Resumo Na busca de um modelo para o discurso, a Semiótica depara-se com uma dificuldade: o discurso procede de um acontecimento, isto é, de uma ruptura que se relaciona com a pertinência do modo de eficiência ou, em outros termos, com a alternância existencial entre o sobrevir segundo o princípio do acontecimento e o “pervir” segundo o princípio do exercício. O modelo tensivo não está reservado exclusivamente ao discurso verbal: ele pode ser aplicado igualmente à música, desde que se atribua a primazia à melodia, que se torna o acontecimento da música. O mesmo se passa com o texto poético: a imagem é para o poema o que a melodia é para a música: uma explosão. Figuras da concentração, o acontecimento, a melodia e a imagem, devem enfrentar a prova do desenvolvimento. Assim, duas vias se descortinam: a temporalidade, isto é, a instalação na duração; e a espacialidade, isto é, a instalação na profundidade. A generalização aqui é desejável: seja qual for sua manifestação, o discurso tem por pertinência atualizada o lugar que atribui ao imprevisível e ao inesperado.
Palavras-chave acontecimento; sobrevir; pervir; modo de eficiência; valor de absoluto, valor de universo.