditadura Militar – ARENA, pois “havia uma versão à época que Maria Telma que presidia a APPMG, tinha um acerto com o governo no sentido de fazer a campanha dela para presidente da CPB (Confederação
[20:32] <marcelo> Com a ressignificação do papel docente dentro das novas bases que representavam o profissional da Educação ciente da sua função social, e da importância do seu trabalho na sociedade sendo questionada, vemos elementos conjunturais – como a crítica ao corporativismo sindical, a reformulação do docente perante na sociedade da Ditadura, as greves trabalhistas no ABC e João Monlevade e a impossibilidade de organização legit
[20:32] <marcelo> Um circular intitulado “O Martelo” percorria as ladeiras de Ouro Preto no DAEMM/UFOP. Em uma edição extra de março de 79, além de problematizar sobre questões como a Anistia, o Transporte, o Meio Ambiente e a Economia, destacando como principal matriz dos seus questionamentos um mal que se fez presente na sociedade brasileira que vivenciou os “Anos de Chumbo”
[20:33] <marcelo> A nossa luta por melhores condições de ensino se encontra estreitamente ligada à luta por melhores condições de vida e trabalho para a população, na medida em que a educação é um dos serviços públicos que devem ser fornecidos a todos. Mais do que um meio de obter qualificação profissional, a Educação é principalmente um processo de criação e transmissão de conhecimento que deve ser posto a serviço de toda a socie
[20:33] <marcelo> Fonte do Periódico
[20:34] <marcelo> O que estava sendo discutido com as panfletagens na Região dos Inconfidentes estava demonstrando o descontentamento com as políticas públicas adotadas em vários setores, e o foco principal era o da educação e o da formação dos trabalhadores do país. A carência e a completa dissociação entre educação e trabalho criavam uma necessidade de organização dos trabalhadores, para que através de sindicatos, fosse possível a
[20:34] <marcelo> Com relação à importância da circulação de informação para a sociedade trabalhadora nacional do período, em Minas Gerais na região de Belo horizonte, vale ressaltar que a UTE se utilizou de modo inteligente para a circulação de mídias revolucionárias aumentando a sua capacidade de diálogo com a sociedade, para atingir esse objetivo o veículo de comunicação utilizado era o “Jornal dos Bairros”:
[20:34] <marcelo> Nós professores mineiros da rede particular e oficial, iniciamos um movimento por melhores salários e condições de trabalho e ensino. As condições de vida dos trabalhadores do ensino são atualmente péssimas. Os salários dos professores, como dos trabalhadores em geral, não acompanham a disparada do custo de vida. A maioria do professorado mineiro ganha entre um e dois salários mínimos. Por isso, para atender às mínimas
[20:35] <marcelo> O posicionamento dos “professores mineiros” como um movimento pertencente ao “novo sindicalismo”, procurava uma melhora na qualidade da educação da “família dos trabalhadores”, delatando a péssima condição de trabalho do docente não só no Estado de Minas Gerais, mas também em outras regiões do Brasil. A articulação do Movimento debatendo as questões relativas à Educação Nacional estava ganhando força tant
[20:36] <marcelo> na sociedade como um todo, e por essa razão também teve seus desdobramentos dentro do campo acadêmico.
[20:37] <marcelo> As pressões organizadas por movimentos ligados à regulamentação da Educação Nacional com parâmetros pedagógicos que visavam à formação do sujeito para além do mercado de trabalho ganhavam força com grupos articulados como: a Sociedade brasileira para o progresso da Ciência (SBPC) atuação entre 1976-1980
[20:37] <marcelo> a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) fundada em 1977; a Associação Nacional de Educação (ANDE) e o Centro de Estudos “Educação e Sociedade” (CEDES) da UNICAMP fundados em 1978.
[20:38] <marcelo> Em meio às reivindicações que estavam ocorrendo pelos trabalhadores nacionais, temos que demonstrar quais elementos que seriam responsáveis pela reestruturação da produtividade nacional e como as suas origens são externas à realidade brasileira:
[20:38] <marcelo> Entre 1979 e 1982, a política monetária e fiscal norte-americana desencadeou, através da violenta alta da taxa de juros, a ruptura da chamada “crise da dívida externa”. Isto, mais o cerceamento quase
[20:38] <marcelo> completo ao financiamento externo, obrigou a maioria dos países devedores a implantar políticas (ou tentativas de políticas) macroeconômicas de ajuste ortodoxo na base do chamado “Consenso de Washington”
[20:38] <marcelo> ” – cortes do gasto público, restrições monetárias, altos juros, arrocho salarial, câmbio “realista”, etc. - , o que implicava objetivamente corte parte da demanda interna, deslocando-a para a geração de excedentes mercantilizáveis no exterior para o atendimento do serviço financeiro da dívida externa. (OLIVEIRA, 2006:113)
[20:39] <marcelo> O “Consenso de Washington” demarcou dessa forma uma intervenção do Estado norte-americano na reestruturação da economia de mercado através da influência nas instituições financeiras situadas nos E.U.A. como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Banco Interamericano para o Desenvolvimento.
[20:40] <marcelo> Os E.U.A. agiu de forma paradoxal na concepção da sua política econômica, pois se por um lado planejava uma política ortodoxa visando a diminuição do papel do Estado, na própria imposição do Consenso agia de maneira contraria à lógica liberal. Explicitando a capacidade de interferência na educação mineira através dessa estratégia adotada no processo de transição política do Brasil, reestruturando à educação que
[20:40] <marcelo> MEC-USAID.
[20:40] <marcelo> ver slide 4
[20:41] <marcelo> A mobilização social que se iniciou com as greves no ABC, em 78, como resistências as sucessivas perdas trabalhistas instaladas no governo com o Pacote de Abril desencadeou uma série de revoltas em vários locais do país
[20:42] <marcelo> Transformando greves trabalhistas com características econômicas em manifestações políticas com características classistas como os movimentos de Anistia Política de 79, e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) N° 5/1983, conhecida como “Emenda Dante de Oliveira”:
[20:42] <marcelo> Porém, o povo brasileiro ficou frustrado, porque no dia 25 de abril de 1984 a“Emenda Dante de Oliveira” foi colocada em votação no Congresso Nacional e não conseguiu votos suficientes para sua aprovação.
[20:42] <marcelo> Por que a ação do governo com apoio de seu partido de sustentação, PDS, impediu que ela obtivesse os 2/3 de votos que possibilitassem sua aprovação.(OLIVEIRA, 2006: 148)
[20:43] <marcelo> Como essas questões influenciaram os anos de 1990?
[20:43] <marcelo> ver o documentário "Pequenos Granitos de Areia"
[20:44] <marcelo>
[20:44] <marcelo> assistam o documentário para complementar a reflexão que estamos fazendo
[20:45] <marcelo> A influência da economia globalizada na superação do sistema keynesiano através do neoliberalismo e da diminuição da interferência do Estado, com uma regulamentação econômica visando um desenvolvimento mais acentuado do cenário nacional e a necessidade de reformulação da atuação Sindical no Brasil
[20:45] <marcelo> deu brechas para que o Presidente Fernando Henrique Cardoso conseguisse implementar na sua gestão uma reformulação na Educação nacional.
[20:46] <marcelo> A referência utilizada foi o documento da CEPAL/UNESCO intitulado “Educação e Conhecimento: Eixo da Transformação Produtiva com Equidade”, de 1992. Este documento traz à tona a necessidade da reformulação educacional em países que buscam um desenvolvimento tecnológico de forma mais incisiva
[20:46] <marcelo> e seu reflexo na educação nacional através de políticas públicas foram: a LDB 9394/96 e a EC 14/96 que resultaram no Senado na Lei 10.172/01 que regulamentou o Plano Nacional de Educação.
[20:46] <marcelo> O método de interferência e os objetos são claramente visando privilegiar a formação de mão-de-obra, e não uma formação que estimule o posicionamento crítico necessário para a funcionalidade da cidadania:
[20:47] <marcelo> A proposta estratégica está articulada ao redor dos objetivos de cidadania - que se refere à eqüidade, à responsabilidade social, à transmissão de valores e à formação democrática - e de competitividade - que visa à aquisição das habilidades e destrezas necessárias para poder desempenhar seu papel produtivamente no mundo moderno
[20:47] <marcelo> Cf. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001682.pdf>;
[20:47] <marcelo> A diminuição do Estado seguindo à lógica liberal da economia ortodoxa clássica, comprime o papel da economia pública numa sociedade, estimulando a entrada de bens de consumo, estimulando à livre concorrência e incentivando o investimento das Nações nos produtos no qual ele tem vantagens comerciais.
[20:48] <marcelo> Se nos embasarmos nos ideais econômicos para a organização da cultura e das relações sociais existentes na nossa sociedade, nos depararemos com métodos de governar que possuem elementos antidialéticos na sua concepção
[20:48] <marcelo> que irão acentuar fenômenos anômalos e o pauperismo na sociedade com a reestruturação educacional, acentuando uma tendência observada por Gramsci
[20:48] <marcelo> A tendência, hoje, é a de abolir qualquer tipo de escola "desinteressada" (não imediatamente interessada) e "formativa", ou conservar delas tão-somente um reduzido exemplar destinado a uma pequena elite de senhores e de mulheres que não devem pensar em se preparar para um futuro profissional,
[20:48] <marcelo> bem como a de difundir cada vez mais as escolas profissionais especializadas, nas quais o destino do aluno e sua futura atividade são predeterminados. (GRAMSCI,1982:118)
[20:49] <marcelo> O que se observa com o a teorização e a sucessivas ações deliberativas de agentes históricos, com uma alta capacidade de articulação no cenário político nacional, são elementos conjunturais que forçam uma mudança estrutural na Educação Nacional
[20:49] <marcelo> demonstrando a necessidade de atuação de outros agentes para conter determinadas práticas corporativistas.
[20:50] <marcelo> A desestruturação sindical e a ofensiva pela reformulação estrutural da sociedade para se realocar a produtividade visando aumentar a riqueza nacional motivada por uma sociedade organizada no individualismo
[20:50] <marcelo> criada e assimilada por grupos deliberativos, desencadearam mais uma parte do processo de precarização docente, e foi sentida pelo profissional que exerce funções pedagógicas tanto em cargos administrativos quanto na prática docente.
[20:51] <marcelo> Porém como ocorreu a desestruturação da ação sindical no país e no Estado de Minas Gerais?
[20:51] <marcelo> A ação sindical que questionou e influenciou a reformulação de elementos legislativos no país, na transição dos anos 80, certamente foi se reestruturando com o fim da guerra fria, e a absorção de um novo mundo produtivo que pertencia ao União Soviética,
[20:51] <marcelo> intensificou a reestruturação produtiva, com isso começa a surgir dentro da maior instituição sindical do país, a CUT, uma reformulação estrutural dos seus objetivos, que acreditavam numa “via única” que mudaria a perspectiva da entidade nos anos 90
[20:52] <marcelo> Segundo Miranda (2011), outro elemento de grande importância foi à criação da Força Sindical, que claramente surgiu com ideais corporativistas, já que era patrocinada pelo governo Collor e sua lógica neoliberal, influenciando a CUT a se tornar um sindicalismo de “negociação e conciliação entre Capital e Trabalho”
[20:52] <marcelo> Aliados à essas medidas, a ação que demonstrou o abandono aos ideias dos trabalhadores nacionais em detrimento de negociações sobre produtividade numa escala macroeconômica, resultando na concretização conjuntural que possibilitou a mudança do sindicalismo nacional
[20:53] <marcelo> foi a filiação da CUT à CIOSL no ano de 1992, essa confederação internacional que a Central incorporou possui muita influência da política norte-americana.
[20:53] <marcelo> Os reflexos em Minas Gerais dessas mudanças das estruturas sindicais, atrelados à flexibilização do trabalho na sociedade nacional e as mudanças legislativas atingiram a UTE, como demonstra os trechos a seguir no trabalho de Oliveira:
[20:53] <marcelo> Um segundo espaço tempo que vislumbro vai do início dos anos 1990 ao início do século XXI. Esse período eu denomino como “constituído”, pois a conquista ao direito à sindicalização garantida pela Constituição de 1988, consolida a UTE, que após a unificação passa a se denominar Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), e em face disto se estabelece de forma sindical semelhante aos outros sindicatos
[20:54] <marcelo> Outro fator que requer a atenção para a reformulação das entidades sindicais é o posicionamento dos agentes históricos que lideravam à militância sindical durante o processo de transformação que a sociedade brasileira estava sofrendo. Muitos foram assimilados pelo Estado, sob a égide do Partido dos Trabalhadores.
[20:54] <marcelo> Isso aí é uma discussão um pouco mais complicada, por que ela envolve variáveis subjetivas. Eu tenho uma posição muito dura sobre essas coisas. Eu acho isso muito importante, certo. Primeiro se você for pegar o essencial da minha trajetória ia ser engenheiro na vida.
[20:54] <marcelo> Nunca nenhum engenheiro me cobrou porque eu não fiz o curso de engenharia. Já no passo seguinte eu ia ser administrador de empresas, foi a primeira coisa que eu formei. Ninguém nunca veio me cobrar porque eu não continuei
[20:55] <marcelo> administrando na minha vida. É...esse é um processo complicado, o que acontece é contraditório, há uma dialética (sic.) aí. Que ela é mais complexa do que é a coisa do poder.
[20:55] <marcelo> Não se trata, quer dizer, não quero dizer com isso que algumas pessoas de fato “não virem a casaca”. É importante dizer isso. Qual lugar você se encontra? Eu creio quando você está no sindicato, sua função é defender a sua categoria. (OLIVEIRA,2006:215)
[20:56] <marcelo> Com isso retorna de forma mais intensificada o processo de reformulação da pedagogia escolar, visando alertar à interferência do mercado econômico de iniciativa privada na concepção metodológica da educação nacional pública e privada
[20:56] <marcelo> com relação ao tema, gostaria de demonstrar o documento publicado no domínio público nacional pelo INEP- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa- elaborado pela CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe - em parceria com a UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, no início dos anos 90
[20:56] <marcelo> A proposta estratégica está articulada ao redor dos objetivos de cidadania - que se refere à eqüidade, à responsabilidade social, à transmissão de valores e à formação democrática - e de competitividade - que visa à aquisição das habilidades e destrezas necessárias para poder desempenhar seu papel produtivamente no mundo moderno
[20:57] <marcelo> Como critérios inspiradores das políticas que serão derivadas dessa proposta estratégica, podem ser consideradas a eqüidade que se refere à igualdade de oportunidades e à compensação das diferenças, e o desempenho, refletido na avaliação de rendimentos e no incentivo à inovação.
[20:57] <marcelo> Cf. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001682.pdf
[20:58] <marcelo> [..] a importância de investir em educação para sustentar o crescimento econômico, a rentabilidade desse investimento em termos de uma análise de custos-benefícios, a rentabilidade desse investimento em termos de uma análise de custos-benefícios, a questão da “qualidade total” e da reforma do sistema gerencial para atingir níveis de eficiência comparáveis àqueles das empresas. (TOMMASI, 1996:205)
[20:58] <marcelo> Os reflexos reais na Educação nacional e mineira são percebidos com os Acordos entre o BM-Banco Mundial- e grande parte dos Estados brasileiros, com esses acordos a visão pedagógica foi deixada num segundo plano à medida que o BM aceitava investir se tivesse autonomia para intervir e influenciar em medidas deliberativas, Como demonstrou Tommasi
[20:58] <marcelo> O projeto implementado em Minas Gerais, com o nome “Apresentação do projeto “melhoria da qualidade da Educação Básica em Minas Gerais” (Pró-Qualidade) foi aprovado pela assembleia legislativa em 94 tendo como objetivos específicos mudanças na administração escolar, na formação do docente, no material didático e na melhora do ambiente escolar físico
[20:59] <marcelo> com subprojetos visando o monitoramento e a pesquisa sobre os resultados produtivos obtidos, ignorando totalmente a necessidade de investimento no docente em si e na melhoria do seu bem-estar, criando de forma paradoxal uma desvalorização intensificada após o investimento.
[21:00] <marcelo> Com base nas questões apresentadas sobre a condição docente no contexto mineiro, nosso debate agora será para compreender o processo da precarização
[21:00] <marcelo> O que percebemos foi que, com os avanços das políticas neoliberais iniciadas na decada de 1960
[21:01] <marcelo> tendo sua continuidade nos anos de 1990 e subsequentes.
[21:02] <marcelo> A tendência da desvalorização do trabalho desencadeou no tocante a realidade escolar um total descompasso entre a crítica e a atividade escolar.
[21:03] <marcelo> Com a crise dos processos educacionais o que assistimos é justamente a desvalorização da profissão em relação das demais áreas profissionais.
[21:04] <marcelo> Os cursos de licenciatura pedem seu prestígio, há falta de professores em todas as áreas do conhecimento, em especial na área de ciências da natureza.
[21:04] <marcelo> Questões que fazem parte da realidade também das escolas mineiras.
[21:05] <marcelo> que sofrem com o processo do sucateamento, desvalorização do da atividade pedagógica e da violência, que assola grande parte das escolas.
[21:07] <marcelo> Analisar o processo histórico sobre o desenvolvimento das políticas educacionais, como nos apresenta Saviani é de fundamental importância para analisarmos todo o desenvolvimento da profissão a qual fazemos parte.
[21:07] <marcelo> Agradeço à todos e todas por esse momento.
[21:07] <daniervelin> Muito obrigada, professor Marcelo Donizete da Silva!
[21:07] <marcelo> Abraços e Boa Noite.
[21:07] <daniervelin> Informamos que a sala está aberta para a discussão em torno das conferências
[21:07] <Madu> Que digressão fantástica Prof. Marcelo. Esclarece muito do que estamos revivendo na profissão docente hoje.
[21:08] <marcelo> obrigado Madu
[21:08] <daniervelin> estava pensando nisso mesmo, Madu!
[21:08] <marcelo> não deu temo para aprofundar
[21:08] <daniervelin> como se diz, "tocou na ferida"
[21:08] <Madu> Totalmente
[21:08] <daniervelin> muito bom ter esse panorama, porque a maioria das críticas não é fundamentada
[21:09] <daniervelin> precisamos conhecer bem a história até para criticar, né?
[21:09] <Madu> Aliás, a ferida está sangrando novamente, com hemorragia já.
[21:09] <Madu> A luta vai ser maior ainda Marcelo.
[21:09] <marcelo> verdade.
[21:09] <daniervelin> prof. Marcelo, e quanto aos sindicatos? Qual é a perspetiva diante da reforma trabalhista?
[21:10] <daniervelin> será que já dá para prever?
[21:10] <marcelo> precisamos compreender a história para podermos verificar qual é o nosso campo de luta
[21:10] <marcelo> exatamente.
[21:10] <adelmaa> É tocante,chocante e até impactante, dói na carener perceber que esta construção historica de sua apresentação parece-ne um filme sendo dirigido pro outros atores ,mas com mesmo enredo. itado com os mesmos sinais de crueldade que foi realizada na sua primeira impressão.
[21:10] <marcelo> Dani.
[21:10] <Heloisa> Dani, exatamente isso me chamou a atenção: a fundamentação das críticas. O panorama geral ficou claro. Eu diria "didático" para maior compreensão.
[21:12] <marcelo> Estamos em uma encruzilhada que é difícil avaliar qual será o posicionamento sindical, uma vez que quase todos adentraram a esfera patronal. talvez precisemos de algum tempo para filtrar tudo isso e pensarmos em outras ações.
[21:12] <daniervelin> Madu, muito bonito seu trabalho! Fiquei mesmo pensando nos vários projetos educacionais que podemos propor com ele. Aqui em Uberaba há uma fábrica de sinos e já fizemos algumas visitas lá com alunos, o que gera discussões bem interdisciplinares.
[21:13] <adelmaa> E ficou claro ,Heloísa, porque os atores sociais hoje não se dão ao trabalho de fazer diferente ,apenas editam o que já foi feito anteriormente.
[21:13] <marcelo> Sim Heloísa, Sem a leitura política fica difícil pensar em ações objetivas.
[21:13] <Madu> Há muitas possibilidades Dani principalmente pra vcs que tem a fábrica aí.
[21:13] <Heloisa> Madu, onde consigo pegar o registro da sua fala, já que não consegui entrar a tempo?
[21:14] <marcelo> dada a situação de desemprego que vivenciamos, a análise parte muito sobre manutenção do emprego.
[21:14] <Madu> O log será disponibilizado Helóisa, logo logo
[21:14] <adelmaa> E vamos assistindo ao sucateamento das instituições educacionais como se fosse algo normal, banal corriqueiro.
[21:15] <Heloisa> E como ficamos com essa falta de leitura geral?
[21:15] <Madu> Marcelo, o Prof. Renato Jaine Ribeiro está fazendo um movimento para formar uma lista de candidatos ao senado e à Camara para representarem a educação.
[21:16] <pipoka> marcelo: realmente excelente sua apresentação, muito importante, estou pensando em levar o log dessa apresentação para meus alunos da letras refletirem, parabéns! Madu, lindo seu trabalho, muito cuidadoso e com uma preocupação com a relação com a comunidade encantadora, parabéns! (da acris do texto Livre).
[21:16] <Heloisa> Leitura da palavra, de mundo, crítica, política, social...
[21:16] <Madu> Não há representatividade. Ele argumenta que o agronegócio e os patrões assumem 75% das vagas.
[21:16] <marcelo> Que bom Dani, assim podemos trabalhar em outras frentes para não deixar esfriar o debate.
[21:17] <Madu> Obrigada pelo incentivo Ana. Tenho compromisso mesmo com a sala de aula.
[21:18] <Madu> É nela que eu me sinto na luta.
[21:18] <marcelo> obrigado pipoka, estou a disposição para o que precisar.
[21:18] <adelmaa> Trabalho como o seu Madu tem e terá sempre um espaço aberto e plural nas escolas,especialmente as mineiras que tem esta historicidade contada vivida na hisotria oral desde as igrejas, museus, sinos e suas memórias.
[21:18] <pipoka> obrigada
[21:18] <Madu> Os museus do Brasil e do mundo estão disponibilizando seus acervos.
[21:19] <Madu> O Prof. Marcelo nos mostrou a importância de conhecer a história para compreender o presente
[21:19] <marcelo> Prof Ana Cristina estou do lado da Professora Adelma que me confidenciou que você é a pipoka. Muito Prazer em conhecê-la.
[21:20] <Madu> Penso exatamente dessa maneira e por isso estou trabalhando duro na escola para que os alunos sejam protagonistase não apenas lendo livros didáticos
[21:20] <adelmaa> Ambos nos proprocionaram esta imersão em nossa história.
[21:20] <pipoka> o prazer é meu, marcelo, não carece de formalidade não sorriso
[21:20] <marcelo> ótimo estamos juntos.
[21:20] <Heloisa> Fundamental né Madu pra se ter entendimento do próprio mundo.
[21:20] <Madu> Quando nós apresentamos o trabalho na sexta legal, a surpresa e o encantamento até dos colegas de trabalho nos incentivaram a continuar
[21:21] <Madu> Ahhhhh pipoka!
[21:21] <pipoka> :*
[21:21] <Madu> Que bom vc aqui.
[21:22] <marcelo> Pessoal alguém tem mais pergunta?
[21:23] <marcelo> Ana gostaria muito de estreitarmos os laços sobre as parcerias entre os meus alunos também e vocês da UFMG
[21:23] <marcelo> caso queiram entrar em contato.
[21:24] <marcelo> meu e-mail marmaio1970@gmail.com
[21:24] <pipoka> opa, marcelo, vamos sim, me escreve, a genteelabora alguma coisa
[21:24] <pipoka> o meu é acris@textolivre.org
[21:24] <marcelo> ok
[21:25] <Heloisa> Parabéns Profº Marcelo pela brilhante apresentação e a Madu pela dedicação à educação e ao trabalho que faz.
[21:25] <JoyceFettermann> Marcelo e Madu, parabéns pelas apresentações! Uma pena eu só conseguir chegar no final, mas foi bom acompanhar as discussões. sorriso
[21:25] <Madu> Bem eu agradeço imensamente a oportunidade de participar. À Adelma, tenho todos os elogios. É uma pessoa extraordinária.
[21:26] <marcelo> Pessoal tenham todos e todas uma boa noite. Forte Abraço. Agradeço a Dani pela moderação e espero estar em breve com vocês, para outras discussões.
[21:26] <Madu> Muito obrigada a todos pela presença.
[21:26] <pipoka> clap clap clap clap clap
[21:26] <marcelo> Abraços e Boa Noite.
[21:26] <Heloisa> Boa noite a todos.
[21:26] <pipoka> clap clap clap clap clap clap
[21:26] <pipoka> clap clap clap clap clap clap
[21:26] <pipoka> parabéns!
[21:26] <Madu> Marcelo, vou ler com muito carinho sua apresentação novamente. Um mergulho na profissão docente do presente
[21:26] <daniervelin> Obrigada, marcelo e Madu !
[21:27] <Madu> Boa noite.
[21:27] <pipoka> parabéns, adelmaa! Obrigada, daniervelin!
[21:27] <daniervelin> Damos por encerrado então o seminário de hoje! Agradecemos a presença de todos!
[21:27] <marcelo> Ok madu, também lerei a sua apresentação.
[21:28] <adelmaa> Obrigada a todos e todas. Lembrem-se que em setembro a nossa querida Heloísa. membro do stis, nos presenteou com dois conferencistas extraordiários. O tema será na área da literaturaaaa!!!!
[21:28] <pipoka> boa noite a tod@s!
[21:30] <adelmaa> Obrigada prof Marcelo e prof Maria do Carmo ( Madu) pela excecpionais exposições. Duas aulas memroáveis! Até setembro! Boa noite a todos! Obrigada Daniervelin pela parceira! Obrigada, anjo terreno!

 

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