STIS 2012
7. Outubro: Interação e Diversidade na Sala de Aula
7.1. registro outubro
STIS Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec
Registro da Conferência em chat escrito, de 5 de Outubro de 2012:
Interação e diversidade em sala de aula: implicações para a formação de professores
conferencista: Maria Lúcia Castanheira - FAE/UFMG
moderador: Equipe STIS
[14:05] <AnaMatte> Pessoal, por favor atenção, vou explicar como funciona:
[14:06] <AnaMatte> antes de iniciar as atividades
[14:06] <ClaudiaJardim> ok
[14:06] <AnaMatte> vou moderar a sala
[14:06] <AnaMatte> isso significa que somente a organização e a palestrante serão lidos
[14:07] <AnaMatte> a lalu_, nossa querida Maria Lúcia Castanheira, terá uma hora para apresentar e então abrimos as perguntas
[14:07] <AnaMatte> nesse momento todos voltarão a ser lidos, ok?
[14:07] <ClaudiaJardim> ok
[14:07] <Beth_> podemos começar, Ana?
[14:07] <AnaMatte> lalu_: podemos começar? Beth_ você modera?
[14:07] <Beth_> sim
[14:07] <AnaMatte> ok, 1 min
[14:07] <adrianakamura> olá gente
[14:07] <ClaudiaJardim> leremos a palestra nesse lado esquerdo mesmo, ou devemos digitar algum código no lado direito?
[14:08] <Beth_> olá
[14:08] <AnaMatte> pronto
[14:08] <Beth_> Boa tarde a todos! É sempre uma honra tê-los conosco. Nosso desejo é o de ampliar a discussão sobre tema relevantes para a formação de cada um de nós. Vamos, então dar início a mais uma edição do STIS, mês de outubro de 2012
[14:08] <lalu_> Posso iniciar o texto?
[14:08] <Beth_> Os Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec - STIS é um evento que procura congregar estudiosos e discutir tema dos mais variado campos de conhecimento que norteiam os trabalhos interdisciplinares desenvolvidos pelos participantes do grupo Texto Livre: Semiótica e Tecnologia, da UFMG.
[14:08] <Beth_> Hoje temos a honra de receber a professora Maria Lúcia Castanheira da Faculdade de Educação da UFMG
[14:09] <Beth_> Professora Associada da Faculdade de Educação da Universidade federal de Minas Gerais. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1985), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1991), doutorado pela University Of California, Santa Barbara (2000) e pós-doutorado em Lingüística Aplicada pela PUC/SP (2004-2005) e pelo King's College London (2009-2010)
[14:09] <Beth_> É professora nos cursos de Graduação e Pós-Graduação da FaE/UFMG. Seus projetos de pesquisa e ação educacional integram as atividades do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale/FaE/UFMG). Com formação nas áreas de educação, cultura e linguagem, desenvolve pesquisas de natureza etnográfica sobre práticas de letramento escolares e não escolares. Seu interesse em pesquisa está sustentado em reflexões teóric
[14:09] <Beth_> práticas de leitura e escrita em meios populares, letramento e alfabetização, interação em sala de aula, inclusão e identidades. Gostaríamos de agradecer a sua presença que tanto nos honra.
[14:10] <lalu_> Ana e demais participantes,
[14:10] <lalu_> sou eu que agradeço o convite e a oportunidade de conversar com vocês.
[14:10] <lalu_> gostaria de sinalizar que esse trabalho está em fase inicial de elaboração,
[14:11] <lalu_> e nele apresento alguns apontamentos que espero sirvam para provocar nossa discussão.
[14:11] <lalu_> Conto com a colaboração de vocês no sentido de auxiliar no amadurecimento das questões que irei apresentar.
[14:12] <lalu_> Imagino que irei gastar por volta de 30 minutos de "exposição" e que poderemos, então,
[14:12] <lalu_> conversar com calma.
[14:12] <lalu_> Inicio, então, com o texto:
[14:13] <lalu_> Interação e diversidade em sala de aula: implicações para a formação de professores
[14:13] <lalu_> Nessa discussão refletiremos sobre aspectos a serem considerados em processos de formação de professores, particularmente, aqueles referentes à abordagem da diversidade.
[14:13] <lalu_> Nos últimos anos, a relevância dessa temática tornou-se cada vez mais evidente, levando a sua inclusão nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), que apresentam a diversidade como tema transversal a ser trabalhado pelas escolas,
[14:13] <lalu_> e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, aprovadas pelo MEC em 2006, Resolução nº 01/CNE/CP/2006.
[14:14] <lalu_> Apresentarei um telling case (Mitchell, 1984) (doravante adotaremos a tradução, conforme proposto por Castanheira (2004))
[14:14] <lalu_> e a partir da análise desse caso refletiremos sobre desafios a serem enfrentados na formação de professores no sentido de prepará-los para responder às várias maneiras em que diferenças podem se manifestar em sala de aula.
[14:15] <lalu_> A discussão da temática proposta será organizada em torno dos seguintes pontos:
[14:15] <lalu_> i) apontamentos sobre a noção de diversidade
[14:15] <lalu_> ii) caso expressivo da manifestação da diversidade em sala de aula
[14:15] <lalu_> iii) considerações finais: implicações para a formação de professores.
[14:16] <lalu_> ((o ritmo está bom? é assim mesmo?)
[14:16] <Beth_> sim
[14:16] <Beth_> está ótimo
[14:16] <lalu_> ok
[14:16] <lalu_> i) Apontamentos sobre a diversidade no campo educacional
[14:16] <lalu_> A discussão sobre a diversidade no campo educacional deve ser examinada como vinculada à crescente organização e demanda de vários setores da sociedade civil pelo direito à diferença (relacionado ao direito à igualdade).
[14:17] <lalu_> Conforme propõe Kauchakje (2000), o direito à diferença no campo das ideias progressistas, traz o sentido de respeito às singularidades e necessidades específicas e do reconhecimento da diversidade humana, como contraponto da intolerância e para além do exercício da tolerância (p. 7).
[14:17] <lalu_> Além disso, essa discussão está situa em um contexto histórico em que a chamada educação escolar fundamental é entendida como direito do cidadão e dever do Estado.
[14:17] <lalu_> É, pois na dinâmica de forças – mobilização civil, educação como direito do cidadão e dever do estado
[14:17] <lalu_> - que o estabelecimento da diversidade como tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, aprovadas pelo MEC em 2006, Resolução nº 01/CNE/CP/2006 deve ser compreendida.
[14:18] <lalu_> A noção de diversidade aplica-se a um rol variado de diferenças identificadas entre indivíduos e ou grupos de indivíduos, tais como: capacidades intelectuais, interesses, motivações, étnicas, culturais, de gênero ou linguística. Como apontam Canen e Xavier (2011),
[14:18] <lalu_> as questões que envolvem a diversidade cultural brasileira têm sido alvo de inúmeros estudos na última década no cenário educacional.
[14:18] <lalu_> Cada vez mais conceitos como diversidade, diferença, igualdade e justiça social têm se configurado como uma preocupação por parte daqueles que lutam por uma educação verdadeiramente cidadã. (...)
[14:18] <lalu_> Nesse sentido, trabalhos nessa pers¬pectiva têm apontado a relevância da educação para o desafio a preconceitos raciais, de gênero, de orientação sexual, de religião e outros,
[14:19] <lalu_> rumo a uma visão democrática e plural que permita o diálogo entre culturas e avance no desempenho positivo de alunos de universos culturais plurais. (p. 642)
[14:19] <lalu_> Consonante com o reconhecimento da contribuição da educação na construção de uma perspectiva plural de acolhimento da diversidade, a Proposta de Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia de 1999 amplia as disciplinas e atividades curriculares para esse Curso
[14:20] <lalu_> rol de ênfases na formação dos graduandos em Pedagogia e passa a contemplar, entre outros temas, a educação dos povos indígenas e a inclusão dos portadores de necessidades especiais (KADLUBITSKI e JUNQUEIRA, 2009).
[14:20] <lalu_> Se, por um lado, é inegável a legitimidade e a necessidade da abordagem e respeito à diversidade no interior das escolas públicas brasileiras,
[14:21] <lalu_> por outro lado, a articulação de tais conceitos à formação inicial e continuada de professores,
[14:21] <lalu_> , envolvendo a construção de alternativas educacionais propositivas,
[14:21] <lalu_> continua sendo um desafio para as instâncias envolvidas nesses processos de formação.
[14:21] <lalu_> Diversas pesquisas continuam a indicar que a os processos de inclusão nas escolas representa um contínuo desafio para professores e especialistas educacionais.
[14:22] <lalu_> Uma das questões a serem consideradas no tratamento desse tema parece ser a de como colocar em prática nas salas de aula as orientações apresentadas no Documento Base do Ministério da Educação e Cultura (Brasil, 2008),
[14:22] <lalu_> no qual se afirma o seguinte:
[14:22] <lalu_> a inclusão da diversidade, mais do que a incorporação total ou parcial dos chamados “diferentes” aos espaços e tempos escolares a eles negados historicamente, implica em posicionamento político, reorganização do trabalho na escola, do tempo escolar e da formação de professores, novas alternativas para a condição docente e uma postura democrática diante do diverso. (BRASIL, 2008, p. 26).
[14:22] <lalu_> Conforme se pode ver nesse trecho, as orientações apresentadas nesse documento, embora apontem para aspectos importantes (por exemplo, natureza política da educação, necessidade de organização dos espações e tempos escolares) são de natureza geral e não contemplam como tais aspectos podem se configurar no dia a dia da sala de aula.
[14:23] <lalu_> Um levantamento inicial da produção acadêmica sobre a temática da diversidade no campo educacional permitiu identificar trabalhos que abordam o tema por meio de discussões conceituais,
[14:23] <lalu_> com base em análise documental, com destaque às questões dos conteúdos curriculares (por exemplo, Gomes, 2003; Neto, 2009; Cury, 1996, Cunha 1996),
[14:23] <lalu_> das relações entre universalismo e particularismo (Candau, 2000; Ortiz, 2007),
[14:23] <lalu_> e dos significados e representação da diversidade em documentos oficiais e livros didáticos (Kadlubitski e Junqueira, 2009; Vianna e Ramirez, 2008; Silva, 2005; Vianna e Diniz, 2008; Maranhão, 1999; Fonseca e Fonseca, 1998).
[14:24] <lalu_> Gostaria de destacar a contribuição de estudos de natureza qualitativa e etnográfica no campo dos estudos das relações entre linguagem, educação e letramento para a compreensão dos fatores constitutivos da vida cotidiana em salas de aula e
[14:24] <lalu_> nesse contexto, de análise de movimentos de inclusão ou exclusão de minorias linguísticas, culturais e sociais no interior das escolas públicas.
[14:24] <lalu_> Parece-me relevante resgatar que estudos e discussões desenvolvidos desde os anos setenta do século passado sobre o fracasso escolar de falantes de variedade não padrão de determinada língua (por exemplo, inglês ou português)
[14:25] <lalu_> ou proveniente de grupos minoritários (indígenas ou camadas populares) podem ser vistos como pioneiros no tratamento da diversidade no interior das escolas
[14:25] <lalu_> e no reconhecimento de mecanismos que contribuem para a reprodução de injustiças e diferenças sociais no interior das escolas (por exemplo, Cazden; Gumperz, Cook-Gumperz, Labov, Gilmore & Glatthorn (1978); Soares, 1984; Kleiman (1995); Maris-Bortoni, ).
[14:25] <lalu_> A exploração e o desenvolvimento dessas e outras abordagens da linguagem-em-uso em pesquisas da educação e na educação vieram a ocorrer a partir de contribuições de pesquisadores que se dedicaram a compreender as relações entre linguagem, sociedade e escola,
[14:25] <lalu_> examinando as causas do fracasso escolar de grupos minoritários ou o papel da escola na reprodução das desigualdades sociais.
[14:26] <lalu_> Dentre as ideias que caracterizam o movimento da virada linguística tomadas como fundantes de diversas abordagens do discurso (explorem ou não a etnografia como base para o desenvolvimento de suas análises) está o reconhecimento da natureza social e contextualizada da linguagem (falada ou escrita)
[14:26] <lalu_> e de como inter-ações linguísticas são constitutivas e expressam relações de poder, ideologias, identidades, entre outros aspectos do mundo social.
[14:26] <lalu_> A discussão que se propõe realizar sobre a temática da diversidade e a formação de professores vincula-se a esse conjunto de trabalhos à medida que focaliza a linguagem em uso como elemento constitutivo dos processos de ensino e aprendizagem.
[14:27] <lalu_> Entende-se que é por meio da dinâmica discursiva estabelecida por participantes de uma determinada turma (alunos e professores) que oportunidades de aprendizagem (Tuyay, Jennings, Dixon, 1993) são construídas ao longo do ano letivo.
[14:27] <lalu_> Nos últimos anos, tenho explorado a perspectiva da etnografia interacional (CASTANHEIRA, CRAWFORD, DIXON e GREEN, 2001; CASTANHEIRA, YEAGER e GREEN, 2007; DIXON e GREEN, 2005), que envolve a compreensão da sala de aula como cultura em processo de construção,
[14:27] <lalu_> ou seja, como uma cultura localmente construída por meio da interação estabelecida entre os participantes (COLLINS e GREEN, 1992; CASTANHEIRA, 2004; BAKER e GREEN, 2007).
[14:27] <lalu_> Nessa perspectiva, cultura se refere ao conhecimento utilizado pelas pessoas para interpretar experiências de vida e para orientar a participação como membros de grupos sociais (SPRADLEY, 1980; HEALTH, 1982).
[14:28] <lalu_> Compartilho com os autores mencionados acima a compreensão de que os participantes de uma turma constroem formas padronizadas de se envolverem nas suas interações uns com os outros e com objetos de conhecimento à medida que interagem ao longo do tempo.
[14:28] <lalu_> Essas formas padronizadas de interação e comunicação entre as pessoas levam, por sua vez, a formas peculiares de fazer e conhecer, à construção de conhecimento comum (EDWARDS e MERCER, 1987) e à elaboração de quadros de referência que orientam a interpretação e participação no grupo (SANTA BARBARA CLASSROOM DISCOURSE GROUP, 1995; CASTANHEIRA, 2004).
[14:28] <lalu_> Ao adotar tal perspectiva teórica, entendemos que o estudo dos significados da diversidade na escola e da construção de processos efetivos de aceitação e inclusão do “diferente” nesse espaço institucional, particularmente, na sala de aula requer que se examinem questões da seguinte natureza:
[14:29] <lalu_> o que os membros de uma turma escolar fazem; com quem e para quem; sob que circunstâncias; quando e onde; em relação a que objetos; com que propósitos e com que resultados para a própria pessoa e para o grupo.
[14:29] <lalu_> O exame dessas questões possibilita a identificação e a compreensão dos padrões e práticas interacionais usados para construir, interpretar e gerar ações que definem o que se considera, por exemplo, como comportamento ou valores apropriados para o grupo ou instituição no qual o(s) sujeito(s) se insere(m), oportunidades de aprendizagem ou formas de questionamento de posições intolerantes frente a alunos que representam grupos
[14:29] <lalu_> Para dar continuidade à discussão sobre a questão da diversidade e a formação de professores, apresentarei a seguir de um caso expressivo para que a partir dele possamos refletir sobre a natureza dos desafios que ainda precisamos enfrentar no sentido de construir novas alternativas para a condição docente e uma postura democrática diante do diverso,
[14:30] <lalu_> uma educação inclusiva que contribua para a construção de uma sociedade efetivamente mais democrática nas qual o diferente tenha seu lugar e direitos respeitados.
[14:30] <lalu_> ii) Caso expressivo da manifestação da diversidade em aulas de português
[14:30] <lalu_> Dadas às características e limitações do presente trabalho, apresentaremos dois casos expressivos em forma de vinheta, ou seja, descrições breves de situações ocorridas em sala de aula.
[14:31] <lalu_> Dessa maneira, a transcrição ou representação do discurso de professores e alunos, ou formas de representação da dinâmica interacional estabelecida entre participantes não serão representadas da maneira como foram utilizadas nos trabalhos originais.
[14:31] <lalu_> Esse caso expressivo integra a pesquisa de doutorado de Elaina de Oliveira, orientada por mim e Nilma Lino Gomes. O objetivo geral dessa pesquisa foi o de analisar se e como questões étnico-raciais eram abordadas em aulas de português em uma turma de 4ª série do ensino fundamental de uma escola pública de Belo Horizonte.
[14:31] <lalu_> A turma era constituída por alunos de origem socioeconômica e culturalmente diversificada, incluído alunos autodenominados brancos, pardos e negros.
[14:31] <lalu_> A professora desse grupo era graduada Letras e participava ativamente de movimentos sociais voltados para a discussão e promoção de ações afirmativas em diversas instâncias sociais.
[14:32] <lalu_> No ano em que o estudo foi desenvolvido, a adoção de um livro de português orientado por uma abordagem discursiva e social da linguagem, conforme análise da obra pela pesquisadora e por indicação feita pela avaliação dentro Programa Nacional de Avaliação e Distribuição de Livros Didáticos (PNLD).
[14:32] <lalu_> No processo de seleção da turma para estudo esses aspectos foram levados em conta, pois se esperava que pudesse favorecer a identificação e estudo de alternativas de pedagógicas inclusivas e questionadoras de preconceitos em relação ao negro. Oliveira realizou observação participante junto ao grupo durante o período de um ano e envolveu a filmagem das aulas.
[14:32] <lalu_> A análise dos vídeos das interações estabelecidas entre os participantes do grupo possibilitou ver que diversas discussões ou disputas entre alunos que envolviam expressões racistas, que poderiam ser denominadas de bullying, ocorriam em espaços e momentos dos quais a professora não participava. Dessa forma, a professora sequer podia perceber que tais ocorrências existiam, posto que essas manifestações ocorressem veladamente.
[14:32] <lalu_> A análise dos materiais didáticos utilizados pela professora ao longo do ano e dos vídeos revelou que a professora optou por deixar de lado o livro adotado pelo conselho de classe da escola, ou seja, o livro do PNLD, cuja abordagem discursiva e social da linguagem poderia favorecer uma leitura crítica de textos e aspectos sociais do uso da linguagem.
[14:33] <lalu_> Em lugar desse livro, a professora propôs atividades aos alunos, distribuídas por meio de cópia de xerográfica, que privilegiavam o estudo gramatical.
[14:33] <lalu_> Diversas atividades foram realizadas para o estudo, por exemplo, de adjetivos. Os alunos demonstraram competência na produção de frases gramaticalmente corretas, ou seja, em que os adjetivos eram utilizados no feminino ou masculino, no plural ou singular conforme necessário.
[14:33] <lalu_> Entretanto, a análise do conjunto do material produzido pelos alunos demonstrou que os adjetivos que denotavam negatividade, de maneira geral, foram utilizados na descrição de fotografias de pessoas negras (por exemplo, “A mulher é horrorosa”; “O cabelo é duro.”).
[14:34] <lalu_> Outros exemplos poderiam ser dados sobre como esse conteúdo foi abordado em sala de aula.
[14:35] <lalu_> Entretanto, vou me limitar a fazer referência a esse caso, pois ele caracteriza as demais atividades realizadas.
[14:35] <lalu_> É interessante notar que a professora não abordou ou discutiu com os alunos como o significado ou implicações dessa produção, perdendo a oportunidade de “contestar o que de acordo com Geertz (1998) é caracterizado como o aspecto conservador do senso comum, que esse manifesta na aceitação de certos processos sociais como se apresentam, como se parecem. Dessa forma, ficam restritas as possibilidades de contestar os estereótipo
[14:35] <lalu_> (Oliveira, 2008, p. 119).
[14:35] <lalu_> iii) Implicações para a formação de professores
[14:36] <lalu_> Nesse momento, inicio a apresentação de comentários ou reflexões sobre o que foi brevemente descrito acima.
[14:36] <lalu_> Em primeiro lugar observamos como a questão da diversidade, no exemplo acima, da diversidade étnico-racial se manifestou de várias maneiras durante as aulas de português da turma observada:
[14:37] <lalu_> nas brincadeiras e disputas entre os alunos e durantes as atividades e exercícios realizados para o estudo gramatical.
[14:37] <lalu_> Nessas duas instâncias a questão não foi objeto de discussão ou análise por parte da professora, ora por que ela não pode ver o que os alunos diziam uns para os outros, ora por ela não perceber como a abordagem de ensino que havia adotada por impedir a promoção de um espaço de discussão e crítica de estereótipos sociais.
[14:37] <lalu_> É interessante considerar que o engajamento da professora em movimentos de ação afirmativa ou a formação recebida em seu curso de graduação não foram suficientes para prepará-la a abordar de maneira alternativa e crítica uma temática que para ela era de grande importância: as relações étnico-raciais na sociedade brasileira.
[14:38] <lalu_> Fica evidente a necessidade de se desenvolver uma discussão mais cuidadosa sobre a centralidade da linguagem e da não neutralidade dos estudos da linguagem nos processos de ensino e interação em sala de aula em processos de formação de professores.
[14:38] <lalu_> O professor precisa desenvolver um distanciamento ou um olhar critico que lhe permita examinar as consequências do que se diz ou se deixa de analisar em sala de aula com os alunos.
[14:38] <lalu_> Uma postura analítica e critica por parte do professor pode contribuir para que ele crie oportunidades em sala de aula para que seus alunos também possam analisar criticamente a maneira como se relacionam com pessoas de determinados grupos sociais e como em suas ações reproduzem modelos sociais que devem ser questionados.
[14:38] <lalu_> Como havia sinalizado antes,
[14:39] <lalu_> utilizaria apontamentos iniciais sobre a questão da diversidade
[14:39] <lalu_> e sua presença na sala de aula para que, em seguida, iniciássemos a discussão sobre o tema.
[14:40] <lalu_> Sendo assim. gostaria de ouvir/ler os comentários de vocês sobre o que acabaram de ler.
[14:41] <lalu_> Na sequência outros casos expressivos poderão ser relatados e comentados.
[14:41] <AnaMatte> obrigada, lalu_
[14:41] <Beth_> Gostaríamos de agradecer a excelente conferência da profa. Maria Lúcia Castanheira.
[14:41] <Beth_> E, a partir de agora, abriremos a discussão.
[14:41] <AnaMatte> o canal já está aberto a todos
[14:43] <adelmaa> Lalu, boa tarde! Você fez ponderações importantíssimas e que requerem uma dicsusão mais aprofundada envolvendo a diversidade dos aluns e a formação que recebemso na escola enão apenas na universidade.
[14:43] <JaskolcaAzevedo> Eu gostei muito to tema que a Profa. Maria Lúcia está trabalhando, e reflito neste momento sobre a dificuldade de desenvolver o que ela chamou de "olhar distanciado" para interferir nestes incidentes.
[14:43] <AnaMatte> lalu_, sua apresentação me fez lembrar de um preconceito muito comum entre pesquisadores e que, porque tais pesquisadores são os professores dos futuros professores, passa para estes: achar que conhecimento científico está livre de efeitos sociais, políticos e culturais. A própria sociedade compra essa imagem. Como reverter isso? Como fazer notar que o professor de matéria alguma está ensinando um conhecimento absoluto e li
[14:44] <AnaMatte> porque tal conhecimento não existe...
[14:44] <adelmaa> Gostaria de saber se você já realizaou uma pesquisa desta natureza em sala de aulas de EJA? E quais foram os elementos diferentes que te chamaram mais atenção??
[14:44] <JaskolcaAzevedo> Digamos de passagem, não são poucos.
[14:44] <lalu_> Ok,
[14:44] <lalu_> sobre o comentário da Ana:
[14:45] <lalu_> penso que cabe a nós discutir com os nossos alunos, em qualquer disciplina ou área de conhecimento
[14:45] <lalu_> sobre a natureza social da ciência ou da produção do conhecimento
[14:46] <lalu_> sabemos que não conhecimento independente das condições sociais em que é produzido.
[14:46] <lalu_> O trabalho de pesquisadoras feministas no campo da biologia podem ser um bom exemplo de como
[14:47] <lalu_> a nomeação de órgãos
[14:47] <lalu_> reflete uma visão particular da realidade.
[14:47] <lalu_> Essa discussão não é tarefa fácil, pois requer desafiar as crenças e valores que fazem parte de nossa visão d emundo
[14:47] <AnaMatte> exato, lalu_, mas parece que é sempre mais fácil para o professor de séries iniciais ter esse cuidado, justamente por conta dessa ideia maluca do sonhado conhecimento absoluto e livre de conotações sociais... o professor de biologia vcai achar "perda de tempo" falar nisso
[14:48] <lalu_> e se tornam invisíveis
[14:48] <lalu_> naturalizadas
[14:48] <AnaMatte> certamente
[14:48] <lalu_> sim,
[14:48] <AnaMatte> estou pensando na pressão que vestibulares e enems provocam no sentido contrário
[14:48] <lalu_> pode ser que em alguns campos em que a visão da ciencia como atividade objetiva e neutra é mais forte
[14:49] <lalu_> e predominante essa tarefa seja ainda mais difícil.
[14:49] <AlessandraSartor> Excelente palestra, não só para LP. Minha área é ILE e na faculdade um LD trazia a imagem de uma mulher negra com a palavra maid. Perguntaram o que era maid. Uma colega negra disse "certeza que é empregada doméstica". A questão não foi discutida.
[14:49] <lalu_> vi discussões em uma perspectiva crítica serem desenvolvidas
[14:50] <lalu_> com crianças de 11 anos.
[14:50] <LucianaMiranda> Ah sim, com certeza
[14:50] <lalu_> há alguns procedimentos que podemos explorar nesse sentido,
[14:50] <lalu_> com adultos e crianças.
[14:50] <Madu> completando o que disse Ana Matte, também a pressão das grades curriculares, das aulas de 50 minutos, de uma organização da escola que não facilita a discussão destes pontos.
[14:50] <lalu_> promover a análise de nosso proórpio modo de falar
[14:50] <lalu_> descrever as coias
[14:50] <lalu_> coisas
[14:50] <lalu_> e o mundo a nossa volta
[14:51] <JaskolcaAzevedo> Professora Maria Lúcia, o que você vem defender então é uma intervenção mais incisiva do professor buscando discutir em sala de aula certas praticas discriminadoras?
[14:51] <lalu_> a análise do discurso é fundamental a meu ver
[14:51] <AnaMatte> certamente
[14:51] <lalu_> penso que precisamos nos preparar para essa tarefa de maneira mais cuidadosa
[14:51] <lalu_> veja bem que
[14:52] <ClaudiaJardim> Professora, boa tarde! Gostaria de comentar que a sua apresentação dialoga com o que um tema discutido entre nós, alunos da prática de Estágio II com a professora Elizabeth Guzzo sobre o uso do livro didático.
[14:52] <lalu_> não por falta de "boa intenção"
[14:52] <lalu_> que as pessoas não conseguem discutir o assunto com os seus alunos.
[14:52] <lalu_> a problemática é ainda invisível para muitas pessoas.
[14:52] <ClaudiaJardim> Alguns professores não tem adotado o livro didático, apesar de os mesmos apresentarem propostas interessantes no sentido de uma abordagem crítica. Penso que, talvez, os professores não estejam preparados para o que uma discussão desse porte venha provocar, visto percebermos professores e alunos com relacionamentos “abalados”, muitas vezes os professores ficam intimidados e/ou desanimados com o comportamento dos alunos.
[14:53] <lalu_> gente;
[14:53] <lalu_> acho que estou lenta!
[14:53] <lalu_> deixa ler alguns comentários que passaram
[14:53] <AnaMatte> podemos organizar melhor, lalu_ , copiando as questões acima que nao foram respondidas, quer?
[14:53] <lalu_> muitas vezes, nós mesmos não sabemos o que fazer diante uma situação limite
[14:54] <JaskolcaAzevedo> rsrsrs...
[14:54] <lalu_> sim, por favor
[14:54] <dvmti> acho melhor mesmo
[14:54] <ThiagoRodrigues> Penso que se deve preparar os professores para discutir mais abertamente sobre essas questões. São ponderações que requerem uma preparação e um cuidado muito maior.
[14:54] <lalu_> Concordo plenamente com o Tiago.
[14:54] <AnaMatte> teve esse comentário: [14:49] <AlessandraSartor> Excelente palestra, não só para LP. Minha área é ILE e na faculdade um LD trazia a imagem de uma mulher negra com a palavra maid. Perguntaram o que era maid. Uma colega negra disse "certeza que é empregada doméstica". A questão não foi discutida.
[14:55] <lalu_> A falta de discussão de episódios como o da ilustração maid
[14:55] <lalu_> comentada por Alessandro
[14:55] <lalu_> está presente cotidianamente nas escolas.
[14:56] <lalu_> esse é o ponto da invisibilidade.
[14:56] <AnaMatte> 4:51] <JaskolcaAzevedo> Professora Maria Lúcia, o que você vem defender então é uma intervenção mais incisiva do professor buscando discutir em sala de aula certas praticas discriminadoras?
[14:56] <lalu_> achamos natural e passamos para frente - novas gerações -
[14:56] <lalu_> valores e preconceitos sem perceber
[14:56] <lalu_> eu teria cuidado com a expressão "incisiva"
[14:57] <lalu_> não sei o que ela significa ou como pode se traduzir na prática
[14:57] <lalu_> vamos tentar fazer uma descrição
[14:57] <lalu_> seria adequado pensarmos
[14:57] <lalu_> que o professor levantasse questões
[14:57] <lalu_> ou levasse os alunos a refletirem:
[14:57] <lalu_> por que vc escolheu esse adjetivo?
[14:58] <lalu_> seria isso suficiente?
[14:58] <lalu_> talvez, fosse apropriado, por exemplo,
[14:58] <lalu_> na descrição e frase sobre o cabelo de Bob Marley
[14:58] <lalu_> dar informações sobre esse cantor, compositor
[14:59] <lalu_> penso que devemos refletir sobre o como ser incisivo a partir de experiências concretas
[14:59] <lalu_> sem novas normatizações
[14:59] <AnaMatte> voce diz mudar o foco para mostrar o quanto o adjetivo é depreciativo sem falar diretamente nele?
[15:00] <lalu_> acho que conforme a situação deve se falar diretamente
[15:00] <lalu_> mas
[15:00] <lalu_> em sala de aula
[15:00] <lalu_> sabemos que os alunos podem demonstrar
[15:01] <lalu_> concordância e continuar sem alterar seus comportamentos ou visão de mundo
[15:01] <lalu_> o professor precisa lanças mão de um metadiscurso
[15:01] <ThiagoRodrigues> Professora Lalu, não seria melhor tratar do caso, como no exemplo do Alessandro, de forma natural e numa perspectiva mais tranquila? Digo, não de maneira incisiva, mas com delicadeza suficiente para tratar a questão da igualdade não como um paradigma, mas como algo cotidiano?
[15:01] <lalu_> por meio do qual explicita
[15:01] <lalu_> o que e o para que das questões que propõe discutir com seus alunos
[15:02] <lalu_> esse aspecto pode fazer parte de uma abordagem mais incisiva como falou o
[15:02] <lalu_> Thiago
[15:02] <AnaMatte> a JaskolcaAzevedo
[15:03] <lalu_> alguém havia feito uma questão sobre
[15:03] <lalu_> educação de adultos
[15:03] <lalu_> não foi isso?
[15:03] <adelmaa> Fui eu Lalu!!!
[15:03] <lalu_> ah
[15:03] <lalu_> Adelma!
[15:03] <AnaMatte> repete, please, adelmaa
[15:03] <lalu_> tudo bem?
[15:03] <adelmaa> Sim...
[15:03] <JaskolcaAzevedo> Ok Professora, obrigada! Eu apoio a idéia de investir mais nesse tema para formação de professores.
[15:03] <ThiagoRodrigues> [14:44] <adelmaa> Gostaria de saber se você já realizaou uma pesquisa desta natureza em sala de aulas de EJA? E quais foram os elementos diferentes que te chamaram mais atenção??
[15:04] <adelmaa> tudo jóia! Estoou me deliciando com suas ponderações
[15:04] <AnaMatte> obrigada, ThiagoRodrigues
[15:04] <lalu_> acompanhei um estudo desenvolvido por
[15:04] <lalu_> Gláucia Jorge em uma turma de adultos
[15:04] <lalu_> e o tomo como referência aqui.
[15:04] <ThiagoRodrigues> (não há de quê, a intenção foi facilitar)
[15:04] <lalu_> em turmas de adultos
[15:04] <Beth_>
[15:05] <lalu_> chama a atenção o estado de silenciamento dos alunos
[15:05] <adelmaa> Ótimo!!!
[15:05] <lalu_> por acreditarem que não sabem falar
[15:05] <lalu_> falam errado
[15:05] <lalu_> ao longo do ano
[15:05] <lalu_> o desenvolvimento de um trabalho que permitiu j
[15:06] <lalu_> o engajamento progressivo dos adultos em atividades de discussão
[15:06] <lalu_> de escuta da variedade linguística falada por eles em outros meios de comunicação
[15:07] <lalu_> e de reflxão sobre a prórpia questão da variação linguísitca
[15:07] <lalu_> contribuiu
[15:07] <lalu_> para que esses alunos conquistassem o direito à palavra
[15:07] <lalu_> Gláucia recolheu depoimentos ricos sobre
[15:07] <ClaudiaMacieira> Parabéns Maria Lucia pelo trabalho e a comissão organizadora pelo convite. Desculpe-me sair antes do termino.
[15:07] <lalu_> experiencias de pessoas, como, por ex
[15:07] <lalu_> um porteiro
[15:08] <lalu_> que tinha vergonha de falar com os moradores do prédio
[15:08] <lalu_> onde trabalhava
[15:08] <lalu_> como ele
[15:09] <lalu_> outras pessoas reconheceram a importãncia
[15:09] <lalu_> de refletirem criticamente sobre o preconceito linguístico
[15:09] <adelmaa> Lalu.. Na verdade, vejo que a escola continua ainda reproduzindo em seus discursos algumas desigualdades que foram reproduzidas tempos atrás, talvez em menor escala.
[15:09] <lalu_> só mais um detalhe sobre esse estudo
[15:09] <AnaMatte> que incrível
[15:09] <adelmaa> Em outras palavras vejo que o discurso do "colonizador" ficou impregnado na mente do adulto. Menos hoje em dia vejo que também acontece este silenciamento com crianças que são questionadoras.
[15:09] <lalu_> sim. me parece que temos muitos desafios pela frente.
[15:09] <lalu_> nesse estudo, por exemplo,
[15:10] <lalu_> o professor em formação
[15:10] <lalu_> promovia várias atividades interessantes
[15:10] <lalu_> e tinha boa relação com turma, como o exemplo acima nos faz acreditar
[15:10] <lalu_> entretanto
[15:10] <dvmti> Professora Maria Lúcia, uma questão,
[15:10] <lalu_> sim
[15:11] <dvmti> Eu faço parte do Grupo de Estudos em Educação de Surdos (GEES) da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e, consequente às propostas inclusivas do MEC, tem-se visto nos dias atuais a emergência de turmas mistas de alunos ouvintes e alunos surdos.
[15:11] <lalu_> sim
[15:11] <dvmti> Qual o seu posicionamento em relação à formação do professor para lidar com essa diversidade em sala de aula, ao se tratar, também, de deficiências, como a surdez, por exemplo, a qual, inclusive, tem sido orientada, atualmente, não mais sob uma ótica clinica e terapêutica,
[15:11] <dvmti> , na qual se aborda a surdez apenas como deficiência, mas, sim, sob uma perspectiva sócio-antropológica, valorizando a surdez como diferença, como um fenômeno cultural que exige um reconhecimento político implicando políticas educacionais e linguísticas que de fato considerem a língua de sinais e o lugar do visual na recepção de informações por parte dos surdos?
[15:11] <lalu_> Nesse campo,
[15:12] <lalu_> penso que uma análise pormenorizada, cuidadosa da interação em sala de aula
[15:12] <lalu_> oferece elementos riquíssimos para entendermos o tamanho do desafio que temos pela frente
[15:13] <lalu_> Os trabalhos de Carlos Henrique Rodrigues - daqui a pouco dou a referencia completa
[15:13] <lalu_> e da Giselli Silva, hoje professora na Fale/Letras
[15:13] <lalu_> são muito interessantes
[15:13] <lalu_> vc conhece?
[15:13] <CamilaFerreira> Excelentes profissionais
[15:13] <lalu_> tb acho
[15:13] <lalu_>
[15:13] <CamilaFerreira> realmente vale a pena passar as referências
[15:14] <Rampinelli> O Carlos é orientador do grupo GEES o qual pertenço aqui em Juiz de Fora
[15:14] <dvmti> Sim, inclusive o professor Carlos Rodrigues é o coordenador do Grupo em questão (o GEES)
[15:14] <ThiagoRodrigues> Temos nessa texto-conferência vários integrantes do grupo de pesquisa dele, professora Maria Lúcia!
[15:14] <lalu_> eles esão disponíveis nos site do programa de pós da FAE/UFMG
[15:14] <lalu_> aah!
[15:14] <LucianaMiranda> Oi Lalu, conhecemos o Carlos H. Rodrigues sim, fazemos parte do grupo de pesquisa dela aqui na UFJF no qual ele coordena
[15:14] <lalu_> manda um abraço para ele, então rsrsr
[15:15] <dvmti> e também, já tivemos oportunidade de estar om a professora Giselli Silva
[15:15] <adelmaa> E este ulitmo artigo, Lalu, que eu e a Beth tivemos o prazer de "digerir" ler também é um referência importante a ser citada.
[15:15] <lalu_> O Carlos apresenta uma análise de situações de incompreensão entre surdos e professora
[15:15] <Beth_> com certeza
[15:16] <lalu_> que nos dá pista sobre aspectos da comunicação que se tornam problemáticos quando temos
[15:16] <lalu_> falantes de duas línguas em ujma mesma sala de aula
[15:16] <Rampinelli> essa analise se encontra na dissertação do Carlos, é bem interessante mesmo professora
[15:16] <lalu_> Adelma
[15:16] <dvmti> e ainda tem a implicação de serem duas línguas com modalidades diferentes, uma oral-auditiva e outra espaço-visual.
[15:17] <lalu_> de qual artigo vc fala?
[15:17] <adelmaa> Diga Lalu...
[15:17] <adelmaa> do que você nos mandou para ler..
[15:17] <dvmti> duas línguas de modalidades diferentes (corrigindo)
[15:17] <adelmaa> excelente relatando observações em slaa de aula de uma escola de Bh..
[15:17] <adelmaa> maravilhoso.
[15:17] <adelmaa> espere que eu te dou o titulo todo...
[15:18] <Beth_> o título é Textos em contexto: análise exploratória dos usos e funções de textos escritos em uma turma de 1º ciclo do Ensino Fundamental
[15:19] <AnaMatte> sobre a questão do surdo, tenho uma aluna estudando o problema do ponto de vista da relação humano-computador, a Letícia Capelão, e ela aponta para o problema de que espera-se que a língua portuguesa escrita seja compreendida sem ressalvas, como se a diferença não fosse entre línguas mas entre diferentes formas de registro da mesma língua
[15:19] <lalu_> ah
[15:19] <adelmaa> vc faz observações de minucias na sala de ual..
[15:19] <lalu_> ok
[15:19] <lalu_> se achar que vale a pena outros lerem, Adelma, passa adiante :0
[15:20] <lalu_> Ana
[15:20] <lalu_> acho que o trabalho da Giselli
[15:20] <lalu_> pode interessar
[15:20] <adelmaa> e nesta perspectiva já começar a trabalhar os temas da diversidade também..
[15:20] <lalu_> ela observou a leitura em sala de aula de surdos e analisou como as diferenças entre as sintaxes das duas línguas
[15:21] <lalu_> e a falta de abordagem dessas diferenças complica a vida dos falantes da Libras.
[15:21] <adelmaa> Com todo prazer!!!!
[15:21] <AnaMatte> também acho, lalu_ . comentei porque um dos preconceitos que aparecem nessa perspectiva é de que o surdo é intelectualmente limitado, pois não entende a língua escrita como esperado
[15:22] <lalu_> sim
[15:23] <AnaMatte> e isso me lembrou a questão que voc falou, do caso do bob Marley
[15:23] <lalu_> temos uma visão bastante "etnocêntrica" em relação a eles
[15:23] <lalu_> sim/
[15:23] <AnaMatte> porque o desconhecimento sobre algo é o maior provocador de preconceitos
[15:23] <dvmti> AnaMatte, a grande questão-problema, é o foco no ensino de língua portuguesa, para os surdos, em uma perspectiva dessa língua como primeira língua (L1) e não como segunda língua (L2)
[15:23] <lalu_> como assim
[15:23] <AnaMatte> exato, dvmti
[15:23] <lalu_> compreendo o que disse
[15:24] <lalu_> o "como assim" foi atrasado...
[15:24] <Beth_> Gostaríamos de agradecer novamente à Lalu
[15:24] <AnaMatte>
[15:24] <Beth_> pela conferência
[15:24] <adelmaa> É, na verdade, um discurso minimalista para disfarçar ou ausentar nossa repsonsabildiade de oferecer condições dignas de ensino-aprenidzagem aos surdos.
[15:24] <lalu_> eu agradeço a vocês pela oportunidade e comentários
[15:24] <Beth_> que proporcionou em diálogo tão rico
[15:25] <lalu_> espero ter a oportunidade de continuar essa discussão em outros momentos.
[15:25] <lalu_> muito obrigada
[15:25] <AnaMatte> lalu_: voce parece que nasceu para dar conferencias online, foi perfeita! e adorei sua apresentação! uitíssimo obrigada!
[15:25] <Beth_> obrigada, Lalu!
[15:25] <lalu_> rsrssrr
[15:25] <lalu_> tchau gente
[15:25] <Beth_> clap! clap clap!!!!!!!!
[15:25] <lalu_> abraços
[15:25] <Madu> Professora Maria Lúcia, nem imagina co o essa conferência foi importante pra mim na sala de aula.Obrigada.
[15:25] <Beth_> abraços
[15:25] <adelmaa> A todos os presentes e a Lalu , em especial, pela presneça sempre tão cheia de sabedoria e iluminada.
[15:25] <dvmti> Agradeço esta oportunidade de reflexão-discussão, e espero que mais oportunidades, como esta, venham.
[15:25] <AnaMatte> clap clap! clap clap!!!!
[15:25] <adelmaa> um salva d epalamas para a lalu.
[15:25] <AnaMatte> clap clap! clap clap!!!!
[15:25] <lalu_> valeu!
[15:25] <AlessandraSartor> clap clap clap
[15:25] <rivaniatrotta> clap! clap! clap!
[15:25] <Madu> Adelma, mande o artigo citado pra mim, por favor.
[15:26] <adelmaa> Clap clap clap clap...
[15:26] <adelmaa> Com certeza..
[15:26] <JaskolcaAzevedo> clap clap clap clap ...
[15:26] <ClaudiaJardim> Clap Clap clap Clap
[15:26] <ThiagoRodrigues> Muito obrigado professora, foi de grande proveito a palestra!
[15:26] <lalu_> desculpa mas tenho que correr
[15:26] <lalu_> tchau
[15:26] <CamilaFerreira> Foi ótimo!!!
[15:26] <ThiagoRodrigues> *palmas*
[15:26] <AnaMatte> obrigada, pessoal, em novembro tem mais, acompanhem pela página stis.textolivre.org
[15:26] <Beth_> Gostaríamos ainda de fazer um anúncio e um convite: Anúncio: para receber o certificado de participação é só escrever para o nosso e-mail que se encontra no nosso site. Convidá-los para assistir dia 02 de novembro de 14:00 às 15:30 a palestra proferida pela profa Dra Olga Valesca (Cefet) Corpo E Tecnologia: Linguagem Verbal E Não Verbal. Agradecemos a presença de todos. Que tenha um excelente fim de semana.
[15:26] <adelmaa> A todos que nos pretigiaram nos do STIS agrdecemso imesnamente a presença.
[15:26] <ClaudiaJardim> Obrigada!
[15:26] <Beth_> Obrigada!!!
[15:27] <Rampinelli> Foi de grande contribuição assistir essa conferencia! Os temas discutidos aqui foi de grande proveito! Obrigada professora pela oportunidade!
[15:27] <ClaudiaJardim> Obrigada Beth!
[15:27] <adelmaa> Esperamso contar com aparticpação de todos no nossopróximo evento.
[15:27] <adelmaa> Estão todos convidados.
[15:27] <ThiagoRodrigues> Obrigado!
[15:27] <Beth_> Obrigada Cláudia e Jaskolca
[15:28] <JaskolcaAzevedo> Obrigada e até a próxima!
[15:28] <adelmaa> Obrigada Ana Matte, Beth Guzzo, Hugleo!!!
[15:28] <dvmti> Obrigado, até a próxima.
[15:29] <pipoka> obrigada, adelmaa
[15:29] <adelmaa> Tenham todos um excelente final de semana!
[15:29] <rivaniatrotta> Pra vcs também, Adelma.
[15:29] <adelmaa> Nos vemos em novembro, se Deus quiser!
[15:30] <adelmaa> Bom te ver aqui, Rivânia, Madu!!!
Como citar este texto:
CASTANHEIRA, Maria Lúcia. Interação e diversidade em sala de aula: implicações para a formação de professores. In: STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec. Ano II, 2012. Disponível em: <http://stis.textolivre.org/site/index.php/artigos/12-stis/registros-das-palestras-logs/39-log-interacao-e-diversidade-em-sala-de-aula-implicacoes-para-a-formacao-de-professores>. Acesso em: 27 fev. 2014.
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