STIS 2015

2. Março: Tradução e Tradutor

2.1. registro março

 Registro da Conferência em chat  escrito, de 20 de Março de 2015:

 

Discutindo a formação do tradutor e o perfil de competência tradutória no Brasil

conferencista: José Luiz Vila Real Gonçalves

Tradução  Interpretação: o mercado

conferencista: Tradutora e Interprete Patrícia Loreto

 

 

moderador: Equipe STIS

 

[14:00] <AnaMatte> ==================================================== iniciando!
[14:00] <AnaMatte> Prezados conferencistas convidados e participantes, boa tarde!
[14:01] <AnaMatte> Hoje temos a honra de iniciar os trabalhos do STIS do ano de 2015. Contamos com a presença de grandes pesquisadores e profissionais em nossa sala virtual, obrigada pela participação.
[14:01] <AnaMatte> Para iniciar nossos trabalhos é com prazer que anuncio os conferencistas convidados deste mês de março, o Prof. Dr José Luiz Vila Real e a profª tradutora e intérprete Patrícia Loreto.
[14:02] <AnaMatte> Antes de iniciar as conferências apresento a vocês os temas e os convidados deste ano no STIS.
[14:02] <AnaMatte> Em 17  DE ABRIL a profª Drª Ana Elisa Ribeiro fará sua conferência sobre o tema " As TICs na literatura".
[14:02] <AnaMatte> No dia 22 de maio contaremos com a honrosa  presença do prof  Leôncio Soares (FAE/UFMG) e o Prof Dr. Luciano Sérgio Ventin Bomfim (UFBA).
[14:02] <AnaMatte> No dia 21 de Junho teremos como nossos conferencistas a Profª Drª. Ana Cristina Fricke Matte (UFMG), coordenadora do Projeto Texto Livre e o   Profª  Dr Tel Amiel, professor do IEAL/UNICAMP
[14:02] <AnaMatte> (opa, sou eu rs)
[14:02] <AnaMatte> Em 21 de agosto  para trazer a discussão temas da área de Semiótica estarão presentes a nossa sala virtual de conferência o prof. Dr. Francisco Merçon (Semiótica) e o  Prof  Dr. Arnaldo Cortina (UNESP /Araraquara).
[14:03] <AnaMatte> com a participçaõ das Profª Drª Vanderlice Sol (IFMG) e da Profª Drª Hilda Helena (UFV) .
[14:03] <AnaMatte> No mês de setembro, dia 18,  a temática será o "O ensinos de inglês e as TICs"
[14:03] <AnaMatte> Internacionalizando nosso evento traremos dia 23 de outubro a Profª Drª Janelle Coleman (Lee University)  e a Profª Drª Célia Bianconi (Boston University) para nos relatar sua s experiências " Sobre a formação de professores de língua portuguesa como língua estrangeira nos Estados Unidos".
[14:03] <AnaMatte> Concluindo nosso ano de relevantes conferências contaremos com a conferência de encerramento do Prof Dr Jose Manuel Moran Costas.
[14:03] <AnaMatte> Estou contente! Teremos este ano uma agenda repleta de grande encontros com grandes mestres e todos são bem-vindos.
[14:04] <AnaMatte> Para dar início às atividades de hoje, vou apresentar brevemente nossos conferencistas, o Prof. Dr José Luiz Vila Real e a profª tradutora e intérprete Patrícia Loreto. Em seguida passo a palavra à moderadora Profª Drª Daniervelin Marques.
[14:04] <AnaMatte> prof José Luiz?
[14:04] <Zeluizvr> Ola
[14:04] <AnaMatte> oba! bem vindo!
[14:04] <Zeluizvr> Estou presente.
[14:04] <AnaMatte> O Prof. Dr José Luiz Vila Real Possui graduação em Letras - Bacharelado em Tradução pela Universidade Federal de Ouro Preto (1991), graduação em Letras - Licenciatura em Português/Inglês pela Universidade Federal de Ouro Preto (1992),
[14:04] <Zeluizvr> Obrigado
[14:05] <AnaMatte> mestrado em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (1998) e doutorado em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (2003). Concluiu seu estágio pós-doutoral pelo POSLIN-UFMG EM 2011 .
[14:05] <AnaMatte> Atualmente é professor associado da Universidade Federal de Ouro Preto e foi coordenador do Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos da Linguagem de junho de 2013 até agosto de 2014.
[14:05] <AnaMatte> Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Ensino de Tradução, atuando principalmente nos seguintes temas: tradução, estudos da tradução, competência do tradutor, teoria da relevância e desempenho experto em tradução.
[14:05] <AnaMatte> Prof Patrícia?
[14:05] <patloreto> Presente
[14:05] <AnaMatte> patloreto: presente?
[14:05] <AnaMatte> sorriso
[14:05] <AnaMatte> bem vinda!
[14:06] <AnaMatte> A Tradutora e Interprete Patrícia Loreto possui o curso de Técnico em Informática pela  Escola Técnica federal de Ouro e Bacharelado em tradução
[14:06] <AnaMatte> pela Universidade Federal de Ouro Preto (2002). MBA em People managemnet pela fundação Dom Cabral ( 2005- 2006) e Curso de  Portuguese Simultaneous Interpretation pelo Monterey Institute of International Studies (2013 – 2013)
[14:06] <patloreto> Obrigada, Prof. Ana Cristina.
[14:06] <AnaMatte> Sua expeirência profiissional iniciou como Assistant Translator na  WordWise Inc. de August 2003 – March 2005 (1 year 8 months) e atualmente exerce sua função na Translator & Interpreter at Dialeto Traduções.
[14:06] <AnaMatte> Agora passo a palavra a nossa moderadora Profª Drª Danirervelien Marques que explicará o funcionamento deste evento online. Um ótimo evento
[14:07] <AnaMatte> ops, daniervelin sorriso
[14:07] <daniervelin> Boa tarde a todos! Sejam bem-vindos!
[14:07] <daniervelin> para quem participa pela primeira vez, teremos 30 minutos de apresentação das conferencistas (só por escrito, no chat)
[14:07] <daniervelin> durante esse tempo, a sala estará moderada
[14:07] <daniervelin> após as duas apresentações, abriremos a sala para perguntas, sugestões e discussão geral das ideias expostas
[14:07] <daniervelin> o código para os slides será indicado no início de cada apresentação
[14:07] <daniervelin> basta inserir o código à direita, depois de escolher o tipo de atendimento: “apresentação de slides”
[14:07] <daniervelin> vocês podem regular o tamanho do chat e slides ajustando a coluna vertical entre as partes
[14:08] <daniervelin> desejamos um ótimo seminário a todos!
[14:08] <daniervelin> José Luiz Vila Real Gonçalves, pode começar por favor. Obrigada por aceitar o convite do STIS!
[14:08] <Zeluizvr> Boa tarde a todos e todas. Gostaria em primeiro lugar de agradecer imensamente pelo convite para ministrar esta palestra virtual, especialmente à Adelma Araújo.
[14:08] <daniervelin> Código dos slides: real
[14:09] <Zeluizvr> Gostaria de saber se a apresentação está aparecendo para todos do lado direito?
[14:10] <daniervelin> está sim
[14:10] <Zeluizvr> Achei a proposta desse tipo de apresentação muito interessante e parabenizo aos que promovem esta iniciativa de divulgação do conhecimento científico na área da linguagem através da interação à distância, o que em muito facilita o contato entre pesquisadores hoje em dia. Faço votos de que vocês continuem tendo sucesso e contribuindo para a divulgação da ciência e para a formação de novos pesquisadores. Parabéns!
[14:10] <AnaMatte> precisa abrir: cada um escolhe o tipo de apresentação por slides e coloca o código real
[14:10] <AnaMatte> obrigada, Zeluizvr sorriso
[14:11] <Zeluizvr> A apresentação já está aparecendo para mim. Está ok para o público?
[14:11] <Zeluizvr> Agradeço também a oportunidade de poder apresentar a palestra nesta tarde junto com uma ex-aluna da UFOP, muito estimada e uma profissional da tradução e interpretação competentíssima e com uma experiência riquíssima a compartilhar conosco.  Tivemos o privilégio de tê-la apresentando para nós na UFOP no último dia 30 de setembro, na comemoração do Dia do Tradutor.
[14:12] <AnaMatte> está ok a apresentação
[14:12] <Zeluizvr> Gostaria de dizer que a minha apresentação será um tanto teórica, mas depois a Patrícia fará uma apresentação bem mais atraente e voltada para questões práticas.
[14:12] <Zeluizvr> Começando...
[14:12] <Zeluizvr> Este trabalho é o resultado do projeto de pesquisa intitulado “Cursos de tradução e competência tradutória”, que desenvolvi entre 2007 e 2009, na UFOP, juntamente com vários bolsistas de IC, a quem agradeço pelas importantes contribuições. No ano passado, repliquei a metodologia para obter e analisar dados referentes a 2014 e, assim, desenvolver uma comparação que pudesse indicar alguma tendência de mudança ou manuten
[14:13] <Zeluizvr> Para discutirmos sobre a natureza da tradução, é importante levantarmos as seguintes questões: •    Tradução como arte ou dom Em que medida a tradução é uma atividade que demanda a sensibilidade artística e alguns dons ou características inatas para a sua realização? Em que medida o tradutor já vem “preparado” para traduzir?
[14:14] <daniervelin> real
[14:14] <daniervelin> código dos slides: real
[14:14] <Zeluizvr> •    Tradução como oficio As habilidades do tradutor devem se desenvolver exclusivamente ou principalmente com o treinamento prático, através do exercício contínuo e do aprimoramento gradual através das avaliações e correções de um profissional mais experiente (um mestre do ofício)?
[14:15] <Zeluizvr> •    Tradução como ciência O tradutor profissional deve passar necessariamente por uma formação acadêmica, com foco nos aspectos teóricos?
[14:15] <Zeluizvr> Douglas Robinson (2003), pesquisador, tradutor e formador de tradutores defende, assim como nós, que esses três domínios – arte, ofício e ciência, que ele destaca respectivamente como processos abdutivos/intuitivos, indutivos e dedutivos – devem se articular para garantir o desenvolvimento da competência do tradutor (ou do tradutor experiente).
[14:16] <Zeluizvr> Partindo desse ponto de vista, entendemos que a competência do tradutor é bem mais complexa do que apenas o domínio das duas línguas com as quais trabalha. Portanto, seu desenvolvimento também deve envolver práticas e estratégias didático-pedagógicas complexas, que contemplem satisfatoriamente todos os conhecimentos, habilidades e competências envolvidas.
[14:17] <Zeluizvr> •    Desafios para a formação do tradutor: novas tecnologias, novas formas de interação, novas intuições O trabalho do tradutor atualmente, além de toda a complexidade habitual, envolvendo diversos conhecimentos e habilidades, exige ainda mais conhecimentos e habilidades na utilização de diversas ferramentas tecnológicas, sem as quais não é possível se inserir nesse mercado, cada dia mais especializado e competitivo. Entre
[14:18] <Zeluizvr> Entre elas, as ferramentas computacionais ou informáticas de auxílio à tradução humana, os chamados CAT Tools (computer-assisted translation tools), vêm se tornando uma exigência para aqueles que prestam serviços na área – os chamados programas de memória de tradução caracterizam-se como bancos de dados que vão sendo construídos pelo tradutor ao longo de suas tarefas e que agilizam progressivamente as tarefas subsequen
[14:18] <Zeluizvr> Além dos CAT Tools, é importantíssimo que o tradutor desenvolva habilidades interpessoais, a fim de poder interagir de forma bem-sucedida e produtiva com os clientes, revisores e demais agentes do mundo profissional da tradução.
[14:18] <Zeluizvr> A habilidade de encontrar informações novas para solucionar os problemas de tradução também é fundamental para o tradutor. Por isso, quanto mais facilidade e agilidade ele tiver para pesquisa (muitas vezes utilizando as ferramentas de busca informáticas), tanto maiores as chances de sucesso da tradução.
[14:19] <Zeluizvr> Vocês acham que o ritmo de apresentação do texto está ok, rápido ou devagar?
[14:20] <Zeluizvr> 3.    Justificativa Ainda existe pouco diálogo entre os estudos teóricos sobre competência tradutória e as aplicações à didática da tradução. E o que se observa, conforme observamos na citação de Gonçalves e Machado (2006), é de que há pouco consenso e convergência em relação às propostas de formação do tradutor. Portanto, esse trabalho de pesquisa buscou contemplar essa lacuna, discutindo os fundamentos teóricos de
[14:20] <Zeluizvr> para os seus componentes, e avaliando a sua distribuição nos currículos de tradução do Brasil.
[14:20] <Zeluizvr> Será que isso mudou ou as indefinições e imprecisões sobre a formação do tradutor ainda persistem?
[14:21] <Zeluizvr> Será que os currículos já têm parâmetros e diretrizes solidamente fundamentadas nos trabalhos científicos da área e, como em áreas como o ensino de línguas, já apresentam resultados consistentes na formação de tradutores?
[14:21] <Zeluizvr> A pesquisa em foco teve os objetivos que apresento no slide ao lado:
[14:23] <Zeluizvr> 5.    Passos metodológicos Esta pesquisa se desenvolveu em duas frentes principais:
[14:23] <Zeluizvr> (a)    Uma teórica, em que foram discutidos e aprofundados conceitos sobre competência e competência tradutória, a partir de leituras e discussões promovidas pelo Grupo de Estudos sobre Competência Tradutória, que atuou na UFOP entre 2004 e 2009, tendo permitido que chegássemos às formulações sobre os componentes dessa competência, como detalharei nos resultados;
[14:24] <Zeluizvr> (b)    Uma empírica, através do levantamento, catalogação e análise de matrizes curriculares de cursos de tradução no Brasil através de informações disponíveis na internet (dados coletados nos anos de 2009 e 2014). Cada disciplina encontrada nas matrizes foi associada a uma ou duas subcompetências. Em seguida, calculou-se o percentual de carga horária relativo a cada subcompetência e então procedeu-se às análises e discu
[14:24] <Zeluizvr> 6.    Questões sobre competência tradutória
[14:25] <Zeluizvr> No que concerne às nossas questões teóricas, é fundamental investigarmos o conceito de competência, no sentido geral, e da competência tradutória, mais especificamente, a fim de entendermos como ela se constitui e se desenvolve e, portanto, como o tradutor se torna um profissional experiente/competente.
[14:25] <Zeluizvr> Assim, dependendo da concepção, a competência pode ser entendida como uma habilidade (um saber fazer ou conhecimento procedimental), que tem características que a associam principalmente com uma prática, que se desenvolve fazendo; ou, então, pode ser tratada como um conjunto de conhecimentos explícitos (declarativos), que devem ser internalizados.
[14:25] <Zeluizvr> 7.    Repensando o conceito de competência
[14:26] <Zeluizvr> Para a concepção modularista, a mais ortodoxa e calcada principalmente em propostas como as de Fodor (1983) e Chomsky (1980), por exemplo, a noção de competência deriva de uma pré-configuração filogenética, tendo, pois, caráter inato e sendo requisito necessário para a manifestação do desempenho – a ativação de certos módulos cognitivos resultará numa determinada competência, que é entendida como uma faculdade da
[14:26] <Zeluizvr> A competência linguística, especialmente, é idealizada nessa perspectiva. Assim, a competência é vista como essencialmente cognitiva e inata.
[14:27] <Zeluizvr> Em outra abordagem, com foco nos estudos sobre competência em tradução, Rothe-Neves (2007) defende que competência é o resultado do desempenho, deslocando, assim, a definição para o campo do comportamento socialmente regulado, tendo em vista que a caracterização de um comportamento ou uma produção competente não se vincula a uma configuração cognitiva a priori, mas depende de sua definição e regulação no contexto soc
[14:27] <Zeluizvr> sofrendo ajustes e modificações ao longo do tempo.
[14:28] <Zeluizvr> Por fim, adoto, junto com Alves e Gonçalves (2007), uma concepção complexa para esse conceito, que leva em conta uma articulação sistêmica e indissociável entre os domínios cognitivo (especialmente de base conexionista) e sociocultural na constituição e desenvolvimento de uma competência.
[14:28] <Zeluizvr> 8.    Uma proposta de hierarquização para os constituintes das competências
[14:29] <Zeluizvr> Portanto, proponho que competência se constitui como um processo de articulação e busca de sinergia e congruência entre os domínios sociocultural e cognitivo.
[14:29] <Zeluizvr> No primeiro, manifestam-se as interações entre os indivíduos e também entre esses e o os vários elementos do meio. A partir desses insumos socioculturais, através dos sistemas sensório-motores, é que os sistemas cognitivos se organizarão de forma progressiva, adaptando-se, readaptando-se e respondendo a tais insumos.
[14:29] <Zeluizvr> No domínio cognitivo, propus que competências se articulam como sistemas complexos (Gonçalves, 2008), que denominei de capacidades:
[14:30] <Zeluizvr> As capacidades, portanto, são sistemas que envolvem diversos níveis de complexidade processual – dos níveis mais automáticos e inconscientes até os metaconscientes. Assim, uma capacidade se constitui de:
[14:30] <Zeluizvr> - Habilidades – são denominadas como “conhecimentos” procedimentais, isto é, caracterizam-se por saber realizar alguma tarefa; em geral envolve mais automatismos e menos decisões conscientes;
[14:30] <Zeluizvr> - Conhecimentos – geralmente denominados como conhecimentos declarativos na psicologia cognitiva e nos estudos do desenvolvimento, referem-se ao saber explícito, conceitual, consciente, e envolve todo o nosso conjunto de conhecimentos de mundo;
[14:30] <Zeluizvr> - Metaconhecimentos – incluem todo tipo de “saber explicativo”, metacognitivo, teórico e metateórico, que normalmente demandam um nível de consciência mais alto.
[14:30] <Zeluizvr> 9.    Definindo competência como sistema interativo complexo
[14:31] <Zeluizvr> Assim, apresentei a seguinte proposta para definir competência:
[14:31] <Zeluizvr> [no slide]
[14:32] <Zeluizvr> 10.    Alguns modelos relativos aos processos de tradução e à competência do tradutor
[14:32] <Zeluizvr> O modelo do Grupo PACTE (da Universidade Autônoma de Barcelona) tem sido bastante aplicado em diversos estudos sobre competência tradutória e também a algumas propostas de implementação didática na formação de tradutores.
[14:32] <Zeluizvr> A proposta integra domínios cognitivos complexos, denominados como sub-competências, tendo como elemento central e articulador a subcompetência estratégica, que tem a característica principal de atuar como um conhecimento operativo (procedimental), ou seja, predominantemente, uma habilidade. Portanto, para esse Grupo de pesquisa, a competência do tradutor caracteriza-se, principalmente, como um saber fazer, em que os níveis mai
[14:33] <Zeluizvr> de forma secundária.
[14:33] <Zeluizvr> 11.    A competência do tradutor
[14:33] <Zeluizvr> Alves e Gonçalves (2007) propuseram um modelo de competência baseado na articulação dos diferentes níveis de processamento cognitivo e da interface com o domínio sociocultural.
[14:34] <Zeluizvr> Nesse slide, é apresentado o tradutor “banda-restrita” ou ainda sem experiência.
[14:34] <Zeluizvr> Basicamente, o diagrama apresenta uma circunferência externa, representando o nível das interações socioculturais, em interface com a cognição, que começa com os níveis mais externos representando os sistemas sensório-motores, e, à medida que se aproximam do centro, os processos vão se tornando mais conscientes e complexos, até atingir a metacognição.
[14:34] <Zeluizvr> No caso do tradutor inexperiente, as subcompetências aparecem ainda pouco desenvolvidas e com pequena interseção entre si – o que indica que a competência não alcançou um nível de desenvolvimento e sinergia necessários para o exercício profissional.
[14:34] <Zeluizvr> É importante destacar, nesse modelo, a centralidade da chamada subcompetência pragmática e estratégica, que se refere ao retângulo central, responsável pelos processos inferenciais e pela solução de problemas. À medida que essa subcompetência esteja pouco desenvolvida, ainda restrita à uma região “inferencial” mais superficial, o nível e a qualidade das soluções para os problemas da tradução tenderão a alcançar
[14:35] <Zeluizvr> 12.    A competência do tradutor (o tradutor banda-larga)
[14:35] <Zeluizvr> Já nessa segunda representação, observa-se que os componentes da competência estão desenvolvidos e também devidamente articulados.
[14:35] <Zeluizvr> Nesse caso, a subcompetência pragmática e estratégica amplia-se por diversos níveis de processamento cognitivo (dos mais automáticos, ao receber os insumos linguísticos, aos mais complexos e metarreflexivos, na solução de problemas mais difíceis).
[14:36] <Zeluizvr> Aqui, podemos entender que as categorias de processamento cognitivo se distribuem ao longo de diversos níveis, mais ou menos conscientes. No caso da capacidade pragmática e estratégica, verifica-se que, para o sucesso e adequação da tradução, é necessário transitar entre esses níveis, dependendo do problema em questão.
[14:36] <Zeluizvr> 13.    Componentes da competência tradutória, levantados a partir das discussões teóricas do Grupo de Pesquisa em Competência Tradutória da UFOP
[14:36] <Zeluizvr> Após debater sobre o conceito de competência, partimos para a definição de categorias mais detalhadas sobre os constituintes da competência tradutória, ou seja, tudo aquilo que o profissional deve conhecer e dominar para que seja bem-sucedido na sua função.
[14:37] <Zeluizvr> Depois de diversas reformulações, chegamos às categorias listadas no slide ao lado.
[14:38] <Zeluizvr> Não teremos tempo de descrever cada uma delas, então passarei para os resultados das observações dos cursos.
[14:38] <Zeluizvr> Nesse slide, temos os resultados de 2009.
[14:39] <Zeluizvr> E no seguinte, de 2014.
[14:39] <Zeluizvr> Colocando-os juntos para visualizarmos melhor...
[14:39] <Zeluizvr> Algumas reflexões sobre os resultados:
[14:39] <Zeluizvr>     Os resultados, em vista do limitado universo de instituições e dispersão de algumas variáveis, não tem significância estatística, representando, muito mais, tendências gerais, para iniciarmos uma reflexão sobre o quadro.
[14:40] <Zeluizvr>     Observaram-se mudanças pequenas no perfil das matrizes entre 2009 e 2014, mas que apontam para um avanço nas propostas curriculares para a tradução.
[14:40] <Zeluizvr>     Ainda ocorre a supervalorização do ensino de línguas, uma vez que a capacidade linguística e metalinguística nas línguas de trabalho [componente número (2): apresentou 32% em 2009 e 27,2% em 2014].
[14:40] <Zeluizvr>     A redução indica mais espaço para outras subcompetências relevantes, mas ainda a ênfase para esse componente da formação é muito grande. Assim, por que dedicar um percentual tão grande para ensino de línguas e conhecimentos metalinguísticos na formação do tradutor?
[14:40] <Zeluizvr>     Avalio que há uma subvalorização da capacidade pragmática/estratégica, tendo em vista o seu papel central na articulação das outras subcompetências [componente (1): 15,2% e 14,8%].
[14:41] <Zeluizvr>     Não deveríamos aumentar a carga horária de atividades práticas e profissionalizantes?
[14:41] <Zeluizvr>     Ainda parece haver uma carga horária relativamente pequena dedicada às habilidades relacionadas ao uso de tecnologias aplicadas à tradução , mas com significativa ampliação em 2014 [componente (7): 1,45% x 3,3% ]
[14:41] <Zeluizvr>     Em que medida seria necessário ampliar a qualificação nessa área?
[14:41] <Zeluizvr>     Estaria havendo subvalorização dos conhecimentos teóricos [componente (6): 4,01% e 4,5%]?
[14:41] <Zeluizvr>     Mais espaço para outras subcompetências? Quanto? Como distribuir melhor?
[14:42] <Zeluizvr>     Como promover de forma mais efetiva a articulação (e sinergia) entre ensino teórico e prático?
[14:42] <Zeluizvr> 17.    Considerações e sugestões para a didática da tradução
[14:42] <Zeluizvr> Para finalizar, algumas considerações (provisórias) para que aprofundemos as questões sobre a competência do tradutor e a sua aplicação à didática da tradução.
[14:42] <Zeluizvr>     Necessidade de se buscar maior autonomia para os currículos de tradução em relação aos de licenciaturas de línguas;
[14:42] <Zeluizvr>     Redução da ênfase na formação inicial em línguas e literaturas em favor de uma formação avançada e, também, de maior investimento na utilização de ferramentas tecnológicas de auxílio ao tradutor;
[14:43] <Zeluizvr>     Mais ênfase em atividades de estágios supervisionados;
[14:43] <Zeluizvr>     Maior aprofundamento teórico;
[14:43] <Zeluizvr>     Necessidade de se ampliarem os fóruns de discussão sobre o tema;
[14:43] <Zeluizvr>     Etc...
[14:44] <Zeluizvr> Obrigado!
[14:44] <daniervelin> Obrigada prof. José Luiz Vila Real Gonçalves! Convidamos agora Patrícia Loreto para dar prosseguimento às apresentações de hoje
[14:44] <daniervelin> patloreto?
[14:45] <patloreto> oi, desculpa. Esqueci de rolar a barra.
[14:45] <patloreto> Boa tarde a todos. Primeiramente gostaria de agradecer pelo convite da Prof. Dra. Adelma Araújo para estar aqui hoje com vocês. Agradeço também a todas as pessoas que estiveram envolvidas na organização e realização deste evento virtual.
[14:46] <patloreto> Para mim é uma grande responsabilidade estar em um ambiente acadêmico depois de tanto tempo. A responsabilidade fica maior ainda quando compartilho esse espaço do o Prof. Dr. JL Vila Real. Como você percebem durante a apresentação feita pela Prof. Dra. AnaMatte, depois da graduação, acabei não tomando o caminho acadêmico.  Espero poder compartilhar um pouco dessa experiência de mercado que fui  adquirindo desde 2003.
[14:46] <patloreto> Prod @daniervelin, qual é o código para os slides?
[14:48] <daniervelin> Código: loreto
[14:48] <patloreto> ok, já tenho acesso aos slides. Posso continuar?
[14:49] <daniervelin> sim
[14:49] <patloreto> @daniervelin?
[14:49] <daniervelin> tudo ok, patloreto
[14:49] <daniervelin> pode continuar
[14:49] <patloreto> ok
[14:50] <patloreto> Pessoal, os slides estão numerados e vou referenciar esses números aqui no chat, tá.
[14:50] <patloreto> Slide 1: O Mercado global de tradução é bastante fragmentado e a inserção de novos profissionais pode ser dar de diversas maneiras. Por outro lado, o mercado de interpretação no Brasil tem especificidades que variam de cidade para cidade, isto é, o mercado de BH é diferente do de SP, que, por sua vez é diferente do mercado do Rio, e por aí vai. Nessa apresentação de hoje, vou tentar mostrar a vocês como funciona isso.
[14:51] <patloreto> Slide 2: Como podem ver, a formação de um tradutor/ intérprete é ampla. Atenção para a palavra “ampla”. Acredito que esses profissionais precisam conhecer profundamente as técnicas de tradução e interpretação. São elas que vão te ajudar a resolver situações complicadas em cabine, por exemplo. Entretanto, principalmente o tradutor em início de carreira, vai precisar ser um generalista e aceitar os trabalhos que apa
[14:51] <patloreto> (Cont. Slide 2) Slide 2: Como podem ver, a formação de um tradutor/ intérprete é ampla. Atenção para a palavra “ampla”. Acredito que esses profissionais precisam conhecer profundamente as técnicas de tradução e interpretação. São elas que vão te ajudar a resolver situações complicadas em cabine, por exemplo. Entretanto, principalmente o tradutor em início de carreira, vai precisar ser um generalista e aceitar os t
[14:53] <daniervelin> patloreto, cole trechos menores, por favor
[14:53] <patloreto> (cont. slide 2) Depois de algum tempo, naturalmente os assuntos vão se afunilando e você vai encontrando seu nicho. Por outro lado, intérpretes serão eternos generalistas. Normalmente diz-se que intérpretes conseguem conversar sobre tudo com especialistas de diversas áreas...... durante 10 minutos. O importante nesse slide é lembrar-se que toda formação é formação e, nessa área, tudo poderá ser usado no futuro
[14:53] <patloreto> ok
[14:53] <daniervelin> pois o chat corta os trechos longos
[14:53] <patloreto> Acumule informações, sem preconceitos. Principalmente na área de interpretação, você tem grandes chances de usar seu conhecimento de mundo quando menos esperar
[14:54] <patloreto> Por exemplo, estudei fotografia como hobby, mas hoje interpreto vários eventos de fotografia no Brasil todo.
[14:55] <patloreto> Slide 3: Um pouco da minha experiência profissional.  É bastante difusa, mas cada um desses cursos tem um motivo de ser, que remete à minha prática de mercado.
[14:55] <patloreto> Slide 4: Só para mantermos a distinção em mente: tudo que for oral é interpretação e o que for escrito é tradução.
[14:56] <patloreto> Slide 5: Perfil do Tradutor:  bom, se você está a procura de uma carreira estável, como salário depositado no quinto dia útil de cada vez, acho melhor pensar duas vezes antes de se tornar tradutor/intérprete.
[14:56] <patloreto> Slide 6: No Brasil, é comum tradutores também fazerem versões de seu idioma B, mas no restante do mundo isso não é muito comum, geralmente o tradutor só traduz para o seu idioma A (ou idiomas A).
[14:57] <patloreto> Localização é bastante usada na área de TI. Localização linguística ou cultural é muito usada em jogos de vídeo game, onde é feita a tradução da língua e das referências culturais mantendo a experiência de se jogar, mas tornando o jogo mais atrativo para o local alvo.
[14:58] <patloreto> slide 6 - cont.: TPIC: tradutor público e intérprete comercial (por concurso via Junta Comercial de cada estado. Os concurso ocorrem mais ou menos de 20 em 20 anos, ou mais)
[14:59] <patloreto> slide 6 - cont.: Post-editing e pre-editing: bastante usados para ajustes em “machine translation” (MT). Sim, machine translation já é uma realidade e post e pre-editing está aí pra não me deixar mentir (eu ainda me recuso...)
[14:59] <patloreto> Slide 7 – CAT Tools: não tem como estar no mercado profissional de tradução sem usar um CAT Tool hoje em dia (salvo o mercado literário). Se você optar trabalhar para agências, muitas vezes elas imporão qual que ferramenta querem você use.
[15:00] <patloreto> O SDL Trados é o mais solicitado por agências, e isso ocorre pelo simples fato do Trados trabalhar muito bem seu marketing. O Worldfast é uma CAT mais em conta, com desconto para latino americanos.
[15:00] <patloreto> slide 7 - cont.:  Sua versão trial tem todas as funções da versão paga, a única diferença é que o trial limita o tamanho da memória de tradução. O Omega T é um freeware e funciona tanto com PC quanto com MAC.
[15:01] <patloreto> Para iniciar, sugiro o Omega T. É bom e barato. Simples assim.
[15:01] <patloreto> slide 7 - cont.: Machine translation é diferente de CAT Tools AS CAT Tools criam uma memória baseada em tudo que você já traduziu
[15:02] <patloreto> Slide 8: vários contratantes. Se for trabalhar com agências fora do Brasil, sugiro que aprenda logo os melindres de transações financeiras internacionais. Depois que aprender isso, tudo fica mais tranquilo.
[15:02] <patloreto> slide 8 - cont.:  O PROZ tem um “blue board” [que é uma espécie de lista negra das agências enroladas e caloteiras. Vale a pena pagar a assinatura se você pretende trabalhar para agências. Particularmente não uso, porque trabalho com clientes diretos, mas quem trabalha com agência acha essencial.
[15:03] <patloreto> Slide 9: há várias outras instituições voltadas para prática tradutória e para pesquisa. Pesquisar no site da Abrates é uma boa opção.
[15:03] <patloreto> Slide 10: Perfil do intérprete: discreto, curioso, generalista.
[15:04] <patloreto> Slide 11: há uma confusão entre interpretação consecutiva e intermitente. Se o intérprete não está tomando notas, é intermitente. Na consecutiva, o palestrante fala entre 4 e 10 min, enquanto o intérprete toma notas e depois reproduz o discurso no idioma alvo.
[15:04] <patloreto> Slide 12: OPI (over the phone interpreting), muito usado nos EUA onde a legislação estabelece que falantes não nativos de inglês têm direito a um intérprete (pago pelo estado). O mesmo ocorre em tribunais e hospitais.
[15:04] <patloreto> Slide 13: foto ilustrativa, só para dar um ideia a vocês mesmo. Pode ser maior ou menor que essa.
[15:05] <patloreto> Slide 14: a cabine é pequena, raramente está bem localizada e é revestida de carpete para melhorar o isolamento acústico. Então, não há glamour nenhum, para frustação de muitos.
[15:05] <patloreto> Slide 15:  CI, ou central de intérpretes. É o equipamento necessário para a interpretação simultânea. Fica na cabine. Há outros modelos.
[15:06] <patloreto> Slide 16: O mercado de interpretação é relativamente pequeno, funciona quase 100% por indicação e não costuma dar segundas chances. Portanto, é importante estudar e PRATICAR muito antes de entrar. (e.g. eu me gravo todos os dias até hoje e vivo encontrando mil coisas a melhorar).
[15:06] <patloreto> Slide 17: essas são escolas/ cursos focados em prática de consecutiva e cabine. Há vários outros, mas listei os principais com cabine de português A.
[15:06] <patloreto> Slide 18: é importante se associar às associações de classe. Dão credibilidade e fortalecem a profissão. Muitas delas têm testes de credenciamento, que são uma espécie de selo de qualidade para o tradutor/intérprete credenciado.
[15:06] <patloreto> Slide 19: Depende de você. Conheço tradutores que trabalham por dois centavos e real por palavra, mas também conheço outros que cobrar 40 centavos de euro por palavra. Eu, particularmente, estou por volta dos 30 centavos de real. Como podem ver, a diferença é enorme e cabe a você resolver em que mercado quer estar.
[15:08] <patloreto> u, particularmente, resolvi me inserir no mercado de boas remunerações, mas, por isso, já deixei de aceitar um trabalho de 30 mil reais porque o valor correto dele, de acordo com os meus padrões, seria 45 mil reais. Doi "perder" 30 mil, mas é tudo uma questão de postura. O cliente não vai colocar preço no meu trabalho. Ah, não vai mesmo.
[15:09] <patloreto> Slide 20: Eu, particularmente, não levanto da cama para um trabalho mal pago.
[15:09] <patloreto> E, para concluir... (slide 20)
[15:10] <patloreto> slides 20 2 21
[15:10] <patloreto> É claro que no começo de carreira, há de se pegar o que aparece, mas estabeleça uma meta, por exemplo: “vou trabalhar um ano para essa agência, rechear meu currículo e depois não trabalho mais por pouco”.
[15:10] <patloreto> Bom, era isso, pessoal. Muito obrigada pela atenção.
[15:10] <daniervelin> Muito obrigada, Profa. Patrícia Loreto!
[15:11] <daniervelin> Informo que a sala está aberta para a discussão em torno das conferências
[15:11] <koll> Parabéns Patrícia
[15:11] <Adriana__> Excelente palestra Patrícia! Gostei da sua forma direta de se expressar!
[15:11] <jose__> Muito boa palestra
[15:12] <AdrianaK> Eu tenho uma pergunta para o prof. Real, pode ser?
[15:12] <Zeluizvr> Com prazer
[15:12] <patloreto> Obrigada, Adriana.
[15:12] <Debora_> Parabéns a ambos!
[15:12] <Zeluizvr> Só não vale pergunta difícil.
[15:12] <Zeluizvr> rsrsrsr
[15:12] <joseano> Tenho uma pergunta ?
[15:12] <Zeluizvr> Obrigado
[15:12] <AnaMatte> parabéns, Zeluizvr e patloreto adorei
[15:13] <Zeluizvr> Obrigado pela oportunidade.
[15:13] <Adriana__> Será que teremos acessos aos slides posteriormente?
[15:13] <AdrianaK> Bem, prof. Em relação ao ensino de línguas nas graduações de tradução em detrimento de estratégias mais pragmáticas, por exemplo, isso não poderia ocorrer concomitantemente, por exemplo, o ensino de inglês já vir com as questões pragmáticas da línguas, já que uma não exclui a outra?
[15:13] <patloreto> Obrigada AnaMatte, Adelma, @daniervelin e Cia.
[15:14] <JoseEdnilsonUFSC> Interessante ambas as palestras. Prof. José Luiz onde podemos encontrar tua pesquisa publicada?
[15:14] <Zeluizvr> Olá Adriana
[15:14] <Zeluizvr> Hoje defende-se muito que o ensino de língua para tradutores seja direcionado
[15:15] <Zeluizvr> E também que o graduando já venha com um nível intermediário
[15:15] <Zeluizvr> O que por muitos é considerado fator de exclusão.
[15:15] <Zeluizvr> É um longo debate
[15:16] <joseano> Professora vejo esse tipo de assunto muito escondido. As universidades dentro da sua grade curricular abrange o tema bem superficial. Dentro dos orgãos de direito humano ja tem representatividade na area de traduções e interpretes ?
[15:16] <Grahamhill> PODERIA PERGUNTAR ?
[15:16] <AdrianaK> sim, obrigada prof.
[15:17] <Maria_> Parabéns, esclarecedor a maneiro como abordou os temas.
[15:17] <patloreto> Joaseno, se entendi bem sua pergunta, você quer saber se há vagas de trabalho para tradutores e intérpretes nos organismos internacionais?
[15:18] <Grahamhill> GOSTARIA DE FAZER UMA PERGUNTA QUANDO ESTIVESSE LIVRE
[15:19] <joseano> Isso mesmo.
[15:19] <patloreto> bom, Joseano, se é essa a sua pergunta, o que posso te dizer é que sim. Entretanto, as vagas de trabalho disponíveis para Português A não são tantas assim.
[15:19] <Davi_Tils_UFJF> Professor José Luiz, a sua pesquisa está disponível, em meio eletrônico, em algum lugar?
[15:19] <Zeluizvr> Sim, Davi
[15:20] <Germana> onde?
[15:20] <Zeluizvr> Tenho uma publicação de 2008
[15:20] <Zeluizvr> que está nas referencias
[15:20] <Zeluizvr> e tenho uma no prelo com esses resultados
[15:20] <patloreto> Joseano, Português A (língua materna). Mas as vagas existem. Tenho um amigo que por anos trabalho u como tradutor para o FMI, por exemplo.
[15:20] <Zeluizvr> serão publicados na revista graphos da UFPB
[15:21] <Zeluizvr> Vou passar as referências
[15:21] <slvromeiro> José Luiz, das instituições que você pesquisou o curriculo, tinha alguma com formação em tradução de línguas de sinais?
[15:21] <Breno_Belem> Gostaria de levantar uma discussão entre as duas palestras (se for possível) que foram excelentes.  Sou professor de um curso de licenciatura em língua inglesa e há uma problemática existente em cursos de licenciatura que é acreditar que também somos tradutores e desvalorizam o trabalho achando que a tradução é um trabalho "de favor".  Há um preconceito por parte desses "clientes".
[15:21] <Davi_Tils_UFJF> Ok! Muito obrigado, professor
[15:21] <Breno_Belem> Outra coisa, quando estabeleço o preço do meu trabalho por traduzir algum tipo de texto, mesmo não sendo formado em tradução, cobro um preço elevado, pois sei o trabalho que dá para traduzir. Fiquei feliz em saber o valor que está sendo cobrado pelo trabalho de tradução e não tenho mais sido solicitado para traduzir trabalhos por conta do preço que cobro.
[15:21] <Breno_Belem> Além disso, o que percebo bastante é o uso demasiado do google tradutor como ferramenta de tradução para os textos escritos, quando necessitamos que os alunos desenvolvam a habilidade de produção escrita ao longo do curso e eles acabam forjando suas produções.  Gostaria de saber se vocês também enfrentam a mesma problemática, quando alguém pede pra traduzir ou revisar um texto já
[15:21] <Germana> tb gostaria de ter acesso a pesquisa, tem o endereço eletrônico?
[15:21] <Breno_Belem> "traduzido"?
[15:21] <Zeluizvr> Na UFSC sim, mas na verdade, não incluímos a Libras
[15:21] <AdrianaK> patloreto, os concursos de trad. kuramentado não estão mais frequentes hoje?
[15:22] <JoseEdnilsonUFSC> Gostaria de registrar que assim como eu, nesta sala hoje, há alguns intérpretes de língua brasileira de sinais.
[15:22] <Zeluizvr> Sim, vou passar para vocês.
[15:22] <Zeluizvr> Gonçalves, J. L.  Rediscutindo o conceito de competência de uma perspectiva Relevantista. In J. Campos; F. J. Rauen (Orgs.). Tópicos em Teoria da Relevância. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008. p. 122-142.
[15:23] <Zeluizvr> Está disponivel online
[15:23] <joseano> Existe o direito constitucional em defesa da profissão ? Exemplo sindicado que defende a profissão ?
[15:23] <Zeluizvr> A Libras vem aumentando e a UFSC hoje é a principal referência.
[15:23] <Grahamhill> aqui tem alguem mediador ?
[15:23] <AdrianaK> juramentado*
[15:24] <patloreto> Adriana, TPIC é um cargo vitalício. Pode parecer mais frequente pq vários estados estão fazendo, mas já não faziam já anos. São bem espaçados mesmo.
[15:24] <Debora_> Prof José Luiz, acredito que as empresas Júnior da universidades poderiam ser de grande ajuda para viabilizar os estágios supervisionados; além de poderem funcionar como laboratório para o uso das CATs, já que o tempo para a apresentação de tais ferramentas na grade curricular é reduzido
[15:24] <Zeluizvr> Concordo totalmente, Débora
[15:24] <AdrianaK> ok, patloreto
[15:24] <slvromeiro> Pois é Zé Luiz, mas nos seminários de tradução, as pesquisas sobre trad e interp em línguas de sinais quase não aparecem
[15:25] <slvromeiro> triste
[15:25] <Zeluizvr> Na ufop essa iniciativa está começando a funcionar com muito exito
[15:25] <Zeluizvr> Slvromeiro, mas isso agora TEM QUE mudar, por força de lei.
[15:25] <slvromeiro> pois é...
[15:25] <Zeluizvr> Se não somos inclusivos por bem, vai a força
[15:25] <patloreto> Houve uma pergunta sobre o Google Translator. A verdade é que a tecnologia está ai, melhorando a cada dia, e ignorar isso é quase um suic[ídio profissional. O que eu digo é que dependendo do par de idiomas, o GT já é melhor que muito tradutor ruim por ai.
[15:26] <slvromeiro> Patrícia Loreto, com relação ao trabalho do intérprete, sabemos que assim como o de línguas orais, os de sinais também trabalham em dupla...
[15:26] <Guest65310> Prof. Dr. José Luiz. Falta uma formação acadêmica para o profissional tradutor/intérprete de Libras no Brasil?
[15:26] <Grahamhill> Os estudos a lingua de sinais sao muito pequenos, as pessoas usam sempre os mesmos assuntos, mudando apenas seus temas ou entao trazem assuntos dos estados unidos que nao estao de acordo com a realidade brasileira, ja que nao foram estudos e pesquisas feitas aqui
[15:26] <JoseEdnilsonUFSC> Prof. José Luis, se me permite uma pergunta: você identificou em algum currículo a presença de PCC (Prática como componente curricular) nas disciplinas dos cursos da amostra, além dos estágios?
[15:26] <AdrianaK> minha tese é sobre estratégias de leitura com o uso do Google e ele já é possível de gerar traduções passíveis de compreensão
[15:27] <slvromeiro> você conhece alguma legislação que ampare esta dinâmica?
[15:27] <Zeluizvr> Guest65... , eu diria que hoje o interprete de Libras tem mais formação acadêmica que as outras modalidades.
[15:27] <patloreto> Slvromeiro, em junho haverá o congresso da Abrates em SP. Haverá uma sala exclusiva para LIBRAS. Ano passado, foram duas palestras sobre LIBRAS e esse ano já terão uma sala dedicada à esse par.
[15:27] <slvromeiro> tanto na língua oral quanto na de sinais?
[15:27] <koll> infelizmente  a Língua de Sinais tem ficado "esuecida" sim há  vários tradutores Intérpretes  de LIBRAS ACOMPANHANDO
[15:27] <Breno_Belem> Obrigado pela resposta patloreto! sorriso
[15:28] <Zeluizvr> Não entendi o PCC
[15:28] <Zeluizvr> AH ok
[15:28] <Zeluizvr> Na verdade, não consideramos a distinção entre teoria e prática, pois foi um dado que não aparecia nas matrizes.
[15:29] <Zeluizvr> É um aspecto importante para aprofundar as análises
[15:29] <Zeluizvr> Desculpem o mal jeito com a interação
[15:29] <joseano> Professora tenho outra pergunta. Existe o direito constitucional em defesa da profissão ? Exemplo sindicado que defende a profissão ?
[15:29] <Zeluizvr> mas estou achando tudo muito rápido
[15:29] <slvromeiro> Patrícia, conseguiu acompanhar minha pergunta: sobre o trabalho em dupla de intérpretes e se há algum amaparo legal para essa forma de trabalho?
[15:31] <Debora_> Patrícia, quando se traduz para empresas elas necessitam de notas fiscais. Quando você começou a traduzir, você já optou pela formalização junto a órgãos responsáveis ou trabalhou como freelancer por muito tempo?
[15:31] <patloreto> Joseano, as profissões de tradutor e intérprete não são regulamentadas. Isto é, amanhã o Zé da esquina pode acordar e virar tradutor/intperprete. Mas há o SINTRA (Sindicato dos Tradutores) que defende bravamente a classes, apesar dos poucos recurso. Recentemente foi criado o CONATI (acho que é isso mesmo), que é um comitê que visa lutar pela melhoria nas práticas de mercado.
[15:34] <patloreto> slvromeiro. Sim, não se faz simultânea sozinho por mais de uma hora e consecutiva, se passar de 1h30min tb deve ser em dupla. A jornada (diária) de um par de intérpretes é de 6 horas, e depois disso são cobradas horas-extras. Dê uma olhada no site do SINTRA (preços praticados). Os valores de interpretação funcionam bem lá. (os de tradução são meio questionados).
[15:34] <joseano> Obr por esta respondida as minhas perguntas e agradece a organização do evento, principalmente os palestrantes que foram otimas.
[15:35] <patloreto> Abri minha empresa logo que comecei, pq nunca quis trabalhar para agências e lido bem com a burocracia.
[15:36] <patloreto> Mas, Debora, conheço tradutores super experientes que optaram não ter empresa. Mas pra trabalhar com cliente direto, tem que abrir.
[15:36] <slvromeiro> Ok Patrícia, mas existe um amparo legal para essa forma de trabalho? Pergunto isso, pq é mto comum, no caso dos intérpretes de sinais, ao explicarmos que as interpretações são feitas em duplas, normalmente o contrante ou a instituição para qual o intérprete trabalhará, pede alguma legislação para justificar isso...
[15:37] <joseano> Gostaria de ter estas apresentações para assim ser multiplicador em defesa da profissão. o que devo fazer ?
[15:38] <patloreto> Não sei como funciona para LIBRAS, mas acredito que seja o mesmo. como a profissão não é regulamentada, não há legislação sobre o assunto, mas dê uma olhada nos Códigos de Ética da APIC e AIIC. Para interpretação oral, o trabalho em dupla é uma prática mundial.
[15:39] <Zeluizvr> Para ser intérprete de Libras, é necessário fazer um curso que o mec oferece e passar por um exame
[15:39] <patloreto> Não costumo ter problemas. Geralmente esse tipo de questionamente vem de clientes que numca contrataram o serviço antes. Então, antes de orçar, vc tem que educar. Perguntar se já contratou o serviço, se sabe como funciona.
[15:40] <JoseEdnilsonUFSC> Isso mesmo Patrícia. Sou membro do CONATI e este comitê é um grupo formado por representantes de diferentes organizações de tradutores/interpretes que atua objetivamente intervindo politicamente nas relações de trabalho e mercado.
[15:40] <patloreto> E uma coisa: se vc aceitar fazer seis horas sem um parceiro uma vez, vai ter que fazer pra sempre ora esse cliente. Postura, o cara precisa mais de vc que vc dele. A ideia é essa.
[15:41] <marcelosouza> LEI Nº 12.319, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010 é a lei que Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.
[15:42] <Germana> Mas a realidade da interpretação da Libras é esta mesmo. Quando dizemos o valor do trabalho por ils, eles perguntam se é para os dois, se dizemos o valor do par de ils, reclamam e acham caro. Eles nao caracterizam o momento em que o ils nao esta em atividade (sinalizando) efetiva como momento de trabalho
[15:42] <Zeluizvr> Portanto, o interprete de libras já é regulamentado, enquanto tradutores e interpretes da modalidade falada não
[15:42] <patloreto> Marcelo, até onde eu seu os intérpretes de LIBRAS estão melhor em termo de legislação que a gente.
[15:42] <Adriana__> Isso mesmo professor
[15:42] <slvromeiro> Eu sei... sei bem como funciona. Obrigada pela palestra e pelo esclarecimento. Vou ler os códigos de ética que vc sugeriu. Infelizmente os intérpretes de sinais tem "sofrido" uma certa pressão, para o trabalho ser individual, e como não temos amparo legal, fica dificil argumentar. Agradeço mais uma vez. Abs,
[15:43] <patloreto> Acho muito difícil regulamentar a profissão um dia.
[15:43] <koll> mas a lei oficializa  a profissão,  não está  regulamentada
[15:43] <jose___> Nós interpretes de língua de sinais temos que lutar firmemente para efetivação do trabalho em dupla
[15:43] <Adriana__> Está regulamentado porém a nossa presidenta vetou que o tradutor intérprete de Libras tenha formação superior
[15:44] <patloreto> Slvromeiro, há uma impossibilidade física que deve ser considerada. Eu não consigo faze rmais de 1h30min sozinha.
[15:44] <Adriana__> Ou seja, regulamentou a partir da formação de ensino édio
[15:44] <JoseEdnilsonUFSC> Patrícia, parabéns pela palestra. Vc já teve problemas com editoras ou agencias no uso de memória de tradução deles ou tua? Quando a pagamento parcial, ou propriedade da memória?
[15:44] <Adriana__> médio
[15:44] <koll> e existem alguns equívocos,  como o veto do ensino superior e  o veto sobre órgão  de regulamentação
[15:44] <Zeluizvr> Toda profissão nova acaba se defrontando com esse tipo de problema. É preciso educar o público para entenderem a complexidade do trabalho.
[15:44] <Adriana__> Isso desvalorizou a nossa profissão
[15:45] <Germana> Ja cheguei a utilizar a NE de ergonomia para justificar a necessidade de se trabalhar em dupla
[15:45] <Germana> concordo koll
[15:46] <Germana> *NR
[15:46] <patloreto> JoseEdnilson, nunca tive, como eu disse, trabalho com clientes direto,. Mas sei de gente que tem tido esse problema sim.
[15:46] <Zeluizvr> Daniervelein, a Adelma pediu para avisar que não está conseguindo entrar no chat.
[15:48] <patloreto> Não posso dizer com certeza aqui, mas acho que a ISO2603 trata do número de intérpretes. vale a pena conferir.
[15:49] <Germana> obrigada + patloreto
[15:49] <patloreto> Segue o link para os padrões profissionais da AIIC (disponível em vários idiomas) http://belgium.aiic.net/ViewPage.cfm?article_id=122&plg=1&slg=1
[15:50] <daniervelin> ok, Zeluizvr
[15:50] <daniervelin> ela tinha me dito que estava com problemas
[15:50] <daniervelin> agradeço a vocês dois, Zeluizvr e patloreto pelas brilhantes conferências e a todos que participaram desse seminário de hoje!
[15:51] <Zeluizvr> Eu é que agradeço pela oportunidade.
[15:51] <koll> Muito bom Parabéns
[15:51] <Adriana__> Muito bom
[15:51] <patloreto> Obrigada! ZL, foi um prazer estar aqui contigo hoje.
[15:51] <jose___> Enriquecedor
[15:51] <Debora_> Obrigada José Luiz e Patrícia! Ótimas informações!
[15:51] <Zeluizvr> Acho que fiquei um pouco atrapalhado com a interação, mas achei muito interessante e enriquecedora a interação.
[15:51] <AdrianaK> parabéns pelo trabalho de vcs
[15:52] <daniervelin> em breve, vamos divulgar os registros das apresentações no site: http://stis.textolivre.org/site/
[15:52] <Adriana__> blz
[15:52] <Zeluizvr> Foi um prazer encontrar a Patrícia no chat
[15:52] <Zeluizvr> Um grande abraço a todos e todas.
[15:52] <JoseEdnilsonUFSC> Foi ótimo. Obrigado aos palestrantes e organizadores.
[15:52] <Germana> fiquei um pouco perdida também
[15:52] <Germana> mas gostei
[15:52] <patloreto> Grande abraço!
[15:53] <Adriana__> Abraço professor
[15:53] <Germana> Abraço
[15:54] <Zeluizvr> Até a próxima e se precisarem estou à disposição para trocar ideias.
[15:54] <Zeluizvr> zeluizvr@gmail.com
[15:54] <Breno_Belem> Obrigado a vocês dois Zeluizvr e patloreto pelas maravilhosas apresentações!
[15:55] <Zeluizvr> obrigado
[15:56] <Guest65310> Parabéns!! Palestra esclarecedora.
[15:56] <marcelosouza> Excelente discussão





 

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