#paracegoler Jornal do Texto Livre Edição de 12 de novembro de 2019 Texto: Karlla Andréa Leal || editoração: Ana Matte A Escola Municipal Ignácio de Andrade Melo, de Belo Horizonte, participa com uma turma de estudantes da 8.a série do Fundamental sob orientação da professora Karlla Andréa Leal, pós-graduanda da UFMG e membro da equipe do projeto "GRATELI: uma gramática online livre e aberta", do Texto Livre. Apresentamos aqui uma amostra, mas o texto completo de Leal pode ser lido em http://eventos.textolivre.org/2019/feira-karlla “Tornando-se pesquisadores”: as TICs e os aplicativos de celular em um movimento multimodal de retextualização para o segundo ciclo de formação humana O projeto foi destinado à turma nas aulas de língua materna. A escola se localiza na região Noroeste de Belo Horizonte, cujos alunos pertencem à comunidade São José. O projeto consta de um movimento de retextualização do gênero “carta” para gêneros digitais, como o “e-mail”, o “tweet” e a conversa de “whatsapp”, além da aplicação e da produção pedagógica de gêneros discursivos presentes em suportes digitais como o “instagram”, o “gmail” e o “twitter” - profundidos extensivamente com o advento da Web 2.0, caracterizada pela predominância das redes sociais (inter)ativas. (...) Dentre os vários movimentos de trabalho em equipe, destaca-se a divisão de tarefas, com o manejo de aplicativos de edição de fotos, música e vídeo, como o “PicsArt”, o “InShot”, o “Audacity”, o “Video Vault”, dentre outros. Tais apps foram utilizados para a produção e edição de um podcast (...). Dentre as várias ações que envolveram escolhas multimodais e estéticas e que dirigem-se ao tratamento das tecnologias de informação em sala, destaca-se, também, o Wordpress, plataforma digital on-line aberta (...). O projeto dialogou com vários outros (...) programas escolares que tratam a pesquisa e a mediação de conflitos, bullying, misoginia, desigualdade de gênero etc, apontando para uma perspectiva transdisciplinar. No que tange ao tema do “podcast”, o tópico “O poder de desafiar o não” foi escolhido pelos próprios alunos e contou com entrevistas discentes e docentes num movimento já necessário na escola, as rodas de escuta. Trazer essa noção do trabalho colaborativo e compartilhamento de narrativas, num contexto de violência, dirige-se à noção de empatia e de alteridade: finalmente, do “ser presença conjunta” em sala. (...) Como os estudantes pertencem a uma zona de risco da prefeitura, melhor dizendo, de periferia, já carregam em si uma baixa estima em relação à produção do conhecimento. Logo, inciativas que introduzem a pesquisa em um círculo criativo de produção - para alunos do oitavo ano- é relevante à medida que incita um engajamento, o desenvolvimento autônomo e o incentivo ao ingresso em escolas técnicas voltadas à pesquisa, no nono ano. Dizer de perspectivas de futuro parece dirigir-se em consonância à proposta da UEADSL, tendo-se em vista sua iniciativa de democratização à pesquisa e de que todos podem produzir ciência e contribuir para o progresso da humanidade. (...) Essa posição professor-aluno, co-autoral, (tendo-se em vista à produção conjunta dos artigos) faz presentificar esse agir, que, em diálogo, (re) significa aquilo que entendemos por pesquisa e ensino, superando o distanciamento de ambos polos, produzindo teoria a partir da práxis, como atividade crítica. Esses novos desafios (...), demandam redes colaborativas e de agenciamento: criar laços, aqui, significa, finalmente, resistir, (re) existindo. (Karlla Leal)