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UEADSL 2022.2 - Resistências e Resiliências
Congresso Nacional Universidade EAD e Software Livre
Jornal do Texto Livre Edição de 06 de dezembro de 2022

ESTUDANTES CAMPESINOS EM ESCOLAS URBANAS

   A Escola do Campo possui características muito diferentes da Escola Urbana. Nela você encontra salas multisseriadas com professores que, na melhor das hipoteses, a qual sabe-se muitas vezes verdadeira, buscam adequar o material de ensino à realidade dos estudantes. Não é difícil imaginar que a cultura do campo seja diferente da cultura da cidade, mesmo hoje que a televisão está presente em muitos lares campesinos e, possivelmente em menor escala, os smartphones.
   A sala de aula do campo é um ponto de encontro de crianças que moram - de fato - muito distantes umas das outras, a ponto de ser possível encontrar-se somente em festas e no fim de semana na igreja. São crianças que participam do trabalho adulto de uma forma muito mais ativa, com acesso à natureza de uma forma mais livre e que possuem uma consciência bem mais clara quanto à relação entre trabalho e conforto, se comparadas à grande maioria das crianças que vivem nas cidades.
   Por outro lado, o acesso à tecnologia é muito mais restrito, especialmente no que tange às tecnologias digitais em rede. A internet via satélite é, em geral, acessível apenas aos mais bem afortunados, enquanto a internet via torres de celular é bem mais rara. Para se ter uma ideia da situação no Brasil, a cobertura, conforme a Anatel, das 16 agrovilas que aparecem na lista, apenas uma possui cobertura de celular e, das 223 aldeias indígenas, 14 possuem cobertura celular e uma além destas possui menos de 15% de cobertura. Sejam agrovilas ou aldeias, a cobertura é de menos de 7%, enquanto nas cidades passa de 98%.
   Nossos convidados, Crislaine Junqueira Aguiar Silva (BA) e Maurício Teixeira Mendes (MG), ambos com mestrado na UFMG, são professores do campo e conhecem de perto essa realidade. A mesa traz a debate não somente a realidade pós- pandemia, mas também um problema ainda maior, que é a concentração das escolas nos centros urbanos, um projeto em andamento há anos e reforçado pelo governo atual.
   Trata-se de um debate essencial à discussão sobre a diversidade cultural no Brasil e a Educação como um todo. Participe!

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Crislaine Junqueira Aguiar Silva defendeu em 2020 a dissertação "Crença, Motivação e Autonomia em Relatos de Experiência Docente no Ensino de Inglês para Alunos Campesinos da EJA" e, em 2021, a dissertação "O Lugar do Digital nas Práticas de Letramento de uma Comunidade do Campo" foi defendida por Maurício Teixeira Mendes, agora cursando doutorado no CEFET-MG. Ambos mestrados foram orientados por Ana Matte, no POSLIN/UFMG.


Verbete: Mesa
O papel da Mesa no UEADSL é fundamental, pois trata-se de um participante com credenciais que permitem a ele promover o debate sobre os artigos apresentados. Ideia dos pareceristas, desejosos de concluir a interação com os autores de forma mais significativa, a mesa também analisa o público que participa do debate, buscando motivar discussões mais profícuas e interessantes a todos os participantes ativos em cada fórum.


UEADSL 2022.2
de 5 a 9 de dezembro!
http://ueadsl.textolivre.pro.br
Inscrição gratuita: participe!
O prazo para a votação nos melhores trabalhos termina no dia 7/12. As menções honrosas serão divulgadas no dia 8/12.

Matéria e Edição: Ana Matte, com Software Livre: Scribus, GIMP e LibreOffice