STIS 2016

9. Dezembro: Reformas educacionais

9.1. registro dezembro

Registro da Conferência em chat escrito, de 9 de dezembro de 2016:

 

 UMA ANÁLISE POLÍTICA DA IMPLEMENTAÇÃO DE REFORMAS EDUCACIONAIS EM MUNÍCIPIOS BRASILEIROS
conferencista: Tábata Amaral de Pontes

 

 

moderador: Equipe STIS

 

 

[18:50] <professoraRobert> Olá pessoal, meu nome é Roberta, sou professora do Ensino Fundamental I. Um prazer dividir com vcs este momento
[18:51] <adelmaa> Seja bem-vinda, Roberta! Boa noite!
[18:53] <adelmaa> Peço, por gentileza, que divulgue no seu face o convite para nossa conferência. É uma oportunidade rara de ficarmos em contanto com quem pensa a educação de forma séria ,comprometida e ética
[18:54] <professoraRobert> sim
[18:56] <adelmaa> Encaminhamos convite e encaminhamos cartaz da divulgação em todas as escolas de Minas.
[18:56] <adelmaa> Embora saibamsoq ue nossas conferência são masi lidas depois na página seria tão importante que tivéssemos a sala cheia hoje.
[18:57] <adelmaa> E você? Como conheceu o stis?
[18:58] <adelmaa> professoraRobert, como você conheceu o stis?
[19:00] <adelmaa> Boa noite,profª Tábata Amaral, seja bem-vinda!
[19:01] <Tabata> Muito obrigada!
[19:02] <Tabata> Aguardo o aviso de vocês para começarmos!
[19:02] <professoraRobert> Através de indicação de um amigo que faz um mestrado em Assis, me indicou as palestras
[19:02] <adelmaa> Pois bem, como nossa conferencista já se encontra na nossa sala de Conferências darei incíco ao evento.
[19:03] <professoraRobert> Vamos Lá
[19:04] <adelmaa> Boa noite a todos e todas!  É sempre uma honra recebê-los em nossa sala de conferência virtual.
[19:04] <adelmaa> Sejam bem-vindo(a)s a todos(a)s os nossos participantes, os que vem nos acompanhando em outras conferências e os que estão adentrando nossa Sala de Conferência pela primeira: sejam todo(a)s bem-vindo(a)s!
[19:04] <adelmaa> Agradecimento especial faço em nome do Grupo Texto Livre /STIS/ Fale /UFMG a Profª  Tábata Amaral Pontes por,  de forma generosa, nos oportunizar não apenas conhecer sua
[19:05] <adelmaa> trajetória de vida extraordinária, mas também dá-nos ciência de sua pesquisa de graduação desenvolvida em Harvard na qual analisa as políticas de algumas escolas públicas brasileiras.
[19:05] <adelmaa> Este mês estamos celebrando 10 anos de atividades do Grupo Texto Livre cujo objetivo principal é promover a discussão transdisciplinar do uso das tecnologias livres para melhoria do ensino, especialmente das escolas públicas.
[19:05] <adelmaa> O Grupo Texto Livre também atua dando suporte à documentação em Software Livre e ao desenvolvimento de Software Livre Educacional.
[19:05] <adelmaa> Ele está sediado no Laboratório SEMIOTEC da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apoiado ainda pela Fundação de Amparo à
[19:05] <adelmaa> Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e pelo Centro de Extensão da FALE (CENEX). O grupo se insere no Diretório de Grupos de Pesquisa do Brasil, pela CNPq.
[19:05] <adelmaa> A equipe é formada por profissionais de diversas áreas que organizam voluntariamente eventos para a divulgação e compartilhamento de informações entre o público interessado,dentre eles podemos destacar
[19:05] <adelmaa> (i) o STIS - Seminários Teóricos Interdisciplinares do Semiotec, evento acadêmico síncrono (por IRC) e internacional que acontece durante 8 meses ao ano
[19:05] <adelmaa> e sempre na terceira sexta-feira  de cada mês ,às 14:00 horas (hoje é exceção). No STIS, nos último 6 anos já recebemos 46 conferencistas de diversas áreas;
[19:06] <adelmaa> (ii) Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia online (EVIDOSOL/CILTEC-online), evento acadêmico síncrono (por IRC) e assíncrono (por fórum) existente desde
[19:06] <adelmaa> 2007;(iii) O Universidade, EAD e Software Livre (UEADSL), evento assíncrono promovido para divulgação de trabalhos dos alunos de graduação sobre o tema de debate, existe desde 2010;
[19:06] <adelmaa> (iii) O Dia da Cultura Livre, evento presencial que ocorreu na UFMG anualmente de 2009 a 2011 para se comemorar os benefícios alcançados e se reivindicar maior liberdade de acesso aos bens culturais.
[19:06] <adelmaa> (iv) A Revista Texto Livre: linguagem e tecnologia, ISSN 1983-3652, é uma publicação científica semestral do Grupo Texto Livre (www.textolivre.org), da
[19:06] <adelmaa> Faculdade de Letras da UFMG, e visa à publicação de textos inéditos sobre Linguística, Educação (inclusive Educação a Distância), Cultura Livre, Software Livre, Tecnologia
[19:06] <adelmaa> da Informação e, sobretudo, abordagens interdisciplinares. Ela recebe textos em português, inglês, espanhol, francês e italiano, que são submetidos à avaliação do Conselho Editorial, segundo as normas para contribuições
[19:06] <adelmaa> O STIS, a Revista Texto Livre, o UEADSL e o EVIDOSOL/CILTEC são pés do programa POLVO denominado TEXTO LIVRE do CNPq, coordenado pela Profª Drª Ana Cristina Fricke Matte
[19:07] <adelmaa> Ao longo desta caminhada o STIS tem se firmado como um canal democrático de divulgação das pesquisas relevantes que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no exterior.
[19:07] <adelmaa> Na verdade, nós do grupo STIS, temos muito que comemorar, pois, neste curto período de tempo, o STIS já promoveu 24 eventos, com a presença de ilustres pesquisadores  tais como Carla Viana Coscarelli (UFMG), Luiz Tatit (USP), Maria Lucia Castanheira
[19:07] <adelmaa> Almeida Filho (UNB), dentre outros nomes do Brasil e do exterior como o Brian Street (Kings College/Londres), Luis Gonçalves (Universidade da Pensilvânia)  e o Júlio Paz (Argentina).
[19:07] <adelmaa> Também divulgamos o STIS em dois eventos internacionais ocorridos: CLAFP / Brasília e no 19º Intercâmbio de Pesquisa em Linguística Aplicada (19º InPLA) e 5º Seminário Internacional de Linguística (5º SIL), este último como convidado do Prof. Marcelo Buzzato. Já somos até tema de tese de doutorado do Prof Dr Calos Henriques Silva de Castro.
[19:07] <adelmaa> Também contamos com a colaboração de todos os conferencistas  convidados que nos deram a honra de sua presença como agentes divulgadores, além da força e colaboração na divulgação realizada pelos nossos participantes.
[19:07] <adelmaa> Para que todo este projeto seja realizado eficientemente, mês a mês, e chegue até vocês conferências relevantes para sua formação cultural, intelectual e acadêmica o STIS conta com Comissão Organizadora composta de 17 membros.
[19:07] <adelmaa> O Grupo Texto Livre tem a coordenação geral da profª Ana Cristina Fricke Matte, já o STIS está sob a coordenação da profa Adelma LOS Araújo.
[19:08] <adelmaa> Peço a todos que se unam ao Grupo Texto Livre mim para deixarmos registrado aqui uma salva de palmas  (Clap Clap Clap Clap) à profa Ana Cristina Fricke Matte maestrina deste extraordinário projeto.
[19:08] <adelmaa> Hoje o STIS tem a honra de receber como conferencista a Profa Tábata Amaral de Pontes.
[19:08] <adelmaa> No primeiro semestre, maio de 2016, Tàbata concluiu sua graduação na Universidade de Harvard Cambridge, EUA. Seu bacharelado foi concluído com Magna cum Laude, i.e , com honra máxima em Ciências Políticas e curso secundário em Astrofísica. Recebeu as  seguintes distinções: Phi Beta Kappa;
[19:08] <adelmaa>  Certificado em Estudos Latino-Americanos do DRCLAS;  Prêmio Kenneth Maxwell para a melhor tese em estudos brasileiros;  Prêmio Firth Eric para o melhor ensaio sobre o tema dos ideais da democracia;
[19:08] <adelmaa> AmBev Scholar;  Lemann Fellow, Bolsista da Fundação Estudar;  Bolsa de pesquisa do David Rockefeller Center for Latin American Studies (2015);
[19:08] <adelmaa> Bolsa de estágio do Chair’s Traveling Fellowship in Government (2014);  Bolsa de estágio do South Asia Institute (2013
[19:09] <adelmaa> Estudou no Ensino Fundamental e Médio no Colégio Etapa São Paulo, SP (Dez 2011).   Foi medalhista de de Bronze na 43° Olimpíada Internacional de Química;  Medalha de Bronze e Menção Honrosa nas 4° e 5° Olimpíadas Internacionais de
[19:09] <adelmaa> Astronomia e Astrofísica;  Medalha de Ouro na XVI Olimpíada Iberoamericana de Química;  edalha de Ouro e Campeã Geral na III Olimpíada Latinoamericana de Astronomia e Astronáutica.
[19:09] <adelmaa> Dentre suas experiência profissionais podemos citar: sue trabalho na empresa  FALCONI Consultores de Resultados São Paulo, SP como consultora estratégica em duas companhias. Jun – Jul 2014;
[19:09] <adelmaa> Secretaria Municipal de Educação de Salvador Salvador, BA  Estágio: Avaliação da implementação do novo modelo de gestão. Jul 2014  Fundação Lemann São Paulo, SP  Estágio: Formação de professores do projeto de Ensino Híbrido. Jun 2014
[19:09] <adelmaa> Secretaria Municipal de Educação de Sobral Sobral, CE  Estágio: Mapeamento dos fluxos dentro da secretaria, entre outros projetos. Maio – Jun 2014
[19:10] <adelmaa> Academic and Professional Programs for the Americas Cambridge, EUA  Funcionária Universitária: Funções administrativas e gerência de aplicações. 2013-2014
[19:10] <adelmaa> David Rockefeller Center for Latin American Studies Cambridge, EUA Funcionária Universitária: Programa de Estudos Brasileiros. Fev – Dez 2013  Eureka Learning Technologies Pune, Índia  Estágio: Currículo do programa de treinamento em ciências da empresa. Jun – Jul 2013
[19:10] <adelmaa> Colégio Etapa São Paulo, Brasil  Professora: Preparação em química e astronomia avançadas. Jan – Ago 2012 Dentre suas atividades extracurriculares  destacamos seu trabalho espetacular no  Movimento Mapa Educação (Movimento em prol de uma educação brasileira de qualidade) da qual é Co-fundadora e Conselheira Deliberativa  de 2013 até o  Presente
[19:10] <adelmaa> Candela Dance Troupe (Representação de danças latino-americanas) – Presidente (2014 – 2015);  Diretora dos Comitês em Espanhol  da HACIA Democracy (Modelo da Organização dos Estados Americanos) –(2013 – 2015);  Co-presidente HUBA (Associação Brasileira dos estudantes de graduação de Harvard) – de  (2012 – 2015;
[19:10] <adelmaa> Co-fundadora  do projeto VOA (Preparação de estudantes de escolas públicas para olimpíadas científicas  de 2010 até o presente.  É embaixadora da One Young World – Embaixadora (2016 – Presente). Organização sem fins lucrativos que reúne jovens líderes de todo o mundo para desenvolver soluções para as questões mais urgentes do mundo.
[19:10] <adelmaa> Para vocês conhecerem como Tàbta e sua família construírame sta linda hist´roia de vida na educação depois da conferencia acesse:  (i) https://baurutv.com/2016/11/30/a-universidade-de-harvard-pelo-olhar-de-uma-brasileira/ (ii)


[19:11] <adelmaa> (iii) http://g1.globo.com/educacao/noticia/aluna-de-escola-publica-formada-em-harvard-lista-mitos-sobre-estudar-fora.ghtml Gostaríamos de parabenizar a nossa conferencsita pelo extaordrinário currículo.
[19:11] <adelmaa> Agora explicarei, de forma pormenorizada, o funcionamento de um evento online como o do STIS para os que participam pela primeira vez de nosso evento.
[19:12] <adelmaa> Para quem participa pela primeira vez, teremos 40 minutos de apresentação
[19:12] <adelmaa> a apresentação acontece apenas por escrito, no chat, ou seja, não há vídeo nem áudio durante esse tempo, a sala estará moderada, ou  seja, só quem tem apalavra é o conferencista
[19:12] <adelmaa>  após a conferência, abriremos a sala para perguntas, sugestões e discussão geral das ideias expostas  código para os slides será indicado no início da apresentação basta inserir o código à direita, depois de escolher o tipo de atendimento: “apresentação de
[19:12] <adelmaa> slides” vocês podem regular o tamanho do chat e slides ajustando a coluna vertical entre as partes (ao meio desta página de internet) desejamos uma extraordinária conferência a todo(a)s!
[19:12] <adelmaa> O códgo do slide é:  tabata
[19:13] <adelmaa> Prezada Tábata. Pode começar!
[19:13] <Tabata> Boa noite. Primeiramente, gostaria de agradecer por terem me convidado para apresentar a minha tese de graduação, intitulada “The Politics of Education Reform in Brazilian Municipalities”, ou “Uma análise política da implementação de reformas educacionais em munícipios brasileiros”.
[19:14] <Tabata> A minha pesquisa tem uma grande relação com a minha trajetória e, por isso, antes vou contar a minha história.
[19:14] <Tabata> Venho de uma família humilde mas, mesmo que meu pai não tenha completado o ensino fundamental e minha mãe só tenha completado o ensino médio há alguns anos, meus pais sempre valorizaram muito a educação e fizeram o possível e o impossível para que eu e meu irmão pudéssemos nos dedicar aos estudos.
[19:14] <professoraRobert> vc estudou em escola pública?
[19:14] <Tabata> A primeira grande oportunidade educacional que eu tive veio com a 1ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, a OBMEP, na 5ª série. A OBMEP foi também a primeira demonstração que tive do impacto positivo que boas políticas públicas podem ter na vida de milhões de pessoas.
[19:14] <Tabata> Exatamente!
[19:14] <Tabata> Fui premiada na OBMEP na 5ª e na 6ª série e essas premiações me levaram a receber uma bolsa completa de estudos em uma escola privada de altíssima qualidade em São Paulo.
[19:15] <Tabata> Eu moro na periferia de São Paulo e o Etapa fica no centro da cidade. Essa segunda grande oportunidade que eu recebi começou a me mostrar como o nosso país é marcado pelas desigualdades e como dois mundos completamente diferentes podem estar a uma hora e vinte minutos de distância de ônibus e metrô.
[19:15] <Tabata> Meu pai era cobrador de ônibus de uma linha que ia do meu bairro, Vila Missionária, até o Itaim Bibi, um bairro nobre da cidade. Minha mãe também já tinha trabalhado no centro da cidade, como diarista e vendedora.
[19:15] <Tabata> No entanto, meu primeiro contato real com a desigualdade brasileira veio com minha vivência da enorme diferença da qualidade de ensino da minha escola estadual e o Etapa. E foi aí também que eu percebi que era a baixa qualidade das nossas escolas públicas que estava alimentando a grande desigualdade socioeconômica que existe no Brasil.
[19:15] <Tabata> Ao mesmo tempo, eu percebi também que só a educação era capaz de transformar a vida das pessoas e permiti-las sonhar e realizar.
[19:15] <Tabata> Estudei muito nos anos seguintes e, no 2º ano do ensino médio, fui para a minha primeira competição internacional: viajei pela primeira vez para fora do Brasil e representei o Brasil na China na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica. Foi nessa época também que consegui uma bolsa para estudar inglês com a ajuda de amigos e da minha escola.
[19:16] <Tabata> No entanto, também foi nessa época que alguns problemas familiares pioraram. Quando eu estava no segundo ano do ensino médio, meu pai começou a desenvolver algumas doenças psicológicas e seus vícios pioraram. A situação financeira da minha família piorou muito e já não conseguíamos pagar as minhas passagens de ônibus e metrô ou o lanchinho que eu levava para almoçar.
[19:16] <Tabata> Felizmente, meu pai não era o único que apostava em mim. Expliquei a minha situação para um professor e o diretor da minha escola entrou em contato com a minha mãe: a partir do dia seguinte eu ficaria alojada em um hotel perto da minha escola durante a semana e o colégio seria responsável por todos os meus gastos.
[19:16] <Tabata> Para aguentar firme, me foquei ainda mais nos meus estudos e no Projeto VOA! – Vontade Olímpica de Aprender – um projeto que eu havia fundado com alguns amigos logo antes de começar o ensino médio. No VOA, preparamos alunos de escolas públicas para olimpíadas científicas nos finais de semana.
[19:16] <Tabata> Nessa época eu já tinha muito claro na minha cabeça que eu havia sido abençoada com oportunidades incríveis e que eu tinha que lutar para que outros brasileiros tivessem acesso às oportunidades que eu tive.
[19:17] <Tabata> Depois de muito estudo e muito mais apoio dos meus professores e amigos, no terceiro ano do ensino médio eu representei o Brasil em quatro competições internacionais, conhecendo a Turquia e a Polônia e multiplicando o meu sonho de representar o Brasil em uma competição internacional por cinco.
[19:17] <Tabata> Ao mesmo tempo, eu comecei os processos seletivos de universidades brasileiras e americanas. Foi um dos momentos mais desafiantes da minha vida e muitas vezes pensei em desistir. Mas haviam tantas pessoas lutando pelos meus sonhos comigo que eu precisava continuar.
[19:17] <Tabata> Após concluir o ensino médio, fui aprovada em Física na USP e comecei a trabalhar como professora de astronomia e química no meu ex-colégio enquanto cursava a faculdade no Brasil. No dia 8 de março de 2012, recebi a melhor notícia da minha vida: havia sido aprovada na Universidade de Harvard com bolsa completa.
[19:17] <Tabata> Mas a vida é uma montanha russa e, quatro dias depois, os vícios que tanto fizeram o meu pai sofrer o mataram. Nesse momento, a vida deixou de fazer sentido. Como minha mãe ficou desempregada, sai da faculdade, decidi que já não me importava com as universidades americanas e continuei trabalhando.
[19:18] <Tabata> Foi nesse momento que, de novo, alguém continuou apostando em mim. Uma funcionária e grande amiga do meu colégio comprou uma passagem para que eu visitasse as universidades em que havia sido aceita – fui aceita em seis universidades com bolsa completa no total – e entendesse a dimensão da minha decisão.
[19:18] <Tabata> Muito às pressas, fui visitar as universidades e me encantei. Tudo aquilo era tão diferente do que eu havia visto e tão maravilhoso, que decidi que seguiria meu sonho de estudar nos Estados Unidos e que assim mudaria a vida da minha família. No dia 1 de maio de 2012, escolhi a Universidade de Harvard e enviei o meu sim.
[19:18] <Tabata> Desde então, muitas coisas vêm acontecendo: trabalhei muito, estudei ainda mais, mudei de curso para Ciências Políticas, Astrofísica virou o meu curso secundário, conheci pessoas, países e culturas incríveis, aprendi muito e refleti ainda mais.
[19:18] <Tabata> Refleti bastante sobre a minha trajetória até então, sobre os sofrimentos do meu pai – quem teve muitas poucas oportunidades – e também sobre a história do meu irmão, que estava passando por um momento de transição importante.
[19:19] <Tabata> O Allan é um ano mais novo que eu e, ao contrário de mim, estou a vida inteira em escolas públicas. Mesmo estudando em São Paulo, ele nunca teve uma aula de química sequer. Então não foi muito surpreendente quando ele não foi aprovado em nenhum vestibular no fim do ensino médio.
[19:19] <Tabata> Mesmo que eu tivesse conseguido uma bolsa em um cursinho para ele, ele achava que faculdade boa era coisa de gênio ou rico, e não queria nem tentar, para trabalhar e ajudar em casa. E tem coisa mais sem cabimento do que eu estudar em uma das melhores faculdades do mundo e meu irmão parar no ensino médio?
[19:19] <Tabata> Depois de muita discussão, o Allan aceitou fazer o cursinho e foi aceito em algumas das melhores faculdades do país depois de um ano. Hoje, ele estuda Sistemas da Informação na Unicamp, me enchendo de orgulho.
[19:19] <Tabata> A história do Allan é um bom lembrete que nós, como sociedade, culpamos demais os nossos alunos e nos esquecemos que o esforço é apenas o terceiro de três ingredientes muito importantes: o acesso a oportunidades, a crença que você é merecedor daquela oportunidade e consegue e, por fim, o esforço.
[19:20] <Tabata> Com tudo isso na minha cabeça, eu decidi que meu novo sonho era que o Brasil tivesse a melhor educação pública do mundo e que lutaria toda a minha vida para alcançar esse sonho e para que outros jovens tivessem acesso às oportunidades incríveis que eu tive.
[19:20] <Tabata> Quando esse novo sonho surgiu, um mentor me disse duas coisas que me marcaram muito. Primeiro, que todas as pessoas que ele tinha visto tendo impacto de verdade não esperavam o fim da faculdade para começar.
[19:20] <Tabata> Segundo, que um time muito bom era mais importante que uma ideia genial. Foi então que decidi montar o meu time e convidei dois grandes amigos, a Lígia e o Renan, para fazerem acontecer comigo. Fui aí que o Mapa surgiu.
[19:21] <Tabata> O Mapa Educação é um movimento social que conta com mais de 130 jovens no time. Nossa missão é lutar por uma educação de qualidade para todos os brasileiros, fazendo do jovem o protagonista dessa mudança. Para isso, queremos ser referência na fiscalização de políticas e no debate educacional para tornar a educação, de fato, uma prioridade na agenda nacional.
[19:21] <Tabata> A minha trajetória e a minha experiência com o Movimento Mapa Educação me ensinaram que a educação é de fato a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo, como disse Nelson Mandela, e para transformar as pessoas.
[19:21] <Tabata> E foi para entender melhor a relação entre política e educação no Brasil que me dediquei ao tema da minha tese nos meus dois últimos anos da faculdade.
[19:21] <Tabata> Além da minha trajetória, o caso de Sobral, no Ceará, foi um grande motivador do tema da minha tese. Sobral tem uma das melhores educações públicas do Brasil.
[19:21] <Tabata> O gráfico mostra os resultados no IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira – de escolas municipais, estaduais e privadas, comparados com os resultados de Sobral. Sobral viveu uma revolução nos seus resultados entre 2005 e 2013 e eu queria entender o porquê.
[19:22] <Tabata> Eu fiz um estágio na Secretaria Municipal de Educação de Sobral em 2014. Esse estágio me mostrou que o contexto político havia sido fundamental para a transformação da educação sobralense e inspirou muitas das hipóteses levantadas pela minha pesquisa.
[19:22] <Tabata> O acesso à educação no Brasil se expandiu enormemente nas últimas duas décadas, como resultado de reformas educacionais no nível federal. No entanto, a qualidade da educação no país permanece muito baixa pelos padrões internacionais.
[19:22] <Tabata> Olhando para a América Latina como um todo, os países latino-americanos têm em sua maioria feito progressos importantes no acesso e prestação de assistência social. No entanto, a educação permanece de muito baixa qualidade em toda a região.
[19:22] <Tabata> No meio de tudo isso, temos casos como Sobral e Foz do Iguaçu, nos quais grupos políticos resolveram reformar seus sistemas educacionais.
[19:23] <Tabata> A expressão em inglês “playing a bad hand badly” é utilizada quando tanto o contexto quanto as escolhas feitas contribuem para uma baixa performance. E esse parece ser exatamente o caso da educação brasileira, como dito pela pesquisadora Nancy Birdsall.
[19:23] <Tabata> O Brasil está passando por uma crescente municipalização de sua educação pública básica. Isso significa que, cada vez mais, os 5,570 munícipios – em sua grande maioria pobres e com pequenas populações – são responsáveis pelos fundamentos da nossa educação pública.
[19:23] <Tabata> Além disso, vemos uma grande fraqueza política de grupos de interesse e uma baixa demanda por parte da população e do setor privado pela melhoria da qualidade da educação pública brasileira. Isso faz com que dependamos muito do interesse de grupos políticos de implementar reformas educacionais.
[19:24] <Tabata> Para complicar ainda mais a situação, reformas educacionais, especialmente as que envolvem a despolitização da educação, são reformas politicamente difíceis.
[19:24] <Tabata> Uma reforma é politicamente difícil quando ela impõe seus custos sobre um grupo pequeno enquanto suas consequências beneficiam um grupo grande de pessoas, sua implementação sendo pouco provável.
[19:24] <Tabata> Um exemplo de uma reforma politicamente difícil em educação é a profissionalização das secretarias municipais de educação.
[19:24] <Tabata> Isso significa distanciar os funcionários da secretaria da política partidária, selecionando seus membros com base em habilidades técnicas – em vez de alianças políticas –, bem como estabelecer uma cultura de trabalho que dependa de metas claras para resultados educacionais.
[19:25] <Tabata> Um segundo exemplo de reforma consiste em mudar o processo de seleção dos diretores escolares, fazendo com que esses diretores sejam escolhidos por critérios meritocráticos ou eleições da comunidade. Na grande maioria dos municípios brasileiros, o diretor escolar é escolhido por indicação política.
[19:25] <Tabata> Como a educação pública é um grande empregador na maioria dos municípios brasileiros, bem como uma fonte importante de receita devido a fundos federais como o FUNDEB, grupos políticos têm fortes incentivos para usar os empregos e recursos da educação pública para recompensar apoiadores.
[19:25] <Tabata> Assim, ao profissionalizar a secretaria de educação ou reformar o processo de seleção dos diretores, os líderes políticos renunciam a uma série de empregos públicos de prestígio e diminuem seus controles sobre os fundos da educação.
[19:25] <Tabata> Devido às dificuldades práticas de mensurar o grau de profissionalização de 5.570 secretarias municipais de educação, na minha pesquisa eu foco no processo pelo qual os diretores são selecionados.
[19:25] <Tabata> Minha tese de graduação baseia-se em um conjunto original de dados dos 5,570 municípios brasileiros e trabalho de campo em sete municípios para explicar a variação dos resultados educacionais no nível municipal.
[19:26] <Tabata> Na minha análise, eu divido a implementação de uma reforma política em duas fases: a implementação propriamente dita e sua consolidação ou reversão.
[19:26] <Tabata> No gráfico, eu mostro o impacto medido de eleger cada um dos cinco maiores partidos brasileiros (PFL, PMDB, PP, PSDB e PT), o impacto de ter o mesmo partido por um mandato adicional e o efeito do nível de competição política tanto na implementação de uma reforma mudando como o diretor escolar é escolhido como no IDEB em si.
[19:26] <Tabata> Um dos resultados é que essa reforma educacional é mais provável de ser introduzida sob a administração de um partido programático – com pautas e programas claros, como PT e PSDB – e sustentadas e bem sucedidas – mostrando resultados no IDEB – quando há continuidade política no governo municipal.
[19:27] <Tabata> Além disso, contrariamente às expectativas, a competição política não afeta a implementação de reformas educacionais politicamente difíceis, mas níveis mais altos de competição eleitoral têm efeitos negativos sobre os resultados educacionais nos municípios de baixa população.
[19:27] <Tabata> Para calcular minha variável de competição política com base no índice de Herfindahl, eu calculei os quadrados da porcentagem de votos recebidos por cada candidato e subtrai o resultado de um.
[19:27] <Tabata> Os meus estudos de caso confirmam os mecanismos que proponho, a saber, que a luta pelo poder entre os diferentes partidos políticos pode transbordar para o sistema escolar. Isso parece ser especialmente verdade nos municípios menores, nos quais os resultados das eleições municipais têm uma grande influência sobre a vida escolar.
[19:27] <Tabata> Níveis de competição mais altos polarizam funcionários escolares, criando conflitos entre os apoiadores de diferentes partidos e até predispondo os funcionários das escolas municipais que apoiam a oposição a sabotar a administração incumbente, sendo menos colaborativos e tendo um desempenho inferior.
[19:28] <Tabata> Com a minha tese de graduação, ficou muito claro para mim o impacto que políticas públicas têm sobre a qualidade da nossa educação. E é por isso que um dos meus sonhos e missões é ser uma gestora pública, sendo parte de grandes mudanças no sistema educacional brasileiro.
[19:28] <Tabata> Muito obrigada!
[19:28] <Tabata> Caso tenham perguntas, estou à disposição.
[19:29] <adelmaa> Obrigada , Tábta, pela sua extraordinária pesquisa.
[19:29] <adelmaa> Agora abriremod para às perguntas dsospresntes. .
[19:30] <adelmaa> abriremoas às perguntas dos participantes.
[19:31] <adelmaa> Só um minuto...
[19:31] <adelmaa> Estou tentando abrir a moderação da sala e está travando.
[19:32] <adelmaa> Desculpem-nos pela falha técnica.
[19:33] <daniervelin> adelmaa, a sala está aberta, sem moderação
[19:33] <adelmaa> Tábata, vou aproveitar para fazer a primeira pergunta.
[19:33] <professoraRobert> Olá Tabatá, sou professora da escola pública a 10 anos. Gostaria de saber na escola pública, qual foi o professor que mais lhe marcou, e qual materia ele lecionava, e o porque ele pode estar presente em sua memória.
[19:33] <adelmaa> O Grupo Texto Livre existe há 10 anos e há seis começamos este projeto STIS.
[19:34] <professoraRobert> 2- pergunta. Como surgiu ainda menina seu gosto pela astrofisica ou astronomia?
[19:34] <adelmaa> Trabalhar com educação no Brasil é uma terfa hercúlea.
[19:34] <Tabata> Vamos lá! sorriso
[19:35] <adelmaa> Nem sempre o que planejamos conseguimos realizar, não pelo grupo,mas por fatores fora de nosso controle.
[19:35] <Tabata> Duas professoras me marcaram: uma na 4a série e outra de história na 5a série. A primeira porque ela me tratava com muito carinho e me incentivava bastante.
[19:35] <Tabata> A segunda porque a aula dela era maravilhosa (até hoje eu amo história) e todo mundo respeitava muito ela.
[19:36] <Tabata> 2) O gosto pela Astrofísica veio com as olimpíadas de astronomia: eu ainda hoje acho incrível estudar o universo e ver como somos pequenininhos,
[19:36] <adelmaa> Minha pergunta é a seguinte: o que devemos fazer para motivar os profissionasi que estão envolvidos com a educação?
[19:37] <professoraRobert> O seu primeiro contato com a astronomia ou com prinicipios desses temas, apareceu em casa, alguem da familia lhe apresentou, na escola..como foi?
[19:38] <Tabata> Adelma, no longo prazo, precisamos mudar a cultura em torno da profissão de professor, com melhores salários e condições de trabalho, para assim atrair os melhores alunos do ensino médio para essa profissão tão importante.
[19:39] <Tabata> No curto prazo, podemos fazer o que faz Sobral (CE): formação continuada de muita qualidade e suporte ao professor.
[19:39] <professoraRobert> Qual sua opinião sobre a PEC 55?
[19:39] <Tabata> @ProfessoraRobert, meu primeiro contato com a astronomia veio com as olimpíadas!
[19:40] <adelmaa> Voltando ao seu trabalho, dê-nos uma luz: como devemos agir para que esta estrutura de partidarização das instituições escolares seja substituída pela meritocraria?
[19:40] <Tabata> Eu acho que é importante e necessário que o governo diminua seus gastos, mas com a PEC 55 a educação fica desprotegida e provavelmente perderá fundos nas brigas orçamentárias de cada ano.
[19:41] <Tabata> Precisamos que os cargos de diretores, secretários escolares, etc sejam preenchidos por critérios técnicos e não políticos. Para que isso aconteça, devemos cobrar os nosso gestores!
[19:41] <adelmaa> E esta formação continuada foi/é oferecida pelo governo estadual ou municipal? ?
[19:42] <adelmaa> Em Sobral, o critério de escolha é mesmo técnico?
[19:43] <Tabata> Pelo governo municipal em parceria com o estadual
[19:43] <Tabata> Sim, os diretores são escolhidos por provas e entrevistas
[19:43] <professoraRobert> Tabata... como vc citou o caso do seu irmão, vc poderia falar um pouco sobre meritocracia, se não se importar?
[19:43] <adelmaa> E os salários dos professores? São justos?
[19:44] <adelmaa> Fantástico!
[19:44] <Tabata> O Brasil ainda não é um país meritocrático, porque as pessoas não têm acesso a oportunidades parecidas.
[19:44] <Tabata> E a história do meu irmão exemplifica bem isso.
[19:44] <Tabata> Adelma, eu acho que os salários dos professores ainda não são o que deveriam ser
[19:45] <Tabata> Pessoal, como estou sem internet em casa, tive que vir no trabalho da minha mãe para falar com vocês, então já tenho que ir.
[19:45] <Tabata> Mas vocês podem me escrever caso queiram conversar mais: tabata@mapaeducacao.com
[19:45] <Tabata> Muito obrigada pelo convite, por me receberem e pelas perguntas!
[19:45] <professoraRobert> mas não é até as 20;30?
[19:46] <adelmaa> Tábata, em Itabrito eu conheço uma escola municipal cujo alunos batem recordes em número de medalhas nas olimpíadas de matemática, na OBMP..
[19:47] <Tabata> A Adelma tinha me dito que seriam 30min de perguntas e vão fechar o prédio onde estou.
[19:47] <Tabata> Que bacana Adelma! sorriso
[19:47] <MARIA_> Srª Tabata, boa noite, é triste ver professores que fazem da educação “um bico”. Pensando na ideia de Formação Integral de nossos educandos, conforme as novas Legislações Educacionais, como fazer para que esse professor no mínimo cumpra o seu papel? Será que não estaria na hora de pensar melhor sobre o  acompanhamento pedagógico do processo de ensino aprendizagem?
[19:48] <Tabata> Um grande problema é que nossos professores ainda têm um tempo muito pequeno de exposição à sala de aula em suas formações
[19:49] <Tabata> Obrigada pessoal! Até a próxima!
[19:49] <MARIA_> Até
[19:50] <professoraRobert> até
[19:50] <adelmaa> O Stis agradece pela sua preciosa particpação.
[19:51] <silvioutf> obrigado, até!
[19:51] <professoraRobert> professor da escola pública ganha mal, e tem em alguns casos condições escassaz de trabalho..
[19:52] <professoraRobert> penso, que em muitos casos, somos heróis, pela falta de comprometimento do poder público. Mas é claro a formação continuada e a escolha de gestores por critérios tecnicos é um bom caminho
[19:52] <professoraRobert> o apadrinhamento politico na educação, a torna doente
[19:52] <adelmaa> Prezados, como vocês perceberam este stis de hoje aconteceu em caráter excepcional a noite, pois a Tábata só poderia participar deste evento se fosse neste horário e não no horário normal de 14:00 horas.
[19:56] <adelmaa> Como professores, nós sabemos o Brasil adota um politica de partidoe não de governo não havendo assim  continuidade nas politicas públlicas, quaisquer que sejam elas.
[19:58] <adelmaa> Vocês querem fazer alguma pergunta  MARIA, professoraRobert.
[19:58] <professoraRobert> acho necessário a reflexão.. diante da pec 55 e da reforma do ensino médio
[19:59] <professoraRobert> estamos diante de um momento que essas politicas públicas, podem comprometer ainda mais a educação publica
[19:59] <adelmaa> Embora tenha sido uma apresentação rápida, sem tempo para muitas perguntas, foi um evento interessante pois trouxe este trabalho aoc onhecimento e em lingua portugesa. este trabalho da Tábata só se encontra em inglês.
[20:00] <MARIA_> Como professora e gestora entendo que as mudanças são importantes e necessárias desde a seleção de critérios para admissão de gestores e especialistas da educação.
[20:01] <adelmaa> O que devemos fazer para que nossos professores sejam atores mais protagonistas na educação?
[20:02] <MARIA_> O setor pedagógico é o coração do processo de ensino aprendizagem, e não contamos com acompanhamentos necessários por parte da SEE e SRE.
[20:03] <MARIA_> A reforma precisa acontecer em todos os setores da educação escolar.
[20:03] <professoraRobert> acho que formação continuada de qualidade, melhores salarios, mais condições.. Como Saviani coloca, precisamos da profisionalização da profissão professor.
[20:03] <professoraRobert> Ainda trazemos da herança histórica colonialista, criterios de organização politica e prática, muito engessadas
[20:04] <professoraRobert> mas não é interessante para o poder público transformar a educação. Então ficamos ainda abandonado, discutindo e constatando muitas questões como a que a Tabata trouxe hoje, mas mudá-las será um caminho que não depende exclusivamente de nos professores
[20:06] <MARIA_> A formação humana deveria ser um valor, ou melhor, o maior dos valores.
[20:06] <adelmaa> E que são sempre aceitas.  O que me deixou intrigada nest ap arenstação da Tábta foi saber que Sobral , cidade de dois políticos brasileiros conhecidos einfluentes não tenham agido como coronéis nesta indicação dos gestores.
[20:06] <adelmaa> Surpreendente!
[20:07] <adelmaa> Lerei este trabalho da Tábata para saber quais foram as escolas pesquisadas.
[20:08] <adelmaa> MARIA, professoraRobert, quais seriam os temas que você gostariam que ver na agenda do stis 2017?
[20:09] <MARIA_> Sobre gestão escolar para uma formação integral do educando.
[20:10] <adelmaa> Indicação de conferecistas?
[20:10] <silvioutf> Que tal trazer uma "voz" sobre a qualidade no processo de formação dos professores?
[20:10] <MARIA_> Sobre formação continuada de educadores.
[20:10] <MARIA_> ótimo
[20:11] <silvioutf> Não, sobre a formação nas universidades!
[20:11] <adelmaa> Sobre a formação docente, é isso?
[20:11] <MARIA_> sim
[20:11] <adelmaa> ou discente?
[20:12] <adelmaa> Dos licenciaNdos ou dos licenciAdos?
[20:12] <MARIA_> Especificamente, sobre novas práticas pedagógicas para a formação integral.
[20:12] <silvioutf> Assim, como a Tabata traz números, que particularmente tenho minha reservas sobre  as leituras, nem sempre adequadas, dos resultados estatísticos, o número de professores que as universidades colocam no mercado pode ser enorme, mas a qualidade???
[20:13] <silvioutf> Sim, falo da formação dos docentes!
[20:13] <professoraRobert> Eu quero
[20:13] <adelmaa> O que vocês acharam deste horário do STIS?
[20:13] <professoraRobert> sou professora da escola publica a 10 anos
[20:13] <MARIA_> Estou apenas há um ano na gestão, mas vejo como os professores são importantes.
[20:14] <professoraRobert> gostaria de ver,, O desmonte da educação publica vias politicas públicas educacionais, apontamentos e reflexões
[20:14] <adelmaa> silvioutf, o que percebemos é que estes resultados das pesquisas não chegam às escolas.
[20:14] <MARIA_> e no entanto, despreparados, desmotivados, descomprometidos.
[20:14] <professoraRobert> verdade
[20:14] <adelmaa> E é justamente oque o stis quer fazer...
[20:15] <adelmaa> O STIS quer fazer esta ponte entre os conhecimentos construídos nas universidades com o desenvolvido nas salas de aulas.
[20:15] <professoraRobert> precisamos tbm refletir sobre a importancia da formação continuada, tbm pq sabemos que as formações de professores ainda deixam lacunas
[20:15] <silvioutf> Há tantos argumentos para a "desmotivação"e eles têm se tornado justificativas para práticas docentes. Vejo isso de forma danosa!
[20:15] <adelmaa> Unir teoria e prática.
[20:15] <MARIA_> sim, é verdade.
[20:15] <professoraRobert> alguns estudos comprovaram que o professor iniciante sem experiencia so esta preparado para ministrar aulas, após 5 anos de trabalho
[20:16] <adelmaa> Por isso, professoraRobert, que eu sou totalmente afavro doque a USP está estudando implantar: a residência pedagógica.
[20:17] <professoraRobert> sim, acho interessante
[20:17] <silvioutf> Com PCN, DCE etc., professores perderam a capacidade de reflexão e contextualização, e por vezes sentem-se reprimidos pela legislação do sistema educacional.
[20:17] <professoraRobert> mas mesmo assim..o que tenho medo diante da universidade, é um discurso de culpabilização dos professores, vemos muito isso nas pesquisas das universidades públicas
[20:18] <adelmaa> OU seja, o aluno  só concluiria seu curso após fazer estágio prático de vivência na sala de aula, como faz o estudante de medicina nos hospitais, por exemplo.
[20:18] <adelmaa> ops a favor...
[20:18] <professoraRobert> os universitários vão ate a escola publica fazem um recorte da fala do professor, e constroi uma tese, apontando inumeros erros...sim é verdade, mas será que só isso contribuui para a tranformação?
[20:18] <silvioutf> O discurso da culpabilização encontra seu espaço quando não encontra resistência!
[20:19] <silvioutf> Não pelo simples fato da oposição, mas na proposição e instrumentalização, e parece que o professor cada vez mais, carece dessas habilidades.
[20:19] <professoraRobert> será que buscamos compreender o porquê que aquele professor falou aquilo, qual formação dele...qual formação antes da universidade? sua trajetória no ensino fundamental e médio, seu capital cultural..porque os cursos de licenciatura sao baratos???
[20:20] <MARIA_> Sobre estágio, são poucos os conteúdos de licenciatura que abrem espaços para elaboração de planejamento de ensino.
[20:20] <adelmaa> Prezado(a)s, o que vocês me dizem sobre este horário do stis, na sexta-feira às 19:00 horas?
[20:20] <professoraRobert> são inumeros itens a serem pensados antes de lermos teses de mestrado e doutorado, que apontam o que o professor faz de errado
[20:20] <silvioutf> Aí está uma questão que considero fundamental: capital intelectual!
[20:21] <professoraRobert> que não foi o caso desta conferência, mas penso merece muitas reflexoes
[20:22] <silvioutf> Na verdade tudo está interligado e relacionado. Se considerarmos a origem e a genese do capital intelectual.
[20:23] <adelmaa> Minha proposta seria: o aluno para ser licenaiado precisaria ficar 18 meses na mesma escola, participar da elaboração do planejamneto do ano seguinte da escola. Desta forma ele poderia/deveria  fazer sua intervenção pedagógica pertinente,pois teve teve de observar e agir. .
[20:26] <silvioutf> Acredito que devemos começar pela revisão dos currículos universitários. Reside aí a origem de muitos problemas. Há uma "linha de produção" de professores!
[20:26] <adelmaa> Na minha tese de doutorado eu levantei através de um relato autobiografico de um estudante de eja as influencias externas exercidas sobre os saberes de meu sujeito.
[20:27] <professoraRobert> eu acho bom o horario
[20:27] <adelmaa> Como este suejtio tinha pais carvoeiros, trabalho que exigia mudanças frequentes, seu processo deescolarização foi muito desestruturado.
[20:27] <thalita> Concordo, silvioutf, e sinto que sou fruto dessa linha de produção. São muitas lacunas.
[20:28] <thalita> Há uma linha de produção que no fim não forma professores.
[20:28] <professoraRobert> sim
[20:29] <silvioutf> Exatamente, são os "números estatísticos", aos quais me referi anteriormente. Eles sempre impressionam!
[20:29] <adelmaa> Neste sentido foi interessante perceber ao analisar os dados o papel relevantíssimo exercido pela escola em seu processo de escolarização e letramento.
[20:30] <silvioutf> Casos tomo o da Tabata, o filho do carvoeiro, o filho do pedreiro e tantos outros  "sujeitos" são a nossa realidade em muitas escolas, isso quando eles conseguem chegar lá.
[20:31] <adelmaa> Então,mas são mais significativos quando olhamos os dados separados, entende.
[20:31] <adelmaa> Verdade!
[20:32] <adelmaa> Olhe, para uma aula inaugural de um curso de especialização onde trabalho convidei  a diretora desta escola que eu citei anteriormente.
[20:32] <adelmaa> Escola referência pelos resultados obtidos nas OBMEP que já participou.
[20:33] <silvioutf> Mas o "mascaramento" dos números, seja no caso da linha de produção dos professores, seja nos índices "de interesse e valor político" mascaram soluções "simples e brilhantes"
[20:33] <adelmaa> Sabe o que mais me chamou atenção?
[20:33] <MARIA_> Conforme estudo da história da educação brasileira, esses dados mudam de acordo com a função que a escola passa a exercer para a sociedade.
[20:34] <silvioutf> Olha aí onde entra a "construção do capital social". E, pergunto, saberíamos ou poderíamos estimar quantas das nossas escolas praticam sua "função social"?
[20:35] <adelmaa> Que a diretora conseguia este resultado espetacular pois além de conhecer as famílias dos alunos aproximou a família da escola.
[20:37] <MARIA_> No tempo de Platão a formação era vista como um valor.
[20:37] <adelmaa> Neste meu trabalho tenho contato direto com muitos professores e gestores escoalres e afirmo por vivência: são poucas.
[20:37] <thalita> silvioutf, essa é uma pergunta que me intriga bastante e não sei como respondê-la. Penso que o nosso sistema de avaliação da educação, da forma como funciona hoje, não é capaz de medir ou mensurar isso
[20:38] <adelmaa> MARIA, Hoje também é vista como um valor. È certo, que para se ter noção do valor tem que ser conhecido este valores.
[20:39] <MARIA_> Verdade.
[20:39] <silvioutf> Fomentar os conhecimentos social, científico, ambiental, cidadania, entre outros, vai gestar o capital intelectual que precisamos "gestar" nos professores!
[20:40] <adelmaa> Veja bem, alunos que tem contato com outros alunos e participam de feiras de ciência, de olimpíadas do conhecimento, sofrem influência e mudam positivamente. apens com o estudar não.
[20:40] <MARIA_> Assim o professor poderá resgatar a ideia de ser modelo para o educando.
[20:41] <adelmaa> Percebi isso conversando com alunos medalhistas.
[20:41] <MARIA_> Quando inspira o aluno para a busca do conhecimento.
[20:41] <silvioutf> E o professor está preparado para essa "mobilidade do saber"?
[20:42] <adelmaa> Vejo apsotura de alunos que participam de programa jovem parlamentar, etc.
[20:42] <MARIA_> volta na questão do valor, a contínua busca do saber pelo professor.
[20:42] <adelmaa> Exatamente, MARIA.
[20:43] <MARIA_> O simples fato de comentar com os alunos a realização da leitura de um livro.
[20:43] <MARIA_> ou análise de um filme.
[20:44] <MARIA_> ou de um curso ou conferência.
[20:44] <silvioutf> Quantos professores podem ou têm a possibilidade de visitar feiras, congressos, painéis, etc... quantos professores estão aqui interessados em discutir a educação, e, nem digo seus rumos. Precisamos primeiros estabelecer uma consenso do "estado da arte".
[20:44] <MARIA_> isso pode despertar a curiosidade do aluno.
[20:45] <adelmaa> Não só MARIA, pois esta relação tem mudado muito, ultimamente,viu! Hoje professor aprende e ensina ao mesmo tempo. E ele tem que ter consciência disso. Se ele desce do tablado ficando lado alado com oa aluno a relação de pertinência de aluno, professor e escola é mais eficiente e os resulatdos são extraordinários.
[20:46] <MARIA_> concordo.
[20:46] <adelmaa> Sugestão: leiam o log da conferência de novembro. Dois trabalhos fantásticos reslizados na cidade de Passos/MG.
[20:47] <MARIA_> Filosofando... o aprendizado passa também pela sensibilidade.
[20:47] <silvioutf> Com certeza, são exemplos de projetos que mobilizam a escola, família e a sociedade no entorno da escola!
[20:47] <adelmaa> Pais, alunos, professores, diretores da escola, rádio comunitária são atores de implementações pedagógicas ímpares.
[20:48] <silvioutf> As ideias e propostas que rompem  as "dificuldades" nascem da criatividade.
[20:48] <MARIA_> Certamente.
[20:49] <adelmaa> E ao se fazer isso constroem-se pontes e depois estruturadas só se fortalecem. É o caso das escolas de Itabirito citadas por mim.
[20:51] <MARIA_> sim
[20:51] <adelmaa> Também citei na minha tese o exemplo de uma esocla da cidade de José de Fretas no Piauí. Ela tinha em 2011 o por ideb do Brasil. Lá foi feita uma revolução.
[20:51] <adelmaa> Em poucos anos a escoal se transforma em referência como medalhista em Olimpíadas do cohecimento.
[20:53] <adelmaa> São ilhas? São mesmo, é verdade! Mas também era há pouco dados estatísticos relevantes pelo lado negativo.
[20:54] <silvioutf> Fica a velha pergunta: se o modelo deu certo, por que não reproduzí-lo? Vai ser necessário primeiro teorizá-lo, estudá-lo, para depois, talvez, aplicá-lo!
[20:54] <MARIA_> São ótimos exemplos que levarei para reflexões e planejamentos do próximo ano.
[20:55] <MARIA_> Algo vislumbrado pela SEE MG e que deu muito certo foi a roda de conversa nas escolas.
[20:55] <adelmaa> Olhe, na nossa próxima agenda stis 2107 traremos dois professores que participaram de formação continuada na Finlândia e vão mostrar para vocês o que realmente faz diferença na educação neste país.
[20:55] <adelmaa> Aguardem!
[20:56] <MARIA_> Tudo bem.
[20:56] <adelmaa> Maria, entre educadores?
[20:57] <MARIA_> Entre educadores, entre educadores e alunos, entre alunos de diferentes escolas.
[20:58] <adelmaa> Que fantástico! Ninguém me falou destas rodas não?
[20:58] <MARIA_> na nossa escola realizamos um roda de conversas por bimestre.
[20:58] <silvioutf> Com funciona?
[20:58] <MARIA_> foi muito bom.
[21:00] <MARIA_> Em reunião, direção especialistas e professores, discutimos temas, entre eles, valores como honestidade, tolerância e gentileza, preconceito e diversidade racial.
[21:00] <MARIA_> Esses temas foram debatidos nas rodas de conversas.
[21:01] <MARIA_> um tema por bimestre
[21:02] <MARIA_> Convidamos a comunidade da seguinte forma: pedimos aos pais para construirem um brinquedo antigo com sue filho. Nesse processo, contar histórias, vivências que passam valores.
[21:02] <silvioutf> E os alunos? São envolvidos?
[21:02] <MARIA_> a culminância foi roda de conversas com a apresentação dos pais.
[21:03] <MARIA_> os alunos se envolveram de forma surpreendente.
[21:04] <MARIA_> publicamos no face book da escola: josegrisolia.grisolia@facebook.com
[21:04] <adelmaa> MARIA, este trabalho foi feito por um professor específico ou teve participação de todos?
[21:04] <silvioutf> Há um moderador?
[21:05] <MARIA_> Foi um trabalho interdisciplinar.
[21:05] <adelmaa> Fantástico!
[21:05] <professoraRobert> muito boa a experiencia
[21:06] <adelmaa> Dê um like em nossa página na internet para receberem outras notificações: https://www.facebook.com/stis.lingtec/?fref=ts
[21:06] <MARIA_> É uma pena que a SEE-MG está encerrando a oferta do Ensino fundamental nesta escola.
[21:06] <MARIA_> A escola é ampla, tem demanda.
[21:07] <adelmaa> Então temos que juntar todas estas experiências fantásticas em um só lugar para divulgar e assim elas serem replicadas.
[21:09] <adelmaa> Prezado(a)s, o STIS deseja a todos vocês um Natal de paz e um Ano Novo de realização. Que Deus ilumine o caminho de todos com paz, aaúde e muitas realizações.
[21:09] <MARIA_> sim, verdade, as experiências inspiram a nossa criatividade.
[21:09] <adelmaa> Felizes  Festas!
[21:09] <professoraRobert> Boas festas a todos
[21:09] <professoraRobert> aguardo meu certificado
[21:09] <professoraRobert> do outro encontro ainda nao recebi
[21:09] <adelmaa> Obrigada pela presença de todos!
[21:09] <silvioutf> Obrigado, Feliz natal, boas festas!
[21:10] <professoraRobert> quem quiser se corresponder
[21:10] <professoraRobert> robertapoll@hotmail.com
[21:10] <professoraRobert> deixo meu email
[21:10] <adelmaa> Todos os certificados só serão emitidos no final de dezembro.
[21:10] <MARIA_> obrigada, Feliz natal!
[21:10] <professoraRobert> facebook. Roberta Poltronieri
[21:10] <professoraRobert> beijos
[21:11] <adelmaa> Este é uma trabalho voluntáriso e, por isso, e por ser tosos professores ficamos nesta época sobrecarregados.
[21:11] <adelmaa> Tenho certeza que vocês compreendem.
[21:12] <adelmaa> Boa noite, gente! Fiquem com Deus e um ótimo final de semana, restaurador. <3
[21:13] <professoraRobert> sim
[21:13] <professoraRobert> bjs

 

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