PRÁTICAS ABERTAS NA ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ACADÊMICOS: apresentando o CILTec-Online e o STIS - Conferencistas: Elaine Teixeira; Lohaine Miguez Martins

Ótimas perguntas, Bárbara!
A proposta de realizar evento totalmente online, surgiu em 2007 com o então EVIDOSOL, que tem seu início a partir de ações que o grupo Texto Livre realizava junto ao pessoal do software livre no Brasil.

A sua outra pergunta me fez rever os eventos passados e compará-los com o agora. Percebi que antes o acesso era muito mais difícil e tudo era muito mais restrito, por exemplo, as conferências ao vivo eram totalmente em forma de chat, não tínhamos essa possibilidade das lives, isso eu vejo como um ponto positivo, outro exemplo, as comunicações ficavam em um ambiente separado do ambiente das conferências ao vivo.
Um detalhe que ficou pra trás é que antes, fazíamos uma seleção dos melhores trabalhos e esses trabalhos eram apresentados no formato das conferências ao vivo (formato de chat), um ponto a ser pensado no futuro, quem sabe voltamos com essa dinâmica!
Mas vejo que o público mudou, em comparação com antes, que tudo era limitado, hoje não temos o mesmo público, talvez porque a popularização dos eventos acadêmicos tenha ocupado as lacunas.

Ola, Bárbara. A Elaine contou sobre o início do EVIDOSOL, em 2007. Eu cheguei um tempo depois e me envolvi mais recentemente na organização dos eventos, a convite dela. E está sendo incrível ver as possibilidades e versatilidade do universo digital a favor do conhecimento acadêmico. Então, enquanto a Elaine traz toda história e experiência, o que posso trazer são minhas percepções.

Na minha experiência acadêmica, acabei cruzando com o evento em 2014, na graduação em Letras. Apesar de já ser um ano de mais uso das tecnologias digitais, ainda não tínhamos passado por esse "boom" pós-pandemia e me lembro que era super diferente a ideia de eventos acadêmicos online.

Apesar de estar envolvida mais recentemente, eu percebo que da época em que tive contato (2014), para cá, as pessoas têm mais facilidade de acesso e mais naturalidade com eventos online do que se tinha antes. E também acredito que o fato do Texto Livre estar presente nesse universo há tanto tempo é o que faz dos congressos do grupo inovadores.

Os REA abrem espaço para que o conhecimento seja compartilhado de modo que todos(as) envolvidos(as) contribuam no processo. Quando optamos por usar um software livre, como esta plataforma, estamos contribuindo para que ela melhore através das comunidades de softwares livres, e eu nem preciso saber de programação.
Para ser um REA é preciso considerar algumas características conhecidas como 5R, que foram propostos por Wiley (https://openedreader.org/openedreader/the-access-compromise-and-the-5th-r), essas características são encontradas nas licenças abertas Creative Commons (CC BY e CC BY SA), que são as mais abertas e que contemplam esses 5Rs.
Então, um curso, um livro (impresso ou digital), um podcast, um vídeo etc.., contendo essas características pode ser um REA.