STIS 2017

Site: Grupo Texto Livre
Curso: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC
Livro: STIS 2017
Impresso por: Usuário visitante
Data: quarta, 12 mar 2025, 12:33

1. Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC 2017

Dados e registros das conferências e mesas do STIS 2017.

Para acessar cada uma, utilize o menu à sua direita.

Laboratório Semiotec - Texto Livre.org

2. 24/Março: Autoria na Alfabetização e Papo de Professor

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Mara Mansani e Damione Damito

Conferência dupla STIS

Março-2017

Dia 24 de março às 14 horas, na Sala de Conferências do STIS

 

LENGALENGA, HAICAIS E OUTRAS ESCRITAS: As práticas da produção de textos de autoria na alfabetização

(Profª Mara Mansani)

Resumo: Esse estudo tem como objetivo apresentar, explorar e discutir, boas práticas de produção de textos autorais no processo de alfabetização. Foram analisados projetos que exploram a escrita na alfabetização, o  desenvolvimento de práticas de “modelização para a escrita”, tendo como  base a teoria construtivista, a partir dos estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Nessa perspectiva, o educando sendo o protagonista do seu processo de aprendizagem, é tido muito mais que um sujeito que escreve, sendo então um sujeito escritor, capaz de expressar suas ideias, sentimentos ou necessidades, através de suas escritas autorais de qualidade. Entendemos que a adoção de boas práticas sistematizadas de produção textual contribuem de maneira eficaz na alfabetização dos educandos e na consolidação dos conhecimentos adquiridos.

PODCAST PAPO DE PROFESSOR: A voz do professor no processo transformativo

(Damione Damito)

Resumo: O uso de podcasts na educação tem sido cada vez mais discutido, no entanto, o uso dessa mídia como ferramenta de formação continuada docente ainda é praticamente inexplorado. Dentro desta perspectiva, Prof Damione Damito demonstrará os passos para a criação de um podcast e compartilhará como o Podcast Papo de Professor tem sido utilizado com sucesso para essa finalidade além de falar sobre seus sucessos e insucessos nesse projeto que nasceu nas geladas terras da Finlândia.

2.1. registro 24/março

Registro da Conferência em chat escrito, de 24 de março de 2017:

 

 LENGALENGA, HAICAIS E OUTRAS ESCRITAS: As práticas da produção de textos de autoria na alfabetização
conferencista: Mara Mansani

PODCAST PAPO DE PROFESSOR: A voz do professor no processo transformativo
conferencista: Damione Damito

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[13:57] <adelmaa_> Boa tarde a todos e todas! É com imensa alegria que venho, em nome do Grupo STIS - SEMINÁRIOS TEÓRICOS INTERDISCIPLINARES DO SEMIOTEC e da profª Drª Ana Cristina
[13:57] <adelmaa_> Fricke Matte, dar boas-vindas a todos vocês que nos honram com sua presença: conferencistas e participantes.
[13:57] <adelmaa_> O Stis é um programa de conferência realizado na penúltima semana de cada mês de março a dezembro, congregando pesquisadores do Brasil e do exterior em torno do tema educação livre e democrática
[13:58] <adelmaa_> O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa polvo denominado TEXTO LIVRE do CNPq, liderado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[13:58] <adelmaa_> Ao longo desta caminhada o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior.
[13:58] <adelmaa_> Na verdade, nós do grupo STIS, temos muito o que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 24 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[13:58] <adelmaa_> tais como, Luiz Tatit, Maria Lucia Castanheira, Almeida Filho, J Moran, dentre outros nomes do Brasil e do exterior como o Brian Street (Kings College/Londres), Luis Gonçalves (Princenton University) e o Julio Paz (Argentina).
[13:58] <adelmaa_> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP / Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário
[13:58] <adelmaa_> Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidados do Prof. Marcelo Buzzato.
[13:58] <adelmaa_> Para que este trabalho se concretize a cada mês contamos com a colaboração voluntária de uma equipe fantástica de seres humanas altruístas
[13:58] <adelmaa_> que compartilham da mesma concepção de que as mudanças na nossa sociedade só acontecerão através da educação.
[13:59] <adelmaa_> Assim, mais um ano de trabalho, de conferências extraordinárias, de encontros de saberes e rica de experiência se inicia hoje no STIS. Com ele, novas ideias, novos projetos, novos expectativas, anseios e vontade de compartilhar o fazer
[13:59] <adelmaa_> educação de forma democrática, ou seja, com acesso gratuito a todos os interessados. Este ano o GRUPO STIS tem desejos que almejamos concretizar: ampliar ainda mais nossas parceiras com instituições
[13:59] <adelmaa_> educacionais e não educacionais que queiram, como a gente, dar acesso ao conhecimento a quem desejar recebê-lo.
[13:59] <adelmaa_> Para que o STIS apresente a vocês as melhores conferências e os melhores conferencistas (claro!), contamos com uma equipe formada por 20 membros voluntários, que trabalham
[13:59] <adelmaa_> incansavelmente com amor, consciência e dedicação a uma só causa: fazer a diferença no mundo por meio da educação.
[13:59] <adelmaa_> Quero agradecer publicamente à Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, idealizadora de todo Projeto Texto Livre, do qual o projeto STIS é uma de suas crias. Agradeço pela confiança em
[13:59] <adelmaa_> mim depositada para coordenar este valioso projeto e ao meus/minhas membros da equipe STIS.
[14:00] <adelmaa_> Farei agora uma breve apresentação de nossos conferencistas convidados. Nossos dois conferencistas convidados são:
[14:00] <adelmaa_> O prof Prof. Damione Damito Sanches Sigalas Dameão da Silva é graduado em Redes de Computadores pela Universidade Metodista de Piracicaba e especialização na mesma área. Cursou o programa especial em Educação Profissional pela HAMK University of
[14:00] <adelmaa_> Applied Sciences/Finlândia onde desenvolveu pesquisas em novas tecnologias educacionais, ferramentas online de colaboração, internacionalização e formação continuada docente. Professor no Instituto Federal de São Paulo na área de
[14:00] <adelmaa_> Infraestrutura de Redes. É o idealizador e apresentador do Podcast Papo de Professor que há 2 anos disponibiliza conteúdos de áudio em inglês e português com a intenção de divulgar novas ideias, teorias e boas práticas na educação.
[14:00] <AnaMatte> Adelma, o STIS é bem mais do que sonhei, graças a você, eu é quem devo agradecer.
[14:00] <adelmaa_> Nossa segunda conferencista convidada é a Profª Mara Elizabeth Mansini . Formada em Normal Superior Educação/Alfabetização, professora Efetiva do Ensino Básico Fundamental l, pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, em Sorocaba;
[14:00] <adelmaa_> e pela Prefeitura Municipal de Salto de Pirapora/SP, com experiencia de 29 anos no magistério. Projeto de Educação Ambiental "Editora Mirim";
[14:00] <adelmaa_> selecionado pelo WWF-Brasil, 1996, publicado no livro: Muda o Mundo, Raimundo Educação Ambiental no Ensino Basico do Brasil/WWF.
[14:00] <adelmaa_> Premiada em 2014, pela Fundação Victor Civita/ Prêmio Educador Nota 10,com o Projeto:"Escrevendo com Lengalenga"; Blogueira da Nova Escola-Blog de Alfabetização.
[14:01] <adelmaa_> Sejam vem-vindos a todos conferencistas e participantes!
[14:01] <adelmaa_> A todos os participantes do Brasil e do exterior, gostaria de agradecer em nome de toda a equipe pela suas honrosas presenças. É um prazer tê-los conosco nesta tarde de sexta-feira.
[14:01] <adelmaa_> Obrigada por nos ajudar a fazer do STIS uma ação concreta de democratização da educação de todos e para todos.
[14:01] <adelmaa_> Agora explicarei, de forma pormenorizada, o funcionamento de um evento online como o do STIS para os que participam pela primeira vez de nosso evento.
[14:02] <adelmaa_> Passarei a palavra neste momento ao moderador deste evento, o prof. Dr. Woodson Fiorini de Carvalho, que explicará em detalhes o funcionamento de nossa conferência virtual.
[14:02] <SOL> BOA TARDE
[14:02] <adelmaa_> Obrigada, sejam bem vindos e um ótimo evento a todos!
[14:03] <adelmaa_> woodsonfc, por gentileza!
[14:03] <woodsonfc> Teremos 30 minutos para cada apresentação, ao fim das quais abriremos para a discussão
[14:04] <woodsonfc> Correto adelma?
[14:04] <adelmaa_> sim, isso mesmo!
[14:04] <adelmaa_> Você pode explicar como funciona este evento?
[14:04] <woodsonfc> Então podemos começar com o primeiro palestrante
[14:05] <LaisUEMG> Oi
[14:05] <JADYRREZENDEUEMG> Oi
[14:06] <adelmaa_> Antes,deixe eu explicar apenas alguns detalhes de como funciona o evento, pode ser Woosonfc?
[14:06] <adelmaa_> Para quem participa pela primeira vez, teremos 30 minutos de apresentação a apresentação acontece apenas por escrito, no chat, ou seja, não há vídeo nem áudio
[14:06] <adelmaa_> durante esse tempo, a sala estará moderada, ou seja, só quem tem a palavra é o conferencista e o moderador do evento
[14:06] <adelmaa_> Após cada conferência abriremos a sala para perguntas 30 minutos, sugestões e discussão geral das ideias expostas, O código para os slides, caso o conferencista faça uso em sua apresentação será indicado no início da conferência. Para isso basta inserir o
[14:06] <adelmaa_> código informado à direita, depois de escolher o tipo de atendimento: “apresentação de slides. Vocês podem também regular o tamanho do chat e slides ajustando a coluna
[14:06] <adelmaa_> vertical entre as partes (ao meio desta página de internet). Desejamos um extraordinário evento a todo(a)s!
[14:07] <adelmaa_> Professor Damione, pode começar sua conferência quando quiser. Cole, por gentileza, frases pequenas, de até 3 linhas, durante sua apresentação, ok? O professor Damione não fará uso de slides.
[14:07] <Damione> Boa tarde. Primeiramente gostaria de agradecer o convite da Prof Adelma para estar nesse evento e aproveito para parabeniza-los pela criação desse espaço de compartilhamento de saberes. Estou muito feliz e empolgado com essa oportunidade.
[14:08] <Damione> Ministro aulas a aproximadamente 13 anos, porém ingressei como professor do Instituto Federal de São Paulo através de concurso público somente no início de 2014 onde atualmente ministro aulas nas disciplinas de Infraestrutura de TI para o nível médio técnico e eventualmente para a graduação.
[14:09] <Damione> Sou um apaixonado pela minha minha profissão e sempre tentei ser um professor criativo e inovador, no entanto, cheguei em um determinado momento em que compreendi que precisava mudar em minha prática docente, porém não sabia exatamente o que poderia fazer.
[14:10] <Damione> Certamente não fui o primeiro a ter essa sensação e, infelizmente, tampouco serei o último e justamente tentando ajudar professores sedentos de novas ideias e inspiração assim como eu que em 2015 criei o Podcast Papo de Professor, onde
[14:10] <Damione> compartilho quinzenalmente arquivos de áudio onde são discutidas teorias, novas ideias e boas práticas na educação.
[14:10] <Damione> É um trabalho verdadeiramente empolgante e inspirador!
[14:10] <Damione> A experiência que vou compartilhar hoje com vocês está diretamente relacionada a minha ida a Finlândia durante o primeiro semestre de 2015 onde executei um projeto de pesquisa com o apoio da CNPq, SETEC/MEC e algumas universidades finlandesas
[14:11] <Damione> através da chamada 41/2014. Tive como desafio principal, entender como novas tecnologias poderiam contribuir com a formação continuada de docentes na educação profissional e tecnológica.
[14:11] <Damione> Como é de conhecimento geral, a Finlândia tem cada vez mais obtendo atenção da mídia global devido ao seu rápido progresso na área educacional e tentando compreender as razões desse êxito foi que juntamente comigo embarcaram outros 34 professores da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica.
[14:12] <Damione> Como não é objetivo desse nosso encontro compreender a razão de sucesso da Finlândia no âmbito da educação, me limitarei a apontar a formação docente como um dos seus pilares.
[14:13] <Damione> O docente finlandês tem como pré-requisito para exercer sua atividade além da graduação, o mestrado e também uma capacitação especial para a docência. Além da formação inicial, podemos destacar também que há uma grande preocupação na formação continuada do profissional da educação.
[14:14] <Damione> Através de conversa com educadores do Brasil, pude notar a lacuna que existe em relação as políticas públicas relacionadas a formação continuada docente na nossa nação.
[14:14] <Damione> Conforme defende Perrenoud (1999) apesar das mudanças sociais a escola muda lentamente, e consequentemente o trabalho docente também muda lentamente fazendo-se necessário a criação de meios que possam agilizar e suportar a adaptação docente a nova realidade em qual a escola está inserida – Mais rápida e colaborativa.
[14:15] <Damione> Gostaria de enfatizar que não pretendo entrar em discussão da qualidade da formação inicial docente e sim dar ênfase ao aprendizado ao longo da vida do professor.
[14:15] <Damione> Exatamente nesse contexto que podemos inserir e contemplar o potencial do podcast como ferramenta pedagógica para suporte da formação continuada docente. Concordo com Reis e Gomes (2007) que o uso de podcasts pode contribuir significativamente para o letramento digital do professor e dos alunos, para o desenvolvimento da oralidade,
[14:16] <Damione> desmitificação do uso de Tics (tecnologias de informação e comunicação) em sala de aula, autonomia do aluno, mediação do professor e construção do espírito de colaboratividade quando este recurso é usado pelo professor dando autonomia aos alunos.
[14:16] <Damione> Entendendo então o papel do podcast dentro do contexto da formação continuada docente gostaria de compartilhar minha experiência na criação do maior podcast brasileiro focado na formação continuada de professores.
[14:17] <Damione> Gostaria de esclarecer que os podcasts podem ser feitos com apenas um celular e um pouco de criatividade, no entanto, decidi que o Podcast Papo de Professor – PdP seria um produto profissional e para isso deveria possuir uma aparência profissional, deveria
[14:20] <woodsonfc> Estamos com um problema técnico na conexão do prof Damione
[14:21] <adelmaa_> Wood, por gentileza, dê op para o Damione!
[14:21] <woodsonfc> aguardem que na Internet isso é comum
[14:21] <adelmaa_> Obrigada, acris!
[14:21] <Damione_> Já estou de volta?
[14:21] <acris> sim
[14:21] <Damione_> Ótimo, me perdoem estou no prédio do MEC em Brasilia e na minha sala a conexão está instável.
[14:21] <woodsonfc> perfeito Damione_
[14:21] <Damione_> Voltemos então a apresentação.
[14:21] <woodsonfc> comum
[14:22] <Damione_> Gostaria de esclarecer que os podcasts podem ser feitos com apenas um celular e um pouco de criatividade, no entanto, decidi que o Podcast Papo de Professor – PdP seria um produto profissional e para isso deveria possuir uma aparência profissional, deveria
[14:22] <Damione_> ser acessível a uma grande quantidade de público além de ter ótima qualidade de áudio fazendo-se necessário os passos que relatarei a seguir.
[14:22] <Damione_> O primeiro passo para a criação do podcast foi o desenvolvimento da nossa logomarca que foi feita através do serviço online pago chamado Logovia. Onde o serviço é “leiloado” entre dezenas de designers que enviam sugestões de logos baseados no
[14:23] <Damione_> briefing de sua marca e, após ter seu trabalho escolhido pelo contratante (eu, nesse caso) recebe um valor previamente definido.
[14:23] <Damione_> Também fez-se necessário desenvolver o ambiente virtual onde são armazenados os episódios do podcast que foi criado com base na plataforma Wordpress e armazenado pela empresa de hospedagem especializada em podcasts Euler Soluções em Internet além da compra do domínio www.papodeprofessor.com.
[14:23] <Damione_> Para a disseminação do conteúdo produzido foi criado perfis na seguintes redes sociais: Facebook, Google+, Twitter e Instagram além de registrar o podcasts em ferramentas/sites especializados como: iTunes Store, Deezer, Teiacast e Youtuner.
[14:24] <Damione_> Para monitorar a quantidade de acessos ao site do PdP utilizamos o Google Analytics e para controlar a quantidade de downloads de cada episódio é utilizado o serviço premiun Bluebrry podcast.
[14:24] <Damione_> Para a gravação dos primeiros episódios, utilizamos dois gravadores de mão marca Zoom modelo H4n e microfones cardioides simples cedidos pela HAMK. Para que fosse possível a gravação em 4 canais distintos, realizava-se a gravação paralela usando dois
[14:24] <Damione_> microfones em cada dispositivo e posteriormente, através de edição, fazia-se a sincronização e edição das duas gravações.
[14:25] <Damione_> Recentemente adquiri um modelo melhor, o Zoom H6 que permite que eu grave simultaneamente até 6 canais de áudio no mesmo aparelho, em termos práticos isso significa que posso ter até 6 pessoas com microfones individuais conversando que o
[14:25] <Damione_> aparelho grava o áudio de cada uma separadamente e, caso seja necessário, posso excluir na edição um som indesejado de apenas um microfone sem afetar o som dos outros, em caso de alguém tossindo, por exemplo.
[14:26] <Damione_> O processo completo de produção de um episódio do PdP leva em média 10h30mim e é dividido em 4 partes que serão descritas a seguir: Pesquisa e produção de pauta, Gravação, Edição do áudio e Publicação e divulgação.
[14:26] <Damione_> Pesquisa e produção de pauta – Essa fase compreende a escolha do tema, convite dos interlocutores e finalmente a escrita da pauta. Umas das dúvidas mais recorrentes que recebo é em relação a escolha dos temas. Não tenho uma regra para selecionar os temas
[14:27] <Damione_> que abordamos, essa escolha é sempre feita de acordo com oportunidades pontuais (participação em evento, congresso etc) ou temas que eu tenho estudado.
[14:27] <Damione_> Sempre pesquiso dados estatísticos e trabalhos recentes sobre o tema que abordarei no episódio e, a partir do material coletado, começo a escrever um texto que servirá de guia na gravação do programa.
[14:27] <Damione_> As pautas são escritas habitualmente utilizando o auxílio do software Evernote que me possibilita compartilha-la com meu convidado e acompanhar a edição do texto via computador ou celular de maneira bastante simples.
[14:28] <Damione_> A escolha do convidado de cada episódio é feita baseando-se no histórico de atuação profissional do indivíduo em relação ao tema que será abordado, considerando que é desejável que ele seja professor ou esteja diretamente envolvido com a educação como
[14:28] <Damione_> geralmente é o caso dos gestores, como exemplo posso citar o episódio 16 do PdP “ Secret of Finland” onde a Ministra da Educação da Finlândia foi nossa convidada apesar de nunca ter atuado como professora (acessível em https://goo.gl/G2ExkX).
[14:29] <Damione_> Gravação – O primeiro aspecto a considerar em relação a gravação é se ela será presencial ou a distância. Geralmente, dou preferência a gravações presenciais pelas seguintes razões: A interação entre os convidados é mais dinâmica e flui melhor, a
[14:29] <Damione_> qualidade do áudio é consideravelmente melhor pois utilizo meu próprio equipamento controlando, assim, a qualidade da gravação.
[14:29] <Damione_> Um dos problemas recorrentes que tenho ao realizar a gravação presencial é a falta de um local apropriado para a gravação que seja silencioso e tenha pouca circulação de pessoas porém esse problema é facilmente resolvido escolhendo microfones cardioides
[14:29] <Damione_> ao invés de condensadores, esse tipo de microfone capta o som de forma direcional, ou seja, se apontar ao direcionar o microfone para a boca os ruídos ambientes são muito pouco captados (a não ser que estejam muito alto como em um show, por exemplo).
[14:30] <Damione_> Em relação a gravações a distância o maior desafio geralmente é controlar a qualidade da gravação porque usualmente o convidado não tem um microfone de boa qualidade ou conexão com a internet estável, o que afeta bastante a dinâmica da gravação bem
[14:30] <Damione_> como a qualidade do áudio final. Para isso não há muito o que fazer, caso a qualidade do áudio esteja muito discrepante procuro reagendar uma nova gravação até que seja possível melhorar a qualidade da gravação.
[14:30] <Damione_> Havendo condições de realizar a gravação, ela é feita por qualquer programa de conferência online como Skype ou Hangout e a gravação propriamente dita pode ser
[14:30] <Damione_> feita através de um software que capta o áudio do computado como o Skype Recorder ou através do equipamento já citado, Zoom H6, que é o que geralmente eu faço.
[14:31] <Damione_> A duração de cada gravação varia de acordo com o tema abordado e a dinâmica de gravação. Entrevistas geralmente não duram mais do que 20 minutos enquanto roda de discussão chegam a durar 90 minutos.
[14:31] <Damione_> É interessante ressaltar que no PdP nem tudo o que é gravado vai ao ar, toda gravação passa pelo processo de edição e o audio final tem sua duração consideravelmente reduzida em relação ao tempo inicial de gravação.
[14:31] <Damione_> Edição do Áudio - Após a gravação do bate-papo, o áudio é transferido para o computador através de um cartão de memória e dá-se início ao processo de edição em software específico para esse fim, no meu caso o Sony Vegas.
[14:32] <Damione_> No processo de edição, retira-se sons indesejados da gravação como tosse, apitos, estalos entre outros e são recortados trechos considerados improdutivos ou prolixos além de ser acrescentado música de fundo e alguns efeitos sonoros utilizados para
[14:32] <Damione_> destacar algum trecho considerado relevante no episódio, que são conhecidos no mundo do podcast como “vírgula sonora”.
[14:32] <Damione_> É interessante ressaltar a influência da música de fundo na ambientação da discussão. Quando a discussão é demasiadamente densa ou quando não se tem boa qualidade de áudio opto por não colocar música de fundo para que a discussão em si tenha maior foco.
[14:32] <Damione_> Caso contrário, uso BGs (nome técnico dado a música de fundo, abreviação de background) que enfatizem o assunto discutido, como exemplo destaco o episódio 20 do PdP onde abordo o trabalho de 10 professores ao redor do mundo e ao abordar cada cidadania eu usei ao fundo uma música típica de sua região.
[14:34] <Damione_> O último passo na edição do áudio é transformar todo o trabalho de edição em um único arquivo no formato mp3 através de um processo chamado renderização que é efetuado pelo próprio software e leva poucos minutos.
[14:34] <Damione_> Publicação e divulgação - A última etapa na produção de podcasts é torna-lo acessível para o grande público. Para isso é necessário preparar o texto que acompanhará o post do episódio no site do Papo de Professor.
[14:34] <Damione_> Nessa fase também se faz necessária a criação da arte que ilustrará o post do episódio chamado de capa. Alguns estudos na área de marketing (que infelizmente não encontrei para cita-los aqui demonstram que propagandas que contem faces humanas são
[14:34] <Damione_> consideradas mais atrativas, curiosamente pude notar esse fato através da quantidade de clicks em episódios que trazem pessoas ilustrando a capa.
[14:35] <Damione_> O texto de apresentação do episódio é extremamente importante pois ele é decisivo para a decisão do ouvinte em explorar o episódio ou não sendo necessário então que ele brevemente (no máximo 3 linhas) conte ao potencial ouvinte o conteúdo da discussão e ao mesmo tempo o motive a ouvir o episódio.
[14:36] <Damione_> Outro ponto bastante importante é configurar corretamente o post para que ele seja bem ranqueado no Google em caso de uma busca. Faça um teste, procure no Google por “Podcast Educação” e veja quais são os primeiros resultados.
[14:36] <Damione_> Felizmente meus esforços na correta utilização da técnica conhecida por SEO fez com que o site do Papo de Professor saísse da terceira página de pesquisa para o topo da primeira.
[14:36] <Damione_> Após a publicação episódio em nosso site, preparamos também imagens e textos que são largamente compartilhados em nossas redes sociais e resultam em grande engajamento dos ouvintes do podcasts que gostam do conteúdo e compartilham entre seus pares.
[14:37] <Damione_> Resumidamente, essas são as 4 etapas da criação até a publicação de um episódio.
[14:37] <Damione_> Alguns pontos que tenho notado nos meus dois anos a frente do Podcast Papo de Professor e gostaria de compartilhar com vocês é que, apesar de mais de 80% dos ouvintes de podcasts brasileiros preferirem episódios com duração igual ou superior a
[14:37] <Damione_> 60 minutos (PodPesquisa, 2014) os nossos docentes têm preferido episódios extremamente curtos de até 3 minutos, após esse período a uma grande taxa de rejeição, isso é, abandono do áudio sem que ele seja ouvido até o final. (Esse dado tem
[14:37] <Damione_> como referência apenas os episódios que são ouvidos online pois não há como mensurar o comportamento dos ouvintes que fazem download do episódio e posteriormente o ouçam). Esse fato tem tornado bastante desafiador o planejamento do formato futuro do PdP.
[14:37] <Damione_> Outro aspecto é a importância de criar um canal eficiente de comunicação com o ouvinte, afinal o engajamento dele é muito maior quando ele se sente parte do PdP. Para isso adaptamos a área de comentários dos nossos episódios removendo a
[14:38] <Damione_> verificação manual de cada comentário e aumentando a autonomia para que eles possam comentar cada episódio mais facilmente utilizando seu próprio perfil do Facebook.
[14:38] <Damione_> Ainda sobre o Facebook, o Papo de Professor conta com o auxílio de 3 editores que auxiliam no compartilhamento de notícias relevantes no contexto da educação, tendo o cuidado de não explicitar nenhum viés político.
[14:38] <Damione_> Optamos por não adotarmos nas discussões do Papo de Professor tons partidários pois entendemos que nesse momento queremos servir como ponto de conversão entre educadores da nossa nação, resumidamente queremos construir “pontes” e não “muros”, no entanto, entendemos a relevância dessas discussões no nosso contexto.
[14:39] <Damione_> Temos recebido muitos feedbacks por e-mails e comentários nos posts de professores do Brasil e outros países que falando que se sentiam ilhados em suas escolas por não encontrarem outros educadores que tenham o mesmo sentimento de inovação e que aos poucos estavam sendo sucumbidos pela rotina extenuante de grande parte de nossos professores.
[14:39] <Damione_> Sendo assim, reforça-se aí a demanda por mais ambientes como o Papo de Professor, a Conversa entre educadores e várias outras iniciativas que visam amparar o desenvolvimento docente e também inspirar os professores já inundados pelas tarefas cotidianas a inovarem e abandonarem sua zona de conforto.
[14:40] <Damione_> O Papo de Professor está crescendo e tomando proporções maiores do que esperava incialmente, temos como plano ampliar nosso trabalho para publicações físicas e também ampliar nosso site transformando-o em um portal educacional, um verdadeiro ponto de convergência e referência de educadores.
[14:40] <woodsonfc> Estamos já no fim do tempo, Prof. Damione! Se puder finalizar para que possamos passar às perguntas!
[14:40] <Damione_> Estou encerrando
[14:40] <Damione_> Eu acredito no potencial da educação brasileira, sobretudo no potencial dos nossos professores e por isso faço a minha parte e tento inspirar através do Papo de Professor outras pessoas para que comprem essa luta junto conosco.
[14:41] <Damione_> Espero ter compartilhado um pouco do processo de criação de um podcast educacional no contexto de formação de professores e já lhes convido a conhecerem o nosso site através do endereço www.papodeprofessor.com e também nos seguirem no Facebook e nas nossas redes sociais.
[14:41] <Damione_> Mais uma vez agradeço a Prof Adelma e a toda equipe do STIS pelo convite e me coloco a disposição para questionamentos.
[14:42] <acris> está aberto a perguntas
[14:42] <woodsonfc> Vamos passar para as perguntas dessa vez porque o Prof. Damione terá de se ausentar
[14:42] <jamison_UEMG> Muito interessante a ideia, se ver pelo resultado do trabalho. a respeito dos comentários, são restritos às pessoas que possuem perfis em Facebook?
[14:42] <woodsonfc> mais cedo!
[14:43] <woodsonfc> Ok profa. mara_ ?
[14:43] <Elizama_> Nesses casos citados seria o uso de microfones em sala de aula
[14:43] <Damione_> Olá jamison_UEMG. No momento, estamos testando apenas com perfis do Facebook porém também podem ser feitos através do nosso email contato@papodeprofessor.com.
[14:43] <mara_> Maravilhoso trabalho!
[14:43] <hugleo> Damione_, você conhece o Audacity? As pessoas tem falado muito bem dele pra edição de áudio avançado. Seria uma alternativa ao sony vegas sorriso
[14:44] <woodsonfc> Após as perguntas, haverá a apresentação da Prof.a. Mara
[14:44] <Cris_> é sem dúvida um trabalho inovador que traz uma mudança pro cotidiano da escola.
[14:44] <MARCOSUEMG> Boa tarde professor! Muito interessante a apresentação.
[14:44] <Damione_> Elizama_, em sala de aula podem ser gravados os dados diretamente do celular
[14:44] <mara_> Acabei de retornar do SxSwEdu uma das maiores Conferências de inovação e tecnologia na Educação, em Austin-EUA para conhecer aqui em nosso País essa experiência maravilhosa!
[14:45] <MARCOSUEMG> Podcasts estão se mostrando como uma ótima ferramenta na formação
[14:45] <Damione_> hugleo, conheço sim. Os dois primeiros episódios foram feitos no Audacity porém deixei de usa-lo pois senti faltam de alguns recursos mais avançados de edição, no entanto, ele pode ser usado transquilamente com esse fim,
[14:45] <Damione_> .
[14:45] <adelinavasconcel> O potencial do podcast como ferramenta pedagógica para suporte da formação continuada docente já se revelou essencial. Porque ainda é tão pouco utilizado?
[14:45] <jamison_UEMG> Esclarecido. Parabéns a você e tua equipe pelo trabalho, muito boa.
[14:45] <mara_> Esse Projeto empodera e dá voz aos professores!
[14:45] <woodsonfc> O audacity tem até versão portable
[14:46] <Damione_> MARCOSUEMG - Concordo com você!
[14:46] <vanusaeugenio__> muito interessante o trabalho! Parabéns. Vou procurar me inteirar mais sobre o Audacity.
[14:46] <Prof-Elis-UEMG> Damione, boa tarde! Vc mencionou gravar em formato de MP3, pelo AAC e OGG são funcionam bem para esse caso?
[14:46] <adelinavasconcel> No Brasil que eu quis especificar
[14:46] <adelmaa_> Ate de inclusão, pensem emquantomaterial poderá ser preparado para facilitar aprendizagem e inclusão de cegos.
[14:46] <Cris_> Sem dúvida Adelma
[14:46] <WatilaUEMG> Parabéns ao projeto. Vamos torcer para que outros professores tenham essa mesma iniciativa.
[14:46] <Damione_> adelinavasconcel - Creio que seja porque o podcast em si ainda é relativamente desconhecido na nossa nação. Sempre que vou falar sovre o Papo de Professor preciso iniciar explicando o que é podcast.
[14:47] <mara_> Acredito que falta pessoas para ensinar essas tecnologias dessa forma clara e objetiva do Professor Damione!
[14:47] <adelmaa_> Mas dará voz, especialmente aos alunos.
[14:47] <silvajulioadm> Parabéns pelo projeto!!!
[14:47] <mara_> sim,Adelma! Com certeza! Todos devem ser ouvidis!
[14:47] <ludymyllaUEMG> Parabéns, maravilhoso projeto!!
[14:47] <matheusUEMG> Parabéns, muito bom !
[14:47] <mara_> Parabéns!
[14:48] <woodsonfc> Podemos pensar algo com podcast no nosso grupo tb adelmaa_ e acris
[14:48] <Damione_> Prof-Elis-UEMG - Esses formatos poderiam funcionar porém para que haja 100% de compatibilidade com qualquer equipamente adotamos o mp3 que já é o padrão consagrado dessa área.
[14:48] <AndreaCBQ> Muito interessante, quero fazer parte dessa inovação
[14:48] <AnaMatte> junto-me ao coro: parabéns, prof. Damione_
[14:48] <nethyazevedo> Parabéns, muito bom! Gostei demais
[14:48] <mateushist18_> Parabéns pelo Projeto !!! Ótimo recurso tenológico
[14:48] <Jean-UEMG> ,
[14:48] <Damione_> mara_ - Obrigado Pelas palavras
[14:49] <AnnaTheresaUEMG> Parabéns, excelente projeto!
[14:49] <Damione_> Não mencionei na palestra mas o Papo de PRofessor tem um filho... o Papo de Aluno
[14:49] <AnaMatte> :D
[14:49] <mara_> Adorei! Vamos replicar a todos!
[14:49] <adelmaa_> Acredito nas tecnologias quando elas são utlizadas na sala de aual como instrumento de ensino aprendizagem,mas que promova liberdade , colaboratividade e autonomia do aluno.
[14:49] <PollyannaUEMG> Parabéns pela iniciativa professor. Precisamos de pessoas com essa energia para nos motivar ainda mais.
[14:49] <vanusaeugenio__> no mesmo site?
[14:49] <Damione_> Um projeto de extensão do IFSP Campus Salto com o objetivo de desenvolver entre os alunos a formação do pensamento crítico
[14:49] <Heloisa> Parabéns ao Profº Damione por sua fala clara e inspiradora.
[14:49] <Damione_> www.papodeprofessor.com/papodealuno
[14:49] <HugoAdriano-UEMG> Parabéns pelo belo trabalho
[14:49] <vanusaeugenio__> ok
[14:49] <MARCOSUEMG> para quem não sabe o que é:


[14:49] <woodsonfc> Tb parabén! Que plataforma cheia de sites. Deve dar um trabalho danado produzir!
[14:49] <Cris_> Realmente essa inovação traz a possibilidade de reverter a ideia de que vários docentes têm qto à dificuldade de se trabalhar com as novas tecnologias.
[14:50] <SOL> Caro Damione como eu conseguiria utilizar os podcast trabalhando na educação infantil?
[14:50] <Damione_> Obrigado pelas palavras de apoio de todos vocês!
[14:50] <mara_> Também quero saber!
[14:50] <Prof-Elis-UEMG> Damione, mto bem falado! A incompatibilidade sempre atrapalha.
[14:51] <adelmaa_> No reconto de contos de fadas, por exemplo.
[14:51] <MARCOSUEMG> responsividade tem que ser pensada em qualquer projeto nessa área das TICS
[14:51] <Bia_silva16> Parabéns !!! Tomara que todos busquem essa inovação!
[14:51] <Damione_> SOL - Crianças adoram gravar e se ouvir, as possibilidades são imensas. Creio que a Prof Mara poderia comtemplar essas possibilidades melhor do que eu.
[14:52] <mara_> Já estou até vendo os livros autorais dos alunos serem transformados em versões orais e animadas!
[14:52] <Heloisa> Pode ser usado como avaliação após um evento,tipo um seminário?
[14:52] <woodsonfc> Muito obrigado, Prof. Damione pela primorosa palestra
[14:52] <Damione_> MARCOSUEMG - Com certeza, esse é um aspecto muito importante
[14:52] <mara_> Vou aprender e experimentar!
[14:52] <adelmaa_> Dando voz as crianças. Transformando os recontos em evento a conta gotas. Cada dia um pouquinho de conto.
[14:53] <woodsonfc> Teremos que encerrar essa parte para começar a próxima apresentação
[14:53] <MARCOSUEMG> imagina o qtao isso ia inspirar os alunos para continuar a hostória no dia seguinte..
[14:53] <Damione_> Heloisa - Creio que hajam ferramentas mais adequadas nesse caso. O problema seria ouvir 30-40-50 feedbacks diferentes em audio.
[14:53] <vanusaeugenio__> é verdade, uma caixa de som e um microfone fazem milagres em sala!!!
[14:53] <adelmaa_> O STIS já mostrou trabalho desta natureza em outubro do ano passado.
[14:53] <mara_> Maravilha!
[14:53] <Prof-Elis-UEMG> Parabéns pela pesquisa, Damione!
[14:54] <woodsonfc> Quero pedir desculpas por ter de improvisar dessa vez, pois não sabia que o prof. Damione estava com seu tempo limitado
[14:54] <Heloisa> Agradecida.
[14:54] <Damione_> Bom, obrigado a todos pelas palavras e espero encontra-los no Papo de Professor!
[14:54] <JUSCELINO> Informações maravilhosas. Parabéns Mara!
[14:54] <mara_> Obrigada!
[14:54] <adelmaa_> Depois entre no site e em Registros e leiam o trabalho da professora Andressa.
[14:54] <Damione_> Vou viajar daqui a pouco, eu que peço desculpas por fugir do cronograma inicial.
[14:54] <woodsonfc> Não houve como avisar a prof. Mara dessa mudança!
[14:54] <mara_> Tudo bem! Compreendo!
[14:55] <MARCOSUEMG> sem problemas
[14:55] <Mag__> Parabéns pelo assunto abordado , inovar é preciso !!!
[14:55] <JUSCELINO> Parabéns Damione pelos ensinamentos!
[14:55] <Damione_> Ao chegar no meu destino voltarei correndo online para ler a participação da Educadora Nota 10, Prof Mara.
[14:55] <Damione_> Abraço a todos vocês!
[14:55] <mara_> Obrigada!
[14:55] <woodsonfc> Vamos então dar a voz a profa Mara para que inicie sua palestra
[14:55] <adelmaa_> Obrigada, parceiro! Boa viagem! Paraéns mais uma vez pela belíssima apresentação e trabalho desenvolvido.
[14:55] <mara_> Obrigada!
[14:56] <mara_> Boa tarde a todos! É um grande prazer estar aqui com todos vocês do Stis- Seminários Interdisciplinares do SEMIOTEC, com Prof. Damione, Professora Adelma e demais participantes!
[14:56] <woodsonfc> Boa Viagem, prof. Damione e obrigado mais uma vez
[14:56] <mara_> Sinto-me honrada com esse convite!
[14:56] <woodsonfc> Prof.a. Mara, é com você agora..
[14:56] <mara_> Acabei de retornar do SxSwEdu uma das maiores Conferências de inovação e tecnologia na Educação, em Austin-EUA para conhecer aqui em nosso País essa experiência maravilhosa!
[14:57] <mara_> Espero poder contribuir para o debate da educação nesse canal democrático!
[14:57] <mara_> Escrevo semanalmente para o Blog de Alfabetização Nova Escola, que atualmente está vinculada a Fundação Lemann.
[14:57] <mara_> As reflexões e ideias que apresentarei nessa Conferencia do Stis, foram colhidas, experienciadas e construídas ao longo de aproximadamente 30 anos como professora alfabetizadora na rede publica de ensino do Estado de São Paulo.
[14:58] <mara_> Esse estudo é caracterizado em duas dimensões: da prática pedagógica e teórica.
[14:58] <mara_> A alfabetização é um ponto base, de grande importância, em todo o processo educativo.
[14:58] <mara_> A complexidade de seu processo exige estudo, entendimento e comprometimento, de todos os envolvidos na educação, mas principalmente do professor alfabetizador.
[14:58] <mara_> Durante muito tempo, num período em que o professor era reconhecido como o único detentor do conhecimento que o repassava a seus alunos, acreditou-se que alfabetizar era tão e simplesmente codificar e decodificar a língua escrita.
[14:59] <mara_> Mas a partir dos estudos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, explicitada em sua obra, “Psicogênese da Língua Escrita”,
[14:59] <mara_> surge um novo conceito de alfabetização que, de maneira contraria a alfabetização realizada até aquele momento, entende e acredita que a alfabetização é o processo de aprendizagem da língua escrita,
[14:59] <mara_> que se dá por meio da interação entre a escrita, seu o objeto de conhecimento, e o sujeito que realiza seu ato.
[15:00] <mara_> Nessa concepção de alfabetização, as crianças (re) constroem o conhecimento sobre a língua escrita por meio de hipóteses que formulam para compreender o funcionamento desse objeto de conhecimento.
[15:00] <mara_> Assim, então o foco da aprendizagem está no aluno, que passa então a ser considerado e visto como um ser capaz de agir ativamente, em busca da aprendizagem,
[15:00] <mara_> e não como um ser passivo que espera que alguém lhe transmita o conhecimento. Na Psicogênese da língua escrita, o ponto central não é mais a maneira como se ensina, mas sim o modo como se aprende.
[15:01] <mara_> FERREIRO “A questão crucial da alfabetização inicial é de natureza conceitual. Isto é, a mão que escreve e o olho que lê estão sob o comando de um cérebro que pensa sobre a escrita que existe em seu meio social e com a qual toma contato através da sua própria participação em atos que envolvem o ler ou o escrever, em práticas sociais mediadas pela escrita”.
[15:01] <mara_> Ferreiro delega ao professor um papel de extrema importância, no processo de alfabetização, sobre leitura e escrita, de mediador do conhecimento, que precisa intervir ativamente, junto aos alunos,
[15:01] <mara_> no processo de compreensão do sistema de leitura e escrita. O educador deve criar em sala de aula, condições favoráveis para a efetiva aprendizagem de seus alunos, para que ele avance no sistema de escrita alfabética.
[15:02] <mara_> Os estudos de Ferreiro e Teberosky, foram um divisor de águas na educação brasileira.
[15:02] <mara_> Surge então a necessidade de se repensar as práticas pedagógicas, no processo de alfabetização, para fazer acontecer essa “nova alfabetização”.Saímos da metodologia do estudo das palavras que não apresentavam função social, de escritas fáceis e simplificadas,
[15:02] <mara_> para o estudo com mais complexidade e desafio aos educandos, onde estão presentes as escritas e leituras que fazem parte das práticas sociais. Essas situações de ensino e aprendizagem de alfabetização devem ser capazes de levá-los a construir seu próprio conhecimento, de maneira autônoma e ativa.
[15:02] <mara_> Esse novo fazer da pratica pedagógica, exige um estudo permanente do professor na busca de novas e eficazes maneiras para atender as necessidades de aprendizagem dos alunos,
[15:03] <mara_> que os façam escrever e ler mais e mais e que consequentemente os levem a ampliar seus conhecimentos e assim a avançar em suas hipóteses de escrita.
[15:03] <mara_> Umas dessas boas práticas pedagógicas, se baseiam na apresentação e exploração da leitura e escrita de diferentes gêneros textuais, apropriados para a alfabetização,
[15:03] <mara_> que façam parte das praticas reais de leitura e escrita, que vão muito além do uso das parlendas e outros textos de memória, textos habitualmente usados.
[15:03] <mara_> Os estudos de, SANTOS, MENDONÇA E CAVALCANTE, (2006), nos dizem que: Em uma perspectiva sociointeracionista, os eixos centrais do ensino da língua materna são a compreensão e a produção de textos.
[15:04] <mara_> Nessas atividades, convergem de forma indissociável fatores linguísticos, sociais e culturais. Nelas, os interlocutores são participantes de um processo de interação,
[15:04] <mara_> e, para isso, precisam ter domínio da mesma língua e compartilharem as situações e as formas como os discursos se organizam, considerando seus propósitos de usos e os diversos contextos sociais e culturais em que estão inseridos.
[15:04] <mara_> Já para Schneuwly e Dolz (2004), os gêneros textuais, são instrumentos culturais disponíveis nas interações sociais. São historicamente mutáveis e relativamente estáveis. Emergem em diferentes domínios discursivos e se concretizam em textos, que são singulares.
[15:04] <mara_> Com base nesses estudos e novas percepções, se ampliam à diversidade e as possibilidades de exploração de diferentes gêneros textuais na alfabetização em sala de aula
[15:05] <mara_> que se traduzem, por exemplo, na utilização de Lengalengas, de poemas como os Haicais, infográficos, contos, reportagens, e tantos outros textos. As escritas de textos literários como os de lengalenga, poemas e contos,
[15:05] <mara_> são ótimas práticas para se explorar e introduzir a escrita de textos autorais na alfabetização, onde o aluno como sujeito escritor, protagonistas de seu processo de aprendizagem, quando bem orientado com intervenções pedagógicas pontuais, pode expressar suas ideias, sentimentos, narrativas ou necessidades.
[15:05] <mara_> Estou muito rápido? Ou está bom assim? Nesse ritmo!
[15:06] <adelmaa_> Está ótimo!
[15:06] <mara_> Ao longo de minha experiência como professora como alfabetizadora, venho explorando esses diferentes gêneros textuais em sala de aula, com excelentes resultados na alfabetização dos alunos.
[15:06] <mara_> Em minha analise, baseada em minhas experiências, praticas em sala de aula e também do estudo e compartilhamento de praticas pedagógicas de outros professores na alfabetização,
[15:07] <mara_> acredito que dois outros grandes fatores, além da diversidade de gêneros textuais, foram essenciais na alfabetização com qualidade dos alunos: a organização em forma de projetos e o processo de modelização, como preparador das produções textuais.
[15:07] <mara_> Jolibert (1994) nos revela que: “Um ensino por projetos, portanto, permitir as crianças que construam o sentido de sua atividade de aluno.
[15:07] <mara_> É aceitar que um grupo viva com suas alegrias, entusiasmos, conflitos, choques, com sua experiência própria e todos os lentos caminhos que levam às realizações complexas. Vida cooperativa da aula e projetos...”
[15:07] <mara_> E ainda que as criança, como sujeito ativo em sua aprendizagem : ... conhece seus objetivos; aprende a planejar seu trabalho, que irá se estender por várias sessões;
[15:08] <mara_> Mas, ninguém escreve do nada! A escrita precisa de um “terreno fértil”, para nascer, se expandir, fluir! Para escrever bons textos precisamos, entre tantos elementos de:
[15:08] <mara_> • um ambiente que estimule a criatividade, que nos inspire a escrita. • explorar previamente o assunto a ser abordado.
[15:08] <mara_> • ler textos de qualidade, explorar suas características textuais, os estilos de seus autores, etc, que nos servirão de referencias para as nossas escritas.
[15:08] <mara_> Para isso as praticas educativas para a escrita, mudaram, se ampliaram e se diversificaram. Essas mudanças vêm contribuindo significativamente na aprendizagem dos alunos, resultando na escrita de bons textos com qualidade.
[15:09] <mara_> Essa metodologia se baseia nas seguintes etapas: 1. Antes da escrita de qualquer texto, é preciso “preparar o terreno”, fazendo questionamentos aos alunos, que os levem a reflexão sobre essa escrita. Como por exemplo: Sobre o que é o texto (sua temática, assunto, o que vamos abordar)?
[15:09] <mara_> Para quem vamos escrever (interlocutores)? Qual a finalidade desse texto, sua função social? Onde circula esse tipo de texto, em qual suporte? Quais são suas características? O que você conhece sobre esse tipo de texto? Qual a forma gráfica do texto (ele se divide em partes, quais são)? Já leu algum texto desse tipo?, etc.
[15:09] <mara_> 2. Mas é preciso também explorar previamente o assunto, o tema, a ser tratado no texto, para que o aluno tenha elementos, informações que possam ser úteis em sua produção textual.
[15:09] <mara_> Para isso as rodas de conversa, exibição de vídeos (animações, documentários, etc.), leitura com eles diversos tipos de textos sobre o assunto, em diferentes suportes (jornais, livros, revistas, etc.), pesquisas e muito mais, são ótimos recursos!
[15:10] <mara_> 3. O processo de modelização é o facilitador para a escrita de um texto. Modelizar é repertoriar o aluno, através da apresentação de textos como modelos, como referencias, para o bom desenvolvimento de sua escrita,
[15:10] <mara_> preparando-o para o momento da escrever, ou seja, modelizar é simplesmente, antes de propor a escrita, apresentar a eles de textos de boa qualidade, de preferência de fontes confiáveis e autores reconhecidos, da
[15:10] <mara_> mesma tipologia textual, para que leiam, se familiarizem, identifiquem suas principais características, ou seja, conheçam o tipo de texto a ser escrito.
[15:10] <mara_> 4. Depois de todas essas etapas, é que se deve se ir propriamente a escrita, pois é nesse momento os alunos estão preparados, com uma boa bagagem para produzir seus textos.
[15:11] <mara_> • Primeiro deve ser feita à escrita de texto coletivo, onde a professora além de ser a escriba, faz suas intervenções, fazendo perguntas aos alunos
[15:11] <mara_> que os levem a melhor forma de escrever o texto, os orientando para que todos participem e compreendam cada parte do texto;
[15:11] <mara_> • Depois a escrita em duplas (na alfabetização é preciso ter uma atenção especial para fazermos agrupamentos produtivos);
[15:11] <mara_> • Se for necessário, para consolidar a aprendizagem, voltamos para a escrita de texto coletivo, ou fazemos mais vezes a escrita em duplas;
[15:11] <mara_> • Finalmente a hora da escrita individual. Momento do aluno por em prática tudo que aprendeu e sabe sobre a escrita do texto.
[15:12] <mara_> Em todas as etapas apresentadas às intervenções pedagógicas do professor são condutoras para uma boa produção textual .
[15:12] <mara_> Apresentarei de forma resumida, duas experiências realizadas, de boas práticas de produção de textos de autoria com turmas de alfabetização, onde foram realizadas todas as etapas descritas na modelização para a produção textual.
[15:12] <mara_> • O projeto Escrevendo com Lengalenga que foi agraciado com o Prêmio Educador Nota Dez de 2014 (alfabetização)
[15:12] <mara_> A Lengalenga caracteriza-se por ser um texto, construído com frases curtas, que geralmente rimam entre si. Estas se baseiam em repetições, tanto de sons, como de rimas, de palavras e expressões, de suas estruturas textuais
[15:13] <mara_> Texto propicio para a alfabetização. Geralmente estão associadas a brincadeiras e jogos orais infantis. Da tradição oral portuguesa, da era Medieval, as lengalengas são transmitidas de geração a geração.
[15:13] <mara_> Esse tipo de construção tem repetições, frases curtas, rimas e enumerações crescentes ou decrescentes. Permite criar textos de autoria mais complexos que os de memória, já que é preciso pensar sobre o que escrever, em vez de reproduzir o que já se sabe de cor.
[15:13] <mara_> • O projeto: Escritas de Haicais na Alfabetização
[15:13] <mara_> Haicais são poemas de origem japonesa, lá chamados de haiku. Em sua forma original, eles têm 17 sílabas sonoras, distribuídas em apenas 3 versos (o primeiro com cinco, o segundo, com sete, e o terceiro, com cinco sílabas).
[15:14] <mara_> São poemas simples, objetivos, sem título, sem rimas, que têm como tema a natureza e as relações do homem com ela. Retratam um momento presente vivenciado, uma impressão tirada da observação da natureza, como uma fotografia.
[15:14] <mara_> O haicai surgiu no século 16, tendo como grande poeta e divulgador o japonês Matsuo Bashô. O gênero chegou ao Brasil no século 20 e muitos poetas o abraçaram
[15:14] <mara_> Atividades com poemas de modo geral são ótimas para a aprendizagem da leitura e escrita, pois trazem brincadeiras de palavras e sons com os quais as crianças se identificam.
[15:14] <mara_> Essa linguagem faz parte do universo infantil, amplia o repertório das crianças, serve para expressar emoções, sentimentos ou impressões, e favorece a reflexão sobre escrita e oralidade.
[15:14] <mara_> Possibilita também a liberdade de escrita, tanto na escolha das palavras quanto na forma gráfica da apresentação do texto e na abertura para atribuir novos significados às palavras, favorecendo a escrita autoral.
[15:15] <mara_> Meus objetivos foram : Que os alunos: • Refletissem sobre sua própria escrita e o sistema alfabético e assim consolidassem os seus conhecimentos;
[15:15] <mara_> • Escrevessem alfabeticamente textos de próprio punho, de autoria, individual e coletivamente, tendo como modelo apresentados;
[15:15] <mara_> • Produzissem textos buscando aproximação com as características discursivas do texto apresentado (haicais – Lengalenga)
[15:16] <mara_> A partir de tudo isso! Foram então produzidos texto autorais de excelente qualidade. Esses textos se transformaram em seis livros impressos e em versão digital.
[15:16] <mara_> Todo o processo de construção textual, desenvolvidos nesses projetos contribuíram efetivamente na alfabetização plena de todos os alunos.
[15:16] <mara_> Precisamos todos nós, educadores consciência de que todos podem aprendem e que o nosso papel é de mediadores, orientadores e facilitadores de todo esse processo.
[15:17] <mara_> Peço auxilio para a exibição dos slides com escritas de autoria dos alunos!
[15:17] <woodsonfc> Ok
[15:18] <mara_> como proceder?
[15:18] <woodsonfc> Ao lado direito da sala, escolham a opção
[15:19] <mara_> apresentação de slides?
[15:19] <woodsonfc> "Apresentação de Slides
[15:19] <woodsonfc> isso
[15:19] <mara_> codigo?
[15:19] <woodsonfc> Então coloquem o código mara1
[15:19] <woodsonfc> mara1
[15:20] <woodsonfc> abra a opção escolhida e digite o codigo
[15:20] <woodsonfc> mara1
[15:20] <mara_> Já apareceu aqui! Vocês visualizam?
[15:21] <woodsonfc> abre pra eles responderem
[15:21] <mara_> Não entendi, desculpe!
[15:22] <woodsonfc> estão vendo os slades?
[15:23] <adelmaa_> digitem Mara um e depois cliquem em mostrar. Neste primeiro slide da Mara tem apenas uma imagem.
[15:23] <woodsonfc> mara1
[15:24] <adelmaa_> Após visualizarem este, vamos ao segundo slide.
[15:24] <adelmaa_> e dai volte e mude o mara1 por mara2
[15:24] <woodsonfc> Profa Mara, você deve indicar o slade
[15:25] <acris> [15:24] <AnaMatte> resumindo: na janela ao lado escolhe no menu a opção Apresentação de Slides", clica em abrir, digita mara 1 no campo de texto e clica em mostrar
[15:25] <acris> cada um deve fazer isso
[15:25] <mara_> a cada pagina estou colocando mostrar!
[15:25] <woodsonfc> durante sua fala e os espectadores vão acompanhando
[15:25] <acris> os códigos são mara1 e mara2
[15:26] <mara_> mara 1 são algumas paginas. São vizualizadas?
[15:26] <woodsonfc> Tem as setas que vão passando os slades
[15:26] <woodsonfc> Descupe não ter instruido antes
[15:26] <mara_> Certo! Estou fazendo exatamente isso!
[15:26] <acris> são visualizadas sim
[15:26] <mara_> beleza!
[15:27] <Elizama_> Ta dando erro
[15:28] <mara_> Isso é Lengalenga!
[15:28] <Cris_> Legal...Criativo
[15:28] <acris> Elizama_: não deixa espaço entre mara e o número
[15:28] <mara_> Agora Haicais!
[15:28] <mara_> Não estou deixando!
[15:28] <adelmaa_> mara1 (juntos nome e número)
[15:28] <vanusaeugenio__> que fofo! As crianças adoram
[15:28] <Heloisa> Adorei os haicais...
[15:28] <mara_> Aqui vizualizo tudo!
[15:29] <woodsonfc> isso só digita 'mara1'
[15:29] <AnaMatte> amei os haicais
[15:29] <Cris_> também estou vendo tudo...muito legal...
[15:29] <Elizama_> Obrigado
[15:29] <vanusaeugenio__> o 1 é lengalenga ou haicai
[15:29] <mara_> Lengalenga
[15:29] <Cris_> realmente as crianças adoram trabalhar com poesias...
[15:29] <mara_> o 2 haicai
[15:30] <Bia_silva16> Adorei!!
[15:30] <Cris_> Já fiz um projeto no 6º ano do fundamental e o resultado foi show...Montamos um livrinho. Eles apresentaram oralmente suas produções.
[15:30] <mara_> Bom! Essa foi a minha apresentação!
[15:30] <ludymyllaUEMG> Gostei!!
[15:30] <Heloisa> Poesia é o máximo com as crianças. E temos poetas maravilhosos que escrevem haicais que as crianças amam.
[15:30] <MARCOSUEMG> professra
[15:30] <Gaby_> Amei !
[15:31] <mateushist18_> Arte de Educar...os alunos amam tudo isso, e nos educadores tbm...amo minha profissão
[15:31] <MARCOSUEMG> de onde surgiu a ideia do "lenga lenga"
[15:31] <mara_> Sim! Livros fazem muito sucesso entre os alunos! Com isso querem escrever e escrever sem parar!
[15:31] <woodsonfc> Todos conseguiram, parece. Quem está tendo dificuldade pode manifestar
[15:31] <vanusaeugenio__> mto bom
[15:31] <Cris_> Na época trabalhamos limeriques também e saiu cada produção...
[15:31] <mara_> Lengalenga surgiu das minhas pesquisas para encontrar textos diferenciados para alfabetizar! As criançsa brincam disso!
[15:32] <delia> olha o de mara só tem 2 slides? Só consegui visualizar 2
[15:32] <mara_> Limeriques são ótimos para alfabetizar!
[15:32] <mara_> são 4
[15:32] <mara_> vou repassar
[15:32] <Heloisa> Mara, vc trabalhou com as crianças com haicais de Bashô ou de outros escritores?
[15:32] <PollyannaUEMG_> Adorei os haicais. Parabéns pelo trabalho Mara
[15:33] <Bia_silva16> Esse tipo de alfabetização é recomendada para se usar com crianças a partir de qual idade ?
[15:33] <mara_> Bashô e de muitos autores brasileiros
[15:33] <marcia_> Parabéns pelo trabalho
[15:33] <vanusaeugenio__> o que são limeriques?
[15:33] <Cris_> penso que antes de tudo o professor como mediador precisa estar muito envolvido e motivado para passar aos alunos a vontade de produzir e fazê-los acreditar em seu potencial.
[15:33] <jamison_UEMG> legal. desconhecia todos estes
[15:33] <Cris_> Limeriques são poemas curtos, geralmente sobre coisas ou situações engraçadas. Eles têm sempre cinco versos, onde a primeira, a segunda e a quinta linhas terminam com a mesma rima.
[15:33] <AndreaCBQ> Tem outro slides além do "Os dez Gatinhos? Porque só aparece esses aqui.
[15:33] <woodsonfc> Quem não conseguir ver, tente colocar em tela cheia o navegador F11
[15:34] <woodsonfc> Ou desça a barra lateral
[15:34] <vanusaeugenio__> ok. obrigada
[15:34] <mara_> Sim! É preciso modelizar, oferecer bons modelos!
[15:34] <Elizama_> Muito interessante, não tinha visto ainda...
[15:34] <Heloisa> É impressionante ver na escrita das crianças o olhar pra fora e para dentro. É o que a gente pode chamar de "pulo do gato". Bacanérrimo. Parabéns!
[15:34] <mara_> Todos esses foram criados por alunos de 7 anos na alfabetização
[15:34] <Prof-Elis-UEMG> Pelo que estou compreendendo é um trabalho que fundamenta com neuropsicológicos
[15:35] <mara_> Obrigada!
[15:35] <Bia_silva16> Também só consegui visualizar 2 slides
[15:35] <mara_> Acredito que sim!
[15:35] <PollyannaUEMG_> Muito interessante... crianças são criativas por natureza só é preciso que elas descubram isso.
[15:35] <WatilaUEMG> Interessante demais. Já imagino o meu filho de 2 anos fazendo esses tipos de trabalhinhos. Parabéns professora!
[15:35] <Bia_silva16> Mas o trabalho é maravilho e pelo que percebi o resultado é magnífico.
[15:36] <mara_> Há todo um processo de mental de apropriação de conhecimento, emoção e muito mais
[15:36] <Prof-Elis-UEMG> atua com funções cognitivas, não é Mara?
[15:36] <AndreaCBQ> Quero ver todos slides! triste
[15:36] <Alexia__> Incrível ver como as crianças se entregam a tipo de projeto!
[15:36] <adelmaa_> Depois nós colocaremos os registros destas conferências no site do stis com os respectivos slides,ok!
[15:36] <mara_> Sim com certeza!
[15:37] <Bia_silva16> Ok!
[15:37] <woodsonfc> Bonitinho, eles, os alunos quem desenvolveram a ideia?
[15:37] <AnaMatte> belíssimo trabalho, prof.a mara_
[15:37] <adelmaa_> Batando só acessar o site e procurar do lado esquerdo da página Registros e procurar este evento.
[15:37] <AndreaCBQ> Maravilha Adelma, obrigada... Mas pelo que já ví o trabalho dos pequenos ficaram lindos, amei, parabéns....
[15:37] <marciamagisterio> adorei os trabalhos
[15:37] <mara_> Aparentemente parece apenas uma construção textual, mais vai muito além disso, há muito conhecimento envolvido e procedimentos mentais
[15:37] <mara_> Muito obrigada a todos!
[15:37] <mateushist18_> Acabou ?
[15:38] <vanusaeugenio__> A rima, com certeza, ajuda nesse processo.
[15:38] <mara_> sim, os proprios alunos!
[15:38] <Ana__> Parabéns pelo trabalho desenvolvido!!
[15:38] <Cris_> Além da oportunidade que os alunos têm de evidenciar suas experiências, vivências e conhecimentos.
[15:38] <mara_> Todos se alfabetizaram assim com muita qualidade
[15:38] <Bia_silva16> Sobre o certificado,como será ?
[15:38] <Alexia__> Eu que agradeço! Belíssima pesquisa
[15:38] <mara_> Sim, com certeza!
[15:39] <mara_> Acompanho e monitoro esses alunos ainda esse ano! Todos estão indo muito bem!
[15:39] <Prof-Elis-UEMG> sim, existe um desenvolmimento da aprendizagem que perpassa os 3 cérebros: o cognitivo, o emocional e o primitivo
[15:39] <vanusaeugenio__> percebi que não precisa ser uma rima "branca". No slide o aluno rimou fome com dorme!
[15:39] <adelmaa_> Há além de tudo o trabalho crescente de conscientização do trabalho em grupo, o fortalecimento dos laços para se trabalhar em dupla e só a partir dai com esta autoestima elevada fazer o aluno trabalhar seu texto sozinho. Lindo, Mara!!!!
[15:39] <mara_> obrigada! Meus alunos agradecem!
[15:39] <mara_> Muito obrigada a todos, em especial a Professora Adelma,pela maravilhosa oportunidade de participar dessa Conferencia Virtual de Educação do Stis, Seminários Interdisciplinares do SEMIOTEC.
[15:40] <mara_> Espero todos vocês no Blog de Alfabetização da Revista Nova Escola, versão Digital, todas as segundas-feiras, para continuarmos esse conversa sobre alfabetização e educação de modo geral!
[15:40] <vanusaeugenio__> Ok
[15:40] <adelmaa_> A sensibiliadde do professor ao formar parcerias, ao instigar o momento certo desta escrita.
[15:40] <Lili___> Obrigada!!!
[15:40] <mara_> Alias relatarei no Blog essa experiência que une educação e tecnologia, do Stis, para que outros conheçam e se inspirem a fazer o mesmo!
[15:40] <adelmaa_> Eu sou totalmente empolgada com trabalho assim,Mara.
[15:40] <woodsonfc> Nós é que agradecemos Profa Mara
[15:40] <Cris_> é um bom trabalho principalmente diante do uso abusivo da internet por parte das crianças que acabam aprendendo o internetês ao invés do português...
[15:40] <Elizama> Obrigado Mara ..... Parabéns pra você e seus alunos
[15:40] <mara_> https://novaescola.org.br/blog/14/blog-de-alfabetizacao Lá vocês podem encontrar um acervo de projetos, reflexões e muitas notícias sobre alfabetização e a educação de Modo Geral!
[15:41] <AnaMatte> Obrigada, prof. mara_
[15:41] <vanusaeugenio__> Obrigada pela disponibilidade
[15:41] <mara_> Muito obrigada! Adorei interagir com todos e passar um pouco da minha experiencia em sala de aula!
[15:41] <Cris_> É algo que precisa ser trabalhado para que as várias formas de linguagem sejam compreendidas e utilizadas no contexto adequado.
[15:42] <adelmaa_> Já rorientei alguns e todos eles foram ums ucesso, pois não só trazem os aluno spara a produção,mas indiretamente trazemos os pais para participarem ativamente deste processo.
[15:42] <mara_> Olha que já fiz esse trabalho também na EJA!
[15:42] <adelmaa_> Isso é fantástico!
[15:43] <vanusaeugenio__> Acha que é possível trabalhar com alunos semi-alfabetizados nos anos finais
[15:43] <Heloisa> Totalmente...
[15:43] <adelmaa_> Eu sou uma professora educadora que mantenho meu pé do chão da escola.
[15:44] <AnaMatte> vamos aplaudir?
[15:45] <AnaMatte> clap clap clap clap clap clap clap
[15:45] <Bia_silva16> ??????
[15:45] <Heloisa> clap clap clap clap clap clap clap
[15:45] <Gaby_> Maravilhoso trabalho a ser seguido... parabéns !
[15:45] <AnaMatte> clap clap clap clap clap clap clap
[15:45] <matheusUEMG> Parabéns !
[15:45] <Cris_> clap clap clap
[15:45] <mara__> queda de energia!
[15:45] <Elizama_> ??????
[15:45] <zanja> Gente todos os slides estão em um nome só?
[15:46] <mara__> Me perdoem!
[15:46] <AnaMatte> clap clap clap clap clap clap clap
[15:46] <AnaMatte> clap clap clap clap clap clap clap
[15:46] <woodsonfc> Profa Mara. Agradeço demais a linda apresentação
[15:46] <woodsonfc> zanja: mara1
[15:46] <mara__> Muito obrigada pela oportunidade!
[15:47] <woodsonfc> zanja: mara2
[15:47] <JUSCELINO> Trabalho maravilhoso! Parabéns! Aplausos!
[15:47] <mara__> Obrigada, Juscelinos!
[15:47] <mara__> Desculpe! Juscelino!
[15:48] <Prof-Elis-UEMG> Parabéns, Profª. Mara!
[15:48] <mara__> Obrigada!
[15:48] <woodsonfc> Convido a todos para a próxima palestra do STIS que será em 21 DE ABRIL TÓPICO: TECNOLOGIA E ENSINO DE LÍNGUAS Conferencistas: Prof. Dr Walcir Cardoso ( Concórdia University - Canadá) Tema: Speech Technologias para o Ensino de português como língua estrangeira.
[15:48] <mara__> Deixo meu email! maraeducadoraalfa@gmail.com
[15:49] <Ana__> Sucesso aos palestrantes em seus empreendimentos, continuem trilhando pelos saberes educacionais!
[15:49] <Heloisa> Parabéns a todos do Stis por essas duas belíssimas apresentações.
[15:49] <mara__> Obrigada a todos do Stis em especial a professora Adelma!
[15:50] <mara__> Um abraço! Até a próxima!
[15:50] <vanusaeugenio__> enviem-nos o convite, como fizeram com esta
[15:50] <vanusaeugenio__> Abçs
[15:51] <woodsonfc> Convido a todos para a próxima palestra do STIS que será em horário diferente: 21 DE ABRIL ÀS 19h TÓPICO: TECNOLOGIA E ENSINO DE LÍNGUAS Conferencistas: Prof. Dr Walcir Cardoso ( Concórdia University - Canadá) Tema: Speech Technologias para o Ensino de português como língua estrangeira.
[15:51] <Heloisa> Sucesso aos palestrantes nos seus saberes e fazeres inspirando a tantos educadores. Agradecimentos especiais a Profª Adelma.
[15:51] <acris> [15:49] <mara__> Obrigada a todos do Stis em especial a professora Adelma!
[15:53] <woodsonfc> Novamente que reiterar que a próxima palestra do STIS que será em horário diferente: às 19h, ok?
[15:53] <woodsonfc> será em 21 DE ABRIL
[15:53] <woodsonfc> TÓPICO: TECNOLOGIA E ENSINO DE LÍNGUAS Conferencistas: Prof. Dr Walcir Cardoso ( Concórdia University - Canadá) Tema: Speech Technologias para o Ensino de português como língua estrangeira.
[15:54] <woodsonfc> Agradeço a todos a presença e espero vocês no próximo encontro!
[15:55] <SOL> OBRIGADA FOI MUITO ÚTIL
[15:55] <woodsonfc> será 21 DE ABRIL (perdão)
[15:55] <woodsonfc> às 19h
[15:55] <woodsonfc> TÓPICO: TECNOLOGIA E ENSINO DE LÍNGUAS Conferencistas: Prof. Dr Walcir Cardoso ( Concórdia University - Canadá) Tema: Speech Technologias para o Ensino de português como língua estrangeira.
[15:57] <AndreaCBQ> De alfabetização, terá nova palestra? Quero muito participar de todas.
[15:57] <woodsonfc> Sempre às sextas-feiras
[15:57] <woodsonfc> Veja no site AndreaCBQ
[15:58] <woodsonfc> O link está no cabeçalho dessa sala
[15:58] <AndreaCBQ> As Sexta? E no mesmo horário de hoje?
[15:58] <AndreaCBQ> Ah! Sim. Obrigada!
[15:58] <woodsonfc> Não AndreaCBQ , a próxima será as 19h
[15:59] <woodsonfc> Sempre às sextas-feiras AndreaCBQ
[15:59] <AndreaCBQ> Entendi! Obrigada!
[16:00] <woodsonfc> A programação de todas as palestras pode ser consultada no site
[16:01] <woodsonfc> Procure em agenda
[16:01] <woodsonfc> O link está aí no cabeçalho dessa sala
[16:02] <woodsonfc> Procure AGENDA
[16:02] <acris> woodsonfc: não será mais Às sextas
[16:02] <acris> será nas quartas às 21h
[16:02] <acris> ops, 19h
[16:03] <acris> esta foi aúltima na sexta, não é isso, adelmaa?
[16:03] <SOL> NAO CONSEGUI VER OS SLIDES
[16:03] <woodsonfc> Dia 21 é Sexta, acris
[16:03] <acris> ah, entao nao sei
[16:03] <woodsonfc> heheeh
[16:04] <adelmaa> Acris, serás sempre na penútima qurta-feira de cada mês de abril a junho e de agosto a novembro.
[16:04] <adelmaa> Dia 19 de abril de 19:30 às 21:00 horas.
[16:04] <woodsonfc> Consultem a AGENDA no site, por segurança e vamos avisando logo que o evento for aproximando
[16:04] <acris> ótimo, obrigada, adelmaa
[16:05] <adelmaa> Nosso próximo evento será na quarta-feira, dia 19 de abril das 19:30 às 21:00 horas.
[16:05] <adelmaa> Será um stis internacional.
[16:05] <woodsonfc> Perdão, me enganei, achei mesmo estranho a informação que tinha, dia de Tiradentes
[16:05] <acris> woodsonfc, devo ter digitado errado
[16:05] <acris> sorry
[16:05] <woodsonfc> Dia 19 de Abril
[16:06] <adelmaa> Um professor da Universidade de Concórdia e outra professora da Argentina.
[16:06] <woodsonfc> hahahaah
[16:06] <adelmaa> Eu devo ter errado, Woodsonfc. Falha minha!
[16:07] <Cris_> Adorei! Quero participar dos próximos!
[16:07] <adelmaa> Agendem ai como: evento imperdível!
[16:07] <Cris_> Abraços !
[16:08] <adelmaa> Peço que conheçam os projeto do Grupo Texto Livre. Professores, acessem a página do congresso Eviddosol /ciltec.
[16:08] <woodsonfc> Vou preencher o calendário na página. Está vazio agora!
[16:09] <adelmaa> Participem!
[16:10] <woodsonfc> SOL: como você procedeu?
[16:10] <adelmaa> Peço que todos vocês acessem a página no face STIs FALE UFMGhttps://www.facebook.com/stis.lingtec/?fref=ts e sejam nossos seguidores, desta forma e através dos seus e-mail vocês receberão notícias de nosso eventos.
[16:10] <SOL> a conexão esta fraca
[16:11] <adelmaa> de nossos eventos.
[16:11] <SOL> esteve caindo o tempo todo
[16:14] <woodsonfc> SOL: resumindo: na janela ao lado escolhe no menu a opção Apresentação de Slides", clica em abrir, digita mara 1 no campo de texto e clica em mostrar
[16:14] <woodsonfc> mara1 junto
[16:14] <adelmaa> Pessoal, a todos vocês, meu grande abraço! Espero encontrá-los aqui em nossa sala virtual de conferências do stis dia 19 de em abril, às 19:30. Até lá! Obrigada pela presença. <3
[16:14] <woodsonfc> e depois mara2 fazendo o mesmo procedimento
[16:15] <SOL> OBRIGADA
[16:15] <acris> abraços a todos, estou indo também.
[16:16] <woodsonfc> Obrigado Ana
[16:16] <AndreaCBQ> Abraço pessoal, agora estou feliz vi todos slides.
[16:16] <woodsonfc> Obrigado AndreaCBQ
[16:16] <woodsonfc> pela presença e participação
[16:17] <AndreaCBQ> Eu que agradeço!
[16:18] <woodsonfc> Esse 'CBQ' de AndreaCBQ parece um gatinho! hehehehee
[16:20] <woodsonfc> Ah, os certificados serão enviados a vocês por email. A todos que fizeram a inscrição no Site!
[16:24] <woodsonfc> Então, corrigindo a informação que passei acima, o próximo evento será dia 19 de em abril, às 19:30. Esperamos vocês lá!
[16:25] <woodsonfc> Esse "em" outra vez :{
[16:26] <woodsonfc> dia 19 de abril, às 19:30 (sem esse 'em')
[16:29] <SOL> CONSEGUI
[16:40] <marcia_> como solicito meu certificado de particpação?
[16:40] <woodsonfc> marcia_: vc se inscreveu no site?
[16:41] <marcia_> Sim
[16:41] <woodsonfc> Vai receber por email, então!
[16:41] <marcia_> mas não pediu email ao me inscrever
[16:42] <woodsonfc> Um momento, então
[16:42] <marcia_> okay, obrigada
[16:43] <woodsonfc> Ah! Pede então no link http://stis.textolivre.org/site/certificados
[16:44] <woodsonfc> marcia_: Peça seu certificado no link http://stis.textolivre.org/site/certificados
[16:44] <woodsonfc> ok?
[16:46] <marcia_> Obrigada, solicitei
[16:46] <woodsonfc> Mais alguma questão?
[16:47] <woodsonfc> Então vou indo, obrigado mais uma vez!
[16:47] <woodsonfc> Fui!

 

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Based on a work at Texto Livre.

3. Abril: Linguagem, Programação e Tecnologia

 Conferência dupla STIS

Março-2017

Dia 19 de abril às 19:30 horas, na Sala de Conferências do STIS

 

Aprendendo línguas com tecnologias de fala: Leitores de texto, reconhecimento de fala e assistentes pessoais (robôs falantes) 

(Prof. Dr. Walcir Cardoso - Universidade Concordia) 

Resumo: Nesta conferência discorrerei sobre três tecnologias que têm potencial para melhorar a sua (ou os seus alunos) experiência de aprendizagem de uma língua estrangeira / segunda língua (L2): são os Leitores de texto (ou sintetizadores de texto para voz), o reconhecimento automático de voz e os assistentes pessoais (ou robôs falantes). Com base nessas três tecnologias e com base em pesquisas atuais sobre aquisição de L2, esta apresentação enfatizará as seguintes recomendações para a aprendizagem e o ensino da pronúncia: (1) promover oportunidades personalizadas, mas variadas, do usod da língua-alvo. (Chapelle & Jamieson, 2008); (2) enfatizar regras de ortografia para som para capacitar os alunos com habilidades preditivas (Dickerson, 2013); (3) incentivar a prática ea repetição (Roediger & Pyc, 2012); E (4) fornecer feedback imediato (Liakin, Cardoso, & Liakina, 2015). A apresentação focalizará também abordagens centradas no aluno (por exemplo, Brandl, 2002), com discussões de como essas três tecnologias podem promover a aprendizagem "a qualquer hora e em qualquer lugar" da pronúncia L2, além das paredes da sala de aula.

Palavras-chave: sintetizadores de texto para fala; Reconhecimento automático de voz; Abordagens centradas no aluno

 

O ensino de programação para a construção do Pensamento Computacional no Ensino Fundamental - Séries Iniciais da Rede Municipal de Ensino de Cascavel - PR 

(Prof Esp. Jocemar do Nascimento)

Resumo: Um relato de experiência de como se deu a inserção do Ensino de Programação para construção do Pensamento Computacional bem como o histórico do uso de tecnologia aplicada a educação na Rede Municipal de Ensino de Cascavel - PR, o processo de formação dos professores dos laboratórios de informática, quais as práticas e ferramentas adotadas bem como seus impactos iniciais constatados na aprendizagem dos alunos.

Palavras Chave: Tecnologia na Educação, Pensamento Computacional.

3.1. registro abril

Registro da Conferência em chat escrito, de 24 de março de 2017:

 

 Aprendendo línguas com tecnologias de fala: Leitores de texto, reconhecimento de fala e assistentes pessoais (robôs falantes)
conferencista: Walcir Cardoso

O ensino de programação para a construção do Pensamento Computacional no Ensino Fundamental
conferencista: Jocemar do Nascimento

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[19:32] <adelmaa> Boa noite a todos e todas!
[19:32] <adelmaa> É com imensa alegria que venho, em nome do Grupo STIS - SEMINÁRIOS TEÓRICOS INTERDISCIPLINARES DO SEMIOTEC e da profª Drª Ana Cristina
[19:32] <adelmaa> Fricke Matte, dar boas -vindas a todos vocês que nos honram com sua presença: conferencistas e participantes
[19:33] <adelmaa> O Stis é um programa de conferência realizado na penúltima semana de cada mês de março a dezembro, congregando pesquisadores do Brasil e do exterior em torno do tema educação livre e democrática.
[19:33] <adelmaa> O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa polvo denominado TEXTO LIVRE do CNPq, coordenado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[19:33] <adelmaa> Ao longo desta caminhada o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior.
[19:33] <adelmaa> Na verdade, nós do grupo STIS, temos muito que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 24 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[19:33] <adelmaa> tais como: Luis Gonçalves (Princenton University); Carla Viana Coscarelli (UFMG), Luiz Tatit (UNICAMP), Almeida Filho (UNB), Brian Street (Kings College/Londres), Julio Paz (Argentina), dentre outros.
[19:33] <adelmaa> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP / Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário
[19:33] <adelmaa> Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidados do Prof. Marcelo Buzzato. Para que este trabalho se concretize a cada mês contamos com a colaboração voluntária de uma equipe fantástica de seres humanas altruístas
[19:33] <adelmaa> que compartilham da mesma concepção de que as mudanças na nossa sociedade só acontecerão através do acesso a educação para todos.
[19:34] <adelmaa> Assim, mais um ano de trabalho, de conferências extraordinárias, de encontros de saberes e rica de experiência se inicia hoje no STIS. Com ele,
[19:34] <adelmaa> novas ideias, novos projetos, novos expectativas, anseios e vontade de compartilhar o fazer
[19:34] <adelmaa> educação de forma democrática, ou seja, com acesso gratuito a todos os interessados. Este ano o GRUPO STIS tem desejos que almejamos concretizar: ampliar ainda mais nossas parceiras com instituições
[19:34] <adelmaa> educacionais e não educacionais que queiram, como a gente, dar acesso ao conhecimento a quem desejar recebê-lo.
[19:34] <adelmaa> Para que o STIS apresente a vocês as melhores conferências e os melhores conferencistas (claro!), contamos com uma equipe formada por 20 membros voluntários, que trabalham
[19:34] <adelmaa> incansavelmente com amor, consciência e dedicação a uma só causa: fazer a diferença no mundo por meio da educação.
[19:35] <adelmaa> Quero agradecer publicamente à Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, idealizadora de todo Projeto Texto Livre, do qual o projeto STIS é uma de suas crias. Agradeço pela confiança em
[19:35] <adelmaa> mim depositada para coordenar este valioso projeto e ao meus/minhas membros da equipe STIS, que voluntariamente nos ajuda a fazer este evento acontecer.
[19:35] <adelmaa> Farei agora uma breve apresentação de nossos conferencistas convidados. Nossos dois conferencistas convidados são:
[19:35] <adelmaa> O prof Dr. Wlacir Cardoso, é professor associado de Linguística Aplicada / Ensino de Inglês como Segunda Língua no Departamento de Educação da Universidasde de Concordia / Canadá.
[19:35] <adelmaa> ops Walcir. Desculpe-me!
[19:36] <adelmaa> Suas pesuqisa se concentram na aquisição de fonologia na segunda língua, dentro de uma abordagem que combina percepções da fonologia teórica e aplicada, da psicolingüística e da sociolingüística variacionista.
[19:36] <adelmaa> Ele é diretor do programa de Linguística Aplicada do Departamento de Educação e ensina Computação em Aprendizagem de Línguas, Fonologia,
[19:36] <adelmaa> Aquisição de Língua Estrangeira de Fonologia, Gramática Universal e Aquisição de Língua Estrangeira, Estudos de Língua Aplicada e Metodologia.
[19:36] <adelmaa> O professor Dr. Walcir é natural do Brasil. Obteve seu PhD em Linguística Teórica no ano de em 2003 pela McGill University (Canadá). É autor de
[19:36] <adelmaa> várias publicações acadêmicas e regularmente se apresenta em conferências locais, nacionais e internacionais.
[19:36] <adelmaa> Recebeu o Prêmio Dean de Excelência em Ensino da Concordia e o Prêmio Mestre de Mérito da Société pour la promotion de l'enseignement du
[19:36] <adelmaa> français au Québec, por duas vezes em 2007, como reconhecimento peas suas habilidades exemplares de ensino.
[19:37] <adelmaa> Antes de ingressar na Universdiade de Concordia em 2003, o prof Walcir ministrou cursos de lingüística teórica e aplicada no Departamento de
[19:37] <adelmaa> Lingüística da McGill e no Departamento de Línguas Estrangeiras da Universidade Federal do Pará.
[19:37] <adelmaa> Fora do meio acadêmico, escreve sobre equipamentos de áudio para uma revista brasileira especializada Revista Áudio & Vídeo e consulta para
[19:37] <adelmaa> Lexicon Branding Inc. na avaliação de nomes de marcas para adoção nos mercados brasileiro e internacional.
[19:37] <adelmaa> Nosso segundo conferencista convidado é o prof Esp. Jocemar do Nascimento é mestrando em Ensino pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Possui graduação em Pedagogia pela
[19:37] <adelmaa> UNICESUMAR. Pós-Graduado em Metodologia do Ensino Superior e EAD e em EAD e Novas Tecnologias pela FAEL. Fui Aluno Especial do Mestrado em Ensino da Universidade Estadual do Oeste do Paraná em
[19:37] <adelmaa> 2014. O prof trabalha na Equipe no Laboratório de Inovação da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Cascavel, onde atuou como Supervisor de Equipe no Setor de Informática da Secretaria
[19:38] <adelmaa> Municipal de Saúde de Cascavel por 1 ano, com a função de coordenação do processo de informatização da Secretaria de Saúde. Foi Coordenador do Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal de Cascavel por 6 anos.
[19:38] <adelmaa> Servidor concursado da Prefeitura Municipal de Cascavel desde janeiro de 2008, sendo 6 anos na Coordenação do NTM de Cascavel ministrando cursos na área de informática educacional. Coordenador do Projeto de
[19:38] <adelmaa> Ensino de Programação para Crianças da Rede Pública de Cascavel, projeto Vencedor do Prêmio ARede 2014.
[19:38] <adelmaa> É uma honra recebê-los prof Walcir Cardoso e prof. Jocemar do Nascimento , como conferencistas convidados, em nossa sala virtual. Sejam vem-vindos!
[19:38] <adelmaa> A todos os participantes do Brasil e do exterior, gostaria de agradecer em nome de toda a equipe pela suas honrosas presenças. É um prazer tê-los conosco nesta noite de quarta-feira.
[19:38] <adelmaa> Obrigada por nos ajudar a fazer do STIS uma ação concreta de democratização da educação de todos e para todos.
[19:38] <adelmaa> Passarei a palavra neste momento a moderadora deste evento, a profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, que explicará em detalhes o funcionamento de
[19:39] <adelmaa> nossa conferência virtual. Obrigada, sejam bem vindos e um ótimo evento a todos!
[19:39] <acris> Obrigada, adelmaa
[19:39] <acris> Teremos duas apresentações seguidas
[19:39] <acris> os primeiros 30 min são do prof WalcirCardoso
[19:39] <acris> que vai fazer a apresentação dos slides
[19:39] <acris> código cardoso
[19:40] <acris> e depois teremos 30 min para o prof Jocemar
[19:40] <acris> durane este tempo a sala está moderada
[19:40] <acris> o que significa que somente o palestrante pode falar
[19:40] <acris> depois das falas, abriremos para pergntas
[19:41] <acris> prof WalcirCardoso: por favor, pode começar
[19:41] <WalcirCardoso> Muito obrigado, Adelma! É um grande prazer estar aqui compartilhando esse espaço virtual com gente tão ilustra!
[19:41] <WalcirCardoso> Boa noite. Primariamente gostaria de agradecer a presença de vocês em minha palestra e também o convite dos organizadores dos “Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC”. Um obrigado muito especial à Prof. Adelma Araújo pelo convite!
[19:41] <WalcirCardoso> Gostaria também de me desculpar pelos erros ortográficos e de vocabulário e os anglicismos nos slides e no texto que os acompanha. Fiz o possível para minimizá-los, mas é provável que alguns, teimosos, tenham permanecido.
[19:41] <WalcirCardoso> Vamos agora ao primeiro slide (quando mudar de slide, indicarei o número do slide sequinte, o número aparece em vermelho à esquerda).
[19:42] <WalcirCardoso> Slide 1: Nesta apresentação, gostaria de falar sobre três ferramentas de fala que eu, alguns colegas e alunos da Concordia University estamos investigando com o intuito de: (1) desenvolver autodidatismo em estudantes de língua estrangeira e, ao mesmo tempo,
[19:42] <WalcirCardoso> (2) estender o alcance da sala de aula (por ex., através dessas tecnologias, professores poderão complementar as discussões de sala de aula com atividades personalizadas, de longa duração, ou repetitivas, ...
[19:42] <WalcirCardoso> ... para serem completadas num contexto de aprendizagem “a qualquer hora, em qualquer lugar” ‘anytime, anywhere’).
[19:42] <WalcirCardoso> Slide 2: Começamos com a listagem de alguns problemas que afligem alunos de línguas estrangeiras (L2s). Primeiramente, temos o problema do INPUT, que é extremamente limitado em quantidade e qualidade, e ele não é sempre apropriado ao aluno.
[19:42] <WalcirCardoso> Por exemplo, alguns estudos indicam que uma das razões que dificultam a aprendizagem do passado simples em inglês é a falta dessas formas (QUANTIDADE) na língua a que os alunos são expostos.
[19:43] <WalcirCardoso> A QUALIDADE desse input também é mencionada como causador de problemas em aquisição, como: (1) o sotaque estrangeiro do professor de línguas, (2) a pouca variabilidade na fala do professor ou nos textos orais que acompanham o material didático, ...
[19:43] <WalcirCardoso> ... e (3) a proliferação de formas não-salientes (não perceptíveis), isto é, formas que são difíceis de ouvir ou que são apagadas ou assimiladas por formas vizinhas.
[19:43] <WalcirCardoso> Um bom exemplo desse último fenômeno é a marcação do passado no inglês, onde mal conseguimos distinguir as formas que marcam passado (I walked to school) e presente (I walk to school).
[19:44] <WalcirCardoso> Um outro problema é a falta de oportunidades para produção oral ou OUTPUT, que normalmente se manifesta em interações pessoais com outros alunos ou com o professor.
[19:44] <WalcirCardoso> Finalmente, constatamos pouquíssimas oportunidades para a prática de FLUÊNCIA oral, visto que professores e alunos raramente praticam o que acham que já aprenderam.
[19:44] <WalcirCardoso> Essa prática pós-aprendizagem é importantíssima para a automatização da linguagem (comportamento operacionalizado como “fluência”), para que o aluno fale automaticamente, sem planejamento (como falantes nativos).
[19:44] <WalcirCardoso> Slide 3: As áreas de aquisição de segunda língua e Aprendizagem de Língua Assistida por Computador (ALAC) nos dão uma série de recomendações para o ensino de L2s. Essas recomendações consistem de:
[19:45] <WalcirCardoso> (1) Fornecer aos alunos modalidades múltiplas e reforçamento (ou enhancement) de input; (2) Engajá-los em atividades que encorajem repetição e constante revisão do que foi aprendido; (3) Fornecer feedback, preferivelmente de forma imediata; ...
[19:45] <WalcirCardoso> (4) Seguir o framework comunicativo para ensino de pronúncia, iniciando com o desenvolvimento de percepção (INPUT) e prosseguindo com produção (OUTPUT) e interações espontâneas para o desenvolvimento da FLUÊNCIA oral; ...
[19:45] <WalcirCardoso> ... e finalmente, (4) Conscientizá-los sobre regras grafo-fonéticas da língua-alvo para empoderá-los com habilidades para que possam prever pronúncias desconhecidas.
[19:46] <WalcirCardoso> Slide 4: Usando um sistema de cores, resumimos neste slide os problemas e as recomendações de pesquisadores em L2 e ALAC sobre o ensino de pronuncia. O verde representa o INPUT (ou escutar). O vermelho o OUTPUT (ou falar).
[19:46] <WalcirCardoso> O laranja a ORTOGRAFIA, que sevem para fornecer feedback e enhancement (ou reforçamento). Finalmente, o azul se referece a combinação de todos esses elementos para o desenvolvimento da FLUÊNCIA.
[19:46] <WalcirCardoso> Metaforicamente, vejo esses elementos como parte de um motor que precisa de seus subcomponentes para funcionar efetivamente e atingir objetivos práticos. Com conscientização e prática, atingimos eficiência ou fluência.
[19:47] <WalcirCardoso> Slide 5: Neste slide, mostro como as três tecnologias adotadas se relacionam aos problemas e recomendações discutidos anteriormente.
[19:47] <WalcirCardoso> Enquanto a Síntese de Voz (SdV) trata da prática de INPUT através de uma combinação de atividades de escuta acompanhadas de uso de ortografia, o Reconhecimento de Fala (RdF) combina atividades de prática de OUTPUT (ou fala), também acompanhadas de ortografia.
[19:47] <WalcirCardoso> Finalmente, Assistentes Pessoais combinam SdV e RdF em interações humano-máquina para o desenvolvimento de FLUÊNCIA. Discutiremos essas três propostas isoladamente no resto da apresentação.
[19:48] <WalcirCardoso> Slides 6: Começaremos com Síntese de Voz que, como dissemos anteriormente, combina atividades de escuta (INPUT) com ortografia.
[19:48] <WalcirCardoso> Slide 7: Aplicativos de SdV oferecem vários recursos que servem para reforçar (enhance) e diversificar o input. Podemos, por exemplo, repetir o texto ou partes dele quantas vezes quisermos.
[19:48] <WalcirCardoso> Slide 7: Aplicativos de SdV oferecem vários recursos que servem para reforçar (enhance) e diversificar o input. Podemos, por exemplo, repetir o texto ou partes dele quantas vezes quisermos.
[19:49] <WalcirCardoso> Podemos também realçar parágrafos, frases e palavras para desenvolver consciência grafo-fonética. Finalmente, podemos diversificar o input com diferentes velocidades e um grande número de vozes masculinas e femininas, assim como vozes infantis e adultas.
[19:49] <WalcirCardoso> Pesquisas na área de ALAC indicam que esses recursos são benéficos ao desenvolvimento fonológico em L2.
[19:49] <WalcirCardoso> Slide 8: Mostro alguns usos pedagógicos de SdV em aprendizagem de línguas. O aluno pode usá-lo, por exemplo, para descobrir a pronúncia de palavras e frases desconhecidas, como também para desenvolver consciência fonologia na L2, como indicam algumas das minhas sugestões.
[19:50] <WalcirCardoso> Slide 9: Num trabalho que fiz com algumas colegas da Concordia, utilizamos uma famosa SdV para a aprendizagem da pronúncia associada ao passado simples -ed no inglês.
[19:50] <WalcirCardoso> Os participantes foram instruídos sobre as variações morfo-fonológicas da pronuncia do -ed, ouvindo palavras-chaves e tentando categorizá-las de acordo com os sons que ouviram.
[19:51] <WalcirCardoso> Slide 10: A segunda parte dessa atividade é mostrada no slide 10, onde os alunos categorizam o que ouviram. Quando comparamos os resultados desse grupo com um outro que teve um professor como input, não notamos nenhuma diferença em performance.
[19:51] <WalcirCardoso> Os dois grupos se comportaram de maneira idêntica estatisticamente. Isso quer dizer que o SdV tem grande potencial para a aprendizagem de pronúncia e certas alternâncias fonológicas.
[19:52] <WalcirCardoso> Diante desses resultados, sugerimos que professores encorajem a prática de atividades que requerem grande investimento de tempo e repetições para contextos fora da sala de aula, ...
[19:52] <WalcirCardoso> ... e que dediquem o precioso (e limitado) tempo de ensino para atividades comunicativas, culturais, ou prática de fluência nas quatro habilidades (fala, escuta, escrita, leitura).
[19:52] <WalcirCardoso> Slide 11: Prosseguimos agora para a discussão de aplicativos votados para o reconhecimento de fala (RdF), que combina atividades de fala (OUTPUT) com ortografia.
[19:53] <WalcirCardoso> Slide 12: Aplicativos de RdF convertem voz em texto. Uma grande vantagem de RdFs é que eles servem não só para a prática de output ou fala, mas também como ferramenta de feedback imediato de pronúncia.
[19:53] <WalcirCardoso> A figura ilustra um aluno pronunciando a palavra “hit” ‘bater’ em inglês, com o aplicativo de RdF mostrando que sua pronúncia está correta, assim servindo como feedback imediato.
[19:53] <WalcirCardoso> Slide 13: Se, por acaso, o mesmo aluno quiser dizer “hit” [hɪt] (‘bater’) mas ele fala [hit] (com a pronúncia mais comum para falantes de português), o aplicativo mostrará ao usuário a pronúncia detectada pelo RdF ([hit] = ”heat” ‘calor’), ...
[19:54] <acris> WalcirCardoso: um pouquinho mais devagar, por favor
[19:54] <WalcirCardoso> OK, queria saber se estava indo rapido demais... Otimo!
[19:55] <WalcirCardoso> ... assim indicando, imediatamente, uma pronúncia que não corresponde à intenção do falante.
[19:55] <WalcirCardoso> Slide 14: Como é o caso com os SdVs, há um enorme número de aplicativos gratuitos de reconhecimento de fala (RdF). Ilustro o dictation.io, criado para ser usado em navegadores, em aparelhos móveis e estáticos.
[19:55] <acris> [código dos slides: cardoso]
[19:56] <WalcirCardoso> Comprovamos que este RdF (dictation.io) e o Dragon Dictation (app) funcionam muito bem para o francês, inglês e português (as línguas-alvos de um projeto em que estou envolvido).
[19:56] <WalcirCardoso> Slide 15: Utilizando um desses RdFs, um grupo de colegas da Concordia e eu examinamos o potencial desses aplicativos para a aprendizagem da vogal /y/ (a vogal que faz biquinho, como em ‘tu’) em francês como língua estrangeira.
[19:57] <WalcirCardoso> Como veem, os participantes tiveram que completar uma série de atividades de fala ludificadas (gamified) através de um SdV.
[19:57] <WalcirCardoso> Slide 16: Os resultados dessa pesquisa indicam que os participantes engajados em aprendizagem via SdV melhoraram na produção da vogal /y/ significativamente mais (teste t) do que os alunos que não tiveram acesso à tecnologia.
[19:58] <WalcirCardoso> Ficamos otimistas com esses resultados e nos perguntamos: e se juntarmos essas duas tecnologias num único ambiente de aprendizagem?
[19:58] <WalcirCardoso> Slide 17: É justamente esse o tema que vamos abordar na última parte da apresentação: ...
[19:58] <WalcirCardoso> O uso pedagógico de assistentes pessoais ou robôs falantes que, como ilustramos, combina SdV (para a escuta), RdF (para a fala) e ortografia, assim completando os 3 componentes de nosso “motor”.
[19:59] <WalcirCardoso> Slide 18: Assistentes pessoais (APs) são dispositivos ou aparelhos que ouvem e falam e, consequentemente, que interagem com um ou mais interlocutores. Eles são geralmente utilizados sem o uso das mãos.
[19:59] <WalcirCardoso> Para tal, eles precisam de uma palavra-despertador que serve para “acordar” o aparelho. No caso do Echo da Amazon, por exemplo, para interagir com o aparelho, o usuário precisa iniciar cada frase com a palavra “Alexa, ...”.
[19:59] <WalcirCardoso> Como mencionado anteriormente, esse tipo de tecnologia utiliza RdF (para conversão voz-texto da voz humana para procura de informação, como numa ferramenta de busca) e síntese de voz (para conversão texto-voz e leitura em voz alta ao ouvinte).
[20:00] <WalcirCardoso> Embora a tecnologia ainda esteja em sua infância em termos de desenvolvimento, há dezenas de APs disponíveis no mercado.
[20:00] <WalcirCardoso> Elas incluem aparelhos simples e de custo baixo como o Amazon Echo e o Google Home, e também produtos mais avançados e mais dispendiosos como o Jibo (ainda em desenvolvimento) e o Pepper.
[20:01] <WalcirCardoso> Slide 19: Utilizamos o Echo em nossa pesquisa porque ele possui uma das vozes (PA) mais sofisticadas no mercado (Alexa), tem um custo baixo (entre 50-150 dólares americanos), é fácil de usar, é customizável, e muito popular (mas não como ferramenta pedagógica).
[20:01] <acris> WalcirCardoso: voce poderia esperar um minuto? tem uma turma de pessoas tentando entrar
[20:01] <WalcirCardoso> OK
[20:01] <WalcirCardoso> Me avisa quando devo prosseguir.
[20:02] <WalcirCardoso> E a sua voz, Alexa, é Open Source.
[20:02] <acris> conheço sorriso
[20:03] <acris> WalcirCardoso: acho que já pode continuar. desculpa
[20:03] <WalcirCardoso> Foi de proposito sorriso
[20:03] <WalcirCardoso> Sim.
[20:03] <acris> piscando
[20:03] <WalcirCardoso> Mas há alternativas gratuitas como o Cortana no Windows e Siri em Macs, sem os traços humanoides que caracterizam os APs. Para uma demonstração de como o Echo funciona, visite o site indicado no slide.
[20:03] <WalcirCardoso> No link fornecido, o usuário nos mostra algumas funções do Echo em inglês: dar informações (sobre o tempo, horários, etc.), jogar “Rock-Paper-Scissors”, pedir entrega de pizza, ler um livro, ouvir música, etc.
[20:04] <WalcirCardoso> Como esse AP é altamente customizável, há mais de dez mil habilidades (skills) criadas para Alexa (em abril de 2017), a voz do assistente pessoal do Echo. Visitem os links disponíveis para mais informações.
[20:04] <WalcirCardoso> Slide 20: Em relação aos usos pedagógicos de APs, sugerimos os mesmos indicados a SdVs e RdF, como descobrir pronúncias de palavras (SdV); testar hipóteses sobre pronúncias desconhecidas (RdF), etc.
[20:05] <WalcirCardoso> Um dos benefícios mais importantes é que ele tem o potencial de reduzir ansiedade em alunos de língua estrangeira, visto que ele permite que o usuário interaja com o AP sem medo de “perder a moral” e ser negativamente julgado pelos erros de pronúncia cometidos.
[20:05] <WalcirCardoso> APs também motivam a prática constante, o que pode auxiliar no desenvolvimento da fluência oral e comunicativa em estudantes de L2.
[20:05] <WalcirCardoso> Slide 21: Como a tecnologia ainda é muito recente, não existem muitos trabalhos sobre o assunto.
[20:06] <WalcirCardoso> Mas em uma pesquisa ainda em andamento, uma das minhas estudantes de dourado e eu investigamos o uso de APs, enfatizando o potencial da tecnologia e a percepção dos usuários.
[20:06] <WalcirCardoso> Descobrimos, entre outras coisas, que a utilização de APs gera um aumento em motivação para a prática de fala e escuta, e confirma uma das nossas hipóteses de que a ferramenta é capaz de fornecer feedback de fácil compreensão.
[20:06] <WalcirCardoso> Um dos nossos participantes relatou que o uso do Echo o fez repetir a mesma frase de forma diferente porque o aparelho não o entendeu, indicando assim o efeito do feedback recebido:
[20:07] <WalcirCardoso> ...“eu produzo uma boa frase, [Alexa] não entende o que eu disse, então eu repito a frase, de forma diferente” [traduzido do inglês].
[20:07] <WalcirCardoso> Finalmente, acreditamos que APs tem o potencial de estender a abrangência da sala de aula (por exemplo, para complementar uma aula sobre pronúncia) ou para promover o autodidatismo (aprendizagem “a qualquer hora, em qualquer lugar”).
[20:07] <WalcirCardoso> Slide 22: Chegamos finalmente às conclusões desta palestra, que teve como objetivo introduzir e discutir três tecnologias de fala para aprimorar a experiência de aprendizagem de línguas estrangeiras.
[20:08] <WalcirCardoso> Dentro de uma abordagem centrada no aluno, um outro objetivo foi mostrar como essas três tecnologias podem auxiliar na resolução dos problemas listados no início desta apresentação e, assim, fornecer ao aluno de L2:
[20:08] <WalcirCardoso> ... (1) um input aprimorado em termos de quantidade e qualidade, e (2) maiores oportunidades para prática de fala e escuta, e (3) desenvolvimento de fluência oral, num contexto de aprendizabem de língua estrangeira.
[20:09] <WalcirCardoso> Slide 23: Gostaria de concluir listando algumas razões porque achamos que o uso pedagógico de síntese de voz, reconhecimento de fala e assistentes pessoais são benéficos à aprendizagem de línguas.
[20:09] <WalcirCardoso> Baseado em pesquisas recentes, essas tecnologias: (1) fornecem modalidades múltiplas para uma aquisição de pronúncia mais efetiva e eficiente; (2) contribuem para uma aprendizagem personalizada; ...
[20:10] <WalcirCardoso> ... (3) promovem o foco na forma, principalmente em itens específicos de pronúncia que são relevantes ao aluno; (4) encorajam repetição e a revisão de formas aprendidas; (5) fornecem feedback imediato e compreensível... [Prossegue no próximo slide]
[20:10] <WalcirCardoso> Slide 24: ... Prosseguindo, essas tecnologias também (6) guiam os alunos no desenvolvimento de estratégias para uso próprio (ou strategy development); (7) permitem a prática em percepção (INPUT), produção (OUTPUT) e fluência; e, finalmente, ...
[20:11] <WalcirCardoso> ...(8) têm grande potencial para empoderar alunos com habilidades de prever pronúncias por causa da grande relação que as ferramentas propostas têm com a ortografia.
[20:11] <WalcirCardoso> Slide 25: Finalmente, listo algumas das ferramentas utilizadas na palestra e nos estudos discutidos. Os aplicativos de SdV e RdF são todos gratuitos e disponíveis online e em lojas de aplicativos.
[20:12] <WalcirCardoso> Os APs (quase) humanoides são pagos, mas as tecnologias de fala utilizadas são geralmente gratuitas, como é o caso da Alexa (usado no Echo), Cortana (Windows), e Siri (Macs).
[20:13] <WalcirCardoso> Slide 26: Muito obrigado pela atenção. Estarei depois da fala do Jocemar disponível para perguntas , discussões e comentários.
[20:13] <acris> Muito obrigada, prof. WalcirCardoso! Logo após a fala do prof. Jocemar abriremos para perguntas, aguardem!
[20:13] <acris> Gostaria de chamar agora o prof. Jocemar para sua apresentação.
[20:13] <Jocemar> Obrigado Professor Walcirl...
[20:13] <acris> Prof Jocemar: você tem 30 minutos, ok? Pode começar.
[20:13] <Jocemar> Boa noite, quero primeiramente agradecer a professora Adelma pelo convite, e a Professora Ana Cristina por estar aqui mediando esta conferência, foi um convite meio surpresa, mas me senti profundamente feliz por estar na lista de pessoas convidadas a este evento.
[20:14] <acris> [o prof. Jocemar não vai utilizar slides]
[20:14] <Jocemar> Quero iniciar apresentando minha cidade, para os que ainda não conhecem, o Município de Cascavel localiza-se na Região Oeste do Estado do Paraná, emancipado a em 14 de novembro de 1951, segundo último levantamento do IBGE divulgado em agosto de 2016, possui uma população acima de 316 mil habitantes.
[20:14] <Jocemar> A Rede Municipal de Educação responsável pelo atendimento da Educação Infantil e do Ensino Fundamental - Séries Iniciais, atende aproximadamente 28 mil alunos em 62 escolas e 52 Centros Municipais de Educação Infantil.
[20:15] <Jocemar> Em todas as escolas de ensino fundamental são disponibilizados laboratórios com computadores para a realização de atividades com os alunos, alguns laboratórios atendem apenas em contraturno escolar, mas em sua maioria, 57 escolas, o atendimento é feito em período concomitante ao de aula e atende 100% dos alunos destas.
[20:16] <Jocemar> O atendimento nos laboratórios das escolas é realizado pelo Instrutor de Informática, profissional de nível médio, com formação em serviço em Técnico em Multimeios Didáticos oferecida pela Secretaria de Educação em parceria com o Instituto Federal do Paraná,.
[20:16] <Jocemar> O primeiro instrutor de informática contratado para essa função na Rede Municipal de Ensino, foi contratado no ano de 1997, início do Programa Nacional de Informática na Escola (PROINFO) e desde então sua utilização na rede só tem ampliado.
[20:17] <Jocemar> Inicialmente o proinfo enviava máquinas para a realização de atividades em contraturno escolar, em laboratórios com 3 a 5 computadores, a partir de 2008, em política de expansão de uso de tecnologia na escola, o município iniciou a implantação de laboratórios para atendimento de turmas inteiras, com laboratórios contendo entre 20 e 30 computadores, conforme o tamanho da escola.
[20:18] <Jocemar> A partir de 01/07/2010 deu-se inicio a formação mais aprofundada no uso de tecnologia na educação, através do Núcleo de Tecnologia Educacional de Cascavel, (NTM) que passou a oferecer os diversos cursos da plataforma e-proinfo bem como formações específicas para as necessidades do município.
[20:19] <Jocemar> Dentre as formações oferecidas aos instrutores de informática destacam-se as formações no uso de softwares livres para a educação, e em formações também mais técnicas, para que gradativamente os instrutores pudessem adquirir mais autonomia no uso do laboratório, principalmente pelo fato destes usarem os sistema operacional Linux Educacional., desconhecido até então para a grande maioria dos instrutores.
[20:20] <Jocemar> A partir de 2012, em uma nova etapa do professor de inserção das tecnologias na educação o NTM passou a oferecer também formação em linguagens de programação para crianças, como Logo e Scratch.
[20:20] <Jocemar> Ja no ano de 2013, mais de 20 instrutores da Rede Municipal de Ensino iniciaram o uso das ferramentas com os alunos de 4º e 5º anos do Ensino fundamental, atingindo naquele ano mais de 4 mil alunos da Rede no uso do Scratch.
[20:21] <Jocemar> Percebemos ao longo daquele ano que os alunos se interessavam mais por atividades que os desafiavam, além da possibilidade deles criarem seus próprios jogos, dando a eles uma nova perspectiva de uso do computador, não mais como meros espectadores e consumidores de conteúdo, mas criadores.
[20:22] <Jocemar> Surge então a ideia de implementar o projeto de robótica educativa, complementando assim o aprendizado dos alunos, para tanto, selecionamos uma escola que dispunha de uma sala e iniciamos os preparativos, selecionando um dos nossos instrutores de informática para a execução do projeto.
[20:23] <Jocemar> Em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Cascavel (FUNDETEC), que adquiriu 6 kits Atto Educacional para implantação do Projeto Piloto, até que a escola pudesse adquirir seus próprios Kits.
[20:23] <Jocemar> No início do ano letivo de 2014 iniciamos as atividades com o Projeto de Ensino de Programação e Robótica, funcionando como um dos projetos do Mais Educação na escola, atendendo naquele ano, aproximadamente 150 alunos da escola, de todas as séries.
[20:24] <Jocemar> O Projeto se divide em 5 etapas, sendo que algumas delas se aplicam somente aos 3º e 4º ano e as demais para os alunos do 5º ano, divididas conforme a complexidade.
[20:25] <Jocemar> Optamos por pensar o projeto, inicialmente, para alunos ja alfabetizados...
[20:25] <Jocemar> A 1ª Etapa, “Lógica de Programação”, pensamos em iniciar por aquilo que ja dominamos, o ensino de programação para crianças com o uso do Scratch e outras plataformas, como Code.org, Programae, CodeAcademy, CodeCombat. Essa etapa se aplica aos alunos iniciantes do projeto.
[20:26] <Jocemar> Pode ser aplicada aos 3º e 4º anos ou aos alunos que possam ter vindo de outras escolas que não tiveram contato com o projeto. Focada essencialmente no trabalho com ferramentas para exercício do raciocínio lógico.
[20:27] <Jocemar> A 2ª Etapa “Introdução ao Eletrônica com Massa de Modelar e Papel”, que se preocupa e trabalhar conceitos básicos de elétrica e eletrônica com as crianças, de forma a facilitar a introdução segura da robótica posteriormente. São realizadas oficinas de montagem de circuitos com o uso de massa de modelar e papel, também pode ser aplicada aos mesmos alunos da etapa 1.
[20:27] <Jocemar> A 3ª Etapa do Projeto, Construção de Estruturas com o KIT Atto Educacional. Para introduzir os alunos no mundo da robótica, primeiramente apresentamos o material que será usado nas oficinas, e ensinamos os alunos a como construir as estruturas necessárias para posterior automação.
[20:28] <Jocemar> A adoção do KIT Robótica da empresa Atto Educacional, se deu por alguns fatores: Hardware e Software Livre, o que permite que possamos personalizar e aprimorar o material conforme nossas necessidades, tornando também, o material com o melhor custo/benefício do mercado.
[20:28] <Jocemar> O modelo que adotamos no laboratório de robótica, nos permitiu manter o custo abaixo de 50% do valor de um laboratório tradicional, e a própria escola conseguiu adquirir os materiais com recursos do Mais Educação.
[20:29] <Jocemar> Uma outra característica essencial do material é o fato dele não depender de ferramentas cortantes ou que possam ferir os alunos, como um ferro de solda por exemplo, mas todas as ferramentas, parafusos e conexões, são simples e de fácil montagem.
[20:29] <Jocemar> A 4ª Etapa “Programando com o KIT Atto Educacional”, aplicada aos alunos de 4º e 5º ano do Ensino Fundamental, envolve a introdução da Programação dos componentes robóticos do Kit Atto Educacional, como a placa de controle é baseada em Arduíno e utiliza a própria interface de programação dele é possível utilizar a Ferramenta “Ardubloc” para se realizar o ensino da programação por blocos para controlar os dispo
[20:30] <Jocemar> Como o Ardubloc utiliza como base a Linguagem Scratch, que ja foi vista na 1ª etapa do projeto, essa etapa é de fácil assimilação pelos alunos, pois não necessitam se aprofundar em uma linguagem de programação mais complexa, como a Linguagem C, os blocos geram automaticamente os códigos nesta linguagem, que depois será enviada a placa.
[20:31] <Jocemar> A 5ª Etapa “Robótica com Hardware Livre” é o momento em que os alunos do 5º ano do ensino fundamental terão acesso aos recursos mais complexos do projeto, montando seus próprios circuitos e recursos, usando Metareciclagem ou a utilização da Placa Arduíno e seus diversos tipos de sensores e conexões.
[20:32] <Jocemar> Juntamente com os KITS de Robótica, preconizamos no projeto também a aquisição de uma impressora 3d para a escola, e nesta etapa, utilizamos também a impressora 3d com os alunos para que estes possam criar suas próprias estruturas para os projetos desenvolvidos, bem como a construção de robôs a partir de materiais simples como bolas de isopor, motores de carrinhos, drives de CDs, entre outros.
[20:33] <Jocemar> Estimulamos a criatividade dos alunos de forma que os mesmos utilizem todo o conhecimento adquirido ao longo do projeto para criarem seus próprios “brinquedos”, que ao final do curso, que se encerra ao 5º ano do Ensino Fundamental, público da Rede Municipal, ele possa levar em sua bagagem para toda a vida.
[20:33] <Jocemar> Este ano, iniciei meu Mestrado em Ensino pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e meu projeto de pesquisa é avaliar os impactos que este projeto tem tido na rede municipal, temos visto, empiricamente, resultados muito positivos no aprendizado dos alunos.
[20:34] <Jocemar> Mas são poucas as pesquisas que avaliaram os impactos deste tipo de projeto dentro do ambiente escolar, ainda mais se tratando das Séries Iniciais do ensino fundamental, grande parte dos estudos se focam no uso dessas ferramentas com alunos do ensino médio, mais especificamente nos cursos técnicos.
[20:34] <Jocemar> Mas temos visto em nossa rede, alunos cada vez mais crianças dominando os recursos computacionais, e cada vez mais cedo se desinteressando pelos métodos tradicionais de ensino. Há sempre aquele receio por parte do professor pedagogo em adotar esse tipo de recurso em sala de aula.
[20:35] <Jocemar> Justamente por esse medo de que o aluno domine a ferramenta melhor que ele, mas isso precisa ser superado, dando formação a esse professor que atua nos ambientes de tecnologia das escolas para que eles se sintam à vontade para tal.
[20:36] <Jocemar> Precisamos repensar as formações dos futuros professores, desde sua formação inicial, para que eles saiam da faculdade com alguma bagagem relacionada ao uso de tecnologia aplicada a educação, e não somente conhecimento de editores de texto e planilhas.
[20:38] <Jocemar> Incluir nas disciplinas das “metodologias do ensino” recursos que o professor possa levar para sua prática em sala de aula.
[20:39] <Jocemar> Desprezar a tecnologia na formação inicial do professor é o que causa o despreparo dele frente ao dia a dia da escola, cada vez com mais recursos presentes, inclusive os levados pelos próprios alunos, como celulares, tablets e netbooks.
[20:39] <Jocemar> Espero ter sido bem claro nessa breve apresentação do projeto, é ainda uma pesquisa em andamento, como muito a ser avaliado e estudado, mas temos visto resultados palpáveis no aprendizado dos alunos. Agradeço a oportunidade e fico a disposição para perguntas.
[20:40] <acris> muito obrigada, prof Jocemar
[20:40] <acris> vou abrir agora para perguntas
[20:40] <acris> Temos 20 minutos para perguntas, alguém quer começar?
[20:41] <acris> senão eu começo, ein... rs
[20:41] <WalcirCardoso> OK
[20:41] <WalcirCardoso> Um relato impressionante, Jocemar, a tua experiencia em Cacavel. Falaste sobre os investimentos em laboratórios... Por aqui, muita gente fala da “morte” do laboratório, visto que alunos carregam eles consigo. O que achas dessa idea?
[20:41] <WalcirCardoso> Por aqui = na America do Norte (Canada)
[20:42] <Jocemar> Concordo plenamente...Laboratórios tradicionais, estão fadados a morte...
[20:42] <Jocemar> temos de pensar em espaços criativos...
[20:42] <Jocemar> mais mão na massa...
[20:42] <acris> se fala isso por aqui na universidade tb, sem nunca ter chegado a ter laboratórios de verdade, como deveriam ser...
[20:43] <acris> aquelas salas de aula do futuro, propostas pela usp, voces já viram?
[20:43] <WalcirCardoso> O grande problema com o lab eh que ele fica obsoleto muito rapidamente, e requer investimentos constantes. Entre oiutras coisas.
[20:43] <acris> aquilo sim é laboratório
[20:43] <WalcirCardoso> Nao conheco as salas futuristicas da USP. Vou procurar saber depois dessa discussao.
[20:44] <Jocemar> verdade......visitei agora em março uma escola em Austin/Texas..... a tecnologia esta presente em todos os espaços...mas não tem laboratórios de informática...mas sim laboratórios de criatividade...
[20:44] <Jocemar> muito inspiradores..
[20:44] <acris> http://futuro.usp.br/
[20:44] <WalcirCardoso> Mas sabendo que aprendizagem acontece na vida, mora da sala de aula... Ou grande parte da aprendizagem. Extramural, como dizem.
[20:44] <Andressa> Professor Walcir, a ferramenta por você apresentada é, pelos relatos, realmente capaz de fornecer feedback de fácil compreensão. Descomplica.... Que bom poder participar!
[20:44] <WalcirCardoso> Obrigado, @acris
[20:45] <WalcirCardoso> Sim, Andressa. Eh a grande vantagem desses aplicativos. Varios participantes relataram que receberam feedback SEM saber que estavam sendo corrigidos.
[20:45] <megthomopoulos> Professor Walcir, por acaso você conhece a prof Ana Cuder?
[20:46] <WalcirCardoso> Eh claro que o "tipo" de feedback eh limitado.
[20:46] <WalcirCardoso> Nao a conheco. Mas engracao, algume me falou nela a pouco tempo, num contexto de uma apresentacao... Sinal que preciso averiguar.
[20:47] <megthomopoulos> Pela sua apresentação dos recursos tecnológicos envolvendo reconhecimento de fala etc
[20:47] <Andressa> Jocemar, trabalho também em escola pública estadual. O laboratório de informática ainda é um entrave para muitos professores.
[20:47] <acris> Prof WalcirCardoso, fantástico seu trabalho. Eu já fiquei pensando em criar repositórios de palavras mais frequentes para sugestão de input e também usar esses repositórios para sugestões de output, bem como usar uma inteligência artificial para que a conversa pudesse versar também sobre a própria conversa, sobre a língua... Minha pergunta: Sua proposta é usar aplicativos que existem no mercado, certo? Existe alguma ideia de criar um específico
[20:47] <acris> para o ensino? Se sim ou se não, qual a justificativa (e como fazer)?
[20:47] <adelmaa> Prof Walcir você comentou na sua apresentação do feedback do aluno em relação ao uso das tecnologias. Se existiram, quais foram os problemas relatados?
[20:47] <megthomopoulos> eu me lembrei dela, porque estou inscrita em um curso de aprimoramento do inglês com ela
[20:48] <WalcirCardoso> Sim, acris. A proposta e utilizar o que ja existe para "maximizar esforcos" (existe isso?)
[20:48] <WalcirCardoso> Estamos criando aplicativos em forma de jogos que incluem tecnologias de fala, para o ensino do ingles e frances. Mas nao queremos re-inventar a roda. Ha varios aplicativos de TTS e reconhecimento de falar open source, de otima qualidade.
[20:48] <megthomopoulos> parece que usa esse tipo de tecnologia,a profª Ana Cuder em cursos online de inlgês para brasileiros
[20:49] <acris> perfeito
[20:49] <Andressa> Jocemar, se puder compartilhar todo o relato, ficarei muito feliz em poder conferir "de pertinho" o projeto e de alguma forma, levar as ideias para minha escola. Meu email: andressa.educadora@gmail.com
[20:49] <Jocemar> Compartilho sim...
[20:49] <WalcirCardoso> @Adelmaa, os problemas sao relacionados a habilidade dos aplicativos e APs de entenderem o falante com sotaque forte.
[20:50] <adelmaa> Poderia mentorar um projeto, não é Jocemar?
[20:50] <WalcirCardoso> Mas talvez seja uma boa coisa, uma indicacao ao usuario que elx precise melhorar na pronuncia e/ou vocabulario.
[20:50] <acris> Prof. Jocemar, sua cidade é incrivelmente moderna, muito legal! O trabalho de vocês com educação e tecnologia é de primeira linha, parabéns. Sobre o ensino de linguagem de programação, já dá pra sentir os resultados nas séries seguintes? E nas outras disciplinas? O que dizem os outros professores? Outra coisa: me explica melhor qual a vantagem em usar inicialmente kits de robótica prontos no lugar de trabalhar a partir de reciclagem? Finalmente:
[20:50] <acris> vocês tem como dar tratamento diferenciado, como atender de forma diferente alunos que chegaram depois de outras escolas? Quanto ao medo dos professores que os alunos os superem, eu acho que a melhor coisa para m professor é saber que um aluno o ultrapassou, é a melhor prova de que fez seu trabalho bem feito piscando
[20:50] <WalcirCardoso> Otimo, @megthomopoulos
[20:51] <WalcirCardoso> Esta indo rapido de mais e devo estar perdendo comentario e perguntas. Desculpas se for o caso.
[20:51] <Jocemar> Adelma....posso mentorar sim...é o que faço...rsrs na FUNDETEC...
[20:51] <Andressa> Walcir, já encaminhei sua apresentação para alguns amigos. Sei que irá ajudar.....
[20:51] <Jocemar> Cris, vamos la...
[20:52] <Jocemar> 1) Adoro minha cidade tbem...ela é muito jovem, mas esta bem a frente em várias coisas....
[20:52] <WalcirCardoso> Otimo, @Andressa. Obrigado.
[20:52] <Jocemar> 2) Sim, vemos resultados, que vão desde uma maior participação nas aulas, bem como um melhor desempenho em disciplinas como portugues e matemática
[20:52] <acris> que massa
[20:53] <WalcirCardoso> E o nivel de investimento em tecnologia me parece espetacular. Diria que a situacao e melhor do que na escola publica de quebec, onde trabalho. A moda agora eh investir em smartboards, ja que os labs foram ao cemiterio sorriso
[20:53] <Jocemar> 3) Ainda há muita resistencia dos demais professores das escolas, mas ja veem a importancia ...e os que sabem aproveitar os ambientes para inlcuir seus conteúdos...tem obtidos ótimos resultados...
[20:53] <acris> deve ter a ver com o aumento da capacidade de abstração, essencial tanto para línguas quanto matemática
[20:54] <Jocemar> 4) Usamos kits prontos devido a idade dos nosso alunos, que são entre 7 e 10 anos, não posso levar certos tipos de ferramentas para o laboratório e sujeitá-las aos ristos..
[20:54] <acris> entendi
[20:54] <Jocemar> com o 5º ano ja fazemos isso, mas com os menores ....preferimos não correr o risco..
[20:55] <acris> certo
[20:55] <WalcirCardoso> Outra coisa inacreditavel: os teus alunos sao muito jovens! E os professores de ingles que treinam sempre me perguntam se os seus alunos poderam usar plataformas como Moodle... Vou usar a tua exp. como exemplo do que sao capazes.
[20:55] <acris> :D
[20:55] <adelmaa> Andressa, aguarde sair o log desta conferência que faremos a divulgação completa no site do stis e os educadores einteressados em geral poderão ler na íntegra tudo o que foi apresentado aqui.
[20:55] <WalcirCardoso> que "treino"
[20:55] <Jocemar> 5) o atendimento diferenciado, para alunos que "vem de fora" é possivel dependendo o porte da escola, pois depende da disponibilidade do espaço e do instrutor..
[20:56] <acris> foi o que pensei
[20:56] <Andressa> Certo, Adelma!
[20:56] <WalcirCardoso> @Adelma: Oh nao! Com todos os meus erros de ortografia! sorriso
[20:57] <adelmaa> Clap, clap, Walcir! O trabalho do Jocemar é realmente espetacular por trazer o aluno, de fato e na prática, para o protagonismo do seu aprendizado
[20:58] <acris> só pra gente não se perder: temos tempo pra mais uma pergunta só
[20:58] <WalcirCardoso> Exatamente. E a filosofia que uso no meu trabalho de treinamento de profs e uso pedag. de tecnologias. O aluno como centro do processo de ensino/aprendizagem e criacao.
[20:58] <Andressa> Parabéns aos dois: Walcir e Jocemar, por compartilhar trabalhos tão relevantes conosco!
[20:58] <megthomopoulos> Obrigada,professores!
[20:58] <WalcirCardoso> OK, acris. Se tiverem perguntas e comentarios adicionais, podem me enviar um email: walcir.cardoso@concordia.ca
[20:59] <WalcirCardoso> Obrigado @ Andressa.
[20:59] <acris> foi maravilhoso, muito obrigada!
[20:59] <WalcirCardoso> E megth...
[20:59] <acris> bem antes de terminar, uns avisos
[20:59] <adelmaa> A minha experiência docente em EAD tem levaod a várias descobertas: um professor pode começar sozinho a fazer sim uma revolação.
[20:59] <acris> No dia 24 d emaio nosSTIS nós recebermos ára discutir SEMIÓTICA e ENSINO
[20:59] <acris> como conferencista o prof Dr Luciano Tocaia da UFBA e ara discorrer sobre o tema Análise semiótica de livros didáticos aprofa Dra Luiza Helena Oliveira da Silva da Universidade Federal de Tocatins. Esperamos vocês na nossa sala virtual do STIS.
[21:00] <adelmaa> Andressa é uma exmplo em sua escola, a Andrea Bonequini tambpém, o Jocemar, a Ana Claúdia Santos e tantos outros professores brasileiros.
[21:00] <acris> verdade! os maiores revolucionários no Brasil são professores
[21:00] <Jocemar> Obrigado pela experiencia...foi bacana estar com vcs hoje....e estou a disposição.
[21:01] <WalcirCardoso> Caso o sistema apague: Foi um grande prazer compatilhar essas experiencias com o grupo de vocês. Muito sucesso a todos!
[21:01] <acris> palmas para nossos convidados queridos! clap clap clap clap
[21:01] <WalcirCardoso> Obrigado!
[21:01] <acris> clap clap clap clap clap clap clap
[21:01] <megthomopoulos> clap clap clap
[21:01] <Andressa> clap clap clap clap
[21:01] <WalcirCardoso> clap clap clap
[21:02] <adelmaa> Somos gratos a todos vocês presntes, conferencistas e participantes. Quero agradecer de coração aos professores Walcir e Jocemar que carinhosamente aceitaram nosso convite sem pestanejar.
[21:02] <Jocemar> clap clap clap...
[21:02] <WalcirCardoso> Foi um grande prazer. E isso foi apenas o comeco. Espero poder interagir com voces num futuro proximo.
[21:02] <acris> o registro de todas as conferências do stis estão na nossa página, bem no estilo ciência aberta!
[21:02] <adelmaa> Vocês são brilhantes! Clap clap clap clap clap clap (aplausos virtuais)
[21:02] <acris> clap clap clap clap clap clap clap
[21:02] <Heloisa> Madu me pediu que enviasse Parabéns aos Professores convidados. Ela estava encantadíssima com as falas mas, precisou voltar ao trabalho.
[21:04] <Heloisa> Estou aqui maravilhada com os trabalhos dos Srs....Parabéns!
[21:05] <adelmaa> Os conferencistas convidados receberão seus certificados em breve, já os participantes receberão no final de cada semestre de atividades do STIS. Obrigada a todos pela presença.
[21:05] <Andressa> Boa noite!
[21:05] <WalcirCardoso> Obrigado a todas e todos! Boa noite!
[21:05] <acris> Encerro, então a sessão de hoje, aguardo todos na próxima, boa noite! Abraços!
[21:06] <adelmaa> Anotem ai: temos um encontro marcado dia 24 de maio às 19:30 horas. Até lá!
[21:06] <Jocemar> ateh..
[21:06] <adelmaa> Obrigada, acris! Obrogada Profa Ana Cristina! Boa noite a todos!
[21:06] <adelmaa> <3
[21:07] <Heloisa> Boa noite!

 

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4. Maio: Semiótica, política e didática

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Luiza Helena e Luciano Magnoni

Conferência dupla STIS

Maio-2017

Dia 24 de maio às 19:30 horas, na Sala de Conferências do STIS

 

ANÁLISE SEMIÓTICA DE MAPAS DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2014: fraturas no discurso da identidade nacional

(Prof.ª Dr.ª Luiza Helena Oliveira da Silva - UFT - Araguaína) 

Resumo: Este trabalho analisa, sob a perspectiva da semiótica discursiva, suas produções relativas a uma semiótica do espaço e estudos sobre a identidade na contemporaneidade, quatro dos muitos mapas divulgados na mídia digital e impressa imediatamente após o resultado das eleições para presidente do Brasil, nas votações em segundo turno, em outubro de 2014. Trata-se ainda de um esboço para o que pretendemos aprofundar e, nesse sentido, trazemos aqui linhas mestras de uma reflexão inicial sobre o modo de representar o país, recortando-o a partir das opções político-ideológicas. Entendemos os mapas como significantes a serem interpretados, enunciados que deixam ver, ainda que sob a aparência da referencialidade e do efeito de evidência, a perspectiva do enunciador que enuncia uma percepção particular/social de uma fatia do mundo.

Palavras-chave: semiótica do espaço; identidade;regimes de interação, enunciação

Procedimentos de tematização e figurativização em livros didáticos no Brasil e na França

(Prof. Dr. Luciano Magnoni Tocaia - Faculdade de Letras / UFMG) 

Resumo: Nesta conferência, pretendo examinar as diferentes funções dos procedimentos de figurativização e de tematização do discurso, na perspectiva da semiótica discursiva de linha francesa. Temas e figuras manifestam os valores do enunciador e assinalam as determinações sócio-históricas e ideológicas dos discursos. São operações enunciativas que desvelam as crenças, os valores e apontam as posições do sujeito da enunciação. Buscarei, assim, investigar como a disseminação de temas e figuras no texto é tarefa do sujeito da enunciação, e pode ser vista como estratégias de persuasão no discurso do livro didático para ensino do português e do francês como línguas maternas.

Palavras-chave: Semiótica discursiva; temas; figuras; livro didático; língua materna

4.1. registro maio

Registro da Conferência em chat escrito, de 24 de maio de 2017:

 

 ANÁLISE SEMIÓTICA DE MAPAS DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2014: fraturas no discurso da identidade nacional
conferencista: Luiza Helena Oliveira da Silva

Procedimentos de tematização e figurativização em livros didáticos no Brasil e na França
conferencista: Luciano Magnoni Tocaia

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[19:39] <woodsonfc> Hoje teremos as conferências da profa
[19:40] <woodsonfc> Prof.ª Dr.ª Luiza Helena Oliveira da Silva
[19:40] <woodsonfc> da UFT - Araguaína
[19:40] <woodsonfc> com a conferência:
[19:40] <woodsonfc> ANÁLISE SEMIÓTICA DE MAPAS
[19:41] <woodsonfc> DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2014: fraturas no discurso da identidade nacional
[19:41] <woodsonfc> Em seguida teremos o
[19:41] <woodsonfc> Prof. Dr. Luciano Magnoni Tocaia - Faculdade de Letras / UFMG
[19:41] <woodsonfc> Procedimentos de tematização e figurativização em livros didáticos no Brasil e na França
[19:42] <woodsonfc> Teremos 30 minutos para cada um falar e em seguida abrimos para a discussão
[19:42] <woodsonfc> de mais 30 minutos
[19:43] <acris> O Stis é um programa de conferência realizado na penúltima semana de cada mês, de março a dezembro, das 19:30 às 21:00 horas congregando pesquisadores do Brasil e do exterior em torno de temas diversos para uma educação livre e democrática.
[19:43] <woodsonfc> ok?
[19:43] <woodsonfc> Isso
[19:43] <acris> antes quero apresentar a prof Luiza
[19:43] <acris> A Profª Drª Luiza Helena Oliveira da Silva É mestre e doutora em Letras pela Universidade Federal Fluminense. Em 2013/2014, realizou estágio pós-doutoral em sociossemiótica no Centre de Recherches Politiques (CEVIPOF-CNRS) e Université de
[19:43] <acris> Limoges, com bolsa CAPES. Desde 2005, é docente da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Araguaína, onde atua nos cursos de Licenciatura em Letras, Mestrado Profissional em Letras em Rede Nacional (ProfLetras), Programa de Pós
[19:44] <acris> Graduação em Letras: Ensino de Língua e Literatura (PPGL) e Programa de Pós-graduação Cultura e Território (PPGCult). Tem experiência como docente na área de Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: semiótica discursiva aplicada
[19:44] <acris> ao ensino de língua e literatura, gêneros digitais, memória e formação de professores. Nos últimos trabalhos, vem se dedicando a investigar a interação em ambientes digitais e implicações para o ensino presencial e a distância. Integra o grupo de pesquisa SEDI
[19:44] <acris> (Semiótica e Discurso), da UFF, e coordena o GESTO (Grupo de Estudos do Sentido/Tocantins), na UFT. Publica regularmente em revistas científicas, tendo organizado em parceria com outros pesquisadores os livros "Ensino de língua e
[19:44] <acris> literatura: pesquisas na pós-graduação" (EDUFT, 2014) e "Como fazer relatórios de pesquisa: investigações sobre ensino e formação de professor de língua materna" (Mercado de Letras, 2010). Escreve ainda crônicas e poemas, divulgados em coletâneas
[19:44] <acris> e portais da Internet. Desde 2015, atua como coordenadora do ProfLetras/UFT. Atualmente, integra o Conselho Gestor do Profletras, como representante da região Norte. Editora-chefe da Revista EntreLetras (PPGL/UFT) a partir de setembro de 2016.
[19:45] <acris> Assim, é com enorme prazer que convido a prof.a Luiza a inicar sua conferência
[19:45] <Luiza> Obrigada pela apresentação, acris
[19:45] <Luiza> Boa noite a todos
[19:45] <acris> Luiza: você tem 30 minutos, ok? Durante esse público a fala está restrita à sua, depois do prof. LUCIANO__ abriremos para perguntas
[19:45] <acris> boa noite!
[19:46] <Luiza> embora tenha me dedicado a pesquisas sobre o ensino
[19:46] <Luiza> este trabalho tem um viés mais político, relacionado a pesquisas mais recentes sobre o espaço
[19:47] <Luiza> no caso, analisamos mapas com resultados das eleições de 2014, que se multiplicaram em diferentes versões logo após o resultado das votações de 2º turno
[19:48] <Luiza> partimos aqui de uma reflexão em torno da noção de unidade nacional
[19:48] <Luiza> de uma identidade nacional
[19:48] <Luiza> Do ponto de vista identitário, deve-se compreender que tanto a semelhança quanto a diferença são sempre resultantes de uma produção, uma construção que engaja sujeitos historicamente situados (LANDOWSKI, 2002).
[19:48] <Luiza> Não há, nesse sentido, uma identidade dada pela natureza, inequivocamente, marcando o pertencimento do sujeito, mas efeitos de um complexo imaginário social e historicamente produzido e compartilhado aliado a processos ideológicos que lhe garantem adesão.
[19:49] <Luiza> No caso de uma certa noção de brasilidade, que nos homogeneizaria apagando ou relativizando as diferenças e as distâncias, esta não se daria fora dos quadros da história ou da história dos discursos.
[19:49] <Luiza> partindo das reflexões de Anderson, consideremos que a nação é uma "comunidade imaginada"
[19:49] <Luiza> “... a nação é imaginada como comunidade porque, sem considerar a desigualdade e a exploração que atualmente prevalecem em todas elas, a nação é sempre concebida como um companheirismo profundo e horizontal” (ANDERSON, 1989, p. 16).
[19:50] <Luiza> Não se trata, nessa direção, de pensar tão somente numa construção particular e subjetiva de um eu que subitamente se põe a categorizar o mundo, mas de considerar o modo como se compartilham discursos que concorrem para pensar a alteridade sob a perspectiva da igualdade e da diferença, a irmandade ou o estranhamento.
[19:50] <Luiza> No contexto do Brasil das eleições presidenciais de 2014, sob a sanção negativa da mídia a propósito dos resultados da reeleição de Dilma Rousseff, importou evidenciar a distinção, o que nos faz diferentes e inconciliáveis
[19:51] <Luiza> , a justificar que de novo viessem à tona rancorosos discursos separatistas e encontrasse abrigo o regime da segregação (LANDOWSKI, 2002).
[19:51] <Luiza> Landowski discute a segregação sob a perspectiva do caráter processual, considerando uma disjunção que ainda não se completou, a partir de uma fissura que age no sentido de separar o que há pouco fora conjunto, seja do ponto de vista real ou ao menos imaginado.
[19:51] <Luiza> A segregação corresponde, assim, ao momento em que “as forças centrífugas que são o seu motor” ainda não chegaram ao final, coexistindo ao lado de forças contrárias, as de coesão.
[19:52] <Luiza> para que o status de desigualdade adquira sua legitimidade e a apartamento se complete, incidindo sobre a exclusão, é necessário contar não apenas com a adesão do grupo que a impõe, como ainda do grupo que a ela é submetido, como numa espécie de quase-cumplicidade (LANDOWSKI, 2002, p. 19).
[19:52] <Luiza> A diferença é pois de um ou outro modo assumida por ambos e o que antes era irmandade agora é compreendido como irreconciliável estranheza.
[19:53] <Luiza> Aliando-se aos trabalhos de Landowski os conceitos de triagem e de mistura advindos da semiótica tensiva, Barros (2009) vai organizando uma sintaxe dos discursos de intolerância
[19:53] <Luiza> Compreende-se como sintaxe a identificação das regularidades que circunscrevem o modo de funcionamento dos discursos intolerantes, estes que se inscrevem sob o regime da segregação, quando a diferença do outro não é então admitida como aceitável.
[19:54] <Luiza> Nos termos dessa abordagem teórica, triagem e mistura correspondem a duas grandes operações da sintaxe extensiva, relativa ao “estado de coisas” (ZILBERBERG, 2011).
[19:54] <Luiza> A mistura corresponde aos processos de mestiçagem, de heterogeneidade, que compreende os “valores do universo” enquanto a triagem remete aos “valores do absoluto”, consistindo em seleções que correspondem a processos sucessivos de “pureza”, num projeto de redução da heterogeneidade.
[19:54] <Luiza> Levada a extremos, serve no plano das práticas aos discursos de ódio e intolerância, que prescrevem, por exemplo, a morte do dessemelhante.
[19:55] <Luiza> Do ponto de vista de uma narrativa, Barros inscreve os discursos da intolerância na fase da sanção, aquela em que o sujeito destinador avalia negativamente a performance do outro, o destinatário, como que mediante uma quebra de contrato entre os sujeitos
[19:55] <Luiza> No contexto das eleições presidenciais, a polarização entre dos dois candidatos, representando opções mais à esquerda ou mais à direita confluiu para o recrudescimento das oposições de classe social (mais ricos versus mais pobres) ou de região (Norte versus Sul/Sudeste, ainda que os resultados evidenciem a ampla votação que Rousseff obteve nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro).
[19:56] <Luiza> Os sancionadores – que atualizam os discursos intolerantes – apresentam-se, pois, como os que se colocam como destinadores inconformados com a performance indevida do outro, os destinatários, levando em conta aqui a assimetria de papéis actanciais.
[19:56] <Luiza> Ao mesmo tempo, a culpa pela ruptura da “comunidade imaginada” é relacionada ao outro, como se pode ler no “Blog do Noblat”: “O país sai partido ao meio – e a maior culpa cabe ao PT com a política do ‘nós’ contra ‘eles’”
[19:56] <Luiza> Em seu blog, Noblat defende que a separação se deu por obra do Partido dos Trabalhadores, que teria posto fim à unidade nacional
[19:57] <Luiza> Para isso, ilustra seu post intitulado “Viva o povo brasileiro” com a reprodução de uma tela da artista Tarsila do Amaral, Operários (1933), como quem pretende confirmar a unidade dos trabalhadores, ou do “povo brasileiro”.
[19:57] <Luiza> Deixa, contudo, explícita desde o início a certeza da cisão, como um já dado: “o país sai partido”.
[19:57] <Luiza> Reproduzido seu texto num outro site, o Nordeste Notícias, a imagem que precede o artigo confirma a separação entre norte e sul. Na imagem, uma grossa linha horizontal em zigue-zague atravessa o mapa do país, forma recortada da bandeira nacional
[19:58] <Luiza> Ali também a culpa da separação é atribuída ao PT, o que se enuncia desde o título, anteposto ao de Noblat: “O PT rachou o Brasil”.
[19:58] <Luiza> Num artigo de opinião produzido poucos dias depois e comentando a intolerância que se avolumava nos discursos dos inconformados com as urnas, Pichonelli confirma o raciocínio de Barros (2009).
[19:59] <Luiza> “Sobram patadas sobre pobres, gays, lésbicas, negros, “comunistas”, mulheres. Um exemplo foram as manifestações de ódio contra a população nordestina, onde o PT conquistou muitos votos. A repulsa chega com todos os disfarces, mas pode ser identificada, por exemplo, quando um ex-presidente da República atribui um resultado adverso (para ele e os seus) à cegueira coletiva dos “menos instruídos”. (PICHONELLI, 2014, s/p)
[19:59] <Luiza> Os primeiros mapas que trouxeram os resultados da votação em segundo turno para o cargo de presidente da república partiam o país ao meio, imediatamente tendo como efeitos a multiplicação de impropérios nas redes digitais por parte daqueles que se enunciavam como “nós” em relação aos “outros”, os de lá, do Norte e do Nordeste.
[19:59] <Luiza> O Brasil não é então sentido como uma totalidade, mas como cindido, marcada a distinção nos mapas as zonas do azul (áreas de eleitores de Aécio) e do vermelho (dos eleitores de Dilma).
[20:00] <Luiza> Não há, porém, uma uniformidade das representações, o que se justifica pela multiplicação de perspectivas que se anunciam a partir dos resultados
[20:00] <Luiza> Isso põe em questão a perspectiva do enunciador que traduz sua presença por procedimentos acessórios já que um mapa supõe resguardar-se dos índices específicos que poderiam remeter à instância da enunciação (BENVENISTE, 1989, p.84).
[20:00] <Luiza> Se observarmos o “Mapa Interativo” da Folha de São Paulo (2014), veremos que as nuances de gradação de tons de vermelho e azul remetendo aos detalhes da votação só ficam visíveis quando o internauta seleciona sua cidade e o Estado.
[20:01] <Luiza> Do ponto de vista da “segregação”, o mapa desse jornal seria o que mais representa a divisão do país do ponto de vista político e ideológico naquele dado momento.
[20:01] <Luiza> Não há gradações, optando-se pelo emprego de cores primárias, sem nuances, organizando-se a oposição espacial entre os lugares do vermelho e do azul.
[20:01] <Luiza> O vermelho situa-se na metade superior, com pequena intromissão na metade inferior representada por uma curva à direita como se Rio de Janeiro e Minas Gerais fossem ali representados como extensões da faixa que cobre o Nordeste).
[20:02] <Luiza> O azul situa-se monolítico, na parte mais ocidental, na metade inferior. Cindido, o país é então traduzido como dois, em posições de oposição e ausência de conciliação.
[20:02] <Luiza> Uma resposta ao mapa reproduzido pela Folha de São Paulo aparece no blog de Thomas Conti em 27 de outubro de 2014.
[20:02] <Luiza> Segundo informações ali presentes, seu trabalho contou com mais de 40 mil compartilhamentos e reprodução (não reconhecida) pelo jornal Folha de São Paulo.
[20:03] <Luiza> No blog, o autor explicita os procedimentos técnicos que lhe possibilitaram a elaboração de seu desenho (mapa à direita) que responde ao primeiro, à esquerda e que, segundo o autor, estaria servindo às manifestações de ódio e segregação.
[20:03] <Luiza> Temos, portanto, evidenciado o caráter responsivo – um mapa que responde ao outro; um enunciado que responde a um primeiro e também uma sanção.
[20:03] <Luiza> Em vez de sancionar os resultados da eleição, como se dá com muitas declarações nas redes sociais, o que Conti faz é rejeitar a opção primeira da Folha.
[20:04] <Luiza> Ao declarar “Menos ódio, por favor”, a solicitação incomum a um tipo de reprodução de resultados estatísticos projeta no enunciado um enunciador de primeira pessoa, que se dirige pelo verbo no imperativo a um tu específico – aquele que ecoa o ódio.
[20:04] <Luiza> Conti também esclarece que as representações levam em conta as diferentes escalas, sendo o primeiro mapa construído com a escala binária e o segundo com a escala ponderada.
[20:04] <Luiza> Trata-se, portanto, de uma escolha enunciativa que evidencia os efeitos que se pretende produzir no enunciado. Para explicitar os mecanismos mobilizados para a produção de seu mapa, Conti declara:
[20:05] <Luiza> "Usando o Excel 2013, computei o percentual de votos válidos de cada candidato em uma tabela. Nas versões mais novas, o Excel tem um recurso chamado Formatação Condicional que permite ao programa colorir automaticamente tabelas a partir de uma instrução. Usando esse recurso, selecionei o vermelho básico para 100% de votos em Dilma, e o azul básico para 0% de votos em Dilma.
[20:05] <Luiza> . Depois fiz o contrário para a coluna do Aécio: 100% de votos nele é o azul básico, e 0% de votos nele é o vermelho básico. Feito isso, todos os valores intermediários são coloridos automaticamente pelo excel, formando uma cor que reflete precisamente o grau de distância entre 0% e 100% nessas escalas. O fato de as duas colunas terem precisamente a mesma coloração atesta a precisão do programa". (CONTI, 2014)
[20:05] <Luiza> O autor propõe, assim, relativizar a oposição inicial e o que ela implica quanto aos efeitos da segregação.
[20:06] <Luiza> Vermelho e azul então se mesclam, em diferentes gradações que embaralham (“como é de verdade”) a diferença inicial (“como dizem que é”).
[20:06] <Luiza> Continua Conti:
[20:07] <Luiza> “Os gráficos que foram veiculados distorcem o cenário eleitoral: dezenas de milhões de nordestinos não votaram na Dilma, dezenas de milhões do sudeste não votaram no Aécio! Não adianta ficar propagando ódio contra esse ou aquele grupo, venceu quem teve o maior número de votos ENTRE 144 MILHÕES DE ELEITORES”.
[20:07] <Luiza> Se o mapa aparece sob efeito de escolhas que são muitas vezes obscurecidas, Conti se apressa por esclarecer a opção de recursos que guiaram a elaboração a reprodução e, ao mesmo tempo, analisa as duas produções, explicitando sob a perspectiva de uma debreagem actancial enunciativa, que há um eu que escreve e desenha “seu mapa”, com sua tradução particular dos números.
[20:07] <Luiza> Há muitos outros mapas que estamos considerando, mas, para efeito desta apresentação, selecionamos estes acima descritos
[20:08] <Luiza> Os modos de representar os números da eleição não são indiferentes aos efeitos produzidos nos leitores/espectadores que, na condição e eleitores, tinham em mãos documentos para analisar e posicionar-se quanto ao processo.
[20:08] <Luiza> Esconder as nuances, traduzindo a divisão, foi a opção política e ideológica que serviu para sancionar negativamente os eleitores ao norte.
[20:08] <Luiza> As respostas a essa opção não tardaram a produzir resultados na rede e nas bocas de muitos pelo país, muitos ganhando os espaços da grande mídia nacional.
[20:09] <Luiza> Um exemplo dessa reação pode ser lido no mapa compartilhado pela então vereadora da cidade de Natal, Eleika Bezerra Guerreiro em sua página pessoal no Facebook.
[20:09] <Luiza> A região em vermelho é então nomeada como Nova Cuba, numa alusão aos votos à esquerda, com eleição da candidata petista. O Estado de Minas Gerais, que também teria sido responsável pela vitória de Dilma Rousseff, seria então “implodido”, como uma espécie de não-lugar.
[20:09] <Luiza> Conforme depoimento transcrito no site G1, que reproduziu o post da vereadora, os preconceitos são por ela atribuídos aos outros, sem reconhecer o ódio separatista na sua postagem, inclusive por propor o desparecimento de todo um Estado brasileiro.
[20:09] <Luiza> "Infelizmente nós saímos de um pleito em que muitos preconceitos foram abordados e disseminados. Há até um certo maniqueísmo entre etnias e condição social. Se você é de um, é bom. Se é de outro, é mal. Não tinha nenhuma intenção de ser separatista", afirmou a vereadora em entrevista à Inter TV Cabugi. (Site G1, em 27 out. 2017)
[20:10] <Luiza> Há certamente muito a explorar sobre o contexto político brasileiro em uma crise que parece se aguçar a cada dia, fugindo à nossa capacidade de compreensão. Mas vamos aqui tentando estabelecer alguns caminhos para pensar este país
[20:10] <Luiza> Ou ao menos pensar estes lugares de voz em disputa, produzindo diferentes sentidos para o ser brasileiro. Ou não ser mais.
[20:10] <Luiza> Fim...
[20:11] <Luiza> Será que corri muito?
[20:11] <acris> Luiza: tens5 minutos
[20:11] <Luiza> então
[20:11] <acris> quer acrescentar algo?
[20:12] <Luiza> não sei se dá para entender pelas descrições que fiz dos mapas o que está sendo colocado
[20:12] <Luiza> vê-los certamente ajudaria bastante a compreender a argumentação
[20:12] <woodsonfc> Tem um link, mas me lembro bem desses mapas de memória!
[20:12] <acris> bem, pra mim ficou claro. se você quiser, podemos acrescentar figuras ao registro da conferência, envie-nos por e-mail
[20:13] <Luiza> a questão principal é pensar que os mapas trazem efeito de referente, como se apenas resultassem de operações matemáticas, sem um "eu" que seleciona os algoritmos que resultarão num texto
[20:13] <woodsonfc> Podemos colocar depois
[20:13] <Luiza> ok
[20:13] <acris> sim, muito bem colocado, Luiza
[20:14] <acris> depois abrimos para perguntas e daí você pode esclarecer alguma questão dos mapas, ok?
[20:14] <Luiza> ok
[20:14] <acris> muito obrigada!
[20:14] <acris> bom, antes de chamar o prof. LUCIANO__, peço licença para apresentá-lo
[20:14] <acris> o Prof Dr. Luciano Magnoni Tocaia. Possui graduação em Letras-Tradutor, Mestrado em Comunicação e Letras e Doutorado em Letras. Atualmente, é professor do curso de Letras na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Programa
[20:15] <acris> de Mestrado Profissional em Letras (Profletras) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Suas pesquisas atuais fundamentam-se nos pressupostos epistemológicos estabelecidos no quadro da Semiótica discursiva de linha francesa, das teorias do discurso pelo
[20:15] <acris> viés bakhtiniano, do Interacionismo sociodiscursivo (ISD) e da Historiografia Linguística. Seus trabalhos estão relacionados a análises enunciativo-discursivas de textos pertencentes a variadas esferas da comunicação, ao uso de gêneros discursivos/textuais em contextos de
[20:15] <acris> ensino-aprendizagem de leitura e de produção textual em língua materna (português) e em língua estrangeira (francês), à elaboração de material didático (português e francês) baseado na teoria dos gêneros discursivos/textuais e à didática de língua materna e estrangeira (língua
[20:15] <acris> francesa), cujas questões essenciais repousam sobre a análise dos saberes ensinados e seus modos de transposição em contextos escolares. Possui capítulos de livros e artigos científicos principalmente nas áreas de teoria e análise do discurso e do texto, semiótica discursiva de
[20:15] <acris> linha francesa e leitura e produção de textos em língua materna (português) e língua estrangeira (francês). É autor do livro "Leitura e Produção textual na universidade: teoria e prática" pela Editora Mackenzie.
[20:16] <acris> LUCIANO__: podemos começar, você tem 30minutos, ok?
[20:16] <LUCIANO__> Perfeito!!! Boa noite a todos, quero mais uma vez agradecer pelo convite. Estou muito feliz de poder participar desta modalidade de conferência.
[20:16] <LUCIANO__> Nesta conferência, pretendo examinar as diferentes funções dos procedimentos de tematização e figurativização na perspectiva da semiótica discursiva de linha francesa. Para tanto, analisarei dois livros didáticos destinados ao ensino de língua materna, no Brasil e na França, respectivamente:
[20:17] <LUCIANO__> Português: Linguagens. 9º ano (CEREJA; MAGALHÃES, 2010) e Fleurs d´encre: Français 3e manuel unique (BERTAGNA; CARRIER, 2012).
[20:17] <LUCIANO__> É importante destacar, previamente, que partiremos do princípio de que o livro didático é um discurso, já que o discurso é a unidade de análise da teoria semiótica de linha francesa, ou semiótica greimasiana.
[20:17] <LUCIANO__> Adotar a premissa anterior é, portanto, acreditar que o discurso é tanto o lugar da instabilidade das estruturas, onde se dão efeitos de sentido, quanto compreender que os mecanismos de tematização
[20:18] <LUCIANO__> e figurativização, aliados a outros de actorialização, temporalização e espacialização, são fundamentais para o processo de discursivização.
[20:18] <LUCIANO__> Isso posto, passo à análise dos dois discursos em questão.
[20:18] <LUCIANO__> PROCEDIMENTOS DE TEMATIZAÇÃO E FIGURATIVIZAÇÃO EM PORTUGUÊS: LINGUAGENS. 9º ANO
[20:18] <LUCIANO__> Para a teoria semiótica discursiva de linha francesa, a disseminação de temas e figuras é tarefa do sujeito da enunciação, e pode ser vista como estratégias de persuasão no discurso. Neste quadro, informar é transmitir um objeto de valor, nesse caso, cognitivo (o saber).
[20:19] <LUCIANO__> Esse valor (o saber) acha-se inscrito num enunciado.
[20:19] <LUCIANO__> Os valores, quando assumidos no nível discursivo, são disseminados pelo enunciador por meio de percursos temáticos que podem (ou não) receber investimentos figurativos.
[20:19] <LUCIANO__> No caso do livro didático, esse investimento figurativo existe e se dá de forma ocasional e esparsa, como mostrarei no decorrer da análise.
[20:20] <LUCIANO__> O livro didático é, portanto, o que podemos considerar, um discurso temático de figurativização esparsa.
[20:20] <LUCIANO__> Apresentarei, a seguir, como se tematizam e se figurativizam alguns saberes que o livro didático busca transmitir como objetos de valor.
[20:20] <LUCIANO__> Em Português: Linguagens. 9º ano (CEREJA; MAGALHÃES, 2010), a carta de apresentação, primeiro contato direto com o estudante, se revela um discurso temático, cujo tema principal pode
[20:20] <LUCIANO__> ser depreendido pelo encadeamento dos conjuntos organizados, denominados percursos temáticos.
[20:21] <LUCIANO__> O tema geral desse discurso seria, assim, o saber, ou seja, os conhecimentos e ensinamentos que a obra transmite, que levam os alunos a aprender determinados conteúdos e os fazem transitar livremente entre as linguagens.
[20:21] <LUCIANO__> No caso do livro didático, esse saber uno (o saber) se divide em outros saberes, que, por sua vez, podem vir de universos variados, como o da ciência linguística, o da arte, o da cultura, o do senso comum, entre outros.
[20:21] <LUCIANO__> Pressupõe-se que por meio do estudo que se fará a partir do livro didático o indivíduo possa usar a língua portuguesa de forma a melhor interagir com as pessoas e o mundo em que vive.
[20:21] <LUCIANO__> Nesta conferência, em razão do curto tempo, concentrar-me-ei apenas sobre os saberes advindos da ciência linguística e do universo dos jovens.
[20:22] <LUCIANO__> Assim, analisarei, inicialmente, a seção “A língua em foco”, que tem por objetivo desenvolver o trabalho gramatical.
[20:22] <LUCIANO__> Encontram-se, nesta seção, algumas figuras ocasionais que assumem papel claro na organização persuasiva do discurso, como as atividades de leitura sugeridas por meio de textos que pertencem
[20:22] <LUCIANO__> aos mais variados gêneros discursivos, as histórias em quadrinhos, os cartuns, os anúncios publicitários etc.
[20:22] <LUCIANO__> Esses gêneros, na seção gramatical da obra, produzem um efeito de sentido de corporalidade, uma vez que vivificam o discurso, pelo reconhecimento de figuras do mundo, e fazem, então, que o enunciatário do texto interprete o discurso como “real”.
[20:22] <LUCIANO__> O subtema do domínio das linguagens mantém uma coerência interna no discurso ao tratar de questões que explicam os fatos e as coisas do mundo, buscando classificar, ordenar e interpretar a realidade.
[20:23] <LUCIANO__> Não obstante ser um texto temático, a cobertura figurativa, esparsa, na verdade, auxilia a dar concretude ao tema tratado. Vejamos o que nos diz os autores:
[20:23] <LUCIANO__> [...] você que transita livremente entre as linguagens, que usa, como um de seus donos, a língua portuguesa para emitir opiniões, para expressar dúvidas, desejos, emoções, ideias,
[20:23] <LUCIANO__> para receber mensagens, você que gosta de ler, de criar, de falar, de rir, de criticar, de participar, de argumentar, de debater, de escrever (CEREJA; MAGALHÃES, 2010, p. 3).
[20:23] <LUCIANO__> O universo dos jovens é outra formação discursiva que se concretiza no livro didático Português: Linguagens. 9º ano. (CEREJA; MAGALHÃES, 2010);
[20:24] <LUCIANO__> O enunciador, dado que se destina a um público adolescente, busca criar uma imagem positiva do destinatário e valoriza, então, temas e figuras da juventude, com o objetivo de levar o destinatário ao querer-fazer.
[20:24] <LUCIANO__> Nesse caso, esse subtema emerge pela figurativização do “mundo” do adolescente, ou seja, de sua forma de ser e de recortar a realidade:
[20:24] <LUCIANO__> “para você que é pura emoção, às vezes sentimental, às vezes bem-humorado, às vezes irrequieto, e muitas vezes tudo isso junto” (CEREJA; MAGALHÃES, 2010, p. 3);
[20:25] <LUCIANO__> “e também para você que, dinâmico e criativo, não dispensa um trabalho diferente com a turma” (CEREJA; MAGALHÃES, 2010, p. 3); “para você que gosta de ler, de criar, de falar, de rir, de criticar” (CEREJA; MAGALHÃES, 2010, p. 3).
[20:25] <LUCIANO__> Por meio da disseminação das figuras elencadas que concretizam o subtema do universo dos jovens, extraímos o simulacro de um mundo vivido intensamente, mais impactante, com um
[20:25] <LUCIANO__> recorte mais amplo. Ao jovem também se associam temas como o milagre do amor, o que é ser jovem, etc.
[20:25] <LUCIANO__> Na escolha dos temas que serão tratados em suas unidades, Português: Linguagens. 9º ano (CEREJA; MAGALHÃES, 2010) não apresenta, por exemplo, grandes temas da História do Brasil, como as questões da colonização, do extermínio dos índios, da ditadura militar, das revoluções ocorridas etc.
[20:26] <LUCIANO__> Tampouco trata dos grandes temas da História, como as grandes guerras, o Holocausto, os massacres étnicos, entre outros.
[20:26] <LUCIANO__> O percurso temático da obra parece “proteger” o estudante de temas mais intensos em conteúdo, ao propor percursos temáticos relativamente triviais que fazem tanto da escola quanto do livro um lugar agradável e saudável,
[20:26] <LUCIANO__> num ambiente em que o aluno não se depare com questões que possam despertar sofrimentos, dor ou suplícios, como textos sobre a morte na ditadura ou nas revoluções, a tortura militar durante os regimes autoritários, o massacre dos índios etc.
[20:26] <LUCIANO__> Deve-se apontar, inclusive, que os temas desenvolvidos pelos livros didáticos de Língua Portuguesa no Brasil são analisados pela equipe de avaliadores do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
[20:26] <LUCIANO__> É notório, portanto, que a escolha de temas da obra não é, então, tarefa apenas do enunciador, mas há, por detrás, um sistema que impõe as questões que devem constar no livro didático brasileiro que queira ser aprovado pelo PNLD.
[20:27] <LUCIANO__> É válido reiterar que todos esses subtemas elencados, que têm por meta enriquecer semanticamente o discurso, constituem-se, na verdade, nas formações discursivas que determinam o que pode e o que deve ser dito numa dada conjuntura,
[20:27] <LUCIANO__> já que concretizam, pela linguagem, a concepção de mundo e – acrescentamos – a visão de língua que lhes é correspondente.
[20:27] <LUCIANO__> Passemos, a seguir, aos PROCEDIMENTOS DE TEMATIZAÇÃO E FIGURATIVIZAÇÃO EM FLEURS D´ENCRE, o livro didático para o ensino de francês como língua materna.
[20:28] <LUCIANO__> O processo de figurativização no livro Fleurs d’encre: Français 3e manuel unique (BERTAGNA; CARRIER, 2012) se inicia por se introduzir, em variados momentos da obra, quadros de pintores renomados, fotografias, esculturas, ilustrações, cartazes, anúncios publicitários, capas de livros, poemas, etc.
[20:28] <LUCIANO__> Podemos notar que se criam, pela introdução desses elementos no decorrer das unidades, efeitos de sentido de realidade e de corporalidade, que seduzem e tentam o enunciatário, levando-o ao querer-fazer, visto que lhe são ofertados valores considerados positivos.
[20:29] <LUCIANO__> O enunciatário reconhece, então, figuras do mundo e as interpreta como “reais”. Isso faz com que se construa o simulacro de que o livro didático diante dele é o retrato fidedigno, do “real”.
[20:29] <LUCIANO__> Não é comum na cena genérica do livro didático para o ensino de língua materna na França encontrar um texto de apresentação nos moldes do livro didático brasileiro (carta de apresentação).
[20:29] <LUCIANO__> Isso faz com que o percurso temático do livro francês não se estabeleça a partir desse texto inicial, inexistente, mas a partir de uma análise geral da obra, recuperando os traços ou semas que se repetem no discurso e o tornam coerente.
[20:30] <LUCIANO__> Funda-se, assim, no livro didático francês, assim como em Português: Linguagens. 9º ano (CEREJA; MAGALHÃES, 2010), um tema central associado a outros subtemas, que auxiliam na organização dos valores em percursos.
[20:30] <LUCIANO__> Assim como procedi para o livro didático brasileiro, também apontaremos apenas alguns temas no livro didático francês, sem a pretensão de esgotá-los.
[20:30] <LUCIANO__> O livro didático Fleurs d´encre: Français 3e manuel unique também desenvolve um tema central que denomino o saber, ou seja, pensa-se que os alunos devem aprender determinados conteúdos e que a obra deve, portanto, cumprir seu papel de ensinar e transmitir conhecimentos.
[20:31] <LUCIANO__> Esse tema geral igualmente provém de universos distintos, que denomino subtemas, como: a cultura humanista, o patrimônio literário francês, a ciência linguística e o trabalho sobre a linguagem, o domínio das técnicas usuais da informação e da comunicação (TIC).
[20:31] <LUCIANO__> A temática geral da obra impressiona pelo alto grau de elaboração dos temas que veicula, visto que os assuntos tratados são de intenso e denso teor.
[20:31] <LUCIANO__> Alguns desses assuntos são: “Abécédaire de la Grande Guerre”, “Violences de l’histoire”, “Au nom de la dignité humaine”, “La ferme des animaux, une fable politique”, “Hymnes à la liberté”, “À la recherche du bonheur”, “Peintures du monde”, “Impacts sur les civils”, entre outros.
[20:31] <LUCIANO__> Parece não haver no discurso francês nenhuma preocupação, ao menos aparente, com o choque e o “amargo” que certos temas possam causar em crianças na faixa etária dos 11 aos 14 anos.
[20:32] <LUCIANO__> Discutem-se com naturalidade e de maneira um tanto profunda, sem banalidade, temas como o massacre dos judeus durante a ocupação nazista na França e na Europa, o trabalho em campos de concentração, os reflexos das duas grandes guerras para a sociedade francesa,
[20:32] <LUCIANO__> questões raciais, formas de violência da sociedade atual, casos de tortura, as maiores violências da História, poetas e poesias oprimidos, entre outros.
[20:32] <LUCIANO__> Os Nouveaux Programmes (2012), documentos governamentais semelhantes aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) brasileiros, também visam à reafirmação do lugar central ocupado pela literatura no Ensino Fundamental (collège) francês.
[20:33] <LUCIANO__> Prática cultural, a literatura mantém em Fleurs d´encre: Français 3e manuel unique (BERTAGNA; CARRIER, 2012), junto ao estudo da língua, uma relação estreita e evidente.
[20:33] <LUCIANO__> Dessa maneira, é muito forte a presença dos textos fundadores do patrimônio literário francês nas páginas do livro francês.
[20:33] <LUCIANO__> Acredita-se que a convocação da literatura em sala de aula ajuda, por um lado, a reunir um corpo de obras altamente legitimadas e, por outro, a estabelecer um corpus linguístico autorizado, que define e descreve a língua literária e cede, então, os melhores modelos para o uso da língua.
[20:33] <LUCIANO__> Junto ao trabalho literário e cultural, o livro didático francês também figurativiza seus sentidos no âmbito da ciência linguística, mais especificamente no âmbito da linguagem.
[20:34] <LUCIANO__> Observando o trabalho gramatical trazido pelo livro didático francês, notamos, primeiramente, que todo o conteúdo gramatical tratado na obra é uma revisão, ou seja, destina-se ao último ano
[20:34] <LUCIANO__> do Ensino Fundamental francês um trabalho sobre fichas de revisão dos conteúdos curriculares gramaticais trabalhados nos anos anteriores, que, segundo os autores, ajudam a facilitar a memorização no final do Ensino Fundamental.
[20:34] <LUCIANO__> Tomarei, para concretizar o percurso temático proposto pelo discurso sobre a gramática, a ficha de revisão correspondente à apresentação do que seja uma frase, sua definição e seus exemplos.
[20:34] <LUCIANO__> Na ficha, o narrador define o conceito de frase, apresenta, em seguida, a natureza delas (principal, ou subordinada), explica seu encadeamento (justaposição, coordenação ou subordinação), define o que seja uma frase simples e complexa, para, por fim,
[20:35] <LUCIANO__> apresentar os quatro tipos de frases (declarativa, interrogativa, injuntiva, exclamativa) propostos pela gramática francesa. Todas as definições estão invariavelmente acompanhadas de um exemplo, figurativização que serve para demostrar a aplicabilidade da regra.
[20:35] <LUCIANO__> Outras estratégias persuasivas adotadas pelo enunciador em relação ao subtema da linguagem são:
[20:35] <LUCIANO__> 1. o uso do francês em sua norma natural, única, ou, por vezes, na norma prescritiva, embora seu uso seja bastante restrito, como já dissemos;
[20:36] <LUCIANO__> 2. o uso de textos literários como ponto de partida para o trabalho pedagógico sobre as questões linguísticas em sala de aula;
[20:36] <LUCIANO__> 3. a recorrência, em alguns momentos, a práticas de aprendizagem dedutivas, a partir de regras, memorização e aplicação em numerosos exercícios de repetição para o trabalho do ditado,
[20:36] <LUCIANO__> da escrita e do léxico, embora o enunciador insista, no livro do professor, que a aprendizagem se dê de forma indutiva;
[20:36] <LUCIANO__> 4. explicações dadas pelo enunciador em pequenos boxes, geralmente ao lado dos textos literários, sobre a vida de autores dos textos propostos, aspectos biográficos, suas produções literárias, data de nascimento e morte etc.;
[20:37] <LUCIANO__> 5. um trabalho minucioso sobre a expressão oral, aprofundando, em exercícios que privilegiam a argumentação, temas precisos, limitados e escolhidos em relação aos textos literários lidos;
[20:37] <LUCIANO__> 6. considerável desejo de se oferecer ao aluno um estudo pormenorizado do texto não verbal, com técnicas de enquadramento e focalização, uso de cores e de luz, questões de perspectiva, zoom, proporção, entre outras.
[20:37] <LUCIANO__> Observados alguns temas e figuras em cada um dos livros didáticos (discursos) analisados, passo às considerações finais.
[20:38] <LUCIANO__> Nesta conferência, parti do princípio de que o sujeito apreende o mundo por meio de discursos. Ao acatar esse quadro epistemológico discursivo, considerei o livro didático para o ensino de língua materna, objeto de estudo do trabalho, como um objeto discursivo.
[20:38] <LUCIANO__> Como adiantei, os percursos temáticos e seus investimentos figurativos são determinados sócio-histórica e ideologicamente. A partir deles, estabelecem-se, portanto, diferentes maneiras de ver, sentir e representar o mundo, por meio de discursos, simulacros da ação do homem no mundo.
[20:38] <LUCIANO__> Em relação ao livro didático brasileiro, observei percursos temáticos que impressionam pela “leveza”. Não há ocorrência, na obra, de temas que possam desestabilizar um ambiente mais agradável e motivador de aprendizado.
[20:39] <LUCIANO__> Quando necessário, questões mais espinhosas ligadas ao mundo do jovem recebem um tratamento superficial e pontual, sem maiores explicações ou detalhes, resultando em uma imagem de relativa facilitação, com “tom de voz” ameno.
[20:39] <LUCIANO__> Dos enunciados do livro didático francês, por sua vez, depreendi um simulacro do “mais intenso”, que pela escolha de temas e figuras vive o mundo de forma mais contundente. Ao contrário do livro brasileiro, não há, no livro francês, ao menos aparentemente,
[20:39] <LUCIANO__> nenhum desejo da enunciação em amenizar a escolha de temas densos e/ou figuras, no sentido de poupar o adolescente de questões mais espinhosas.
[20:40] <LUCIANO__> Apresentei a vocês, portanto, duas totalidades, cuja unidade sustenta a imagem de um sujeito como corpo, voz e caráter, sujeito determinado por sistemas de valores e de percepção de mundo.
[20:41] <LUCIANO__> Duas maneiras diferentes de ser, dois éthé, criados discursivamente e fundamentados no eixo extensão/distensão, que refletem e refratam diferentes “realidades”,
[20:42] <LUCIANO__> Dois jeitos de ser: o jeito Português: Linguagens. 9º ano, e o jeito Fleurs d´encre: Français 3e manuel unique, de ser no mundo,
[20:42] <LUCIANO__> o jeito Brasil e França, respectivamente.
[20:42] <LUCIANO__> Obrigado!!!
[20:42] <acris> Muito obrigada, LUCIANO__!
[20:42] <acris> Antes de mais nada, confesso que é uma delícia ler semiótica entre nós, devo agradecer aos dois pela oportunidade e parabéns pelas apresentações! Está aberta a seção de perguntas!
[20:42] <Luiza> gostei muito da apresentação do Luciano
[20:43] <woodsonfc> Obrigado Luciano e Luiza
[20:43] <acris> Luiza: É interessante como os números sempre aparecem como siônimo de verdade, né, Luiza? E se esquece que mesmo com números absolutos é possível a manipulação, como você bem mostra.
[20:43] <Luiza> uma orientanda está analisando livro da modalidade EJA
[20:43] <Luiza> é, Ana
[20:43] <acris> siônimo == sinônimo
[20:43] <woodsonfc> relacionando as duas conferências, como podemos conceber o ideário do destinatário brasileiro para os mapas das eleições e do livro didático brasileiro?
[20:43] <Luiza> há dezenas de mapas desse período
[20:43] <acris> Nessa análise, Luiza, parece-me que o que temos é um determinado grupo apoderando-se de lugares comuns do preconceito para desfazer de um resultado que, se não fosse cindida a unidade nacional, não poderia ser questionado, é isso?
[20:44] <Luiza> sim
[20:44] <Luiza> e houve muito preconceito e intolerância com os eleitores do norte e do nordeste
[20:44] <Luiza> inclusive negando os votos do Rio e Minas
[20:44] <acris> impressionante
[20:45] <Luiza> pelo modo como é representado no primeiro mapa, o da Folha, o país fica literalmente dividido em duas metades
[20:45] <Luiza> uma azul, outra vermelha
[20:45] <LUCIANO__> Luiza, se me permite...
[20:45] <Luiza> claro
[20:45] <LUCIANO__> tenho um projeto de pesquisa atual sobre Preconceito e Intolerância na Mídia
[20:46] <LUCIANO__> e sua pesquisa muito me ajudará
[20:46] <Luiza> ótimo
[20:46] <Luiza> quero ler
[20:46] <woodsonfc> Pois é, mas em termos de mistura, como o tipo brasileiro parece emergir dos discursos produzidos pelos duas formações discursivas: livro didático e mapa da eleição?
[20:46] <Luiza> a Diana Barros é precursora nisso e sua produção está atualíssima diante do que temos acompanhado
[20:47] <LUCIANO__> essa polarização que você trouxe é sabida, porém, quando demostrada cientificamente, mostra-se um tanto perigosa... Precisamos de muita pesquisa nesse sentido
[20:47] <acris> vedade
[20:47] <Luiza> isso se desenha nos textos da mídia
[20:47] <Luiza> há os mapas e os títulos, os comentários, as análises
[20:48] <Luiza> sua reprodução nas redes sociais
[20:48] <Luiza> até o ponto de um sujeito falar em "meu mapa"
[20:48] <woodsonfc> Luiza: a reprodução nas redes já é uma forma de estudar a recepção
[20:49] <acris> acho que o que o woodsonfc está apontando é que aquilo que é otido como o "agradável e portanto adequado" no livro didático é o que permite que se use a unidade quando favorável e se apele ao preconceito quando a unidade - no caso a vitória nas eleições - não é o desejado pela mídia
[20:49] <LUCIANO__> woodsonfc: no LD brasileiro, formamos cidadãos à la Paulo Freire
[20:49] <acris> LD?
[20:50] <Luiza> mas enm tanto, woodson
[20:50] <LUCIANO__> a escola deve ser vista como um lugar agradável, simpático,
[20:50] <Luiza> pelo que vai revelando o Luciano
[20:50] <LUCIANO__> LD+ livro didático
[20:50] <Luiza> Freire pressupõe uma leitura de mundo
[20:50] <acris> ok, obrigada, LUCIANO__
[20:50] <Luiza> e esse livro parece cor-de-rosa do ponto de vista político
[20:50] <LUCIANO__> assim, nada que modifique esse ambiente deve ser levado à sala de aula
[20:50] <LUCIANO__> exatamente, Luiza
[20:51] <Luiza> na EJA há um olhar diferente
[20:51] <LUCIANO__> o aluno é poupado
[20:51] <Luiza> mais Freire mesmo
[20:51] <Luiza> a temática do trabalho atravessa os textos
[20:51] <acris> LUCIANO__: jura que é assim Paulo Freire? não é o que me lembro de pedagogia de oprimidos...
[20:51] <Luiza> e ali entram os problemas todos relativos aos trabalhadores
[20:51] <Luiza> caso dos alunos da EJA
[20:51] <woodsonfc> Então, parece que há uma reprodução do brasileiro como alguém que se deseja "cordial"? e nós professores reproduzimos isso?
[20:51] <LUCIANO__> a própria paginação do LD brasileiro (o corpo discursivo) é mais difuso e menos concentrado, se comparada ao LD francês
[20:52] <LUCIANO__> woodsonfc: o problema começa nos PCNs
[20:52] <LUCIANO__> eles ditam os temas
[20:52] <LUCIANO__> os LDs, para serem aprovados, devem seguir esses temas
[20:52] <acris> LUCIANO__: sua explicação me fez entender a reação exagerada de alguns felizmente poucos alunos meus que, ao ter que falar de software livre versus proprietário numa aula de redação acadêmica, trazem argumentos quase histéricos mostrando seu total despreparo para lidar com aquilo que encaram como afronta e que nada mais é que deixar um tema polêmico seguir seu curso polêmico em sala de aula. Talvez na França eu não tivesse que lidar com
[20:52] <acris> situações extremas como essa, o que você acha?
[20:52] <Luiza> o livro francês me parece mais tradicional do ponto de vista das teorias linguísticas (centrado na literatura...). O brasileiro é mais pragmático...
[20:53] <LUCIANO__> Ana e Luiza, vocês estão corretíssimas
[20:53] <Luiza> aulas de leitura são boas para confrontar os discursos intolerantes, Luciano
[20:53] <LUCIANO__> minha tese de doutorado chega a essas conclusões
[20:54] <LUCIANO__> O aluno brasileiro, infelizmente, não é preparado para reagir polemicamente
[20:54] <acris> LUCIANO__: E pra falar de semiótica: é interessante que a figurativização - ressaltando-se que nesse caso se trata de uma forma de apropriação do mundo concreto pelas palavras e não necessariamente de figuras visuais - é uma forma de manipulação: cria um quadro de valores que supõe ser o do destinatário para, ao fechar o contrato, negociar um conteúdo que está muito mais voltado à forma que ao conteúdo e, portanto, muito mais afeito ao
[20:54] <acris> temático que ao figurativo, é isso mesmo?
[20:55] <woodsonfc> \hum
[20:55] <woodsonfc> Percebo que muitos lugares comuns transpiram em sala de aula quanto a visão dos alunos de alguns temas
[20:55] <LUCIANO__> acres: perfeito
[20:56] <Luiza> eu me lembro dos livros da Norma Discini e do Lídio Tesoto, que eu usava na escola pública, no início dos anos 90
[20:56] <LUCIANO__> woodsonfc: um outro problema é o abandono da literatura no LD brasileiro
[20:56] <Luiza> eles privilegiavam uma boa discussão política sobre democracia, greves, direitos dos trabalhadores
[20:56] <Luiza> a literatura vira um gênero entre outros
[20:56] <LUCIANO__> em nome de uma teoria que tenha que letrar a qualquer preço (gêneros textuais/discursivos), a literatura foi deixada de lado
[20:57] <Luiza> sim
[20:57] <Heloisa> A literatura virou praticamente um enfeite no livro didático
[20:57] <woodsonfc> HQs, vi muito no Cereja
[20:57] <Heloisa> pode-se dizer isso?
[20:57] <LUCIANO__> Como a França possui um imenso patrimônio histórico e cultural, a literatura é ponto de partida de todas as lições do LD francês
[20:58] <thalita> Luiza e LUCIANO__ : Vocês querem dizer que a Literatura perdeu espaço no livro didático ou que ela nunca teve esse espaço?
[20:58] <woodsonfc> A literatura é realmente relegada a um segundo plano
[20:58] <Luiza> imagino o que aconteceria se os livros didáticos de língua portuguesa tratassem hoje de questões mais espinhosas...
[20:58] <Luiza> ela tinha grande espaço
[20:58] <LUCIANO__> Detalhe: esqueci de dizer que escolhi Cereja porque é o LD mais adotado. Fiz uma triagem antes
[20:58] <Luiza> é um dos melhores, mesmo
[20:58] <LUCIANO__> thalita: já teve espaço
[20:58] <LUCIANO__> não o suficiente
[20:58] <woodsonfc> A ideia é que se deve seduzir o aluno que não está suficientemente envolvido com a leitura de textos literários
[20:58] <LUCIANO__> mas já teve
[20:59] <LUCIANO__> pegue LDs da década de 1980 e você verá
[20:59] <woodsonfc> usei o Cereja até ano passado
[20:59] <Luiza> nos anteriores mais ainda
[20:59] <LUCIANO__> a partir de 1997, com a publicação dos PCNs, a literatura cai em esquecimento
[21:00] <woodsonfc> hum! Verdade
[21:00] <acris> Bem, estamos chegando ao final de nossa jornada de hoje, Luiza , LUCIANO__ e woodsonfc gostariam de fazer algum comentário para fechar?
[21:00] <Luiza> eu gostaria de agradecer
[21:00] <LUCIANO__> em nome de uma teoria linguística (gêneros textuais) para letrar, abandona-se a riqueza do patrimônio literário
[21:00] <Luiza> achei muito bacana
[21:00] <LUCIANO__> Pessoal, eu adorei!!!
[21:00] <LUCIANO__> de verdade!!!
[21:00] <LUCIANO__> Muito obrigado pelo convite!!!
[21:00] <Luiza> gostei de conhecer o trabalho do Luciano
[21:00] <woodsonfc> E os estudos literários só são retomados no ensino médio, porém com carater de estudos dos períodos
[21:01] <Luiza> para nossas pesquisas na UFT...
[21:01] <LUCIANO__> E eu também gostei do seu, Luiza. Vai me ajudar!!!
[21:01] <Luiza> agradeço à Ana e à Adelma pelo convite
[21:01] <LUCIANO__> woodsonfc: obrigado pelas questões
[21:01] <Luiza> e ao professor Woodson pelos comentários
[21:01] <LUCIANO__> Adelma, Ana, Thalita
[21:02] <woodsonfc> Eu que agradeço!
[21:02] <acris> Agradeço aos autores por esse excelente momento, ao Woodson pela apresentação, à Adelma que foi a alma do STIS e sem ela não estaríamos aqui (infelizmente a internet dela caiu) e a todos os presentes. Quem precisar de certificado deve preencher o formulário no site. E aguardem em breve notícias do STIS de junho, que também promete! Palmas aos conferencistas! Parabéns! clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:02] <acris> clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:02] <Luiza> rsrsrs
[21:02] <LUCIANO__> lol
[21:02] <Luiza> abraços a todos, boa noite
[21:02] <woodsonfc> Parabéns aos dois: Luiza e Luciano
[21:02] <LUCIANO__> Obrigado
[21:02] <LUCIANO__> Merci!!!
[21:02] <Luiza> obrigada, Woodson
[21:02] <woodsonfc> clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:02] <LUCIANO__> piscando
[21:02] <acris> clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:02] <thalita> Obrigada, Luiza e LUCIANO__!!
[21:03] <Luiza> au revoir
[21:03] <LUCIANO__> À bientôt!
[21:03] <thalita> clap clap clap!!
[21:03] <acris> Abraços e uma ótima noite!
[21:10] <woodsonfc> Desculpe a ausência. Encerramos, portanto, a conferência e convidamos a todos para estar conosco na próxima conferência que oportunamente divulgaremos na nossa página e nas mídias sociais! Obrigado pela presença de todos e boa noite!
[21:13] <thalita> Boa noite, woodsonfc!
[21:14] <thalita> Boa noite a todos!

 

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Based on a work at Texto Livre.

5. Junho: Educação intercultural, PLE e gramática

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

 Conferência dupla STIS

Junho-2017

Dia 21 de junho às 19:30 horas, na Sala de Conferências do STIS

 

Concepções de uma professora quanto ao ensino de Gramática emngua Inglesa e suas influências em sua prática.

(Prof. Ms. Ricardo Madureira Rodrigues ) 

Resumo: Nossa conferência é o resultado de um estudo conduzido durante o meu mestrado, no programa de Linguística, com ênfase em Linguística Aplicada, na Universidade Federal de Uberlândia. O estudo consistiu em um estudo de caso, em que analisamos como as concepções de uma professora, a respeito do ensino de gramática, em inglês, como língua estrangeira, influenciavam a sua prática. Optamos por não usar o termo "crenças" porque uma crença pode ser pré-científica e, no caso, a professora, tendo sido formada em Letras, poderia já ter pleno domínio das teorias que embasavam sua prática.

Palavras-chave: Gramática, Língua Inglesa, Concepções

 

A Educação Intercultural e o Trabalho Colaborativo no Ensino de PLE

(Profª Drª Anelise Fonseca Dutra) 

Resumo: A proposta do presente estudo é apresentar o trabalho desenvolvido na formação dos professores de Português Língua Estrangeira (PLE) da Universidade Federal de Ouro Preto cujo objetivo é promover um contexto no qual os professores em pré-serviço aprendam concomitantemente a ensinar, a trabalhar e a refletir de forma colaborativa. Esse ambiente de colaboração e discussão com os colegas e o coordenador, que tem a interculturalidade como um de seus principais suportes teóricos, é primordial para a compreensão e possível modificação das imagens / estereótipos tidos como verdades absolutas. Este trabalho oferece a oportunidade de discutir situações que ocorreram em sala de aula e a forma como os professores lidaram com elas. A partir deste ponto, à luz da teoria do desenvolvimento da Competência Comunicativa Intercultural (Byram, 1997), são sugeridas possibilidades diversas de como abordar certos aspectos culturais que podem ou não estar presentes no livro didático. Palavras-chave: Interculturalidade, Competência Comunicativa Intercultural, Educação Intercultural, trabalho colaborativo, Português como Língua Estrangeira.

Palavras-chave: Semiótica discursiva; temas; figuras; livro didático; língua materna

5.1. registro Junho

Registro da Conferência em chat escrito, de 24 de março de 2017:

 

 Aprendendo línguas com tecnologias de fala: Leitores de texto, reconhecimento de fala e assistentes pessoais (robôs falantes)
conferencista: Walcir Cardoso

O ensino de programação para a construção do Pensamento Computacional no Ensino Fundamental
conferencista: Jocemar do Nascimento

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[19:32] <adelmaa> Boa noite a todos e todas!
[19:32] <adelmaa> É com imensa alegria que venho, em nome do Grupo STIS - SEMINÁRIOS TEÓRICOS INTERDISCIPLINARES DO SEMIOTEC e da profª Drª Ana Cristina
[19:32] <adelmaa> Fricke Matte, dar boas -vindas a todos vocês que nos honram com sua presença: conferencistas e participantes
[19:33] <adelmaa> O Stis é um programa de conferência realizado na penúltima semana de cada mês de março a dezembro, congregando pesquisadores do Brasil e do exterior em torno do tema educação livre e democrática.
[19:33] <adelmaa> O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa polvo denominado TEXTO LIVRE do CNPq, coordenado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[19:33] <adelmaa> Ao longo desta caminhada o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior.
[19:33] <adelmaa> Na verdade, nós do grupo STIS, temos muito que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 24 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[19:33] <adelmaa> tais como: Luis Gonçalves (Princenton University); Carla Viana Coscarelli (UFMG), Luiz Tatit (UNICAMP), Almeida Filho (UNB), Brian Street (Kings College/Londres), Julio Paz (Argentina), dentre outros.
[19:33] <adelmaa> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP / Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário
[19:33] <adelmaa> Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidados do Prof. Marcelo Buzzato. Para que este trabalho se concretize a cada mês contamos com a colaboração voluntária de uma equipe fantástica de seres humanas altruístas
[19:33] <adelmaa> que compartilham da mesma concepção de que as mudanças na nossa sociedade só acontecerão através do acesso a educação para todos.
[19:34] <adelmaa> Assim, mais um ano de trabalho, de conferências extraordinárias, de encontros de saberes e rica de experiência se inicia hoje no STIS. Com ele,
[19:34] <adelmaa> novas ideias, novos projetos, novos expectativas, anseios e vontade de compartilhar o fazer
[19:34] <adelmaa> educação de forma democrática, ou seja, com acesso gratuito a todos os interessados. Este ano o GRUPO STIS tem desejos que almejamos concretizar: ampliar ainda mais nossas parceiras com instituições
[19:34] <adelmaa> educacionais e não educacionais que queiram, como a gente, dar acesso ao conhecimento a quem desejar recebê-lo.
[19:34] <adelmaa> Para que o STIS apresente a vocês as melhores conferências e os melhores conferencistas (claro!), contamos com uma equipe formada por 20 membros voluntários, que trabalham
[19:34] <adelmaa> incansavelmente com amor, consciência e dedicação a uma só causa: fazer a diferença no mundo por meio da educação.
[19:35] <adelmaa> Quero agradecer publicamente à Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, idealizadora de todo Projeto Texto Livre, do qual o projeto STIS é uma de suas crias. Agradeço pela confiança em
[19:35] <adelmaa> mim depositada para coordenar este valioso projeto e ao meus/minhas membros da equipe STIS, que voluntariamente nos ajuda a fazer este evento acontecer.
[19:35] <adelmaa> Farei agora uma breve apresentação de nossos conferencistas convidados. Nossos dois conferencistas convidados são:
[19:35] <adelmaa> O prof Dr. Wlacir Cardoso, é professor associado de Linguística Aplicada / Ensino de Inglês como Segunda Língua no Departamento de Educação da Universidasde de Concordia / Canadá.
[19:35] <adelmaa> ops Walcir. Desculpe-me!
[19:36] <adelmaa> Suas pesuqisa se concentram na aquisição de fonologia na segunda língua, dentro de uma abordagem que combina percepções da fonologia teórica e aplicada, da psicolingüística e da sociolingüística variacionista.
[19:36] <adelmaa> Ele é diretor do programa de Linguística Aplicada do Departamento de Educação e ensina Computação em Aprendizagem de Línguas, Fonologia,
[19:36] <adelmaa> Aquisição de Língua Estrangeira de Fonologia, Gramática Universal e Aquisição de Língua Estrangeira, Estudos de Língua Aplicada e Metodologia.
[19:36] <adelmaa> O professor Dr. Walcir é natural do Brasil. Obteve seu PhD em Linguística Teórica no ano de em 2003 pela McGill University (Canadá). É autor de
[19:36] <adelmaa> várias publicações acadêmicas e regularmente se apresenta em conferências locais, nacionais e internacionais.
[19:36] <adelmaa> Recebeu o Prêmio Dean de Excelência em Ensino da Concordia e o Prêmio Mestre de Mérito da Société pour la promotion de l'enseignement du
[19:36] <adelmaa> français au Québec, por duas vezes em 2007, como reconhecimento peas suas habilidades exemplares de ensino.
[19:37] <adelmaa> Antes de ingressar na Universdiade de Concordia em 2003, o prof Walcir ministrou cursos de lingüística teórica e aplicada no Departamento de
[19:37] <adelmaa> Lingüística da McGill e no Departamento de Línguas Estrangeiras da Universidade Federal do Pará.
[19:37] <adelmaa> Fora do meio acadêmico, escreve sobre equipamentos de áudio para uma revista brasileira especializada Revista Áudio & Vídeo e consulta para
[19:37] <adelmaa> Lexicon Branding Inc. na avaliação de nomes de marcas para adoção nos mercados brasileiro e internacional.
[19:37] <adelmaa> Nosso segundo conferencista convidado é o prof Esp. Jocemar do Nascimento é mestrando em Ensino pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Possui graduação em Pedagogia pela
[19:37] <adelmaa> UNICESUMAR. Pós-Graduado em Metodologia do Ensino Superior e EAD e em EAD e Novas Tecnologias pela FAEL. Fui Aluno Especial do Mestrado em Ensino da Universidade Estadual do Oeste do Paraná em
[19:37] <adelmaa> 2014. O prof trabalha na Equipe no Laboratório de Inovação da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Cascavel, onde atuou como Supervisor de Equipe no Setor de Informática da Secretaria
[19:38] <adelmaa> Municipal de Saúde de Cascavel por 1 ano, com a função de coordenação do processo de informatização da Secretaria de Saúde. Foi Coordenador do Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal de Cascavel por 6 anos.
[19:38] <adelmaa> Servidor concursado da Prefeitura Municipal de Cascavel desde janeiro de 2008, sendo 6 anos na Coordenação do NTM de Cascavel ministrando cursos na área de informática educacional. Coordenador do Projeto de
[19:38] <adelmaa> Ensino de Programação para Crianças da Rede Pública de Cascavel, projeto Vencedor do Prêmio ARede 2014.
[19:38] <adelmaa> É uma honra recebê-los prof Walcir Cardoso e prof. Jocemar do Nascimento , como conferencistas convidados, em nossa sala virtual. Sejam vem-vindos!
[19:38] <adelmaa> A todos os participantes do Brasil e do exterior, gostaria de agradecer em nome de toda a equipe pela suas honrosas presenças. É um prazer tê-los conosco nesta noite de quarta-feira.
[19:38] <adelmaa> Obrigada por nos ajudar a fazer do STIS uma ação concreta de democratização da educação de todos e para todos.
[19:38] <adelmaa> Passarei a palavra neste momento a moderadora deste evento, a profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, que explicará em detalhes o funcionamento de
[19:39] <adelmaa> nossa conferência virtual. Obrigada, sejam bem vindos e um ótimo evento a todos!
[19:39] <acris> Obrigada, adelmaa
[19:39] <acris> Teremos duas apresentações seguidas
[19:39] <acris> os primeiros 30 min são do prof WalcirCardoso
[19:39] <acris> que vai fazer a apresentação dos slides
[19:39] <acris> código cardoso
[19:40] <acris> e depois teremos 30 min para o prof Jocemar
[19:40] <acris> durane este tempo a sala está moderada
[19:40] <acris> o que significa que somente o palestrante pode falar
[19:40] <acris> depois das falas, abriremos para pergntas
[19:41] <acris> prof WalcirCardoso: por favor, pode começar
[19:41] <WalcirCardoso> Muito obrigado, Adelma! É um grande prazer estar aqui compartilhando esse espaço virtual com gente tão ilustra!
[19:41] <WalcirCardoso> Boa noite. Primariamente gostaria de agradecer a presença de vocês em minha palestra e também o convite dos organizadores dos “Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC”. Um obrigado muito especial à Prof. Adelma Araújo pelo convite!
[19:41] <WalcirCardoso> Gostaria também de me desculpar pelos erros ortográficos e de vocabulário e os anglicismos nos slides e no texto que os acompanha. Fiz o possível para minimizá-los, mas é provável que alguns, teimosos, tenham permanecido.
[19:41] <WalcirCardoso> Vamos agora ao primeiro slide (quando mudar de slide, indicarei o número do slide sequinte, o número aparece em vermelho à esquerda).
[19:42] <WalcirCardoso> Slide 1: Nesta apresentação, gostaria de falar sobre três ferramentas de fala que eu, alguns colegas e alunos da Concordia University estamos investigando com o intuito de: (1) desenvolver autodidatismo em estudantes de língua estrangeira e, ao mesmo tempo,
[19:42] <WalcirCardoso> (2) estender o alcance da sala de aula (por ex., através dessas tecnologias, professores poderão complementar as discussões de sala de aula com atividades personalizadas, de longa duração, ou repetitivas, ...
[19:42] <WalcirCardoso> ... para serem completadas num contexto de aprendizagem “a qualquer hora, em qualquer lugar” ‘anytime, anywhere’).
[19:42] <WalcirCardoso> Slide 2: Começamos com a listagem de alguns problemas que afligem alunos de línguas estrangeiras (L2s). Primeiramente, temos o problema do INPUT, que é extremamente limitado em quantidade e qualidade, e ele não é sempre apropriado ao aluno.
[19:42] <WalcirCardoso> Por exemplo, alguns estudos indicam que uma das razões que dificultam a aprendizagem do passado simples em inglês é a falta dessas formas (QUANTIDADE) na língua a que os alunos são expostos.
[19:43] <WalcirCardoso> A QUALIDADE desse input também é mencionada como causador de problemas em aquisição, como: (1) o sotaque estrangeiro do professor de línguas, (2) a pouca variabilidade na fala do professor ou nos textos orais que acompanham o material didático, ...
[19:43] <WalcirCardoso> ... e (3) a proliferação de formas não-salientes (não perceptíveis), isto é, formas que são difíceis de ouvir ou que são apagadas ou assimiladas por formas vizinhas.
[19:43] <WalcirCardoso> Um bom exemplo desse último fenômeno é a marcação do passado no inglês, onde mal conseguimos distinguir as formas que marcam passado (I walked to school) e presente (I walk to school).
[19:44] <WalcirCardoso> Um outro problema é a falta de oportunidades para produção oral ou OUTPUT, que normalmente se manifesta em interações pessoais com outros alunos ou com o professor.
[19:44] <WalcirCardoso> Finalmente, constatamos pouquíssimas oportunidades para a prática de FLUÊNCIA oral, visto que professores e alunos raramente praticam o que acham que já aprenderam.
[19:44] <WalcirCardoso> Essa prática pós-aprendizagem é importantíssima para a automatização da linguagem (comportamento operacionalizado como “fluência”), para que o aluno fale automaticamente, sem planejamento (como falantes nativos).
[19:44] <WalcirCardoso> Slide 3: As áreas de aquisição de segunda língua e Aprendizagem de Língua Assistida por Computador (ALAC) nos dão uma série de recomendações para o ensino de L2s. Essas recomendações consistem de:
[19:45] <WalcirCardoso> (1) Fornecer aos alunos modalidades múltiplas e reforçamento (ou enhancement) de input; (2) Engajá-los em atividades que encorajem repetição e constante revisão do que foi aprendido; (3) Fornecer feedback, preferivelmente de forma imediata; ...
[19:45] <WalcirCardoso> (4) Seguir o framework comunicativo para ensino de pronúncia, iniciando com o desenvolvimento de percepção (INPUT) e prosseguindo com produção (OUTPUT) e interações espontâneas para o desenvolvimento da FLUÊNCIA oral; ...
[19:45] <WalcirCardoso> ... e finalmente, (4) Conscientizá-los sobre regras grafo-fonéticas da língua-alvo para empoderá-los com habilidades para que possam prever pronúncias desconhecidas.
[19:46] <WalcirCardoso> Slide 4: Usando um sistema de cores, resumimos neste slide os problemas e as recomendações de pesquisadores em L2 e ALAC sobre o ensino de pronuncia. O verde representa o INPUT (ou escutar). O vermelho o OUTPUT (ou falar).
[19:46] <WalcirCardoso> O laranja a ORTOGRAFIA, que sevem para fornecer feedback e enhancement (ou reforçamento). Finalmente, o azul se referece a combinação de todos esses elementos para o desenvolvimento da FLUÊNCIA.
[19:46] <WalcirCardoso> Metaforicamente, vejo esses elementos como parte de um motor que precisa de seus subcomponentes para funcionar efetivamente e atingir objetivos práticos. Com conscientização e prática, atingimos eficiência ou fluência.
[19:47] <WalcirCardoso> Slide 5: Neste slide, mostro como as três tecnologias adotadas se relacionam aos problemas e recomendações discutidos anteriormente.
[19:47] <WalcirCardoso> Enquanto a Síntese de Voz (SdV) trata da prática de INPUT através de uma combinação de atividades de escuta acompanhadas de uso de ortografia, o Reconhecimento de Fala (RdF) combina atividades de prática de OUTPUT (ou fala), também acompanhadas de ortografia.
[19:47] <WalcirCardoso> Finalmente, Assistentes Pessoais combinam SdV e RdF em interações humano-máquina para o desenvolvimento de FLUÊNCIA. Discutiremos essas três propostas isoladamente no resto da apresentação.
[19:48] <WalcirCardoso> Slides 6: Começaremos com Síntese de Voz que, como dissemos anteriormente, combina atividades de escuta (INPUT) com ortografia.
[19:48] <WalcirCardoso> Slide 7: Aplicativos de SdV oferecem vários recursos que servem para reforçar (enhance) e diversificar o input. Podemos, por exemplo, repetir o texto ou partes dele quantas vezes quisermos.
[19:48] <WalcirCardoso> Slide 7: Aplicativos de SdV oferecem vários recursos que servem para reforçar (enhance) e diversificar o input. Podemos, por exemplo, repetir o texto ou partes dele quantas vezes quisermos.
[19:49] <WalcirCardoso> Podemos também realçar parágrafos, frases e palavras para desenvolver consciência grafo-fonética. Finalmente, podemos diversificar o input com diferentes velocidades e um grande número de vozes masculinas e femininas, assim como vozes infantis e adultas.
[19:49] <WalcirCardoso> Pesquisas na área de ALAC indicam que esses recursos são benéficos ao desenvolvimento fonológico em L2.
[19:49] <WalcirCardoso> Slide 8: Mostro alguns usos pedagógicos de SdV em aprendizagem de línguas. O aluno pode usá-lo, por exemplo, para descobrir a pronúncia de palavras e frases desconhecidas, como também para desenvolver consciência fonologia na L2, como indicam algumas das minhas sugestões.
[19:50] <WalcirCardoso> Slide 9: Num trabalho que fiz com algumas colegas da Concordia, utilizamos uma famosa SdV para a aprendizagem da pronúncia associada ao passado simples -ed no inglês.
[19:50] <WalcirCardoso> Os participantes foram instruídos sobre as variações morfo-fonológicas da pronuncia do -ed, ouvindo palavras-chaves e tentando categorizá-las de acordo com os sons que ouviram.
[19:51] <WalcirCardoso> Slide 10: A segunda parte dessa atividade é mostrada no slide 10, onde os alunos categorizam o que ouviram. Quando comparamos os resultados desse grupo com um outro que teve um professor como input, não notamos nenhuma diferença em performance.
[19:51] <WalcirCardoso> Os dois grupos se comportaram de maneira idêntica estatisticamente. Isso quer dizer que o SdV tem grande potencial para a aprendizagem de pronúncia e certas alternâncias fonológicas.
[19:52] <WalcirCardoso> Diante desses resultados, sugerimos que professores encorajem a prática de atividades que requerem grande investimento de tempo e repetições para contextos fora da sala de aula, ...
[19:52] <WalcirCardoso> ... e que dediquem o precioso (e limitado) tempo de ensino para atividades comunicativas, culturais, ou prática de fluência nas quatro habilidades (fala, escuta, escrita, leitura).
[19:52] <WalcirCardoso> Slide 11: Prosseguimos agora para a discussão de aplicativos votados para o reconhecimento de fala (RdF), que combina atividades de fala (OUTPUT) com ortografia.
[19:53] <WalcirCardoso> Slide 12: Aplicativos de RdF convertem voz em texto. Uma grande vantagem de RdFs é que eles servem não só para a prática de output ou fala, mas também como ferramenta de feedback imediato de pronúncia.
[19:53] <WalcirCardoso> A figura ilustra um aluno pronunciando a palavra “hit” ‘bater’ em inglês, com o aplicativo de RdF mostrando que sua pronúncia está correta, assim servindo como feedback imediato.
[19:53] <WalcirCardoso> Slide 13: Se, por acaso, o mesmo aluno quiser dizer “hit” [hɪt] (‘bater’) mas ele fala [hit] (com a pronúncia mais comum para falantes de português), o aplicativo mostrará ao usuário a pronúncia detectada pelo RdF ([hit] = ”heat” ‘calor’), ...
[19:54] <acris> WalcirCardoso: um pouquinho mais devagar, por favor
[19:54] <WalcirCardoso> OK, queria saber se estava indo rapido demais... Otimo!
[19:55] <WalcirCardoso> ... assim indicando, imediatamente, uma pronúncia que não corresponde à intenção do falante.
[19:55] <WalcirCardoso> Slide 14: Como é o caso com os SdVs, há um enorme número de aplicativos gratuitos de reconhecimento de fala (RdF). Ilustro o dictation.io, criado para ser usado em navegadores, em aparelhos móveis e estáticos.
[19:55] <acris> [código dos slides: cardoso]
[19:56] <WalcirCardoso> Comprovamos que este RdF (dictation.io) e o Dragon Dictation (app) funcionam muito bem para o francês, inglês e português (as línguas-alvos de um projeto em que estou envolvido).
[19:56] <WalcirCardoso> Slide 15: Utilizando um desses RdFs, um grupo de colegas da Concordia e eu examinamos o potencial desses aplicativos para a aprendizagem da vogal /y/ (a vogal que faz biquinho, como em ‘tu’) em francês como língua estrangeira.
[19:57] <WalcirCardoso> Como veem, os participantes tiveram que completar uma série de atividades de fala ludificadas (gamified) através de um SdV.
[19:57] <WalcirCardoso> Slide 16: Os resultados dessa pesquisa indicam que os participantes engajados em aprendizagem via SdV melhoraram na produção da vogal /y/ significativamente mais (teste t) do que os alunos que não tiveram acesso à tecnologia.
[19:58] <WalcirCardoso> Ficamos otimistas com esses resultados e nos perguntamos: e se juntarmos essas duas tecnologias num único ambiente de aprendizagem?
[19:58] <WalcirCardoso> Slide 17: É justamente esse o tema que vamos abordar na última parte da apresentação: ...
[19:58] <WalcirCardoso> O uso pedagógico de assistentes pessoais ou robôs falantes que, como ilustramos, combina SdV (para a escuta), RdF (para a fala) e ortografia, assim completando os 3 componentes de nosso “motor”.
[19:59] <WalcirCardoso> Slide 18: Assistentes pessoais (APs) são dispositivos ou aparelhos que ouvem e falam e, consequentemente, que interagem com um ou mais interlocutores. Eles são geralmente utilizados sem o uso das mãos.
[19:59] <WalcirCardoso> Para tal, eles precisam de uma palavra-despertador que serve para “acordar” o aparelho. No caso do Echo da Amazon, por exemplo, para interagir com o aparelho, o usuário precisa iniciar cada frase com a palavra “Alexa, ...”.
[19:59] <WalcirCardoso> Como mencionado anteriormente, esse tipo de tecnologia utiliza RdF (para conversão voz-texto da voz humana para procura de informação, como numa ferramenta de busca) e síntese de voz (para conversão texto-voz e leitura em voz alta ao ouvinte).
[20:00] <WalcirCardoso> Embora a tecnologia ainda esteja em sua infância em termos de desenvolvimento, há dezenas de APs disponíveis no mercado.
[20:00] <WalcirCardoso> Elas incluem aparelhos simples e de custo baixo como o Amazon Echo e o Google Home, e também produtos mais avançados e mais dispendiosos como o Jibo (ainda em desenvolvimento) e o Pepper.
[20:01] <WalcirCardoso> Slide 19: Utilizamos o Echo em nossa pesquisa porque ele possui uma das vozes (PA) mais sofisticadas no mercado (Alexa), tem um custo baixo (entre 50-150 dólares americanos), é fácil de usar, é customizável, e muito popular (mas não como ferramenta pedagógica).
[20:01] <acris> WalcirCardoso: voce poderia esperar um minuto? tem uma turma de pessoas tentando entrar
[20:01] <WalcirCardoso> OK
[20:01] <WalcirCardoso> Me avisa quando devo prosseguir.
[20:02] <WalcirCardoso> E a sua voz, Alexa, é Open Source.
[20:02] <acris> conheço sorriso
[20:03] <acris> WalcirCardoso: acho que já pode continuar. desculpa
[20:03] <WalcirCardoso> Foi de proposito sorriso
[20:03] <WalcirCardoso> Sim.
[20:03] <acris> piscando
[20:03] <WalcirCardoso> Mas há alternativas gratuitas como o Cortana no Windows e Siri em Macs, sem os traços humanoides que caracterizam os APs. Para uma demonstração de como o Echo funciona, visite o site indicado no slide.
[20:03] <WalcirCardoso> No link fornecido, o usuário nos mostra algumas funções do Echo em inglês: dar informações (sobre o tempo, horários, etc.), jogar “Rock-Paper-Scissors”, pedir entrega de pizza, ler um livro, ouvir música, etc.
[20:04] <WalcirCardoso> Como esse AP é altamente customizável, há mais de dez mil habilidades (skills) criadas para Alexa (em abril de 2017), a voz do assistente pessoal do Echo. Visitem os links disponíveis para mais informações.
[20:04] <WalcirCardoso> Slide 20: Em relação aos usos pedagógicos de APs, sugerimos os mesmos indicados a SdVs e RdF, como descobrir pronúncias de palavras (SdV); testar hipóteses sobre pronúncias desconhecidas (RdF), etc.
[20:05] <WalcirCardoso> Um dos benefícios mais importantes é que ele tem o potencial de reduzir ansiedade em alunos de língua estrangeira, visto que ele permite que o usuário interaja com o AP sem medo de “perder a moral” e ser negativamente julgado pelos erros de pronúncia cometidos.
[20:05] <WalcirCardoso> APs também motivam a prática constante, o que pode auxiliar no desenvolvimento da fluência oral e comunicativa em estudantes de L2.
[20:05] <WalcirCardoso> Slide 21: Como a tecnologia ainda é muito recente, não existem muitos trabalhos sobre o assunto.
[20:06] <WalcirCardoso> Mas em uma pesquisa ainda em andamento, uma das minhas estudantes de dourado e eu investigamos o uso de APs, enfatizando o potencial da tecnologia e a percepção dos usuários.
[20:06] <WalcirCardoso> Descobrimos, entre outras coisas, que a utilização de APs gera um aumento em motivação para a prática de fala e escuta, e confirma uma das nossas hipóteses de que a ferramenta é capaz de fornecer feedback de fácil compreensão.
[20:06] <WalcirCardoso> Um dos nossos participantes relatou que o uso do Echo o fez repetir a mesma frase de forma diferente porque o aparelho não o entendeu, indicando assim o efeito do feedback recebido:
[20:07] <WalcirCardoso> ...“eu produzo uma boa frase, [Alexa] não entende o que eu disse, então eu repito a frase, de forma diferente” [traduzido do inglês].
[20:07] <WalcirCardoso> Finalmente, acreditamos que APs tem o potencial de estender a abrangência da sala de aula (por exemplo, para complementar uma aula sobre pronúncia) ou para promover o autodidatismo (aprendizagem “a qualquer hora, em qualquer lugar”).
[20:07] <WalcirCardoso> Slide 22: Chegamos finalmente às conclusões desta palestra, que teve como objetivo introduzir e discutir três tecnologias de fala para aprimorar a experiência de aprendizagem de línguas estrangeiras.
[20:08] <WalcirCardoso> Dentro de uma abordagem centrada no aluno, um outro objetivo foi mostrar como essas três tecnologias podem auxiliar na resolução dos problemas listados no início desta apresentação e, assim, fornecer ao aluno de L2:
[20:08] <WalcirCardoso> ... (1) um input aprimorado em termos de quantidade e qualidade, e (2) maiores oportunidades para prática de fala e escuta, e (3) desenvolvimento de fluência oral, num contexto de aprendizabem de língua estrangeira.
[20:09] <WalcirCardoso> Slide 23: Gostaria de concluir listando algumas razões porque achamos que o uso pedagógico de síntese de voz, reconhecimento de fala e assistentes pessoais são benéficos à aprendizagem de línguas.
[20:09] <WalcirCardoso> Baseado em pesquisas recentes, essas tecnologias: (1) fornecem modalidades múltiplas para uma aquisição de pronúncia mais efetiva e eficiente; (2) contribuem para uma aprendizagem personalizada; ...
[20:10] <WalcirCardoso> ... (3) promovem o foco na forma, principalmente em itens específicos de pronúncia que são relevantes ao aluno; (4) encorajam repetição e a revisão de formas aprendidas; (5) fornecem feedback imediato e compreensível... [Prossegue no próximo slide]
[20:10] <WalcirCardoso> Slide 24: ... Prosseguindo, essas tecnologias também (6) guiam os alunos no desenvolvimento de estratégias para uso próprio (ou strategy development); (7) permitem a prática em percepção (INPUT), produção (OUTPUT) e fluência; e, finalmente, ...
[20:11] <WalcirCardoso> ...(8) têm grande potencial para empoderar alunos com habilidades de prever pronúncias por causa da grande relação que as ferramentas propostas têm com a ortografia.
[20:11] <WalcirCardoso> Slide 25: Finalmente, listo algumas das ferramentas utilizadas na palestra e nos estudos discutidos. Os aplicativos de SdV e RdF são todos gratuitos e disponíveis online e em lojas de aplicativos.
[20:12] <WalcirCardoso> Os APs (quase) humanoides são pagos, mas as tecnologias de fala utilizadas são geralmente gratuitas, como é o caso da Alexa (usado no Echo), Cortana (Windows), e Siri (Macs).
[20:13] <WalcirCardoso> Slide 26: Muito obrigado pela atenção. Estarei depois da fala do Jocemar disponível para perguntas , discussões e comentários.
[20:13] <acris> Muito obrigada, prof. WalcirCardoso! Logo após a fala do prof. Jocemar abriremos para perguntas, aguardem!
[20:13] <acris> Gostaria de chamar agora o prof. Jocemar para sua apresentação.
[20:13] <Jocemar> Obrigado Professor Walcirl...
[20:13] <acris> Prof Jocemar: você tem 30 minutos, ok? Pode começar.
[20:13] <Jocemar> Boa noite, quero primeiramente agradecer a professora Adelma pelo convite, e a Professora Ana Cristina por estar aqui mediando esta conferência, foi um convite meio surpresa, mas me senti profundamente feliz por estar na lista de pessoas convidadas a este evento.
[20:14] <acris> [o prof. Jocemar não vai utilizar slides]
[20:14] <Jocemar> Quero iniciar apresentando minha cidade, para os que ainda não conhecem, o Município de Cascavel localiza-se na Região Oeste do Estado do Paraná, emancipado a em 14 de novembro de 1951, segundo último levantamento do IBGE divulgado em agosto de 2016, possui uma população acima de 316 mil habitantes.
[20:14] <Jocemar> A Rede Municipal de Educação responsável pelo atendimento da Educação Infantil e do Ensino Fundamental - Séries Iniciais, atende aproximadamente 28 mil alunos em 62 escolas e 52 Centros Municipais de Educação Infantil.
[20:15] <Jocemar> Em todas as escolas de ensino fundamental são disponibilizados laboratórios com computadores para a realização de atividades com os alunos, alguns laboratórios atendem apenas em contraturno escolar, mas em sua maioria, 57 escolas, o atendimento é feito em período concomitante ao de aula e atende 100% dos alunos destas.
[20:16] <Jocemar> O atendimento nos laboratórios das escolas é realizado pelo Instrutor de Informática, profissional de nível médio, com formação em serviço em Técnico em Multimeios Didáticos oferecida pela Secretaria de Educação em parceria com o Instituto Federal do Paraná,.
[20:16] <Jocemar> O primeiro instrutor de informática contratado para essa função na Rede Municipal de Ensino, foi contratado no ano de 1997, início do Programa Nacional de Informática na Escola (PROINFO) e desde então sua utilização na rede só tem ampliado.
[20:17] <Jocemar> Inicialmente o proinfo enviava máquinas para a realização de atividades em contraturno escolar, em laboratórios com 3 a 5 computadores, a partir de 2008, em política de expansão de uso de tecnologia na escola, o município iniciou a implantação de laboratórios para atendimento de turmas inteiras, com laboratórios contendo entre 20 e 30 computadores, conforme o tamanho da escola.
[20:18] <Jocemar> A partir de 01/07/2010 deu-se inicio a formação mais aprofundada no uso de tecnologia na educação, através do Núcleo de Tecnologia Educacional de Cascavel, (NTM) que passou a oferecer os diversos cursos da plataforma e-proinfo bem como formações específicas para as necessidades do município.
[20:19] <Jocemar> Dentre as formações oferecidas aos instrutores de informática destacam-se as formações no uso de softwares livres para a educação, e em formações também mais técnicas, para que gradativamente os instrutores pudessem adquirir mais autonomia no uso do laboratório, principalmente pelo fato destes usarem os sistema operacional Linux Educacional., desconhecido até então para a grande maioria dos instrutores.
[20:20] <Jocemar> A partir de 2012, em uma nova etapa do professor de inserção das tecnologias na educação o NTM passou a oferecer também formação em linguagens de programação para crianças, como Logo e Scratch.
[20:20] <Jocemar> Ja no ano de 2013, mais de 20 instrutores da Rede Municipal de Ensino iniciaram o uso das ferramentas com os alunos de 4º e 5º anos do Ensino fundamental, atingindo naquele ano mais de 4 mil alunos da Rede no uso do Scratch.
[20:21] <Jocemar> Percebemos ao longo daquele ano que os alunos se interessavam mais por atividades que os desafiavam, além da possibilidade deles criarem seus próprios jogos, dando a eles uma nova perspectiva de uso do computador, não mais como meros espectadores e consumidores de conteúdo, mas criadores.
[20:22] <Jocemar> Surge então a ideia de implementar o projeto de robótica educativa, complementando assim o aprendizado dos alunos, para tanto, selecionamos uma escola que dispunha de uma sala e iniciamos os preparativos, selecionando um dos nossos instrutores de informática para a execução do projeto.
[20:23] <Jocemar> Em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Cascavel (FUNDETEC), que adquiriu 6 kits Atto Educacional para implantação do Projeto Piloto, até que a escola pudesse adquirir seus próprios Kits.
[20:23] <Jocemar> No início do ano letivo de 2014 iniciamos as atividades com o Projeto de Ensino de Programação e Robótica, funcionando como um dos projetos do Mais Educação na escola, atendendo naquele ano, aproximadamente 150 alunos da escola, de todas as séries.
[20:24] <Jocemar> O Projeto se divide em 5 etapas, sendo que algumas delas se aplicam somente aos 3º e 4º ano e as demais para os alunos do 5º ano, divididas conforme a complexidade.
[20:25] <Jocemar> Optamos por pensar o projeto, inicialmente, para alunos ja alfabetizados...
[20:25] <Jocemar> A 1ª Etapa, “Lógica de Programação”, pensamos em iniciar por aquilo que ja dominamos, o ensino de programação para crianças com o uso do Scratch e outras plataformas, como Code.org, Programae, CodeAcademy, CodeCombat. Essa etapa se aplica aos alunos iniciantes do projeto.
[20:26] <Jocemar> Pode ser aplicada aos 3º e 4º anos ou aos alunos que possam ter vindo de outras escolas que não tiveram contato com o projeto. Focada essencialmente no trabalho com ferramentas para exercício do raciocínio lógico.
[20:27] <Jocemar> A 2ª Etapa “Introdução ao Eletrônica com Massa de Modelar e Papel”, que se preocupa e trabalhar conceitos básicos de elétrica e eletrônica com as crianças, de forma a facilitar a introdução segura da robótica posteriormente. São realizadas oficinas de montagem de circuitos com o uso de massa de modelar e papel, também pode ser aplicada aos mesmos alunos da etapa 1.
[20:27] <Jocemar> A 3ª Etapa do Projeto, Construção de Estruturas com o KIT Atto Educacional. Para introduzir os alunos no mundo da robótica, primeiramente apresentamos o material que será usado nas oficinas, e ensinamos os alunos a como construir as estruturas necessárias para posterior automação.
[20:28] <Jocemar> A adoção do KIT Robótica da empresa Atto Educacional, se deu por alguns fatores: Hardware e Software Livre, o que permite que possamos personalizar e aprimorar o material conforme nossas necessidades, tornando também, o material com o melhor custo/benefício do mercado.
[20:28] <Jocemar> O modelo que adotamos no laboratório de robótica, nos permitiu manter o custo abaixo de 50% do valor de um laboratório tradicional, e a própria escola conseguiu adquirir os materiais com recursos do Mais Educação.
[20:29] <Jocemar> Uma outra característica essencial do material é o fato dele não depender de ferramentas cortantes ou que possam ferir os alunos, como um ferro de solda por exemplo, mas todas as ferramentas, parafusos e conexões, são simples e de fácil montagem.
[20:29] <Jocemar> A 4ª Etapa “Programando com o KIT Atto Educacional”, aplicada aos alunos de 4º e 5º ano do Ensino Fundamental, envolve a introdução da Programação dos componentes robóticos do Kit Atto Educacional, como a placa de controle é baseada em Arduíno e utiliza a própria interface de programação dele é possível utilizar a Ferramenta “Ardubloc” para se realizar o ensino da programação por blocos para controlar os dispo
[20:30] <Jocemar> Como o Ardubloc utiliza como base a Linguagem Scratch, que ja foi vista na 1ª etapa do projeto, essa etapa é de fácil assimilação pelos alunos, pois não necessitam se aprofundar em uma linguagem de programação mais complexa, como a Linguagem C, os blocos geram automaticamente os códigos nesta linguagem, que depois será enviada a placa.
[20:31] <Jocemar> A 5ª Etapa “Robótica com Hardware Livre” é o momento em que os alunos do 5º ano do ensino fundamental terão acesso aos recursos mais complexos do projeto, montando seus próprios circuitos e recursos, usando Metareciclagem ou a utilização da Placa Arduíno e seus diversos tipos de sensores e conexões.
[20:32] <Jocemar> Juntamente com os KITS de Robótica, preconizamos no projeto também a aquisição de uma impressora 3d para a escola, e nesta etapa, utilizamos também a impressora 3d com os alunos para que estes possam criar suas próprias estruturas para os projetos desenvolvidos, bem como a construção de robôs a partir de materiais simples como bolas de isopor, motores de carrinhos, drives de CDs, entre outros.
[20:33] <Jocemar> Estimulamos a criatividade dos alunos de forma que os mesmos utilizem todo o conhecimento adquirido ao longo do projeto para criarem seus próprios “brinquedos”, que ao final do curso, que se encerra ao 5º ano do Ensino Fundamental, público da Rede Municipal, ele possa levar em sua bagagem para toda a vida.
[20:33] <Jocemar> Este ano, iniciei meu Mestrado em Ensino pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e meu projeto de pesquisa é avaliar os impactos que este projeto tem tido na rede municipal, temos visto, empiricamente, resultados muito positivos no aprendizado dos alunos.
[20:34] <Jocemar> Mas são poucas as pesquisas que avaliaram os impactos deste tipo de projeto dentro do ambiente escolar, ainda mais se tratando das Séries Iniciais do ensino fundamental, grande parte dos estudos se focam no uso dessas ferramentas com alunos do ensino médio, mais especificamente nos cursos técnicos.
[20:34] <Jocemar> Mas temos visto em nossa rede, alunos cada vez mais crianças dominando os recursos computacionais, e cada vez mais cedo se desinteressando pelos métodos tradicionais de ensino. Há sempre aquele receio por parte do professor pedagogo em adotar esse tipo de recurso em sala de aula.
[20:35] <Jocemar> Justamente por esse medo de que o aluno domine a ferramenta melhor que ele, mas isso precisa ser superado, dando formação a esse professor que atua nos ambientes de tecnologia das escolas para que eles se sintam à vontade para tal.
[20:36] <Jocemar> Precisamos repensar as formações dos futuros professores, desde sua formação inicial, para que eles saiam da faculdade com alguma bagagem relacionada ao uso de tecnologia aplicada a educação, e não somente conhecimento de editores de texto e planilhas.
[20:38] <Jocemar> Incluir nas disciplinas das “metodologias do ensino” recursos que o professor possa levar para sua prática em sala de aula.
[20:39] <Jocemar> Desprezar a tecnologia na formação inicial do professor é o que causa o despreparo dele frente ao dia a dia da escola, cada vez com mais recursos presentes, inclusive os levados pelos próprios alunos, como celulares, tablets e netbooks.
[20:39] <Jocemar> Espero ter sido bem claro nessa breve apresentação do projeto, é ainda uma pesquisa em andamento, como muito a ser avaliado e estudado, mas temos visto resultados palpáveis no aprendizado dos alunos. Agradeço a oportunidade e fico a disposição para perguntas.
[20:40] <acris> muito obrigada, prof Jocemar
[20:40] <acris> vou abrir agora para perguntas
[20:40] <acris> Temos 20 minutos para perguntas, alguém quer começar?
[20:41] <acris> senão eu começo, ein... rs
[20:41] <WalcirCardoso> OK
[20:41] <WalcirCardoso> Um relato impressionante, Jocemar, a tua experiencia em Cacavel. Falaste sobre os investimentos em laboratórios... Por aqui, muita gente fala da “morte” do laboratório, visto que alunos carregam eles consigo. O que achas dessa idea?
[20:41] <WalcirCardoso> Por aqui = na America do Norte (Canada)
[20:42] <Jocemar> Concordo plenamente...Laboratórios tradicionais, estão fadados a morte...
[20:42] <Jocemar> temos de pensar em espaços criativos...
[20:42] <Jocemar> mais mão na massa...
[20:42] <acris> se fala isso por aqui na universidade tb, sem nunca ter chegado a ter laboratórios de verdade, como deveriam ser...
[20:43] <acris> aquelas salas de aula do futuro, propostas pela usp, voces já viram?
[20:43] <WalcirCardoso> O grande problema com o lab eh que ele fica obsoleto muito rapidamente, e requer investimentos constantes. Entre oiutras coisas.
[20:43] <acris> aquilo sim é laboratório
[20:43] <WalcirCardoso> Nao conheco as salas futuristicas da USP. Vou procurar saber depois dessa discussao.
[20:44] <Jocemar> verdade......visitei agora em março uma escola em Austin/Texas..... a tecnologia esta presente em todos os espaços...mas não tem laboratórios de informática...mas sim laboratórios de criatividade...
[20:44] <Jocemar> muito inspiradores..
[20:44] <acris> http://futuro.usp.br/
[20:44] <WalcirCardoso> Mas sabendo que aprendizagem acontece na vida, mora da sala de aula... Ou grande parte da aprendizagem. Extramural, como dizem.
[20:44] <Andressa> Professor Walcir, a ferramenta por você apresentada é, pelos relatos, realmente capaz de fornecer feedback de fácil compreensão. Descomplica.... Que bom poder participar!
[20:44] <WalcirCardoso> Obrigado, @acris
[20:45] <WalcirCardoso> Sim, Andressa. Eh a grande vantagem desses aplicativos. Varios participantes relataram que receberam feedback SEM saber que estavam sendo corrigidos.
[20:45] <megthomopoulos> Professor Walcir, por acaso você conhece a prof Ana Cuder?
[20:46] <WalcirCardoso> Eh claro que o "tipo" de feedback eh limitado.
[20:46] <WalcirCardoso> Nao a conheco. Mas engracao, algume me falou nela a pouco tempo, num contexto de uma apresentacao... Sinal que preciso averiguar.
[20:47] <megthomopoulos> Pela sua apresentação dos recursos tecnológicos envolvendo reconhecimento de fala etc
[20:47] <Andressa> Jocemar, trabalho também em escola pública estadual. O laboratório de informática ainda é um entrave para muitos professores.
[20:47] <acris> Prof WalcirCardoso, fantástico seu trabalho. Eu já fiquei pensando em criar repositórios de palavras mais frequentes para sugestão de input e também usar esses repositórios para sugestões de output, bem como usar uma inteligência artificial para que a conversa pudesse versar também sobre a própria conversa, sobre a língua... Minha pergunta: Sua proposta é usar aplicativos que existem no mercado, certo? Existe alguma ideia de criar um específico
[20:47] <acris> para o ensino? Se sim ou se não, qual a justificativa (e como fazer)?
[20:47] <adelmaa> Prof Walcir você comentou na sua apresentação do feedback do aluno em relação ao uso das tecnologias. Se existiram, quais foram os problemas relatados?
[20:47] <megthomopoulos> eu me lembrei dela, porque estou inscrita em um curso de aprimoramento do inglês com ela
[20:48] <WalcirCardoso> Sim, acris. A proposta e utilizar o que ja existe para "maximizar esforcos" (existe isso?)
[20:48] <WalcirCardoso> Estamos criando aplicativos em forma de jogos que incluem tecnologias de fala, para o ensino do ingles e frances. Mas nao queremos re-inventar a roda. Ha varios aplicativos de TTS e reconhecimento de falar open source, de otima qualidade.
[20:48] <megthomopoulos> parece que usa esse tipo de tecnologia,a profª Ana Cuder em cursos online de inlgês para brasileiros
[20:49] <acris> perfeito
[20:49] <Andressa> Jocemar, se puder compartilhar todo o relato, ficarei muito feliz em poder conferir "de pertinho" o projeto e de alguma forma, levar as ideias para minha escola. Meu email: andressa.educadora@gmail.com
[20:49] <Jocemar> Compartilho sim...
[20:49] <WalcirCardoso> @Adelmaa, os problemas sao relacionados a habilidade dos aplicativos e APs de entenderem o falante com sotaque forte.
[20:50] <adelmaa> Poderia mentorar um projeto, não é Jocemar?
[20:50] <WalcirCardoso> Mas talvez seja uma boa coisa, uma indicacao ao usuario que elx precise melhorar na pronuncia e/ou vocabulario.
[20:50] <acris> Prof. Jocemar, sua cidade é incrivelmente moderna, muito legal! O trabalho de vocês com educação e tecnologia é de primeira linha, parabéns. Sobre o ensino de linguagem de programação, já dá pra sentir os resultados nas séries seguintes? E nas outras disciplinas? O que dizem os outros professores? Outra coisa: me explica melhor qual a vantagem em usar inicialmente kits de robótica prontos no lugar de trabalhar a partir de reciclagem? Finalmente:
[20:50] <acris> vocês tem como dar tratamento diferenciado, como atender de forma diferente alunos que chegaram depois de outras escolas? Quanto ao medo dos professores que os alunos os superem, eu acho que a melhor coisa para m professor é saber que um aluno o ultrapassou, é a melhor prova de que fez seu trabalho bem feito piscando
[20:50] <WalcirCardoso> Otimo, @megthomopoulos
[20:51] <WalcirCardoso> Esta indo rapido de mais e devo estar perdendo comentario e perguntas. Desculpas se for o caso.
[20:51] <Jocemar> Adelma....posso mentorar sim...é o que faço...rsrs na FUNDETEC...
[20:51] <Andressa> Walcir, já encaminhei sua apresentação para alguns amigos. Sei que irá ajudar.....
[20:51] <Jocemar> Cris, vamos la...
[20:52] <Jocemar> 1) Adoro minha cidade tbem...ela é muito jovem, mas esta bem a frente em várias coisas....
[20:52] <WalcirCardoso> Otimo, @Andressa. Obrigado.
[20:52] <Jocemar> 2) Sim, vemos resultados, que vão desde uma maior participação nas aulas, bem como um melhor desempenho em disciplinas como portugues e matemática
[20:52] <acris> que massa
[20:53] <WalcirCardoso> E o nivel de investimento em tecnologia me parece espetacular. Diria que a situacao e melhor do que na escola publica de quebec, onde trabalho. A moda agora eh investir em smartboards, ja que os labs foram ao cemiterio sorriso
[20:53] <Jocemar> 3) Ainda há muita resistencia dos demais professores das escolas, mas ja veem a importancia ...e os que sabem aproveitar os ambientes para inlcuir seus conteúdos...tem obtidos ótimos resultados...
[20:53] <acris> deve ter a ver com o aumento da capacidade de abstração, essencial tanto para línguas quanto matemática
[20:54] <Jocemar> 4) Usamos kits prontos devido a idade dos nosso alunos, que são entre 7 e 10 anos, não posso levar certos tipos de ferramentas para o laboratório e sujeitá-las aos ristos..
[20:54] <acris> entendi
[20:54] <Jocemar> com o 5º ano ja fazemos isso, mas com os menores ....preferimos não correr o risco..
[20:55] <acris> certo
[20:55] <WalcirCardoso> Outra coisa inacreditavel: os teus alunos sao muito jovens! E os professores de ingles que treinam sempre me perguntam se os seus alunos poderam usar plataformas como Moodle... Vou usar a tua exp. como exemplo do que sao capazes.
[20:55] <acris> :D
[20:55] <adelmaa> Andressa, aguarde sair o log desta conferência que faremos a divulgação completa no site do stis e os educadores einteressados em geral poderão ler na íntegra tudo o que foi apresentado aqui.
[20:55] <WalcirCardoso> que "treino"
[20:55] <Jocemar> 5) o atendimento diferenciado, para alunos que "vem de fora" é possivel dependendo o porte da escola, pois depende da disponibilidade do espaço e do instrutor..
[20:56] <acris> foi o que pensei
[20:56] <Andressa> Certo, Adelma!
[20:56] <WalcirCardoso> @Adelma: Oh nao! Com todos os meus erros de ortografia! sorriso
[20:57] <adelmaa> Clap, clap, Walcir! O trabalho do Jocemar é realmente espetacular por trazer o aluno, de fato e na prática, para o protagonismo do seu aprendizado
[20:58] <acris> só pra gente não se perder: temos tempo pra mais uma pergunta só
[20:58] <WalcirCardoso> Exatamente. E a filosofia que uso no meu trabalho de treinamento de profs e uso pedag. de tecnologias. O aluno como centro do processo de ensino/aprendizagem e criacao.
[20:58] <Andressa> Parabéns aos dois: Walcir e Jocemar, por compartilhar trabalhos tão relevantes conosco!
[20:58] <megthomopoulos> Obrigada,professores!
[20:58] <WalcirCardoso> OK, acris. Se tiverem perguntas e comentarios adicionais, podem me enviar um email: walcir.cardoso@concordia.ca
[20:59] <WalcirCardoso> Obrigado @ Andressa.
[20:59] <acris> foi maravilhoso, muito obrigada!
[20:59] <WalcirCardoso> E megth...
[20:59] <acris> bem antes de terminar, uns avisos
[20:59] <adelmaa> A minha experiência docente em EAD tem levaod a várias descobertas: um professor pode começar sozinho a fazer sim uma revolação.
[20:59] <acris> No dia 24 d emaio nosSTIS nós recebermos ára discutir SEMIÓTICA e ENSINO
[20:59] <acris> como conferencista o prof Dr Luciano Tocaia da UFBA e ara discorrer sobre o tema Análise semiótica de livros didáticos aprofa Dra Luiza Helena Oliveira da Silva da Universidade Federal de Tocatins. Esperamos vocês na nossa sala virtual do STIS.
[21:00] <adelmaa> Andressa é uma exmplo em sua escola, a Andrea Bonequini tambpém, o Jocemar, a Ana Claúdia Santos e tantos outros professores brasileiros.
[21:00] <acris> verdade! os maiores revolucionários no Brasil são professores
[21:00] <Jocemar> Obrigado pela experiencia...foi bacana estar com vcs hoje....e estou a disposição.
[21:01] <WalcirCardoso> Caso o sistema apague: Foi um grande prazer compatilhar essas experiencias com o grupo de vocês. Muito sucesso a todos!
[21:01] <acris> palmas para nossos convidados queridos! clap clap clap clap
[21:01] <WalcirCardoso> Obrigado!
[21:01] <acris> clap clap clap clap clap clap clap
[21:01] <megthomopoulos> clap clap clap
[21:01] <Andressa> clap clap clap clap
[21:01] <WalcirCardoso> clap clap clap
[21:02] <adelmaa> Somos gratos a todos vocês presntes, conferencistas e participantes. Quero agradecer de coração aos professores Walcir e Jocemar que carinhosamente aceitaram nosso convite sem pestanejar.
[21:02] <Jocemar> clap clap clap...
[21:02] <WalcirCardoso> Foi um grande prazer. E isso foi apenas o comeco. Espero poder interagir com voces num futuro proximo.
[21:02] <acris> o registro de todas as conferências do stis estão na nossa página, bem no estilo ciência aberta!
[21:02] <adelmaa> Vocês são brilhantes! Clap clap clap clap clap clap (aplausos virtuais)
[21:02] <acris> clap clap clap clap clap clap clap
[21:02] <Heloisa> Madu me pediu que enviasse Parabéns aos Professores convidados. Ela estava encantadíssima com as falas mas, precisou voltar ao trabalho.
[21:04] <Heloisa> Estou aqui maravilhada com os trabalhos dos Srs....Parabéns!
[21:05] <adelmaa> Os conferencistas convidados receberão seus certificados em breve, já os participantes receberão no final de cada semestre de atividades do STIS. Obrigada a todos pela presença.
[21:05] <Andressa> Boa noite!
[21:05] <WalcirCardoso> Obrigado a todas e todos! Boa noite!
[21:05] <acris> Encerro, então a sessão de hoje, aguardo todos na próxima, boa noite! Abraços!
[21:06] <adelmaa> Anotem ai: temos um encontro marcado dia 24 de maio às 19:30 horas. Até lá!
[21:06] <Jocemar> ateh..
[21:06] <adelmaa> Obrigada, acris! Obrogada Profa Ana Cristina! Boa noite a todos!
[21:06] <adelmaa> <3
[21:07] <Heloisa> Boa noite!

 

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6. Agosto: Memória Campanária e Precarização do trabalho docente

cartaz STIS agosto 2017

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Maria do Carmo e Marcelo Donizete

Conferência dupla STIS

Agosto-2017

Dia 23 de agosto às 19:30 horas, na Sala de Conferências do STIS

 

MEMÓRIA CAMPANÁRIA: edição e análise de fontes confrariais da freguesia de Antônio Dias de Ouro Preto – MG.

(Prof. Ms. Maria do Carmo Ferreira dos Santos – Rede Pública de Ensino de Ouro Preto/UFOP) 

Resumo: Esta pesquisa parte de princípios filológicos e aborda fontes confrariais relacionadas aos símbolos sonoros da cristandade – os sinos –, buscando delinear uma história da presença campanária na Freguesia de Antônio Dias, situada em Ouro Preto, Minas Gerais. Ela tem por finalidade revelar um conjunto de manuscritos produzidos no interior de cinco confrarias que se estabeleceram na Freguesia. Para isso, buscou-se compreender o modo como as irmandades decidiam quando os sineiros deveriam tocar os sinos; quais deliberações sobre a prática campanária eram registradas em seus livros; quem, na irmandade, produzia tais documentos; em qual contexto eram produzidos; e, por fim, a forma como eles eram estruturados. Em primeiro momento, procedeu-se à localização e à edição diplomática a partir dos microfilmes do arquivo da Casa dos Contos. Em seguida, com o apoio das fontes primárias arquivadas no Museu do Aleijadinho, fac-similarmente reproduzidas, foi feita a edição semidiplomática segundo Cambraia et al. (2006), agrupando os manuscritos de acordo com as tipologias documentais propostas por Bellotto (2002). O corpus totaliza 129 manuscritos que foram produzidos por diferentes punhos dos irmãos ao assumirem cargos nas respectivas mesas diretivas, entre os anos 1726 e 1966. Pelo caráter conservador de sua edição, a pesquisa interessa a linguistas, e pelo tema tratado na diversidade documental, interessa os historiadores.

Palavras-chave: manuscritos confrariais; memória campanária; distinção social; filologia na EJA.

Precarização do Trabalho Docente: um estudo sobre as políticas e seus impactos na transformação do trabalho nas escolas de Mariana-MG

(Prof. Dr. Marcelo Donizete da Silva – ICHS/UFOP) 

Resumo: Esse trabalho tem como objetivo analisar a problemática da precarização do trabalho docente no contexto das escolas da microrregião dos Inconfidentes. Percebe-se que a docência no Ensino Básico nacional tem passado por um processo de transformação, que tem seu início pós-promulgação da LDB 4024/61 e se estende até os dias atuais. Como objetivo, a pesquisa buscará analisar o movimento das transformações políticas e educacionais que ocorreram no Brasil do período ditatorial até a reforma do Estado e das políticas públicas nos anos de 1990 a 2010. Entende-se que, com a mudança no cenário político brasileiro para educação, essa influenciou e tem influenciado professores/as e futuros/as professores/as em avaliar negativamente a condição real da profissão, fato que externaliza o problema da precarização. Com base na análise bibliográfica e documental, no sentido de coletar informações acerca do objeto, essa pesquisa terá como referencial metodológico o caráter qualitativo da produção. Entende-se que essa proposta metodológica é fundamental porque auxiliará na análise das fontes do período em questão e na produção acadêmica acerca do tema, para demonstrar o processo histórico e as medidas que possibilitaram a reformulação do trabalho docente. Para responder sobre essa transformação do ensino básico, busca-se analisar o panorama histórico da educação brasileira, no sentido de demonstrar que as mudanças nas políticas públicas impactam diretamente na realidade escolar de Mariana e Ouro Preto, no que tange a atuação dos/das professores/professoras no contexto escolar da região.

Palavras-chave: Precarização Docente; Políticas Públicas; Resistência do Trabalhador

6.1. registro agosto

Registro da Conferência em chat escrito, de 23 de agosto de 2017:

 

 MEMÓRIA CAMPANÁRIA: edição e análise de fontes confrariais da freguesia de Antônio Dias de Ouro Preto
conferencista: Prof. Ms. Maria do Carmo Ferreira dos Santos

Precarização do Trabalho Docente: um estudo sobre as políticas e seus impactos na transformação do trabalho nas escolas de Mariana-MG
conferencista: Marcelo Donizete da Silva

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[19:21] <adelmaa> Prezado(a)s, começaremos as conferências do STIS de agosto às 19:30 horas,pontualmente!
[19:23] <adelmaa> Hoje estamos voltando às atividades mensais do STIS.
[19:23] <adelmaa> Em setembro o STIS respirará literatura.
[19:27] <adelmaa> Em outubro teremos tecnologia de ponta nas escolas, e assim sucessivamente. A cada STIS duas conferências de peso.
[19:27] <adelmaa> Boa noite, prof Marcelo Donizete! Seja bem-vindo!
[19:28] <marcelo> Boa Noite Pessoal! É com alegria que iniciamos a conversa.
[19:29] <marcelo> Boa Noite Adelma
[19:29] <adelmaa> Boa tarde a todos e todas!
[19:29] <adelmaa> É com imensa alegria que venho, em nome do Grupo STIS - SEMINÁRIOS TEÓRICOS INTERDISCIPLINARES DO SEMIOTEC Grupo Texto Livre, dar as boas-vindas a todos vocês que nos honram com suas presenças: conferencistas e participantes.
[19:29] <adelmaa> O Stis é um programa de conferência realizado na penúltima semana de cada mês, de março a dezembro, na penúltima quarta-feira de todos os meses das 19:30 às 21:00 horas congregando
[19:29] <adelmaa> pesquisadores do Brasil e do exterior em torno de temas diversos para uma educação livre e democrática.
[19:30] <adelmaa> O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa polvo denominado TEXTO LIVRE do CNPq, coordenado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[19:30] <adelmaa> longo desta caminhada, o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação
[19:30] <adelmaa> das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior dentro e fora das universidades.
[19:30] <adelmaa> Na verdade, o grupo STIS, tem muito o que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 51 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[19:30] <adelmaa> tais como: Ana Cristina Fricke Matte (UFMG), Luis Gonçalves (Princenton University); Walcir Cardoso (Concordia University), Luiz Tatit (UNICAMP), Rivânia Maria Trotta SantAna (UFOP),
[19:30] <adelmaa> Almeida Filho (UNB), Brian Street (Kings College/Londres), Julio Paz (Argentina), Ana Cláudia Santos (Educadora Nota 10 - Fundação Vitor Civita), dentre tantos outros.
[19:30] <adelmaa> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP/Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário
[19:30] <adelmaa> Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidados do Prof. Marcelo Buzzato.
[19:31] <adelmaa> Para que este trabalho se concretize a cada mês contamos com a colaboração voluntária de uma equipe fantástica de seres humanas
[19:31] <adelmaa> altruístas que compartilham da mesma concepção de que as mudanças na nossa sociedade só acontecerão através do acesso a educação para todos.
[19:31] <adelmaa> Assim, mais um mês de trabalho, de conferências extraordinárias, de encontros de saberes e
[19:31] <adelmaa> rico de experiência se inicia hoje no STIS. Com ele, novas ideias, novos projetos, novos expectativas, anseios e vontade de compartilhar o fazer
[19:31] <adelmaa> educação de forma democrática, ou seja, com acesso gratuito a todos os interessados. Este ano
[19:31] <adelmaa> o GRUPO STIS tem desejos que almejamos concretizar: ampliar ainda mais nossas parceiras com instituições
[19:31] <adelmaa> educacionais e não educacionais que queiram, como a gente, dar acesso ao conhecimento a
[19:31] <adelmaa> quem desejar recebê-lo. Para que o STIS apresente a vocês as melhores conferências e os melhores conferencistas (claro!), contamos com
[19:32] <adelmaa> uma equipe formada por 12 membros voluntários, que trabalham incansavelmente com amor, consciência e dedicação a uma só causa: fazer a diferença no mundo por meio da educação.
[19:32] <adelmaa> Quero agradecer publicamente à Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, idealizadora de todo Projeto Texto Livre, do qual o projeto STIS é uma de suas crias. Agradeço pela confiança em
[19:32] <adelmaa> mim depositada para coordenar este valioso projeto e aos membros da equipe STIS, que voluntariamente nos ajuda a fazer este evento acontecer.
[19:32] <adelmaa> Farei agora uma breve apresentação de nossos conferencistas convidados. Nossos dois conferencistas convidados são:
[19:32] <adelmaa> Prof. Dr. Marcelo Donizete da Silva. Possui graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1994), Mestrado (2003) e Doutorado (2010) em Educação pela Faculdade
[19:32] <adelmaa> de Educação da UNICAMP. Atuou como: Professor da Educação Básica (Ensino Médio) na Secretaria Estadual do Estado de São Paulo; Coordenador do Curso de Licenciatura em Filosofia
[19:32] <adelmaa> nas modalidades a Distância (EaD), Presencial e Pós Graduação (Lato Sensu) do Centro Universitário Claretiano de Batatais (CEUCLAR), Professor, Substituto, no Departamento de
[19:32] <adelmaa> Educação do Instituto de Biociências da UNESP no Campus Rio Claro-SP; Professor Titular e Tutor a Distância do Centro Universitário Claretiano de Batatais e Chefe do Departamento de
[19:33] <adelmaa> Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente é Professor do Departamento de Educação do Instituto de Ciências Humanas e
[19:33] <adelmaa> Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto (DEEDU/ICHS/UFOP) nas cadeiras de Fundamentos e Políticas da Educação, membro do no grupos de pesquisa Epistemologia e
[19:33] <adelmaa> Teorias da Educação EPISTEDUC/UNICAMP; formação e profissão Docente FOPROFI/UFOP e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígena NEABI/UFOP. Tem experiência nas áreas de
[19:33] <adelmaa> Filosofia e Políticas Públicas em Educação com atuação nas seguintes áreas: Filosofia e História da Educação, Ensino de Filosofia, Epistemologia e Teorias da Educação, Políticas Públicas em Educação e Gestão e Organização do Trabalho Escolar
[19:33] <adelmaa> Nossa segunda conferencista convidada é o Prof Ms. Maria do Carmo Ferreira.
[19:33] <adelmaa> Possui graduação em Ciências pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestrado em Letras: Estudos da Linguagem pela Universidade Federal de Ouro Preto (2016) , atuando principalmente
[19:34] <adelmaa> nos seguintes temas: Semiótica e Tecnologia; Filologia/ Paleografia; Educação (Educação de Jovens e Adultos, Formação de Professores. Letramento Digital, Presencial e a Distância e
[19:34] <adelmaa> Formação de professores nas Novas Tecnologias de Comunicação e Informação; É membro do
[19:34] <adelmaa> grupo de pesquisa do CNPq Texto Livre: Semiótica e Tecnologia, vinculado à Faculdade de Letras/UFMG e atua como membro da Comissão Organizadora do Projeto STIS - Seminários
[19:34] <adelmaa> Teóricos Interdisciplinares em Semiótica: http://www.lingtec.org/stis/. É orientadora do Curso de Especialização Mídias na Educação da UFOP/SEED/MEC. Atua como
[19:34] <adelmaa> pesquisadora , desde 2013 do projeto de pesquisa &quot;Desenvolvimento Profissional Docente e Inovação Pedagógica: estudo exploratório sobre contribuições do PIBIDo qual integra o
[19:34] <adelmaa> Observatório Desenvolvimento Profissional Docente e Inovação Pedagógica- Pesquisa em Rede (OBEDUC - Edital Capes n. 049/2012), desenvolvido em parceria entre as universidades UFOP, UECE e UNIFESP.
[19:34] <adelmaa> Atua como pesquisadora, desde 2013 do projeto de pesquisa Desenvolvimento Profissional Docente e Inovação Pedagógica: estudo exploratório sobre contribuições do PIBID, o qual integra
[19:35] <adelmaa> o Observatório Desenvolvimento Profissional Docente e Inovação Pedagógica- Pesquisa em Rede, desenvolvido em parceria entre as universidades UFOP, UECE e UNIFESP.
[19:35] <adelmaa> É uma honra recebê-los como nossos conferencistas convidados, em nossa sala virtual. Sejam vem-vindos!
[19:35] <adelmaa> A todos os participantes do Brasil e do exterior, gostaria de agradecer em nome de toda a equipe pela suas honrosas presenças. É um prazer tê-los conosco nesta noite de quarta-feira.
[19:35] <adelmaa> Obrigada por nos ajudar a fazer do STIS uma ação concreta de democratização da educação de todos e para todos.
[19:36] <adelmaa> Passarei a palavra neste momento a moderadora deste evento, profa Daniervelin
[19:36] <adelmaa> que explicará em detalhes o funcionamento de nossa conferência virtual.
[19:36] <daniervelin> Boa noite a todos! Sejam bem-vindos!
[19:36] <daniervelin> para quem participa pela primeira vez, teremos 30 minutos de apresentação de cada conferencista
[19:36] <daniervelin> as apresentações acontecem apenas por escrito, no chat, ou seja, não há vídeo nem áudio
[19:36] <daniervelin> durante esse tempo, a sala estará moderada
[19:36] <daniervelin> após as duas conferências, abriremos a sala para perguntas, sugestões e discussão geral das ideias expostas
[19:37] <daniervelin> os códigos para os slides serão indicados no início de cada apresentação
[19:37] <daniervelin> basta inserir o código à direita, depois de escolher o tipo de atendimento: “apresentação de slides”
[19:37] <daniervelin> vocês podem regular o tamanho do chat e slides ajustando a coluna vertical entre as partes (ao meio desta página de internet)
[19:37] <daniervelin> desejamos um ótimo seminário a todos!
[19:37] <daniervelin> Profa. Maria do Carmo Ferreira dos Santos, pode começar, por favor. Obrigada por aceitar o convite do STIS!
[19:37] <Madu> Boa noite a todos. Agradeço o convite da comissão de organização do STIS. Sinto-me honrada em participar deste evento do qual tenho muita admiração pois seu objetivo principal é facilitar aos professores e ao público interessado nas temáticas de formação de professores , o
[19:38] <Madu> acesso ao conhecimento construído na academia. Eu parabenizo a todos pela dedicação .Sou professora e moro em Ouro Preto há mais de 45 anos. Nasci em São João del Rei, me casei em Tiradentes e fiz mestrado em Mariana. A aproximação com as igrejas do período colonial é
[19:38] <Madu> uma constante em minha vida. Sempre fui muito curiosa com a história de Minas Gerais e a sua relação com o meio de comunicação usual da época, os sinos. A pesquisa a qual me dediquei é extensa, são mais de 500 páginas e o tempo nesta conferência é pequeno.
[19:38] <Madu> Dividirei esse tempo então em duas partes: 1º. A justificativa, os objetivos da pesquisa, o percurso metodológico, o teor dos documentos e as conclusões. Em 2º lugar apresento resumidamente um histórico da presença das irmandades leigas em Minas Gerais, na
[19:39] <Madu> Freguesia de Antônio Dias. Dos 129 manuscritos apresento aqui um recorte que mostram em seis deles, como os sinos eram utilizados como uma forma de distinção social. Importante também ressaltar que para trabalhar com edição de documentos do Setecentos e Oitocentos
[19:39] <Madu> principalmente, que trazem uma outra ortografia, alguns recursos do corretor do word precisam ser desativados e às vezes um ou outro acento podem ter passado despercebidos mesmo com todo o rigor acadêmico .
[19:39] <Madu> Passo à primeira parte da proposta, a rápida descriçao da pesquisa.
[19:40] <Madu> Memória Campanária- edição e análise de fontes confrariais da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias - Ouro Preto
[19:40] <Madu> Estudiosos da língua salientam a importância de se pesquisar fontes diversas. Assim, ao invés de se dedicarem somente aos textos literários, buscam-se, cada vez mais, “documentos notariais e jurídicos, cartas, jornais, periódicos, programas de televisão e mesmo a linguagem virtual da internet” (CAMBRAIA; CUNHA; MEGALE, 1999, p.7).
[19:41] <Madu> Em Ouro Preto, há uma diversidade de documentos pertencentes às associações religiosas leigas, os quais podem contribuir para as pesquisas filológicas, uma vez que, de acordo com Cambraia et al. (1999, p. 7), esses textos documentam “os mais diversos usos da língua, [e] são muito mais representativos para seu estudo do que aqueles textos até então privilegiados
[19:41] <Madu> [os literários]”. De acordo com esses autores, não há como negar a oferta de vasto repertório de textos no mundo moderno, “sem dúvida de muito maior utilidade para o conhecimento da língua” (p.7).
[19:41] <Madu> Esse pensamento corrobora a proposta da Escola dos Annales que é um movimento fundado pelos historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre em 1929 destacando-se por incorporar métodos das Ciências Sociais à História. (BURKE, 1992, p. 11-15)
[19:41] <Madu> A importância desse movimento para a história social se deve a uma mudança de paradigma, antes dedicado a investigar feitos heróicos e grandes personagens da história universal. Seus estudos apontaram para a necessidade de inclusão de uma abordagem que
[19:41] <Madu> valorizasse o humano, os personagens simples que escrevem a história do dia a dia e que se encontram invisíveis nos contextos históricos e sociais. Dessa forma, priorizando a busca de significados presentes na contemporaneidade, a Escola dos Annales inspira o estudo dos que
[19:42] <Madu> ficaram apenas como coadjuvantes na memória da sociedade ouropretana, como os escrivães e os gestores de associações leigas, os ferreiros, os fundidores e os sineiros, que desempenharam um papel importante na coesão social do lugar por três séculos.
[19:42] <Madu> Na mesma direção, Villalta (1997, p. 333) também acentua que, na América Portuguesa, a educação aconteceu em vários lugares e que, nas camadas sociais mais humildes, o aprender acontecia “extramuros da escola, na luta pela sobrevivência, [quando] adquiriram os rudimentos necessários para garantir a subsistência e para reproduzir os papéis que lhes eram reservados na sociedade”.
[19:42] <Madu> A mudança de paradigma proposta pelos Annales possibilita, dessa forma, dar voz a personagens silenciados que fizeram parte da história de Ouro Preto. Outra conquista da Escola dos Annales diz respeito à ampliação da noção de documento
[19:42] <Madu> pelos pioneiros da história nova. Esse processo valorizaria documentos até então pouco estudados pelos estudiosos, como o registro paroquial (LE GOFF, 2013, p. 491), que ele denomina de massas dormentes.
[19:43] <Madu> Nesse sentido, inspirando-nos no conceito de massas dormentes do autor, entendemos que os registros revelados e produzidos pelas confrarias podem representar um
[19:43] <Madu> “esforço constante para fazer falar as coisas mudas, para fazê-las dizer o que elas por si próprias não dizem sobre os homens, sobre as sociedades que as produziram”. (FEBVRE, 1949, p.428 apud LE GOFF, 2013, p.490)
[19:43] <Madu> Desta forma, a transcrição e a edição dos documentos pertencentes às confrarias que se instalaram a partir do século XVIII naquela freguesia tornam-se atividade inspiradora para contar a história daqueles tempos e para enriquecer pesquisas da área filológica.
[19:44] <Madu> A pesquisa abordou fontes confrariais relacionadas aos símbolos sonoros da cristandade, os sinos, buscando percorrer uma história da presença campanária na Freguesia de Antônio Dias, situada em Ouro Preto. Para tanto, baseamo-nos na busca e na edição de
[19:44] <Madu> manuscritos associados a atividades campanárias de irmandades e ordens terceiras filiais a tal freguesia buscando contribuir para a constituição de um corpus em torno de uma temática ainda pouco estudada no Brasil, um meio de comunicação presente durante tempo em muitas cidades.
[19:44] <Madu> Das 15 confrarias abrigadas na freguesiz, fez-se um recorte que contempla 5 delas pois no Setecentos essas agremiações religiosas leigas agregavam, os segmentos étnico-sociais dos brancos e abastados (Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora da Conceição e Ordem Terceira da
[19:45] <Madu> Penitência de São Francisco de Assis), dos pretos (Nossa Senhora do Rosário dos Pretos do Alto da Cruz) e dos forros e cativos (Ordem Terceira de Nossa Senhora das Mercês e Perdões). Além disso, as cinco confrarias em questão se encontram ativas na atualidade.
[19:45] <Madu> Buscamos compreender o modo como as irmandades decidiam quando os sineiros deveriam tocar os sinos; quais deliberações sobre a prática campanária eram registradas em
[19:45] <Madu> seus livros; quem, na irmandade, produzia tais documentos; em qual contexto eram produzidos; e a forma como eles eram estruturados.
[19:46] <Madu> Nessa direção, os documentos componentes do corpus expressam manifestações da presença do poder dominante da época, do sentimento de submissão que o poder exercia, da angústia pela sonhada distinção, do medo de perder a alma, dos sacrifícios para construir uma
[19:46] <Madu> capela e para adquirir seus sinos. Indicam também silêncios que às vezes se ouvem. Há neles repetição de palavras, abreviaturas recorrentes, alterações ortográficas, notas tironianas, datações diversas, uso de y como semivogal, letras geminadas dentre outras ocorrências.
[19:46] <Madu> E tudo isso escrito por punhos diversos, expondo a marca do tempo, a mudança constante e natural da linguagem, até mesmo a mudança dos valores através dos tempos.
[19:46] <Madu> O objetivo que norteou a pesquisa foi revelar, o máximo possível, a documentação campanária referente à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias de Ouro Preto (MG/BRASIL),
[19:46] <Madu> por meio da edição semidiplomática e da análise de documentos de irmandades católicas leigas ligadas a essa freguesia.
[19:47] <Madu> A edição dos manuscritos circunscritos à temática aqui proposta revelou registros que vão de 1726 – o mais antigo, pertencente à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário –, a 1966 – o mais recente, pertencente ao acervo da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição.
[19:47] <Madu> A necessidade de editar um texto, de constituir textos autênticos e de dar-lhes visibilidade se faz, segundo Auerbarch (1972, p. 10), quando um “povo de alta civilização toma
[19:47] <Madu> conhecimento dessa civilização e deseja preservar dos estragos do tempo as obras que lhe constituem o patrimônio espiritual”.
[19:48] <Madu> A edição semidiplomática ou diplomático-interpretativa segue procedimentos com base em critérios rigorosos e com normas específicas de transcrição.
[19:48] <Madu> Há, nessa edição, a preocupação de se preservar a língua em que os documentos foram produzidos, a fim de que a transcrição seja fiel ao texto original e torne a leitura mais fácil ao leitor. É um grau baixo de intervenção do editor com a transcrição e desdobramento de abreviatiuras.
[19:48] <Madu> abreviaturas
[19:48] <Madu> O núcleo do trabalho é a edição semidiplomática e justalinear com a reprodução fac-similar de cada fólio do total de 129 dos manuscritos. (fotografia dodocumento e, ao lado, a transcrição) ( slide 1)
[19:48] <Madu> O código de acesso aos slides é madu
[19:49] <Madu> Conseguiram?
[19:49] <daniervelin> Código para os slides: madu
[19:49] <daniervelin> há uma opção na parte direita da página para visualizar
[19:50] <Madu> Posso seguir?
[19:51] <Madu> Inicialmente, a localização desses manuscritos foi realizada por meio dos microfilmes disponíveis na Casa dos Contos seguida da edicção diplomática, isto é, transcritas exatamente como se encontram no original.
[19:51] <Madu> Posteriormente, a partir do contato com as fontes primárias do acervo do Museu do Aleijadinho, a edição foi realizada semidiplomaticamente.
[19:51] <Madu> De posse da edição realizada, as espécies documentais foram.agrupadas e descritas e de acordo com a classificação da Diplomática, proposta por Bellotto (2002).
[19:52] <Madu> O objeto da Diplomática é “ a configuração interna do documento, o estudo jurídico de suas partes e dos seus caracteres para atingir sua autenticidade, enquanto o objeto da Tipologia, além disso,
[19:52] <Madu> é estudá-lo enquanto componente de conjuntos orgânicos, isto é, como integrante da mesma série documental, advinda da junção de documentos correspondentes à mesma atividade (BELLOTTO, 2002, p. 19).
[19:52] <Madu> Para esta autora, “ele [o documento de arquivo] nasce como prova, permanece como informação/testemunho. Ele tanto é registro de uma determinada ação, como registra ações que provocam outras ações.
[19:53] <Madu> A gênese do documento de arquivo implica na relação entre a natureza da sua finalidade e a fórmula diplomática capaz de conferir autenticidade a ele e confiabilidade ao seu conteúdo” (BELLOTTO, 2014, p. 329).
[19:53] <Madu> Há que se ressaltar a importância dos documentos apresentados: a de serem prova da cultura campanária na Freguesia de Antônio Dias.
[19:53] <Madu> Belloto, ao discorrer sobre documentos de arquivo na contemporaneidade, que contempla inclusive documentos eletrônicos, pontua que não importa o suporte, o documento é “um produto social. É ferramenta comunicativa de uma determinada sociedade” (BELLOTTO, 2014, p. 330).
[19:53] <Madu> Os manuscritos revelados na pesquisa são: 04 atas, 01 atestado, 01 conta-corrente, 02 contratos, 17 correspondências, 01 deliberação, 02 inventários, 37 lançamentos, 01 orçamento, 01 provisão, 30 recibos, 01 relação e 31 termos.
[19:54] <Madu> Estão organizados: a) por irmandade; b) por tipologia c) por ordem cronológica. (slide 2) Para fins de ordenamento e facilidade na identificação foi desenvovida uma codificação própria e está descrita no slide 2.
[19:54] <Madu> Como o teor dos manuscritos é diversificado, para fins de análise, os documentos foram agrupados conforme temas a seguir:
[19:55] <Madu> (i) torres campanárias e o seu papel na composição da paisagem sonora da região; contrato de arrematação e condições para construção da torre campanária, atestado de cumprimento de contrato e término da obra e a construção das torres sineiras propriamente ditas;
[19:55] <Madu> (ii) aquisição, manutenção e fundição de sinos e peças: Arrecadação das contribuições dos irmãos para compra de material e para a fundição de sinos, contrato de fundição e entrega de sinos entre irmandades e fundidor; feitura de peças e consertos para os sinos, sua instalação na torre campanária;
[19:56] <Madu> (ii) Sobre a natureza dos toques de sinos, quem tem direito aos dobres e, se houver, qual é o custo a ser pago pelo irmão (joia) ou pela sua família; (iv) benção/batismo dos sinos, respectivos padrinhos e procedimentos realizados.
[19:56] <Madu> Das análises foi possível compulsar os documentos em diferentes quadros que apresentam sua descrição e a sua localização no arquivo da Casa dos Contos facilitando o acesso aos pesquisadores.
[19:56] <Madu> Como por exemplo mostramos um dos quadros (Slide 3) que descreve os ferreiros e o serviço prestado por ele no conserto ou na fundição de sinos, por data e por confraria. Esta é uma das informações inéditas da pesquisa.
[19:58] <Madu> CONCLUSÃO : Apurou-se que a temática foi com bastante frequência evocada, em diversas tipologias documentais e para abordar assuntos diversos: decisão de se fundir ou refundir um sino, com detalhamento de seu tamanho ou peso; compra de material para isso,
[19:58] <Madu> basicamente dos metais componentes da liga – cobre e estanho; escolha do profissional que o fundiria; recebimento do sino e verificação de sua qualidade; preparação de solenidades adjacentes à bênção do sino e atos de sociabilidade confrarial em torno disso, sua subida à torre;
[19:58] <Madu> aquisição de materiais e serviços para sua instalação e manutenção; normativização de seus toques. Entendemos que todos esses lançamentos documentais atendiam a um cuidado contábil para prestação de contas tanto no âmbito interno quanto no externo, isto é, a instâncias
[19:58] <Madu> a que cabia a verificação das contas da irmandade. Eles apontam, ainda, para toda uma movimentação de confrades e profissionais em torno de um instrumento litúrgico, sim, mas que também exercia seu papel de catalizador comunitário, norteador cronológico e anunciador de momentos de júbilo e de tristeza.
[19:58] <Madu> No que toca às questões de ordem diplomática, a hipótese de que os escrivães das associações leigas seguiam modelos pré-estabelecidos verificou-se na regularidade quanto às formulações das diversas tipologias documentais localizadas, lidas e editadas, a despeito da
[19:59] <Madu> grande variedade de punhos presentes na documentação coligida. A suposição de que os escribas utilizavam-se de modelos confirmou-se por intermédio da localização de dois deles: o de um de recibo utilizado pela Ordem Terceira das Mercês e Perdões, de 1845 e o de convite
[19:59] <Madu> elaborado pela mesma Ordem, cujas vias seriam enviadas a paraninfos da benção do sino grande, em 1939. Verifica-se, assim, o conhecimento da prática diplomática pelas associações leigas de Minas Gerais.
[19:59] <Madu> Na dimensão filológico-paleográfica, a atividade de leitura e edição de manuscritos a partir dos suportes microfilme e papel impôs, algumas vezes, dificuldade à nossa interpretação paleográfica, que recaiu sobre as abundantes abreviaturas empregadas –
[20:00] <Madu> uma característica inerente aos manuscritos da época – e sobre o tracejado inconstante da escrita ou assinatura de alguns punhos.
[20:00] <Madu> A leitura de textos do domínio da história auxiliou-nos sobremaneira não apenas para compreensão da função das irmandades como também para compreensão/decifração de algumas abreviaturas, palavras e passagens cuja leitura pareceu-nos, de início, ilegível.
[20:00] <Madu> Na dimensão linguística, entendemos poder dizer que a transcrição traz subsídios para estudos no domínio da linguística histórica, contribuindo para a disponibilização de corpora filologicamente transcritos.
[20:00] <Madu> Passo agora para a 2ª parte: Apresentar e discutir os manuscritos que descrevem como o dobre, um toque de sino, era utilizado para ressaltar a distinção social. Antes, convido-os a acessar o link a seguir, para verem um sino em dobre de sino
[20:01] <Madu> <

;
[20:02] <Madu> Compreender a presença das organizações leigas em Minas Gerais é um requisito para tentarmos entender o papel dos sinos junto a essas organizações e de acordo com Boschi(1986), a história das associações leigas se confunde com a história de Minas.
[20:02] <Madu> Muitos autores, entre os quais estão Trindade (1945; 1956; 1958), Salles (1965), Menezes (1975), Boschi (1986) e Lange (1981), dedicaram-se ao estudo das associações religiosas leigas e à formação do povo mineiro, não apenas por sua participação na formação de Minas Gerais, mas porque, ao se constituírem,
[20:02] <Madu> “[…] extrapolando suas funções espirituais, as irmandades tornaram-se responsáveis diretas pelas diretrizes da nova ordem social que se instalava e, a exemplo dos templos e capelas que construíram, elas espelharam o contexto social de que participavam.
[20:02] <Madu> Nesse sentido, precederam ao Estado e à própria Igreja, enquanto instituições. Quanto ao primeiro, quando a máquina administrativa chegou, de há muito as irmandades floresciam” (BOSCHI, 1986, p. 23).
[20:03] <Madu> A variada terminologia dessas associações nos levou a adotar “confraria” como sinônimo de “irmandade” e vice-versa. Faz-se necessário distinguir, em vista do recorte escolhido para este estudo, a diferença entre irmandades e ordens terceiras: “enquanto as
[20:03] <Madu> irmandades recorriam ao bispo diocesano, subordinando-se ao clero secular [...,] ordens terceiras respondiam aos provinciais da ordem monástica à que se filiavam”. Nessa perspectiva, enquanto as irmandades têm o objetivo “de incrementar o culto
[20:03] <Madu> público, as ordens terceiras são associações pias que se preocupam, fundamentalmente, com a perfeição da vida cristã de seus membros” (BOSCHI, 1986, p. 19).
[20:03] <Madu> Assim, algumas das associações confrariais, além de funcionar como “espaço de coesão grupal, espaço de devoção, espaço de reconstrução de identidades” (BOSCHI. 2007, p. 69), em uma terra em que “a maioria da população habitante nas Minas Gerais no século XVIII era
[20:03] <Madu> composta de escravos africanos” (BOSCHI, 2007, p. 67), foram além, “funcionando como veículo de libertação de seus integrantes, ao alforriá-los” (BOSCHI., 1986, p. 26).
[20:04] <Madu> Constata-se, na época, um ambiente de cumplicidade entre as esferas social, religiosa e política propiciado pelas associações leigas. Observado esse fato, a Coroa Portuguesa vislumbrou nas irmandades a possibilidade de repassar ao povo encargos que lhe cabiam, ao
[20:04] <Madu> mesmo tempo em que elas funcionariam como elemento mitigador de possíveis movimentos contra práticas espoliadoras da colonização (SALLES, 1965, p. 41).
[20:04] <Madu> Nesse sentido, as associações leigas viviam sob vigilância dos poderes da Igreja e do Estado, que articularam várias formas de controle sobre elas, como, por exemplo, o processo longo e burocrático de sua legitimação, a proibição de alteração em seus compromissos e a
[20:04] <Madu> obrigatoriedade em manter os livros internos atualizados, especialmente os de receita e despesa, sujeitos a inspeção pelos visitadores (BOSCHI, 2007, p. 73-74).
[20:04] <Madu> Outro mecanismo de controle utilizado pelo Estado absolutista dizia respeito à obrigatoriedade de obtenção de licença para construir, reedificar ou ampliar seus templos (BOSCHI, 1986) e à exigência da “presença, em nos seus quadros sociais, de autoridades administrativas e militares” (p. 136).
[20:05] <Madu> Esse autor, ao abordar o grau de subserviência desses sodalícios, aponta que, além de todos esses mecanismos, é possível verificar a quase insubstituível presença de brancos nos cargos de destaque das mesas administrativas nas associações de negros, uma vez que, diante
[20:05] <Madu> da necessidade de atualização contábil permanente, elas “não podiam prescindir de pessoas alfabetizadas” (BOSCHI, 1986, p. 138) para redigir a documentação cobrada.
[20:05] <Madu> Apesar dos instrumentos de controle descritos por Boschi (1986), as irmandades promoviam festividades da Igreja com procissões e estimulavam o povo a cumprir os sacramentos, além de custear a construção e a conservação das igrejas com suas magníficas
[20:06] <Madu> pinturas e peças de arte sacra (LACET, 2003, p.10-16). De acordo com Boschi (1986, p.1), a história dessas associações se confunde com a própria história social das Minas Gerais do Setecentos.
[20:06] <Madu> Na cidade de Vila Rica, as irmandades vinculavam-se a duas paróquias: a de Nossa Senhora do Pilar ou à de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. A esta, em fins de 1800, filiavam-se, aproximadamente, 14 irmandades enquanto que a do Pilar abrigava 15 irmandades (BOSCHI, 1986, p.217-8).
[20:06] <Madu> Pertencer a uma delas conferia ao cidadão prestígio e segurança. “Para quem quer que fosse, tornava-se incontornável a adesão a uma ou mais dessas associações. Por uma questão de vida e de morte, literalmente. De vida, pois não só era no interior delas que o confrade
[20:06] <Madu> encontrava segurança e consolo espirituais, como também ali desenvolvia suas relações e convívio sociais, ainda a elas se socorrendo quando da necessidade de submeter-se a eventuais cuidados médicos, ou mesmo para a obtenção de empréstimos pecuniários.
[20:07] <Madu> De morte, porquanto, não pertencer aos quadros sociais de uma dessas agremiações, significava, como referido, não ter local para sepultamento de seu corpo e ficar na incerteza da celebração de missas votivas pela salvação da alma”. (BOSCHI, 2007, p. 67)
[20:07] <Madu> Imbuídas desse espírito de acolhimento, as confrarias tinham “criado e desenvolvido na gente mineira o hábito de se congregar e se reunir para o auxílio recíproco” (BOSCHI, 1986, p. 181).
[20:07] <Madu> Por outro lado, ao se utilizar delas “como instrumento de neutralização das tensões sociais” e exigir a presença e a atuação de brancos em associações de negros, o Estado realizava o seu intento: o de “reter o escravo dentro do sistema social, impedindo-o de promover mudança nas suas condições materiais de vida” (BOSCHI, 1986, p. 180).
[20:07] <Madu> Nessa perspectiva, a busca por alguma forma de distinção era um movimento imprescindível para a afirmação social, uma vez que
[20:08] <Madu> “[...] os livres compunham a elite colonial, mas entre eles existiam muitos pobres. Essencialmente brancos, aos homens livres estavam reservados os cargos administrativos civis, militares e eclesiásticos mais importantes e mesmo os menos importantes. Raríssimas vezes um
[20:08] <Madu> negro ou um mestiço, mesmo entre os nascidos livres, ocuparam alguma posição e destaque na administração colonial. Ascensão social era privilégio, portanto, de alguns brancos e isso era garantido pelas leis e ordenações que vigoraram na América portuguesa” (PAIVA, 2001, p. 67).
[20:08] <Madu> Já estou terminando
[20:08] <Madu> Imbuída desses valores, a ordem social mineira em formação se processou dentro dos padrões culturais trazidos pelos brancos vindos de Portugal, e os membros das irmandades mineiras parecem ter reproduzido, em seus estatutos, a forma de hierarquização social baseada naqueles valores.
[20:08] <Madu> A Freguesia de Antônio Dias de Ouro Preto - O povoamento começou a ser realizado por Antônio Dias, um bandeirante paulista, e pelo Padre João de Faria Fialho, que o acompanhava em 1698. “Seu primeiro cuidado foi construir capelas que marcavam o centro de nascentes arraiais” (MENEZES, 1975, p. 13).
[20:09] <Madu> Quando se criaram oficialmente as freguesias, a Matriz de Antônio Dias ficou sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, e a Matriz de Ouro Preto tomou por orago Nossa Senhora do Pilar.
[20:09] <Madu> O termo freguesia é de origem latina, derivando-se de filii ecclesiae, significando, portanto, “filhos da igreja” (AZZI, 2004, p. 78). Já pela definição de Bluteau, o termo Parocho ou Parochus significava Repartidor. Assim, o sentido de freguesia, uma paróquia, dirigida por um pároco,
[20:09] <Madu> um repartidor que tinha como centro, a igreja matriz, rodeada pelos fiéis e que devia obediência ao Romano Pontífice, representado pelo Pároco, aquele que lhes distribuía as graças espirituais, por meio dos sacramentos.
[20:09] <Madu> Trindade (1945) aponta que não era fácil para a cristandade crescer sem buscar os socorros espirituais nas sedes episcopais. Nesses espaços, as irmandades desempenharam um importante papel quanto à organização do espaço e à coesão entre os segmentos sociais (OLIVEIRA, 2010, p. 24).
[20:09] <Madu> Seus associados tinham como premissas a ajuda mútua e a participação nos ofícios religiosos, buscando “encontrar um ponto de apoio, um local de conforto diante da insegurança e da instabilidade de sua vida” (BOSCHI, 1986, p. 22). Com isso, as capelas tornavam-se o centro da vida social da freguesia.
[20:10] <Madu> A notícia da descoberta do ouro trouxe para Vila Rica pessoas das regiões mais diferentes do país e do exterior, notadamente portugueses, em busca de oportunidades de trabalho, prestação de serviços e do sonho de enriquecimento.
[20:10] <Madu> A sociedade que se formou era escravista, herdeira de critérios estamentais do Antigo Regime e perpassada por valores ligados ao acumulo de riquezas. (SILVEIRA, 1997, p. 106).
[20:10] <Madu> À Coroa só interessava o quinto, quinta parte de tudo que era extraído. Para levar adiante a exploração do ouro foram necessárias duas instâncias administrativas que eram preenchidas com cargos como superintendente, guarda-mor e guardas-menores.
[20:10] <Madu> Pertencer à qualquer das duas instâncias ou ser proprietário de minas de exploração de ouro dava-lhes distinção. Entre os iguais na mesma confraria ou entre confrarias, uma outra forma de distinção era dada pelo toque de sino como será visto a seguir no slide 7.
[20:11] <Madu> Por causa do tempo eu pulei slides. Agora é o 7 mesmo
[20:11] <Madu> Sobre a natureza dos toques de sinos e quem tem direito aos dobres - O dobre era um toque por demais vigiado pelas mesas administrativas. O contrato de trabalho assinado por José Luiz do Crmo, sacristão da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, que estipula em sua
[20:12] <Madu> cláusula 3ª ser ele o responsável pelos sinais tanto festivos quanto fúnebres dos sinos, traz uma ressalva na cláusula 13ª a respeito dos dobres: Só é permitido dobrar a defunto com ordem expressa do Irmão Procurador nas missas de sétimo e 30º dia, ou de aniversário dos
[20:12] <Madu> Irmãos professos da ordem quando seus parentes exigir e [num nem] outro caso o poderá fazer sem expressa ordem do Senhor Procurador. Essa cláusula revela a vigilância a que o sacristão estava submetido com relação ao procedimento do dobre fúnebre, uma vez que ele s
[20:12] <Madu> só poderia executá-lo sob a expressa permissão do procurador. Essa condição pode ser comprovada no documento OTSFCp26011871, deliberando a respeito de um dobre que deveria ser dado às 18h30 pela morte de um dos irmãos da Ordem Terceira, ocorrido fora da cidade.
[20:12] <Madu> O documento Também o INSCPv20051747, é uma advertência à Matriz de Nossa Senhora da Conceição, emitida pelo visitador da Coroa, informando que na Igreja do Rosário dos Pretos, os sinos eram tocados a qualquer hora quando do falecimento de algum irmão. Alerta ao Padre
[20:13] <Madu> Capelão que os sinos deveriam seguir a constituição do Bispado e que a desobediência àquela provisão poderia resultar em suspensão do capelão e a privação da capelania.
[20:13] <Madu> Ainda sobre a mesma confraria, o documento ISRPTm19111871 do Livro de Termos da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário faz alusão à cobrança 16$000 a quem quisesse que os dobres fossem emitidos pelo sino grande. Além disso, tal d ocumento nos permite afirmar que
[20:13] <Madu> o dobre no sino grande na Irmandade da Senhora do Rosário dos Pretos do Alto da Cruz, era um toque denotativo de distinção.
[20:13] <Madu> O documento OTSFDb27031844 da Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis também demonstra a presença do elemento distinção quando a mesa diretiva resolve que, em
[20:13] <Madu> vista das despesas de conserto com o sino grande, este deveria ser dobrado apenas quando da morte de um irmão que tivesse servido à mesa diretiva no cargo de definidor para cima.
[20:14] <Madu> Outra comprovação da vigilância sobre as ocasiões em que os dobres deveriam ser executados encontra-se na correspondência dirigida ao sacristão da Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis acerca de uma Missa de corpo presente de um irmão, não
[20:14] <Madu> autorizada pela mesa diretiva. Na referida correspondência, datada de 08.04.1864, o sacristão Francisco da Rocha Braga responde ao seu interlocutor, o Irmão Ministro, que a tal encomendação solene a que o Ministro se referia não aconteceu. O sacristão justifica que a
[20:14] <Madu> missa em sufrágio do “Pay do senhor Rossentino” foi “a mando” de um outro irmão da Ordem, o Sr. Lourenço Correa de Melo, e que, ao final da mesma, “estando presente o Musico convidado pelo o dito Lourenço cantou um responso por alma do finado somente sem nela nenhuma assistência de coro e nem toque algum de sino”.
[20:14] <Madu> Como podem notar o estudo da memória campanária é fascinante. Vcs devem estar se perguntando onde um professor de educação básica pode incluir a paleografia, a filologia para entender a história de Minas e a história da língua.
[20:15] <Madu> Eu apresento a vcs a partir do slide 8 até o slide 15 , exemplos da forma como eu tenho contribuído na escola em que eu trabalho a partir da pesquisa com manuscritos.
[20:15] <Madu> Sou professora de EJA e uma das dificuldades que enfrentamos é a evasão dos alunos por terem que trabalhar e a baixa frequência às sextas feiras ou vésperas de feriado quando conseguem trabalhos temporários.
[20:15] <Madu> O “Projeto Sexta Legal” surgiu como alternativa para diminuir esse estado de coisa. No dia do Projeto, os alunos chegam as 19 h e saem as 20:30 h. No primeiro semestre o tema da Sexta Legal foi “ A mineração trouxe o barroco e o ouro trouxe o barraco”. Cada dupla de professor prepara um subtema para a sexta junto com os alunos, durante a semana.
[20:16] <Madu> Eu e a Prof. De Língua Portuguesa Maria de Lourdes Pereira de Sá preparamos o subtema “A relevância do papel da mulher na formação da sociedade de Ouro Preto” e as atividades que nós já desenvolvemos e estamos desenvolvendo ainda, por demanda dos próprios alunos estão apresentadas nos slides de 8 a 15.
[20:16] <Madu> Tem sido enriquecedor. Não é possível falar sobre a participação feminina sem falar das crianças expostas pelos cantos da cidade, pelas mães que não podiam ou não queriam criá-las,ou muitas vezes as deixavam em lugares que serviam de alimento para os animais;
[20:16] <Madu> Falar também sobre a participação da mulher nas profissoes da época. Além disso, Ouro Preto tem um acervo muito rico e os alunos puderam ter contato com documentos antigos e editados por eles e estudados com junto com a Prof. Lourdinha e eu.
[20:16] <Madu> O conteúdo e a linguagem dos bilhetes que eram deixados pelas mães junto com os expostos está sendo trabalhados neste semestre a partir de uma solicitação deles mesmos. Ficaram bastante impressionados com esse fato histórico.
[20:16] <Madu> Espero que sirva de inspiração aos professores que querem transformar alunos em protagonistas. Com essas atividades os alunos perceberam um pouco do fazer científico.
[20:17] <Madu> Perceberam que eles também podem escrever a história a partir de fontes primárias e não somente estuda-la em escritos de outros autores. Foi realmente uma prática inovadora para todos na escola.
[20:17] <Madu> Como o meu tempo já se esgotou eu agradeço a tods pela atenção e passo a palavra ao moderador.
[20:17] <daniervelin> Obrigada, profa. Maria do Carmo Ferreira dos Santos!
[20:18] <daniervelin> Ao final da apresentação do prof. Marcelo, discutiremos sua pesquisa
[20:18] <daniervelin> Passamos a palavra ao professor Marcelo Donizete da Silva para darmos prosseguimento às apresentações de hoje
[20:18] <daniervelin> Obrigada pela presença, professor Marcelo!
[20:19] <marcelo> Boa Noite todos e todas e todas .
[20:19] <marcelo> Primeiramente quero agradecer à equipe do stis pelo convite, em especial a Adelma que carinhosamente aceitou a discussão sobre o tema proposto em especial pelas questões que perpassam a condição profissional da maioria dos professores professoras da educação básica.
[20:19] <marcelo> Nessa nossa conversa, analisaremos primeiramente sobre os processos de organização nas políticas da década de 1960 e sua articulação para a atividade docente, de modo especial no que tange o processo da luta política acerca das condições docentes.
[20:19] <marcelo> Num segundo momento, analisaremos sobre as transformações políticas ocorridas nos anos de 1990 além do processo de precarização ocorrido nesse contexto com a advento das transformação do trabalho
[20:20] <marcelo> Para num terceiro momento discutirmos sobre o processo de precarização e condição docente.
[20:21] <marcelo> Antes de nos atentarmos ao trabalhador docente, gostaria de tratar, de forma um pouca mais aprofundada, o conceito de trabalho, me utilizando da ótica marxista. Sobre essa vertente, o trabalho é a força de trabalho do sujeito, e, portanto, é transformar potência em ação, de forma que o trabalhador domine o objeto trabalhador
[20:21] <marcelo> [...] o objeto(Gegenstand) que o trabalho produz, o seu, produto, se lhe defronta como um ser estranho, como um poder independente do produtor. O produto do trabalho é o trabalho que se fixou num objeto, fez-se coisal (sachlich), é a objetivação (Vergegenständlichung) do trabalho. A efetivação (Verwirklichung) do trabalho é a sua objetivação. Está efetivação do trabalho aparece ao estado nacional-econômico como desefeti
[20:22] <marcelo> Para melhor compreensão do objeto o abordarei de duas formas diferenciadas: uma análise do campo macro, demonstrando as relações entre entidades federativas, organizações mundiais, o planejamento global e seus desdobramentos de medidas políticas e econômicas na Educação Nacional; e outra análise no campo micro, apresentando as medidas adotadas pelo governo e demonstrando como essas 3 esferas do poder modificaram o cenário
[20:22] <marcelo> O que devemos destacar desde início, é a importância legislativa no contrato social de um Estado, e a importância dos agentes históricos atuantes na formulação da realidade social. Sobre a importância desses agentes que interferem legislativamente, temos que demonstrar a consequência negativa de se instrumentalizar o aparato do Estado à seu próprio favor, que consequentemente gera, o que explicitou Jaehns (2005) na obra â€
[20:22] <marcelo> Jaehn (2005) demonstra como os agentes históricos prejudiciais a harmonia de elementos relacionados à Ordem social, se estabelecem na organização e ação do Estado e se manifestam como “dois tipos de assassinos potenciais na sociedade: os assassinos de gabinete (aqueles que planejam, que detêm o poder sobre os executores) e as pessoas que executam as tarefas”.
[20:22] <marcelo> O que se constata é como o melhor para a sociedade não é o idealizado pelos tutores da burocracia estatal:
[20:23] <marcelo> Mas que haja pessoas que, em posições subalternas, enquanto serviçais, façam coisas que perpetuam sua própria servidão, tornando-as indignas;[...], contra isto é possível empreender algo mediante a educação e o esclarecimento. (ADORNO apud JAHEN, 2005: 118)
[20:23] <marcelo> O alerta de Adorno demonstra a importância do processo educacional para que uma sociedade possa diminuir os assassinos de gabinete existentes no âmago do Estado realocando os recursos públicos para finalidades corporativistas e partidaristas, prejudicando vários setores fundamentais para o desenvolvimento da qualidade de vida da população.
[20:24] <marcelo> Essas medidas burocratizantes ao longo do processo político que se consolidou fundaram as bases para a reformulação do docente e a desvalorização do seu papel perante a sociedade atual. Porém, a agitação que está no âmago da educação nacional possui sua origem em conflitos que até nossos dias não estão bem esclarecidos na nossa sociedade.
[20:24] <marcelo> O período de total desvalorização dos sujeitos que não se adequavam aos padrões da Ditadura Religiosa-Civil e Militar, através da ação extremamente violenta, de forma legitimada burocraticamente, e com um grande apoio de vários grupos da sociedade, como demonstrou Daniel Aarão Reis(2012).
[20:25] <marcelo> Ver Slide 1
[20:25] <daniervelin> código para os slides: marcelo
[20:25] <marcelo> A repressão desse período atingiu várias representações componentes dos setores públicos sociais do nosso país, e a educação em especial foi tratada de forma diferenciada com os acordos MEC-USAID, que intensificaram uma reformulação na constituição curricular do ensino nacional, colocando a constituição moral do sujeito acima do conhecimento científico-acadêmico.
[20:25] <marcelo> ver slide 2
[20:26] <marcelo> No que se refere à relações internacionais, o relacionamento entre Brasil e E.U.A., como foi demonstrado na obra “O Golpe na Educação” de Luiz Antonio Cunha e Moacyr de Góes (1991), se deu entre os acordos MEC-USAID que culminou na reformulação da Educação Nacional. As sucessivas mudanças num curto espaço de tempo iniciaram de maneira legitimada com a Lei N° 5.540 de 28 de Novembro de 1968 que retirou a autonomia aca
[20:26] <marcelo> Desse modo, as mudanças legislativas interromperam um projeto pedagógico que visava à formação do sujeito para a superação das adversidades cotidianas, nas mais variadas esferas sociais, incentivando o posicionamento crítico do estudante, e por isso, possuía na dinâmica de ensino uma diferenciação metodológica, pois o que o estudante já domina não será reformulado, mas será incorporado ao ensino, acabando com a passi
[20:28] <marcelo> Analisemos agora os processos de luta em especial com o surgimento do MUP Movimento unificado dos Professores
[20:28] <marcelo> Um dos pioneiros, em meados dos anos 1970, que defendiam a docência foi o MUP – Movimento Unificado dos Professores, que buscava uma reformulação da LDB de 1971 e uma articulação à classe docente mesmo com a impossibilidade da defesa sindical aos funcionários públicos, como demonstrou Gohn. Isso não significava que não existia a discussão e o debate sobre questões educacionais dentro de instituições públicas de ensin
[20:29] <marcelo> A forma de organização para o combate a perca de direitos trabalhistas estava na ação sindical devido à crise ocorrida em 1973, e no ano seguinte chegou até o trabalhador nacional com o arrocho salarial. Sobre a legalidade do sindicalismo nacional, a Lei 4330/64 desarticulou e enquadrou o sindicalismo nacional sobre a ótica do corporativismo.
[20:29] <marcelo> Dizer “novo sindicalismo” é opor as atitudes dos dirigentes sindicais considerados mais combativos às atitudes de seus contemporâneos ditos pelegos. Mas é opor também novas práticas às consideradas tradicionais no sindicalismo brasileiro dantes do golpe militar. (MATTOS apud MIRANDA, 2011:87)
[20:29] <marcelo> Ver slide 3
[20:30] <marcelo> A profissão docente estava novamente no centro das discussões sociais do Brasil, e consequentemente em Minas Gerais. Os debates iam desde a capacitação até discussões sobre recursos salariais, e para melhor se organizarem conseguiram estabelecer uma forma de resistência as imposições governamentais aos trabalhadores de educação.
[20:30] <marcelo> A população brasileira estava sofrendo com a recessão econômica, com os trabalhadores da educação mineira o problema era o mesmo, porém existiam dois agravantes que acentuavam a precarização de profissionais ligados à educação: o corporativismo das representações e a impossibilidade de organização sindical conforme o artigo 4 da lei 4330/64 demonstra “A greve não pode ser exercida pelos funcionários e servidores d
[20:30] <marcelo> Os trabalhadores em educação mineiros estavam sem possibilidade da ação, porém a conjuntura no período criou uma esperança no final dos anos 70, para retornar ao período utilizarei da tese de Wellington de Oliveira, “A Trajetória Histórica do Movimento Docente em Minas Gerais: Da UTE ao Sind-UTE”(2006)
[20:31] <marcelo> Em maio de 1978 eclodiram várias greves na região do ABC, e em Minas Gerais os metalúrgicos começaram também a mobilizar-se. Em Monlevade, os trabalhadores apresentaram mais uma vez, em agosto de 1978, suas reivindicações à empresa. Como não foram atendidos, decidiram-se, em assembléia pela greve.”(OLIVEIRA, 2006: 63)
[20:31] <marcelo> A organização sindical dos trabalhadores pode ser observada com a quantidade de núcleos espalhados pelo Estado, demonstrando em forma embrionária o que resultou na UTE- União dos Trabalhadores do Ensino. Se voltarmos alguns meses no ano de 79 observaremos que a articulação dos militantes do CGG- Comando Geral de Greve, possibilitou a organização de maneira diferenciada ao que estava ocorrendo na representação sindical:
[20:32] <marcelo> Inclusive durante o movimento os professores começam a identificar a APPMG com o governo estadual que naquela época era encabeçado pelo governador “biônico” Francelino Pereira do partido que dava sustentação política à Ditadura Militar – ARENA, pois “havia uma versão à época que Maria Telma que presidia a APPMG, tinha um acerto com o governo no sentido de fazer a campanha dela para presidente da CPB (Confederação
[20:32] <marcelo> Com a ressignificação do papel docente dentro das novas bases que representavam o profissional da Educação ciente da sua função social, e da importância do seu trabalho na sociedade sendo questionada, vemos elementos conjunturais – como a crítica ao corporativismo sindical, a reformulação do docente perante na sociedade da Ditadura, as greves trabalhistas no ABC e João Monlevade e a impossibilidade de organização legit
[20:32] <marcelo> Um circular intitulado “O Martelo” percorria as ladeiras de Ouro Preto no DAEMM/UFOP. Em uma edição extra de março de 79, além de problematizar sobre questões como a Anistia, o Transporte, o Meio Ambiente e a Economia, destacando como principal matriz dos seus questionamentos um mal que se fez presente na sociedade brasileira que vivenciou os “Anos de Chumbo”
[20:33] <marcelo> A nossa luta por melhores condições de ensino se encontra estreitamente ligada à luta por melhores condições de vida e trabalho para a população, na medida em que a educação é um dos serviços públicos que devem ser fornecidos a todos. Mais do que um meio de obter qualificação profissional, a Educação é principalmente um processo de criação e transmissão de conhecimento que deve ser posto a serviço de toda a socie
[20:33] <marcelo> Fonte do Periódico
[20:34] <marcelo> O que estava sendo discutido com as panfletagens na Região dos Inconfidentes estava demonstrando o descontentamento com as políticas públicas adotadas em vários setores, e o foco principal era o da educação e o da formação dos trabalhadores do país. A carência e a completa dissociação entre educação e trabalho criavam uma necessidade de organização dos trabalhadores, para que através de sindicatos, fosse possível a
[20:34] <marcelo> Com relação à importância da circulação de informação para a sociedade trabalhadora nacional do período, em Minas Gerais na região de Belo horizonte, vale ressaltar que a UTE se utilizou de modo inteligente para a circulação de mídias revolucionárias aumentando a sua capacidade de diálogo com a sociedade, para atingir esse objetivo o veículo de comunicação utilizado era o “Jornal dos Bairros”:
[20:34] <marcelo> Nós professores mineiros da rede particular e oficial, iniciamos um movimento por melhores salários e condições de trabalho e ensino. As condições de vida dos trabalhadores do ensino são atualmente péssimas. Os salários dos professores, como dos trabalhadores em geral, não acompanham a disparada do custo de vida. A maioria do professorado mineiro ganha entre um e dois salários mínimos. Por isso, para atender às mínimas
[20:35] <marcelo> O posicionamento dos “professores mineiros” como um movimento pertencente ao “novo sindicalismo”, procurava uma melhora na qualidade da educação da “família dos trabalhadores”, delatando a péssima condição de trabalho do docente não só no Estado de Minas Gerais, mas também em outras regiões do Brasil. A articulação do Movimento debatendo as questões relativas à Educação Nacional estava ganhando força tant
[20:36] <marcelo> na sociedade como um todo, e por essa razão também teve seus desdobramentos dentro do campo acadêmico.
[20:37] <marcelo> As pressões organizadas por movimentos ligados à regulamentação da Educação Nacional com parâmetros pedagógicos que visavam à formação do sujeito para além do mercado de trabalho ganhavam força com grupos articulados como: a Sociedade brasileira para o progresso da Ciência (SBPC) atuação entre 1976-1980
[20:37] <marcelo> a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) fundada em 1977; a Associação Nacional de Educação (ANDE) e o Centro de Estudos “Educação e Sociedade” (CEDES) da UNICAMP fundados em 1978.
[20:38] <marcelo> Em meio às reivindicações que estavam ocorrendo pelos trabalhadores nacionais, temos que demonstrar quais elementos que seriam responsáveis pela reestruturação da produtividade nacional e como as suas origens são externas à realidade brasileira:
[20:38] <marcelo> Entre 1979 e 1982, a política monetária e fiscal norte-americana desencadeou, através da violenta alta da taxa de juros, a ruptura da chamada “crise da dívida externa”. Isto, mais o cerceamento quase
[20:38] <marcelo> completo ao financiamento externo, obrigou a maioria dos países devedores a implantar políticas (ou tentativas de políticas) macroeconômicas de ajuste ortodoxo na base do chamado “Consenso de Washington”
[20:38] <marcelo> ” – cortes do gasto público, restrições monetárias, altos juros, arrocho salarial, câmbio “realista”, etc. - , o que implicava objetivamente corte parte da demanda interna, deslocando-a para a geração de excedentes mercantilizáveis no exterior para o atendimento do serviço financeiro da dívida externa. (OLIVEIRA, 2006:113)
[20:39] <marcelo> O “Consenso de Washington” demarcou dessa forma uma intervenção do Estado norte-americano na reestruturação da economia de mercado através da influência nas instituições financeiras situadas nos E.U.A. como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Banco Interamericano para o Desenvolvimento.
[20:40] <marcelo> Os E.U.A. agiu de forma paradoxal na concepção da sua política econômica, pois se por um lado planejava uma política ortodoxa visando a diminuição do papel do Estado, na própria imposição do Consenso agia de maneira contraria à lógica liberal. Explicitando a capacidade de interferência na educação mineira através dessa estratégia adotada no processo de transição política do Brasil, reestruturando à educação que
[20:40] <marcelo> MEC-USAID.
[20:40] <marcelo> ver slide 4
[20:41] <marcelo> A mobilização social que se iniciou com as greves no ABC, em 78, como resistências as sucessivas perdas trabalhistas instaladas no governo com o Pacote de Abril desencadeou uma série de revoltas em vários locais do país
[20:42] <marcelo> Transformando greves trabalhistas com características econômicas em manifestações políticas com características classistas como os movimentos de Anistia Política de 79, e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) N° 5/1983, conhecida como “Emenda Dante de Oliveira”:
[20:42] <marcelo> Porém, o povo brasileiro ficou frustrado, porque no dia 25 de abril de 1984 a“Emenda Dante de Oliveira” foi colocada em votação no Congresso Nacional e não conseguiu votos suficientes para sua aprovação.
[20:42] <marcelo> Por que a ação do governo com apoio de seu partido de sustentação, PDS, impediu que ela obtivesse os 2/3 de votos que possibilitassem sua aprovação.(OLIVEIRA, 2006: 148)
[20:43] <marcelo> Como essas questões influenciaram os anos de 1990?
[20:43] <marcelo> ver o documentário "Pequenos Granitos de Areia"
[20:44] <marcelo>
[20:44] <marcelo> assistam o documentário para complementar a reflexão que estamos fazendo
[20:45] <marcelo> A influência da economia globalizada na superação do sistema keynesiano através do neoliberalismo e da diminuição da interferência do Estado, com uma regulamentação econômica visando um desenvolvimento mais acentuado do cenário nacional e a necessidade de reformulação da atuação Sindical no Brasil
[20:45] <marcelo> deu brechas para que o Presidente Fernando Henrique Cardoso conseguisse implementar na sua gestão uma reformulação na Educação nacional.
[20:46] <marcelo> A referência utilizada foi o documento da CEPAL/UNESCO intitulado “Educação e Conhecimento: Eixo da Transformação Produtiva com Equidade”, de 1992. Este documento traz à tona a necessidade da reformulação educacional em países que buscam um desenvolvimento tecnológico de forma mais incisiva
[20:46] <marcelo> e seu reflexo na educação nacional através de políticas públicas foram: a LDB 9394/96 e a EC 14/96 que resultaram no Senado na Lei 10.172/01 que regulamentou o Plano Nacional de Educação.
[20:46] <marcelo> O método de interferência e os objetos são claramente visando privilegiar a formação de mão-de-obra, e não uma formação que estimule o posicionamento crítico necessário para a funcionalidade da cidadania:
[20:47] <marcelo> A proposta estratégica está articulada ao redor dos objetivos de cidadania - que se refere à eqüidade, à responsabilidade social, à transmissão de valores e à formação democrática - e de competitividade - que visa à aquisição das habilidades e destrezas necessárias para poder desempenhar seu papel produtivamente no mundo moderno
[20:47] <marcelo> Cf. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001682.pdf>;
[20:47] <marcelo> A diminuição do Estado seguindo à lógica liberal da economia ortodoxa clássica, comprime o papel da economia pública numa sociedade, estimulando a entrada de bens de consumo, estimulando à livre concorrência e incentivando o investimento das Nações nos produtos no qual ele tem vantagens comerciais.
[20:48] <marcelo> Se nos embasarmos nos ideais econômicos para a organização da cultura e das relações sociais existentes na nossa sociedade, nos depararemos com métodos de governar que possuem elementos antidialéticos na sua concepção
[20:48] <marcelo> que irão acentuar fenômenos anômalos e o pauperismo na sociedade com a reestruturação educacional, acentuando uma tendência observada por Gramsci
[20:48] <marcelo> A tendência, hoje, é a de abolir qualquer tipo de escola "desinteressada" (não imediatamente interessada) e "formativa", ou conservar delas tão-somente um reduzido exemplar destinado a uma pequena elite de senhores e de mulheres que não devem pensar em se preparar para um futuro profissional,
[20:48] <marcelo> bem como a de difundir cada vez mais as escolas profissionais especializadas, nas quais o destino do aluno e sua futura atividade são predeterminados. (GRAMSCI,1982:118)
[20:49] <marcelo> O que se observa com o a teorização e a sucessivas ações deliberativas de agentes históricos, com uma alta capacidade de articulação no cenário político nacional, são elementos conjunturais que forçam uma mudança estrutural na Educação Nacional
[20:49] <marcelo> demonstrando a necessidade de atuação de outros agentes para conter determinadas práticas corporativistas.
[20:50] <marcelo> A desestruturação sindical e a ofensiva pela reformulação estrutural da sociedade para se realocar a produtividade visando aumentar a riqueza nacional motivada por uma sociedade organizada no individualismo
[20:50] <marcelo> criada e assimilada por grupos deliberativos, desencadearam mais uma parte do processo de precarização docente, e foi sentida pelo profissional que exerce funções pedagógicas tanto em cargos administrativos quanto na prática docente.
[20:51] <marcelo> Porém como ocorreu a desestruturação da ação sindical no país e no Estado de Minas Gerais?
[20:51] <marcelo> A ação sindical que questionou e influenciou a reformulação de elementos legislativos no país, na transição dos anos 80, certamente foi se reestruturando com o fim da guerra fria, e a absorção de um novo mundo produtivo que pertencia ao União Soviética,
[20:51] <marcelo> intensificou a reestruturação produtiva, com isso começa a surgir dentro da maior instituição sindical do país, a CUT, uma reformulação estrutural dos seus objetivos, que acreditavam numa “via única” que mudaria a perspectiva da entidade nos anos 90
[20:52] <marcelo> Segundo Miranda (2011), outro elemento de grande importância foi à criação da Força Sindical, que claramente surgiu com ideais corporativistas, já que era patrocinada pelo governo Collor e sua lógica neoliberal, influenciando a CUT a se tornar um sindicalismo de “negociação e conciliação entre Capital e Trabalho”
[20:52] <marcelo> Aliados à essas medidas, a ação que demonstrou o abandono aos ideias dos trabalhadores nacionais em detrimento de negociações sobre produtividade numa escala macroeconômica, resultando na concretização conjuntural que possibilitou a mudança do sindicalismo nacional
[20:53] <marcelo> foi a filiação da CUT à CIOSL no ano de 1992, essa confederação internacional que a Central incorporou possui muita influência da política norte-americana.
[20:53] <marcelo> Os reflexos em Minas Gerais dessas mudanças das estruturas sindicais, atrelados à flexibilização do trabalho na sociedade nacional e as mudanças legislativas atingiram a UTE, como demonstra os trechos a seguir no trabalho de Oliveira:
[20:53] <marcelo> Um segundo espaço tempo que vislumbro vai do início dos anos 1990 ao início do século XXI. Esse período eu denomino como “constituído”, pois a conquista ao direito à sindicalização garantida pela Constituição de 1988, consolida a UTE, que após a unificação passa a se denominar Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), e em face disto se estabelece de forma sindical semelhante aos outros sindicatos
[20:54] <marcelo> Outro fator que requer a atenção para a reformulação das entidades sindicais é o posicionamento dos agentes históricos que lideravam à militância sindical durante o processo de transformação que a sociedade brasileira estava sofrendo. Muitos foram assimilados pelo Estado, sob a égide do Partido dos Trabalhadores.
[20:54] <marcelo> Isso aí é uma discussão um pouco mais complicada, por que ela envolve variáveis subjetivas. Eu tenho uma posição muito dura sobre essas coisas. Eu acho isso muito importante, certo. Primeiro se você for pegar o essencial da minha trajetória ia ser engenheiro na vida.
[20:54] <marcelo> Nunca nenhum engenheiro me cobrou porque eu não fiz o curso de engenharia. Já no passo seguinte eu ia ser administrador de empresas, foi a primeira coisa que eu formei. Ninguém nunca veio me cobrar porque eu não continuei
[20:55] <marcelo> administrando na minha vida. É...esse é um processo complicado, o que acontece é contraditório, há uma dialética (sic.) aí. Que ela é mais complexa do que é a coisa do poder.
[20:55] <marcelo> Não se trata, quer dizer, não quero dizer com isso que algumas pessoas de fato “não virem a casaca”. É importante dizer isso. Qual lugar você se encontra? Eu creio quando você está no sindicato, sua função é defender a sua categoria. (OLIVEIRA,2006:215)
[20:56] <marcelo> Com isso retorna de forma mais intensificada o processo de reformulação da pedagogia escolar, visando alertar à interferência do mercado econômico de iniciativa privada na concepção metodológica da educação nacional pública e privada
[20:56] <marcelo> com relação ao tema, gostaria de demonstrar o documento publicado no domínio público nacional pelo INEP- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa- elaborado pela CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe - em parceria com a UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, no início dos anos 90
[20:56] <marcelo> A proposta estratégica está articulada ao redor dos objetivos de cidadania - que se refere à eqüidade, à responsabilidade social, à transmissão de valores e à formação democrática - e de competitividade - que visa à aquisição das habilidades e destrezas necessárias para poder desempenhar seu papel produtivamente no mundo moderno
[20:57] <marcelo> Como critérios inspiradores das políticas que serão derivadas dessa proposta estratégica, podem ser consideradas a eqüidade que se refere à igualdade de oportunidades e à compensação das diferenças, e o desempenho, refletido na avaliação de rendimentos e no incentivo à inovação.
[20:57] <marcelo> Cf. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001682.pdf
[20:58] <marcelo> [..] a importância de investir em educação para sustentar o crescimento econômico, a rentabilidade desse investimento em termos de uma análise de custos-benefícios, a rentabilidade desse investimento em termos de uma análise de custos-benefícios, a questão da “qualidade total” e da reforma do sistema gerencial para atingir níveis de eficiência comparáveis àqueles das empresas. (TOMMASI, 1996:205)
[20:58] <marcelo> Os reflexos reais na Educação nacional e mineira são percebidos com os Acordos entre o BM-Banco Mundial- e grande parte dos Estados brasileiros, com esses acordos a visão pedagógica foi deixada num segundo plano à medida que o BM aceitava investir se tivesse autonomia para intervir e influenciar em medidas deliberativas, Como demonstrou Tommasi
[20:58] <marcelo> O projeto implementado em Minas Gerais, com o nome “Apresentação do projeto “melhoria da qualidade da Educação Básica em Minas Gerais” (Pró-Qualidade) foi aprovado pela assembleia legislativa em 94 tendo como objetivos específicos mudanças na administração escolar, na formação do docente, no material didático e na melhora do ambiente escolar físico
[20:59] <marcelo> com subprojetos visando o monitoramento e a pesquisa sobre os resultados produtivos obtidos, ignorando totalmente a necessidade de investimento no docente em si e na melhoria do seu bem-estar, criando de forma paradoxal uma desvalorização intensificada após o investimento.
[21:00] <marcelo> Com base nas questões apresentadas sobre a condição docente no contexto mineiro, nosso debate agora será para compreender o processo da precarização
[21:00] <marcelo> O que percebemos foi que, com os avanços das políticas neoliberais iniciadas na decada de 1960
[21:01] <marcelo> tendo sua continuidade nos anos de 1990 e subsequentes.
[21:02] <marcelo> A tendência da desvalorização do trabalho desencadeou no tocante a realidade escolar um total descompasso entre a crítica e a atividade escolar.
[21:03] <marcelo> Com a crise dos processos educacionais o que assistimos é justamente a desvalorização da profissão em relação das demais áreas profissionais.
[21:04] <marcelo> Os cursos de licenciatura pedem seu prestígio, há falta de professores em todas as áreas do conhecimento, em especial na área de ciências da natureza.
[21:04] <marcelo> Questões que fazem parte da realidade também das escolas mineiras.
[21:05] <marcelo> que sofrem com o processo do sucateamento, desvalorização do da atividade pedagógica e da violência, que assola grande parte das escolas.
[21:07] <marcelo> Analisar o processo histórico sobre o desenvolvimento das políticas educacionais, como nos apresenta Saviani é de fundamental importância para analisarmos todo o desenvolvimento da profissão a qual fazemos parte.
[21:07] <marcelo> Agradeço à todos e todas por esse momento.
[21:07] <daniervelin> Muito obrigada, professor Marcelo Donizete da Silva!
[21:07] <marcelo> Abraços e Boa Noite.
[21:07] <daniervelin> Informamos que a sala está aberta para a discussão em torno das conferências
[21:07] <Madu> Que digressão fantástica Prof. Marcelo. Esclarece muito do que estamos revivendo na profissão docente hoje.
[21:08] <marcelo> obrigado Madu
[21:08] <daniervelin> estava pensando nisso mesmo, Madu!
[21:08] <marcelo> não deu temo para aprofundar
[21:08] <daniervelin> como se diz, "tocou na ferida"
[21:08] <Madu> Totalmente
[21:08] <daniervelin> muito bom ter esse panorama, porque a maioria das críticas não é fundamentada
[21:09] <daniervelin> precisamos conhecer bem a história até para criticar, né?
[21:09] <Madu> Aliás, a ferida está sangrando novamente, com hemorragia já.
[21:09] <Madu> A luta vai ser maior ainda Marcelo.
[21:09] <marcelo> verdade.
[21:09] <daniervelin> prof. Marcelo, e quanto aos sindicatos? Qual é a perspetiva diante da reforma trabalhista?
[21:10] <daniervelin> será que já dá para prever?
[21:10] <marcelo> precisamos compreender a história para podermos verificar qual é o nosso campo de luta
[21:10] <marcelo> exatamente.
[21:10] <adelmaa> É tocante,chocante e até impactante, dói na carener perceber que esta construção historica de sua apresentação parece-ne um filme sendo dirigido pro outros atores ,mas com mesmo enredo. itado com os mesmos sinais de crueldade que foi realizada na sua primeira impressão.
[21:10] <marcelo> Dani.
[21:10] <Heloisa> Dani, exatamente isso me chamou a atenção: a fundamentação das críticas. O panorama geral ficou claro. Eu diria "didático" para maior compreensão.
[21:12] <marcelo> Estamos em uma encruzilhada que é difícil avaliar qual será o posicionamento sindical, uma vez que quase todos adentraram a esfera patronal. talvez precisemos de algum tempo para filtrar tudo isso e pensarmos em outras ações.
[21:12] <daniervelin> Madu, muito bonito seu trabalho! Fiquei mesmo pensando nos vários projetos educacionais que podemos propor com ele. Aqui em Uberaba há uma fábrica de sinos e já fizemos algumas visitas lá com alunos, o que gera discussões bem interdisciplinares.
[21:13] <adelmaa> E ficou claro ,Heloísa, porque os atores sociais hoje não se dão ao trabalho de fazer diferente ,apenas editam o que já foi feito anteriormente.
[21:13] <marcelo> Sim Heloísa, Sem a leitura política fica difícil pensar em ações objetivas.
[21:13] <Madu> Há muitas possibilidades Dani principalmente pra vcs que tem a fábrica aí.
[21:13] <Heloisa> Madu, onde consigo pegar o registro da sua fala, já que não consegui entrar a tempo?
[21:14] <marcelo> dada a situação de desemprego que vivenciamos, a análise parte muito sobre manutenção do emprego.
[21:14] <Madu> O log será disponibilizado Helóisa, logo logo
[21:14] <adelmaa> E vamos assistindo ao sucateamento das instituições educacionais como se fosse algo normal, banal corriqueiro.
[21:15] <Heloisa> E como ficamos com essa falta de leitura geral?
[21:15] <Madu> Marcelo, o Prof. Renato Jaine Ribeiro está fazendo um movimento para formar uma lista de candidatos ao senado e à Camara para representarem a educação.
[21:16] <pipoka> marcelo: realmente excelente sua apresentação, muito importante, estou pensando em levar o log dessa apresentação para meus alunos da letras refletirem, parabéns! Madu, lindo seu trabalho, muito cuidadoso e com uma preocupação com a relação com a comunidade encantadora, parabéns! (da acris do texto Livre).
[21:16] <Heloisa> Leitura da palavra, de mundo, crítica, política, social...
[21:16] <Madu> Não há representatividade. Ele argumenta que o agronegócio e os patrões assumem 75% das vagas.
[21:16] <marcelo> Que bom Dani, assim podemos trabalhar em outras frentes para não deixar esfriar o debate.
[21:17] <Madu> Obrigada pelo incentivo Ana. Tenho compromisso mesmo com a sala de aula.
[21:18] <Madu> É nela que eu me sinto na luta.
[21:18] <marcelo> obrigado pipoka, estou a disposição para o que precisar.
[21:18] <adelmaa> Trabalho como o seu Madu tem e terá sempre um espaço aberto e plural nas escolas,especialmente as mineiras que tem esta historicidade contada vivida na hisotria oral desde as igrejas, museus, sinos e suas memórias.
[21:18] <pipoka> obrigada
[21:18] <Madu> Os museus do Brasil e do mundo estão disponibilizando seus acervos.
[21:19] <Madu> O Prof. Marcelo nos mostrou a importância de conhecer a história para compreender o presente
[21:19] <marcelo> Prof Ana Cristina estou do lado da Professora Adelma que me confidenciou que você é a pipoka. Muito Prazer em conhecê-la.
[21:20] <Madu> Penso exatamente dessa maneira e por isso estou trabalhando duro na escola para que os alunos sejam protagonistase não apenas lendo livros didáticos
[21:20] <adelmaa> Ambos nos proprocionaram esta imersão em nossa história.
[21:20] <pipoka> o prazer é meu, marcelo, não carece de formalidade não sorriso
[21:20] <marcelo> ótimo estamos juntos.
[21:20] <Heloisa> Fundamental né Madu pra se ter entendimento do próprio mundo.
[21:20] <Madu> Quando nós apresentamos o trabalho na sexta legal, a surpresa e o encantamento até dos colegas de trabalho nos incentivaram a continuar
[21:21] <Madu> Ahhhhh pipoka!
[21:21] <pipoka> :*
[21:21] <Madu> Que bom vc aqui.
[21:22] <marcelo> Pessoal alguém tem mais pergunta?
[21:23] <marcelo> Ana gostaria muito de estreitarmos os laços sobre as parcerias entre os meus alunos também e vocês da UFMG
[21:23] <marcelo> caso queiram entrar em contato.
[21:24] <marcelo> meu e-mail marmaio1970@gmail.com
[21:24] <pipoka> opa, marcelo, vamos sim, me escreve, a genteelabora alguma coisa
[21:24] <pipoka> o meu é acris@textolivre.org
[21:24] <marcelo> ok
[21:25] <Heloisa> Parabéns Profº Marcelo pela brilhante apresentação e a Madu pela dedicação à educação e ao trabalho que faz.
[21:25] <JoyceFettermann> Marcelo e Madu, parabéns pelas apresentações! Uma pena eu só conseguir chegar no final, mas foi bom acompanhar as discussões. sorriso
[21:25] <Madu> Bem eu agradeço imensamente a oportunidade de participar. À Adelma, tenho todos os elogios. É uma pessoa extraordinária.
[21:26] <marcelo> Pessoal tenham todos e todas uma boa noite. Forte Abraço. Agradeço a Dani pela moderação e espero estar em breve com vocês, para outras discussões.
[21:26] <Madu> Muito obrigada a todos pela presença.
[21:26] <pipoka> clap clap clap clap clap
[21:26] <marcelo> Abraços e Boa Noite.
[21:26] <Heloisa> Boa noite a todos.
[21:26] <pipoka> clap clap clap clap clap clap
[21:26] <pipoka> clap clap clap clap clap clap
[21:26] <pipoka> parabéns!
[21:26] <Madu> Marcelo, vou ler com muito carinho sua apresentação novamente. Um mergulho na profissão docente do presente
[21:26] <daniervelin> Obrigada, marcelo e Madu !
[21:27] <Madu> Boa noite.
[21:27] <pipoka> parabéns, adelmaa! Obrigada, daniervelin!
[21:27] <daniervelin> Damos por encerrado então o seminário de hoje! Agradecemos a presença de todos!
[21:27] <marcelo> Ok madu, também lerei a sua apresentação.
[21:28] <adelmaa> Obrigada a todos e todas. Lembrem-se que em setembro a nossa querida Heloísa. membro do stis, nos presenteou com dois conferencistas extraordiários. O tema será na área da literaturaaaa!!!!
[21:28] <pipoka> boa noite a tod@s!
[21:30] <adelmaa> Obrigada prof Marcelo e prof Maria do Carmo ( Madu) pela excecpionais exposições. Duas aulas memroáveis! Até setembro! Boa noite a todos! Obrigada Daniervelin pela parceira! Obrigada, anjo terreno!

 

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Based on a work at Texto Livre.

7. 20/Setembro: Leitura e Educação Intercultural

cartaz STIS setembro 2017 dia 20

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Joana Cavalcanti

Conferência STIS

Setembro-2017

Dia 20 de setembro às 19:30 horas, na Sala de Conferências do STIS

 

A Leitura e a Educação Intercultural: exigência de novas práticas educativas

(Profª Drª Joana Cavalcanti) 

Resumo: Este artigo pretende discutir questões fundamentais acerca da formação de leitores, focalizando a problemática acerca do ensino da leitura e da iliteracia e suas consequências socioculturais, mas sobretudo o impacto que a leitura esta pode provocar enquanto sistema simbólico na construção de visão de mundo e apropriação da realidade. No mundo contemporâneo é impossível se pensar em leitura e educação sem reflectir profundamente acerca da interculturalidade e da trama que aí se tece para se (re)construir a história humana, principalmente no sentido de se corrigir as situações que implicam em desigualdade, preconceito e racismo. Nessa perspectiva iremos assumir e sublinhar o discurso de autores significativos para estas duas áreas temáticas, dando ênfase aos autores Freire e Bakhtine, articulando-os com outros investigadores, também, relevantes para o estudo da Leitura e da Educação Intercultural.

Palavras-chave: Leitura, Educação Intercultural, texto, contexto, interpretação, discurso, interdiscurso, práticas pedagógicas, sentido.

7.1. registro 20/setembro

Registro da Conferência em chat escrito, de 20 de setembro de 2017:

 

 A Leitura e a Educação Intercultural: exigência de novas práticas educativas
conferencista: Profª Drª Joana Cavalcanti

 

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[19:10] <adelmaa> Boa noite, profª Joana!
[19:11] <adelmaa> Seja bem-vinda!
[19:11] <adelmaa> Nossa conferência começará às 19:30 horário de Brasília.
[19:11] <adelmaa> Ainda temos alguns minutinhos para divulgação da conferência.
[19:17] <adelmaa> Prezada Joana, gostaria de te agradecer por sua generosidade em aceitar nosso convite.
[19:17] <adelmaa> Boa noite, AnaMatte!
[19:18] <adelmaa> Hoje o STIS tem a honra de trazer a literatura para o foco central do nosso evento.
[19:19] <adelmaa> Profª Joana, a AnaMatte é a grande Lider do Grupo Texto Livre, foi minha orientadora no mestrado e doutorado e hoje congrega todos em todos de umrpoejto de educação livre e para todos.
[19:19] <adelmaa> Boa noite, Thalita!
[19:21] <adelmaa> Profª Joana?
[19:22] <adelmaa> Ana Matte, você gostaria de dizer algo do Grupo Texto Livre para a Profª Joana?
[19:26] <adelmaa> Temos ainda 4 minutinhos para nossa prosa.
[19:27] <daniervelin> oi, AnaMatte !
[19:27] <daniervelin> boa noite!
[19:27] <adelmaa> Ana Matte, por gentileza, dê op para Heloisa,por gentileza?
[19:28] <acris> opa
[19:28] <adelmaa> Em 2 minutinhos daremos início a nossa conferência.
[19:28] <adelmaa> Obrigada!
[19:28] <acris> desculpem, me enganei
[19:28] <acris> Heloisa: pode assumir
[19:29] <adelmaa> Ok! Começaremso agora!
[19:29] <adelmaa> Boa noite a todos e todas! É com imensa alegria que venho, em nome do Grupo STIS - SEMINÁRIOS TEÓRICOS INTERDISCIPLINARES DO SEMIOTEC Grupo Texto Livre, dar as
[19:29] <adelmaa> boas-vindas a cada um de vocês que nos honra com sua presença: conferencistas e participantes.
[19:29] <adelmaa> O Stis é um programa de conferência realizado na penúltima semana de cada mês, de março a dezembro, das 19:30 às 21:00 horas congregando
[19:29] <adelmaa> pesquisadores do Brasil e do exterior em torno de temas diversos para uma educação livre e democrática.
[19:30] <adelmaa> O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa polvo denominado TEXTO LIVRE do CNPq, coordenado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[19:30] <adelmaa> Ao longo desta caminhada, o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior dentro e fora das universidades.
[19:30] <adelmaa> Na verdade, o grupo STIS, tem muito o que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 24 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[19:30] <adelmaa> tais como: Ana Cristina Fricke Matte (UFMG), Luis Gonçalves (Princenton University); Walcir Cardoso (Concordia University), Luiz Tatit (UNICAMP),
[19:30] <adelmaa> Rivânia Maria Trotta SantAna (UFOP), Almeida Filho (UNB), Brian Street (Kings College/Londres), Julio Paz (Argentina), Ana Cláudia Santos (Educadora Nota 10 - Fundação Vitor Civita), dentre outros.
[19:30] <adelmaa> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP/Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário
[19:30] <adelmaa> Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidados do Prof. Marcelo Buzzato. Para que este trabalho se concretize a cada mês contamos com a colaboração voluntária de uma equipe fantástica de seres humanos
[19:31] <adelmaa> altruístas que compartilham da mesma concepção de que as mudanças na nossa sociedade só acontecerão através do acesso a educação para todos.
[19:31] <adelmaa> Assim, mais um mês de trabalho, de conferências extraordinárias, de encontros de saberes e rico de experiência se inicia hoje no STIS. Com ele, novas
[19:31] <adelmaa> ideias, novos projetos, novos expectativas, anseios e vontade de compartilhar o fazer
[19:31] <adelmaa> educação de forma democrática, ou seja, com acesso gratuito a todos os interessados. Este ano o GRUPO STIS tem desejos que almejamos concretizar: ampliar ainda mais nossas parceiras com instituições
[19:31] <adelmaa> educacionais e não educacionais que queiram, como a gente, dar acesso ao conhecimento a quem desejar recebê-lo.
[19:31] <adelmaa> Para que o STIS apresente a vocês as melhores conferências e os melhores conferencistas (claro!), contamos com uma equipe formada por 20 membros voluntários, que trabalham
[19:31] <adelmaa> incansavelmente com amor, consciência e dedicação a uma só causa: fazer a diferença no mundo por meio da educação.
[19:31] <adelmaa> Quero agradecer publicamente à Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, idealizadora de todo Projeto Texto Livre, do qual o projeto STIS é uma de suas crias. Agradeço pela confiança em
[19:32] <adelmaa> mim depositada para coordenar este valioso projeto e aos membros da equipe STIS, que voluntariamente nos ajuda a fazer este evento acontecer.
[19:32] <adelmaa> Gostaria de agradecer também a todos os membros do STIS que fazem mês a mês este evento acontecer. Hoje quero agradecer, especialmente, a nosso
[19:32] <adelmaa> membro do STIS Profª Heloísa Davino por trazer para este evento a grandeza da Literatura e nos indicar dois grande nomes da área para serem nossos conferencistas convidados.
[19:32] <adelmaa> Farei agora uma breve apresentação de nossos conferencistas convidados. Nossos dois conferencistas convidados são:
[19:32] <adelmaa> A Profª Drª Joana Cavalcanti é doutora em Teoria Literária, escritora e conferencista. Leciona e coordena projeto na Fajid e na Universidade Joaquim
[19:32] <adelmaa> Nabuco. E como disse Luana Freire a Joana é filha que cuida, irmã que ama, avó que deslumbra . È mãe, é amiga que acolhe. Parente que lê e se encanta.
[19:32] <adelmaa> Vocês podem acessar também duas entrevistas da professora Joana
[19:32] <adelmaa> Cavalcante neste dois vídeos:
[19:33] <adelmaa>


[19:33] <adelmaa> e também apreciarem suas obras literárias, todos da editora Minguilim: As setes saias da lua A menina da chuva
[19:33] <adelmaa> Histórias no feminino E foram felizes para sempre Caminhos da Literatura Infantil e juvenil Pedagogia da Educação - O jornal como proposta pedagógica.
[19:33] <adelmaa> Nosso segundo conferencista convidado é o Prof Dr. João Luís Anzanello Carrascoza É graduado em Publicidade e Propaganda pela Escola de
[19:33] <adelmaa> Comunicações e Artes (1983), com mestrado (1999) e doutorado (2003) em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, onde é professor
[19:33] <adelmaa> da disciplina Redação Publicitária desde 1990. É também docente do Programa de
[19:34] <adelmaa> Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (SP), com pós-doutorado na Universidade Federal
[19:34] <adelmaa> do Rio de Janeiro (2014) sobre a interface publicidade e literatura. Comunicação é a sua área de investigação, com ênfase nos processos
[19:34] <adelmaa> retóricos e análise do discurso da publicidade. Escritor, vem publicando coletâneas de contos e romances, além de
[19:34] <adelmaa> obras para crianças e jovens, que lhe valeram alguns dos mais importantes prêmios literários do país: Jabuti, Guimarães Rosa/Radio France Internationale,
[19:34] <adelmaa> Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e Associação Paulista dos Críticos de Arte.
[19:34] <adelmaa> É uma honra recebê-los Profª Drª Joana Cavlcanti e Prof Dr João Carrascosa, como conferencistas convidados, em nossa sala virtual.
[19:34] <adelmaa> Sejam bem-vindos! A todos os participantes do Brasil e do exterior, gostaria de agradecer em nome de toda a equipe STIS pela suas honrosas presenças. É um prazer tê-los conosco nesta noite de quarta-feira.
[19:34] <Heloisa> /voice Joana Cavalcanti
[19:34] <adelmaa> Obrigada por nos ajudar a fazer do STIS uma ação concreta de democratização da educação de todos e para todos.
[19:35] <adelmaa> Passarei a palavra neste momento a moderadora deste evento, a profª Heloísa Davino que explicará em detalhes o funcionamento de nossa conferência virtual. Obrigada, sejam bem vindos e um ótimo evento a todos!
[19:36] <Heloisa> Boa noite a todos! Para quem participa pela primeira vez, teremos 30 minutos de apresentação a apresentação acontece apenas por escrito, no chat, ou seja, não há vídeo
[19:36] <cavalcanti> Boa noite a todos! Uma satisfação e alegria encontrar a Heloísa.
[19:37] <Heloisa> nem audio. Durante esse tempo, a sala estará moderada, isso quer dizer que ao darmos voz aos apresentadores tudo o que as outras pessoas escreverem
[19:37] <Heloisa> não será visto pelos conferencistas, mas apenas pelo operador, o que impede interrupções para quem está acompanhando a comunicação. Mas, após
[19:38] <Heloisa> não será visto pelos conferencistas, mas apenas pelo operador, o que impede interrupções para quem está acompanhando a comunicação. Mas, após em sua apresentação o código para os slides será indicado no início de cada apresentação. Nas apresentações de hoje não faremos uso de slides.
[19:38] <Heloisa> Vocês podem regular o tamanho das janelas do chat ajustando a coluna vertical central entre as partes (ao meio desta página de internet)
[19:38] <Heloisa> Desejamos excelentes conferências a todos! Professora Joana Cavalcanti, pode começar, por gentileza. Obrigada, de antemão, aos dois conferencistas, por aceitarem o convite do STIS.
[19:39] <cavalcanti> A gratidão é minha, pois falar de leitura e literatura para mim é vida.
[19:40] <cavalcanti> Cumprimento a todos e espero que o nosso diálogo à distância seja proveitoso para todos nós.
[19:42] <cavalcanti> Tenho trabalhado nos últimos tempos com a literatura, sobretudo a LIJ. Sempre em articulação com outros discursos. Acredito naquilo que Edgar Morin nos propõe. Trabalhar na perspectiva da interação , em rede, em conexão. Destra forma, hoje trago a questão da Literatura e a Educação Intercultural.
[19:44] <cavalcanti> A LEITURA E A EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: EXIGÊNCIA DE NOVAS PRÁTICAS EDUCATIVAS
[19:45] <cavalcanti> Tenho trabalhado nos últimos tempos com a literatura, sobretudo a LIJ. Sempre em articulação com outros discursos. Acredito naquilo que Edgar Morin nos propõe. Trabalhar na perspectiva da interação , em rede, em conexão. Destra forma, hoje trago a questão da Literatura e a Educação Intercultural.
[19:49] <acris> [19:49] <cavalcanti_> O processo de leitura é polissêmico, transversal, pessoal, coletivo e promove aprendizagens importantes, significativas e transformadoras acerca da realidade.
[19:49] <acris> [19:49] <cavalcanti_> Tal ideia parece ser consensual entre os pesquisadores e estudiosos da área, embora exista muita controvérsia quanto à existência de apenas uma definição para a leitura.
[19:50] <cavalcanti_> O ato de ler está profundamente relacionado com questões de ordem ontológica que apelam para uma hermenêutica geral de busca de sentido para a realidade.
[19:50] <cavalcanti_> Ainda assim e cada vez mais, se enfrentam barreiras relacionadas com a formação de leitores em todos os setores socioeducativos.
[19:51] <cavalcanti_> Criam-se novas abordagens pedagógicas e filosóficas, se investem em projetos e programas de incentivo à leitura, oferecem-se formações acerca da leitura para educadores,
[19:51] <cavalcanti_> pais, professores e até para profissionais de outras áreas. Entretanto, a leitura como espaço para a produção de sentido continua a não fazer parte da práxis educativa.
[19:51] <cavalcanti_> A formação de leitores, ainda está muito relacionada com a decifração do código linguístico que nem sempre tem a ver com a atribuição de sentido, embora a decifração da palavra seja uma competência estruturante para que se possa buscar e desvelar sentidos.
[19:52] <cavalcanti_> Não pretendemos afirmar com isto que tal preocupação por parte dos professores não seja pertinente uma vez que a atribuição de sentido está relacionada com as competências de decifração, mas por outro lado sabemos que não consiste
[19:54] <acris> [19:54] <cavalcanti> Enfim, conforme o investigador Toffler (1979): “A tecnologia do futuro requer, não milhões de homens letrados, prontos a trabalharem em uníssono, em tarefas repetitivas, nem a obedecer cegamente a
[19:54] <cavalcanti> ordens, mas homens que possam formular juízos críticos, que possam encontrar os seus caminhos através de ambiências novas, que estejam aptos a localizar novos relacionamentos dentro da realidade rapidamente em mutação.” (pp.335-6).
[19:55] <cavalcanti> Um futuro que já faz parte do nosso acelerado quotidiano. Portanto, a formação de leitores deve desenvolver competências de interpretação das variadas experiências que fazem parte da biografia do sujeito.
[19:58] <acris> [19:58] <cavalcanti_> As biografias fazem-se a partir da interação com os outros numa permanente (re)construção das identidades. Tal reconstrução está intimamente relacionada com as condições históricas e sociais de cada leitor, visto que este se insere em circunstâncias e contextos, o que inclui os pontos de conexão que são de ordem universal.
[19:58] <cavalcanti_> Concordamos com o crítico Bloom (2001) quando afirma que a leitura/a literatura tem o sentido de alteração, transformação e estas devem ter caráter universal. Validando-se pela necessidade intrínseca da pessoa em se identificar com os diversos percursos humanos com o objetivo de se sentir capaz de ver no Outro, aquilo que também é seu, mesmo que os contextos sejam diferentes.
[20:00] <acris> [20:00] <cavalcanti__> Certamente, não será apenas o ato de descodificar o signo que permitirá o acesso à interpretação profunda, comprometida e adequada. Seria muito ingênuo acreditar que a leitura limita-se ao ato de decifrar, pois saber ler “(…) é ser capaz de extrair as inferências autorizadas por um texto e de lhe dar alma; é recriar ou criar o significado de uma mensagem até aí implícita” (Bonboir, 1970, p. 33).
[20:00] <cavalcanti__> Ensinar a ler para obter sentido é um dos grandes desafios que os professores enfrentam. Sublinhamos o fato de que tal proposta ainda não está interiorizada por muitos professores, estes formados a partir de paradigmas positivistas para os quais ensinar tem o significado de ‘empurrar para dentro’ o máximo de informações, mesmo que estas não sejam significativas para os estudantes.
[20:01] <cavalcanti__> Consideramos a premissa de que a leitura é uma aprendizagem que se faz durante a vida inteira. Nos tornamos leitores na interação com os outros, mesmo quando tais interações pressupõem os atritos e as fricções que provocam mais do que o diálogo, a dialética de sentido.
[20:03] <acris> [20:03] <cavalcanti> Quando se discute a formação de leitores, quase sempre, existe uma recorrência bastante grande aos clichês tão próprios dos discursos contemporâneos que utilizam a leitura como acesso para os mais diversos e exóticos interesses políticos e ideológicos. Tem-se a impressão de que todas as pessoas estão plenamente conscientes da importância da leitura para a vida pessoal e coletiva dos indivíduos.
[20:03] <cavalcanti> Discutir sobre leitura em larga escala deixou de ser preocupação real e fundamentada para se tornar mais um instrumento de manipulação dos sistemas de mercado. Enfim, nos últimos tempos, pessoas com propostas aliciantes de formação de leitores têm invadido os contextos educativos e quase todos se sentem capacitados para dar “receitas”, indicar caminhos, sugerir pistas, conduzir crianças ao ler mais e mais, mesmo que o
[20:04] <cavalcanti> dizer que a leitura rápida e ligeira é uma impossibilidade para que se façam outras leituras mais complexas, inquietantes e questionadoras. Queremos apenas enfatizar que para além das leituras amenas que exigem basicamente a decifração dos códigos, existem as leituras que nos oferecem a possibilidade de abrir janelas, as reais e as imaginárias. Que são aberturas intersemióticas.
[20:04] <cavalcanti> O texto enquanto tecido, urdidura e trama remete-nos para o próprio significado de teia que não se encerra naquilo que se propõe como fim, mas antes pelo contrário colige na iniciação de outros pontos capazes de suscitar novas realidades que são a essência de possibilidades relacionadas com a extração de sentido.
[20:04] <cavalcanti> A palavra é a sua própria virtualidade ao habitar na linguagem que não apenas comunica e informa, mas se pronuncia no ato de leitura como sendo a extensão do pensamento, do olhar e da alma.
[20:06] <acris> [20:06] <cavalcanti_> O gesto tem origem na própria necessidade humana de buscar outros territórios, de ampliar-se na horizontalidade, de agrupar-se pelas carências naturais.
[20:06] <cavalcanti_> O próprio gesto de conseguir tocar e agarrar o mundo com as mãos resultou na instrumentalização da realidade, facilitou a percepção e aproximou uns dos outros porque a mão que se estendia para colher folhas e frutos, espalhar os grãos na terra e fazer o fogo também se humanizava ao tocar o Outro
[20:06] <cavalcanti_> e por isso o cientista Maturama (2002) defende a linguagem como espaço inaugural do amor, da necessidade do Outro. Para este autor a linguagem é o lugar da reunião, da permanência, da construção social de vínculos que são de ordem afetiva, emocional, mas também política no amplo sentido do ato político de interferir na organização da polis.
[20:07] <cavalcanti_> De alguma forma, a ideia de Maturama se aproxima do pensamento do pedagogo e pensador Freire (1997) que deixa entrever em toda a sua obra o valor da palavra como semente de sentido capaz de gerar a ‘palavramundo’.Capaz de provocar a compreensão
[20:08] <cavalcanti__> A leitura e a educação intercultural: exigência de novas práticas educativas
[20:09] <cavalcanti__> É o contrário do amor que promove o desconhecimento do Outro, o desrespeito, a indiferença, o preconceito, as desigualdades que resultam em ameaça, injustiça e guerra. Para Freire (1997) a leitura é uma alavanca determinante para a interpretação da realidade e intervenção social.
[20:09] <cavalcanti__> Constitui-se como um sistema de organização e reorganização do mundo. Para este autor a palavra tem o sentido de apropriação da realidade, configura-se numa capacidade de leitura de mundo, interpretação e produção de sentido, daí afirmar que a leitura é competência inerente ao ser humano, devendo ser ampliada a partir das múltiplas experiências vividas em comunidade.
[20:09] <cavalcanti__> São as partilhas geradas a partir do ato de pensar a realidade que constroem uma visão de mundo e conferem poder, autonomia e voo. Freire (1997) era mais do que um pedagogo. Pensava na Educação como um ato político, transformador.
[20:10] <cavalcanti> Assim também ele ampliou o conceito da palavra leitura, dando-lhe uma conotação política, sendo o ato de leitura uma ação dinâmica, social e multifacetada. Afirmou muitas vezes que a leitura de mundo precede a leitura da palavra, espelhando o sentido do homem e do seu fazer a partir do compromisso assumido nas práticas sociais.
[20:11] <cavalcanti__> É possível que o encontro de ideias entre Freire e Bakhitine aconteça a partir do fato de que ambos pensam a linguagem como um lugar político e o ato de leitura como espaço de emergência do sujeito que se apropria da ‘palavramundo’ para pensar acerca da realidade. Para ambos, a leitura é um dos mais poderosos instrumentos para se ampliar a compreensão do eu e do Outro com vistas à transformação social.
[20:12] <cavalcanti> É possível que o encontro de ideias entre Freire e Bakhitine aconteça a partir do fato de que ambos pensam a linguagem como um lugar político e o ato de leitura como espaço de emergência do sujeito que se apropria da ‘palavramundo’ para pensar acerca da realidade. Para ambos, a leitura é um dos mais poderosos instrumentos para se ampliar a compreensão do eu e do Outro com vistas à transformação social.
[20:12] <acris> [20:12] <cavalcanti> É possível que o encontro de ideias entre Freire e Bakhitine aconteça a partir do fato de que ambos pensam a linguagem como um lugar político e o ato de leitura como espaço de emergência do sujeito que se apropria da ‘palavramundo’ para pensar acerca da realidade. Para ambos, a leitura é um dos mais poderosos instrumentos para se ampliar a compreensão do eu e do Outro com vistas à transformação social.
[20:16] <acris> [20:16] <cavalcanti_> “Ler é viajar pelo mundo. Conhecer outros povos, outras terras, outras culturas. É conhecer também seu mundo interior, Identificando emoções e sentimentos. É tornar-se sensível e criativo.” (Margareth Lehmen)
[20:16] <cavalcanti_> Consideramos que tanto a Leitura quanto a Educação Intercultural podem se oferecer como espaço significativo para as práticas pedagógicas diversificadas, dinâmicas, lúdicas, criativas e comprometidas com os processos de mudança.
[20:16] <cavalcanti_> A perspectiva de se articular a leitura com propostas da Educação Intercultural poderá constituir-se como um interessante instrumento de luta contra as desigualdades sociais, bem como de enriquecimento acerca da realidade, dos contextos e do Outro como uma mais-valia.
[20:17] <cavalcanti_> Acreditamos que a pedagogia intercultural deve se tornar uma prática educativa a ser valorizada pelos educadores e professores porque se propõe como lugar de abertura, questionamento acerca de como lidamos com Outro e com as diversas realidades
[20:17] <cavalcanti_> A leitura é um poderoso instrumento de apropriação da realidade, na medida em que atua de forma recuperadora, integradora e transformadora. Faz-nos refletir criticamente sobre os dados oferecidos pelo real e para além dele. Conforme Cortesão (2003) “a articulação entre o pedagógico, a consciência e a intervenção é (…) um processo crucial para se poder aceder a uma situação de consciencialização.
[20:17] <cavalcanti_> A não existir esta articulação, poderá o processo educativo (…) ser desviado da sua intencionalidade mais profunda” (Rodrigues, p. 60). Neste sentido, consideramos que a leitura seja um passaporte para uma interpretação consciente da realidade, devendo conduzir o sujeito aos processos de alteração de si e do meio no qual se insere, pois o ato de ler como já referimos não se conclui no momento de descodificação de u
[20:18] <cavalcanti_> processo contínuo de percepção da realidade, ampliando-a através de outras possíveis interpretações acerca da condição humana.
[20:18] <cavalcanti_> Assim, o ato de leitura se constitui numa ação de continuidade entre a memória das narrativas vividas e um tempo presente que se lança para a realização do futuro, sendo um ato de extencionalidade, prolongamento, no qual reunimos todo o nosso conhecimento de mundo para pensar acerca da história, da sociedade e da cultura, tal como aponta o autor Geraldi (1994) ao discutir sobre a leitura como sendo um processo de movimentos
[20:19] <cavalcanti_> instabilidade entre aquilo que é a realidade lida e aquilo que é sua possibilidade enquanto espaço para múltiplas significações.
[20:20] <cavalcanti_> Temos então, a ideia já recorrente de leitura como teia, rede de sentidos, pois “Talvez seja possível pensar a leitura como uma oferta de contrapalavras do leitor que, acompanhando os traços deixados no texto do autor, faz estes traços renascerem pelas significações que o encontro de palavras e contrapalavras produz.
[20:20] <cavalcanti_> Para pensar a leitura a partir desta perspectiva, é preciso enfrentar o problema de construir, no fluxo das instabilidades, uma estabilidade, e confessá-la ao Outro como uma posição provisória que permite propor hipótese. Eis pois esta posição: instaurar a linguagem como um processo de contínua constituição que se produz na precariedade
[20:20] <cavalcanti_> que a temporalidade implica.” (p.264) Tal abordagem de leitura e linguagem aproximarse daquilo que Bakhtine (1992) e Morin (1997) pensam acerca da hermenêutica do texto, sendo esta, uma realidade proposta que se concretiza no ato de leitura e no sujeito que lê a partir das conflitualidades exigidas pelas relações tecidas através das
[20:21] <cavalcanti_> experiências vividas, das histórias construídas e das interferências provocadas nos objetos lidos. Para estes autores o acto de interpretação é também de intervenção, na medida que a visão de um determinado objecto acontece mediante o olhar de alguém que infere a partir do seu conhecimento de mundo e experiências vividas. Tal fato não é
[20:21] <cavalcanti_> condicionante, mas contrariamente pode se converter em motor de busca, de ‘operação de caça’, expressão utilizada por Geraldi (1994), visto que tanto o objeto altera-se mediante a leitura como o leitor também, frente à captura e compreensão do objeto.
[20:22] <cavalcanti_> O ato de leitura é um ato criador de ideologias, crenças, valores, comportamentos e atitudes face aos contextos. O poder concedido pela leitura extrapola as situações condicionadas pela construção da diferença que diminui e oprime o Outro em muitos
[20:22] <cavalcanti_> sistemas educativos e sociais. Isto não quer dizer que o poder de interpretação crítica do mundo torna todas as pessoas mais conscientes e melhores, mas podem provocar a reflexão necessária para que estas repensem acerca das suas representações do Outro e
[20:22] <cavalcanti_> tenham a oportunidade e a coragem para se alterarem face à sua leitura de mundo. Finalmente, propomos a palavra como semente de sentido que sendo um signo capaz de se articular com as mais diversas linguagens apela para o que lhe transcende,
[20:23] <cavalcanti_> funcionando desde sempre como elemento recuperador de visão de mundo. A palavra que nunca é inocente e que faz parte da inauguração do sujeito capaz de interferir no contexto porque lhe confere poder para reinventar a realidade e construir pontes
[20:23] <cavalcanti_> simbólicas entre o Eu e o Outro.
[20:23] <cavalcanti_> A pedagogia intercultural poderá se constituir como espaço educativo basilar de formação de leitores capazes de compreender o seu ato de leitura e mais que isso, compreender-se no ato de leitura e comprometer-se no ato de transformar a realidade, diminuindo distâncias entre as pessoas na medida em que todas as narrativas humanas
[20:24] <cavalcanti_> deveriam se converter numa linguagem de respeito pela vida e pelo Outro. Logo a ‘palavramundo’ pode se identificar com o vivido por todos os seres humanos que ao partilharem a experiência simbólica, única e inesgotável de se narrarem, extrapolam as fronteiras do particular e se universalizam através dos mais matizados sentimentos e convertem a palavra em semente que possibilita (a)colher o mundo.
[20:31] <acris> ...
[20:31] <Heloisa> Parece que a Profª Joana teve algum problema técnico
[20:32] <Heloisa> e para não atrasar vamos dar início à segunda conferência da noite
[20:33] <Heloisa> a Profª Joana poderá terminar sua fala no momento em que abrirmos para as perguntas.
[20:34] <cavalcanti> Para concluir, quero dizer que a Literatura, a leitura
[20:34] <cavalcanti> e a arte podem ser a ponta de lança
[20:34] <Heloisa> conclua Profª Joana
[20:34] <cavalcanti> , o eixo ou motor de busca para as necessárias mudanças que teremos de operar nos próximos tempos
[20:35] <cavalcanti> Ensinar a ler não é fácil. é tarefa árdua.
[20:35] <cavalcanti> Porque ensinar a ler é ensinar a técnica do voo.
[20:35] <cavalcanti> o que implica ensinar a liberdade e a autonomia.
[20:36] <cavalcanti> Mas os cursos de formação de professores ainda
[20:36] <cavalcanti> trabalham para formar pássaros presos, ainda que a gaiola seja dourada.
[20:37] <cavalcanti> Mas é possível reencantar a escola
[20:37] <cavalcanti> , constrir uma escola para a formação de pessoas críticas e motivadas para o novo, para o diferente.
[20:39] <cavalcanti> Leitura e Educação Intercultural devem ser articuladas porque a literatura é a vida. Faz parte de uma experiência significativa, na qual nos encontramos com diversos outros, além daqueles que nos habitam.
[20:40] <cavalcanti> A literatura enquanto expressão artística nos coloca numa dimensão existencial única, onde podemos viver da dor ao amor. Lutas e superação. Experimentarmos sermos outros e em espaços diversos.
[20:41] <cavalcanti> Ler e Ser são verbos que se conjugam juntos. Não existimos fora da linguagem. Somos linguagem e na linguagem nos reconhecemos como sujeitos biográficos. Por isso
[20:42] <cavalcanti> as narrativas nos interessam e convidam. Queremos ser e somos na possibilidade de interpetrar e dar significado ao que recolhemos , colhemos e resignificamos.
[20:44] <Heloisa> Profª Joana, terminou sua fala?
[20:45] <Heloisa> Por gentileza, nos informe se já terminou sua apresentação.
[20:46] <Heloisa> Parece que a Profª está novamente com problemas técnicos.
[20:46] <acris> [20:44] <Heloisa> Profª Joana, terminou sua fala?
[20:46] <cavalcanti_> Tal complexidade resulta do ser espaço de construção humana
[20:47] <cavalcanti_> de diálogo e dialética, de fricção e conflito
[20:47] <cavalcanti_> sempre em mudança
[20:47] <cavalcanti_> em alteração.
[20:47] <Heloisa> Vamos passar agora à segunda conferência. Convido agora o Profº João Carrascoza para sua fala.
[20:48] <cavalcanti_> obrigada!
[20:48] <adelmaa> Prezado(a)s, o Prof João Anzanello Carrascoza nos encaminhou sua conferência por escrito e me pediu para apresentar caso ele não chegasse no horário por ter sido impedido pelo trânsito de São Paulo.
[20:48] <adelmaa> Sua conferência intitula-se: A criação de universos literários e o consumo
[20:48] <adelmaa> Uma obra literária é a criação de um mundo pessoal, um microcosmo possível, cujas fronteiras nem sempre são plenamente definidas, mas que, de certa forma, revelam, em suas divisas, a maneira de ser, sentir e pensar de quem a concebe.
[20:48] <adelmaa> Se construir um universo de tal natureza, como a Macondo de García Márquez, demanda afinidades eletivas do autor, para que o leitor seja transportado ao seu interior, será preciso que tenha afinidades afetivas com este território ficcional.
[20:48] <adelmaa> Maria Aparecida Baccega nos lembra que “a literatura é o espaço da existência, ou seja, das possibilidades presentes num determinado momento histórico, numa dada sociedade”.
[20:48] <adelmaa> Assim, a ficção é uma escolha, por parte do artista, dessas possibilidades da existência humana, uma escolha que provém, obviamente, de suas limitações, que, no entanto, contribuem para emoldurar o núcleo de seu universo literário.
[20:48] <adelmaa> A ficção, consubstanciada na obra de todo e qualquer autor, transfigura o real, porque emana de sua concretude social e histórica.
[20:49] <adelmaa> Tal transfiguração pode assumir as mais diversas formas – como o gênero fantástico, o maravilhoso, o realismo mágico etc. –, sem se dissociar, contudo, da realidade da qual ela se origina.
[20:49] <adelmaa> O discurso literário manifesta, pois, uma posição, uma “visão de mundo” do escritor, captada através do narrador e das personagens por ele concebidos e condicionada pela dimensão histórica e social de seu tempo.
[20:49] <adelmaa> Alfredo Bosi, ao investigar a obra de Machado de Assis, alerta para a importância de estudá-la não unicamente por meio de um ponto de vista, lingüístico ou sociológico – o ponto de vista é fixo –, mas através do olhar.
[20:49] <adelmaa> O olhar tem a vantagem de ser móvel, incorporando outros campos de conhecimento.
[20:50] <adelmaa> A beleza da literatura está na pluralidade. Produzimos e consumimos literatura “por que a vida não basta”, como escreveu Fernando Pessoa.
[20:50] <adelmaa> Cada autor imprime em seu microcosmo ficcional uma marca própria. Temos, então, coexistindo, o tempo todo, uma pluralidade de obras. E o leitor tem um espectro variado e crescente de escolhas.
[20:50] <adelmaa> Para mim, parte da beleza da literatura advém justamente dessa pluralidade. E, aqui, faço um pequeno relato pessoal, narrando como foi o meu encontro com a literatura, a partir da minha condição primeira de leitor.
[20:50] <adelmaa> Vivendo, em criança, numa pequena cidade do interior paulista, Cravinhos, logo que aprendi a ler, decidi mergulhar nos livros dispostos numa estante de casa, graças à minha mãe que era professora e apreciadora de romances.
[20:50] <adelmaa> Em meio àquelas prateleiras, dei com uma coleção chamada “O mundo da criança”. Cada tomo era sobre um tema específico (“Como as coisas funcionam”, “Você e seu corpo” etc.). Os volumes que mais me fascinaram eram de poesias e contos.
[20:51] <adelmaa> Traziam histórias de fadas, lendas orientais, adivinhas, canções populares, trovas, haicais, relatos históricos, acompanhados de coloridas ilustrações. Uma diversidade tão rica que, em contato com ela, foi que comecei a amar as diferenças.
[20:51] <adelmaa> A cada página desses livros, eu me deparava com um universo diferente, formando, no seu somatório, um catálogo ímpar de sonhos.
[20:51] <adelmaa> Antonio Candido, num já clássico ensaio sobre o “direito à literatura”, escreveu que ninguém pode passar muitas horas sem sonhar – e que a literatura, portanto, é o sonho acordado da civilização.
[20:51] <adelmaa> Lendo aqueles poemas e contos de “O mundo da criança”, comecei a sonhar acordado. Ali estava, embaralhada, uma fábula de Êsopo e outra de La Fontaine. Uma cantiga popular e um poema de Cecilia Meireles.
[20:51] <adelmaa> Aqueles “sonhos me maravilhavam. Não só por serem “sonhos”, mas por serem muitos, multíplices, diversos.
[20:52] <adelmaa> Mas a pluralidade não inclui só as levezas, também as angústias da existência. Diante de tantos mundos imaginários, exuberantemente descritos e ilustrados, o leitor pode fazer as suas escolhas (por afinidades afetivas).
[20:52] <adelmaa> Isso me leva à definição de “família literária”. Uma família literária é constituída de escritores e leitores ligados pelo mesmo gosto para certos tipos de histórias.
[20:52] <adelmaa> Se nos enjoam os episódios doces, vamos em busca daqueles com menos açúcar; se preferimos o deserto dos tártaros ao shan-grilá, também o encontraremos nessas prateleiras de sonhos. O diverso é que garante a beleza deste uni-verso.
[20:52] <adelmaa> Outro ponto para o qual o meu olhar se move, a fim de flagrar um aspecto essencial dos livros de ficção, fundadores (e fingidores) de mundos imaginários, é a natureza de seu leitor.
[20:52] <adelmaa> Fecundo foi o conselho do pai de Borges, ao dizer ao filho (ainda menino), que não perdesse tempo em ler paratextos de um livro, mas que nele entrasse nu, a descobrir, por si só, se a trama o absorvia.
[20:52] <adelmaa> Nada mais apropriado do que escolher aquilo que desejamos ler. Em sua gênese, o verbo ler significa precisamente decifrar, interpretar, reconhecer (-se).
[20:53] <adelmaa> Se ler é “re-conhecer-se”, não há idade para o leitor se escrever e re-escrever o mundo em si; não há idade para escolher o seu sonho – e, uma vez dentro ele, lançar-se ao prazer de interpretá-lo.
[20:53] <adelmaa> O acesso à ficção, seja uma ficção de levezas ou de aflições, deveria ser franqueado ao leitor de qualquer idade. Como em Alice no país das maravilhas, as portas estariam sempre abertas.
[20:53] <adelmaa> Melhor: não existiriam portas. Não se deve, pois, vetar à criança (a ninguém!) o direito de entrar num território de possibilidades, criado por esse ou aquele escritor.
[20:53] <adelmaa> Se a criança não for capaz de entender a máquina daquele mundo, o seu estranho mecanismo, não há problema. Poderá voltar a ele no futuro, como voltamos à casa, ao mar, aos nossos abismos.
[20:53] <adelmaa> Ainda que um leitor não possa, pela falta de repertório, compreender plenamente uma história, ao menos a percepção e o entendimento de alguns de seus traços, marcantes ou superficiais, ele conseguirá.
[20:53] <adelmaa> O que importa não é a grandeza de sua re-escritura, mas a liberdade de fazer a sua leitura. Mesmo que não seja como no conto Felicidade clandestina, de Clarice Lispector.
[20:54] <adelmaa> A menina, protagonista dessa história, depois de ler as páginas iniciais de Reinações de Narizinho, experimenta uma súbita transformação: “não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante”.
[20:54] <adelmaa> Ou seja: cada um de nós, diante de um jardim florido, pode ver a beleza de um único canteiro de flores, ou alargar a visão e perceber a sua magnitude inteira.
[20:54] <adelmaa> Uma vez dentro do universo ficcional de um livro, conhecer as suas nuances, o seu mecanismo fabular, e compreender a sua singularidade, depende do nível de leitura do indivíduo.
[20:54] <adelmaa> Se todo autor escreve a partir do manancial de experiências que lhe são próprias, todo leitor lê enraizado em seu repertório existencial. Assim, não se deve proibir ao leitor o mergulho em uma obra complexa.
[20:54] <adelmaa> O prazer de consumir literatura, como qualquer outra arte, está, de certa forma, associado ao que Tolstói, em seu célebre ensaio sobre a expressão artística, chamou de “contágio”:
[20:54] <adelmaa> “a arte é a atividade humana em que uma pessoa, conscientemente, através de certos sinais exteriores, comunica aos outros sentimentos vivenciados por ela, de tal modo que este se contagie e vivencie os mesmos sentimentos”.
[20:54] <adelmaa> Para o escritor russo esse “contágio” é inerente à arte e, quanto mais forte, melhor a qualidade da obra:
[20:54] <adelmaa> “o receptor fica mais satisfeito à medida que se torna mais claramente expresso o sentimento que, conforme lhe parece, ele já experimenta e conhece há muito tempo, e para o qual só agora encontrou uma expressão”.
[20:55] <adelmaa> Tal comunhão, acrescento, pode se dar em qualquer idade, independentemente da intensidade do sentimento atualizado pelo leitor. Estabelecido o contágio, ele está apto a ler não apenas a obra, mas também a escrita (pessoal) do autor.
[20:55] <adelmaa> Em outras palavras: o leitor faz parte da família literária do escritor cuja obra ele admira.
[20:55] <adelmaa> Assim como o leitor é leitor-escritor, também o escritor é, antes de tudo, leitor (do mundo e da palavra).
[20:55] <adelmaa> A leitura de mundo do escritor vaza para a sua escrita. Por meio dela é que se dá, em última instância, o contágio com o leitor, já que a palavra é apenas o canal que possibilita a comunhão, não a sua fonte.
[20:55] <adelmaa> O leitor lê o mundo construído pelo escritor, assim como o filho, neste poema de Carlos Drummond de Andrade, não vê apenas, nos traços físicos que configura um rosto, a trajetória de experiências vividas pelo pai, mas também decifra seus sentidos:
[20:55] <adelmaa> Meu pai perdi no tempo e ganho em sonho./ Se a noite me atribui poder de fuga,/ sinto logo meu pai e nele ponho/ o olhar, lendo-lhe a face, ruga a ruga.
[20:56] <adelmaa> Essa certeza me levou a escrever o romance, para todas as idades, O homem que lia as pessoas, no qual o pai de um garoto (o narrador da história) tem a habilidade de ler as “situações” as quais vivencia.
[20:56] <adelmaa> Também me motivou a escrever alguns contos, entre eles, A segunda cartilha, na qual dois irmãos, crianças ainda, se dão conta de que cresceram no instante em que percebem – depois de ler o mundo – que o vizinho, então doente, finalmente morrera.
[20:56] <adelmaa> Ler, o mundo-mundo e a palavra-palavra, e ler o mundo (de um escritor) pela sua palavra, torna móvel a posição do leitor, estica e aguça o seu olhar.
[20:56] <adelmaa> Para finalizar, eu me pergunto: para qual leitor escrevo? Só escrevo quando sinto emergente, com seus gozos e suas dores, um mundo possível que me pede para ser construído.
[20:56] <adelmaa> Por vezes, é um mundo que tematiza a infância ou a adolescência, o que não significa que a obra tenha sido pensada para contagiar preferencialmente o público juvenil.
[20:57] <adelmaa> É apenas o território para o qual a minha alma pede o meu deslocamento imaginário (assim como o corpo, às vezes, citando os versos de Lenine, pede um pouco mais de alma).
[20:57] <adelmaa> José Paulo Paes, num artigo clássico, apontou a importância de se produzir também uma literatura de entretenimento. Adultos, por mais intelectualizados, precisam consumir sonhos literários, nem sempre engenhosamente arquitetados.
[20:57] <adelmaa> A literatura, com seu grande painel de mundos possíveis, criado por inumeráveis e distintos escritores, é uma segunda vida, como definiu o poeta Fernando Pessoa em Dactilografia:
[20:57] <adelmaa> Temos todos duas vidas: / A verdadeira, que é a que sonhamos na infância, / E que continuamos sonhando, adultos num substrato de névoa; / A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros, / Que é a prática, a útil...
[20:57] <adelmaa> Cabe a cada um de nós escolher os tipos de sonhos para preencher essa segunda vida. Faz parte dela, à semelhança da primeira, o sofrimento, a desilusão, a morte, tanto quanto o júbilo, a fantasia, o nascimento.
[20:57] <adelmaa> O escritor David Grossman, no romance Fora do tempo, diz, pela voz de um de seus personagens, que a poesia é a língua do luto. Sim, a poesia é a língua do luto, mas é, também, felizmente, a língua da vida.
[20:58] <adelmaa> Muito obrigado!
[20:58] <adelmaa> Como O Prof João não pode chegar atempo me disse que asperguntas que forem postadas aqui serão por eles respondidas e postadas na página do stis.
[20:59] <adelmaa> Muito Obrigada!
[20:59] <Heloisa> Nossos agradecimentos ao Profº João Carrascoza por essa belíssima conferência e passamos agora às perguntas.
[21:00] <adelmaa> Profª Joana, parabéns pela belíssima apresentação.
[21:01] <cavalcanti_> Obrigada!
[21:03] <acris> clap clap clap clap clap
[21:05] <cavalcanti_> A
[21:05] <adelmaa> Joana, percebi que na escola se prioriza a leitura indivual ao invés da leitura em grupo ou da encenação, comrpeensão propria do teatro.
[21:07] <adelmaa> Você acha que o teatro não seria um recurso fenomenal a ser usado na escola para ajudar o alunoa compreender não só o texto,mas as nuances que só a literatura em si traz para o leitor?
[21:07] <Heloisa> Parabéns Profª Joana por essa fala que nos traz um frescor em tempos obscuros que estamos vivendo. Pensar numa educação para o ser poético, criativo, inventivo e sensível - um leitor de mundo e de si mesmo inserido neste mundo é fundamental. Qual seria a semeadura necessária a inspirar esse leitor neste caminho?
[21:09] <cavalcanti_> Sim, acho que sim. Mas também acho que ambas são importantes. A leitura silenciosa nos oferece espaço para a reflexão, o mergulho no mundo da narrativa de forma instropectiva. É importante. Mas a leitura compartilhada nos propõe um diálogo diferente, uma discursão com os nossos pares que traduzem a obra a partir da sua visão de mundo, da sua experiência. Então, as leituras se mesclam em sentidos diferentes.
[21:12] <cavalcanti_> Eu acho que o teatro é fundamental sempre! Além disso é um excelente recurso pedagógico que motiva a leitura. Dá a possibilidade de se trabalhar de forma interdisciplinar, desenvolve a capacidade de compreender e interpretar, mas também outras competências que têm a ver com outras áraes e potencialidades.
[21:13] <cavalcanti_> Acho que o texto do Professor João nos dá muitas respostas e levantas outras dúvidas.
[21:14] <adelmaa> Clap clap clap clap! Excelentes apresentações. Prezada profa Joana esta conferência aparecerá na página do stis e poderá ser copiada e usada em salas de aulas do Brasil inteiro.
[21:15] <adelmaa> Este retorno nós temos de vários educadores. Ademais percebemos o alcance deste nosso projeto por meio das visualizações.
[21:16] <cavalcanti_> Sem dúvida vivemos tempos difíceis em muitos aspectos. Vivemos tempos de "perdição". Somos convocados para o passageiro, volátil, superficial. Estamos fragmentados tal como a própria realidade. Vivemos tempos de fronteiras e não sabemos muito para onde ir ou se devemos ir. Perdidos de nós mesmos e dos valores que nos tornam diferentes porque nos humanizam.
[21:18] <Heloisa> Profª Joana, muitíssimo obrigada por sua presença.
[21:19] <Heloisa> Ficamos aqui encantados com suas palavras que nos rementem a profundas reflexões.
[21:19] <Heloisa> Agradecemos a presença de todos e já lembrando que no dia 18 de outubro teremos outra conferência stis com o Prof Ms. Greiton Toledo de Azevedo e a Profª Débora Denise Dias Garofalo
[21:20] <cavalcanti_> Parabéns! Acho que a saída , a porta que se abre a espera de um mundo melhor, mais digno é construída por iniciativas como esta. Discutir, refletir sobre as práticas e principalmente sobre o professor , professora ou pessoa que desejamos ser. Obrigada a todos e parabéns pela criação do espaço. É um movimento significativo que nos convida e desafia a fazer diferente.
[21:20] <Heloisa> A todos muito obrigada e boa noite!
[21:21] <adelmaa> Clap clap clap a todos pelo belíssimo evento. Obrigadíssima, profª Heloísa, pela excepcional moderação. A todos uma boa noite!

 

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8. 2/Setembro: Software Livre na Educação

cartaz STIS setembro 2017

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Ana Cristina Fricke Matte

Conferência STIS

Setembro-2017

Dia 02 de setembro às 10:30 horas, na Sala de Conferências do STIS

 

POR QUE USAR SOFTWARE LIVRE SERIA UMA OPÇÃO EDUCACIONAL?

(Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte (FALE/UFMG)) 

Resumo: Cultura Livre, Educação Libertária: porque usar software livre seria uma opção educacional? Ao contar de onde veio o Texto Livre e todas suas atividades de sucesso, como o Encontro Virtual de Documentação em Software Livre/ Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, a Revista Texto Livre: Linguagem e Tecnologia, o Congresso Nacional Universidade EAD e Software Livre, os Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC, as aplicações educacionais livres como o Gramática Aberta, Crases, Vírgulas pra quem de quero, Dadossemiotica e Linha do Texto, gerenciadores de eventos online livres, dentre outras, busco mostrar a continuidade entre uma educação para a cidadania e as práticas e os princípios das comunidades de software livre.

Palavras-chave: educação libertária, cultura livre, software livre, tecnologia na educação

8.1. registro 2/setembro

Registro da Conferência em chat escrito, de 2 de setembro de 2017:

 

 POR QUE USAR SOFTWARE LIVRE SERIA UMA OPÇÃO EDUCACIONAL?
conferencista: Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte

 

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[10:27] <adelmaa> Profa Ana Cristina Fricle Matte já está presente?
[10:28] <andrea_tenorio> bom dia!
[10:28] <acris> aim, bom dia a todos!
[10:28] <acris> aim = sim*
[10:28] <muriloamati> Oi, como posso acessar o vídeo da palestra?
[10:28] <gigi> bomdia
[10:28] <Sidelice_montes> Bom dia a todos!
[10:28] <Vanessa_> Bom dia!
[10:28] <edith> Penso que usar software de aplicativos são alternativas a mais disponíveis para o professor. E fazer uso deles e inovar o trabalho. Ex. slides no power point.
[10:28] <adelmaa> Perfeito, professora. Seja bem-vinda ao nosso evento.
[10:28] <Guest16505> bom dia a todos
[10:29] <acris> a palestra será só no chat. Se der tempo, vou mostrar algumas coisas na página do stis, ao lado. Então não tem slides
[10:29] <Adriana-> bom dia
[10:29] <Joyce> ok
[10:29] <michelle-juiz> ok
[10:29] <marciacervi> ok
[10:29] <athos_caratinga> troquei o nickname
[10:29] <Rosangela> Professora Adelma, entrei direto nesse site sem a plataforma, e cadastrei como Rosangela e não com meu primeiro nome que é Conceição, tem algum problema isso professora?
[10:29] <acris> obrigada, adelmaa, eu é que agradeço a oportunidade de falar com tanta gente interessante, estou muito entusiasmada
[10:29] <Vanessa_> Sem dúvidas, Adelma, nós professores precisamos incorporar as novas tecnologias em nossa prática docente.
[10:29] <josiele-> Bom dia! Sou Josiele de Montes Claros/MG
[10:29] <denia-caratinga> bom dia
[10:30] <Elenice> Bom dia
[10:30] <marciacervi> concordo plenamente Vanessa
[10:30] <Wiliam_Caratinga> Bom dia a todos. Wiliam Caratinga
[10:30] <oniliane-> Boa Dia, Sou Oniliane de Caratinga
[10:30] <ilidia> BOM DIA PESSOAL, SOU DE CARATINGA
[10:30] <Ramos_> Sou Eugênio Ramos de Montes Claros
[10:30] <adelmaa> Acris , você poderia me dar OP, por gentileza?
[10:31] <marciacervi> Não tem como não usar tecnologia em nossa prática docente
[10:31] <Elenice> Adelma, muito obrigada por oferecer esta oportunidade de aprendizado.
[10:31] <RubiaRosaVIX> Bom dia, Meu nome é Rúbia e sou do polo de Vitória/ES
[10:31] <adelmaa> Vamso começar agora.
[10:31] <adelmaa> Boa dia a todos e todas!
[10:31] <adelmaa> É com imensa alegria que venho, em nome do Grupo STIS - SEMINÁRIOS TEÓRICOS INTERDISCIPLINARES DO SEMIOTEC Grupo Texto Livre, dar as boas-vindas a todos vocês que nos honram com sua presença: conferencistas e participantes.
[10:31] <line> Sou Aline Polo de Viradouro
[10:31] <andrea_tenorio> Na verdade, o uso da tecnologia é essencial em sala, até pq na escola pública mesmo que não tenha livro suficiente , todos os os alunos são usuários de aparelhos celulares.
[10:31] <acris> já fiz isso, adelmaa
[10:31] <Orlinda_> Penso ser uma boa estratégia o uso dos dos software no planejamento dos docentes.è pois uma maneira de inovar nossas práticas.
[10:31] <adelmaa> 1) O Stis é um programa de conferência realizado sempre as quartas -feiras, na penúltima semana de cada mês, de março a dezembro, das 19:30 às 21:00 horas congregando pesquisadores do Brasil e do exterior em torno de temas diversos para uma educação livre e democrática.
[10:31] <Adriana-> Sou do polo de Viradouro
[10:32] <adelmaa> É importante e relevante registrar aqui que esta conferência STIS é um evento que acontece, excepcionalmente, neste sábado e é requisito avaliativo da Disciplina Material Impresso do Curso de Especialização Mídias na Educação da Universidade Federal de Ouro Preto da qual eu sou a professora regente.
[10:32] <Guest74210> Gente, como faço pra colocar o meu nome no lugar desse número aqui? Guest74210?
[10:32] <eliaci-montes> os softweres livres são mais um exemplo de que as tecnologias oferecem infinitas possibilidades para aprendizado, porém se de forma pedagógica, a qual depende de qualificação.
[10:32] <adelmaa> Motivá-los a participar de uma conferência internacional síncrona e virtual vem ao encontro de um dos objetivos de nosso curso que é levá-los a compreender o potencial pedagógico de recursos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no ensino e na aprendizagem em suas escolas.
[10:32] <edith> Tb. é interessante o professor saber trabalhar com mais de um software de sistema, pois pode chegar em um laboratório e encontrar sistema diferente do seu computador.
[10:32] <andrea_tenorio> o que possibilita textos em análise.
[10:32] <marciacervi> Bem-vinda professora
[10:32] <adelmaa> Desta forma ao participar do STIS, vocês tiveram a oportunidade de adentrar-se ao ambiente virtual de uma conferência virtual e através deste evento também conhecer outros projeto de nosso grupo Texto Livre, tais como
[10:32] <adelmaa> 2) Revista Texto Livre - é um periódico semestral, com avaliação cega de pares, mantido pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil) desde 2008 e publica artigos científicos, resenhas e ensaios
[10:32] <guest42641> Oi. Sou Elma de Vitória
[10:32] <adelmaa> tendo como temática a relação interdisciplinar entre linguagem e tecnologias digitais. Tem como missão fomentar a produção científica na área de estudos de linguagem, em especial análise, prática e ensino de produção textual com
[10:32] <adelmaa> uso de novas tecnologias livres, além de estudos sobre documentação e divulgação de software livre, permitindo a pesquisadores do Brasil e do exterior divulgarem suas pesquisas e contribuírem para o debate e o progresso
[10:32] <guest42641> Professora Adelma, não consigo logar com meu nome
[10:32] <adelmaa> científico na área.
[10:32] <adelmaa> 3) UEADSL - Universidade Educação a Distância e Software Livre http://ueadsl.textolivre.pro.br/blog/ é um evento científico semestral online, assíncrono e gratuito que reúne estudantes e professores do Brasil e do exterior para
[10:33] <adriely> tem como aumentar a tela desse chat??????
[10:33] <adelmaa> trocar experiências sobre temas relacionados à Universidade, Educação a Distância e Software Livre. Os artigos são publicados no blog do evento e, durante uma semana, autores e ouvintes podem interagir, trocando comentários. É
[10:33] <maju> oi
[10:33] <adelmaa> uma poderosa ferramenta didática para o professor/orientador levar estudos e discussões para além das paredes da sala de aula.
[10:33] <adelmaa> 4) EVIDOSOL/CILTEC http://evidosol.textolivre.org/site/ - O EViDoSoL/CILTec-online é um dos primeiros eventos, no Brasil, a ser realizado totalmente em ambiente digital (por chat e fórum), unindo pessoas de várias regiões. A ideia
[10:33] <miih> oi
[10:33] <Madu> Adelma, tá muito rápido
[10:33] <marciacervi> gente mto rápido
[10:33] <adriely> nao to conseguindo ler
[10:33] <Marilisa> não estou entendo nada
[10:33] <Denise_> nem eu
[10:33] <adriely> ta muito rapido
[10:33] <ofelia> bom dia
[10:33] <marciacervi> nem eu
[10:33] <michelle-juiz> rapido msm
[10:33] <Sidelice_montes> verdade nao da para acompanhar
[10:33] <adriely> Nao imaginei que seria chat
[10:33] <adelmaa> inicial do evento foi proporcionar discussões em torno da documentação em Software Livre em pelo menos duas esferas principais: a difusão de conhecimentos da área e sua formatação/adequação linguística pelos profissionais
[10:33] <Placida_vir> Sem comentários gente
[10:34] <muriloamati> QUE BAGUNÇA! NÃO TO ENTENDENDO NADA. AS PESSOAS QUE NÃO SEJAM A ADELMA E A PALESTRANTE PODERIAM PARAR DE POSTAR?
[10:34] <lucimara> muito rápido
[10:34] <direito2015> Mto rápido
[10:34] <Rosangela> muito rapido
[10:34] <Guest16505> nao da para acompanhar
[10:34] <adelmaa> irei mais devargar,ok!
[10:34] <athos_caratinga> calma gente
[10:34] <athos_caratinga> é assim mesmo
[10:34] <adelmaa> das Letras. São todos estes projetos pés do programa polvo denominado TEXTO LIVRE do CNPq, coordenado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[10:34] <adelmaa> A acris, por gentileza, modere!
[10:35] <daniervelin> adelmaa, farei a moderação
[10:35] <acris> adelmaa: a daniervelin já cuidou disso
[10:36] <adelmaa> Irei continuar,gente!
[10:36] <adelmaa> Ao longo desta caminhada, o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior dentro e fora das universidades.
[10:36] <adelmaa> Na verdade, o grupo STIS, tem muito o que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 24 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[10:36] <adelmaa> tais como: Ana Cristina Fricke Matte (UFMG), Luis Gonçalves (Princenton University); Walcir Cardoso ( Concordia University), Luiz Tatit (UNICAMP), Rivânia Maria Trotta SantAna ( UFOP), Almeida Filho (UNB), Brian Street (Kings
[10:36] <adelmaa> College/Londres), Julio Paz (Argentina), Ana Cláudia Santos (Educadora Nota 10 - Fundação Vitor Civita), dentre outros.
[10:37] <adelmaa> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP/Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário
[10:37] <adelmaa> Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidados do Prof. Marcelo Buzzato. Para que este trabalho se concretize a cada mês contamos com a colaboração voluntária de uma equipe fantástica de seres humanas
[10:37] <adelmaa> altruístas que compartilham da mesma concepção de que as mudanças na nossa sociedade só acontecerão através do acesso a educação para todos.
[10:38] <adelmaa> Assim, mais um mês de trabalho, de conferências extraordinárias, de encontros de saberes e rico de experiência se inicia hoje no STIS. Com ele, novas ideias, novos projetos, novos expectativas, anseios e vontade de compartilhar o fazer
[10:38] <adelmaa> educação de forma democrática, ou seja, com acesso gratuito a todos os interessados. Este ano o GRUPO STIS tem desejos que almejamos concretizar: ampliar ainda mais nossas parceiras com instituições
[10:38] <adelmaa> educacionais e não educacionais que queiram, como a gente, dar acesso ao conhecimento a quem desejar recebê-lo.
[10:38] <adelmaa> Para que o STIS apresente a vocês as melhores conferências e os melhores conferencistas (claro!), contamos com uma equipe formada por 12 membros voluntários, que trabalham
[10:39] <adelmaa> incansavelmente com amor, consciência e dedicação a uma só causa: fazer a diferença no mundo por meio da educação.
[10:39] <adelmaa> Quero agradecer publicamente à Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, idealizadora de todo Projeto Texto Livre, do qual o projeto STIS é uma de suas crias. Agradeço pela confiança em
[10:39] <adelmaa> mim depositada para coordenar este valioso projeto e ao meus/minhas membros da equipe STIS, que voluntariamente nos ajudam a fazer este evento acontecer.
[10:39] <adelmaa> Farei agora uma breve apresentação de nossos conferencistas convidados. Nossos dois conferencistas convidados são:
[10:40] <adelmaa> A Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte. Graduou-se em música popular pela UNICAMP em 1993. Fez doutorado em Semiótica e Linguistica Geral pela Universidade de São Paulo em 2002. Em 2004 realizou o pós-doutorado em 2004 na
[10:40] <adelmaa> UNICAMP. Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais. Lidera o grupo de pesquisa Texto Livre: semiótica e tecnologia, registrado no diretório de grupos do cnpq. Atua na área de Linguística Aplicada, com ênfase em Semiótica, na área interdisciplinar de Linguagem e Tecnologia, Linha de pesquisa do programa de pós-graduação em Estudos
[10:40] <adelmaa> Linguísticos. É a administradora acadêmica do grupo e editora responsável da Revistaa Texto Livre, na área de documentação em software livre, ensino de leitura/escrita e semiótica. em seu currículo lattes os termos mais frequentes na contextualização
[10:40] <adelmaa> da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Semiótica, Canção, Fonoestilistica e Emoção. Temas recorrente em seus trabalhos são Semiótica, Software Livre e Cultura Livre.
[10:41] <adelmaa> É uma honra recebê-la Profª Drª Ana Crsitina Fricke Matte, como conferencista convidada, em nossa sala virtual.
[10:41] <acris> obrigada, adelmaa
[10:41] <adelmaa> Gostaria de agradecer também a presença da coordenadora do curso de Especialização Mídias na Educação da UFOP, profª Drª Kátia Gardênia, aos tutores presencias e a distância, aos professores da escola Nazle Jabur de
[10:41] <adelmaa> Passos, aos professores da escola pública de Santo Antônio do Monte e aos demais participantes que se encontram em nossa sala virtual. É um prazer tê-los conosco nesta manhã de sábado.
[10:41] <adelmaa> Obrigada por nos ajudar a fazer do STIS uma ação concreta de democratização da educação de todos e para todos. Sejam todos bem-vindos!
[10:42] <acris> adelmaa: a professora Kátia vai apresentar também?
[10:43] <adelmaa> Não!, Professora, ela está nos dando suporte e sendo uma presença relevante em nossos trabalhos aqui.
[10:43] <acris> serei só eu, então?
[10:43] <adelmaa> Prezada Prof Daniervelin, por gentileza!
[10:43] <acris> obrigada, prof.a Kátia
[10:43] <daniervelin> Bom dia a todos! Sejam bem-vindos!
[10:43] <daniervelin> para quem participa pela primeira vez, teremos 40 minutos de apresentação da conferencista
[10:43] <adelmaa> Isso, conforme combinamos,ok!
[10:43] <daniervelin> a apresentação acontece apenas por escrito, aqui no chat, ou seja, *****não há vídeo nem áudio*****
[10:43] <daniervelin> durante esse tempo, a sala estará moderada: só o apresentador e o moderador são lidos por todos. Portanto, ninguém poderá ler o que os participantes escrevem.
[10:43] <daniervelin> após a conferência, abriremos a sala para perguntas, sugestões e discussão geral das ideias expostas
[10:44] <daniervelin> *****Não há código de slides para esta apresentação******
[10:44] <daniervelin> vocês podem regular o tamanho do chat ajustando a coluna vertical entre as partes (ao meio desta página de internet)
[10:44] <daniervelin> desejamos um ótimo seminário a todos!
[10:44] <daniervelin> Profa. Ana Cristina Fricke Matte, pode começar, por favor. Obrigada por aceitar o convite do STIS!
[10:44] <acris> Obrigada, daniervelin, obrigada, adelmaa e muito obrigada atodos pela presença
[10:44] <acris> Não vou usar slides
[10:45] <acris> se der tempo, usarei a página do stis ao lado para mostrar alguma coisa
[10:45] <acris> então, por enquanto, nos concentramos aqui mesmo.
[10:45] <acris> Título: Por que usar Software Livre seria uma opção educacional?
[10:45] <acris> Cultura Livre, Educação Libertária: por que usar Software Livre seria uma opção educacional? Ao contar de onde veio o Texto Livre
[10:46] <acris> e, conse consequentemente, todas suas atividades de sucesso, das quais não vou falar, mas vale citar:
[10:46] <acris> o Encontro Virtual de Documentação em Software Livre/ Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, http://evidosol.textolivre.org
[10:46] <acris> a Revista Texto Livre: Linguagem e Tecnologia, http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/textolivre
[10:46] <acris> o Congresso Nacional Universidade EAD e Software Livre, http://ueadsl.textolivre.pro.br
[10:47] <acris> os Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC, stis.textolivre.org
[10:47] <acris> as aplicações educacionais livres, como o Gramática Aberta, Crases, Vírgulas, pra que te quero?, e Linha do Texto http://textolivre.org/site/softwares-do-texto-livre/ensino-de-linguas/
[10:47] <acris> as aplicações educacionais livres, como o Gramática Aberta, Crases, Vírgulas, pra que te quero?, e Linha do Texto http://textolivre.org/site/softwares-do-texto-livre/ensino-de-linguas/
[10:47] <acris> Dadossemiotica, http://textolivre.org/site/softwares-do-texto-livre/dadossemiotica/
[10:47] <acris> gerenciadores de eventos online livres, dentre outras, busco mostrar a continuidade entre uma educação para a cidadania e as práticas e os princípios das comunidades de Software Livre.
[10:48] <acris> vamos ao que interessa
[10:48] <acris> Eu comecei a pensar na educação libertária muito cedo, aos 9 ou 10 anos, quando acompanhava minha mãe e seu grupo em cursos de extensão para professores rurais.
[10:48] <acris> Ter aprendido isso dessa forma tornou esse conhecimento tão internalizado que, por anos, esqueci que Paulo Freire falava comigo o tempo todo.
[10:48] <acris> Foram os trabalhos dos meus alunos de pós, inclusive Adelma, que me ajudaram a tornar isso consciente.
[10:48] <acris> Adelma foi minha primeira orientanda de pós, mestranda na área de fonética, e isso foi em 2005.
[10:49] <acris> Então, quando meu trabalho com tecnologia começou em 2005, Paulo Freire ainda era só sussurros. Tudo mudou na minha vida de pesquisadora quando eu comecei a usar Linux.
[10:49] <acris> E por que, afinal, fui usar Linux? Doideira? É, em parte sim, sou entusiasmada como uma criança.
[10:49] <acris> Tive uma experiência na Unicamp, em que, durante uma coleta enorme de dados que devia durar meses usando Windows, descobri que teria exatamente o mesmo resultado no Linux, em menos de uma semana. 3 dias pra ser exata.
[10:49] <acris> Que bom, sobrou tempo para férias naquele ano.
[10:49] <acris> Então, claro: assim que pude, decidi começar a usar Linux.
[10:49] <acris> Eu fazia parte de algumas comunidades online de Software Livre que se comunicavam por meio de fóruns, cujo tema era a utilização de uma ferramenta para criar sites dinâmicos, no caso o CMS (Content Manager System) Xoops,
[10:50] <acris> que eu estava experimentando para dar aulas online, andes de passar a usar o Moodle da UFMG, que ainda não estava disponível.
[10:50] <acris> Eu morava sozinha em BH, não conhecia ninguém, muito menos alguém que me ajudasse a instalar e fazer funcionar o Linux.
[10:50] <acris> Eu não tinha a menor ideia do que me esperava e tinha um verdadeiro terror de apertar uma tecla e perder tudo no computador (terror do tempo em que eu comecei a usar um PC XP e tudo era controlado por comandos no DOS).
[10:50] <acris> Bem, ajuda daqui, ajuda dali, meus amigos online cansaram de me ajudar a usar Linux num fórum de Xoops e me indicaram o IRC (Internet Relay Chat) para procurar ajuda.
[10:51] <acris> IRC: Internet Relay Chat, um dos comunicadores escritos mais antigos – se não for o mais antigo – da internet, nascido quando nem existiam navegadores e tudo era feito naquelas telas de DOS que talvez alguns de vocês já tenham visto… Telas pretas com letras verdes…
[10:51] <acris> coisa de Matrix sorriso
[10:51] <acris> Esse é o ponto central e o motivo de eu estar contando essa história quase patética: entrei no IRC para obter ajuda.
[10:51] <acris> O que encontrei lá? Salas de bate-papo (que, no IRC, se chama canal) em diferentes redes.
[10:51] <acris> (hoje me atenho à rede Freenode, em função do vínculo com o Software Livre e da seriedade da rede),
[10:51] <acris> é essa que a gente usa
[10:52] <acris> Nessas salas eu encontrava alguns ou muitos (dependendo do canal) internautas dispostos a ajudar, mas não foi só isso.
[10:52] <acris> Muito rapidamente eu aprendi que ali, tal qual nos fóruns do Xoops, se seguia a filosofia do Software Livre no processo de ensino aprendizagem: ser livre significa que tudo que eu sei, eu compartilho.
[10:52] <acris> Ao compartilhar, eu também aprendo, não só por testar meus conhecimentos, mas também porque outras pessoas dispostas a ensinar podem criticar e melhorar esse conhecimento.
[10:52] <acris> Evidentemente, compartilho com alguém que sabe menos e pediu ajuda, mas no momento em que estou ensinando e outro alguém intervêm com mais conhecimento, passo a ser um aprendiz como o que solicitou ajuda inicialmente.
[10:52] <acris> Isso foi ganhando espaço na minha cabeça, ao lado dos sussurros paulofreirianos, tudo ainda sem consciência para mim.
[10:53] <acris> Desde sua fundação, em 2006, o grupo Texto Livre tem como horizonte a criação de um espaço comunitário online para compartilhamento de aplicativos livres com fins educacionais.
[10:53] <acris> Quando o grupo iniciou suas atividades, tinha como foco o elo entre os problemas relativos à documentação em Software Livre e o ensino de produção escrita de texto em língua portuguesa na graduação.
[10:53] <acris> Em outras palavras, eu queria que meus alunos aprendessem a escrever textos acadêmicos participando ativamente de comunidades livres, produzindo documentação escrita de Software Livre.
[10:53] <acris> Tínhamos em mente, no grupo Texto Livre, a tríade fundadora da universidade pública brasileira: ensino, pesquisa e extensão. Pesquisa?
[10:53] <acris> Sim: o Software Livre traz para a pesquisa uma oportunidade ímpar, pois sua qualidade e usabilidade são diretamente afetadas por seus usuários que, em contato muitas vezes direto com os desenvolvedores, podem colaborar
[10:53] <acris> tanto pelo uso e crítica ao sistema (que pode acontecer no próprio momento do suporte ao usuário), como pela possibilidade de atuar diretamente no desenvolvimento do aplicativo livre.
[10:54] <acris> Assim, o fato de o tema do Software Livre ter sido colocado em pauta na graduação apresentou-se como forma de suscitar a curiosidade dos alunos também quanto ao uso de Software Livre na pesquisa, especialmente pela colaboração direta com a produção e revisão de documentação.
[10:54] <acris> E quais são os princípios da Cultura Livre?
[10:54] <acris> → Compartilhamento de conhecimento: as ferramentas e técnicas escolhidas devem permitir a participação ativa e a consciência de seu papel;
[10:54] <acris> → Colaboratividade: a colaboratividade é a única forma de trabalho em equipe que permite a todos os membros do grupo um crescimento individual.
[10:54] <acris> → Meritocracia: o sistema meritocrático da Cultura Livre é baseado no fazer.
[10:54] <acris> Não importa sua idade, sua classe social, sua profissão, seus títulos universitários: o que importa é o que você faz pela comunidade, ou seja, o quanto compartilha, colabora, respeita e desenvolve a liberdade no grupo.
[10:55] <acris> Essa meritocracia, portanto, requer respeito pelo indivíduo no trabalho em grupo, sendo altamente eficaz na produção de pessoas proativas, engajadas e conscientes.
[10:55] <acris> → Como consequência, outro princípio da Cultura Livre é o respeito à diversidade, a qual, por sua vez, vai dar lugar ao último princípio que me lembro agora de citar: a liberdade para.
[10:55] <acris> Sim, liberdade para: para usar, para recriar, para inventar, para aprender, para conhecer, para expressar, para copiar, para compartilhar.
[10:55] <acris> Talvez uma das maiores contribuições do Software Livre seja alertar para o fato de que não existe liberdade absoluta, existem liberdades e todas definidas como “liberdade para”.
[10:55] <acris> No momento da interação no chat ou no fórum, o processo de aprendizagem é sempre uma via de mão dupla, permitindo a todos ensinarem e aprenderem ao mesmo tempo.
[10:55] <acris> Esse modo de troca de informação é comum nas comunidades de Software Livre e apresenta alto grau de eficácia.
[10:55] <acris> Claro que eu quis levar isso para meus alunos! E o sussurro paulofreiriano concordou na hora!
[10:56] <acris> Minha sala de aula, desde então, foi sendo pensada como um espaço de cidadania: liberdade com responsabilidade social.
[10:56] <acris> Isso não foi sem consequências: comecei a achar que ouvia, por trás de mim, nos corredores da faculdade, outros sussurros: “lá vai ela, a chata do Software Livre”.
[10:56] <acris> Claro, aluno meu fala de Software Livre pra aprender a escrever redação acadêmica, para aprender semiótica, para aprender gêneros online, para trabalhar recursos digitais para escrita colaborativa, gerenciamento de trabalho em grupo em, simplesmente, todas as disciplinas que já ofertei.
[10:56] <acris> Exagero? Não acho. Continuo sendo a chata do Software Livre, com orgulho.
[10:56] <acris> Então explica: por que somente Software Livre?
[10:56] <acris> Porque faço coro ao educador Nelson Preto, a quem ouvi pela primeira vez em 2009, no Fórum Internacional de Software Livre: “educação precisa ser hacker, educador precisa ser hacker, educando precisa ser hacker”.
[10:57] <acris> De onde, afinal, veio o Software Livre, senão dos hackers?
[10:57] <acris> É, hacker não é do mal, hacker está do lado bom da força, pois hackear significa fuçar, buscar o conhecimento, ter sede de conhecimento, construir o que for preciso, refazer os passos de outros pra reinventar seus próprios, sem medo de errar, sem vergonha de pedir ajuda.
[10:57] <acris> O hacker é o aprendiz ideal, pois ama aprender e adora compartilhar esse prazer com os outros.
[10:57] <acris> A filosofia hacker, baseada nos princípios de liberdade (para agir no objeto em foco no grupo, para compartilhar, para colaborar, para criar algo a partir desse objeto), é, portanto, fundadora da Cultura Livre.
[10:57] <acris> No meio dos hackers, você vale pelo que você contribui, não importa quem seja, sua origem, sua idade ou seus títulos.
[10:57] <acris> Sendo assim, bandidos não entram nessa categoria e os hackers preferem que se chame de cracker o sujeito que usa o conhecimento hacker para fins escusos.
[10:58] <acris> Vamos hackear a educação? (expressão cara a Nelson Pretto)
[10:58] <acris> Talvez a coisa mais difícil de entender em relação a um Software Livre é que sua estrutura, fundada nesses valores, nos provê um software que,
[10:58] <acris> no lugar de exigir que o usuário se adapte a ele,
[10:58] <acris> permite que o usuário contribua de todas as formas, até mesmo com ideias e necessidades,
[10:58] <acris> abrindo possibilidades de aprendizagem autodidata em áreas nunca antes sonhadas pelo usuário.
[10:58] <acris> (não tem código de palestra, não tem slides)
[10:59] <acris> As comunidades que os desenvolvem são, elas mesmas, comunidades de usuários, ou seja, as pessoas começam a desenvolver ou trabalhar num Software Livre porque precisam dele, o que traz soluções que programadores profissionais não encontrariam, não sendo da área.
[10:59] <acris> Um forte exemplo disso é o Praat, software livre para análises fonético-acústicas, desenvolvido por … cientistas da fala!
[10:59] <acris> Claro! Usado por inúmeros pesquisadores no Brasil e no Mundo, inclusive Adelma, e muito poderoso, sem igual no mundo dos softwares proprietários.
[10:59] <acris> Mas o mais importante é que o usuário do Software Livre, o usuário final (nós!), mesmo que somente use, sem colaborar diretamente, possui mérito na comunidade
[10:59] <acris> afinal, em última análise, é para ele que a comunidade trabalha voluntariamente.
[10:59] <acris> Já ouviram alguém dizer: eu não uso Software Livre porque é difícil?
[10:59] <acris> Pois é, usar algo que a gente não conhece sempre traz dificuldades.
[11:00] <acris> Ademais, usar um software que não me diz o que devo querer, mas, antes, me permite dizer a ele o que quero, isso é complicado, obriga a pensar e pensar é muito trabalhoso mesmo.
[11:00] <acris> E tem mais: aprender hoje em dia é algo fora de moda.
[11:00] <acris> Claro: todo mundo só fala em facilitar a vida das pessoas e quer que a educação seja prazer, festa, alegria, que ninguém sue a camisa, que não se esforce pra nada. Não é verdade?
[11:00] <acris> Ok, sejamos honestos: nesse contexto, esquece o Software Livre. Vai dar trabalho. E vai dar mais trabalho ainda se você busca um resultado educacional.
[11:00] <acris> Explico: educacional não no sentido de aprender sem esforço, mas educacional no sentido do merecimento, do esportista que pratica pra ir para as olimpíadas, do músico que vara noites e noites a fio praticando seu instrumento para estar apto a subir no palco,
[11:00] <acris> do artista de teatro que repassa dezenas e dezenas de vezes sua fala para chegar ao ponto certo da expressão para aquela peça, do escritor que reescreve dezenas de vezes a mesma frase e pode nem vir a usá-la se não conseguir o efeito desejado,
[11:01] <acris> do rapaz que passa dias a fio no sol da praia de Copacabana esculpindo castelos na areia os quais, à noite, a maré e o vento levarão embora e o rapaz, com a maior paciência, vai reconstruir, cada dia melhor, cada dia diferente.
[11:01] <acris> Quem queremos ser? Quem queremos que nossos alunos sejam? Alguém que sabe comprar pronto ou alguém que sabe fazer?
[11:01] <acris> Se você acredita que educar não é passar informação, mas formar pessoas, cidadãos, emprestar-lhes esperança e condições para buscar um futuro melhor, talvez você devesse começar a usar Software Livre.
[11:01] <acris> Mais ainda: talvez você devesse usá-los com seus alunos. Por exemplo:
[11:01] <acris> Libreoffice no lugar do word/excel/powerpoint, uma excelente alternativa, completa, não deixa nada a desejar;
[11:01] <acris> Firefox no lugar de chrome ou internet explorer, outra ótima opção, um navegador potente e que não compromete sua privacidade;
[11:02] <acris> Telegram no lugar do whatsapp (para seu celular, e funciona também no computador), inventor da criptografia em mensageiros (depois foi copiado pelo whatsapp) e sempre com novidades (a última que conheci foi a leitura rápida, que permite ler uma página web no celular sem abrir o navegador);
[11:02] <acris> Freemind para fazer mapas mentais (levinho, versátil, dá pra fazer quase tudo tanto pelo teclado quanto pelo mouse, o que dá muita agilidade ao processo de construção do mapa mental);
[11:02] <acris> TuxPaint para desenhos (é para crianças, mas é tão legal, com tantos recursos simples e lindos, que eu sempre uso);
[11:03] <acris> Gimp para desenhos avançados, Okular para leitura e edição de PDF, R para estatística, K3B para gravar CDs e DVDs, Openshot para editar vídeos, VLC para tocar e converter multimidia e muitos outros.
[11:03] <acris> O Grupo Texto Livre hoje dispõe de um oráculo, o Oráculo dos Livres, ele (chama-se Wilkens) nos ajuda a encontrar soluções livres para programas proprietários dos quais dependemos.
[11:03] <acris> Ele está publicando os achados dele e suas respostas às nossas perguntas aqui: http://textolivre.org/site/texto-livre-eventos/oraculo/ Está no começo, mas o moço é fera, tenho certeza que ficará ótimo.
[11:04] <acris> dica do jucamineiral: tem o KDENLIVE que é muito bom pra mim é melhor qe o SONY vegas qque é pago
[11:04] <acris> O oráculo: Ele atende a todos: se você tiver uma dúvida ainda sem resposta na página, envie para o e-mail oraculo@textolivre.org que ele vai ajudar.
[11:04] <acris> Pra finalizar: os defensores do Software Livre são pessoas idealistas, que acreditam num mundo diferente, baseado em respeito às individualidades, valorização do comunitário, com direitos iguais sem que disso resulte o apagamento das pessoas.
[11:04] <acris> As práticas dessas comunidades espontâneas criaram a Cultura Livre, cabe a nós espalhar a notícia. Obrigada!
[11:05] <acris> Agora estou à disposição para perguntas
[11:06] <acris> só um minuto, pessoal, ainda não tiraram a moderação e ninguém consegue ler as pergundas
[11:06] <acris> só um minuto, pessoal, ainda não tiraram a moderação e ninguém consegue ler as pergundas
[11:07] <acris> daniervelin: pode abrir, por favor?
[11:07] <miroka> me desculpe oque é realmente o softwere Livre que se defendeu tanto?
[11:07] <valter> muito obrigado por informações importantíssimas
[11:07] <acris> obrigada, daniervelin
[11:07] <ofelia> Esse software livre seria a troca de experiências por meio de compartilhamento?
[11:07] <Alessandra> Professora Cris fiquei maravilhada com sua história de formação com softaware livre. Parabéns pela iniciativa. Onde podemos procurar ajuda como iniciantes ?
[11:07] <muriloamati> Ana, vejo que você fala em meritocracia e parece ressignificar esse conceito positivamente, como algo que não gera desigualdade social. Como você vê que a meritocracia do fazer pode superar a desigualdade social, ainda mais em termos educacionais?
[11:07] <acris> Pessoal, por gentileza, repitam as perguntas feitas até agora
[11:07] <denia-caratinga> Professora, cresci sem acesso à internet e tenho grande dificuldade para me inserir neste universo,gostei das dicas e vou procurar pesquisar sobre o assunto.Qual o primeiro passo para quem quer saber mais sobre este universo?
[11:07] <ofelia> Esse software livre seria a troca de experiências por meio de compartilhamento?
[11:07] <jucamineiral> tem um documentário bacana no youtube que fala como o software livre deu dor de cabeça ao Bill Gates
[11:08] <Denise_> Também uso o Linux por opção. Em casa e no trabalho. Acredito que usar o Linux é, de certa forma, uma ação política “transgressora” e revolucionária, à medida em que rompe com o domínio do capital (softwares pertencentes às grandes empresas multinacionais). Como fazer para que mais pessoas, especialmente educadores, optem pelo seu uso, já que possui tantas vantagens e que estão em sintonia com o que acreditamos?
[11:08] <medrado> olá, obrigado pela oportunidade. Na sua opinião, por que grande parte dos profissionais da educação são resistentes ao uso de software livre?
[11:08] <Rosangela> Gostaria de saber melhor sobre KDENLIVE .
[11:08] <Hilario_> aulas que atrai os alunos
[11:08] <acris> muriloamati: na verdade a ideia de que a meritocracia do que temos e não do que fazemos só interessa a empresários capitalistas
[11:08] <denisodnik> gostei muito, principalmente quando vc disse que Software livre não exige computadores potentes e funciona na maioria dos computadores. Você pode dar uma nova utilidade para um equipamento antigo, incentivando assim a economia de dinheiro e a preservação do meio ambiente.
[11:08] <jucamineiral> O linux mostra que o socialismo funciona
[11:08] <vera> prumeiro queria agradecer pelo esplanação sobre um assunto pra mim até hoje encoberto pela minha ignorancia, estou encantada com a idéia. A partir de hoje uma apreciadora curuiosa da cultura livre
[11:09] <ilidia> Qualquer programa de computador é um software livre?
[11:09] <muriloamati> Rosangela, sobre KDEnlive, pode conversar comigo.
[11:09] <JeanCarlos_Carat> Bom dia professora @acris, é um prazer participar deste evento. Considerando as singularidades de cada região e localidade do Brasil, como seria o uso de Software Livre na educação básica?
[11:09] <Heliane-Vir> Quais os pontos positivos e negativos do software livre
[11:09] <line> Como vc Vê a educação no Brasil?
[11:09] <denisodnik> minha dúvida tbem ilidia
[11:09] <jucamineiral> são aqueles softwares em que váriaas usuários do mundo constroem para atender sua necessidade
[11:09] <Sidelice_montes> Fiquei em duvida o que seria o KDENLIVE?
[11:09] <jucamineiral> você pode editar um programa a sua maneira
[11:09] <jucamineiral> claro tem que ter um conhecimento em programação
[11:09] <Fatima> Ana, me senti em casa. Quase todos os softwares livres que você apontou, utilizo com meus alunos. Kdenlive, uso muito. Gcompris, Gimp, Tuxpaint e por ai vai. Também sou muito curiosa e futuco tudo o que temos de softwares livres nas nossas escolas de Vitória. Utilizamos o Ubuntu.
[11:09] <Rosangela> O que é exatamente esse programa Murilo
[11:10] <Luciana_vir> obrigada por compartilhar seu conhecimento conosco, minha dúvida é sobre o software livre
[11:10] <jucamineiral> são softwares livres
[11:10] <jucamineiral> o mozila é um software livre bem melhor que o internet explorer
[11:10] <marciacervi> Tbem gostaria de saber como trabalhar com iniciantes?
[11:10] <valeriasgvsilva> Como equilibrar a falta de recursos financeiros na administração escolar com tantos e tão bons softwares?
[11:10] <isabela-carating> Gostaria de me aprofundar no conhecimento desse programa...
[11:10] <acris> pessoal, mais devagar, por favor. pedi que a sala fosse moderada e vou copiar suas perguntas para poder responder
[11:11] <acris> O que é um saoftware livre?
[11:11] <acris> ops
[11:11] <acris> software
[11:11] <daniervelin> ATENÇÃO: <acris> pessoal, mais devagar, por favor. pedi que a sala fosse moderada e vou copiar suas perguntas para poder responder
[11:11] <acris> um software é um programa de computador
[11:11] <acris> é um código escrito que pode chegar às nossas mãos de duas formas
[11:11] <acris> como uma caixa preta
[11:12] <acris> fechada, que ninguém além de quem fez sabe como é por dentro
[11:12] <acris> ou como motor de fusca
[11:12] <acris> se você quiser, você abre o capô do fusca
[11:12] <acris> fuça, mexe
[11:12] <acris> e o dito cujo que não queria andar
[11:12] <acris> de repente funciona que é suma beleza
[11:13] <acris> e a gente nem sabe bem como fez
[11:13] <adelmaa> Pessoal, por gentileza, esperem a profa Ana Cristina responder às perguntas com calma.
[11:13] <acris> mas de tanto fuçar, aprende
[11:13] <acris> software livre é igual motor de fusca, mas ainda melhor
[11:13] <acris> porque quem sabe pode mudar o motor, melhorar, não só pra se exibrir, mas para compartilhar e outros usarem também
[11:14] <acris> então software livre é um sóftware de código aberto que te dá liberdade para
[11:14] <acris> para copiar, usar, distribuir, aprender como funciona e modificar e compartilhar as modificações
[11:14] <acris> andrea_tenorio: motor de fusca é mais complicado que muito software livre
[11:17] <daniervelin> Bom, agradecemos a presença da professora Ana Cristina Fricke Matte
[11:17] <daniervelin> infelizmente não será possível aqui responder a todas as perguntas
[11:17] <acris> Qual o primeiro passo para quem quer saber mais sobre o universo do software livre? comunidades! existem inúmeras comunidades de software livre, todas dando suporte a algum software ou a seu uso na educação, por exemplo. Pedir ajuda é sempre um ótimo primeiro passo
[11:18] <acris> <Denise_> Também uso o Linux por opção. Em casa e no trabalho. Acredito que usar o Linux é, de certa forma, uma ação política “transgressora” e revolucionária, à medida em que rompe com o domínio do capital (softwares pertencentes às grandes empresas multinacionais). Como fazer para que mais pessoas, especialmente educadores, optem pelo seu uso, já que possui tantas vantagens e que estão em sintonia com o que acreditam
[11:18] <adelmaa> Pessoal, parece que travou co chat.
[11:18] <adelmaa> Voltou!!!
[11:19] <acris> existem grupo de de educadores, como o software livre educacional
[11:20] <acris> o grupo texto livre está aberto para ajudar as pessoas a conhecer o software livre, inclusive educacional
[11:20] <acris> todos os eventos do texto livre são recursos educacionais abertos
[11:21] <acris> qualquer um pode entrar na lista de colaboradores do texto livre
[11:22] <acris> http://textolivre.org/site/grupo-texto-livre-semiotica-e-tecnologia/colabore/ -> para entrar na lista de colaboradores, preencha o formulário e coloque seu e-mail na lista
[11:23] <acris> a gente usa muito software proprietário achando que não tem consequências. Esses software que não são livres para nós, se sentem livres para fazer o que quiserem com a gente.Mas se um software livre começar a usar seus dados sem consentimento, a comunidade inteira vai gritar na hora.
[11:25] <adelmaa> Ficaremos até às 11:30 aberto para as perguntas, pode ser professora Ana Cristina?
[11:26] <acris> Bom, estamos chegando ao final, com mil perguntas sem resposta... quem sabe a gente não combina o seguinte: vocês enviam todas as perguntas que não respondi para o e-mail do oráculo e eu e ele respondemos a cada um. Isso vai ser, inclusive, uma forma de vocês colaborarem com o projeto, indicando assuntos importantes a serem esclarecidos.
[11:26] <acris> sim, adelmaa
[11:27] <acris> Software proprietário é um software a cujo código ninguém além da empresa tem acesso (caixa preta), pode ser grátis ou pago, mas não deixa copiar nem distribuir nem usar nem mexer
[11:27] <acris> o e-mail do Oráculo dos Livres é oraculo@textolivre.org
[11:28] <daniervelin> Agradeço em nome da comissão organizadora do STIS pela presença, professora acris!
[11:28] <acris> fabiolapolomonte: entrem em contato, podemos falar para o oráculo criar um espaço para indicar essas comunidades na página do Texto Livre
[11:28] <daniervelin> Foi realmente uma excelente conferência!
[11:28] <daniervelin> Agradecemos também a presença de todos!
[11:28] <acris> adorei falar com vocês! muito obrigada!
[11:29] <adelmaa> Agradecemos desde já pela brilhante conferência a professora à Ana Cristina . Foi uma excepcional aula magna sobre Software Livre. para o uso do software Livre em suas práticas pedagógicas.
[11:29] <acris> Obrigada à adelmaa e à equipe do Mídias na Educação pela oportunidade ímpar!
[11:29] <adelmaa> Nas conferências virtuais nós aplaudimos o conferencista assim: clap clap clpa clap.
[11:30] <adelmaa> Clap clap clap clap para você Professora Ana Cristina!
[11:30] <acris> :D obrigada! Estaremos esperando vocês no TExto Livre (textolivre.org)
[11:31] <adelmaa> Aos meus alunos e tutores do Mídias na Educação considerao que este evento tenha sido um excelente batismo na Comunidade Livre.
[11:32] <adelmaa> É isso mesmo andrea_temório: Todos simplesmente adoramos.
[11:34] <adelmaa> 20 de setembro - quarta-feira - das 19:30 às 21:00 horas tem mais STIS. Neste dia abraçaremos a Literatura!
[11:34] <acris> sorriso
[11:35] <acris> Anny-Portela_: o registro fica disponível na página do STIS
[11:36] <adelmaa> Este mesmo formato, fabiolapolomonte: chat, com slides desta vez.
[11:37] <adelmaa> Os certificados você receberão por e-mail que vocês forneceram durante a inscrição.
[11:38] <adelmaa> Prezada prof Ana Cristina, foi uma aula magna!
[11:39] <adelmaa> E aos meus alunos do Mídias este foi um precioso incentivo para ousarem no uso de SL nas implementações pedagogicas e no seu trabalho de conclusão de curso.
[11:40] <adelmaa> O STIS deseja a todo(a)s um final de semana de descanso!
[11:42] <adelmaa> Sigam nossa pagina no facebook para receberem informações de nossos projetos: https://www.facebook.com/stis.lingtec/
[11:47] <adelmaa> Pessoal, às 12:00 horas, eu darei por concluído nosso evento de hoje.
[11:49] <adelmaa> Pode sim! O tuxpain é parecido com o Paint. http://www.baixaki.com.br/download/tux-paint.htm para baixar o tuxpaint.

 

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9. Outubro: formação de professores, software livre e robótica

cartaz STIS outubro 2017

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Luciana Santos Oliveira e Débora Garofalo

Conferência dupla STIS

Outubro-2017

Dia 25 de outubro às 19:30 horas, na Sala de Conferências do STIS

 

Formação de professores e o uso de softwares livres na Rádio Faced Web

(Profª. Esp. Luciana Santos Oliveira - (UFBA)) 

Resumo: O presente texto versa sobre o uso de software livre na formação de professores. O objetivo geral é analisar o uso de softwares livres nos processos de formação de professores dentro da Rádio Faced Web. Os objetivos específicos são: Destacar aspectos relevantes sobre o uso do software livre para a formação dos professores na contemporaneidade; Identificar os limites e as possibilidades das formações realizadas pela Rádio Faced Web. Esse trabalho é desenvolvido através de uma abordagem qualitativa e método de análise será a pesquisa documental.

Palavras-chave: Educação. Software livre. Rádio Web. Formação de professores.

 

Inovação na Educação: Como usar as tecnologias abertas e a Robótica Livre na sala de aula

(Profª. Esp. Débora Garofalo - PMSP/Curadora da São Paulo Tech Week de Inovação Tecnológica) 

Resumo: Estamos diante de novas maneiras de conceber a aprendizagem e as tecnologias abertas permitem que a aprendizagem ocorra de maneira prática, significativa e com mão na massa, através da robótica livre e do pensamento da cultura maker "do faça você mesmo". A palestra "inovação na Educação: como usar as tecnologias abertas e a Robótica livre em sua sala de aula", irá abordar e discutir as possibilidades de uma aprendizagem criativa e baseada nocriar, inventar, aprender, despertar o protagonismo Juvenil , através dos diversos tipos de objetos e projetos realizados pelas mãos e de forma transdisciplinar.

Palavras-chave: tecnologias abertas, robótica livre, inovação, educação.

9.1. registro outubro

Registro da Conferência em chat escrito, de 25 de outubro de 2017:

 

 Formação de professores e o uso de softwares livres na Rádio Faced Web
conferencista: Profª. Esp. Luciana Santos Oliveira

Inovação na Educação: Como usar as tecnologias abertas e a Robótica Livre na sala de aula
conferencista: Profª. Esp. Débora Garofalo

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[19:49] <acris> Boa noite a todos e todas!
[19:49] <acris> É com imensa alegria que venho, em nome do Grupo STIS - SEMINÁRIOS TEÓRICOS INTERDISCIPLINARES DO SEMIOTEC e da profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, dar boas -vindas a todos vocês que nos honram com sua presença: conferencistas e participantes
[19:49] <acris> O Stis é um programa de conferência realizado na penúltima semana de cada mês de março a dezembro, congregando pesquisadores do Brasil e do exterior em torno do tema educação livre e democrática.
[19:49] <Heloisa> Boa noite a todos e todas!
[19:50] <acris> O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa polvo denominado TEXTO LIVRE do CNPq, coordenado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[19:50] <acris> Ao longo desta caminhada o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior.
[19:50] <acris> Na verdade, nós do grupo STIS, temos muito que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 24 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[19:50] <acris> tais como: Luis Gonçalves (Princenton University); Carla Viana Coscarelli (UFMG), Luiz Tatit (UNICAMP), Almeida Filho (UNB), Brian Street (Kings College/Londres), Julio Paz (Argentina), dentre outros.
[19:50] <acris> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP / Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário
[19:50] <acris> Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidados do Prof. Marcelo Buzzato. Para que este trabalho se concretize a cada mês contamos com a colaboração voluntária de uma equipe fantástica de seres humanas altruístas
[19:50] <acris> que compartilham da mesma concepção de que as mudanças na nossa sociedade só acontecerão através do acesso a educação para todos.
[19:50] <acris> Assim, mais um ano de trabalho, de conferências extraordinárias, de encontros de saberes e rica de experiência se inicia hoje no STIS. Com ele, novas ideias,  novos projetos, novos expectativas, anseios e vontade de compartilhar o fazer
[19:50] <acris> educação de forma democrática, ou seja, com acesso gratuito a todos os interessados. Este ano o GRUPO STIS tem desejos que almejamos concretizar: ampliar ainda mais nossas parceiras com instituições
[19:51] <acris> educacionais e não educacionais que queiram, como a gente, dar acesso ao conhecimento a quem desejar recebê-lo.
[19:51] <acris> Para que o STIS apresente a vocês as melhores conferências e os melhores conferencistas (claro!), contamos com uma equipe formada por 12 membros voluntários, que trabalham
[19:51] <acris> incansavelmente com amor, consciência e dedicação a uma só causa: fazer a diferença no mundo por meio da educação.
[19:51] <acris> isso é Adelma : Quero agradecer publicamente à Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, idealizadora de todo Projeto Texto Livre, do qual o projeto STIS é uma de suas crias. Agradeço pela confiança em
[19:51] <acris> mim depositada para coordenar este valioso projeto e ao meus/minhas membros da equipe STIS, que voluntariamente nos ajuda a fazer este evento acontecer.
[19:51] <acris> Farei agora uma breve apresentação de nossas conferencistas convidadas. Nossas duas conferencistas convidadas são:
[19:51] <acris> Débora Denise Dias Garofalo, mestranda em Lingüística aplicada em letramento digita pela PUC/SPl, formada em Letras e Pedagogia com pós-graduação em Língua Portuguesa.
[19:51] <acris> Tem 12 anos de experiência como professora da rede Pública de São Paulo atuando no Ensino Fundamental I, II, Médio e em Educação para Jovens e Adultos. Atualmente na rede
[19:52] <acris> Municipal de Ensino de São Paulo como Professora Orientadora de Informática Educativa, onde se dedica a realizar trabalho transdisciplinares envolvendo trabalhos
[19:52] <acris> com Softwares livres, Cultura Maker, Robótica com sucata e animações. É colaboradora da Revista Nova Escola. Possui trabalhos publicados pelos sites SME/ SP,
[19:52] <acris> Geekie, Revista Galileu, Revista Nova e Porvir, onde nesse último, participou da produção do guia mão na massa.
[19:52] <acris> Ontem teve seu trabalho reconhecido pela Associação Comercial do Estado de São Paulo pelo seu trabalho realizado na rede pública.
[19:52] <acris> Parabéns, Débora! Homenagem justíssima!
[19:52] <acris> Nossa segunda conferencista convidado é a Profª Drª Luciana Oliveira que é graduada em Pedagogia pela Universidade Federal da Bahia (2010).
[19:52] <debora> Muito obrigada! Uma honra estar com vocês.
[19:52] <acris> Especialista em Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial Sustentável pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (2013). Professora da Rede Municipal de Educação de Salvador. Coordenadora dos Projetos ÉduCANAL/ Rádio Faced Web da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
[19:52] <acris> Integrante da equipe gestora do Projeto TECSOL - Tecnologias Sociais para a Inclusão Digital e o Desenvolvimento da Economia Solidária. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade na Universidade do Estado da Bahia produzindo o trabalho
[19:52] <acris> com o título: A RÁDIO WEB FACED ESTÁ NO AR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO EDUCADOR. Realiza pesquisas sobre software livre em contextos urbano e rural.
[19:53] <acris> É uma honra recebê-las  prof ª Débora Garofalo e a Profª Luciana Oliveira, como conferencistas convidados,  em nossa sala virtual.
[19:53] <acris> Sejam vem-vindas!
[19:53] <acris> A todos os participantes do Brasil e do exterior, gostaria de agradecer em nome de toda a equipe pela suas honrosas presenças. É um prazer tê-los conosco nesta noite de quarta-feira.
[19:53] <acris> Obrigada por nos ajudar a fazer do STIS uma ação concreta de democratização da educação de todos e para todos.
[19:53] <acris> Passarei a palavra neste momento a moderadora deste evento, a profª Drª Ana Cristina Fricke Matte, que explicará em detalhes o funcionamento de nossa conferência virtual.
[19:53] <acris> Obrigada, sejam bem vindos e um ótimo evento a todos!
[19:53] <acris> bem, agora com vocês... eu mesma :D
[19:53] <acris> Boa tarde, a todos!
[19:53] <acris> para quem participa pela primeira vez, teremos 30 minutos de apresentação
[19:53] <acris> a apresentação acontece apenas por escrito, no chat, ou seja, não há vídeo nem áudio
[19:53] <acris> durante esse tempo, a sala estará moderada, ou seja,
[19:53] <acris> Isso quer dizer que ao darmos voz aos apresentadores tudo o que as outras pessoas escreverem não será visto pelos conferencistas, mas apenas pelos pelo operador, o que impede interrupções para quem está acompanhando a comunicação.
[19:54] <acris> Mas após a conferência, abriremos a sala para perguntas do s participantes, sugestões e discussão geral das ideias expostas
[19:54] <acris> Caso o conferencista façá uso de slides em sua apresentação o código para os slides será indicado no início de cada apresentação
[19:54] <acris> Basta inserir o código à direita da janela, depois de escolher o tipo de atendimento: “apresentação de slides”
[19:54] <acris> Vocês podem regular o tamanho do chat e slides ajustando a coluna vertical entre as partes (ao meio desta página de internet)
[19:54] <acris> Esse STIS está, se me permitem a liberdade, um tesãosorriso
[19:54] <acris> Desejamos excelentes conferências a todos!
[19:54] <acris> a professora uciana já chegou?
[19:54] <acris> Luciana
[19:55] <acris> ok,
[19:55] <acris> Para começar,
[19:55] <acris> vamos assistir a conferencista Débora Denise Dias Garofalo, com o trabalho "Inovação na Educação: Como usar as tecnologias abertas e a Robótica Livre na sala de aula".
[19:55] <acris> professora debora, pode começar, por gentileza.
[19:55] <acris> Obrigada, de antemão por ter aceito o convite do STIS
[19:55] <debora> Muito obrigada, é uma honra estar aqui.
[19:56] <acris> pode começar, debora
[19:56] <debora> Para iniciarmos, gostaria de escrever uma frase do grande Parpet
[19:56] <debora> Como lidar com desafios [...] Precisamos adquirir habilidades necessárias para participar da construção do novo ou então nos resignarmos a uma vida de dependência. A verdadeira habilidade competitiva é a habilidade de aprender. Não devemos aprender a dar respostas certas ou erradas, temos de aprender a solucionar problemas”. Seymour Papert
[19:57] <debora> E baseada nesse mestre. Eu tinha um problema social com os meus alunos.
[19:57] <debora> o Lixo e do outro lado a tecnologias.
[19:57] <debora> E como agregar ambos para resolver?
[19:58] <debora> Sem recursos de materiais de alta tecnologia?
[19:58] <debora> A resposta veio do lixo?
[19:58] <debora> E assim começa a minha prática pedagógica em sala de aula.
[19:59] <debora> Para contextualizar, irei brevemente relatar a comunidade onde leciono.
[19:59] <debora> A E.M.E.F Almirante Ary Parreiras, está inserida em uma comunidade muito carente, com ausência de saneamento básico, onde constantemente existem alagamentos, ocasionados pelo descarte de lixo em local impróprio, sendo esse, um dos grandes problemas sociais da comunidade.
[19:59] <debora> Em paralelo, os discentes do Ensino Fundamental II, apresentavam grande defasagem na área do conhecimento de matemática, revelada por avaliações externas e internas.
[20:00] <debora> A ideia de desenvolver o projeto surgiu das reflexões acima, e de oportunizar o aluno a encontrar uma solução para o problema do lixo, através do uso reflexivo das tecnologias, propiciando sensibilização da reciclagem e da reutilização de materiais, exercitando o ensino de matemática na prática, ao transformar o lixo em robótica com sucata, usando as tecnologias como estratégia, ao reconhecer nela o poderoso instrumento par
[20:00] <debora> ofertado em forma de experimentação, através da mão na massa em busca da autoria e do protagonismo juvenil e da construção da sua própria aprendizagem.
[20:01] <debora> Os objetivos estabelecidos foram conceituar o ensino de matemática na prática, através de um detalhado diagnóstico, para verificar as dificuldades das turmas, oportunizando sensibilização dos alunos e dando voz a eles, para que pudessem esclarecer aos moradores da comunidade
[20:01] <debora> a importância de reciclar o material ao invés de descartar no córrego e ou as margens dele, associando o currículo ao desenvolver protótipos com funcionalidades especificas ao tirar esses materiais da rua e trazê-lo para dentro da sala de aula, transformando em objetos de aprendizagem, criatividade e inventividade.
[20:01] <debora> A ideia foi construir um fazer pedagógico que privilegiasse a dificuldades dos alunos mencionadas, e que beneficiasse o entendimento desse currículo na prática, promovendo a interdicisplinaridade através da criatividade e inventividade baseada em projetos, na investigação cientifica
[20:02] <debora> ao envolver as tecnologias para a construção de protótipos, de forma envolvente e significativa e que despertasse o protagonismo. Como reza a Base Nacional Comum Curricular em uma de suas competências “Utilizar Tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao comunicar, acessar e disseminar informações, produ
[20:02] <debora> O projeto foi estruturado em quatro pilares: sentir, imaginar, o problema, encontrando uma solução a ele fazer, aplicar solução através da reciclagem e construção de protótipos e compartilhar os aprendizados em feiras e exposições, extrapolando os tirocínios ao ocupar outros territórios educativos.
[20:03] <debora> Oferecer condições para que os alunos aprimorem as suas habilidades e competências ligadas ao currículo de matemática e ao uso das tecnologias. Sensibilizar e mobilizar os alunos para mudança de hábito referente ao lixo e a reciclagem.
[20:03] <debora> Capacitando-os para serem multiplicadores de boas práticas junto à comunidade. Introduzir e ampliar o conhecimento da matemática ao trabalho de robótica, elaborando construções robóticas, de maneira a realizar experimento, levantando e testando hipóteses, aguçando a curiosidade, trabalhando com resolução de problemas ao alavancar criatividade e inventividade com trabalho de equipe.
[20:05] <debora> E novamente me aprofundando de Parpet e Resnick
[20:05] <debora> Analogamente, ser digitalmente fluente não é apenas saber como usar ferramentas tecnológicas, mas também saber como construir coisas significativas com elas”
[20:06] <debora> Era necessário construir coisas significativas na escola, usando a tecnologia como uma estratégia de ensino.
[20:07] <debora> De forma a proporcionar interesse pelas aulas e pela construção da própria aprendizagem.
[20:07] <debora> Na sequência foi estruturar as etapas de trabalho.
[20:08] <debora> Onde o projeto foi realizado, junto às séries do 6º ao 8º ano, dentro da disciplina de Informática Educativa.
[20:08] <debora> Minha disciplina na PMSP.
[20:09] <debora> Vale dizer que é uma disciplina do currículo da PMSP, sem avaliações e conceitos, mas que existe para apoiar as áreas do conhecimento.
[20:09] <debora> E conceber a aprendizagem de uma forma diferenciada.
[20:10] <debora> Acredito muito que a tecnologia é uma propulsora a aprendizagem, quando a utilizamos contextualizada com a realidade dos discentes.
[20:10] <debora> Dessa forma foram realizada 6 etapas:
[20:11] <debora> 1º Etapa: Diagnóstico inicial, que consistiu em três etapas: observação, roda de conversa sobre o uso das tecnologias e a questão social do lixo, permitindo que eles se colocassem, para mediar essa conversa foi estabelecido um roteiro, realizado por mim e avaliação diagnóstica de matemática, para conhecer os conhecimentos prévios
[20:11] <debora> envolvendo questões norteadoras de matemática e aplicado através do google forms, de forma online, que permitiu que todos os alunos respondessem, gerando de maneira instantânea o resultado para conversa e próximos passos
[20:12] <debora> Dessa forma, realizarmos algumas aulas externas, pela comunidade, da Vila Babilônia, para que os alunos pudessem sentir e imaginar o problema. Fotografamos pontos críticos da comunidade e recolhemos materiais reciclados como: garrafa plástica, tampinhas, canudos, palitos, brinquedos quebrados, papelão, rolinhos, levamos estes materiais para a escola para que pudessem sentir e imaginar qual a intervenção poderia realizar
[20:12] <debora> Conversamos com moradores da comunidade, sensibilizando-os sobre a questão de descartar o lixo em lugar adequado e realizamos um ofício a Prefeitura Regional do Jabaquara para cuidar e zelar pelas áreas públicas necessitadas do bairro, utilizando carta formal e os conhecimentos de Língua Portuguesa
[20:12] <debora> exercendo, dessa forma, a cidadania através do uso social da língua. Elegemos um grupo de alunos para acompanhar as reivindicações junto ao poder público.
[20:12] <debora> Trabalhamos os conteúdos de ciências, ao estudar o meio ambiente, e o problema do lixo, os danos causados com alagamentos e doenças, pensando em soluções para melhorar essa situação, criando campanhas, e se apoiando ao uso dos canais de comunicação da escola e das redes sociais, além da conversa realizada pessoalmente.
[20:13] <debora> Enfatizamos as pessoas a importância dos 3R (reciclar, reutilizar e reciclar). Em geografia, trabalhamos a questão do córrego e também da mina de água existente, estudando o que é um lençol freático e os cuidados com a água e especificamente com a mina de água, já que ao visita-la, presenciamos uma grande quantidade de lixo ao entorno.
[20:13] <debora> Dessa forma, em cima de um problema social, consegui realizar o link com a realidade e trabalhar a interdisciplinariedade na prática
[20:14] <debora> ao transformar tudo isso em robótica livre
[20:14] <acris> (10 minutos)
[20:14] <debora> Não tendo a necessidade de utilizar kits especializados.
[20:15] <debora> A tecnologia é isso, ela é livre.
[20:15] <debora> 2ª Etapa: Consistiu em estimular e aguçar a criatividade dos alunos, trabalhando o currículo de matemática com os materiais arrecadados na comunidade, ao trabalhar o conceito de robótica com sucata.
[20:15] <debora> E baseado nessa experiência, Indaguei a eles o que era possível construir, provocando-os chegarem ao carrinho. O interessante desta atividade foi ver que nenhum carrinho ficou igual e ao finalizarem, foram imediatamente para o chão testar os protótipos.
[20:15] <debora> 3º etapa: Esta etapa iniciou com desafio, de aguçar os discentes a serem protagonistas, a fazerem os seus próprios protótipos, um dos princípios que orientou a sistematização e a operacionalização do projeto foi à crença no protagonismo dos alunos, elevando dessa forma a autoestima.
[20:16] <acris> ele tava falando comigo antes
[20:16] <debora> Participamos de feiras, apresentações, abrimos a portas das escolas, ganhei parceiros.
[20:16] <debora> O resultado foi a integração da escola e da comunidade.
[20:17] <debora> 4º etapa: Foi aprofundado com os alunos noções de elétrica, circuito aberto, circuito fechado para que eles pudessem ampliar os conhecimentos adquiridos e avançar na aprendizagem e que continuasse a desenvolver o protagonismo, ao iniciar a realizar trabalhos fora a escola, trazendo apenas para dúvidas nas aulas.
[20:17] <debora> 5º Etapa: Nessa etapa, foi aumentando os desafios na elaboração dos protótipos e das quatro operações matemáticas, envolvendo também sucata de eletrônicos como fonte de inspiração.
[20:18] <debora> 6º Etapa: Esta etapa foi uma retomada das anteriores para refletir e analisar os trabalhos realizados, e se aprofundar nos conhecimentos científicos, verificando como o projeto vem transformando a realidade e com as crianças conseguiram atingir os objetivos de matemática e também como podemos ampliar o trabalho.
[20:18] <debora> Realizamos novas aulas externas e fomos verificar a questão do lixo que reduziu, mas que ainda continua sendo descartado em local inapropriado, onde alunos resolveram fazer nova ação na escola, traduzindo em números a quantidade de material retirado da comunidade, convidando a população a refletir sobre esta questão.
[20:18] <acris> (5 minutos para terminar)
[20:19] <debora> O Resultado disso
[20:19] <debora> Ao colocar em prática a aprendizagem através da experimentação, os alunos puderam exercitar a criatividade, inventividade, autonomia, raciocínio lógico e capacidade de resolver problemas. O projeto proporcionou de maneira simples e acessível que a educação aconteça em diversas áreas do conhecimento. Em especifico, no caso da nossa comunidade, ajudou a dar voz a 600 alunos e a realizar conexões em trabalhos interdisciplinare
[20:19] <debora> reconheçam e assumam o seu lugar na sociedade, despertando para uma aprendizagem prática e desenvolvendo o pensamento cientifico crítico e criativo ao ocupar territórios educativos e espaços na sociedade.
[20:20] <debora> Esse ano participei da SXSWedu
[20:21] <debora> o maior evento de inovação e tecnologia que ocorre nos EUA.
[20:21] <debora> Onde o recado era claro.
[20:21] <debora> Ted Fujimoto, consultor em inovação na Educação, defendeu que é possível fazer grandes coisas com baixos recursos durante o painel Computer Sciences Best Practices (“Melhores práticas em ciência da computação”)
[20:21] <debora> É isso que acredito, que podemos fazer muito com pouco
[20:22] <debora> e abrir portas através da tecnologia, concebendo uma aprendizagem com experimentação e mão na massa.
[20:22] <debora> Muito obrigada.
[20:22] <acris> que lindo!
[20:23] <acris> Muito obrigada, Débora, seu trabalho é incrível! Quisera eu ter sido tua aluna sorriso
[20:23] <acris> por favor, guardem suas perguntas para o final.
[20:23] <debora> Muito obrigada, estou emocionada!
[20:23] <acris> Continuando, a professora Luciana Oliveira vai apresentar o trabalho " Formação de professores e o uso de softwares livres na Rádio Faced Web".
[20:23] <acris> LucianaOliveira: podemos começar?
[20:23] <LucianaOliveira> Sim!
[20:24] <acris> Pode começar, professora e agradeço, desde já, ter aceito compartilhar conosco sua experiência.
[20:24] <LucianaOliveira> Boa noite! Peço desculpas pelo atraso, mas aqui na Bahia não tem horário de verão, por isso ainda são 19:25!
[20:24] <acris> sorriso acontece
[20:25] <acris> nós invertemos a ordem, está tudo bem
[20:25] <LucianaOliveira> O presente texto versa sobre o uso de software livre na formação de professores.
[20:25] <LucianaOliveira> O objetivo geral é analisar o uso de softwares livres nos processos de formação de professores dentro da Rádio Faced Web e ÉduCANAL.
[20:25] <LucianaOliveira> Os objetivos específicos são: Destacar aspectos relevantes sobre o uso do software livre para a formação a educação; revelar as possibilidades das formações usando SL na Rádio Faced Web.
[20:26] <LucianaOliveira> Primeiro vou fazer uma introdução ao tema Software Livre:
[20:27] <LucianaOliveira> Na década de 1970, Richard Stallman tentou ter acesso ao código fonte para solucionar o problema enfrentando com um software de uma impressora, mas ele não conseguiu, com isso criou um código para essa impressora e colocou ele disponível na internet.
[20:27] <LucianaOliveira> Depois disso, ele criou a Free Software Foundation ou Fundação para o Software Livre (FSF), uma organização sem fins lucrativos, para garantir a liberdade de todos os usuários de computadores e defender os direitos de todos os usuários de software livre.
[20:28] <LucianaOliveira> O endereço dessa fundação é: http://www.fsf.org.
[20:28] <LucianaOliveira> Software livre (SL) é qualquer programa de computador que possui as liberdades de ser usado, estudado, copiado e redistribuído sem nenhuma restrição.
[20:29] <LucianaOliveira> O SL ou Free Software é geralmente licenciado como a licença General Public License (GPL) ou a Berkeley Software Distribution (BSD).
[20:29] <LucianaOliveira> Para ser livre, seu código-fonte deve ser disponibilizado para que desenvolvedores possam estudar e modificar os programas de acordo com as suas necessidades.
[20:29] <LucianaOliveira> Desenvolvedores desses softwares adotam a filosofia do trabalho em comunidade, pois acreditam que a construção do conhecimento deve ser de modo colaborativo e é por isso que eles promovem a abertura do código-fonte incentivando a troca de conhecimentos livres.
[20:30] <LucianaOliveira> Vejam como alguns autores fundamentam o SL:
[20:30] <LucianaOliveira> […] softwares livres que têm sua filosofia centrada na livre troca de conhecimentos e de pensamentos que podem tradicionalmente ser encontrada no campo científico. (GREVE, 2007)
[20:31] <LucianaOliveira> […] Tal como as ideias, os programas de computador não são tangíveis e podem ser copiados sem perda. A sua distribuição é a base de um processo de evolução que alimenta o desenvolvimento do pensamento. (GREVE, 2007)
[20:31] <LucianaOliveira> Nessa mesma linha:
[20:31] <LucianaOliveira> Brant fala que o software livre ''quebra a lógica da informação como mercadoria e desfaz a possibilidade de sua apropriação comercial'' (2008, p. 71).
[20:32] <LucianaOliveira> Então a pergunta é: qual a relação do SL com a educação?
[20:33] <LucianaOliveira> É necessário refletir sobre a educação contemporânea diante da perspectiva diferenciada de trato com o conhecimento defendida pelo SL.
[20:33] <LucianaOliveira> A filosofia, pautada na colaboração, alterar a lógica de transmissão e reprodução de conhecimentos da educação tradicional.
[20:34] <LucianaOliveira> Agora vou responder a pergunta que fiz:
[20:34] <LucianaOliveira> A apropriação da filosofia do SL pela educação pode ajudar na reformulação das práticas de ensino.
[20:34] <LucianaOliveira> Com isso, o professor passará a ser o “animador da inteligência coletiva dos grupos que estão a seu encargo” (LÉVY, 1999, p. 171).
[20:35] <LucianaOliveira> E os estudantes começam a expressar “o seu próprio pensamento e estabeleçam diálogo reflexivo recíproco para que, dessa forma, o conhecimento e cultura possam ser criados e recriados junto a cada indivíduo” (MALDANER, 2000, p. 30. Apud BOFF.).
[20:35] <LucianaOliveira> Esses softwares devem fazer parte de novas propostas contra hegemônica de educação, cuja finalidade será a participação ativa de professores e estudantes nos processos de construção do conhecimento e de tomada de decisão.
[20:36] <LucianaOliveira> Neste novo contexto, os sujeitos citados anteriormente “[...] saem da posição passiva de meros espectadores e consumidores de informação para tornarem-se ativos na produção de conhecimentos e culturas.” (ALMADA et. al., 2009, p. 9-10).
[20:36] <LucianaOliveira> Mas para que isso aconteça: “É necessário resgatar o papel dos professores enquanto protagonistas privilegiados desses processos educativos, demandando uma posição ativista dos mesmos.” (PRETTO, 2012, p.96).
[20:37] <LucianaOliveira> O professor precisa ter conhecimento de que em: “Num cenário em que a informação é cada vez mais abundante, fica evidente que a questão central não é a simples disponibilização da informação [...].” (BRANT, 2008, p. 71-72).
[20:37] <acris> (10 minutos)
[20:37] <LucianaOliveira> Ele precisa entender que seu papel é de “[...] facilitação de processos de aprendizagem em que a seleção e a organização da informação brigam contra um déficit de atenção...
[20:38] <LucianaOliveira> ...Nesse contexto, o professor se torna essencial como facilitador, animador ou mediador de processos. (BRANT, 2008, p. 71-72).
[20:38] <LucianaOliveira> Para que isso tudo se torne realidade, é necessário que o professor conheça a filosofia de trabalho coletivo proposto pelo software livre. E a partir daí comece a criar suas redes para se ajudarem colaborativamente em todos os aspectos.
[20:39] <LucianaOliveira> Atenção:
[20:39] <LucianaOliveira> É necessário e urgente construir a uma cultura de colaboração na educação.
[20:39] <LucianaOliveira> Agora, para fechar, vou apresentar dois casos de uso do SL na formação de professores: Rádio Faced Web e ÉduCANAL
[20:39] <LucianaOliveira> Primeiro é necessário apresentar a Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
[20:39] <LucianaOliveira> Possui 103 professores; 25 técnicos administrativos; 03 cursos de graduação: Pedagogia, Educação Física e Ciências Naturais; 01 programa de pós-gradução; 01 mestrado profissional; 23 grupos de pesquisa; 05 linhas; 13 atividades de extensão; forma 22 cursos de licenciatura.
[20:40] <LucianaOliveira> Com o objetivo de proporcionar autoria e colaboração na formação de professores, estudantes e técnicos, foram criados, dentro da Faced, os espaços Rádio Faced Web e ÉduCANAL.
[20:40] <LucianaOliveira> A Rádio Faced Web criada em 2005, como parte do projeto de pesquisa desenvolvido desde 2014 pelo GEC - Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias, esse recebe o nome de Do MEB à WEB: O Rádio na Educação. Coordenado pelo Prof. Nelson Pretto.
[20:41] <LucianaOliveira> O ÉduCANAL foi criado em meados de 2006, como um espaço de convergência entre a criatividade e tecnologias digitais. E vem se constituindo como espaço formativo ao qual se vinculam diversos projetos voltados à produção de conteúdo digital de modo colaborativo.
[20:41] <LucianaOliveira> Esse segundo projeto é um guarda-chuva que abriga, tanto a Rádio Faced Web, quanto outros diversos projetos de ensino, pesquisa e extensão da Faced.
[20:41] <LucianaOliveira> Para atender esse demanda, o ÉduCANAL possui uma infraestrutura tecnológica exclusiva para a produção de conteúdos de diversos gêneros como áudio, vídeo, animes, material artísticos impresso, artes digitais, etc.
[20:41] <LucianaOliveira> Tudo usando SL.
[20:42] <LucianaOliveira> Compõe essa estrutura: computadores para gravação, edição e produção de material audiovisual; Estúdio com isolamento acústico; Máquinas com sistema operacional livre; Gravadores; Chroma key; Mesas de som; Microfones; Câmeras filmadoras; Notebook, etc.
[20:42] <LucianaOliveira> As ações de ensino, pesquisa e extensão, tripé da universidade, dentro da Rádio Faced Web e ÉduCANAL, têm um ponto em comum, todas essas atividades convergem para a formação e todas usam softwares livres.
[20:42] <LucianaOliveira> A ideia é um espaço com o foco na formação de professores, estudantes e técnicos administrativos. Nesse espaço, busca-se a participação ativa desses sujeitos e preza por receber os interessados para produzirem de forma colaborativa.
[20:43] <LucianaOliveira> Mas a visão da Rádio como um espaço de formação não é consolidada na Faced, pois muitos discursos dentro da própria unidade de ensino consideram o espaço como um setor para a simples prestação de serviços.
[20:43] <LucianaOliveira> Como foi expostos, as demandas para serem atendidas por esses projetos são amplas. O fortalecimento deles depende do empenho de modo colaborativo de toda comunidade acadêmica.
[20:44] <LucianaOliveira> Agora vou fazer algumas considerações sobre os achados da minha pesquisa:
[20:44] <LucianaOliveira> É necessário pensar a educação de forma colaborativa e em redes. E a internet pode ser uma aliada nesse processo.
[20:44] <LucianaOliveira> Atuando em rede, uma ideia de um professor pode fortalecer a ideia do outro, assim o professor não precisa viver na tentativa de inventar novas práticas, mas sim aprimorar as existentes para o benefício seu e de seus pares.
[20:44] <LucianaOliveira> Além da troca de ideias, os produtos digitais produzidos também podem ser trocados, assim, a produção de um professor pode ser melhorado ou reinventado pelo outro.
[20:45] <LucianaOliveira> Agradeço ao convite! Mais uma vez peço desculpas, a todos e a todas, mas em especial a Débora e Ana!
[20:46] <LucianaOliveira> Débora, vou ler o seu trabalho! Pois quero aprender com vc!
[20:46] <acris> É isso que fazemos aqui, né, Luciana? Muito obrigada, Luciana, mais uma professora me fazendo querer ter 11 anos de novo, só pra ter o privilégio de uma aula assim, teria mudado pra melhor a minha vida.
[20:46] <debora> E eu com você! Parabéns!
[20:46] <LucianaOliveira> Obrigada!
[20:46] <acris> Daniervelin: você tira a moderação? Vamos abrir agora para perguntas, mas só por 15 minutos, pois atrasamos muito hoje, devido a problemas técnicos!
[20:47] <acris> vou começar com uma perguntona, aproveitando que a palestra da LucianaOliveira tá fresquinha, depois tenho uma pra ti, debora
[20:47] <acris> LucianaOliveira, já disse que adorei teu trabalho! Sabe, professor que usa software livre é um herói... e sempre gente muito do bem. Não tem como conseguir nenhuma vitória real no que diz respeito à sociedade, sem uma educação livre e aberta, sem a robótica livre da debora, sem o uso de softwares livres que você nos trouxe. Como é que a gente pode ter acesso a esses softwares pra produção de conteúdos de diversos gêneros como áudio, vídeo,
[20:47] <acris> animes, material artísticos impresso, artes digitais, etc.?? Seria muito legal criar um espaço para trocarmos informações a respeito e ajudar uns aos outros nesse uso. Tem, por exemplo, a wiki de softwares livres para educação do prof. Slomp, podíamos nos unir a ele para criar um fórum no qual os usuários desses softwares na educação pudessem compartilhar seus conhecimentos. Você tem ou conhece algo assim? Se não tem, que tal fazermos juntos?
[20:48] <acris> Pessoal, já está aberto para quem quiser perguntar ou comentar, ok?
[20:48] <LucianaOliveira> Pode responder já?
[20:49] <elaineteixeira> Muito bacana sua proposta e iniciativa, Luciana!
[20:49] <acris> sim
[20:49] <Heloisa> Renata, que competência querida... morri de inveja. Que vontade de estar junto, contribuir com a Poesia. Essa mesma, a da palavra que nos coloca em outro lugar, o da criatividade, inventividade, autonomia, raciocínio lógico e capacidade de resolver problemas. Sim porque, ser criativo é isso: ter a capacidade de resolver problemas. Vc já faz isso. Só estou puxando sardinha pra minha brasa – a da poesia. Tudo a ver. Trabalho redo
[20:49] <Daniervelin> Excelentes apresentações! Fico feliz de saber que há projetos tão interessantes por aí com uso de software livre
[20:50] <marinalda> que trabalhos bacanas, debora e LucianaOliveira! gostaria muito de ler, estão publicados?
[20:50] <Heloisa> E quem disse que não é possível ser inventivo com menos quando se tem gente inventiva e trabalhando no viés da potência e não da falta. Parabéns! Brilhante esse projeto.
[20:50] <Heloisa> Ah, minha nova frase pra ser materializada: “Ser digitalmente fluente não é apenas saber como usar ferramentas tecnológicas, mas também saber como construir coisas significativas com elas”
[20:50] <elaineteixeira> Incentivar e formar professores que usem software livres é de grande importância
[20:51] <debora> Só possuo publicações em revistas, posso encaminhar o material a vocês.
[20:51] <Daniervelin> adorei, Heloisa! Brilhante sua frase!
[20:51] <LucianaOliveira> Bom, essa é uma grande questão nossa, inclusive recebi sua pergunta na Campus Party-BA. Não temos reunido (tinhamos o Estúdio Livre) mas o meu grupo de pesquisa da UFBA aqui na Bahia está fazendo esse trabalho. www.gec.faced.ufba.br
[20:51] <debora> Gosto muito dessa frase, ela se tornou parte de mim!
[20:52] <LucianaOliveira> Marinalda, meu projeto está em desenvolvimento. Defenderei o mestrado em dezembro.
[20:52] <Maregito> Muito bom o trabalho!
[20:53] <AnaMatte> Vocês podiam passar pra gente a lista de referências?
[20:53] <debora> Claro!
[20:53] <Maregito> sonho com o dia em que a robótica começar a interagir com essas iniciativas
[20:54] <Maregito> altomatizando alguns processos ...
[20:54] <debora> Já estamos no caminho Maregito, aliás você é um exemplo disso.
[20:54] <AnaMatte> exato, debora
[20:54] <debora> Existe algum lugar que possamos encaminhar os materiais e as referências?
[20:54] <LucianaOliveira> AnaMatte, posso sim. Acris, devemos passar as referências por aqui?
[20:55] <Daniervelin> tenho a sorte de acompanhar um pouco do movimento da Robótica Livre. Acho que precisa ser mais difundida, especialmente na educação básica
[20:55] <AnaMatte> pode ser, LucianaOliveira
[20:55] <acris> debora, eu amei seu trabalho. O que mais me tocou foi a consciência em relação ao mundo ao redor, muito paulofreiriana, por sinal, essa sua ideia de que não basta levar o menino a ter consciência de seu papel sobre a reciclagem e outras questões de cidadania, mas que ele deve tornar-se um multiplicador dessas ideias. É genial! Você poderia nos dar o prazer de te ouvir falar mais sobre isso?
[20:55] <debora> Com certeza Daniervelin.
[20:55] <Maregito> Ainda focamos muito no fazer robôs, ..., ja pensou uma altomação que possa gerar musicas criadas através da captação de alguns sensores , que tocará online, e
[20:56] <AnaMatte> é o que eu estava pensando, Maregito
[20:56] <debora> Claro Cris!
[20:56] <Daniervelin> bacana a ideia, Maregito !
[20:57] <debora> O que eu quis construir com os alunos, foi transformar um problema real em currículo.
[20:57] <woodsonfc_> LucianaOliveira: parabéns por seu trabalho e fico feliz que tenha conseguido ser parte de um projeto que possui uma oficina tão equipada e com tantos recursos em S.L.
[20:57] <AnaMatte> eu vivo pensando em automatizar processos, mas com a meia duzia de tags html que conheço.. dá não. Precisamos nos unir
[20:57] <debora> E em cima disso, trazer as areas do conhecimento. As pessoas tem a falsa ideia para fazer robótica, é necessário um kit especializado e que não podemos fazer transformar.
[20:58] <debora> Fui muito criticada, muitos disseram que não estava fazendo robótica, até verem o resultado disso.
[20:58] <Maregito> Ana da pra fazer sim
[20:59] <debora> É necessário ir além, e usar as tecnologias abertas para construir de fato conhecimento significativo aos alunos.
[20:59] <LucianaOliveira> Obrigada, woodsonfc, mas é um sufoco manter tudo funcionando!
[20:59] <woodsonfc_> debora: concordo contigo quando diz que devemos ensinar resolvendo problemas e trazendo os meninos para pensá-los
[20:59] <debora> É isso, acho fundamental, eles passam por etapas.
[20:59] <LucianaOliveira> Isso, AnaMatte, precisamos nos unir! Essa é o ponto central do professor.
[21:00] <debora> é necessário sentir, imaginar, fazer e compartilhar.
[21:00] <debora> Pilares do software livre e tecnologias abertas.
[21:01] <debora> Fico feliz também da BNCC começar a trazer a tecnologia para sala de aula.
[21:01] <Heloisa> Essas críticas chegam sempre pra quem pensa fora da caixa e de maneira ampla, comprometida com o processo, o entorno, com a vida para além dos muros da escola e com foco no desenvolvimento humano. Ainda bem que vc não foi paralisada com essas coisas e seguiu.
[21:01] <LucianaOliveira> Isso mesmo, Debora, não cabe mais tradicionalismo!
[21:02] <acris> Pessoal, estamos terminando, vamos deixar a debora e a LucianaOliveira fazer uma última colocação?
[21:02] <acris> Antes, eu já aproveito para agradecer a cada um sua inestimável contribuição para esta bela noite de STIS e avisar que temos STIS toda última semana do mês, na quarta às 19:30. Apareçam. Se alguém não receber certificado, por favor entre em contato com secretaria@textolivre.org. Meninas, é com vocês
[21:02] <Heloisa> Desculpa, eu escrevi em cima da fala da Renata.
[21:02] <woodsonfc_> LucianaOliveira: deve ser mesmo difícil. Não deveria ser assim. Se está tão difícil, é porque não há recursos suficientes para realizar o projeto. Isso me entristesse como me incomoda ver meus alunos não renderem o que podem, não porque não se empenham, mas porque não posso me empenhar o suficiente para que eles possam aparecer e dar o seu melhor!
[21:03] <Daniervelin> debora: a BNCC menciona a robótica educacional? Você sabe me informar?
[21:03] <Daniervelin> li a parte de língua portuguesa, mas não sei das outras áreas
[21:03] <debora> Quero agradecer essa oportunidade de estar aqui, dizer que estou a disposição de todos para conversarmos e trocarmos experiências.
[21:04] <debora> Daniervelin a BNCC infelizmente ainda não faz menção ao currículo de tecnologias, mas a coloca como uma competência de ensino.
[21:04] <Daniervelin> humm, interessante
[21:04] <LucianaOliveira> Gente, agradecer! E convidar vcs para serem militantes do SL, das soluções abertas e defensores do conhecimento livre!
[21:05] <Daniervelin> ainda há muito a avançar, né?
[21:05] <LucianaOliveira> O link direto para os SL que falei: https://blog.ufba.br/gec/?page_id=2521
[21:05] <debora> Aqui na cidade de São Paulo, sim , robotica e programação fazem parte do currículo, mas ainda depende dos professores serem capacitados.
[21:05] <debora> Muito a avançar!
[21:05] <Heloisa> Parabéns Profª Debora e Profª Luciana. Belíssimas contribuições.
[21:05] <Daniervelin> obrigada, LucianaOliveira e debora ! Adorei participar das apresentações de hoje!
[21:05] <debora> Quero deixar meus contatos para conversarmos. 11 98103 8089
[21:06] <debora> deboradenisedias@hotmail.com
[21:06] <LucianaOliveira> Meu Telegram 71 99289-2929
[21:06] <debora> Muito obrigada, foi um prazer enorme estar com vocês!
[21:06] <LucianaOliveira> Meu email lucianaoliveira@ufba.br
[21:07] <debora> O meu também é telegram
[21:07] <LucianaOliveira> Melhor ainda, Debora!
[21:07] <debora> Com certeza! Livre!
[21:07] <acris> para contatar o stis: stis@textolivre.org. Meu telegram 31997568746.
[21:08] <acris> Vamos concluir com uma salva de palmas!? clap clap clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:08] <Maregito> clap clap clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:08] <pliniors> clap clap clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:08] <AnaMatte> clap clap clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:08] <AnaMatte> clap clap clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:08] <debora> clap clap clap clap clap clap clap
[21:08] <pliniors> clap clap clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:09] <Heloisa> clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:09] <marinalda> clap clap clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:09] <marinalda> clap clap clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:09] <Rosali> clapclap
[21:09] <LucianaOliveira> clap clap clap clap clap clap clap
[21:09] <Daniervelin> clap clap clap clap clap clap clap
[21:09] <woodsonfc_> Tentei colocar o telegram, mas meu celular estava refugando novos programas. Como não queria comprar outro pra colaborar com mais lixo, tentei resolver com esse mesmo. Porém, acho que cheguei num termo que posso agora instalar o telegram sem ele estourar sua memória!
[21:10] <AnaMatte> sorriso
[21:10] <woodsonfc_> clap clap clap clap clap clap clapclap clap clap clap clap clap clapclap clap clap clap clap clap clapclap clap clap clap clap clap clapclap clap clap clap clap clap clap
[21:10] <AnaMatte> boa noite, pessoal e até a próxima!
[21:10] <Maregito> Até!!!!
[21:10] <woodsonfc_> ATé
[21:10] <debora> Até! sorriso
[21:10] <elaineteixeira> boa noite!!
[21:10] <Daniervelin> boa noite!
[21:10] <Daniervelin> até!
[21:10] <woodsonfc_> Boa Noite
[21:10] <Rosali> Até
[21:10] <LucianaOliveira> Telegram vai pra o cartão de memória ou memória interna!
[21:11] <woodsonfc_> blz. Isso vai ajudar
[21:11] <acris> que dez, muito obrigada mesmo, debora e LucianaOliveira
[21:11] <woodsonfc_> obrigado LucianaOliveira
[21:11] <acris> woodsonfc_: nós teemos grupo no telegram, quando entrar me avisa
[21:11] <Maregito> Avisei aqui pros meus meninos que toda ultima querta do mês tem né isso?
[21:11] <debora> Obrigada a vocês!
[21:12] <Maregito> assim me disse o Danilo! sorriso
[21:12] <acris> isso mesmo, Maregito
[21:13] <woodsonfc_> blz acris
[21:13] <woodsonfc_> Instalarei esses dias
[21:13] <acris> joia. depois me escreve contando como anda você?
[21:14] <woodsonfc_> Tá, estou precisando conversar
[21:15] <Maregito> Abraço a todos!
[21:16] <Maregito> vou voltar para o trabalho, amanhã medio a mesa de Danilo, Rodrigo e Jocemar!
[21:16] <Maregito> Abraços!!!!
[21:20] <acris> valeu, Daniervelin e woodsonfc_! boa boite proces
[21:20] <acris> boite=noite

 

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10. Dezembro: Projetos Pedagógicos

cartaz STIS dezembro 2017

STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC

Adelma Andressa e Ana

Conferência dupla STIS

Dezembro-2017

Dia 6 de dezembro às 19:30 horas, na Sala de Conferências do STIS

 

UMA VISÃO PANORÂMICA DOS PROJETOS DE IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA DO ENSINO FUNDAMENTAL I REALIZADOS NA ESCOLA NAZLE JABUR, PASSOS /MG, NO ANO DE 2017

(Adelma L.O.S. Araújo (UFOP/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores)) 

(Andressa Cristina Santos (E.E. Nazle Jabur/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores) ) 

(Ana Cláudia dos Santos (E.E. Padre Paulo/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores)) 

Resumo: Nesta conferência relatamos o processo de implementação pedagógica de 5 projetos educacionais desenvolvidos no Ensino Fundamental I, na Escola Estadual Nazle Jabur, na cidade de Passos, Minas Gerais, em parceria com o Conversa entre Educadores, a UFOP e o STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec da FALE/POSLIN/UFMG. Nossos objetivos com o desenvolvimento destes projetos foram: (i) nortear os educadores em sua tarefa educativa para a formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade; (ii) formar educandos para respeitar as diversidades culturais, regionais, étnicas etc; (iii) motivar os alunos a conhecerem sua própria história e construção da sua identidade; (iv) promover a reflexão nos educadores sobre os objetivos propostos em cada projeto, por exemplo, como se trabalhar os conteúdos curriculares, levando-os à discussão sobre o encaminhamento de todas as etapas de cada atividade a ser desenvolvida instigando o professor a ter ciência de seu papel de educador, guia e pesquisador em sua sala de aula e, por fim, (v) apresentar os benefícios da avaliação longitudinal através dos resultados alcançados ao longo do desenvolvimento dos projetos. Nosso trabalho mostrou que a pedagogia de projetos permite a elaboração de estratégias específicas de intervenção em função das dificuldades apresentadas pelos alunos e que foram solucionadas durante a execução das etapas. Possibilitou também o estabelecimento de medidas objetivas de comparação entre os alunos, ou seja, a percepção por parte do educador de quem precisava de mais atenção para o desenvolvimento de cada fase. Observamos que o trabalho em grupo possibilitou a escolha de metodologias e orientações pedagógicas mistas em cada etapa e, ao final, permitiu-nos proporcionar um acompanhamento mais preciso quanto ao desenvolvimento escolar ao longo do ano de todos os alunos.

Palavras-chave: pedagogia de projetos, pesquisa-ação, colaboratividade, prática reflexiva.

 

JOVENS NO PARLAMENTO E PARLAMENTO PARA JOVENS: O USO DA ESCRITA SIGNIFICATIVA E COLABORATIVA NA PROPOSIÇÃO DE PROJETOS DE LEIS

(Adelma L.O.S. Araújo (UFOP/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores)) 

(Andressa Cristina Santos (E.E. Nazle Jabur/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores) ) 

(Ana Cláudia dos Santos (E.E. Padre Paulo/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores))

Resumo: Este artigo discorre sobre a inserção na sala de aula do gênero textual Projeto de Lei. Objetivamos levar ao debate o papel da escrita como instrumento de ação e cidadania; instigar os alunos a refletirem sobre problemas sociais locais que os impactaram, (re)direcionando o protagonismo das ações aos estudantes. A proposta dialoga com os PCNs de Língua Portuguesa por permitir o entendimento das razões sociais da escrita, atribuindo-lhe sentido, assim como as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio – DCNEM (1998) que direcionam um ensino pautado no protagonismo e no reconhecimento dos direitos humanos. Este trabalho segue o viés da pesquisa-ação de Thiolent (1985, 1997) que dá voz a professores e alunos apontando que a construção do conhecimento acontece por meio do empoderamento, da colaboratividade, da autonomia de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Para a compreensão do papel de cada um destes atores sociais convidamos três parlamentares jovens, uma jovem embaixadora e um parlamentar municipal para partilharem suas experiências com alunos do Ensino Médio. A partir desta ação, debates e discussões foram intensificados e um estudo sobre o poder regulador das leis, bem como sua significância para a sociedade, ganhou o âmbito escolar. Foram submetidos à seleção do Parlamento Jovem de Minas Gerais, 11 projetos, representando as duas escolas envolvidas no processo ensino-aprendizagem. Ao compreender a linguagem e fazer uso dela, torna-se possível um posicionamento crítico dos alunos diante do problema do outro para que se sintam sensibilizados e predispostos a mudanças e percebam que toda linguagem é política.

Palavras-chave: Escrita Significativa, Projeto de Lei, Língua Portuguesa, Parlamento Jovem.

10.1. registro dezembro

Registro da Conferência em chat escrito, de 6 de dezembro de 2017:

 

UMA VISÃO PANORÂMICA DOS PROJETOS DE IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA DO ENSINO FUNDAMENTAL I REALIZADOS NA ESCOLA NAZLE JABUR, PASSOS /MG, NO ANO DE 2017

(Adelma L.O.S. Araújo (UFOP/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores)) 

(Andressa Cristina Santos (E.E. Nazle Jabur/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores) ) 

(Ana Cláudia dos Santos (E.E. Padre Paulo/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores))

 

JOVENS NO PARLAMENTO E PARLAMENTO PARA JOVENS: O USO DA ESCRITA SIGNIFICATIVA E COLABORATIVA NA PROPOSIÇÃO DE PROJETOS DE LEIS

(Adelma L.O.S. Araújo (UFOP/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores)) 

(Andressa Cristina Santos (E.E. Nazle Jabur/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores) ) 

(Ana Cláudia dos Santos (E.E. Padre Paulo/STIS/UFMG/ Conversa entre Educadores))

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[19:30] <adelmaa> Boa noite a todos e todas!
[19:30] <adelmaa> É sempre uma honra recebê-los, participantes e palestrantes conferencistas , em cada evento STIS.
[19:30] <adelmaa> O STIS, coordenado pela profa Drª Adelma L.O.S Araújo, é um dos braços do Projeto "Polvo" Texto Livre do CNPq. Caracteriza-
[19:30] <adelmaa> se como um programa de conferência que é realizado na penúltima semana de casa dos meses de março a junho e de agosto a novembro
[19:30] <adelmaa> Ao longo deste quatro anos de vida o STIS tem congregado pesquisadores do Brasil e do exterior em torno do tema
[19:31] <adelmaa> educação livre, democrática, igualitária, com o desejo de ser acessível a todos.
[19:31] <adelmaa> O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa POLVO denominado TEXTO LIVRE do CNPq,
[19:31] <adelmaa> coordenado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[19:31] <adelmaa> Ao longo desta caminhada o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior.
[19:31] <adelmaa> Na verdade, nós do grupo STIS, temos muito que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 24 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores
[19:31] <adelmaa> tais como Carla Viana Coscarelli (UFMG), Luiz Tatit (USP), Maria Lucia Castanheira (FAE/UFMG), Almeida Filho (UNB), dentre outros nomes do Brasil e do exterior como
[19:31] <adelmaa> o Brian Street (Kings College/Londres), Luis Gonçalves (Universidade da Pensilvânia) e o Júlio Paz (Argentina).
[19:31] <adelmaa> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP / Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em
[19:31] <adelmaa> Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidado do Prof. Marcelo Buzzato.
[19:32] <adelmaa> Já somos até tema de tese de doutorado do Prof Dr Calos Henriques Silva de Castro.
[19:32] <adelmaa> Também contamos com a colaboração de todos os conferencistas convidados que nos deram a honra de sua presença como agentes divulgadores, além da força e colaboração na divulgação realizada pelos nossos participantes.
[19:32] <adelmaa> Para que todo este projeto seja realizado eficientemente, mês a mês, e chegue até vocês conferências relevantes para sua formação cultural, intelectual e acadêmica o STIS
[19:32] <adelmaa> conta com Comissão Organizadora com um espírito de colaboratividade formada por
[19:32] <adelmaa> Ana Cristina Fricke Matte - Coordenadora Geral do Projeto Texto Livre Adelma Lúcia de Oliveira Silva Araújo - Coordenação Geral do Projeto STIS dentre outros membros.
[19:32] <adelmaa> Hoje o STIS tem a honra de receber como conferencistas a prfa[ Dra Adelma Lucia de Oliveira Silva Araújo Possui Licenciatura em Letras - Língua Inglesa - pela Universidade Federal de Ouro
[19:32] <adelmaa> Preto (UFOP/2002), Mestrado em Estudo Linguísticos - Estrutura Sonora da Linguagem pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/2006) e Doutorado em Linguística Aplicada
[19:32] <adelmaa> Linguagem e Tecnologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/2014). É professora e orientadora contratada do curso de pós-graduação - Especialização em Mídias na Educação
[19:33] <adelmaa> de pesquisa Recursos Educacionais Abertos para Leitura e Produção de Textos nas Licenciaturas (REALPTL) da UFTM, financiado pelo CNPq. Desde 2012 coordena o Projeto STIS
[19:33] <adelmaa> Seminários Teóricos Interdisciplinares em Semiótica: http://www.lingtec.org/stis/. È coordenadora de um projeto interinstitucional de telecolaboração de conversação bilíngue
[19:33] <adelmaa> com a Universidade de Princeton USA desde agosto de 2017. Tem experiência nas seguintes áreas: Fonética e Fonologia; Alfabetização e letramento; Educação
[19:33] <adelmaa> de Jovens e Adultos; Letramento Digital, Presencial e a Distância e Formação de professores nas Novas Tecnologias Comunicação e Informação (TICS). Desde janeiro de 2017 é cocsultora
[19:33] <adelmaa> educacional das Escolas estaduais Nazle Jabur em Passo e escola Estadual padre Paulo em santo Antônio do Monte,ambas cidades de Minas Gerais. Administra a página Conversa entre
[19:33] <adelmaa> Educadores e o grupo fechado Conversa entre Educadores - projetos colaborativos desde março de 2017. Tem experiência na área de Formação de Professores, em Ensino de Língua
[19:33] <adelmaa> Portuguesa para falantes de outras línguas.
[19:34] <adelmaa> Nossa segunda convidada é a profª Esp Andressa Santos, E.E. Nazle Jabur, em Passos/MG., e a profª Esp Andrea Bonequini, E. E. Dr. Tancredo de Almeida , da cidade de Passos.
[19:34] <adelmaa> A profª Andressa Cristina Santos Graduada em Pedagogia, pela Fundação de Ensino Superior de Passos, em 2011. Especialista em Direito Educacional
[19:34] <adelmaa> pelo Centro Universitário Claretiano (2012); em Supervisão, Orientação e Inspeção Escolar pela Sociedade Educacional de Santa Catarina (2014); e em
[19:34] <adelmaa> Mídias na Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto (2014/2015). Trabalha como orientadora e professora alfabetizadora na Escola Estadual
[19:34] <adelmaa> Nazle Jabur, na cidade de Passos/MG. Nossa terceira conferencista é e a professora especialista Ana Claudia Santos, tem graduação em Letras pelo Centro Universitário de
[19:34] <adelmaa> Formiga, FUOM, Brasil. É especialista em Gestão, Inspeção e Supervisão Escolar pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC Minas, Brasil e em Literatura Fundação Educacional
[19:35] <adelmaa> da Região dos Lagos, Ferlagos, Brasil. E agora está cursando o mestrado em EDUCAÇÃO, CULTURA E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS. Foi Educadora Nota 10 da Fundação Vitor Civita no ano
[19:35] <adelmaa> de 2014 com o trabalho que hoje vocês tem a oportunidade de conhecer. Gostaria de agradecer ,em nome do STIS, aos dois conferencistas convidados pelo honra de suas presenças em nosso evento. O STIS se engrandece ao trazer ao centro de nossa sala
[19:35] <adelmaa> virtual dois educadores que se colocam no cenário educacional brasileiro como jovens referências a serem seguidas pelo trabalho sério e relevante que desenvolvem.
[19:35] <adelmaa> De antemão, nosso muito obrigada!
[19:35] <adelmaa> Dou agora boas vindas à diretora geral do projeto Texto Livre e hoje nos auxiliando com a moderação a do STIS de encerramento do ano de 2017 a Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte.
[19:36] <adelmaa> A profª Drª Ana Cristina moderará estas conferências e antes dela passar à palavra as nossas conferencistas convidados ela explicará, de forma pormenorizada, o funcionamento de um evento online como o do STIS para os que participam pela primeira vez de nosso evento.
[19:36] <adelmaa> Profa Ana Cristina, por gentileza!
[19:36] <acris> boa noite, adelmaa, boa noite a todos
[19:36] <adelmaa> A primeira que apresntará será aprofessora Ana Cláudia,ok!
[19:36] <acris> nós teremos uma conferência com duas conferencistas
[19:37] <acris> são 3, adelmaa?
[19:37] <acris> bem, a sala já está moderada
[19:37] <adelmaa> elas apresntarão Ana.
[19:37] <acris> durante o tempo das apresentações
[19:37] <acris> somente as conferencistas tem voz
[19:37] <acris> tudo que o público escrever não chegará a nós
[19:37] <acris> mas
[19:37] <acris> no final
[19:37] <adelmaa> primeiro a Profa Ana Claúdia e depois a profa Andressa,ok?
[19:38] <acris> abrimos para as perguntas e todos
[19:38] <acris> poderão falar
[19:38] <acris> certo
[19:38] <acris> prof.a Ana_, por gentileza, você tem 30 minutos
[19:38] <acris> teste o microfone, está funcionando? piscando
[19:39] <acris> prof.a Ana_?
[19:39] <Ana_> Boa noite!!!
[19:39] <acris> boa noite :D
[19:39] <Ana_> Boa noite a todos! É uma honra e prazer ter a oportunidade de construir com vocês conhecimentos, relatando experiências vivenciadas em sala de aula. É uma enorme satisfação também ser conferencista deste evento ao lado de educadoras Profª Draª Adelma Lúcia de Oliveira Silva Araújo e Profª Andressa Cristina Santos que nos acompanham pelo chat.
[19:40] <Ana_> gostaria de agradecer formalmente a todos que fazem acontecer o projeto STIS de conferências, especialmente a Profª Draª Adelma Lúcia de Oliveira Silva Araújo. Obrigada pela confiança e pela parceria!
[19:40] <Ana_> É uma honra fazer parte do grupo
[19:40] <Ana_> Nossa conferência discorrerá sobre a inserção na sala de aula do gênero textual Projeto de Lei. Objetivamos levar ao debate o papel da escrita como instrumento de ação e cidadania; instigar os alunos a refletirem sobre problemas sociais locais que os impactaram, (re)direcionando o protagonismo das ações aos estudantes.
[19:41] <Ana_> A ideia surgiu a partir de um trabalho voluntário feito pelas três autoras de implementação pedagógica de projetos em turmas do ensino médio em escolas públicas mineiras nas quais duas docentes estão diretamente envolvidas: uma na escola Nazle Jabur (Passos) e a outra na escol Padre Paulo (Santo Antônio do Monte) e, através de videoconferência, a Profª Drª. Adelma Araújo.
[19:42] <Ana_> Para que possam ter acesso aos slides
[19:43] <Ana_> utilizem o código adelma
[19:43] <Ana_> E acompanhem, por gentileza, o slide nº 2
[19:44] <Ana_> Este trabalho segue o viés da pesquisa-ação de Thilolent (1985, 1997) que dá voz a professores e alunos apontando que a construção do conhecimento acontece por meio do empoderamento, da colaboratividade, da autonomia de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
[19:44] <Ana_> Vejam o slide de nº 3.
[19:45] <Ana_> Para a compreensão do papel de cada um destes atores sociais convidamos três parlamentares jovens, uma jovem embaixadora e um parlamentar municipal para partilharem suas experiências com alunos do Ensino Médio.
[19:45] <Ana_> Observem o slide de nº4
[19:46] <Ana_> Ao inserir a proposta de trabalho sobre gênero textual Projeto de Lei na sala de aula, buscamos trabalhar a língua portuguesa a partir do seu uso prático
[19:46] <Ana_> validar o conceito de linguagem e buscar soluções para os problemas enfrentados pela comunidade assistida pela escola, levando os alunos a uma reflexão crítica e consciente, para que pudessem, de maneira autônoma
[19:46] <Ana_> agir politica e eticamente no meio onde estão inseridos.
[19:47] <Ana_> Acompanhem, por gentileza, o slide nº 5.
[19:47] <Ana_> Para que as ações se efetivassem, mapeamos as situações-problema, através de um diagnóstico;
[19:48] <Ana_> traçamos metas partindo de um estudo teórico e os alunos descortinaram a escrita jurídica ao redigir projetos de leis usando a língua portuguesa para fins reais.
[19:48] <Ana_> Vejam os objetivos do PJB no slide nº 6
[19:49] <Ana_> Discutimos a importância do discurso e da ação social que dão vida à língua, bem como os processos que a constituem,
[19:49] <Ana_> sejam eles históricos ou sociais, representando a visão de mundo e de seus produtores, buscando sempre fundamentos teóricos, citados no slide nº 7
[19:50] <Ana_> Os jovens protagonistas estão sempre alimentando as suas questões a partir do que conseguem retirar do real e devolver a ele,
[19:50] <Ana_> potencializam o domínio da linguagem como condição necessária para que o homem tenha oportunidade de participar plenamente na sociedade,
[19:51] <Ana_> mediar valores ideológicos e culturais, um efetivo exercício de cidadania.
[19:51] <Ana_> Observem como se deu a interação acompanhando o slide nº 8
[19:52] <Ana_> A proposta de trabalho do Parlamento Jovem Brasileiro (PJB) foi apresentada pela coordenadora Geral do Projeto Interinstitucional e administradora e criadora do Conversa entre Educadores, profª Adelma Araújo,
[19:52] <Ana_> à orientadora educacional da E.E. Nazle Jabur, profª Andressa Santos, também administradora do Conversa entre Educadores.
[19:53] <Ana_> A supervisora da escola Nazle Jabur levou a proposta de formalização da parceria à direção da escola
[19:53] <Ana_> que já havia colocado um roteiro de trabalho foi elaborado pelas duas professoras contando com a participação direta da diretora e supervisora pedagógica.
[19:54] <Ana_> A orientadora in loco Andressa apresentou a proposta para todos os alunos do Ensino Médio, totalizando nove turmas.
[19:54] <Ana_> Os alunos tiveram liberdade para escolher participar do Nesse início, os alunos do 1º ano do Ensino Médio também se integraram ao projeto, pois no edital da seleção do PJB eles não estavam contemplados.
[19:55] <Ana_> Para quem começou a participar agora,
[19:55] <Ana_> o código dos slides é adelma
[19:55] <Ana_> Sigam para o slide nº 9
[19:56] <Ana_> Na etapa seguinte, a profª Adelma, convidou três parlamentares jovens de 2016 (Mariana Carolina Rezende, de Guaxupé-MG, Bruno Augusto Bowmer Coutinho, do Rio de Janeiro-RJ
[19:56] <Ana_> e Darlan Paulino Paulino da Silva Filho, de Boa Vista-RR) e um parlamentar estadual (Hiury Évines de Souza Lucena, de Santa Luzia-PB),
[19:56] <Ana_> para partilharem suas experiências legislativas com os alunos do Ensino Médio da escola Nazle Jabur
[19:57] <Ana_> Primeiramente, uma videoconferência foi organizada para apresentação da proposta do PJB e também para partilhar informações e trabalhos realizados pelos jovens parlamentares.
[19:57] <Ana_> Os alunos da escola Nazle Jabur também puderam fazer perguntas e tirar dúvidas a respeito do PJB.
[19:57] <Ana_> Acompanhem a descrição nos slides nº 10, 11, 12 e 13
[19:58] <Ana_> No dia 14 de agosto, foi divulgado pela Câmara dos Deputados o resultado da seleção final. Dos trabalhos mineiros, os trabalhos dos alunos da Nazle Jabur ficaram em 9º, 10º e 23º lugares.
[19:58] <Ana_> Confirmem a classificação no slide nº 14
[19:59] <Ana_> Nossa proposta é estreitar os laços entre o legislativo e as escolas, promovendo o diálogo entre os vereadores e a juventude.
[19:59] <Ana_> Sigam para os slides 15 e 16
[20:00] <Ana_> O projeto alcançou repercussão na mídia, o que pode ser observado no slide 18
[20:01] <Ana_> O desenvolvimento do projeto Jovem no Parlamento na Escola Estadual Padre Paulo esteve pautado no protagonismo juvenil
[20:01] <Ana_> como forma de fomentar a participação e a responsabilidade social dos jovens estudantes da terceira série do ensino médio.
[20:01] <Ana_> Inicialmente, foi feito junto aos alunos um diagnóstico dos principais problemas enfrentados pela comunidade onde estão inseridos,
[20:02] <Ana_> destacando-se a possibilidade real de ações possíveis que contribuíssem de forma significativa nos processos decisórios para transformações sociais.
[20:02] <Ana_> Nesta etapa, foi importante mostrar aos educandos que os valores ético-morais, a formação cidadã,
[20:02] <Ana_> a instrução, a informação e a formação são elementos primordiais para transformar a realidade circundante,
[20:02] <Ana_> impulsionar, assim, a inovação e a transformação do espaço.
[20:02] <Ana_> Na sequência, estudou-se o gênero de texto projeto de lei,
[20:03] <Ana_> a importância de se reconhecer o valor da escrita, bem como seu funcionamento nas diversas situações em que seu uso se faz necessário.
[20:03] <Ana_> Ao ser confrontado com a própria realidade e as práticas de linguagem,
[20:03] <Ana_> cada um dos alunos envolvidos foi levado a uma reflexão sobre o contexto onde estão inseridos e a possibilidade de transformá-lo.
[20:03] <Ana_> Acompanhem as etapas de desenvolvimento nos slides 19, 20 e 21
[20:04] <Ana_> O vereador Ocimar Santos, que acompanhou o desenvolvimento das atividades,
[20:04] <Ana_> levou para apreciação e aprovação da câmara municipal de Santo Antônio do Monte o projeto Câmara Jovem.
[20:05] <Ana_> Vejam os slides 22 e 23
[20:05] <Ana_> A Escola Estadual Padre Paulo apresentou dezoito candidatos, sendo eleitos 05 titulares e 07 suplentes.
[20:05] <Ana_> A posse ocorreu em outubro e, segundo a proposta do vereador, os jovens serão impulsionados a ações positivas na sociedade
[20:05] <Ana_> para que se voltem a uma prática que vise ao bem comum e sejam mais sensíveis à pluralidade social.
[20:06] <Ana_> Confiram no slide 24
[20:06] <Ana_> As ações dos alunos, vereadores mirins, seguem um ritmo que redimensiona o contexto do protagonismo juvenil,
[20:07] <Ana_> estão preparando um bazar solidário cuja renda será revertida para um abrigo da cidade.
[20:07] <Ana_> Organizam, ainda, uma feira de livros.
[20:08] <Ana_> Produzir, escrever e articular saberes através da linguagem é o meio pelo qual o ser humano consegue expressar-se,
[20:08] <acris> (5 min)
[20:08] <Ana_> certo
[20:08] <Ana_> defender suas ideias, enfim interagir com o outro.
[20:08] <Ana_> Observem as conclusões no slide 25
[20:09] <Ana_> Obrigada, Ana e demais presentes!!!
[20:09] <acris> obrigada, profa Ana
[20:10] <Ana_> Estou à disposição.
[20:10] <acris> Podemos passar a palavra agora à prof. Andressa?
[20:10] <Ana_> Sim, podemos!
[20:10] <Andressa> Pode sim!
[20:10] <acris> são 30 minutos de apresentação e, aviso aos presentes, ainda estamos com a sala moderada
[20:10] <acris> abriremos para perguntas no final
[20:10] <acris> obrigada, prof.a Andressa, fique à vontade
[20:11] <Andressa> Posso começar?
[20:11] <Andressa> ok!
[20:11] <Andressa> Boa noite a todos e todas, Sentimo-nos honradas em poder apresentar para vocês um pouco de nosso caminhar este ano na escola Estadual Nazle Jabur, Passos/MG, nosso campo de intervenção.
[20:12] <Andressa> São projetos desenvolvidos sob a coordenação geral da profª Adelma e a minha coordenação in loco. Ao todo foram 16 projetos implementados.
[20:12] <Andressa> Mas por serem imensos, resolvemos mostrar a vocês os trabalho do ensino fundamenta I, do 1º ao 5º ano.
[20:12] <Andressa> Para que possam ter acesso aos slides, utilizem o código “trio”, no canto superior direito da tela.
[20:13] <Andressa> A Escola Estadual “Nazle Jabur” fica localizada na periferia da cidade de Passos. E mesmo diante das dificuldades sociais existentes na comunidade, a referida escola é tida como escola modelo.
[20:13] <Andressa> À frente da direção escolar está Maria de Lourdes Martins, uma professora que conhece toda a comunidade e está há 16 anos dirigindo a escola.
[20:13] <Andressa> Ela conta com o apoio de mais três vice-diretores: Edna Neves, Fátima Andrade e Rita Kneib.
[20:14] <Andressa> Essa equipe sempre busca realizar uma parceria com a Comunidade, colocando a equipe pedagógica à disposição para o diálogo e as portas da escola abertas para a participação.
[20:14] <Andressa> A escola conta atualmente com aproximadamente 1400 alunos, distribuídos em três turnos: matutino, vespertino e noturno.
[20:14] <Andressa> São 21 salas de aula para atender a demanda. A escola ainda possui uma sala de informática com 24 computadores com acesso a internet; 01 biblioteca com bom acervo de livros e alguns DVS; 01 sala ampla para secretaria, onde há uma sala para arquivo morto; 01 Sala de Recursos (atendimento especializado) e outros.
[20:15] <Andressa> São cerca de 90 professores vinculados ao quadro docente da escola
[20:15] <Andressa> Pois bem, agora que vocês já conhecem a escola e sua infraestrutura iremos relatar um pouco da história dos projetos.
[20:15] <Andressa> Em 2015 fiz o curso de especialização Mídias na educação da UFOP e tive como orientadora a profa Adelma Araújo.
[20:15] <Andressa> Durante o trabalho de implementação pedagógica desenvolvi um projeto de reconto infantil a partir da história do Patinho Feio, de Hans Christian Andersen, tendo como produto final um livro impresso , um livro em braille e um audiobook gravado com as vozes das crianças da turma
[20:16] <Andressa> e encaminhados a institutos de cegos da região. No ano seguinte, perguntei à profa Adelma se ela poderia continuar a parceria
[20:16] <Andressa> me orientando no trabalho que gostaria de replicar. Parceria firmada, desta vez acrescentei ao trabalho anterior por sugestão da prof Adelma a participação efetiva de pais e professores da escola.
[20:16] <Andressa> Este trabalho assim como o anterior foi tão existo que saiu da escola e chegou as páginas de jornais revistas e rádios com publicações sobre o trabalho realizados pelos alunos da Nazle Jabur sob a regência da profa Andressa.
[20:16] <Andressa> Inclusive, nesse ano de 2017, o trabalho foi destaque mineiro no prêmio Professores do Brasil.
[20:17] <Andressa> Com este impacto causada nas mídias sociais a diretora da escola convidou a profa Adelma para coordenar projetos em todas as salas de aulas da escola.
[20:17] <Andressa> A professora Adelma ficou na coordenação geral dos projetos (a distância) e eu na cooordenação (in loco) durante o ano de 2017.
[20:17] <Andressa> Iniciaremos relatando o passo a passo de como começou o trabalho de todas as turmas e depois descreveremos as etapas dos projetos:
[20:18] <Andressa> Para melhor compreensão de todos, dividimos o processo de implementação em etapas.
[20:18] <Andressa> A 1ª Etapa caracterizou-se pela proposição dos projetos, por série, realizadas pelas professoras Adelma Araújo.
[20:18] <Andressa> Propusemos inicialmente a todo(a)s o(a)s professoras que fizessem replicação de projetos já realizados em outras escolas do Brasil,
[20:18] <Andressa> começando é claro com os trabalhos desenvolvidos pela duas professoras da escola que já conheciam o passo a passo de um projeto desta magnitude.
[20:19] <Andressa> Sabíamos que se fizéssemos muitas exigências os professores poderiam , a princípio se sentirem pressionados e desistiriam de nossa proposta.
[20:19] <Andressa> 2ª etapa: caracterizou-se pela apresentação geral dos projetos para professores e especialistas com reunião em grupo.
[20:19] <Andressa> Nesta reunião me reuni, falando em nome da direção geral da escola e da coordenação geral dos projetos, para apresentar aos professores do 1º ao 5º ano, especialistas, professora de biblioteca e professora de apoio uma proposta de implementação de projetos
[20:20] <Andressa> Desta forma, há na escola uma ampliação do desenvolvimento de projetos pedagógicos visando (i) oportunizar uma aproximação escola-comunidade iniciada com o meu TCC, que abriu a instituição às parcerias;
[20:20] <Andressa> (ii) motivar nosso aluno a assumir seu papel de protagonista no processo ensino-aprendizagem e (iii) fazer da escola um espaço de troca efetiva de saberes.
[20:20] <Andressa> As orientações foram feitas via whatsaap e videoconferência e foram exitosos.
[20:20] <Andressa> In loco, eu fiquei responsável por acompanhar todos os projetos desde a sua implantação, desenvolvimento e conclusão.
[20:20] <Andressa> Vejam falas dos professores no início das implementações dos projetos:
[20:21] <Andressa> a princípio ficamos apreensivas quanto ao desenvolvimento do projeto, pois a insegurança e até mesmo a correria do dia-a-dia para “vencermos” o cronograma do conteúdo nos deixavam preocupadas.
[20:21] <Andressa> No entanto, ao conhecermos o projeto percebemos que todos as ideias postas em prática ajudariam muito no desenvolvimento da criança pela sua forma interdisciplinar quanto na mudança de prática pedagógica do professor
[20:21] <Andressa> E ter a Andressa, já experiente ao lado dos professores não só transmitiria experiência como motivação para aceitar esta nova jornada de trabalho.
[20:21] <Andressa> A 3º etapa caracterizoiu-se pela realização da videoconferência entre os professores, eu (Coordenação presencial) e profa Adelma Araújo (consultoria e coordenadoria a distância).
[20:22] <Andressa> Eu expliquei, de forma, amiúde, o passo a passo da implementação de um projeto pedagógico. Em seguida, uniu-se ao grupo via skype a profa Adelma Araújo.
[20:22] <Andressa> Fez uso da palavra explicando o peso de um projeto desta natureza ser desenvolvido na escola, discorreu sobre as vantagens de se trabalhar temas que estão propostos para empoderar as crianças e instigá-los a serem sujeitos autônomos.
[20:22] <Andressa> Outra grande vantagem de um projeto desta natureza é o de aproximar os pais como parceiros do aprendizado do filho.
[20:22] <Andressa> 4ª etapa: Apresentação do projeto aos alunos
[20:22] <Andressa> Cada professor usou de autonomia para instigar seus alunos a participar das etapas do projeto.
[20:23] <Andressa> De forma geral, os professores avaliaram que os alunos se sentiram motivados a realizar os projetos, pois a maioria não haviam realizado trabalhos nessa magnitude.
[20:23] <Andressa> Dessa fase em diante, cada turma seguiu etapas distintas, que serão descritas abaixo:
[20:23] <Andressa> Iniciemos com as turmas de 1º ano do Ensino Fundamental:
[20:23] <Andressa> Projeto “Identidade” – turmas de 1º ano do Ensino Fundamental Replicação do Projeto “Eu sou assim”, da Profª Mônica Gaudêncio, do estado de São Paulo;
[20:23] <Andressa> Objetivo: Favorecer a construção histórico-identitária da criança, do seu núcleo familiar e Comunitário;
[20:23] <Andressa> Projeto Interdisciplinar.
[20:24] <Andressa> Atividades: Nome e Sobrenome; Certidão de Nascimento e Autorretrato; Gostos e Preferências;
[20:24] <Andressa> Hábitos de higiene; Fases do desenvolvimento do ser humano; Família/ Árvore genealógica;
[20:24] <Andressa> Cidadania/ Direito das crianças; Escola/ Comunidade/ Cidade; PRODUTO FINAL: Livro impresso
[20:24] <Andressa> Vejam fotos nos slides 12 e 13
[20:24] <Andressa> Projeto “Valorização da pessoa idosa” – turmas de 2º ano do Ensino Fundamental
[20:24] <Andressa> Projeto autoral;
[20:25] <Andressa> Objetivo: Resgatar e valorizar a cultura popular para discussão da função do idoso na família e na sociedade;
[20:25] <Andressa> Conteúdos trabalhados: Língua Portuguesa, Ciências, História, Geografia, Artes.
[20:25] <Andressa> Atividades: Confecção de cartazes a partir de estudos de vídeos; Estatuto do idoso;
[20:25] <Andressa> Baú dos objetos antigos/ História: O baú secreto da vovó; Mural de recordações;
[20:25] <Andressa> Atividade física com idosos da Comunidade e café coletivo; Entrevista com idoso na sala de aula;
[20:25] <Andressa> Utilização de pesos (simuladores) durantes as aulas (pelos alunos) e em casa (pelos pais).
[20:25] <Andressa> Cada turma seguiu um viés diferente, dentro da proposta de resgate da cultura popular através da valorização do idoso:
[20:26] <Andressa> Resgate das brincadeiras antigas. Resgate das músicas antigas. Resgate das receitas com plantas medicinais.
[20:26] <Andressa> PRODUTOS FINAIS: livros de brincadeiras, músicas e receitas/ Vídeo-documentário com fotos e depoimentos da utilização do simulador do “peso da idade”/ Vídeo das brincadeiras antigas.
[20:26] <Andressa> Vejam fotos nos slides 17, 18 e 19
[20:26] <Andressa> Para quem chegou agora, o acesso aos slides é feito no canto superior direito
[20:27] <Andressa> usando o código: trio
[20:27] <Andressa> Projeto “Reconto Coletivo - HQ” – turmas de 3º ano do Ensino Fundamental
[20:27] <Andressa> Replicação do meu projeto de 2016;
[20:27] <Andressa> Objetivo: Ampliar o universo da leitura e escrita dos educandos, promovendo o trabalho de transcrição dos formatos de texto (do conto para HQ).
[20:27] <Andressa> Conteúdos trabalhados: Língua Portuguesa, História, Geografia, Artes
[20:27] <Andressa> Atividades: Escolha do conto para reconto; Análise dos personagens; Estruturação da nova história, através do uso de uma tabela no notebook;
[20:28] <Andressa> Construção do reconto (professor é escriba); Refacção textual; Transcrição do conto para HQ;
[20:28] <Andressa> Criação da ilustração interna; Criação e escolha da capa;
[20:28] <Andressa> PRODUTO FINAL: Cada turma seguiu uma proposta diferente, de acordo com o nível da sala e tivemos a produção de três livros impressos.
[20:28] <Andressa> Vejam fotos nos slides 23, 24 e 25
[20:28] <Andressa> Projeto “Teatro” – turmas de 4º ano do Ensino Fundamental - Projeto autoral;
[20:28] <Andressa> Parcerias: Ator e Pedagogo Pedrinho Silva (Grupo Coliseum de Teatro) e Rádio Comunitária Nossa Missão FM;
[20:29] <Andressa> Objetivo: Trazer para a sala de aula elementos da prosódia no ensino da Língua Portuguesa, tão ausente na sala de aula.
[20:29] <Andressa> Conteúdos trabalhados: Língua Portuguesa e Artes.
[20:29] <Andressa> Atividades: Estudo dos textos teatrais; Dramatização do livro “Mamãe é um lobo”;
[20:29] <Andressa> Vídeo de leituras dramatizadas; Vídeos de diversas peças teatrais (infantil, fantoche, de sombras, musical);
[20:29] <Andressa> Encenação da peça “A abelhinha abelhuda”; Oficina de teatro com Pedrinho Silva.
[20:29] <Andressa> Escolha das peças teatrais para elaboração do produto final (2 turmas gravaram o vídeo da peça e 2 turmas gravaram o áudio na Rádio Nossa Missão FM);
[20:30] <Andressa> 3 turmas escolheram peças já existentes: A verdadeira história da Carochinha; Branca de Neve e os Sete Anões; Os três Porquinhos (numa nova versão);
[20:30] <Andressa> 1 turma produziu seu próprio teatro baseado em outra peça, surgindo “O estábulo abençoado”.
[20:30] <Andressa> Vejam fotos nos slides 29, 30 e 31
[20:30] <Andressa> Projeto “Memórias” – turmas de 5º ano do Ensino Fundamental
[20:30] <Andressa> Replicação do Projeto da Educadora Nota 10 Ana Cláudia Santos, de Santo Antônio do Monte/MG;
[20:30] <Andressa> Objetivo: Trabalhar a Língua Portuguesa de forma real e próxima do aluno, estudando os textos epistolares e resgatando histórias da comunidade e da escola por meio de entrevistas.
[20:31] <Andressa> Conteúdos trabalhados: Língua Portuguesa, História, Geografia, Artes.
[20:31] <Andressa> Atividades: Apresentação do vídeo “Memórias de Emília”; Oficina com o professor e jornalista José Reis;
[20:31] <Andressa> Preparação para entrevista na sala de aula (Produção oral e escrita); Entrega e correção das entrevistas;
[20:31] <Andressa> Retextualização (transcrever a entrevista em memória); Fotografias com entrevistados;
[20:31] <Andressa> Correção dos textos; PRODUTO FINAL: ebook.
[20:31] <Andressa> Vejam fotos nos slides 34, 35 e 36
[20:32] <Andressa> Avaliação Geral:
[20:32] <Andressa> Os professores em suas avaliações, de forma geral, afirmaram que houve uma grande mudança de pensamento com relação à pedagogia de projetos.
[20:32] <Andressa> Saíram de um estágio de receio e incertezas para uma vontade de continuar os trabalhos no próximo ano.
[20:32] <Andressa> Os alunos se sentiram motivados ao perceberem de forma prática o fruto de sua aprendizagem nos produtos finais: livros impressos, audiobooks, vídeos, ebooks e na própria Mostra de Projetos, onde tiveram que apresentar oralmente seus trabalhos.
[20:33] <Andressa> A escola aproximou mais ainda de sua Comunidade, quando os pais foram parte integrante dos projetos, como é o caso mais evidente, do 2º ano, onde tiveram que simular o peso da idade com o uso dos coletes.
[20:33] <Andressa> A escola deu abertura para a utilização do celular, de forma programada e o resultado disso foi excelente, pois houve organização e produção.
[20:33] <Andressa> Fez repensar a utilização das mídias na escola para o ano de 2018.
[20:33] <Andressa> Instigou as ações no que se refere a formação continuada de professores para 2018;
[20:33] <Andressa> Os professores, em sua maioria, iniciaram receosos no que se refere a utilização das mídias. Porém, com o caminhar das etapas, perceberam que não estavam sozinhos.
[20:34] <Andressa> Relataram que tiveram apoio necessário da Profª Adelma, nos grupos de whatsaap e também in loco, com a Profª Andressa.
[20:34] <Andressa> Todos estes projetos tiveram sua culminância com no dia 25 com a I Mostra de Projetos da escola.
[20:34] <Andressa> Pais satisfeitos, alunos empolgados, professores realizados, conteúdos trabalhados de forma sistematizada, mas colaborativa e autônoma, direção envolvida em todas as etapas e ...
[20:34] <Andressa> conhecimento construído de forma prazerosa, reflexiva e democrática.
[20:34] <Andressa> Agradecemos a atenção de todos! Estamos a disposição!
[20:35] <acris> muito obrigada, professora!
[20:35] <acris> vou abrir para perguntas
[20:35] <Andressa> ok!
[20:35] <valsamonte_> Por favor, alguém poderia informar o cód. da palestra ?
[20:35] <acris> Pornto, está aberto às perguntas
[20:36] <Andressa> trio
[20:36] <Ana_> A primeira é adelma
[20:36] <acris> bem, eu tenho perguntas, mas antes gostaria de abrir ao público
[20:37] <Andressa> Certo, Ana.
[20:38] <acris> alguma pergunta?
[20:38] <adelmaa> Pode perguntar,profª Ana, por gentileza?
[20:38] <acris> Várias vezes vocês falaram ou sugeriram que a linguagem é um instrumento de poder, necessário a uma participação plena na sociedade. Concordo plenamente com isso. Gostaria de saber sua opinião sobre as vozes divergentes que acham que um aluno saber um conteúdo programático é mais importante do que dominar a linguagem que o construiu.
[20:38] <acris> Onde esse contrafluxo pode nos levar e como fazer com que o estudante entenda a importância disso a ponto de superar a preguiça natural em aprender algo com pouca relevância na sociedade onde vive, na qual a linguagem é um mero instrumento sem qualquer outra consequência. Esse tipo de postura chegou a atingir seu projeto de alguma forma?
[20:38] <acris> Vocês acham que esse tipo de postura é mais presente no meio universitário que no ensino fundamental e médio?
[20:39] <acris> é isso
[20:39] <adelmaa> Ana, Andressa?
[20:40] <adelmaa> Bem, vou expor aqui a minha opinão.
[20:40] <acris> por favor
[20:40] <Andressa> Ana, na Educação Básica trabalhamos ainda lutando com esse conceito de linguagem, em que o conteúdo programático é o mais fundamental, geralmente voltado para o poder do professor na sala de aula (aquele que sabe).
[20:41] <acris> é, isso é uma questão importoante, mesmo no ensino superior
[20:41] <Andressa> Trabalhos como esses apresentados deram voz e vez aos alunos que mostraram na prática o seu poder, utilizando a linguagem de forma clara e prática, como foi o caso do Parlamento Jovem.
[20:42] <Ana_> A linguagem pressupõe experiências partilhadas, produzir e escrever história através da linguagem é o meio pelo qual o ser humano consegue expressar-se, defender suas ideias, enfim interagir com o outro.
[20:43] <Andressa> Mas é importante ressaltar que esse trabalho que você comentou aí deve ser introduzido nas séries iniciais. Desde pequena a criança deve ser instigada a construir a sua história. No trabalho do projeto Identidade, por exemplo, os alunos construiram conhecimentos com relação a si, sua família e Comunidade, criando códigos próprios de comunicação.
[20:44] <acris> dos casos que pude acompanhar de pessoas que tiveram a oportunidade de ter, na juventude, um ensino que o valorizasse, que o colocasse como parte efetiva e operante da realidade, todos se formaram e encontraram caminhos profissionais produtivos e de reconhecimento. Eu acredito que o mesmo vá se suceder com os seus alunos, achei fantástica a proposta e sua execução, estão de parabéns.
[20:44] <Ana_> Muitas vezes, o aluno não consegue perceber tal importância enquanto está na educação básica, talvez, o nosso grande desafio seja incorporar os saberes que extrapolam os muros da escola ao programa ou ao currículo.
[20:45] <acris> sim, sem dúvida, até para poder trazer outros professores ao projeto
[20:45] <Andressa> Com relação ao seu questionamento sobre a "preguiça natural " do aluno, os projetos foram motivadores para os alunos construirem seu próprio trabalho e de ter voz na escola. Hoje mesmo estava com uma das alunas "parlamentares" da escola, que se sente cada vez mais protagonista de seu conhecimento.
[20:45] <acris> sorriso isso é lindo!
[20:45] <Ana_> Certamente, Andressa!
[20:46] <Andressa> Esta aluna é presidente do Conselho de Representantes de Turma
[20:46] <Ana__> Penso e vejo e luto há mais de trinta na educação básica contra a falsa idéia de que só um dos atores na educação é que é o detentpr do saber.
[20:46] <acris> vocês não acham que é preciso empoderar também seus colegas professores?
[20:46] <Ana_> Estou acompanhando o trabalho dos jovens vereadores,
[20:46] <Andressa> Mas a linguagem não foi construída apenas pelos alunos. Destaque a participação dos pais e da chamada de atenção para a participação das autoridades.
[20:47] <Ana_> Com certeza, o professor precisa se sentir parte do processo e responsável pelo que faz
[20:47] <adelmaa> Em todos os espaço encontramos vozes dissidentes e um mal estar por não querer sair do lugar comum. A linguagem é carreadora de poder e nem todo mundo quer perder esta força
[20:47] <adelmaa> de coerção que as palavras transmitem. Então trazendo para os projetos desenvolvidos nas duas escolas percebemos que quando as ações se publicizam e algum professor se tornam destaque a linguagem se faz violenta.
[20:47] <adelmaa> Pois é mais fácil você trucidar o trabalho do outro do que trabalhar junto e fazer o trabalho crescer para todos. Os egos são inflado em qualquer lugar. Nestas duas escolas nós tivemos o cuidado de trabalhar desde o início mostrando que se o trabalho dess e certo seria flores para todos os professores,assim como seria dividido os sacrifícios se o trabalho não desse os
[20:47] <adelmaa> resultados esperados. ou seja balaceamos a balança entre todos e assim a motivação para se valer um trabalho de excelência foi maior do que a força coercitiva de se ficar parado no mesmo lugar.
[20:47] <Ana_> Quando o docente está mais motivado, consegue conduzir muito bem o trabalho
[20:47] <Andressa> Sim, Ana. Começamos o trabalho de formação com os professores. Fizemos o inverso: fizemos a prática, para depois chegar com a teoria, pois muitos poderiam se assustar.
[20:47] <acris> creio que, provavelmente, o professor que não busca novos rumos, que aceita as imposições do sistema é, em geral, uma pessoa insegura diante disso tudo
[20:48] <Andressa> Um dos trabalhos para o ano de 2018 é investir nessa formação continuada.
[20:48] <Andressa> Agora, Ana e colegas, os professores se sentem capazes de realizar trabalhos de excelência!!!
[20:48] <Andressa> Pois já realizaram!
[20:49] <acris> sorriso
[20:49] <Andressa> Graças a orientação da Profª Adelma, percebemos esses caminhos a tomar.
[20:49] <Andressa> E surtir efeitos extraordinários.
[20:49] <acris> sim sim, parabéns às 3!
[20:49] <Andressa> Não teve como falar de tudo isso aqui, mas realizamos 16 projetos ao todo!
[20:49] <adelmaa> Já começamos a formação continuada na escola Padre Paulo com uma video conferência com a Lilian Bacich sobre sala de aula invertida. .
[20:50] <acris> o uso da tecnologia para as webconferências também foi um aspecto interessante e, acredito, deve ter motivado muito os professores ao trazer a Coordenadora para dentro da escola
[20:50] <Andressa> E a formação com a Lilian foi fundamental.
[20:50] <Ana_> Foi sim
[20:50] <adelmaa> E em 2018 quermeos traze rpara nossoprojeto outros professores que queiram doar seu tempo e sua saberodia para nosso projeto de fomento a formação de professores.
[20:51] <Andressa> Ana, aproximou sim! Nas próprias avaliações, os educadores relataram se sentir seguros com as videoconferências e grupos.
[20:51] <adelmaa> A Liliane eu somos fruots da escola publica e quando eu falei com ela para ela oferecer uma formação continuada e disse que não tinah dinheiropara pagar,mas que estava
[20:51] <acris> vocês acham que se poderia dizer que "professores que amam dar aula estimulam alunos que ama aprender"
[20:51] <acris> :?
[20:51] <adelmaa> fazendo este trabalho como forma de retona para a escola publica oque eu recebi dela ela topou na hora.
[20:52] <adelmaa> e é esta a nossa ideia no Conversa entre Educadores, Ana!
[20:52] <acris> maravilha, adelmaa
[20:52] <Andressa> Não só os que amam aprender, mas também mostrar para os que não amam, novos caminhos de aprendizagem.
[20:53] <acris> bom demais
[20:53] <adelmaa> OLhe, eu acho muito simplista esta farse Ana.
[20:53] <acris> sim?
[20:54] <adelmaa> Ela esconde uma verdade cruel d eprofessores que amam dar aula ,mas que se matam diariamente em tres quatro turnao para sobreviver.
[20:54] <acris> tem toda razão
[20:54] <Andressa> Fato.
[20:54] <Ana_> O trabalho produz bons frutos, mas é preciso seguir a mesma direção, ter propósitos firmes e objetivos claros e comuns
[20:54] <adelmaa> Parte dela é veradde> profissionais que gostam doque fazem faz o seu trabalho e transmite isso para todos que o cercam.
[20:55] <Andressa> Ana, é importante ressaltar que esse trabalho foi abraçado PELA ESCOLA. Houve planejamento.... isso é fundamental.
[20:55] <adelmaa> e ter tamnbém infraestrutura, salários dignos e reconhecimento do que se faz por todos.
[20:55] <acris> com certeza, Andressa
[20:55] <acris> isso, adelmaa
[20:55] <acris> bem, estamos chegando ao final, vocês gostariam de deixar um recado, ou apontar alguma coisa que não tenhamos debatido e é importante?
[20:56] <adelmaa> E tem uma diretora que não teve meo de abrir sua escola para mim e para Andressa para juntas a gente implementar projetos em todas as sals de aula.
[20:57] <Ana_> Isso, Adelma, coragem
[20:57] <acris> isso é muito importante e até surpreendente, pois não costuma ser assim, pelo menos até onde sei, adelmaa
[20:57] <adelmaa> Eu gostaria de comnidar todos vocês a conhecerem nossa página no facebook do Conversa entre Educadores.
[20:58] <acris> tem o link, adelmaa?
[20:58] <adelmaa> https://www.facebook.com/conversaentreeducadores/
[20:58] <Ana_> Aos educadores que nos acompanham
[20:59] <Ana_> A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Guimarães Rosa
[20:59] <adelmaa> esta é apagina e tem também um grupo fechaod paraprofessores que queiram mstrar se trabalho ou replicar os trabalhos que nos implemenatamso este ano nas duas escolas públicas mineiras.
[20:59] <acris> obrigada, adelmaa, Andressa e Ana_! parabéns pelo belíssimo trabalho, foi uma honra recebê-las! palmas para elas clap clap clap clap clap clap clap clap
[20:59] <Ana_> Juntos podemos enfrentar os desafios e construir uma sociedade melhor
[20:59] <acris> clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:00] <acris> certamente!
[21:00] <adelmaa> Gostaria também de me dozer que este é o meu último STIS como ocoordenadora geral. Meu tempo aqui foi de umaprendizado extraordinário,mas agora o STIS passará ser
[21:00] <adelmaa> cooordenado pela profa Ms Joyce fetterman e o porf. Dr Damilo.
[21:00] <Ana_> Obrigada, foi um prazer!
[21:00] <Andressa_> https://www.facebook.com/groups/248189228984523/
[21:00] <adelmaa> Desejo aos meus dois queridos companheiros muito trabalho e crescimento aqui ,como eu exprenciei.
[21:01] <acris> adelmaa: muito obrigada pelo tempo de dedicação, o STIS creceu muito na tua mão e você sempre foi e será uma querida parceira de caminhada para o Texto Livre!
[21:01] <Andressa_> Desculpem....problema na conexão...
[21:01] <adelmaa> Por fim,não poderia deixar de agrade a você, Ana Cristina, que sempre foi minha grande mestra.
[21:01] <adelmaa> Deixo a cooordenação ,mas o stis continua como filho que é meu também.
[21:02] <acris> Agora você, adelmaa, vai fazer pelo conversas o que fez pelo stis e quero estar perto para poder aplaudir
[21:02] <adelmaa> E como idsse o proveribio afrricano: "Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo." :
[21:02] <acris> sorriso
[21:02] <adelmaa> Nossa,siu tudo dobrado.
[21:02] <adelmaa> Mas deu para ler, não é?
[21:02] <acris> sem problema, chat é assim mesmo
[21:02] <acris> deu sim
[21:03] <acris> obrigada, adelmaa
[21:03] <adelmaa> Sim econto com a colaboração de todos vocês. Obrigada e até a próxima!
[21:03] <Andressa_> Boa noite, pessoal! Grande prazer!
[21:03] <acris> para béns meninas, obrigada a todos pela presença!
[21:04] <acris> até a próxima!
[21:04] <adelmaa> Aninha, Andressa, valeu pela parceria que ela se fortifique em 2018.
[21:04] <Rosali> Parbéns!
[21:04] <Andressa_> Até!
[21:04] <BrunoForgiarini> O/ clap clap clap
[21:04] <Ana_> Com graça de Deus, Adelma!
[21:04] <adelmaa> Até mais! Cheiro pernambucanos em todos e feliz Natal e próximo Ano Novo!
[21:04] <Andressa_> clap clap clap
[21:04] <acris> clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:04] <Ana_> clap, clap, clap
[21:04] <adelmaa> clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:04] <Guest1654> clap clap clap clap clap
[21:05] <Ana_> Feliz e abençoado natal
[21:05] <pedrim555> lap clap clap clap clap

 

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