STIS 2019

SETEMBRO: interdisciplinaridade nas pesquisas - Educação do Campo da UFRB

registro de setembro/19

Registro da Conferência em chat escrito, de 11 de setembro de 2019:

 

A interdisciplinaridade nas pesquisas do Programa de Mestrado em Educação do Campo da UFRB.

Prof Dr. Débora Alves Feitosa

Prof Dr. Terciana Vidal Moura

 

 

 

[19:28] <Paulo_Soares> Iniciaremos a conferência desta noite em 5 min.
[19:31] <Paulo_Soares> Na proposta inicial teríamos uma mesa-redonda com as professoras Débora Alves Feitosa e Terciana Vidal Moura. Devido a um imprevisto, apenas a professora Terciana pode estar aqui na sala. No entanto, a professora Débora enviou as respostas às questões que propusemos à dupla de conferencistas.
[19:35] <Paulo_Soares> Boa noite! Sou o Paulo Soares, colaborador do Grupo Texto Livre (Fale/UFMG) e coordenador do bloco Pesquisas em Educação do Campo: Múltiplos enfoques. Em nome do Grupo, agradeço a presença de cada um, em especial a conferencista Terciana, e a coordenadora dessa mesa-redonda, Eliane Piske.
[19:35] <Paulo_Soares> O Grupo Texto Livre dedica-se desde 2006 a promover a integração de atividades acadêmicas com o Software Livre e suas comunidades, sempre no melhor espírito da Cultura Livre e da Ciência Aberta.
[19:35] <AnaMatte> uma pena, mas imprevistos acontecem. Agradeça à prof.a Débora, por favor, pelo grupo por enviar suas respostas
[19:35] <TercianaMoura> AnaMatte Obrigada!
[19:36] <Paulo_Soares> Sim, ficamos imensamente agradecidos com a participação da professora Débora em nosso evento.
[19:36] <Paulo_Soares> STIS é uma troca, de pessoas para pessoas interessadas em interdisciplinaridade.
[19:36] <Paulo_Soares> Promovido desde 2011 pelo grupo Texto Livre, o STIS privilegia a interação no chat escrito em virtude da abertura de acesso que o registro das conferências, após as mesmas, garante.
[19:36] <Paulo_Soares> A média de acessos, se comparadas as páginas de divulgação, que ficam em destaque no site, e as páginas de LOGs (registros) é, em média, 20% maior nos logs, não sendo raro registrar mais de 1500 (e, em algumas dezenas de casos, mais de 2000 até agora) acessos após a conferência.
[19:37] <Paulo_Soares> Lembretes bons de lembrar: a) para receber o certificado de participação, além da presença é necessário preencher o formulário disponível na página do STIS, pelo link: http://textolivre.org/site/formulario-para-inscricao-no-stis/
[19:37] <Paulo_Soares> b) cole frases curtas, no máximo 3 linhas A4, para que o chat não corte sua mensagem.
[19:37] <Paulo_Soares> c) use preferencialmente um nick do tipo NomeSobrenome ou Nome_Sobrenome para evitar confusões.
[19:38] <Paulo_Soares> O certificado será encaminhado por e-mail no decorrer da semana. Lembre-se que é necessário preencher o formulário do site para receber o certificado, o que deve ser feito no máximo hoje.
[19:38] <Paulo_Soares> É sempre bom lembrar também que as intervenções do público ficarão silenciadas até o final das apresentações, quando abriremos para a interação até às 21h. Pedimos a vocês que não enviem mensagens no chat até que as conferencistas concluam as suas exposições. Ao final da mesa-redonda, todos e todas poderão participar!
[19:38] <Paulo_Soares> Para dar início às atividades, convido para coordenar esta mesa a professora Eliane Lima Piske.
[19:39] <Paulo_Soares> Eliane é graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), mestra e doutoranda em Educação Ambiental, também pela FURG. Participa do grupo ECOinfâncias (FURG) e é colaboradora do Grupo Texto Livre (Fale/UFMG).
[19:39] <Paulo_Soares> E então, Eliane Piske, vamos começar?
[19:39] <acris> elianepiske
[19:39] <elianepiske> Boa noite, pesso@l! Agradeço a acolhida, Paulo!
[19:39] <Paulo_Soares> Nós é que agradecemos, Eliane!
[19:39] <elianepiske> Débora Alves Feitosa é doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Na UFRB, atua nos cursos de graduação/licenciaturas e coordena o Programa de Mestrado Profissional em Educação do Campo.
[19:39] <elianepiske> Educação pela Universidade do Minho (UMINHO, Portugal) e professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Na UFRB, atua na licenciatura em Educação do Campo e é também vice-coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Educação do Campo.
[19:40] <elianepiske> Pesso@l, a professora irá compartilhar conhecimentos a partir da temática: pesquisas em Educação do Campo em seus múltiplos enfoques. Espero que todos possam aproveitar a oportunidade, por enquanto apenas a professora Terciana irá responder. Certo?
[19:41] <elianepiske> Como você se situa na Educação do Campo?
[19:41] <TercianaMoura> Inicialmente eu quero agradecer GRUPO TEXTO LIVRE: Semiótica e Tecnologia da Faculdade de Letras da UFMG, especialmente ao Professore Paulo Soares Batista e à Professora Eliane Piske pelo convite para participar desse momento
[19:41] <TercianaMoura> e parabenizar a UFMG pelo excelente papel que vem desempenhando historicamente no campo da formação humana. Penso que é uma experiência muito interessante e que possibilita o uso de outras ferramenta pedagógicas que possibilitam o diálogo e a interação no campo da formação dos sujeitos.
[19:42] <TercianaMoura> Para nós da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia essa experiência também possibilita possibilidades de trocas de saberes e uma espécie de aproximação e solidariedade entre as instituições. Mais uma vez, obrigada por essa partilha.
[19:43] <TercianaMoura> Buscando responder a pergunta que faz referência de como eu me situo na Educação do campo, inicio a minha fala com um adágio popular que afirma que a “cabeça pensa aonde os pés pisam”
[19:43] <TercianaMoura> ou seja, a nossa constituição enquanto sujeito é oriunda de um conjunto de experiências e vivências que em nossa trajetória de vida vai nos constituindo enquanto pessoa.
[19:44] <TercianaMoura> Eu sou Terciana Vidal Moura, mulher negra, brasileira, natural do município de Coaraci-Bahia. Resido em Amargosa, desde 2004 e já sou também, uma cidadã Amargosense
[19:44] <TercianaMoura> Atuo no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) desse 2010, localizado no município de Amargosa-Bahia, em diferentes cursos de licenciatura. A UFRB é uma universidade multicampi e está presente em 6 munícipios da Bahia.
[19:45] <TercianaMoura> Desde de 2014 atuo especificamente no Curso de Licenciatura em Educação do Campo com ênfase em Ciências Agrárias da UFRB. E desde 2013 atuo como professora do Mestrado Profissional em Educação do Campo da UFRB, no qual atualmente também, na condição de Vice-Coordenadora.
[19:46] <TercianaMoura> A minha relação com a Educação do Campo é construída a partir de várias experiências coletivas e individuais que me possibilitarem estar hoje nesse lugar e ter a Educação do Campo enquanto projeto no âmbito acadêmico, profissional e de vida.
[19:46] <TercianaMoura> Desde da minha graduação tenho uma preocupação de estudar a questão da diferença e da diversidade, tencionando os paradigmas da homogeneidade, igualdade e da normalidade.
[19:47] <TercianaMoura> Mas, é somente no curso de mestrado, em 2002, do Programa de Pós-graduação em Educação em Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia, que inicio minha relação mais direta com a Educação do Campo.
[19:47] <TercianaMoura> A partir das discussões provocada pela pesquisa de um dos colegas, o Prof. Fabio Josué Souza dos Santos, que trazia como objeto de pesquisa, a problemática do aluno da roça na escola da cidade.
[19:47] <TercianaMoura> Em diálogo e parceria profissional com esse professor realizamos alguns trabalhos de formação de professores com essa temática em alguns municípios do interior da Bahia.
[19:48] <TercianaMoura> Em 2005, assumo a Diretoria Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação do Amargosa e, as questões em torno da Educação do Campo emergem como um grandes desafios para a política educacional do município naquele momento, principalmente pelos desafios que apresentados pelo contexto das classes multisseriadas.
[19:49] <TercianaMoura> As classes multisseriadas ou unidocentes caracterizam-se pela junção de alunos de diferentes faixas etárias e níveis de aprendizagem em uma mesma turma, geralmente submetida à responsabilidade de um único professor.
[19:49] <TercianaMoura> Santos (2015) estima que cerca de 30% das escolas do mundo sejam multisseriadas, atendendo aproximadamente cerca de 200 milhões de alunos, sobretudo, mas não exclusivamente, em áreas rurais.
[19:49] <TercianaMoura> Ainda, segundo este mesmo autor, no Brasil, em 2012, existiam 45.574 escolas multisseriadas constituindo 93.493 classes que atendiam 1.469.152 alunos, o equivalente a 9% das matrículas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
[19:50] <TercianaMoura> Essa realidade, desafiava-nos a problematizar o contexto das classes multisseriadas, a nível teórico, de pesquisa e propor, no âmbito do município, ações mais alinhadas à Educação do Campo e à multissérie. Na época foi criada uma Supervisão específica de Educação do Campo na SEC de Amargosa.
[19:51] <TercianaMoura> Supervisão específica de Educação do Campo na SEC de Amargosa, teve um papel muito importante, pois rompeu o silêncio histórico em torno dessa abordagem no campo da formação de professores e das práticas pedagógicas, bem como trouxe a discussão sobre a identidade de escola do campo.
[19:51] <TercianaMoura> Paralelamente a essa função na Secretaria Municipal de Educação, eu atuava também como professora de um programa especial de formação de professores em serviço da UNEB, intitulado UNEB 2000.
[19:52] <TercianaMoura> Atuei na formação de professores nesse programa em dois municípios e nessas experiências já trazíamos o debate sobre a Educação do Campo, considerando a expressiva realidade rural que eles apresentavam.
[19:52] <TercianaMoura> Em 2007, atuando como Professora da UNEB, Campus XV, participei de um projeto de extensão junto com o Professor Fábio Josué que problematizava a escolas do campo.
[19:53] <TercianaMoura> Em virtude dessas experiências, principalmente com a realidade das classes multisseriada, eu recebi o convite para participar de um projeto de pesquisa intitulado Ruralidades diversas-diversas ruralidades: sujeitos, instituições e práticas pedagógicas nas escolas do campo, Bahia-Brasil, desenvolvido entre 2008 e 2012, sob coordenação do
[19:53] <TercianaMoura> Prof. Dr. Elizeu Clementino de Souza da UNEB.
[19:53] <TercianaMoura> Tratou-se de um projeto de pesquisa interinstitucional envolvendo a UNEB, a UFRB e a Universidade de Paris 13, que contou com financiamento da Fapesb e da Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
[19:53] <TercianaMoura> Este macro projeto de pesquisa voltou-se para o estudo dos sujeitos, das práticas e das instituições educacionais do/no campo no estado da Bahia.
[19:54] <TercianaMoura> O meu foco nesta investigação procurou compreender a prática pedagógica dos professores que atuam nas classes multisseriadas nas escolas do campo do município investigado, o que me levou a defender a pedagogia das classes multisseriadas, oriunda das experiências e saberes dos professores que lá atuam.
[19:55] <TercianaMoura> Estão casados? kkkk Ainda tem um mais um pouquinho
[19:55] <TercianaMoura> desculpem.. cansados
[19:55] <TercianaMoura> Depois integro o projeto, intitulado Os sentidos atribuídos ao trabalho por professores da educação básica no Recôncavo Sul da Bahia, trata-se de uma pesquisa desenvolvida entre os anos de 2010 e 2012 sob coordenação do Prof. Dr. Luís Flávio Godinho, docente da UFRB, que contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do
[19:55] <TercianaMoura> Estado da Bahia (Fapesb).
[19:56] <TercianaMoura> Neste projeto, o meu foco de investigação recaiu sobre o trabalho docente dos professores que atuam nas classes multisseriadas em escolas rurais de um dos quatro municípios investigados.
[19:56] <TercianaMoura> O terceiro projeto, também realizado sob coordenação do Prof. Dr. Elizeu Clementino de Souza da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), consistiu em um desdobramento do projeto anterior, contou com a participação da UNEB, da UFRB, da Universidade de Paris 13 e da Universidade Católica de Salvador (UCsal), e teve financiamento da Fapesb
[19:56] <TercianaMoura> (2014-2017).
[19:57] <TercianaMoura> Intitulou-se Multisseriação e trabalho docente: diferenças, cotidiano escolar e ritos de passagem, e teve o objetivo geral de investigar questões teórico-metodológicas vinculadas às classes multisseriadas, suas relações com o trabalho docente e o cotidiano escolar, empreendendo ações de intervenção pedagógica que promovam a melhoria
[19:57] <TercianaMoura> da qualidade da educação pública na Bahia, numa perspectiva colaborativa.
[19:57] <TercianaMoura> Essas pesquisas foram evidenciando aspectos importantes sobre a gestão do trabalho pedagógico nas escolas do campo, denunciado principalmente o comprometimento da materialização da Educação do Campo no interior das escolas localizadas nos diferentes espaços rurais dos municípios investigados.
[19:58] <TercianaMoura> Essa realidade identificada nos dados das diferentes pesquisas acima referidas, foram provocando inquietações no sentido de compreender até que ponto o Projeto Político-Pedagógico da Educação do Campo tem sido tomado como referência pedagógica na construção da identidade das escolas do campo e da própria Educação do Campo.
[19:58] <TercianaMoura> Paralelamente a esses projetos de pesquisa, nossa vinculação mais intrínseca à Educação do Campo deu-se na própria UFRB, atuando em projetos de pesquisa, extensão e ensino, como também em processos de formação de educadores da região, em seminários locais, estaduais, nacionais e internacionais promovidos pela UFRB.
[19:59] <TercianaMoura> Atuamos também na construção das Diretrizes Operacionais da Educação Básica do Campo do Município de Amargosa. No âmbito da UFRB, participei na condição de professora orientadora em 2012, do curso de Especialização em Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial do Semiárido Brasileiro, da construção da proposta do Mestrado em
[19:59] <TercianaMoura> Educação do Campo nesse mesmo ano e na elaboração da proposta do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da UFRB, aprovado em 2013.
[20:00] <TercianaMoura> A minha tese de doutoramento teve como foco a gestão do trabalho pedagógico dos professores do campo no contexto das políticas educacionais de regulação. Embora a pesquisa aponte esses limites dessa regulação, também reforça a importância dos espaços e estratégias de resistência e ressignificações construídas pelos professores no
[20:00] <TercianaMoura> processo de materialização das políticas educacionais de regulação no interior da escola.
[20:01] <TercianaMoura> Para além dessas vinculações institucionais, fomos construindo nessa trajetória um diálogo com alguns Movimentos Socais do Campo e com espaços de formação dos sujeitos do campo como, as escolas, as Escolas Famílias Agrícolas, associações, cooperativas e diferentes comunidades do campo das regiões de nossa atuação, etc.
[20:01] <TercianaMoura> Pois a Educação do Campo demanda uma diálogo mais próximo e efetivo com os sujeitos do campo, a partir de sua Pedagogia do Movimento. E, para mim, a Educação do Campo é um projeto de vida, de sociedade e de educação.
[20:02] <TercianaMoura> A partir dessas considerações, vejo-me na Educação do Campo como uma militante, uma intelectual orgânica e como educadora desse projeto, pois a docência aqui se reveste de um caráter político e pedagógico importante
[20:02] <TercianaMoura> Então é dessa forma que me situa na Educação do Campo
[20:03] <elianepiske> Professora, grata por conhecer essa linda trajetória! Agora podes, por favor compartilhar a resposta da professora Debora como ela se situa na Educação do Campo?
[20:03] <TercianaMoura> Segue a resposta da Profa. Débora
[20:03] <TercianaMoura> Minha vinculação mais direta com a Educação do Campo se dá, desde que compus o corpo docente do curso de especialização Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial do Semiárido Brasileiro.
[20:04] <TercianaMoura> O curso deu origem ao Mestrado, que teve sua primeira turma em 2013. No mestrado discuto a organização pedagógica das escolas do campo e as políticas públicas para a educação do campo.
[20:04] <TercianaMoura> Considero a Educação do Campo um projeto político de educação para as populações em suas diversas ocupações que habitam e produzem no campo brasileiro. Um projeto de emancipação política, social e economicamente sustentável.
[20:04] <TercianaMoura> Assim a Profa. Débora, situa-se na Educação do Campo.
[20:05] <elianepiske> Obrigada! Vamos continuar conversando professora Terciana: Com relação a projetos de pesquisa e/ou extensão em Educação do Campo, você pode definir sinteticamente o principal trabalho em que está envolvida atualmente?
[20:06] <TercianaMoura> Para além das questões que já pontuei na primeira questão, a minha trajetória acadêmica e profissional está muito vinculada à Educação do Campo.
[20:06] <TercianaMoura> No ensino, atuo no Curso de Licenciatura em Educação do Campo com ênfase em Ciências Agrárias. O curso atende os sujeitos do campo de diferentes municípios da Bahia e de outros estados do Brasil. Funciona na modalidade da Pedagogia da Alternância com diferentes tempos formativos, o Tempo Universidade e o Tempo Comunidade.
[20:06] <TercianaMoura> Nesse curso eu assumo os componentes do núcleo pedagógico como: Formação de Educadores do Campo, Avaliação da Aprendizagem e Educação do Campo, Políticas Públicas e Educação do Campo e os Estágio Supervisionados. Além disso, sou Presidente do Núcleo Estruturante (NDE) do referido curso.
[20:07] <TercianaMoura> No Mestrado em Educação do Campo, assumo os componentes curriculares: A Formação do Educador do Campo e Didática, Currículo e Avaliação no contexto das classes multissseriadas.
[20:08] <TercianaMoura> Atuei também nos Programas de Iniciação à Docência. De 2014 a 2015 no subprojeto do Pibid, A organização do trabalho pedagógico no contexto da Educação Infantil e das Classes Multisseriadas. De 2015 à 2017 no Projeto do Pibid Diversidade, Educação do Campo: articulando movimentos e saberes no desenvolvimento territorial do campo baiano
[20:08] <TercianaMoura> e na atualidade, 2018 à 2020 no Programa Residência Pedagógica com o subprojeto intitulado, Teoria e prática nas escolas do campo, vinculado ao Curso de Licenciatura em Educação do Campo.
[20:09] <TercianaMoura> A minha participação nesses três projetos de iniciação à docência vinculados à escola do campo, possibilitou-me um contato mais direto com a realidade dessas escolas, especificamente com a realidade e questões que envolvem o trabalho docente, a formação e a gestão do trabalho pedagógico nas escolas do campo, instigando-me à reflexões
[20:09] <TercianaMoura> sobre as possibilidades de construção da identidade da escola do campo.
[20:10] <TercianaMoura> No âmbito da extensão, em virtude da Pedagógica da Alternância, que implica a vivência da práxis pedagógica, temos atuado em várias ações nos diferentes municípios, escolas e comunidades dos nossos alunos.
[20:11] <TercianaMoura> A própria epistemologia da Educação do Campo exige uma dialogicidade constante com os sujeito do campo, pois as questões que vêm do Tempo Comunidade também alimentam os debates e a ações formativas do curso, traduzindo os princípios da Pedagogia do Movimento.
[20:11] <TercianaMoura> No âmbito da pesquisa, além dos projetos já citados anteriormente, na atualidade fazemos parte na condição de Vice-Coordenadora e de pesquisadora do Grupo de Pesquisa Observatório da Educação do Campo no Recôncavo e no vale do Jiquiriçá/Ba (Observale).
[20:12] <TercianaMoura> O Observale é um grupo de estudo, pesquisa e extensão sediado no CFP/UFRB, campus Amargosa. O grupo surgiu a partir de atividades realizadas anteriormente por seus membros em cursos de Licenciaturas do CFP (sobretudo, nos cursos de Pedagogia e Educação do Campo: Ciências Agrárias), na Especialização em Educação do Campo e no Mestrado
[20:12] <TercianaMoura> Profissional em Educação do Campo deste mesmo campus universitário.
[20:13] <TercianaMoura> Congrega professores e estudantes do CFP/UFRB, professores da Escola Básica, movimentos sociais e sindicais, órgãos governamentais com atuação na região, etc. Tem como propósito maior realizar estudos e intervenções na realidade da Educação do Campo nos Territórios de Identidade do Recôncavo e Vale do Jiquiriçá, entorno do CFP/UFRB,
[20:13] <TercianaMoura> convertendo-se em um espaço de investigação, formação e militância em prol da Educação do Campo nos referidos Territórios.
[20:14] <TercianaMoura> Possui duas linhas de atuação: Linha 1- Educação do campo: políticas públicas, gestão escolar, currículo e trabalho docente: Objetiva realizar estudos sobre a realidade da Educação do Campo nos Territórios de Identidade do Recôncavo e Vale do Jiquiriçá-Bahia,
[20:14] <TercianaMoura> abordando temas como políticas públicas, gestão escolar, currículo, trabalho docente, ensino-aprendizagem de conteúdos específicos, multisseriação, nucleação escolar, transporte escolar, fechamento de escolas do campo, dentre outros, com vistas a contribuir para o (re)planejamento de políticas públicas educacionais no Território,
[20:14] <TercianaMoura> repercutindo na melhoria da qualidade da educação.
[20:19] <elianepiske> Professora já concluiu? Fiquei esperando, pois achei que ias escrever sobre a linha 2. Nossa, parabéns pelo engajamento! Por favor, a resposta da professora Debora
[20:19] <Paulo_Soares> :]
[20:21] <acris> oi
[20:21] <elianepiske> pessoal, a professora teve um problema com a energia elétrica, mas já está retornando
[20:21] <elianepiske> enquanto isso, compartilho a resposta da professora Debora
[20:21] <TercianaMoura> voltei
[20:22] <TercianaMoura> E a linha 2, Formação de professores e gestão do trabalho pedagógico nas classes multisseriadas.Discute temáticas como formação de professores, gestão do trabalho pedagógico; Processos de alfabetização, escolarização e profissionalização no/do campo; Gestão da escola e de projetos institucionais; Financiamento, projeto
[20:22] <TercianaMoura> político-pedagógico, didática, currículo e avaliação no contexto escola seriada, multisseriada ou organizada em Ciclos de Aprendizagem; e Pedagogia da Alternância sempre orientados para a investigação da escola do campo.
[20:22] <elianepiske> Tudo certo, professora! Podes continuar, por favor
[20:22] <TercianaMoura> Integramos também como colaboradora o O GRAFHO – Grupo de Pesquisa (Auto)Biografia, Formação e História Oral integra a base de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade / Universidade do Estado da Bahia – PPGEduC/UNEB e organiza-se, a partir de quatro linhas de pesquisas – Linha 1, ‘Abordagem (auto)
[20:22] <TercianaMoura> biográfica, formação de professores e de leitores’; Linha 2, ‘Educação, Memória, História Oral e Pluralidade Cultural’; Linha 3, ‘Memória, (auto)biografia, infância e alfabetização’;
[20:23] <TercianaMoura> Linha 4 – Narrativas (auto)biográficas e saúde, as quais configuram-se na perspectiva de agregar pesquisadores e estudantes no campo das pesquisas (auto)biográficas, das práticas de formação, suas representações e interfaces com a memória ea História Oral, que tem como líderes os professores, Elizeu Clementino de Souza e Katia Maria
[20:23] <TercianaMoura> Santos Mota.
[20:23] <TercianaMoura> Integramos também a Rede Universitas onde pesquisamos as Licenciaturas em Educação do Campo da UFRB.A Rede Universitas/Br caracteriza-se como uma rede acadêmica que conta com pesquisadores de Universidades e de diferentes Instituições de Ensino Superior (IES) de todas as regiões do país, visando à pesquisa e à interlocução entre pares
[20:23] <TercianaMoura> que têm em comum a área do conhecimento “Políticas de Educação Superior”. Com a Coordenação da Profa. Mônica Molina.
[20:24] <TercianaMoura> E participamos de outros projetos de pesquisa em andamento em parcerias com colegas de outras universidades da Bahia, do Nordeste, da Argentina e Portugal. Um tem como foco os egressos dos Mestrados Profissionais em Educação e o outro a Educação Infantil no Contexto da Educação do Campo.
[20:24] <TercianaMoura> Nesses diferentes projetos, a nossa inserção dá-se na perspectiva de problematizar a formação do educador do campo, as escolas do campo e o contexto das classes multisseriadas.
[20:25] <TercianaMoura> São essas atividades que buscamos contemplar a tríade universitária.
[20:27] <elianepiske> Obrigada! Podes compartilhar a resposta da professora Debora, por favor
[20:27] <TercianaMoura> Quanto à essa questão, a Profa. Débora respondeu:
[20:27] <TercianaMoura> Minha área de pesquisa são as políticas educacionais, principalmente para a educação infantil, a oferta através da matricula, a organização pedagógica e a formação de professores para atuação na educação infantil.
[20:27] <TercianaMoura> Sou vinculada a linha de pesquisa Formação de Professores e a Organização do Trabalho Pedagógico nas Escolas do Campo. Desde 2010, pesquiso a organização do sistema municipal de ensino de Amargosa, incluindo a educação Infantil no campo.
[20:28] <TercianaMoura> Tenho orientado pesquisas sobre o Projeto Político-Pedagógico, a pratica docente, o currículo e a organização das escolas do campo. Propostas de formação continuada para professores das escolas do campo.
[20:29] <TercianaMoura> São essas as atividades que a Profa. Débora destaca.
[20:29] <elianepiske> Obrigada!
[20:30] <elianepiske> Texto Livre (Fale/UFMG) é um grupo de pesquisa, ensino e extensão que denota singular atenção aos temas interdisciplinares. De que forma a interdisciplinaridade tem se articulado às pesquisas e produtos educacionais orientados por vocês no Programa de Mestrado em Educação do Campo da UFRB?
[20:30] <TercianaMoura> Antes de responder o foco da questão, gostaria de fazer uma reflexão inicial sobre a Educação do Campo, justamente para compreendermos a perspectiva e importância da interdisciplinaridade em sua concepção.
[20:30] <TercianaMoura> O Movimento Por uma Educação do Campo é fruto do acúmulo de diversas experiências políticas, educativas e pedagógicas construídas historicamente pelo conjunto de movimentos populares do Brasil que, desde a época do Brasil-Colônia, mobilizam-se na construção de alternativas ao modelo de sociedade excludente, que secularmente tem marcado
[20:30] <TercianaMoura> o país.
[20:32] <TercianaMoura> A Educação do Campo tem buscado construir um projeto de educação que se distancia dos pressupostos que sustentou historicamente a Educação Rural em nosso país, sendo importante a compreensão de sua materialidade de origem. A Educação do Campo é um projeto de educação da classe trabalhadora do campo brasileiro, que tem como berço de
[20:32] <TercianaMoura> origem a luta empreendida por ela pela conquista da terra e busca a um modelo de desenvolvimento que inclui os diversos sujeitos sociais do campo. Esta assertiva faz D’Agostini (2012) afirmar que a materialidade de origem é um traço importantíssimo para diferenciar a Educação do Campo da Educação Rural.
[20:33] <TercianaMoura> A Educação do Campo, enquanto um paradigma de sociedade, construído pela classe trabalhadora e para a classe trabalhadora, afirma ser a educação um processo de “desenvolvimento de potencialidades e apropriação de ‘saber social’, objetivando a formação integral do homem, ou seja, o desenvolvimento físico, político, social, cultural,
[20:33] <TercianaMoura> filosófico, profissional, afetivo, entre outros” (Gryzybowski como citado em Frigotto, 1989, p. 26). Aqui a educação transcende a perspectiva do conhecimento-regulação para o conhecimento-emancipação.
[20:34] <TercianaMoura> Nesse sentido, Caldart (2009, p. 38) enfatiza sobre o sentido do conhecimento na perspectiva da Educação do Campo que tem buscado “construir referências próprias para a solução de problemas de outra lógica de produção e de trabalho que não seja a do trabalho produtivo para o capital” e, a partir de uma postura crítica, tem se
[20:34] <TercianaMoura> colocado tanto na luta pelo acesso ao conhecimento produzido pela humanidade, como também dentro de uma concepção dialética, na crítica às formas do “conhecimento dominante e à hierarquização epistemológica própria desta sociedade que deslegitima os protagonistas originários da Educação do Campo como produtores de conhecimento” .
[20:35] <TercianaMoura> Nesse sentido, a Educação do Campo, ao se nutrir de concepções pedagógicas críticas e políticas, fundamenta-se numa epistemologia que se opõe às tendências e concepções que tem embalado as políticas educacionais brasileiras contemporâneas, principalmente aquelas que orientam a formação docente e a organização do trabalho
[20:35] <TercianaMoura> pedagógico. Desse modo, a epistemologia da Educação do Campo vai exigir a transformação da escola a partir de cinco princípios apontados por Nascimento (2009, p. 1) Compromisso com a formação humana, intervenção social e valores culturais; 2) Gestão da escola/democratização do espaço escolar; 3) Pedagogia escolar vinculada às
[20:35] <TercianaMoura> pedagogias gestadas nos movimentos sociais do campo; 4) Currículo contextualizado à educação do campo; e, 5) A formação de educadores do campo.
[20:36] <TercianaMoura> Essa trajetória e epistemologia que ancora a Educação do campo, enquanto projeto político e pedagógico, vai demandar uma outra perspectiva de se pensar a construção e produção do conhecimento, a relação com a natureza, com a vida, com o mundo do trabalho, etc.
[20:36] <TercianaMoura> O Paradigma Conservador que se alicerça nas dicotomias, fragmentação da realidade e dos sujeitos, na racionalidade instrumental e a produção do conhecimento não serve à Educação do Campo.
[20:37] <TercianaMoura> As concepções e princípios que sustentam à Educação do Campo são incompatíveis com esse paradigma. A formação omnilateral, a práxis pedagógica, o trabalho como princípio educativo, a diversidade dos sujeitos do campo, o sujeito do campo como protagonista da Educação do Campo e a Pedagogia da Alternância exigem um profundo repensar,
[20:37] <TercianaMoura> no plano epistemológica, da construção do conhecimento numa perspectiva complexa e multidimensional, da formação do sujeito e consequentemente na construção do conhecimento científico no âmbito das pesquisas acadêmicas.
[20:38] <TercianaMoura> O Mestrado Profissional em Educação do Campo comunga desses princípios e tem desafiado os seus cursistas a pensarem em pesquisas que tragam uma abordagem longe das dicotomias presentes no paradigma conservador, justamente por sua característica interventiva e aplicada, tem estimulado o desenvolvimentos de pesquisas cujas as abordagens prezem
[20:38] <TercianaMoura> por esse olhar interdisciplinar e até mesmo transversal da realidade
[20:39] <TercianaMoura> Temos desenvolvido muitas pesquisa de cunho qualitativa e que se utilizam da pesquisa-ação e da pesquisa participante, justamente para que o princípio do outro, da dialogicidade, de um olhar mais enraizado, possa produzir um tipo de conhecimento que dialogue com a realidade dos sujeitos do campo e que esse conhecimento esteja alinhado também à
[20:39] <TercianaMoura> transformação social desses contextos.
[20:40] <TercianaMoura> Assim, pensamos que a interdisciplinaridade é intrínseca à Educação do Campo.
[20:40] <elianepiske> Professora, gratidão! Muito bom ler as contribuições! Por favor, a resposta da professora Debora
[20:41] <TercianaMoura> A Profa. Débora responde que:
[20:41] <TercianaMoura> Considero a Educação do Campo, uma área do conhecimento de natureza interdisciplinar, fazendo interface com a política tanto estrutural, quanto educacional, por exemplo.
[20:41] <TercianaMoura> Como área de conhecimento, aborda temas sobre a população camponesa em sua diversidade de idade, etnia, práticas produtivas e modos de organização. Discutimos a infância no campo, as relações de gênero, a cultura popular e tradicional.
[20:41] <TercianaMoura> Questionamos os modos de produção capitalista e a sustentabilidade do campo brasileiro. Pensamos sobre a cultura camponesa e a juventude do campo. Os modos de ocupação do território e a relação com o meio ambiente.
[20:42] <TercianaMoura> Tais discussões se materializam em estudos de aprofundamento teórico em forma de dissertação, elaboração e implementação de propostas para formação de professores, regulamentação da educação do campo nos sistemas de ensino.
[20:42] <TercianaMoura> Cartilhas sobre organização e práticas agroecológicas, organização de associação de mulheres para a economia solidária. Vídeo sobre a cultura corporal camponesa, sobre a migração da juventude do campo, catálogo de arte do campo.
[20:43] <TercianaMoura> São alguns exemplos sobre a diversidade de apresentação do conhecimento produzido na área, que, como todo conhecimento, não é fragmentado, não é produzido em si mesmo, mas se produz na complementação com outros conhecimentos.Penso que o conhecimento é de natureza
[20:44] <elianepiske> Obrigada!!! Devido ao horário, vamos lançar a última pergunta e depois abrir para o debate. Pode ser professora? O que achas?
[20:44] <TercianaMoura> Assim responde a Profa. Débora.
[20:44] <TercianaMoura> pode ser
[20:45] <elianepiske> Obrigada professora! A educação brasileira sofre historicamente a falta de investimento, ou má gestão dos recursos destinados à educação. A luta pela construção de um sistema de ensino que atenda com equidade a população em idade escolar é antiga, nas últimas duas décadas, avançamos em aspectos como acesso, da educação infantil ao
[20:45] <elianepiske> ensino superior, assim como avançamos na organização de uma política de implementação e expansão da pós-graduação no Brasil, formando profissionais e pesquisadores nas diversas áreas do conhecimento, inclusive na Educação do Campo. Essas duas frentes estão sendo atacadas, através do corte de recursos, comprometendo o funcionamento
[20:45] <elianepiske> das redes públicas de ensino, interrompendo o avanço e desenvolvimento da pesquisa, da formação cientifica e produção de conhecimento em todas as áreas. Quais as consequências das ações de desmonte do atual governo através do Ministério da Educação, para a ciência e a educação brasileira? O que podemos/devemos fazer para reverter
[20:45] <elianepiske> tal contexto de descaso e desrespeito com a formação das crianças, jovens, adultos, do nosso país?
[20:48] <TercianaMoura> Pergunta muito importante e pertinente no contexto atual.
[20:48] <Paulo_Soares> Vivemos um momento difícil no Brasil, no qual a democracia é continuamente atacada, e a liberdade de pensar, se expressar e pesquisar também tem sido colocadas em xeque... Que tempos são esses? Tempos obscuros em que o financiamento da pesquisa em ciência, tecnologia e inovação é tratado como gasto, como algo supérfluo.
[20:49] <Paulo_Soares> Nessa noite em que conhecemos um pouco mais sobre o excelente trabalho desenvolvido num mestrado profissional para educadores do campo, lá no Recôncavo baiano, nos entristece saber que a continuidade das atividades e a consolidação desse Programa Stricto Sensu em Educação do Campo correm sérios riscos... O jeito é continuar se mobilizando,
[20:49] <Paulo_Soares> indo às ruas e lutando pela defesa das pautas caras à sociedade brasileira
[20:50] <AnaMatte> verdade
[20:51] <TercianaMoura> A UFRB, por exemplo, é a universidade com alunos 80% dos alunos que se declararam como negros. Somos a universidade em que a maioria dos nossos alunos tem renda familiar de até um salário mínimo.
[20:52] <elianepiske> Paulo_Soares, verdade! A professora trouxe vários registros importantes, mas o início da escrita dela marcou exatamente o que mencionas: (...) "indo as ruas"
[20:52] <TercianaMoura> o cenário atual tem nos desafiado. Não adianta só o ingresso. É preciso que o Estado garanta uma permanência qualificada.
[20:52] <elianepiske> Reafirmo a colocação da professora nesses tempos sombrios: "(...) inicio a minha fala com um adágio popular que afirma que a “cabeça pensa aonde os pés pisam”.
[20:53] <TercianaMoura> A Pedagogia da Alternância exige um outro olhar para permanência.
[20:53] <Paulo_Soares> Sim, com certeza, elianepiske!
[20:53] <naty> em si tratando de luta na UFVJM as lutas não tem sido fáceis para a educação do campo, viver em alternância desperta olhares curiosos
[20:54] <TercianaMoura> Nossos alunos ficam dois meses na universidade. E se não houver condições institucionais de permanência, será muito difícil garantir o sucesso acadêmico desse público.
[20:54] <TercianaMoura> O discurso da meritocracia não nos serve.
[20:55] <acris> Olha, tenho duas perguntas. Primeira: eu sempre tive muito apreço pela educação do campo, minha mãe trabalhava com formação de professores do campo no Rio Grande do Sul na década de 70, usando Paulo Freire em plena ditadura,
[20:55] <acris> pela FIDENE (hoje Unijuí), mas só ouvi falar que existiam cursos universitários nessa área há poucos anos, em Minas Gerais. E olha que existem na mesma universidade em que trabalho, mas nem faço ideia de quando começou. O Texto Livre tem um evento online didático, o UEADSL, que desde o final de 2016 está buscando adequar-se à programação das turmas do Campo,
[20:55] <acris> mas não vejo isso acontecer, nem mesmo isso ser comentado nos outros eventos em que participo. Você acha que a educação do campo seria muito restrita à área da educação ou faltaria uma divulgação mais ampla, ou vontade política, ou interesse por outras áreas do conhecimento, o que estaria afinal impedindo o meio acadêmico como um todo de considerar a Educação do Campo como uma de suas prioridades? No que outras unidades de ensino poderiam
[20:55] <acris> colaborar?
[20:55] <acris> E a segunda pergunta, na verdade um pedido: estou trabalhando numa pesquisa com designs instrucionais em EAD que remetem à educação multisseriada, pois no mesmo ambiente e simultaneamente trabalho um conteúdo com diferentes graus de complexidade, dependendo do nível inicial do aluno, administrando os estudantes em diferentes grupos, com diferntes rotas, avaliações etc. Que referências sobre educação multisseriada você indicaria para que eu possa
[20:55] <acris> fazer essa ponte?
[20:57] <Taty89> A luta pela educação do campo está só no início, é preciso lutar muito mais para conseguir levar a educação para os camponeses.
[20:57] <Taty89> A educação do campo ainda está meio restrita em alguns lugares
[20:58] <TercianaMoura> acris, respondendo a sua pergunta, na UFRB os Cursos de Educação do Campo são protagonistas. Temos um reconhecimento nacional e internacional. Por exemplo, nosso Mestrado em Educação do campo, por ser o unico do país, recebe inscrições de quase todos estados da federação
[20:58] <acris> maravilhoso!
[20:59] <TercianaMoura> Temos uma articulação muito boa com outras universidades e grupos de pesquisa.
[20:59] <TercianaMoura> Nossas licenciaturas em Educação do Campo também recebe alunos de todas as regiões da Bahia e de outros estados.
[21:00] <TercianaMoura> @acris somos estudiosos das classes multisseriadas.
[21:00] <acris> sorriso
[21:00] <TercianaMoura> Temos o grupo de professores que desde de 2005 pesquisam essa realidade.
[21:00] <TercianaMoura> Depois podemos trocar figurinhas kkk
[21:01] <acris> TercianaMoura: com certeza :D
[21:01] <acris> pena que o tempo está acabando! Muito lindas suas apresentações, Terciana (e Débora!), emocionantes! Obrigada!
[21:02] <TercianaMoura> Taty89 concordo com você. É preciso muita disposição coletiva e articulação com os sujeitos do campo para que esse projeto possa ecoar.
[21:02] <elianepiske> TercianaMoura e demais colaboradores desta rede, como mencionou AnaMatte
[21:03] <elianepiske> Pena que o tempo está acabando
[21:03] <TercianaMoura> acris podemos criar outros canis de diálogo.
[21:03] <acris> TercianaMoura: o UEADSL tem uma roda de conversas
[21:03] <acris> com inscrições abertas
[21:03] <acris> divulga, Paulo_Soares, é tua sorriso
[21:03] <TercianaMoura> meu email é tercianavidal@hotmail.com / tercianavidal@ufrb.edu.br
[21:03] <acris> o meu é acris@textolivre.pro.br
[21:04] <TercianaMoura> meu contato é (71) 98778-1222
[21:04] <Paulo_Soares> Para saber como participar e submeter trabalhos à Roda de Conversas do Congresso UEADSL, acesse: https://eventos.textolivre.org/moodle/mod/data/view.php?id=454
[21:04] <TercianaMoura> Convido todos e todas para fazerem uma visita à UFRB.
[21:04] <acris> Muito obrigada!
[21:04] <TercianaMoura> Paulo_Soares Obrigada!
[21:05] <Paulo_Soares> Obrigado, TercianaMoura!
[21:05] <Paulo_Soares> Muito bom! Acreditamos que é extremamente importante dar visibilidade a projetos como o Mestrado Profissional em Educação do Campo, da UFRB. Aprendemos muito nessa noite e, mais, mostramos que o STIS também é o espaço adequado à crítica, à reflexão, à resistência...
[21:05] <Paulo_Soares> clap clap clap clap
[21:05] <TercianaMoura> Eu ea Profa. Débora, agradeceremos imensamente pelo convite
[21:05] <acris> clap clap clap clap clap
[21:05] <elianepiske> TercianaMoura, foi um prazer compartilhar conhecimentos contigo! Agradecemos vocês! Obrigada!
[21:06] <acris> clap clap clap clap clap clap
[21:06] <Paulo_Soares> Reiteramos os nossos agradecimentos às conferencistas Débora e Terciana e, também, à professora Eliane por sua atuação nesse evento. Agradeço também pela presença da líder do nosso grupo Texto Livre, a querida professora Ana Matte.
[21:06] <TercianaMoura> Esperamos ter correspondido a expectitativa do grupo e ter contribuído para aguçar o debate sobre a Educação do Campo.
[21:06] <acris> Paulo_Soares, elianepiske, TercianaMoura: clap clap clap clap clap clap clap clap clap
[21:07] <Paulo_Soares> Sim, TercianaMoura! Foi uma linda apresentação!
[21:07] <elianepiske> Obrigada Paulo_Soares!! Aproveito para agradecer todos vocês que estiveram conosco! Boa noite!
[21:07] * acris AnaMatte=acris... esqueci e falei pela janela errada kkk
[21:07] <acris> boa noite!
[21:07] <Paulo_Soares> Ah... Não deixe de fazer a sua AVALIAÇÃO sobre a conferência de hoje, ok? Acesse já o formulário de avaliação disponível em: http://stis.textolivre.org/site/2016-02-13-17-37-57
[21:08] <TercianaMoura> Obrigada a todos e todas pela atenção. Abraços e até um próximo encontro.
[21:08] <Paulo_Soares> Bem, pessoal! As apresentações do STIS 2019 não terminam por aqui... Em novembro, iniciam-se os trabalhos do bloco 4: USO EDUCACIONAL DA INTERNET, sob a coordenação do professor Jader Luís da Silveira.
[21:08] <Paulo_Soares> Essas últimas conferências do STIS vão acontecer na semana de 11 a 15 de novembro, em datas a serem divulgadas em nosso site: http://stis.textolivre.org/site/.
[21:08] <jader_silveira> Isso aí!! Aguardamos todos lá!!!
[21:08] <Paulo_Soares> Então é isso... Continuem participando das nossas mesas-redondas!
[21:09] <AnaMatte> \o/
[21:10] <hellen> \o/
[21:10] <Paulo_Soares> :]
[21:10] <BiancaMartins> obrigado por tudo
[21:11] <BiancaMartins> :]
[21:11] <Paulo_Soares> Participe sempre conosco, BiancaMartins!
[21:15] <Paulo_Soares> Muito obrigado pelo apoio, AnaMatte! Foi uma noite muito agradável e produtiva! Valeu! :]